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Aula5_Balanco_de_pagamentos

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BALANÇO DE PAGAMENTOS 
 
1. Conceito: é o registro contábil de todas as operações econômicas de um país 
realizadas com o exterior, públicas ou privadas, em um determinado período de 
tempo. Todas as operações são contabilizadas em dólar, ainda que a operação se dê 
em outra moeda. 
 
2. Estrutura 
2.1. Conta corrente 
2.1.1. Balança comercial 
a) BC = Exportação de bens – importação de bens 
b) Fatores que impactam o saldo da BC: de modo proporcional, preços 
externos, PIB externo e taxa de câmbio; inversamente proporcional, 
preços internos e PIB interno. 
c) Saldo é positivo desde 1999, com um pico de superávit de US$ 46,5 bi 
em 2006 (antes da crise, com preços externos e PIB externo – China, 
principalmente – elevados). Em 2012, o superávit foi de US$ 19,4 bi. 
2.1.2. Balança de serviços 
a) BS = Exportação de serviços – importação de serviços 
b) Cada vez mais deficitária, influenciadas pelos gastos com viagens 
internacionais e despesas com transportes. Em 2008, déficit aproximado 
de US$ 16,7 bi; em 2012, déficit aproximado de US$ 41 bi. 
2.1.3. Balança de rendas 
a) BR = Rendas recebidas do exterior – rendas enviadas ao exterior 
b) Essa conta registra a remuneração de trabalho assalariado e as rendas de 
investimentos direto (lucros/dividendos pela participação no capital de 
empresas e juros correspondentes a empréstimos intercompanhias) e em 
carteira (lucros/dividendos/bonificações relativos às aplicações em 
ações e juros relativos às aplicações em títulos da dívida). 
c) No Brasil, tal conta é historicamente deficitária. Em 2012, déficit 
aproximado de US$ 35,5 bi. 
2.1.4. Transferências unilaterais 
a) TU = Entrada de TU – saída de TU 
b) TU são transferências sem contrapartidas de compra e venda, como 
doações. Embora pouco significativo, o Brasil é superavitário em 
função dos recursos enviados pelos brasileiros residentes no exterior 
para suas famílias. Em 2012, superávit de US$ 2,8 bi. 
Obs.1: Setor primário (bens primários) e secundário (bens industrializados) 
impactam a BC; setor terciário (serviços) e quaternário (tecnologia) 
impactam a BS. Assim, as balanças são um espelho do perfil do Estado. 
Obs.2: Saldo da Conta Corrente = Saldo BC + Saldo BS + Saldo BR + Saldo TU 
2.2. Conta capital e financeira 
2.2.1. Investimento estrangeiro direto (IED) 
a) Após o Plano Real em 1994, houve tendência de crescimento em função 
de um cenário de estabilidade, privatizações e crescimento da demanda 
interna. 
b) Depois de um redução grande em 2009 (superávit de US$ 25,9 bi) em 
função da crise mundial, 2012 registrou superávit de US$ 65,3 bi. 
2.2.2. Financiamento externo (empréstimos públicos e privados) 
a) A necessidade de financiamento externo é calculada pela diferença entre 
o déficit das transações correntes (saldo da conta corrente) e o saldo de 
investimento estrangeiro direto, ou seja, e a parcela do déficit das 
transações correntes não financiada pela entrada líquida de investimentos 
diretos. 
b) Desde 2002 essa necessidade é negativa (IED maior que o déficit no 
saldo da conta corrente). Embora em 2010 tenha sido de apenas US$ 1,2 
bi negativos, em 2012 foi de US$ 11 bi negativos. 
2.2.3. Investimentos em carteira (títulos públicos, mercado de ações) 
a) Instável sofre os revezes da economia em épocas de crise, quando o 
capital migra para ativos de maior liquidez e menor risco. 
b) Em 2008, superávit de US$ 1,1 bi; em 2010, superávit de US$ 63 bi; em 
2012, superávit de US$ 8,8 bi. 
2.3. Resultado do Balanço de Pagamentos (RBP) 
2.3.1. RBP = Saldo conta corrente + Saldo conta capital e financeira 
2.3.2. No Brasil, esse saldo tem sido positivo. Com isso, aumentaram 
enfaticamente nossas reservas internacionais. Por isso, desde 2007 o Brasil é 
considerado credor internacional – o que significa que a dívida externa total 
brasileira (US$ 312,9 bi em 2012) é inferior à soma de nossas reservas 
internacionais e créditos no exterior (em 2012, corresponderam a 
aproximadamente US$ 400 bi). 
2.3.3. Porém, nosso RBP positivo e nosso acúmulo de reservas internacionais 
decorre do superávit na conta capital e financeira, dependente pois de um 
capital internacional cujo custo financeiro é alto. China e Arábia Saudita, 
por exemplo, acumulam reservas internacionais via exportação (ou seja, 
pelo superávit na conta corrente).

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