Buscar

TITULO DE CREDITO – Letra de Câmbio

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

TITULO DE CREDITO – 
Letra de Câmbio
Origem Histórica
 
 
...
Legislação aplicável
	O Brasil, que disciplinara a letra de câmbio no Código Comercial de 1850, em seu art. 354, com base no sistema francês, teve esta disposição revogada pelo Decreto nº 2.044 de 1908. Com força de lei, este Decreto era considerado um conjunto de normas cambiárias de boa qualidade técnica, influenciado pelo sistema alemão. Por este vértice,“o Brasil já possuía nesse período um direito cambiário bastante evoluído [...], para muitos melhor tecnicamente que a LUG [...], o que faz a doutrina pátria entender como fator relevante para a demora no cumprimento da Convenção de Genebra” (TEIXEIRA, 2009). Assim, o país só aderiu à LUG, junto ao Secretário Geral da Liga das Nações, em 1942. Entretanto, o Congresso Nacional a aprovou apenas em 1964, por meio do Decreto Legislativo nº 54, ao passo que sua ratificação veio ocorrer somente em 1966 por intermédio do Decreto nº 57.663 do Executivo,com várias reservas.
Lei Uniforme de Genebra (LUG)
	
	A letra de câmbio é um titulo de credito que se estrutura como ordem de pagamento, razão pela qual, ao ser emitida, dá origem a três situações jurídicas distintas: 
 
Conceito
	Estas, que não precisam, necessariamente, estar ocupadas por três pessoas diferentes. De fato a lei Uniforme admite em seu art. 3°, que a letra seja sacada: (i) à ordem do próprio sacador; (ii) sobre o próprio sacador; ou (iii) por ordem e conta de terceiro .
	No primeiro caso, o sacador e o tomador são a mesma pessoa, ou seja, a letra é emitida por alguém em seu próprio beneficio. No segundo caso, o sacador e o sacado são a mesma pessoa, ou seja, a letra é emitida pelo sacado contra ele mesmo. Já no terceiro caso, ocorre a situação usual, em que as três situações jurídicas são ocupadas por sujeitos de direito também distintos, ou seja, uma pessoa (sacador) ordena que alguém (sacado), pague a outrem (tomador). 
Ordem de pagamento à vista ou a prazo
Abstrato/Causal
Modelo Livre
Nominativo à ordem/ não a ordem 
Características
Autorização dada por alguém para que certa importância seja paga a quem de direito.
Títulos abstratos: A sua emissão não exige uma causa legal específica, não necessitando, assim, trazer expresso um motivo que lhe deu origem.
Modelo livre, os seus requisitos devem ser cumpridos para que constituam títulos de crédito, mas a lei não determina uma forma específica de pra elas. Apenas deve constar expressamente a denominação “letra de cambio” ou “nota promissória”, conforme for o caso.
Os títulos de créditos no Brasil devem ser nominativos, portanto, a letra de cambio deve ser nominativa, por ordem e conta do sacado, o que significa que a cambial também pode ser emitida por entidade ligada à instituição financeira que se apresentará como procuradora do devedor na operação de financiamento.
Por ser um título nominativo somente é transmissível por endosso em preto.
Requisitos
conforme previsão do art. 1 e 2 da LUG, são:
 a) a expressão b) uma ordem incondicional p/ pag. de quantia determinada; c) o nome do sacado; d) o nome do tomador; e) a assinatura do sacador; f) a data do saque; g) o lugar do pagamento/a menção de um lugar junto ao nome do sacador; h)o lugar do saque/a menção de um lugar junto ao nome do sacador.
a) 
b) 
c) 
g)
e) 
f) h)
d)
OBSERVAÇÕES
Essenciais e não essenciais(formais)
1. denominação “letra de câmbio” no seu contexto;
2. a quantia que deve ser paga, por extenso;
3. o nome da pessoa que deve pagá-la (sacado);
4. o nome da pessoa que deve ser paga (tomador);
5. assinatura do emitente ou do mandatário especial (sacador).
1. o lugar do pagamento;
2. a importância declarada por cifra;
3. a data do vencimento do título;
4. a data da emissão.
 Quanto ao 2° requisito: não se admite que o cumprimento da obrigação mencionada na letra, se sujeite a implementação de qualquer condição, ainda que suspensiva ou resolutiva.
 Quanto ao valor da letra, esta deve ter mencionada a moeda de pagamento.
 E, sobre as letras emitidas no território brasileiro, estas devem ser pagas em moeda nacional (ART 1° INCISO II DO DECRETO 2.044/1908) .
 A declaração de quantia em cifra não é essencial, tanto que, se surgir uma disparidade entre a importância declarada por cifra e por extenso, valerá esta ultima. 
 O nome do sacado, por força do habito, deve ser colocado abaixo do contexto e do lado esquerdo, enquanto que a assinatura do próprio punho do sacador ou de seu mandatário especial, deve ser firmada, obrigatoriamente, abaixo do contexto, do lado direito, como acontece em uma carta.
 Considera-se lugar de emissão e de pagamento, quando não indicado no titulo, o domicilio do emitente (art. 889, parágrafo 2° ,CC).
 A identificação do sacado, devedor principal da letra, também é relevante, e essa identificação deve ser feita com menção ao n° da: carteira de identidade, CPF, titulo de eleitor, ou da CTPS.
 A expressão “clausula cambiaria” é de suma importância por 02 motivos: o titulo de credito a depender da sua espécie, se submete a regimes jurídicos distintos e segundo, porque os títulos de creditos próprios – chegue, duplicata, nota promissória e letra de cambio – considera-se implícita a clausula “a ordem” que admite sua circulação por meio do endosso (art. 11 da LUG). Nada impede que se mencione a clausula “não a ordem” (art. 11 da LUG).
					
Súmula 387 (STF) e art. 891 (Cód. civil)
	Entendimento este que esta consolidado na jurisprudência dominante do STF, segundo o qual “a cambial emitida ou aceita com omissões ou em branco, pode ser completada pelo credor de boa-fé antes da cobrança ou protesto”. 
	No mesmo sentindo, dispõe o código civil, em seu art. 891 que “o titulo de credito incompleto ao tempo da emissão, deve ser preenchido de conformidade com os ajustes realizados”.
É possível a letra de câmbio omitir alguns dos requisitos formais?
	Segundo o art. 2° - O escrito em que faltar algum dos requisitos indicados no art. anterior não produzirá efeito como letra, SALVO, nos casos determinados nas alíneas seguintes:
- A letra em que não se indique a época do pagamento entende-se pagável a vista.
- Na falta de indicação especial o lugar designado ao lado do nome do sacado considera-se como sendo o lugar do pagamento e, ao mesmo tempo, o lugar do domicilio do sacado.
- A letra sem indicação do lugar onde foi passada, considera-se como tendo-o sido no lugar designado, ao lado do nome do sacador. 
Aceite da letra de câmbio –
	Aceite é o ato cambial, declaratório do sacado, no qual assume obrigação cambial, se tornando o devedor principal da letra de cambio ( aceitante). 
O aceite na letra de câmbio é facultativo, porém irretratável. Por ser uma faculdade do sacado, ele não tem nenhuma obrigação cambial pelo só fato de o sacador ter- lhe endereçado a ordem de pagamento, podendo recusá-lo sem nenhuma motivação, e não precisar dar justificativa.
	O efeito relevante da recusa, é que ocorrerá antecipação do vencimento do título, tomador exigir do sacador o seu pronto pagamento. O STJ já se pronunciou no sentido de que a recusa do aceite traz a única consequência que é da antecipação do vencimento da letra de cambio, pode o tomador cobrar imediatamente o pagamento do sacador ( art. 43 da LUG).
	Art. 26. O aceite é puro e simples, mas o sacado pode limitá-lo a uma parte da importância sacada. Qualquer outra modificação introduzida pelo aceite no enunciado da letra equivale a uma recusa de aceite. O aceitante fica, todavia, obrigado nos termos do seu aceite.
Recusa da letra de câmbio –
Terceira Turma
 
EXECUÇÃO. LETRA. CÂMBIO. AUSÊNCIA. ACEITE.
 
	Trata-se de embargos do devedor opostos à execução lastreada em letra de câmbio sem aceite. Nas vias ordinárias, a sentença julgou procedentes os embargos (declarando nula a execução por falta de título executivo hábil para instruí-la) e o Tribunal a quo negou provimento à apelação da recorrente.
Explicitou a Min. Relatora que a letra de câmbio é título de crédito próprio e abstrato, não se pode imprimir-lhe natureza causal e imprópria como acontece na duplicata, por isso não persistem as alegações da recorrente no sentido de vinculá-la ao negócio subjacente. Aduz ainda que, embora tenha havido o protesto pela falta de aceite e de pagamento, a letra de câmbio sem aceite obsta a cobrança pela via executiva. Pois a recusa do aceite traz como única consequência o vencimento antecipado da letra de câmbio (art. 43 da LUG), pode, então, o tomador cobrá-la imediatamente do sacador. Mas, no caso, o sacador e o tomador se confundem na mesma pessoa da recorrente demonstrando sem razão suas alegações uma vez que a vinculação ao pagamento do título se dá tão-somente se o sacado aceitar a ordem de pagamento que lhe foi endereçada. Sem reparos o acórdão recorrido e ausente a divergência jurisprudencial alegada, a Turma não conheceu do recurso. REsp 511.387-GO, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 21/6/2005. 
Informativo Nº: 0252
Período: junho de 2005.
Pelo artigo26 da LUG - o aceite pode ser total e parcial. O total o tomador cobra a totalidade e o parcial o sacado se vincula ao pagamento do titulo nos termos do seu aceite.
Há duas espécies de aceite parcial: 1 - aceite limitativo- o sacado aceita apenas parte do valor do título; 2 – aceite modificativo o sacado altera alguma condição de pagamento do título, como por ex.: o seu vencimento.
Cláusula “não aceitável”
Art. 22. O sacador pode, em qualquer letra, estipular que ela será apresentada ao aceite, com ou sem fixação de prazo.
Pode proibir na própria letra a sua apresentação ao aceite, salvo se se tratar de uma letra pagável em domicilio de terceiro, ou de uma letra pagável em localidade diferente da do domicílio do sacado, ou de uma letra sacada a certo termo de vista.
Vencimento da letra 
Letra com dia certo. (tem data fixa).
Letra à vista – nesta letra, o tomador não precisa necessariamente leva-la para aceite do sacado, podendo optar por apresenta-la diretamente para pagamento, o que deve ser feito em um ano a partir da emissão do titulo. 
Letra a certo termo a vista – obs. Neste tipo de letra de câmbio, não é possível ao sacador, inserir a clausula: “não aceitável”.
- De acordo com o art. 23 da LUG, o tomador deverá apresenta-la para aceite no prazo estabelecido no titulo, ou, caso não tenha sido estabelecido prazo algum, dentro de um ano, contados da data de sua emissão.
Letra a certo termo da data – uma vez apresentada a letra para aceite, o sacado deverá devolve-la de imediato, conforme o art. 24 da LUG, não podendo retê-la sob pena ade responsabilização penal.
Letra de respiro – para a letra ser apresentada novamente no dia seguinte, ou seja, 24h depois.
Regra geral: a letra deve ser apresentada para pagamento no dia do seu vencimento, SALVO, se esse cair em DIA NÃO UTIL.
Vencido o titulo, caso o tomador não apresente a letra para pagamento, começa a fluir o prazo para protesto. Que na letra de câmbio, deverá ser feito nos dois dias uteis seguintes ao vencimento, de acordo com o art. 44 da LUG.
E, para finalizar....
Alunas:
Vânia Matias
Lorenna Machado
Rayane Morgana
Geannyne Freitas

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais