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Antropologia MedievaleModerna

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A CONCEPÇÃO CRISTÃ-MEDIEVAL DO HOMEM
A atenção do Homem é voltada para Deus.
A felicidade é a busca pela Santidade.
Divisão da Antropologia Cristã-Medieval
- Bíblica = Revelação
		- Patrística = Sto. Agostinho
		- Medieval = Sto. Tomás de Aquino
Uma concepção Teológica com elementos e conceitos gregos.
A filosofia se torna um instrumento para se aprofundar sobre a revelação.
A imagem do homem surge a partir de disputas entre fé e razão.
1. Concepção bíblica do Homem: Não é uma visão do Homem a partir do próprio Homem, mas uma visão do Homem a partir de Deus.
	
[] Teologia implícita: Uma referência que se tornará explícita quando transposta em conceitos e métodos do pensamento filosófico
Linhas de definição das imagens do homem, na concepção bíblica
Linha 1: Unidade radical do ser do Homem, definida pela relação constitutiva que o ordena à audição da palavra ou Deus. [-Unidade de Origem |-Unidade de Vocação |- Unidade de Fim]. O que une o homem a Deus é a alma.
Linha 2: Manifestação progressiva do ser do destino do homem, através do próprio desenrolar da história da salvação. Discurso Narrativo. A revelação dos gestos salvíficos como relação do homem em si mesmo.
Encarnação do Verbo = Jesus como modelo do Homem.
			2. Antropologia Patrística (Agostinho 354 - 430)
Fontes da Antropologia Agostiniana:
Neo-platonismo - Deus está presente como interior e superior
A antropologia paulina = Doutrina do pecado original e da graça, liberdade e livre arbítrio.
A variação bíblica: “Imago Dei” Imagem de Deus
Itinerário da mente: É a transição intelectual do intinerário da vida.
			3. Santo Tomás de Aquino
Marcantes para a filosofia de Tomás de Aquino: 
- Bíblia
- Agostinho
- Aristóteles
A concepção clássica do homem como animal racional
A concepção neoplatônica do homem na hierarquia dos seres, como ser fronteiriço entre o espiritual e o corporal.
A concepção do clássica do homem como criatura, imagem e semelhança de Deus.
O homem é uma unidade substancial da alma com o corpo.
3 estados da natureza humana:
- Natureza |
- Graça | -> Essencial (Filosofia) 
- Glória | História (Teologia)
Lima Vaz ao introduzir o tema sobre a concepção cristão-medieval do homem em seu livro “Antropologia Filosófica I” apresenta o surgimento de uma visão teológica elaborada sobre grande influência da filosofia grega. Traçando um paralelo entre as tradições bíblica e filosófica e suas tensões ele nos impulsiona a compreender a evolução do pensamento cristão no âmbito da antropologia. Abordando os conflitos que surgiram com as disputas teológicas trinitárias e cristológicas do século IV, bem como da leitura da Sagrada Escritura. O autor explicita como a ideia cristã de homem é estruturada. E é por meio deste novo contexto conflitante e construtor que se apresenta que ele discorrerá sobre os temas da concepção bíblica do homem, da antropologia patrística e da concepção medieval do homem.
Na concepção bíblica do homem lima Vaz, antes de nos apresentar as suas ideias, salienta as relações existentes entre a concepção clássica e bíblica mostrando a universalidade e os conteúdos fundamentais da experiência humana que abordam temas comuns entre ambas como: o homem e o divino, o homem e o universo, o homem e a comunidade humana, o homem e o destino e a unidade do homem, salientando-se que este último engloba os demais. Nota-se que, ainda hoje, essas relações permanecem vivas no nosso mundo contemporâneo. Segundo o autor a concepção bíblica do homem é expressa na linguagem religiosa da revelação em que o homem é oriundo de uma fonte transcendente. Com isto ele estabelece os traços essenciais da antropologia bíblica destacando, a unidade radical do ser do homem que é definida não mais numa perspectiva ontológica, mas soteriológica, desdobrando-se em três momentos que são, a criação, a queda e promessa de resgate, onde a escuta da palavra de Deus é ordenada para que o homem consiga a salvação. Deus é o dom que é oferecido ao homem cabendo a esse aceitá-lo, sendo sua negação a quebra dessa unidade. O outro traço que o autor reflete é sobre a manifestação progressiva do ser e do destino do homem compreendida através do próprio desenrolar da história da salvação onde a concepção bíblica do homem construída não é uma teoria, mas uma narração a qual Deus se manifesta e através dela o homem revela a si mesmo. 
Quando Lima Vaz aborda a linha da antropologia patrística ele apresenta o gnosticismo como sendo um grande adversário intelectual e espiritual do cristianismo nos dois primeiros séculos, visto que, o dualismo apregoado pelas correntes gnósticas condenava a matéria, obra do princípio do mal, opondo-se à verdade central do anúncio cristão, manifesta no “fazer-se carne” do Logos divino. É através do mistério da Encarnação que a antropologia patrística se desenvolverá, evidenciando-se a relação do Homem com Deus, vertido no tema da “imagem e semelhança”. O autor também identifica as duas correntes do pensamento patrístico que são: a patrística grega que surge influenciada pela filosofia grega acentuando o caráter ontológico da concepção do homem criando tensões e dificuldades com o caráter histórico da concepção bíblica; e a patrística latina que concebe o homem em sua expressão latina, tendo como ícone Santo Agostinho. Essa visão agostiniana foi influenciada por três fontes principais, o neoplatonismo, elaborado no “tema da estrutura do homem interior” onde “Deus está presente como interior e superior”; a antropologia paulina, fornecendo a agostinho “uma visão do homem eminentemente soteriológica” em que ele “formulará a doutrina do pecado original e da graça e aprofundará o problema da liberdade e do livre arbítrio” e a antropologia da narração bíblica onde Agostinho tem como tópicos fundamentais, o homem como ser uno sendo essa unidade pensada tendo como base a referência do horizonte teológico; o homem como ser itinerante, onde “o tempo é o caminho para a eternidade” e por último, o homem como ser para Deus, implicando na sua ordenação e conversão a Deus.
Quando o autor em sua reflexão antropológica relaciona a evolução do homem com o desenvolvimento da civilização, ele salienta que foi através das profundas crises inseridas de grande riqueza que a concepção do homem medieval formulou-se. Lima Vaz destaca o pensamento de Santo Tomás de Aquino como sendo o que melhor sintetiza a antropologia medieval. A convergência entre as teses antropológicas do período clássico e bíblico-cristã encontram em fim o seu ponto de equilíbrio. Na antropologia tomista do homem há uma distinção entre a razão e a fé, mas busca-se uma harmonia entre ambas quando Santo Tomás de Aquino explica que o homem dotado de razão encontra seu lugar na natureza situando-o na fronteira do espiritual e do corporal, do tempo e da eternidade. Vemos que o homem medieval é imagem de Deus quando, na sua “perfeição relativa” participa da “perfeição absoluta de Deus”, capacitando-se, a partir deste ponto, a conhecer a verdade e agir moralmente para o bem.
A CONCEPÇÃO DO HOMEM MODERNO
Na modernidade surgem diversas antropologias. A história da concepção moderna do homem passa por uma sucessão de perfis filosóficos.
3.1 A concepção do homem no humanismo
A Renascença (séc. XIV ao XVI) é conhecida como idade do humanismo. A literatura antropológica desse período é muito vasta. O tema da dignidade foi muito abordado durante a renascença. 
O humanismo rompe com a visão teocêntrica e inaugura uma antropologia antropocêntrica, onde o homem é considerado em si mesmo. O homem é visto como o centro da criação, possuidor de uma dignidade natural, inerente à sua própria natureza, um microcosmo que reproduz em si a harmonia do cosmo[20]. Portanto, este período retoma os ideais gregos e romanos que exaltam o homem em sua plenitude e valorizam a vida terrena[21]. 
O tema do homem universalis[22] surgiu neste período com as grandes navegações. O principal problema com a descoberta de novos povos era sobre a unidadee igualdade da natureza humana. Contudo, esta questão possuía uma forte conotação política[23]. 
A antropologia da Renascença rompe com a imagem medieval cristã do homem e inaugura a imagem racionalista do homem que prevalece nos séculos XVII e XVIII. 
3.2 A concepção racionalista do homem 
O tema do homem racional presente na filosofia grega é retomado a partir do séc. XVII em uma nova perspectiva. O ser humano e a vida passam a serem explicadas à luz do mecanicismo[24].
René Descartes (1596-1650) estabelece-se uma visão dualista do ser humano. O espírito, pensamento que pensa a si mesmo e que oferece consciência de si, está em oposição ao corpo-máquina e à natureza enquanto um agregado de objetos sem alma[25]. 
O empirismo inglês (séc. XVII) foi uma importante versão do racionalismo. John Locke (1632-1704) foi seu principal representante. A antropologia de Locke traçou a imagem do ser humano que prevaleceu nos séculos XVIII e XIX[26]. Segundo ele, o que distingue o homem é o trabalho de seu corpo e a obra de suas mãos, cujo produto, incorporado ao Estado lhe oferece uma propriedade[27]. O indivíduo e Deus são os únicos soberanos na sociedade. Nela o indivíduo encontra sua autonomia no isolamento de sua vida privada[28].
3.3 A ideia do homem na época da Ilustração
O movimento conhecido como idade da Ilustração estende-se de 1680 a 1780. Ele surgiu com a antropologia de Locke e com o mecanicismo de Newton. Os ideais da Ilustração influenciaram a política, filosofia, religião, ciência, literatura, arte. A partir do século XVIII o “espírito” da Ilustração passa a ser uma característica da civilização ocidental[29]. A Razão passou a ser encarada como infalível, a história passou a ser analisada a partir da noção de progresso da Razão. A tarefa do homem é levar a termo as obras da Razão[30]. 
O termo humanidade recebeu um significado nitidamente secularizado. Lima Vaz comenta: 
A compreensão do homem que a Ilustração tem em vista não dá primazia à sua relação com o divino ou com Deus, como nas antropologias clássica ou cristão-medieval. Nela ocupa o lugar central a relação com os outros homens e a assunção dos indivíduos na majestosa hipóstase da Humanidade, que A. Comte divinizará[31].
Voltaire, Diderot, Espinoza, Gusdorf foram alguns dos principais pensadores desse período. O ideal revolucionário marcou profundamente esta época que visava uma nova ordem mundial. A Revolução Francesa encarnou radicalmente os ideais da Ilustração[32]. A Antropologia como ciência se estabelece neste tempo. O ser humano passou a ser analisado em seu contexto geográfico e cultural.
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A concepção moderna do homem
Essa concepção é elaborada nos séculos medievais, a concepção moderna do homem também pode ser chamada de renascença, ocorrida do século XIV ao século XVI, e a renascença foi assinalada por transformações de toda ordem na Europa Ocidental, ela vai dar origem a uma civilização brilhante, que define a sua originalidade com relação à civilização medieval que chegou a ser conhecida como idade do humanismo.
A civilização da renascença foi uma das primeiras civilizações do livro impresso e isso influencia na difusão do ideal humanista. O ideal humanista é onde o homem definiria num universo teocêntrico e teológico desenvolvendo três direções principais, como por exemplo: a revitalização do pensamento medieval, a tendência panteísta e a tendência panenteísta.
Temos Nicolau de Cusa como o precursor da concepção moderna do homem na consciência da humanidade que é todos os aspectos da antropologia renascentista. Já na concepção racionalista do homem temos Michel de Montaigne que vem transmitindo o racionalismo emergente. Já Descartes vê a antropologia racionalista como expressão paradigmática, nesse caso temos traços fundamentais dessa concepção, são eles: a subjetividade e a exterioridade. É bom lembrar que a consequência importante da antropologia racionalista é o progressivo atenuar-se da distinção entre “natural e artificial”.
Existe também a antropologia cartesiana que aborda a filosofia e a revolução Galileiana dando origem a uma nova ideia de razão chamando-se ciências do homem, esse homem terá dois traços peculiares como o moralismo e o chamado humanismo devoto. Além do racionalismo do homem existe o racionalismo mecanicista onde Thomas Hobbes o aplica a compreender o homem e a sociedade e claro a natureza, ele teve um materialismo radical e integral, mas Hobbes teve que sair do “estado de natureza” e se encaminhar-se para o “estado civil” fazendo da sociedade e do Estado o terreno e o horizonte de sua realização humana. Depois Hobbes vem com o empirismo inglês que é considerado uma filosofia do homem em sua capacidade cognoscitiva em seu agir moral e em sua vida política.
Logo nos anos 1632-1704 veio John Locke ele foi um teórico da revolução inglesa, onde o homem prevaleceria na cultura europeia isso é, o caso do “homem liberal” ou do “burguês”. Em Locke o empirismo é o fundamento de sua teoria política na qual irá inspirar-se todo o pensamento liberal posterior. Com tudo isso nasce às ciências humanas no século XVII, com o pensador Georges Gusdorf, nessa revolução científica o paradigma epistemológico atingiu todos os campos do saber e da cultura em geral. Nesse campo do saber temos um espírito científico que é chamado de ciências da vida nele prevalece à antropologia empírica que superava obstáculos epistemológicos em três domínios, por exemplo: o da anatomia do corpo humano, o da sistemática zoológica e a investigação empírica da origem do homem.
Depois disso, surge à ideia do homem na época da Ilustração que é iniciado no século XVIII europeu se destacando nos campos político, religioso, filosófico, científico, literário e artístico. Esse projeto histórico da Ilustração permanece como desafio proposto à filosofia, a ciência, à pedagogia, à moral, à política, à própria religião, em suma, da cultura ocidental. Existe também as palavras experiência e análise que são abordados na linguagem filosófico científica da Ilustração.
Tem algumas ideias da figura histórica assumida pelo espírito da ilustração, como por exemplo: a humanidade, a civilização, tolerância e revolução, todas elas, são elaboradas segundo critérios fundamentais tais como luzes e do progresso que envolve e constrói o espaço mental da Ilustração. Com tudo isso surge à concepção do homem em Kant que foi no século XVIII, e era considerada como ponto de vista da evolução que será dominada pelo romantismo tornando-se vertente filosófica, nessa vertente também considerada como uma concepção Kantiana, que tem dois tipos de linhas de desenvolvimento são elas: uma linha propriamente antropológica e uma linha crítica. A relação entre elas é a postulação da subordinação da antropologia, considerada empírica, que permite definir a essência verdadeira do homem, por isso teremos dois planos epistemológicos para a concepção Kantiana do homem é o plano de uma ciência de observação e o plano de uma ciência a priori.
Com isso, a antropologia tem como característica fundamental ser pragmática, sofrendo em kant uma certa evolução tornando o homem prudente nas questões da vida em sociedade.

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