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APOSTILA EPIDEMIOLOGIA

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EPIDEMIOLOGIA 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
A Epidemiologia é a ciência que estuda o 
processo saúde-doença em coletividades 
humanas, analisando a distribuição e os 
fatores determinantes das enfermidades, 
danos à saúde e eventos associados à saúde 
coletiva, propondo medidas específicas de 
prevenção, controle, ou erradicação de 
doenças, e fornecendo indicadores que 
sirvam de suporte ao planejamento, 
administração e avaliação das ações de 
saúde. 
 
Historicamente, a epidemiologia está 
relacionada à ideia de grupo, de coletivo. 
Sendo a população seu objeto de estudo. 
Contrastando com a metodologia médica, 
mais voltada para a doença do que para a 
saúde em si, a epidemiologia e seus 
conceitos evoluíram especialmente no último 
século. 
 
Enquanto a clínica aborda a doença a nível 
individual, a epidemiologia aborda o 
processo saúde-doença em grupos de pessoas 
que podem variar de pequenos grupos até 
populações inteiras. 
 
Entretanto, não haveria avanços na clínica 
sem os estudos epidemiológicos, mas estes 
não existiriam sem os avanços na clínica. 
 
Por algum tempo prevaleceu a ideia de que a 
epidemiologia restringia-se ao estudo de 
epidemias de doenças transmissíveis. Hoje, é 
reconhecido que a epidemiologia trata de 
qualquer evento relacionado à saúde da 
população. 
 
Suas aplicações variam desde a descrição das 
condições de saúde da população, da 
investigação dos fatores determinantes de 
doenças, da avaliação do impacto das ações 
para alterar a situação de saúde até a 
avaliação da utilização dos serviços de 
saúde, incluindo custos de assistência. 
 
Assim, a epidemiologia contribui para o 
melhor entendimento da saúde de uma 
população, a partir do conhecimento dos 
fatores que a determinam e provendo, 
consequentemente, subsídios para a 
prevenção das doenças. 
 
São objetivos da Epidemiologia: 
 
I. Descrever a distribuição e a 
magnitude dos problemas de saúde 
nas populações humanas. 
II. Proporcionar dados essenciais para 
o planejamento, execução e 
avaliação das ações de prevenção, 
controle e tratamento das doenças, 
bem como para estabelecer 
prioridades. 
III. Identificar fatores etiológicos na 
gênese das enfermidades. 
 
2. HISTÓRICO E IMPORTÂNCIA 
 
A epidemiologia teve origem na ideia de que 
fatores ambientais podem influenciar a 
ocorrência das doenças. Porém a medida das 
doenças de ocorrência comum nos grupos 
populacionais só passou a ser feita no século 
XIX. 
 
O exemplo clássico e marcante do início 
desta ciência foi um estudo realizado por 
John Snow, em Londres no século 19 e 20. 
Neste estudo ele constatou que o risco de 
adquirir cólera estava intimamente 
relacionado ao consumo de água fornecida 
por determinada companhia. Na meticulosa 
investigação, Snow construiu uma teoria 
 
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sobre a transmissão das doenças infecciosas 
em geral e sugeriu que a cólera era 
disseminada através da água contaminada, 
mesmo antes da descoberta do bacilo 
causador da cólera. 
 
Pode, dessa forma sugerir alterações na 
forma em que a água era distribuída e na 
forma de saneamento da cidade. Seguindo 
este exemplo, a epidemiologia tem sugerido 
medidas à saúde pública apropriadas ao 
combate de doenças de alcance amplo. 
 
Na atualidade, as doenças transmissíveis 
permanecem como desafio às ações em 
saúde. Países em desenvolvimento onde a 
malária, esquistossomose e hanseníase são 
endêmicas, tornam-se o desafio da 
epidemiologia, principalmente na detecção 
dos índices de eficiência de programas 
implementados. 
 
O comportamento e o estilo de vida são 
também de grande importância hoje. As 
doenças relacionadas a causas 
cardiovasculares, pulmonares, renais etc, têm 
levado a medidas de prevenção e de 
promoção de saúde importantes. 
 
A aplicação de métodos epidemiológicos no 
manejo dos problemas encontrados na 
prática clínica traz informações importantes 
para decisões médico/curativas também. 
 
Enfim, a importância da epidemiologia pode 
ser constatada em diversas áreas da saúde, 
tornando-a cada vez mais imprescindível ao 
cotidiano do profissional de saúde, seja no 
contexto da saúde pública, da gerência em 
saúde ou na prática clínica. 
 
 
 
 
3. SAÚDE x DOENÇA 
 
Saúde e doença não são estados ou condições 
estáveis, mas sim conceitos vitais, sujeitos a 
constante avaliação e mudança. 
 
Algumas autoridades encararam a doença e a 
saúde como estados de desconforto físico ou 
de bem-estar. 
 
Perspectivas como estas levaram os 
investigadores e os profissionais de saúde a 
descurar os componentes emocionais e 
sociais da saúde e da doença. 
 
Definições mais flexíveis querem de saúde 
quer de doença consideram múltiplos 
aspectos causais da doença e da manutenção 
da saúde, de acordo com os seguintes fatores: 
 
 
 
Contudo, apesar dos esforços para 
caracterizar estes conceitos, não existem 
definições universais. Sempre existiu uma 
grande dificuldade na mensuração da saúde 
por parte da epidemiologia. 
 
Presença ou ausência de doença? 
 
O seu amplo significado, exposto pela 
ambiciosa definição da Organização Mundial 
de Saúde como “... estado de completo bem-
estar físico, mental e social e não apenas a 
mera ausência de doenças...” levou aos 
epidemiologistas a definirem conceitos mais 
práticos e mais fáceis de medir. 
 
 
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Os aspectos da saúde, para a epidemiologia, 
concentram-se, portanto, em aspectos de 
saúde que são relativamente concretos e 
prioritários para alguma ação. 
 
Saúde e doença como um processo binário, 
ou seja, presença/ausência é uma forma 
simplista para algo bem mais complexo. O 
que se encontra usualmente é um processo 
evolutivo entre saúde e doença que, 
dependendo de cada paciente, poderá seguir 
cursos diversos, sendo que nem sempre os 
limites entre um e outro são precisos. 
 
Esta simplificação retoma a noção 
dicotômica da saúde em doença presente e 
doença ausente; que, embora reducionistas, 
são práticas. Geralmente utilizam-se 
critérios para a determinação da presença ou 
ausência da doença, chamados de critérios 
diagnósticos, que são baseados em sinais, 
sintomas e resultados de exames. Um 
exemplo claro de utilização destes critérios 
está no diagnóstico de febre reumática, onde 
alguns sinais são mais importantes do que os 
outros, porém sempre auxiliados pela 
utilização de recursos laboratoriais. 
 
Os critérios utilizados em epidemiologia 
devem, portanto, ser de fácil uso e de 
mensuração simples, padronizada e 
cientificamente embasada. Já os critérios 
para avaliação clínica, as utilizadas na 
prática, não são tão rigidamente específicas, 
sendo o julgamento clínico mais importante 
para determinar a ausência ou presença de 
doença. 
 
4. HISTÓRIA NATURAL DA 
DOENÇA 
 
História Natural da Doença (HND) é o nome 
dado ao conjunto de processosinterativos 
compreendendo “as inter-relações do agente, 
do suscetível e do meio ambiente que afetam 
o processo global e seu desenvolvimento, 
desde as primeiras forças que criam o 
estímulo patológico no meio ambiente, ou 
em qualquer outro lugar, passando pela 
resposta do homem ao estímulo, até as 
alterações que levam a um defeito, invalidez, 
recuperação ou morte”. 
 
Os estudos epidemiológicos descritivos ou 
não-experimentais, nesse caso, concentram-
se na coleta e arranjo sistemático das três 
classes de fatores gerais do processo saúde/ 
doença: 
 
 Agente; 
 Hospedeiro; 
 Ambiente, em seus aspectos 
quantitativos. 
 
A história natural da doença, portanto, tem 
desenvolvimento em dois períodos 
sequenciados: o Período Pré-Patogênese e o 
Período de Patogênese. 
 
No primeiro, o interesse é dirigido para as 
relações suscetível-ambiente; no segundo, 
interessam as modificações que se passam no 
organismo vivo. 
 
4.1. Período de Pré-Patogênese 
 
O primeiro período da história natural. É a 
própria evolução das inter-relações 
dinâmicas, que envolvem, de um lado, os 
condicionantes sociais e ambientais e, do 
outro, os fatores próprios do suscetível, até 
que se chegue a uma configuração favorável 
á instalação da doença. É também a 
descrição desta evolução. 
 
 
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Envolve como já foram referidas antes, as 
inter-relações entre os agentes etiológicos da 
doença, o suscetível e outros fatores 
ambientais que estimulam o 
desenvolvimento da enfermidade e as 
condições sócio/econômico/culturais que 
permitem a existência desses fatores. 
 
Hospedeiro: 
 Idade; 
 Sexo; 
 Estado civil; 
 Ocupação; 
 Escolaridade; 
 Características genéticas; 
 História patológica pregressa; 
 Estado imunológico; 
 Estado emocional. 
 
Agente: 
 Biológicos (microrganismos); 
 Químicos (mercúrio, álcool, 
medicamentos); 
 Físicos (trauma, calor, radiação); 
 Nutricionais (carência, excesso). 
 
 
Ambiente: 
 
 Determinantes físico-químicos 
(temperatura, umidade, poluição, 
acidentes); 
 Determinantes biológicos (acidentes, 
infecções); 
 Determinantes sociais 
(comportamentos, organização 
social). 
 
4.2. Período de Patogênese 
 
A história natural da doença tem seguimento 
com a sua implantação e evolução no 
homem. É o período da patogênese. 
 
Este período se inicia com as primeiras ações 
que os agentes patogênicos exercem sobre o 
ser afetado. Seguem-se as perturbações 
bioquímicas em nível celular, continuam 
com as perturbações na forma e na função, 
evoluindo para defeitos permanentes, 
cronicidade, morte ou cura. 
 
Além desses períodos, quantificar a 
ocorrência de doenças em populações é uma 
questão central na pesquisa epidemiológica. 
 
5. MEDIDAS DE OCORRÊNCIA DE 
DOENÇA 
 
Assim, torna-se possível: 
 
 Descrever o padrão de distribuição 
de ocorrência de doenças; 
 Formular hipóteses a respeito dos 
possíveis fatores causais ou 
preventivos; 
 Identificar determinantes de doença. 
 
São medidas básicas: Prevalência e 
Incidência. A prevalência de uma doença é 
o número de casos em uma população 
definida em um certo ponto no tempo, 
enquanto incidência é o número de casos 
novos que ocorrem em um certo período em 
uma população específica. 
 
 
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Ambas são maneiras diferentes de medir a 
ocorrência de doenças em uma população, 
envolvendo basicamente a contagem dos 
casos em uma população. 
 
A simples mensuração do número de casos 
de uma doença é útil, porém, sem fazer 
referência à população de onde esses casos 
provêm há prejuízos na compreensão do 
problema em termos da sua magnitude e do 
seu comportamento ao longo do tempo. 
 
Não é adequado utilizar os números 
absolutos de casos em comparações entre 
lugares, países, estados, regiões ou cidades 
diferentes com populações de tamanhos 
diferentes. 
 
Também não é apropriado fazer-se 
acompanhamento da tendência de uma 
doença por longos períodos de tempo em que 
a população varia muito de tamanho. Enfim, 
o número absoluto de casos não expressa 
riscos. 
 
5.1. Prevalência 
 
Pode ser entendido como a medida do que 
“prevalece” na população. É considerado um 
indicador estático por pouco se alterar no 
decorrer do tempo. Sendo útil no 
planejamento em saúde e em programas e 
serviços prestados à população. 
 
Geralmente, os estudos de prevalência não 
fornecem elementos de causalidade de 
determinada doença. São mais apropriados 
para doenças de longa duração, crônicas e 
aquelas cujo início é gradual e não bem 
caracterizado, por exemplo: diabetes, artrite 
reumatóide, hipertensão arterial, tuberculose, 
hanseníase, AIDS etc. 
 
Segue abaixo alguns dos principais fatores 
de aumento e diminuição da taxa de 
prevalência: 
 
Aumento da 
Prevalência 
Diminuição 
da Prevalência 
Imigração de 
pessoas 
susceptíveis (ex.: 
índios assimilados 
à população 
branca) 
Diminuição da 
duração da doença 
(ex.: prevenção 
secundária) 
Melhora dos 
recursos 
diagnósticos ou de 
notificação. 
Aumento da 
letalidade (menos 
pessoas se 
concentram na faixa 
de cálculo da 
prevalência); 
Aumento da 
incidência; 
Diminuição da 
incidência (ex.: 
prevenção primária) 
Imigração de casos; Imigração de pessoas 
sadias; 
Emigração de 
pessoas sadias; 
Emigração de casos; 
Maior duração da 
doença 
Aumento da taxa de 
cura da doença. 
Aumento da 
sobrevida sem a 
cura; 
 
 
Principais fatores que influenciam a 
Prevalência: 
 
• Gravidade da doença: se muitas 
pessoas adoecem e consequentemente 
morrem, a taxa de prevalência 
diminui. 
• Duração da doença: quanto menor o 
tempo de duração da doença, menor 
será sua taxa de prevalência e vice-
versa. 
 
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• Número de casos novos: determina 
um aumento da taxa de prevalência. 
 
5.1.1. Coeficiente de Prevalência 
 
Coeficiente que mede a força com que 
subsiste a doença na coletividade. 
 
Expressa-se como a relação entre o número 
de casos conhecidos de uma dada doença e a 
população, multiplicando-se o resultado pela 
base referencial da população, que é potência 
de 10, usualmente 1.000, 10.000 ou 
100.000. 
Veja: 
 
x 10n 
 
 
O nº de casos existentes seria: o número de 
casos novos + os antigos, incluindo cura, alta 
ou óbito, dividido pela população exposta x 
10n. 
 
Dois tipos de medidas básicas são utilizadas 
para quantificar a prevalência de doença em 
uma população: 
 
 Prevalência Pontual: calculada para 
um ponto determinado no tempo. 
 Prevalência no período: calculada 
com o número total de pessoas que 
tiveram a doença (casos novos+ 
antigos) durante um período de 
tempo dividido pela população no 
meio do período em risco de ocorrer 
à doença. 
 
5.2. IncidênciaA incidência refere-se ao número absoluto e 
a taxa de incidência refere-se ao valor 
relativizado em função do tamanho da 
população. Além disso: 
 
 Quantifica o número de casos novos 
de doença que se desenvolvem em 
uma população em risco, durante um 
intervalo de tempo específico. 
 Permite a identificação de fatores de 
risco. 
 São tipicamente estimadas a partir de 
estudos de corte que envolve o 
seguimento de populações fixas ou 
dinâmicas. 
 
Pode ser considerada a medida mais 
importante em epidemiologia, pois reflete a 
dinâmica com que os casos novos aparecem 
na população, é a “força de morbidade”. 
 
No cálculo da taxa de incidência, o 
numerador é o número de casos novos que 
ocorreram em um período definido de tempo 
e o denominador é a população em risco de 
contrair uma doença neste período. 
 
 
 
Observe a figura abaixo e perceba a 
dinâmica entre prevalência e incidência. 
 
 
Duas medidas distintas de incidência que são 
estimadas de maneiras diferentes: 
 
 
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 O risco: Incidência Cumulativa 
 A taxa: Densidade de Incidência 
 
5.2.1. Incidência Cumulativa 
 
É a proporção de pessoas que se tornam 
doentes durante um período específico de 
tempo; Estimativa do risco que é definida 
como a probabilidade de um indivíduo livre 
de doença desenvolver uma dada doença em 
um período específico de tempo, 
condicionado ao fato de não vir a morrer de 
um outro agravo de saúde. 
 
 
 
5.2.2. Densidade de Incidência 
 
É a Estimativa mais precisa do impacto de 
uma exposição na população, uma vez que 
utiliza todas as informações disponíveis 
acerca do seguimento da população. 
 
Mede a taxa instantânea de desenvolvimento 
da doença em uma população. 
 
 
 
5.3. Letalidade 
 
Mede a severidade que uma determinada 
doença possui, ou seja, quantas mortes 
causaram dentre aqueles que possuíam a 
doença em um certo período de tempo. Neste 
sentido, o cálculo da letalidade determina 
uma proporção. 
 
 
 
6. INDICADORES DE SAÚDE 
 
Uma das grandes dificuldades do 
profissional de saúde é medir o padrão de 
vida, ou nível de vida, da população com a 
qual trabalha. Essa questão tem sido muito 
estudada internacionalmente, pela 
necessidade de comparar níveis de vida entre 
diferentes países, ou num mesmo país numa 
série temporal. 
 
A Organização Mundial da Saúde formou, 
nos anos 50, um Comitê para definir os 
métodos mais satisfatórios para definir e 
avaliar o nível de vida. Na impossibilidade 
de construir um índice único, o Comitê 
sugeriu que fossem considerados 
separadamente 12 componentes passíveis de 
quantificação: 
 
1. Saúde, incluindo condições 
demográficas; 
2. Alimentos e nutrição; 
3. Educação, incluindo alfabetização e 
ensino técnico; 
4. Condições de trabalho; 
5. Situação de emprego; 
6. Consumo e economia gerais; 
7. Transporte; 
8. Moradia, incluindo saneamento e 
instalações domésticas; 
9. Vestuário; 
10. Recreação; 
11. Segurança social; 
12. Liberdade humana. 
 
Assim, vale reconhecer a importância, na 
busca da explicação de uma dada situação de 
saúde, de recorrer a indicadores 
 
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intersetoriais, como a evolução do nível de 
emprego, a renda média do trabalhador, ou o 
consumo de energia elétrica. 
 
6.1. Critérios para avaliação 
 
Dada a complexidade do conceito de saúde, a 
tarefa de mensurá-la também é complexa: 
são muitos ângulos de aproximação, como a 
mortalidade, a morbidade, a incapacidade 
física, o grau de autonomia das pessoas 
(idosos), a estrutura etária da população, a 
qualidade da prestação de determinado 
cuidado de saúde, etc. 
 
A escolha dos indicadores depende dos 
objetivos da avaliação, bem como dos 
aspectos metodológicos, éticos e 
operacionais da questão em estudo. 
 
6.1.1. Validade 
 
O passo inicial na seleção do indicador é 
delimitar o problema, evento, tema, a ser 
observado ou medido. Feito isso, escolhe-se 
o indicador e elabora-se a definição 
operacional. A validade refere-se à 
adequação do indicador para representar ou 
medir corretamente o fenômeno considerado. 
 
Um bom exemplo de validade pode ser 
compreendido quando se quer estudar a 
incidência de faringite estreptocócica num 
determinado serviço de pediatria. Se 
utilizarmos apenas o exame da orofaringe 
como recurso diagnóstico para tal, 
provavelmente, estaremos superestimando a 
incidência de faringite devido à bactéria S. 
pyogenes. Enquanto se usarmos a cultura das 
secreções para isolar o agente causal, 
estaremos atestando maior validade deste 
teste em relação ao anterior. 
 
6.1.2. Confiabilidade (ou 
reprodutibilidade ou 
fidedignidade) 
 
Diz respeito à obtenção de resultados 
semelhantes, quando a mensuração é 
repetida. É ser reprodutível. Um indicador de 
“baixa confiabilidade” não tem utilidade, 
enquanto que um de “alta confiabilidade” só 
é bom se for de “alta validade”. 
 
6.1.3. Representatividade ou 
cobertura 
 
Representa a área de cobertura do indicador, 
é o seu alcance na população estudada. Um 
indicador sanitário, por exemplo, será tanto 
melhor quanto maior a cobertura 
populacional alcançar ou abranger uma 
amostra representativa da população. 
 
6.1.4. Aspectos éticos 
 
A coleta de dados não pode acarretar 
malefícios ou prejuízos às pessoas (ex: um 
estudo de prevalência de cirrose hepática que 
exija a realização de biópsia hepática). A 
questão do sigilo é mais importante em 
Clínica, mas também deve ser considerada 
(Portaria 196/96 do Ministério da Saúde). 
Um claro exemplo é o de não utilizar 
indicadores para avaliar uma população se 
não há possibilidade de intervenção na 
mesma ou quando o “sigilo” dos dados 
individuais não é preservado. 
 
6.1.5. Aspectos técnico-
administrativos 
 
 Simplicidade 
 Flexibilidade 
 Facilidade de obtenção 
 Custo operacional 
 
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 Oportunidade 
 
Embora não seja imperativa a existência de 
todas estas características em cada um dos 
indicadores, são fundamentais em condições 
habituais de funcionamento dos serviços. 
Não devem causar perturbações ou 
inconvenientes no andamento das rotinas 
diárias para a obtenção do indicador. 
 
6.2. Apresentação de Resultados 
 
São classificados dessa forma quando sua 
expressão representa uma contagem de 
unidades ou medição de alguma 
característica. 
 
6.2.1. Frequência absoluta 
 
É a forma mais fácil de expressar um 
resultado, pois não se apóiam em pontos de 
referência que permitiriam melhor 
interpretação dos resultados, como no caso 
da relativização pelo tamanho da população. 
Causa, portanto, limitações na sua 
interpretação. 
 
Saem frequentemente na imprensa notícias 
como: Houve 3 casos de hepatite em 
Rondonópolis. Se forem todos na mesma 
semana ou todos na mesma escolinha 
maternal podem ser muito sérios. Mas se 
foram 3 casos na Região do Cariri nosúltimos 5 anos, o significado talvez não seja 
grande. 
 
Muitas vezes, porém, a apresentação em 
números absolutos pode ter o seu valor. Ex: a 
recente epidemia de dengue mostrou como o 
número de casos novos da doença aumentou 
rapidamente de 5 por semana a 20, depois 50 
casos até centenas de casos por semana. Ex: 
óbitos por febre amarela no Rio de Janeiro. 
 
6.2.2. Frequência relativa 
 
Facilita as comparações e interpretações. É a 
expressão em números de um determinado 
evento (mortalidade, morbidade) com um 
referencial fixo ou determinado. Isto 
significa que deve haver um denominador 
fidedigno para que o cálculo expresse o que 
estamos querendo avaliar. 
 
Ex: Os óbitos por febre amarela no Rio de 
Janeiro podem ser mostrados ainda de 3 
maneiras: 
 
A – em relação à população: número 
de pessoas falecidas num dado ano entre os 
que residiam na cidade nesse ano. Essa 
forma é o coeficiente ou taxa. 
 
B – em relação ao total de óbitos: é a 
proporção de óbitos por febre amarela na 
mortalidade geral. 
 
C – em relação a um outro evento: 
mortes por febre amarela em relação às 
mortes por cólera. 
 
ATENÇÃO: somente a situação A – o 
coeficiente – é que informa o risco de ocorrer 
um evento. Nesse caso, de uma pessoa 
residente no Rio de Janeiro morrer de febre 
amarela. 
 
MUITO CUIDADO com as situações B e C, 
chamadas de índices. Essas frequências 
devem ser interpretadas cautelosamente. O 
aumento ano a ano, por exemplo, da 
mortalidade proporcional por doenças 
cardiovasculares pode ser devido 
simplesmente ao fato de óbitos por outras 
causas estarem diminuindo mais rapidamente 
que esses. 
 
 
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7. MEDIDAS DE FREQUÊNCIA 
RELATIVA 
 
7.1. Coeficiente ou Taxa 
 
 
 
Este tipo de medida de frequência relativa 
possui como denominador apenas dados 
daqueles que podem vir a se tornar casos, ou 
seja, a população em risco. Neste caso, o 
coeficiente ou taxa passa a ser denominado 
também de “expressão de risco”. 
 
A constante é a base – qualquer múltiplo de 
10 (100, 1000, 10000, 100000, etc.). 
Escolhe-se uma constante que evite muitas 
casas decimais. É melhor falar em 57 óbitos 
por cem mil nascidos vivos do que 0,57 por 
mil. Em alguns casos a constante é, por 
costume, sempre a mesma. Ex: a mortalidade 
infantil, sempre por mil nascidos vivos. 
 
As principais modalidades de indicadores de 
saúde são: 
 
 Mortalidade / sobrevivência 
 Morbidade / gravidade / 
incapacidade 
 Nutrição / crescimento e 
desenvolvimento 
 Aspectos demográficos 
 Condições socioeconômicas 
 Saúde ambiental 
 Serviços de saúde. 
 
7.1.1. Mortalidade 
 
Foi o primeiro indicador usado. É fácil de 
operar: a morte é clara e objetivamente 
definida e cada óbito tem de ser registrado. 
Há numerosos indicadores baseados na 
mortalidade. 
 
Limitações: 
 A morte é o último evento do 
processo saúde/doença e reflete 
imperfeitamente o processo. 
 Agravos/danos de baixa letalidade 
(dermatologia, oftalmologia, doença 
mental) são mal representados nas 
estatísticas de mortalidade. 
 Somente uma pequena parcela da 
população morre a cada ano (em 
geral, menos de 1%). Ao se estudar, 
por exemplo, a saúde escolar, 
morrem pouquíssimas crianças 
matriculadas na rede escolar. 
 Mudanças nas taxas ao longo do 
tempo são em geral muito pequenas e 
a mortalidade é pouco útil nas 
avaliações de curto e médio prazo. 
 
7.1.2. Morbidade 
 
É um conhecimento essencial, que permite: 
 Inferir os riscos de adoecer a que as 
pessoas estão sujeitas. 
 Obter indicações para investigações 
de seus fatores determinantes. 
 A escolha de ações adequadas. 
 
7.2. Proporção 
 
(Número de Casos / Número Total) 
 
Neste caso não há representação de risco, 
pois essa medida apenas dimensiona o 
quanto a parte (numerador) corresponde ao 
todo (denominador). Os casos não estão 
diretamente relacionados à população da 
qual procedem. Embora seja frequentemente 
utilizada, a sua interpretação é limitada 
 
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quando se deseja realizar comparações 
temporais e entre diferentes localidades. 
 
Exemplos: Proporção de Óbitos Neonatal 
Precoce, Tardio e Pós-Neonatal, por Regiões. 
 
7.3. Razão 
 
(Número de Casos de um Evento / Número 
de Casos de Outro Evento) 
 
Nesta medida de frequência, os valores 
utilizados representam eventos distintos que 
estão sendo comparados. 
 
Exemplo: Razão de Masculinidade para 
portadores de HIV 
1985 = 40/1 
1988 = 5/1 
1991 = 4/1 
1994 = 3/1 
 
8. SISTEMA DE INFORMAÇÃO 
 
Sistemas de Informação em Saúde (SIS) são 
um conjunto de componentes (estruturas 
administrativas e unidades de produção) que 
atuam de forma integrada e articulada com o 
propósito de obter e selecionar dados e 
transformá-los em informação. Possuem 
mecanismos e práticas próprias para a coleta, 
registro, processamento, análise e 
transmissão da informação. 
 
A informação é essencial para a tomada de 
decisões e, portanto, a instituição de um 
sistema de informação se trata de uma 
atividade “meio” e não “fim”. O 
funcionamento de um sistema de informação 
lembra as características de uma 
engrenagem: uma atividade complexa, com 
diversas etapas que se realizam de forma 
simultânea (coleta, registro, processamento, 
divulgação etc.), integrada e que apresentam 
um propósito comum. 
 
Um dos objetivos básicos dos SIS na 
concepção do SUS é possibilitar a análise da 
situação de saúde no nível local, regional e 
nacional. Dessa forma, deve-se ressaltar a 
necessidade de integração das diversas 
formas de coleta e interpretação de dados em 
todos estes níveis, de acordo com as 
informações obtidas. Neste sentido foram 
desenvolvidos esforços para que se 
operacionalizassem amplos sistemas de 
informação específicos (SIM, SINASC, 
SINAN, etc.). 
 
São exemplos de Sistema de Informação: 
 
 SIM – Sistema de Informação de 
Mortalidade; 
 SINASC – Sistema de Informação de 
Nascidos Vivos; 
 SIH – SUS – Sistema de Informação 
de Morbidade Hospitalar; 
 SINAN – Sistema de Informação de 
Agravos e Notificação; 
 CAT - Comunicação de Acidentes de 
Trabalho. 
 
9. VIGILÂNCIA 
EPIDEMIOLÓGICA 
 
Além de diagnosticar e tratar adequadamente 
um paciente é função de qualquer 
profissional de saúde, evitar que essa pessoa 
adoeça novamente. Para isso, as ferramentas 
são a educação em saúde, orientações para 
medidas de prevenção individual e 
intervenções na comunidade, reduzindo o 
risco coletivo de adquirir determinadas 
doenças. 
 
 
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Intervir na comunidade requer um 
conhecimento das reais necessidades dessa 
população, de modo que o primeiro passo é 
coletar informações que permitam definir 
quais serão os focos de atuação. A escolha de 
um agravo como foco para a intervenção 
depende não apenas de sua prevalência na 
região, mas também da sua gravidade, 
morbidadee da possibilidade de obtenção de 
resultados com a intervenção. 
 
Para descobrir se existem medidas capazes 
de diminuir a incidência do agravo e para 
escolher as melhores, é necessário entender o 
processo saúde-doença. Conhecendo os 
fatores etiológicos e desencadeantes da 
doença e a sua evolução, é possível planejar 
ações de prevenção e controle de ocorrência 
da doença. 
 
Três formas de atuação podem resultar do 
entendimento das causas de uma doença: 
podem ser adotadas medidas individuais 
como o isolamento e quarentena para um 
paciente, ou podem ser adotadas medidas 
coletivas, como a vacinação. E a terceira 
forma é uma medida que não interfere 
diretamente com o indivíduo, como o 
controle de vetores e o saneamento 
ambiental. 
 
Quando se encontra uma medida eficaz na 
redução do problema, é necessário ainda 
avaliar se o sistema é capaz de implantar a 
medida, avaliando o custo-benefício, e 
avaliar se haverá aderência da população à 
medida (caso seja necessária participação 
ativa da população). 
 
Uma vez implantada a ação, deve-se 
verificar o impacto que ela causa, se atinge 
ou não o objetivo inicial. Se bem-sucedido, o 
plano pode ser ampliado, estendido a outras 
comunidades ou, não havendo necessidade 
de mantê-lo, pode ser concluído. Se não foi 
concretizado o objetivo, deve-se prosseguir 
com a reestruturação do plano, adequando-o 
a sua finalidade. 
 
A retroalimentação das informações é a etapa 
final e consiste em devolver aos serviços de 
saúde e à comunidade, as informações 
coletadas e trabalhadas, um exemplo dessa 
ação é a divulgação do Boletim 
epidemiológico. 
 
São etapas da Vigilância Epidemiológica: 
 
 Identificar o problema de saúde 
pública e detectar epidemias; 
 Estimar a magnitude (morbidade e 
mortalidade) do agravo; 
 Identificar fatores de risco e agentes 
etiológicos; 
 Recomendar medidas necessárias 
para prevenir ou controlar o agravo; 
 Avaliar as medidas de intervenção; 
 Divulgação de informações 
pertinentes. 
 
A vigilância epidemiológica é o instrumento 
que permite intervir na população visando 
uma melhoria de seu perfil de saúde. A 
definição brasileira oficial para o termo é: 
 
O conjunto de ações que proporciona o 
conhecimento, a detecção ou a prevenção de 
qualquer mudança nos fatores determinantes 
e condicionantes de saúde individual ou 
coletiva, com finalidade de recomendar e 
adotar medidas de prevenção e controle de 
doenças ou agravos. 
 
 
 
 
 
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9.1. Atributos do sistema de 
vigilância 
 
A avaliação do evento em pesquisa se baseia 
em magnitude, transcendência e 
vulnerabilidade, já o sistema é avaliado 
segundo sua utilidade e qualidade que 
abrange sensibilidade, especificidade, 
representatividade, oportunidade, 
simplicidade, flexibilidade, confiabilidade e 
aceitabilidade. 
 
a) Do evento: 
 
Doenças de grande magnitude são aquelas 
com elevada frequência, que afetam grandes 
contingentes populacionais e se traduzem 
pela incidência, prevalência, mortalidade e 
anos potenciais de vida perdidos. 
 
O potencial de disseminação de uma doença 
se expressa pela sua transmissibilidade 
através de vetores ou outras fontes de 
infecção, colocando em risco outros 
indivíduos. 
 
Transcendência é o conjunto de 
características do agravo que justificam 
medidas de prevenção ou controle, como 
severidade (medida pelas taxas de letalidade, 
hospitalizações e sequelas), relevância social 
(estigmatização, medo, indignação), 
relevância econômica (restrições comerciais, 
perdas de vidas, absenteísmo ao trabalho, 
custo de diagnóstico e tratamento). 
 
Doenças de vulnerabilidade são aquelas que 
respondem às ações de prevenção, 
permitindo a atuação efetiva dos serviços de 
saúde sobre a população. 
 
 
 
 
b) Do sistema: 
 
A utilidade do sistema é a sua capacidade de 
cumprir seu objetivo de prevenção e controle 
de agravos. E, quanto à qualidade do 
sistema: 
 
 Sensibilidade: é a capacidade de 
detectar casos verdadeiros do evento. 
 Especificidade: capacidade de 
excluir aqueles que não são casos. 
 Representatividade: capacidade de 
detectar o evento dentro da 
população permite observar se o 
sistema não capta apenas 
determinado parcelas da população, 
produzindo vieses de seleção. 
 Oportunidade: é a capacidade do 
sistema de agir no momento 
adequado, no momento correto para 
atingir o objetivo ou impacto 
desejado. 
 Simplicidade: deve ser utilizada 
como princípio orientador, sem 
desprezar a importância de obter 
informações de qualidade. 
 Flexibilidade: capacidade de se 
adaptar às mudanças na realidade da 
população. 
 Confiabilidade: acurácia de 
informação. 
 Aceitabilidade: capacidade de obter 
a participação dos envolvidos. 
 
 
9.2. Tipos de Dados 
 
A obtenção de dados é essencial para 
subsidiar o desencadeamento de ações de 
prevenção e controle, e sua qualidade 
depende do local de coleta. 
 
 
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 Dados Demográficos e Ambientais: 
permitem quantificar a população 
(número de habitantes e 
características de sua distribuição, 
condições de saneamento, climáticas, 
ecológicas, habitacionais e 
culturais). 
 Dados de Morbidade: podem ser 
obtidos através de notificação de 
casos e surtos, de produção de 
serviços ambulatoriais e 
hospitalares, de investigação 
epidemiológica, de busca ativa de 
casos, de estudos amostrais e de 
inquéritos. 
 Dados de Mortalidade: obtidos 
através das declarações de óbitos 
(Sistema de Informações sobre 
Mortalidade). 
 Notificação de Surtos e Epidemias: 
possibilita a constatação de elevação 
da incidência de uma patologia, ou a 
introdução de outras doenças na 
região, identificando epidemias, para 
a adoção imediata das medidas de 
controle. 
 
9.3. Fonte de dados 
 
Busca Ativa: quando buscamos das 
informações nos locais: 
 
 Sistema de informação de pacientes: 
unidade de internação 
 Laboratório 
 Arquivos médicos: diagnóstico de 
alta 
 Exames enviados para laboratório da 
saúde pública regional 
 Farmácia: a prescrição de 
rifampicina, por exemplo, é 
controlada 
 Ambulatórios 
 Sistema de notificação de doenças 
Busca Passiva: quando recebemos 
informações de: 
 
 Profissionais da saúde (enfermeiros, 
médicos); 
 Funcionários; 
 Outros (população, imprensa). 
 
9.4. Definição de caso 
 
Caso é a manifestação individual de uma 
doença, e para a vigilância epidemiológica é 
o exemplo de ocorrência do problema de 
saúde pública que é o objeto do estudo. 
 
A definição de um evento como caso 
suspeito, caso confirmado ou como não 
sendo um caso é feita por critérios 
padronizados, clínicos ou laboratoriais. A 
sensibilidade desses critérios se refere à 
capacidade de detectar todos os casos 
verdadeiros, e a especificidade, à capacidade 
de não incluir como casos os indivíduos que 
não apresentam a doença. 
 
10. SISTEMA NACIONAL DE 
VIGILÂNCIA 
EPIDEMIOLÓGICA (SNVE) 
 
O SNVE abrange o conjunto integrado de 
instituições do SUS, que direta ou 
indiretamente,notificam ou orientam 
condutas para o controle de doenças. Esse 
sistema está centrado no desencadeamento 
de ações a partir de notificação compulsória 
de agravos à saúde. 
 
Alguns modelos especiais são empregados 
para complementar e aprimorar as 
informações da vigilância epidemiológica, 
como exemplos temos a Vigilância 
epidemiológica das doenças transmissíveis, a 
vigilância de infecções hospitalares, e a 
 
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vigilância sentinela, aplicada a infecções 
crônicas e silenciosas como a infecção pelo 
HIV. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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EPIDEMIOLOGIA 
 
Avaliação 
 
1) São objetivos da Epidemiologia, 
EXCETO: 
 
a) Abordar a célula a nível individual; 
b) Proporcionar dados essenciais para o 
planejamento, execução e avaliação 
das ações de prevenção, controle e 
tratamento das doenças, bem como 
para estabelecer prioridades; 
c) Identificar fatores etiológicos na 
gênese das enfermidades; 
d) Descrever a distribuição e a 
magnitude dos problemas de saúde 
nas populações humanas. 
 
2) Assinale a alternativa que mostra a 
definição de CASO: 
 
a) Definição de um evento que não seja 
um caso suspeito; 
b) São dados essenciais que servem para 
tratar as doenças a nível individual; 
c) É a manifestação individual de uma 
doença, e para a vigilância 
epidemiológica é o exemplo de 
ocorrência do problema de saúde 
pública que é o objeto do estudo; 
d) Todas as alternativas acima estão 
corretas. 
 
3) Falamos de busca passiva quando 
recebemos informações de: 
 
a) Sistema de informação de pacientes: 
unidade de internação; 
b) Exames enviados para laboratório da 
saúde pública regional; 
c) Sistema de notificação de doenças; 
d) Profissionais de saúde. 
 
4) São fatores que aumentam a taxa 
de prevalência: 
 
a) Diminuição da duração da doença; 
b) Aumento da incidência; 
c) Aumento da taxa de cura da doença; 
d) Aumento da letalidade. 
 
5) Os estudos epidemiológicos 
descritivos ou não experimentais 
concentram-se na coleta e arranjo 
sistemático das três classes de 
fatores gerais do processo saúde/ 
doença. Que fatores são esses? 
 
a) Agente; 
b) Hospedeiro; 
c) Ambiente, em seus aspectos 
quantitativos; 
d) Todos os itens acima citados são 
fatores gerais do processo 
saúde/doença. 
 
6) Uma das grandes dificuldades do 
profissional de saúde é medir o 
padrão de vida, ou nível de vida, da 
população com a qual trabalha. 
Isso é possível com: 
 
a) Informações sobre o hospital de 
referência da região mais próxima; 
b) Abordagem do processo 
saúde/doença a nível individual; 
c) Coeficiente de letalidade; 
d) Indicadores de saúde. 
 
7) Não haveria avanços na clínica sem 
os estudos epidemiológicos, mas 
estes não existiriam sem os avanços 
na clínica. Mas, qual a principal 
diferença entre elas? 
 
a) Não há diferença, uma vez que elas 
se completam; 
 
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b) A clínica aborda a doença a nível 
individual, a epidemiologia aborda o 
processo saúde-doença em grupos de 
pessoas que podem variar de 
pequenos grupos até populações 
inteiras; 
c) A clínica aborda o processo saúde-
doença em grupos de pessoas que 
podem variar de pequenos grupos até 
populações inteiras; a epidemiologia 
aborda a doença a nível individual. 
d) Todas as alternativas acima estão 
corretas. 
 
Caso 1 (questões 08 e 09): 
 
Durante o ano de 2015 foram identificados 
300 casos novos de hanseníase no município 
X, dos quais 20 receberam alta no mesmo 
ano. Em 31 de dezembro de 2015 estavam 
registrados 450 pacientes no programa de 
controle de Hanseníase do município X, com 
população estimada em 354.250 habitantes. 
Desses 450, 170 pessoas haviam sido 
diagnosticadas em 2014 e até o final de 2015 
não haviam recebido alta. 
 
8) Qual o resultado do cálculo da 
Incidência da doença? 
 
a) 26,4/ 100.000 hab.; 
b) 4,8/ 100.000 hab.; 
c) 62,1/ 100.000 hab.; 
d) 84,6/ 100.000 hab.; 
 
9) Qual o resultado do cálculo da 
Prevalência da doença? 
 
a) 473/ 100.000 hab.; 
b) 39,6/ 100.000 hab.; 
c) 127/ 100.000 hab.; 
d) 58,4/ 100.000 hab.; 
 
10) Facilita as comparações e 
interpretações. É a expressão em 
números de um determinado 
evento (mortalidade, morbidade) 
com um referencial fixo ou 
determinado. De que tipo de 
frequência estamos falando: 
 
a) Frequência severa; 
b) Frequência relativa; 
c) Frequência absoluta; 
d) Frequência prevalente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Referências 
 
1- ALMEIDA FILHO, N; 
ROUQUAYROL, MZ. Introdução à 
epidemiologia. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, 2006. 
2- BEAGLEHOLE, R.; KJELLSTRÖN, 
T.; BONITA, R. Epidemiologia 
básica. São Paulo: Livraria Santos, 
2007. 
3- CAMARGO, Ana Cláudia. 
Principais temas em epidemiologia 
para residência médica. São Paulo: 
Medcel, 2008. 
4- CAMPOS, G. W. de S. et alli. 
Tratado de Saúde Coletiva. São 
Paulo: Hucitec, Rio de Janeiro: Ed. 
FIOCRUZ, 2006. 
5- MEDRONHO, Roberto A. 
Epidemiologia. São Paulo: Atheneu, 
2006. 
6- PEREIRA, Maurício Gomes. 
Epidemiologia: teoria e prática. Rio 
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. 
7- PEREIRA, Maurício Gomes. 
Epidemiologia: teoria e prática. Rio 
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. 
8- ROUQUAYROL, M.Z.; ALMEIDA 
FILHO, N.A. Epidemiologia e 
Saúde. Rio de Janeiro: MEDSI, 
2006. 
9- VILLAR, Gabriela; MORRONE, 
André. Principais temas em 
epidemiologia para residência 
médica: volume 1. São Paulo: 
Medcel, 2006.

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