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MONOGRAFIA SOBRE A INFLUÊNCIA DAS REDES SOCIAIS NA ESCRITA

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO - UEMA 
CENTRO DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS 
PROGRAMA DARCY RIBEIRO – PDR 
CURSO DE LETRAS 
 
 
 
 
ARTHUR DOS SANTOS BRITO 
 
 
 
A INTERFERÊNCIA DAS REDES SOCIAIS NA REPRESENTAÇÃO GRÁFICA 
DAS PALAVRAS EM TEXTOS ESCOLARES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rosário 
2016 
ARTHUR DOS SANTOS BRITO 
 
 
 
 
 
 
 
 
A INTERFERÊNCIA DAS REDES SOCIAIS NA REPRESENTAÇÃO GRÁFICA 
DAS PALAVRAS EM TEXTOS ESCOLARES 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao 
Curso de Letras do Programa Darcy Ribeiro da 
Universidade Estadual do Maranhão para 
obtenção do título de Licenciado em Letras, com 
habilitação em Língua Inglesa. 
 
Orientador: Prof. Esp. Renato Gomes dos 
Santos 
 
 
 
 
 
Rosário 
2016 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Brito, Arthur dos Santos. 
 A interferência das redes sociais na representação gráfica das palavras 
em textos escolares./ Arthur dos Santos Brito – Rosário, 2016. 
 
 61f 
 
 TCC – Trabalho de Conclusão de Curso – Curso de Letras, Universidade 
Estadual do Maranhão: Programa Darcy Ribeiro, 2016. 
 
 Orientador: Prof. Esp. Renato Gomes dos Santos 
 
 1.Redes Sociais. 2.Norma Padrão. 3.Internetês. I.Título 
 
 CDU: 372.41 
ARTHUR DOS SANTOS BRITO 
 
A INTERFERÊNCIA DAS REDES SOCIAIS NA REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DAS PALAVRAS EM TEXTOS 
ESCOLARES 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao 
Curso de Letras do Programa Darcy Ribeiro da 
Universidade Estadual do Maranhão para 
obtenção do título de Licenciado em Letras, com 
habilitação em Língua Inglesa. 
 
Aprovado em: ____/____/____ 
 
 
 
Prof. Esp. Renato Gomes dos Santos (Orientador) 
Programa Darcy Ribeiro - UEMA 
 
 
 
1ª avaliador (a) 
Programa Darcy Ribeiro - UEMA 
 
 
2ª avaliador (a) 
Programa Darcy Ribeiro - UEMA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A todos os professores do curso, quе foram 
tão importantes na minha vida acadêmica е 
no desenvolvimento desta monografia. Ao 
meu orientador que foi de muita valia para 
conclusão deste trabalho, e a minha 
progenitora que muito me apoia e me a ajuda 
lutar e não desistir. 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
Agradeço aos meus professores e ao meu orientador, que foram 
importantíssimos na minha formação acadêmica. 
Agradeço aos meus colegas de classe pelas trocas de experiências 
vividas. 
Agradeço a minha família, especialmente a minha mãe. 
Agradeço a minha linda namorada, por estar sempre me dando 
ânimo para não desistir, haja vista a dificuldade de conciliação de tempo necessário 
para conclusão desta monografia com a prática docente no ensino fundamental e 
outra formação superior em Direito. 
Mais uma etapa foi vencida. Agora se mudam as metas e as experiências 
para novas conquistas. E venho a agradecer a todos que participaram, direta ou 
indiretamente, desta minha longa caminhada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 “Saber o que sabes não é nada, se outro não souber que o sabes”. 
Pérsio, escritor romano que viveu entre 34-62. 
RESUMO 
A pesquisa acerca da interferência das redes sociais na representação gráfica das palavras em textos 
produzidos em sala de aula tem por finalidade compreender a evolução da linguagem do internetês e 
verificar se ela interfere na escrita de seus usuários em textos formais. Para esta análise, aplicaram-
se questionários para traçar o perfil do usuário e do não usuário da internet com vista à participação 
em algum tipo de rede social, a fim de se constatar a interferência que tal uso possa refletir na 
produção de textos em sala, considerando o domínio linguístico e a riqueza de ideias. Além disso, 
foram feitas coletas de textos produzidos em sala de aula em duas escolas do Ensino Médio da rede 
pública da cidade de Rosário, MA, a fim de analisá-los, sobretudo, os dos usuários da internet para 
constatar a hipótese de interferência. Fez-se relevante destacar os argumentos teóricos da Gramática 
Normativa e Descritiva explicitados por Possenti (1996, 2010), Perini (1996), Bagno (2000); da 
concepção de virtual, rede social (LEVY, 1999), (FREITAS, 2005), (ANDRADE, 2005); o internetês 
(MIGLIO, 200), (MARCUSCHI, 2010), (MARCONATO, 2015). 
 
Palavras-chave: Redes sociais. Norma padrão. Internetês. 
 
 
 
ABSTRACT 
 
The research about the interference of social networks in the graphic representation of the words in 
texts produced in class aims to understand the evolution of the language of internetês and see if it 
interferes with the writing of its members in formal texts. For this analysis, were applied questionnaires 
to trace the user's profile and no internet user and to participate in some kind of social network, in 
order to verify the interference that such use may reflect in the production of texts in class, considering 
the linguistic field and wealth of ideas. In addition, samples were taken from texts produced in class in 
two high school public schools of Rosario, MA, in order to analyze them, above all, of Internet users to 
establish the possibility of interference. There was important to highlight the theoretical arguments of 
Normative and Descriptive Grammar explained by Possenti (1996, 2010), Perini (1996) Bagno (2000); 
virtual design, social network (LEVY, 1999) (FREITAS, 2005), (ANDRADE, 2005); the internetês 
(MIGLIO, 200), (MARCUSCHI, 2010), (MARCONATO, 2015). 
 
Key-words: Social networks. Standard Norm. Internetes. 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................10 
2 A LÍNGUA PORTUGUESA CONTEMPORÂNEA ÀS REDES SOCIAIS...............16 
2.1 O surgimento das redes sociais........................................................................19 
2.2 A linguagem da internet.....................................................................................21 
2.3 Internetês: um fenômeno linguístico................................................................23 
3 LÍNGUA PORTUGUESA, AMBIENTE VIRTUAL E AMBIENTE ESCOLAR.........24 
3.1 Postura linguística nos ambientes virtual e escolar.......................................24 
3.2 O ambiente virtual aliado ao ambiente escolar...............................................25 
3.3 A influência do ambiente virtual no ambiente escolar...................................29 
4 ANÁLISE E CONSIDERAÇÕES DOS RESULTADOS..........................................33 
4.1 Competência linguística: vocabulário simples, ortografia e redundância...35 
4.2 Competência textual: produção, inferência e progressão.............................39 
4.3 Considerações dos resultados.........................................................................41 
5 CONCLUSÃO.........................................................................................................42 
REFERÊNCIAS..........................................................................................................44 
APÊNDICES E ANEXO.............................................................................................47 
APÊNDICE I – Questionário aplicado.....................................................................48APÊNDICE II – Gráfico.............................................................................................49 
Anexo III – Textos produzidos pelos alunos.........................................................51 
 
 
 
 
 
FIGURAS 
 
FIGURA 1...................................................................................................................35 
FIGURA 2...................................................................................................................36 
FIGURA 3...................................................................................................................36 
FIGURA 4...................................................................................................................37 
FIGURA 5...................................................................................................................37 
FIGURA 6...................................................................................................................37 
FIGURA 7...................................................................................................................38 
FIGURA 8...................................................................................................................38 
FIGURA 9...................................................................................................................39 
FIGURA 10.................................................................................................................40 
FIGURA 11.................................................................................................................41 
 
 
 
10 
 
1 Introdução 
A linguagem é dinâmica e a língua é um elemento vivo de comunicação 
que sofre constantes modificações com o passar do tempo no aspecto semântico-
lexical provenientes do surgimento das diversas variedades dialetais surgidas da 
sociedade em constante evolução. Sendo assim, diante de novas evoluções do uso 
da linguagem em ambiente virtual, pode-se levantar um questionamento sobre o 
aparecimento das TICS e, por conseguinte, o porquê do número elevado de 
usuários das redes sociais e suas abreviações de palavras para dar mais velocidade 
à informação e se esse uso em demasia seria capaz de interferir na representação 
gráfica das palavras em ambiente onde o padrão escrito da língua portuguesa é 
priorizado, mais especificamente no ambiente escolar. 
A Língua Portuguesa no Brasil é resultado de um longo processo histórico 
da colonização, em que as miscelâneas de heranças lexicais greco-latinas 
contribuíram efetivamente para a língua que se tem hoje. Além disso, dentro do 
contexto da internet e as novas formas de comunicação, o homem vem inovando 
cada vez mais na sua forma de se comunicar, o que permite fazer uma abordagem 
sobre as novas maneiras de interação por meio das tecnologias de informação e 
comunicação - TIC’S e o seu impacto na escrita da Língua Portuguesa. 
Atualmente, as pessoas se comunicam por meio da utilização do 
computador com internet de alta velocidade, visto a evolução espantosa desse meio 
de comunicação, bem como de tablets, telefones, celulares androids dotados de 
aplicativos (gadgets) que permitem qualquer interatividade em tempo real. De 
acordo com Levy (1994 p.74): 
Novas maneiras de pensar e de conviver estão sendo elaboradas no mundo 
das comunicações e da Informática. As relações entre os homens, o 
trabalho, a própria inteligência dependem, na verdade, da metamorfose 
incessante de dispositivos informacionais de todos os tipos. Escrita, leitura, 
visão, audição, criação e aprendizagem são capturados por uma Informática 
cada vez mais avançada. 
A partir desse contexto, observou-se a necessidade de repensar como 
vem sendo a disseminação da escrita nos contextos dispostos através da internet, 
sobretudo, nas redes sociais e qual o real impacto do uso contínuo desses 
ambientes virtuais na escrita de alunos do ensino médio. 
11 
 
Urge dizer que as redes sociais também são usadas por crianças e 
adolescentes que ainda se encontram em fase de alfabetização, tendo um 
vocabulário reduzido, e até desconhecido de palavras na sua forma escrita padrão. 
De acordo com a Psicopedagoga Vanessa de Almeida Riboli Beirgo 
citada em publicação online1 em artigo da Revista Focomagazine (2013, p. 01), 
ressalta que “a visualização de muitas das palavras de nossa língua é fundamental, 
pois, a escolha da grafia correta está ligada à memória visual”. Nesse sentido, nas 
redes sociais o que se vê são muitas palavras sendo apresentadas de forma 
diferente do seu padrão original. Sendo assim, como explicita a psicopedagoga, a 
visualização das palavras reflete na memória visual do indivíduo em relação a sua 
representação gráfica. Acaba-se absorvendo algumas formas que fogem da norma 
padrão, visto que a forma correta ainda não lhe foi apresentada em textos escolares 
em seus diversos gêneros ou em outros meios informativos, podendo assim, causar 
uma confusão no processo da escrita de textos escolares. 
Por sua vez, é imprescindível esclarecer o que vem a ser a norma culta - 
expressão muito utilizada para definir um modelo de escrita privilegiada. O 
pesquisador Marcos Bagno2 (2013, p. 72) traz um conceito do que vem a ser a 
normal culta. A saber: 
O primeiro desses conceitos é o que poderíamos chamar do senso comum, 
tradicional ou ideológico, e é aquele que tem mais ampla circulação na 
sociedade. Na verdade, trata-se muito mais de um preconceito do que de 
um conceito propriamente dito. E que preconceito é esse? É o preconceito 
de que existe uma única maneira “certa” de falar a língua, e que seria 
aquele conjunto de regras e preceitos que aparece estampado nos livros 
chamados gramáticas. Por sua vez, essas gramáticas se baseariam, 
supostamente, no uso feito por um grupo muito especial e seleto de 
pessoas, os grandes escritores da língua, que também costumam ser 
chamados de “os clássicos”. Inspirados nos usos que aparecem nas 
grandes obras literárias, sobretudo do passado, os gramáticos tentam 
preservar esses usos compondo com eles um modelo de língua, um padrão 
a ser observado por todo e qualquer falante que deseje usar a língua de 
maneira “correta”, “civilizada”, “elegante” etc. É esse modelo que recebe, 
tradicionalmente, o nome de norma culta. 
 
Na concepção do autor, esse conceito é visto mais como um preconceito. 
Além disso, o linguista também traz uma definição de norma-padrão em seu citado 
 
1
SANTOS, José. LINGUAGEM, Influência do internetês vai além da ortografia. Disponível em:< 
http://www.focomagazine.com.br/materia/925/linguagem-influecircncia-do-internetecircs-vai-
aleacutem-da-ortografia>. 10 dez. 2015. 
2
 BAGNO, Marcos. Norma Linguística & Preconceito: questões de terminologia: Revista, Produção 
online: Veredas, revista de estudos linguísticos, juiz de fora, v.5, n.2, p. 72. 
12 
 
artigo3. “A norma-padrão que ainda vigora no imaginário brasileiro se compõe de um 
conjunto de regras que, cada vez mais, parecem estranhas para o falante nativo do 
português brasileiro, mesmo para o falante urbano escolarizado.” 
Dentro do que vem a ser norma-padrão, encaixa-se o conceito de 
gramática normativa, que é aquela que prescreve as regras e normas gramaticais de 
uma língua. Ela admite apenas uma forma correta para a realização da língua, 
tratando as variações como erros gramaticais. Atualmente é muito criticada por 
diversos gramáticos, pois já se admitem outras gramáticas como a descritiva, a 
gerativa, funcional etc. 
A Gramática Normativa toma como base as regras gramaticais 
tradicionais e o uso da língua por dialetos de prestígio como, por exemplo,obras 
literárias consagradas, textos científicos, discursos formais etc. As variedades 
linguísticas faladas são tratadas como desvio da norma até que sejam 
dicionarizadas e oficialmente acrescentadas às regras gramaticais da língua. 
No entanto, tal gramática precisa ser relativizada, para que perca essa 
visão do senso comum de gramática difícil de ser entendida e aprendida, dificultando 
assim o seu aprendizado, já que o alunado já tem uma visão temerosa daquela. 
Em paralelo a tal situação, houve a expansão da internet e, 
principalmente, das redes sociais, mais precisamente, nesta última década, 
causando a necessidade de se usar, no mundo virtual, uma linguagem que 
proporcionasse agilidade na comunicação entre seus usuários, linguagem esta 
denominada, internetês. 
Notou-se, também, que a quantidade de alunos com perfis cadastrados 
em algum tipo de rede social é bem expressiva. O uso dessas redes sociais na 
educação ainda é pouco utilizado e de forma mais visível em relação aos alunos de 
escolas públicas; pontuo-se também que a principal finalidade desses ambientes 
virtuais, conforme afirma Juliani (2012) continua sendo o entretenimento. Entretanto, 
é perceptível que os educadores têm pouco conhecimento sobre as possibilidades 
que o uso dessas ferramentas tecnológicas e interacionais, como as redes sociais, 
podem proporcionar à educação. Utilizá-las ou mesmo aumentar sua utilização nas 
salas de aula pode melhorar métodos de ensino, tirando o aluno da monotonia das 
 
3
 BAGNO, Marcos. Norma Linguística & Preconceito: questões de terminologia: Revista, Produção 
online: Veredas, revista de estudos linguísticos, juiz de fora, v.5, n.2, p.81. 
13 
 
aulas que muitas vezes ainda se encontram num método de ensino tradicional difícil 
de ser abandonado. 
Neste trabalho de conclusão de curso, buscou-se base teórica em 
diversos autores sobre o tema corrente, como Maria Lúcia da Cunha Victório de 
Oliveira Andrade no seu artigo “Textos construídos na internet oralidade ou escrita? 
”, que aborda a natureza do hipertexto, desvelando sua natureza e objetivando 
promover um novo olhar para os estudos e pesquisas sobre esse gênero que se tem 
mostrado como um espaço novo e diferenciado de escrita. A partir disso, passa-se a 
entender o papel da Linguística e das Ciências da Linguagem para que se possa 
conhecer de maneira mais eficaz o gênero hipertextual, na medida em que a 
sociedade é influenciada a cada dia em suas práticas linguísticas. 
Para tratar sobre o tema das Redes Sociais na Educação buscou-se 
subsídio teórico em Eder Maia Lorenzo, que explicitara que as redes surgem como 
opção a ser empregada no ambiente educativo. As redes sociais, sobretudo aquelas 
focalizadas em relações virtuais por meio do ciberespaço, podem originar subsídios 
e processos no cenário pedagógico moderno. 
Investigando a linguagem da internet usada nas conversas de chat, 
Gabriel Othero esclarecera que a Língua Portuguesa, nesses ambientes, passa a 
ser reconhecida como uma nova linguagem: o “internetês”, o linguajar da internet. 
Nesse sentido, a internet também criou sua variante da língua. 
Para a realização deste TCC, teve-se por objetivo geral analisar a 
linguagem peculiar da internet, o Internetês, focalizando se ela influencia a forma de 
escrita em contextos formais de comunicação. 
Constituíram-se como objetivos específicos desse trabalho: i) 
compreender a evolução das redes sociais na sociedade contemporânea e sua 
implicatura na educação; ii) especificar os traços da escrita no ambiente escolar e no 
ambiente virtual; iii) compreender de que forma o uso continuo do internetês pode 
influenciar a maneira de se escrever na sala de aula, onde o uso do texto formal é 
preponderante. 
O processo metodológico baseou-se por meio de pesquisas exploratórias 
(GIL, 2002) que tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema 
de estudo, com vista a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses. 
Pode-se dizer que tais pesquisas têm como objetivo principal o 
aprimoramento de ideias ou a descoberta de intuições. Seu planejamento é, 
14 
 
portanto, bastante flexível, de modo que possibilite a consideração dos mais 
variados aspectos relativos ao fato estudado. 
Na maioria dos casos, essas pesquisas envolvem: (a) levantamento 
bibliográfico; (b) entrevistas com pessoas que têm experiências práticas com o 
objeto de estudo pesquisado. O ambiente para a aplicação da entrevista foi o 
escolar. Embora o planejamento da pesquisa exploratória seja bastante flexível, na 
maioria dos casos assume a forma de pesquisa bibliográfica ou de estudo de caso. 
Já a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já 
elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Embora em 
quase todos os estudos seja exigido algum tipo de trabalho dessa natureza, há 
pesquisa desenvolvida exclusivamente a partir de fontes bibliográficas, o que não foi 
o caso deste trabalho. Boa parte dos estudos exploratórios pode ser definida como 
pesquisas bibliográficas. 
Sendo assim, tal estudo possibilita focalizar a realidade de forma profunda 
e contextualizada, utilizando-se de várias fontes de informação, sejam elas, através 
de sites especializados no tema, tais como: Revista Eletrônica; e pesquisa 
bibliográfica na qual aprofundam e discutem o tema. Dessa forma, utilizou-se artigos 
acadêmicos disponibilizados virtualmente, os quais foram de grande valia para o 
desenvolvimento deste trabalho. 
Além do mais, como forma de constatar algumas evidências de uso 
reiterado do internetês e sua influência na escrita, foram feitas análises de 
produções textuais de alunos de nível médio, além da aplicação de um questionário 
para esses estudantes de duas escolas da rede pública municipal, Unidade Escolar 
Professor Joaquim Santos e o Complexo Educacional Raimundo João Saldanha, 
ambas localizadas na cidade de Rosário. 
Este Trabalho de Conclusão de Curso está organizado em capítulos, no 
qual constata um panorama de fundamentação teórica, leituras sobre gênero 
hipertexto, a linguagem da rede social e a escrita de textos escolares; no capítulo 
seguinte, têm-se os resultados e discussões analíticas; conclusões sobre o TCC e 
proposições que poderão ampliar as sementes desta pesquisa, pois esta é apenas 
um princípio que suscitar outras evocações de informações e de comunicação de 
outras investigações sobre o tema. 
Capítulo II – A LÍNGUA PORTUGUESA CONTEMPORÂNEA ÀS REDES 
SOCIAIS - apresentam-se reflexões acerca do fenômeno conhecimento como 
15 
 
internetês que vem se instalando nas conversas virtuais e seus congêneres, tendo 
em vista que tal fenômeno faz parte do dinamismo da contemporaneidade vigente. 
Capítulo III – LÍNGUA PORTUGUESA, AMBIENTE VIRTUAL E 
AMBIENTE ESCOLAR – discute-se a relevância do uso do ambiente virtual em prol 
de uma evolução na forma de como se usam as palavras em seus diversos 
contextos textuais, e a importância do conhecimento dos gêneros textuais e seus 
usos. Atentando-se para o fato do fenômeno do internetês ser um novo gênero 
textual surgido a partir do aparecimento das salas de bate-papo e, por conseguinte, 
das redes virtuais mais modernas, e que o mesmo tem uma maneira peculiar de se 
usar as palavras, abeirando-se para que tal maneira peculiar não altere as formas 
estruturais dos vocábulos no seu uso original dicionarizado e formal. 
Capítulo IV – ANÁLISE E CONSIDERAÇÕES DOS RESULTADOS – 
Para confirmar os objetivos deste TCC, apresentam-se as análises de textos 
coletados de estudantes de ensino médio, além da aplicação de questionário que 
tinha comofoco saber se o entrevistado concorda ou não que o internetês e as 
redes sociais podem interferir na representação gráfica das palavras em textos 
escolares. 
Conclusão - Ao considerar os fundamentos teóricos, objetivos corpora e 
os interesses de análises desta pesquisa, observou-se o impacto pouco relevante 
causado pelo uso do internetês a respeito da representação gráfica das palavras 
com as mesmas característica deste novo fenômeno da linguagem, no entanto, há 
ainda muito a se observar e analisar, mas já se faz sentir que poderá haver 
mudanças de comportamento do uso das palavras no ambiente escolar em relação a 
dúvidas ortográficas, incoerência de ideias, dificuldades de produção e leitura. 
Nesse sentido, a conscientização do uso da norma padrão e do internetês deve se 
ater ao ambiente adequado, para que nenhum nem outro se entrelacem causando 
interferência na transmissão da mensagem desejada e incoerência de pensamentos. 
 
 
 
 
 
16 
 
2 A LÍNGUA PORTUGUESA CONTEMPORÂNEA ÀS REDES SOCIAIS 
Quando se fala em ensino de Língua Portuguesa, o que se reporta à 
memória é o ensino de gramática normativa, sendo aquela que prescreve normas 
gramaticais de uma língua. A gramática normativa estabelece apenas uma forma 
para a realização da escrita de um léxico de uma dada língua. Hodiernamente, a 
ideia de gramática normativa purista é muito criticada por alguns gramáticos, pois já 
se admitem outras variedades de gramáticas como a descritiva, a gerativa, a 
reflexiva, a funcional. Nesse sentido, também é importante destacar que embora as 
gramáticas normativas sejam comuns no ensino formal de uma língua, 
a sociolinguística vem favorecendo o estudo da língua como ela realmente é falada, 
e não como ela "deveria" ser. 
A Gramática Normativa toma como base as regras gramaticais 
tradicionais e o uso da língua por dialetos de prestígio como, por exemplo, obras 
literárias consagradas, textos científicos, discursos formais, etc. As variedades 
linguísticas faladas são tratadas em segundo plano como desvio da norma até que 
sejam dicionarizadas e oficialmente acrescentadas às regras gramaticais da língua. 
Nesse sentido, é possível dizer que as abreviações das palavras e outras 
formas de uso utilizadas nas redes sociais transgridem a norma padrão? Ou é 
apenas um novo gênero textual típico deste ambiente de comunicação? 
Para os gramáticos puristas a resposta para a primeira pergunta seria 
sim, no entanto, para os linguistas e sociolinguísticas e até alguns gramáticos mais 
abertos às novas formas de comunicação entendem que não, que é apenas uma 
nova forma de se comunicar por meio da linguagem, dada a partir de uma 
necessidade específica do falante, portanto, uma linguagem adaptada a tal ambiente 
virtual, dotada de características do novo século, que é a velocidade da informação. 
A Gramática Normativa é uma disciplina e tem por finalidade codificar o 
uso do idioma, induzindo as normas que representam o ideal da expressão correta. 
As regras da gramática normativa são fundamentadas nas obras dos grandes 
escritores, em que é colocado um ideal de perfeição da língua como se não 
houvesse variações de pessoa para pessoa, dependendo do meio e do contexto. 
O estudo da língua portuguesa é obrigatório nas salas de aulas das 
escolas brasileiras com base na gramática normativa, tendo esta a função de 
estabelecer regras para o uso da língua, sendo, então, a mais usada em salas de 
17 
 
aula como forma de padronizar a utilização da língua materna. Segundo Possenti, 
(1996, p. 17) "o objetivo da escola é ensinar o português padrão, ou, talvez mais 
exatamente, o de criar condições para que ele seja aprendido. Qualquer outra 
hipótese é um equívoco político e ideológico". 
Na concepção de Marcos Bagno4, é importante diferenciar norma-culta da 
norma-padrão, pois ainda há várias confusões com esses dois conceitos. 
 
É preciso distinguir a "norma culta", que é a língua falada e escrita pelos 
brasileiros com acesso à cultura letrada, da "norma-padrão", fonte de 
preconceito social, que não é língua de ninguém, é só um ideal de língua, 
cada vez mais distante e difícil de ser alcançado - quase um saber 
esotérico! Não se pode confundir o uso real, autêntico, empiricamente 
coletável da língua por parte dos falantes privilegiados (a norma culta), do 
modelo idealizado de língua "boa”, arbitrariamente definida pelos gramáticos 
normativistas. 
Vista por outro ângulo, por exemplo, pelos linguistas, a gramática 
normativa tem sofrido muita crítica por parte dos estudiosos da língua em uso. A 
crítica é tão grande que esses especialistas chegam muitas vezes a ser mal 
interpretados. São vistos com “antigramáticos”, como se fossem contra o ensino da 
gramática normativa nas escolas, o que não é verdade. O que há de errado com a 
gramática, segundo os linguistas, dentre eles Perini, é a forma como ela é elaborada 
e consequentemente ensinada. 
Para Perini (1996), elas são arcaicas, tanto na descrição que oferecem 
quanto nas teorias em que se baseiam. Em seu livro Sofrendo a Gramática (1997), 
Perini chega a explicitar os três grandes defeitos trazidos pelas gramáticas: i) 
objetivos mal colocados; ii) metodologia inadequada; iii) falta de organização lógica. 
São muitos defeitos quando se sabe que se trata de um manual que acompanha 
toda a vida escolar do aluno e que se dispõe a ensinar, a falar e a escrever 
corretamente. Por conta de tanto equívoco, a gramática normativa é sempre 
estudada e nunca aprendida. 
Nessa perspectiva, é indispensável a revisão das gramáticas utilizadas 
em sala de aula, visto a evolução natural da língua e o surgimento de uma nova 
forma de representar as palavras em meio virtual. 
Sobre esta temática, Júlio Ribeiro (1881, p. 01) afirma que: 
 
4
 Bagno, Jornal Extra Classe, entrevista. A gramática rebelde. Disponível em: < 
http://www.extraclasse.org.br/edições/2008/03/a-gramática-rebelde/> 
18 
 
Nós começamos a aprendizagem da fala, aprendendo a entender as 
palavras que ouvimos pronunciar aos outros; depois aprendemos a 
pronunciá-las nós próprios, e a coordená-las, como os outros fazem, pra 
exprimir as nossas impressões, os nossos pensamentos. Um pouco mais 
tarde, temos de aprender a entendê-las, quando apresentadas à nossa vista 
manuscritas ou impressas; temos de apresentá-las também desse modo, 
isto é, de escrevê-las. Será então dever nosso usar da linguagem, não só 
com correção, mas também de modo que agrade aos outros, que sobre eles 
exerça influência. Muitas pessoas terão ainda de aprender línguas 
estranhas, línguas que servem aos mesmos fins a que serve a nossa, mas 
de modo diverso. Nós temos mais de estudar as formas várias porque 
passou a nossa língua, temos de comparar essas formas com a forma atual, 
para que melhor entendamos o que esta é e como veio a ser o que é. Não 
nos basta usar da linguagem; é mister saber o que constitui a linguagem e o 
que nos importa ela. O estudo da linguagem diz-nos muito sobre a natureza 
e sobre a história do homem. Como a linguagem é o instrumento e o meio 
principal das operações da mente, claro está que não podemos estudar 
essas operações e a sua natureza sem um consentimento cabal da 
linguagem. Para todos estes fins é o estudo da gramática o primeiro passo; 
e, o estudo da gramática de nossa língua o passo mais seguro e mais fácil. 
 
Há de se frisar que o domínio da norma culta escrita é um pressuposto 
para o aprimoramento cultural e intelectual do indivíduo, principalmente na busca por 
uma inserção no mercado de trabalho como também para a inserção em uma 
universidade, já que um dos critérios de aprovação é o domínio da escrita da língua 
cultana produção da redação, já temida pelo fato dos estudantes não terem 
conhecimento e domínio da norma culta brasileira. Segundo Levy (1996), cabe à 
escola, portanto, ensinar a norma culta escrita, sem menosprezar as demais 
modalidades da língua consideradas “erradas” por alguns segmentos tradicionais do 
sistema educacional. 
A utilização do internetês nas redações estudantis, muitas vezes, é 
aplicada involuntariamente. O fato é que a contínua utilização dessa linguagem 
acaba adaptando o indivíduo a escrever de forma que não obedece aos padrões 
exigidos pela Língua Portuguesa. É por isso, que pais, professores e, 
principalmente, os usuários dos meios de comunicação instantâneos, no caso, as 
redes sociais, devem ter consciência de quando e de qual ocasião cabe à utilização 
destas abreviações. Pois cada ambiente exige uma postura linguística diferenciada, 
isto é, o indivíduo não se comunica pela escrita em textos formais da mesma forma 
que na página do facebook. Portanto, é importante o falante saber diferenciar a 
situação comunicativa. 
 
 
19 
 
2.1 O Surgimento das Redes Sociais 
A internet é uma rede mundial de computadores e pessoas. Desde a 
“morte” do famoso MSN (Mensseger) que foi um ícone desta forma de comunicação 
via computador, ainda não existe nada mais eficiente do que as redes sociais para 
interação entres as pessoas. 
Tudo o que é feito online remete-se obrigatoriamente a uma comunicação 
com outrem. Quando faz o envio de um e-mail, ao participar de uma sala de bate 
papo, fórum de discussão, chat, jogos online e, principalmente, quando há algum 
perfil em uma rede social ou mesmo perfis nas redes, visto a tendência de muitos de 
fazerem parte de diversas redes ao mesmo tempo. Nesse processo, a sociedade 
moderna está umbilicalmente comunicando com outras pessoas. 
Nos chats, isto é, nas salas de bate-papo da Internet, foi onde essa nova 
linguagem típica do uso da internet se desenvolveu. A palavra “chat” é inglesa e 
significa conversa. Nos chats, a conversa é em tempo real, e a comunicação se 
realiza quando duas ou mais pessoas estiverem conectadas ao mesmo tempo, é um 
tipo de comunicação síncrona. 
Quando se fala em "Redes Sociais", percebe-se que está sendo um 
assunto discutido no mundo inteiro, e que também é tema de diversos trabalhos 
acadêmicos. Com o Brasil não poderia ser diferente, pois há uma participação 
massiva em redes sociais. Com o avanço vertiginoso da tecnologia de internet, 
acertadamente, nos próximos 10 anos as novidades serão inimagináveis. O Japão, 
por exemplo, está desenvolvendo uma tecnologia para celular, quando duas 
pessoas de mesmo perfil se aproximarem fisicamente em algum lugar específico, os 
celulares vibrarão. Já dizia Aristóteles, "O homem é, por natureza, um ser social". As 
pessoas necessitam uma das outras para viverem em plenitude e as redes sociais 
são apenas o reflexo desse desejo humano. 
As Redes Sociais são o meio onde as pessoas se reúnem por afinidades 
e com objetivos em comum, sem barreiras geográficas e fazendo conexões com 
dezenas, centenas e milhares de pessoas conhecidas ou não. 
Já Lima Junior define uma rede social na internet da seguinte forma: 
[...] forma de comunicação mediada por computador com acesso à internet, 
que permite a criação, o compartilhamento, comentário, avaliação, 
classificação, recomendação e disseminação de conteúdos digitais de 
20 
 
relevância social de forma descentralizada, colaborativa e autônoma 
tecnologicamente. (LIMA JUNIOR, 2009, p. 97). 
 
De fato, o que se percebe é que a presença das redes sociais no dia a dia 
das pessoas é incontornável, e os números atestam isso. Segundo uma pesquisa 
realizada pela empresa Hitwise Serasa Experian, essas redes são responsáveis por 
62% do tráfego de internet no Brasil. Em julho de 2009, 21,4 milhões de pessoas 
usaram algum tipo de rede social no país, isto é, cerca de 83% dos internautas 
residenciais, de acordo com o Ibope Nielsen Online. 
Olhando para o Brasil no que tange ao uso da internet e das redes 
sociais, não deve ser surpresa para ninguém que o Brasil tenha se tornado um dos 
países com maiores índices de uso de internet no mundo. E no caso das redes 
sociais, isso é ainda mais verdadeiro: só em 2013, o Brasil tornou-se o segundo país 
com maior uso do Facebook no mundo. E o mesmo vale para o Twitter, desde 2012, 
e o YouTube, desde 2014. 
Como o uso da internet e das redes sociais fizeram com o que se 
mudasse a forma de usar a escrita, que é predominante nesse tipo de ambiente de 
interação online, pergunta-se: se essa nova forma de representar as palavras 
poderia alterar a forma de como o usuário representa as palavras em ambientes 
onde se predomina o uso forma padrão de escrita. 
 
2.2 A Linguagem da Internet 
A língua portuguesa é composta por diferentes modalidades – gêneros - e 
pelo difícil domínio que muitas pessoas sentem em relação à norma escrita, sisuda e 
normativa. Percebeu-se que devido às inúmeras regras que são necessárias para se 
obedecer ao que é exigido pelo padrão da norma culta, tinha-se que mudar tal 
modalidade de representar as palavras quando se tratasse do seu uso em ambiente 
virtual proporcionado pelos computadores e a internet. 
Devido a isso, a expansão que a internet e principalmente a expansão 
que as redes sociais tiveram nesta última década, causaram a necessidade de se 
usar no mundo virtual uma linguagem que proporcionasse agilidade na comunicação 
entre seus usuários, linguagem essa denominada como internetês, por esse motivo, 
entende-se que não dava para ser normativo nas redes computacionais de 
comunicação. 
21 
 
Nesse sentindo, para Miglio: 
[...] A Internet também criou sua variante da língua. Hoje, milhões de 
pessoas no Brasil utilizam a Internet. Todos os dias, milhares de novos 
brasileiros se conectam a essa enorme rede. Cada vez, mais e mais 
pessoas estão acessando as chamadas salas de bate-papo. Com isso, mais 
pessoas vão aprendendo o "internetês", o linguajar do internauta. (MIGLIO, 
2001, p.3). 
 
O sucesso do uso da internet deve-se ao fato de reunir num só meio 
várias formas de expressão, tais como texto, som e imagem – tal conjunto 
denomina-se multimídia, o que lhe dá, assim como a régua de Lésbos, 
maleabilidade para a incorporação simultânea de múltiplas semioses, interferindo 
assim na natureza dos recursos linguísticos utilizados. 
Essa nova forma de escrita não pode ser considerada como uma língua, 
mas somente uma nova forma de representação gráfica das palavras para uma 
comunicação ágil dos usuários do mundo digital. Assim entende o linguista Sírio 
Possenti: 
Trata-se da grafia utilizada por certos usuários dos computadores, em geral, 
jovens adolescentes que passam horas teclando, isto é, trocando 
mensagens por escrito. Em resumo, trata-se apenas de grafia, nada mais 
que da grafia. (Possenti, 2009, p.60). 
 
Pode ser realmente que a linguagem virtual seja somente um meio 
encontrado para a rápida comunicação entre os usuários da internet, mas não se 
pode negar que esta modalidade nova de representação das palavras uma vez ou 
outra está sendo encontrada em produções textuais no âmbito escolar e até 
profissional, mais precisamente em troca de e-mail. 
Adolescentes e jovens que ainda se encontram na educação básica, são 
frequentadores assíduos das redes sociais e ainda estão em fase de acesso da 
norma padrão escrita. Quanto à influência da linguagem virtual no processo de 
comunicação Othero, (2004, p. 23) apresenta que: 
 
Uma nova forma de escrita característica dos tempos digitais foi criada. 
Frases curtas e expressivas, palavras abreviadas ou modificadas para que 
sejam escritas no menortempo possível – afinal, é preciso ser rápido na 
Internet. Como a conversa é em tempo real e pode se dar com mais de um 
usuário ao mesmo tempo, é preciso escrever rapidamente. 
 Para muitos jovens a linguagem utilizada na internet é mais atraente e 
menos entediante do que a linguagem culta ou norma culta, atração causada pela 
22 
 
rapidez que estas abreviações (internetês) causam ao processo de comunicação e, 
por conseguinte, porque não há regras específicas - padronizadas como no caso da 
linguagem culta, que é necessário estar por dentro de inúmeras regras para se 
chegar à escrita desejada pelo padrão da norma culta da Língua Portuguesa. 
A Internet é o primeiro meio onde a comunicação combina elementos 
chave da língua escrita e da língua falada de maneira real. Dessa forma, à medida 
que se intensifica o uso desse meio de comunicação, a tendência dos usuários é a 
de acelerar o processo da escrita a ponto de tentar escrever da mesma maneira pela 
qual falam. Há um misto de escrita e fala. 
Por conseguinte, percebeu-se que devido à rapidez com que as 
mensagens são digitadas no ambiente virtual de comunicação, há uma carência da 
linguagem formal, da norma culta. Os interlocutores tomam pouco cuidado com a 
escrita e cometem erros grotescos contra a Língua Portuguesa. A maioria das 
pessoas quando digita uma mensagem se esquece de conferi-la antes de enviá-la 
ao destinatário, ou mesmo não se dá a importância de conferi-las, ou também, não 
se sabe a grafia correta. Logo, passa-se a usar as mínimas pontuações possíveis, 
abreviações, assimilações, cortes de palavras, pois o importante é enviar respostas 
às mensagens rapidamente, sem deixar perder o conteúdo da informação. 
Em todas as línguas, o imediatismo criado pela forma de comunicação 
que reproduz a fala através da escrita promove alterações significantes nos usos da 
língua e na relação da fala com a escrita. 
Muitos gramáticos como Pasquale Cipro Neto, Josué Machado, Eduardo 
Martins, Arnaldo Niskier, que se autodenominam gramáticos, não aceitam a variação 
linguística ligada ao uso das redes sociais na internet, não a considerando como um 
campo da língua portuguesa. No entanto, nesse embate de polos antagônicos deve 
haver uma conscientização de ambas as partes em relação à evolução da linguagem 
e às suas novas características. 
 
2.3 O Fenômeno Linguístico do Internetês 
Na comunicação mediada por computadores, utiliza-se uma linguagem, 
que devido às características do meio no qual é utilizada, em que os usuários 
sentem-se falando por escrito, com muitos aspectos semelhantes aos da fala como: 
o encurtamento dos enunciados, menor índice de nominalizações por frase, perda 
23 
 
de fonemas vocálicos etc. O resultado é uma forma linguística específica para esses 
contextos de enunciação digital: o chamado internetês. 
Uso contínuo do internetês, que nada mais é do que um conjunto de 
abreviações de sílabas e simplificações de palavras que leva em conta a pronúncia e 
a eliminação de acentos está preocupando os estudiosos, pais e professores de 
língua portuguesa, pelo fato da invasão desta linguagem na vida estudantil dos 
jovens e adolescentes, principalmente na influência que está causando no processo 
de ensino/aprendizagem da norma padrão culta da língua portuguesa. 
Tal fenômeno da escrita tem suas outras mais peculiaridades, por valer-se 
de certos grafemas, sendo possíveis de registro e armazenamento, tendo uma 
notável permanência que caracteriza toda a comunicação escrita. Ao mesmo tempo, 
também, ela aproxima-se do discurso oral, por suas possibilidades quanto à 
interatividade, podendo ser identificados traços de organização peculiar de tal 
fenômeno linguístico, pelos integrantes que interagem conjuntamente na construção 
de um novo tipo de discurso, além de ter uma forte influência causada pela pressão 
do tempo, tal como acontece na conversação. Outra semelhança que traz à tona 
fenômenos próprios da conversação face a face é a contextualização paralinguística, 
seus usuários transportam para a tela do computador suas risadas, tons de voz e 
expressões faciais, em tempo real, correção on-line, comunicação síncrona, 
linguagem truncada e reduzida, etc. (COSTA 2006). 
O internetês acaba por se tornar um desdobramento da linguagem usada 
na internet de maneira que a comunicação seja simples e rápida. Neste sentindo, 
observa-se se esta forma de comunicação abreviada prejudicaria a escrita de textos 
formais em sala de aula, ou mesmo, se prejudicaria o aprendizado do português 
normativo no ensino nas escolas. 
Sendo assim, entende-se que compreender essa nova forma de 
comunicação escrita, ver como funciona, e quais os tipos de linguagens que se 
misturam nela é uma forma de se compreender a sociedade contemporânea e suas 
nuances comunicativas. Percebe-se, também, que essa nova forma de comunicar 
criada pelos internautas abre uma possibilidade para o professor discutir o conceito 
de norma culta em sala de aula, e havendo prática significativa da norma culta na 
escola, possibilita a reflexão da metalinguagem usada pelos jovens desta nova 
geração da internet. 
24 
 
3 LÍNGUA PORTUGUESA, AMBIENTE VIRTUAL E AMBIENTE ESCOLAR 
Quando se trata de língua portuguesa, várias dúvidas surgem em relação 
a sua escrita, sendo assim, para mais elucidações sobre o tema estudado, é de 
suma importância se ater a definição do que venha a ser escrita a fim de se ampliar 
o entendimento de sua aplicabilidade no meio virtual de comunicação interacional. 
Conforme o dicionário de linguística de Dúbios (1978, p. 222) “Escrita é 
uma representação da língua falada por meio de signos gráficos”, Cassany (1999) 
deixa claro que escrever significa muito mais do que conhecer a conexão entre 
alfabeto e sistema fonológico ou tomar consciência de diferenças entre essas duas 
formas de comunicação. Assim, numa perspectiva social, pode ser considerado 
como um registro de informações que vão proporcionando a construção de 
conhecimentos, já que se trata de uma interação entre escritor (emissor) e leitor 
(receptor). Como afirma Garcez (2002, p. 11), “a escrita é uma construção do 
ambiente social, feita de forma coletiva, tanto na história humana como na história 
de cada indivíduo”. Assim sendo, entende-se que é por meio da escrita que os 
usuários de tal sistema linguístico comunicativo articulam suas ideias e diálogos em 
diferentes contextos. 
O uso da língua, na sua forma falada e escrita, tem que ser aprimorado 
cada vez mais para obter um desempenho comunicativo face a face ou on-line. No 
entanto, os ambientes escolar e virtual atem-se a formas diferentes de uso da língua 
no que tange à representação gráfica das palavras. 
Em ambiente escolar, o uso da escrita padrão é crucial para a absorção 
dos conteúdos escolares, haja vista que para ter uma boa desenvoltura na escrita 
precisa-se ter uma boa leitura. Além do mais, antes de se ter uma boa leitura e 
domínio da escrita padrão, tem-se a necessidade de algo primordial que é 
alfabetização do aluno. Nesse sentido, Magnani (1989, p. 35) identifica que “para ler 
e escrever é preciso, antes de mais nada, ser alfabetizado, tarefa que, em nossa 
sociedade, cabe historicamente à escola”. 
A escrita em ambiente escolar deve está livre de vícios que porventura 
podem ser influenciados pelo uso em demasia das redes sociais. Percebe-se que 
grande parte dos adeptos das redes passa mais tempo conectados a esse ambiente 
apenas como forma de entretenimento, deixando de lado outros recursos valiosos 
que se abstrair da web. 
25 
 
A escrita padrão de forma adequada é um dos objetivos do ambiente 
escolar, pois é essa escrita que será cobrada mais afrente no mercado de trabalho. 
Além de que o aprimoramento dessa escrita está atrelado também às práticas de 
leitura, tanto na escola quanto em outros ambientes, digital ou impresso, 
conscientizando a importância da leitura para se ter uma boa escrita. 
Sendo assim, nas palavras de Kramer (2003, p.66) 
 
O que faz de uma escrita experiência é o fato de que tanto quem escreve 
quanto lê enraízam-se numa corrente, constituindo-se. (...) A leitura e a 
escrita podem, à medida que se configuram como experiência, 
desempenhar importante papel na formação. 
 
 Em ambiente virtual, o uso da escrita padrão vem em segundo plano, não 
se dando muita importância para o uso correto ou incorreto de certas palavras, 
frases ou períodos. O principal objetivo nesse tipo de ambiente é a realização do ato 
comunicativo de forma rápida e dinâmica. Se ela ocorrer, onde emissor envia o 
código e o receptor o decifra de forma eficiente, ainda que usando uma forma 
desviada da escrita padrão, tal fato não é barreira ao ato comunicativo. Nesse tipo 
de ambiente, tem-se liberdade no uso das palavras, atentando-se que no 
ciberespaço surgiu uma nova linguagem, que é o internetês. 
 O internetês é uma variante nova de linguagem, sendo mais espontânea, 
coloquial, livre de regras gramaticais e por menores da língua portuguesa. Sendo 
que apesar dessa nova linguagem está sendo usada por muitos falantes da língua 
portuguesa, é mais viável dominar a língua e saber usar as variantes da 
comunicação em seus diversos ambientes. Nesse caso, Fiorin (apud SILVA; 
MOURA, 2002, P.37) afirma que “uma variante cria um efeito de sentido, pois se 
ajusta a um lugar, a um tempo, a uma situação de interlocução, a um grupo social. 
Um bom falante da língua que sabe usar a variante adequada à situação da 
comunicação”. 
3.1 Postura linguística nos ambientes virtual e escolar 
 
Tendo em vista as abordagens iniciais incutidas neste trabalho, fica 
evidente que diferentes formas de se comunicar surgem em ambiente virtual, e que 
devem ser de uso restrito a esses ambientes, visto que em ambiente escolar tal uso 
deve ser evitado, haja vista que predomina a norma padrão de uso das palavras. 
26 
 
Contudo, no ambiente escolar, as formas de representação gráfica de 
palavras de uso no ambiente virtual permanecem atreladas a este ambiente, ainda 
que pequenas abreviações venham a ser observadas por alguns estudiosos em 
estudos similares. 
 Gabriel de Ávila Othero5, em entrevista concedida por e-mail à IHU On-
Line, sobre o português utilizado nas salas de bate-papo da internet, diz que: 
 
 A verdade é que ainda é muito cedo para se comprovar as influências da 
linguagem da Internet em outros meios, e seria por demais precipitado 
afirmar algo sobre a relação entre a revolução da língua dos internautas e a 
evolução dita oficial da língua portuguesa... Muitos e-mails formais, que 
supostamente deveriam respeitar a norma culta da língua, sofrem a 
influência da praticidade do internetês. Por isso, seguidamente leio (e 
escrevo) algumas formas típicas do internetês, como “pq”, “q”, “lah”, “jah”, 
entre outras. Isso mostra que algumas modificações do internetês estão 
sendo adotadas em língua escrita formal em meio eletrônico. Mas o 
internetês não está mostrando sua força apenas no meio digital. 
 
Para Othero é cedo dizer que a linguagem da internet pode se sobrepor 
no uso formal padrão da língua, mas há de se notar que já está ocorrendo seu uso 
em situações formais da escrita. Reiterando mais uma vez que a língua não é algo 
estático, Sírio Possenti (1996, p.38) corrobora que “não há língua que permaneça 
uniforme. Todas as línguas mudam. Esta é uma das poucas verdades indiscutíveis 
em relação às línguas, sobre a qual não pode haver nenhuma dúvida”. Na mesma 
linha de raciocínio, o linguista suíço Ferdinand de Saussure (1995, p.94), em suas 
aulas de linguística, já dizia que “todas as coisas mudam e não há razão alguma 
para crer que as línguas escapem a essa lei universal”. 
É notável a evolução que a linguagem deste século passa. A confluência 
de linguagens se intensificou com a globalização mundial. A internet se fincou no 
mundo moderno, alterando forma de comunicação e interação, alterou os rumos da 
linguagem, adaptando esta as suas peculiaridades, velocidade, instantaneidade etc. 
Nessa perspectiva, a Miglio pontua que: 
Nesse sentido, a Internet também criou sua variante da língua. Hoje, 
milhões de pessoas no Brasil utilizam a Internet. Todos os dias, milhares de 
novos brasileiros se conectam a essa enorme rede. Cada vez, mais e mais 
pessoas estão acessando as chamadas salas de bate-papo. Com isso, mais 
 
5
 OTHERO, Gabriel. Entrevista. Salas de bate-papo na internet: a linguagem para além do corpo 
humano. Disponível em: <http://www.ihu.unisinos.br/entrevistas/12268-salas-de-bate-papo-da-
internet-a-linguagem-para-alem-do-corpo-humano-entrevista-especial-com-gabriel-de-avila-othero /> 
27 
 
pessoas vão aprendendo o “internetês”, o linguajar do internauta. (MIGLIO, 
2001, p. 3). 
 
No ambiente escolar não foi diferente, a internet proporcionou novas 
formas de aprendizado, o aluno passou a ter acesso a novas ferramentas para se 
adquirir conhecimento, no entanto, no que tange à linguagem, a postura linguística 
dos usuários deve ser diferente da usada em ambiente virtual, isto é, nesse 
ambiente, tem-se liberdade de um uso diferente das formas em relação às 
conversas de bate-papo, às redes sociais e às conversas informais comuns no 
ciberespaço. O que não deve acontecer é deixar que a informalidade das redes 
sócias se torne comum em sala de aula ou mesmo em outros ambientes formais de 
comunicação. 
 
3.2 O ambiente virtual aliado ao ambiente escolar 
É notável que a quantidade de alunos com perfis cadastrados em algum 
tipo de rede social é bem expressiva. O uso dessas redes sociais na educação, 
ainda que diversas ferramentas em prol desta estejam à disposição, é pouco 
utilizado. Observa-se que a principal finalidade desses ambientes virtuais, conforme 
afirma Juliani (2012), é entreter seu público. Entretanto, é percebível que os 
educadores têm pouco conhecimento das possibilidades que o uso dessa 
ferramenta tecnológica – rede social - pode proporcionar à educação. 
Por conseguinte, entender a importância do uso dessa ferramenta 
comunicativa é de suma importância para se ater a sua importância no ambiente 
educacional. Neste sentido, 
 
As ferramentas web2.0, como as redes sociais, possibilitam diversas 
oportunidades para a criação de um ambiente de aprendizagem efectivo, 
eficaz e envolvente. A inovação, a colaboração, a interação, a partilha, a 
pró-actividade, a participação, o pensamento crítico e reflexivo, são algumas 
das palavras-chaves da utilização da web2.0 em contexto educativo. 
(GONÇALVES; PATRICIO, 2010, p.01) 
Portanto, utilizá-las ou mesmo aumentar sua utilização nas salas de aula 
pode melhorar métodos de ensino, tirando o aluno da monotonia das aulas que 
muitas vezes ainda se encontra num método de ensino tradicional difícil de ser 
abandonado. Juliani (2012) afirma que é necessário que seja analisado uma série de 
28 
 
fatores na hora de se tomar a iniciativa de utilizar as redes sociais para fins 
pedagógicos. Assim, para Juliani: 
O planejamento para a utilização das redes sociais como suporte a 
educação exige compreender a estrutura e cultura organizacional da 
instituição de ensino visando adequá-la aos aspectos técnicos das 
ferramentas existentes para fins educacionais, além de questões de 
privacidade, ética e políticas de apoio da direção que devem ser 
contempladas.(JULIANI ET AL. 2012, p.03). 
Por conseguinte, será um desafio para muitos educadores, principalmente 
os mais tradicionais adequarem-se as novas metodologias pedagógicas adaptadas 
ao uso das redes sociais na sala de aula, questão que envolve tanto a cúpula 
administrativa da escola, como os aspectos culturais dos ambientes educacionais. O 
uso destas tecnologias da internet deve ser visto como uma mão amiga que ajudará 
alavancar a forma de ensino adotada pelos professores e escola. Postman diz que 
Primeiro, a tecnologia é uma amiga. Torna a vida mais fácil, mais limpa e 
mais longa. Pode alguém pedir mais de um amigo? Segundo, por causa de 
seu relacionamento longo, íntimo e inevitável com a cultura, a tecnologia 
não convida a um exame rigoroso de suas próprias conseqüências. É o tipo 
de amigo que pede confiança e obediência, que a maioria das pessoas está 
inclinada a dar porque suas dádivas são verdadeiramente generosas. Mas é 
claro, há o lado nebuloso desse amigo. Suas dádivas têm um pesado custo. 
Exposto nos termos mais dramáticos, pode-se fazer a acusação de que o 
crescimento descontrolado da tecnologia destrói as fontes vitais de nossa 
humanidade. Cria uma cultura sem uma base moral. Mina certos processos 
mentais e relações sociais que tornam a vida humana digna de ser vivida. 
Em suma, a tecnologia tanto é amiga como inimiga [...]” (POSTMAN, 1994, 
p. 12). 
Assim sendo, o uso da tecnologia das redes sociais na escola deve ser 
cautelosamente estudado, visto que se for utilizada descontroladamente, não se 
tirará proveito algum do uso das redes sociais em prol da educação, passando de 
amiga a vilã. E nesse sentido, a escola deve ter como uma de suas premissas 
passar por um processo de adaptação, no qual se adaptará ao perfil dessa geração 
de alunos ligados às redes sociais e à internet. 
Como esse pensamento, Araújo deixa tal ponderação: 
O modo como a escola está organizada atualmente não está mais se 
adequando ao perfil da geração net; este público se envolve em várias 
atividades simultâneas, tem interesse em vários campos do saber; nos 
conteúdos que estudam, nas atividades que realizam no dia-a-dia da escola 
só consideram significativas as atividades, conteúdos, disciplinas, 
avaliações, etc.,nas quais percebem que estão sendo contemplados em 
29 
 
relação a essa multiplicidade de interesses e várias dimensões que 
compõem sua personalidade, sua integralidade enquanto seres.” (ARAÚJO, 
2010, p.04). 
Além disso, não se pode deixar de ter bases de ensino já consagradas 
em sala de aula, como a tradicional, libertadora, crítico-social dos conteúdos dentre 
outras. Tais métodos de ensino, com suas singularidades, devem continuar sendo 
considerados benéficos e eficazes, sendo assim, não precisam ser substituídos e 
nem servir de “bode expiatório” da educação de má qualidade, mas sim um 
complemento para os novos métodos de ensino de forma mais interdisciplinar. 
As redes sociais atualmente são um dos elementos mais empregados na 
comunicação entre jovens e adolescentes, visto que a grande maioria deles usa 
diversos dispositivos, meios para essa comunicação, como celulares ultramodernos, 
tablets, computadores e seus congêneres. Portanto, as redes sociais e seu uso 
devem ser incorporados ao plano de aula dos professores e estes devem saber 
como tirar o maior proveito possível delas. 
Nesse sentido de incorporação e uso das redes sociais nas práticas 
educativas, percebe-se que no Brasil há uma série de educadores e pesquisadores 
das referidas áreas: educação/comunicação que discutem estratégias para promover 
essa utilização da melhor maneira possível, visando uma construção eficaz do 
aprendizado. 
Uma ferramenta que pode ser utilizada em prol do ensino aliado 
à internet é os fóruns de discussão, criando-se assim fóruns com assuntos 
específicos para debate on-line, onde se observaram produções, inferências, 
ortografia, gramática e a progressão das ideias. Nessa mesma temática, Xavier e 
Santos (2005), conjeturando sobre o E-forum (FE) e sua importância para o ensino 
 
Este é um gênero emergente que poderia ser bastante explorado na e pela 
escola. Os professores de língua portuguesa poderiam utilizar este gênero 
digital para dinamizar suas aulas de produção textual. A mudança de 
ambiente, da sala de aula para o laboratório de informática, e a descoberta 
das características e potencialidades de desenvolvimento retórico-
argumentativo poderiam tornar a aula de português mais empolgante e 
atraente. A participação constante dos alunos em FE tende a ampliar sua 
capacidade de argumentar sobre temas diversos, levando-os a aprender a 
refletir dialeticamente sobre as diversas opiniões e construir sua própria 
síntese sobre as questões em discussão. [...] Desta forma, os FE são mega 
ferramenta para desenvolver nos aprendizes a necessária habilidade de 
construir pontos de vista e defendê-los convincentemente. (XAVIER; 
SANTOS, 2005, p. 37-38). 
 
30 
 
Percebe-se, também, que houve um aumento considerável de 
publicações que trazem no seu cerne de conteúdo o uso das redes sociais na 
educação. É preciso ter cuidado e saber ponderar que essa visão não deve ser 
ufanista, gloriosa da educação, no sentido de que as redes sociais sejam a solução 
definitiva para os problemas de ensino-aprendizagem, o que de fato não o é. Essa 
adequação deve ser realizada com muita cautela, respeitando as características 
intrínsecas, técnicas e estruturais existentes na educação. 
A internet está transformando a forma de como os jovens criam, 
modificam e compartilham a informação e o saber, mais uma dádiva da globalização. 
No ambiente escolar, infere-se que os educandos estão sendo agraciados em 
relação a essa pluralidade de ferramentas e nesse universo de informações que 
acompanham o uso da internet cabendo à escola, aos professores e ao governo 
criar formas de usufruir dessa ferramenta comunicativa de forma inteligente. Junior 
et al. (2011), assim abordam a importância das redes sociais para o 
desenvolvimento de uma educação dinâmica e facilitadora para o educando. 
 
Essa é a mais importante, porque o aluno já está na rede, o que leva a 
escola a ter que incorporar um novo papel, que está dentro das 
competências do século XXI. Talvez a escola nunca tenha tido uma 
ferramenta que facilitasse tanto a comunicação aluno – aluno, aluno – 
professor. Por exemplo, há uma dinâmica única para a discussão histórica 
no Twitter, ferramenta que está mais próxima do dia a dia do aluno, que faz 
com que ele reflita sobre o que está escrevendo. Ou seja, quando a escola 
adere às redes, ela cria espaço e oportunidade para um uso crítico, nisso 
ela exerce a função de formar ética e criticamente o aluno. (JUNIOR ET AL., 
2011, p.34). 
As redes sociais têm como uma de suas funções facilitar a comunicação e 
torná-la mais acessível, proporcionando uma aprendizagem colaborativa e 
oferecendo oportunidade para se exercitar a ética e a cidadania digital na rede. 
Deste modo, uma expectativa que se desenvolve para a educação é a de 
empregar as tecnologias em suas metodologias, e uma maneira competente de 
proporcionar isso é inserir para os educandos, aprendizados, conteúdos, exercícios 
e demais atividades da escola, que sejam permeados pelo uso das redes sociais, 
uma vez, que estas desempenham tanto interesse dentre este massivo público. 
Todavia, o emprego das redes sociais na escola ainda é um debate carregado de 
contradições, porém algo a ser ponderado é nas palavras de Brennand 
 
31 
 
“Os impactos deste processo (o uso da web e seus recursos, como as redes 
sociais) na capacidade de aprendizagem social dos sujeitos têm levado ao 
reconhecimento de que a sociedade em rede está modificando a maioria 
das nossas capacidadescognitivas. Raciocínio, memória, capacidade de 
representação mental e percepção estão sendo constantemente alteradas 
pelo contato com os bancos de dados, modelização digital, simulações 
interativas, etc.” (BRENNAND, 2006, p.202). 
Assim como qualquer ferramenta que surge enquanto opção a ser 
empregada no ambiente educativo, a utilização das redes sociais, sobretudo aquela 
focalizada em relações virtuais por meio do ciberespaço, pode originar subsídios e 
progressos ao cenário pedagógico moderno. 
Cabe aos profissionais da educação compreender que essas relações 
atualmente são inevitáveis, mas que elas não podem de nenhum modo substituir por 
completo a presença e a interação social física, que sempre continuarão sendo 
elementos indispensáveis para a formação do educando. 
3.3 A influência das redes sociais no ambiente escolar 
A internet desde o seu surgimento no período da guerra fria entre Estados 
Unidos e União Soviética, tinha já em seu bojo a preponderância da informação e 
não deixou ser a informação o motor propulsor dela ainda hoje. A sociedade do 
século XXI vive em um mundo que está sendo totalmente mudado pela internet. 
Por conseguinte, com a sua popularização e também o seu acesso por 
uma grande parte da população mundial, surgiram novos vocábulos para definir 
novos comportamentos neste ambiente, dentre estes novos itens lexicais há 
“ambiente virtual”, “ciberespaço”, “redes sociais”, “internetês”, “deletar”, “link” etc. 
Sendo assim, ainda que a internet e os congêneres tenham sido 
ferramentas importantíssimas neste novo século e que é impossível, nessa 
atualidade, imaginar o mundo pós-moderno sem ela. Deve-se destacar que com ela 
também surgiram alguns problemas que devem ser observados e resolvidos. 
As redes sociais e suas facetas que se tornam febre entre pessoas de 
várias idades, indo da tenra criança até o idoso, ganharam tamanha popularidade ao 
ponto de se tornarem um vício para alguns, um trabalho para outras, uma forma de 
terapia etc., que já não se imagina também a internet sem as redes sociais. 
Dentro deste contexto, no tocante à sua influência no ambiente escolar, 
visto que nas redes sociais usa-se uma linguagem escrita mais informal, 
espontânea, mais próxima da oralidade, cabe saber se este uso afetaria de maneira 
32 
 
significativa o estudante na hora de usar a norma padrão na escrita de textos 
formais. 
Dentre várias ponderações, de acordo com Gasperetti (2011, p.38), “o 
ciberespaço, isto é, a própria internet, é um mundo que se pode viver uma outra 
forma de experiência virtual, paralela à real, mas sempre de grande impacto 
emotivo, cultural e didático. ” 
Como o foco deste trabalho é verificar se a linguagem da internet 
conhecida como internetês está afetando a forma padrão de escrita de textos 
formais no ambiente escolar, foram feitas algumas análises de textos produzidos em 
sala de aula, além de questionar os alunos sobre a temática em questão. 
Há de se observar que os usuários da faixa etária de 12-18 anos usam as 
redes sociais mais como forma de entretenimento, como bate-papo, postagens de 
fotos etc. No que tange ao bate-papo em tempo real, os usuários passam uma boa 
parte do tempo em contato com uma nova forma de representação das palavras, 
levando a uma redução do seu vocabulário, haja vista que as conversas têm uma 
lógica de argumentação já conhecida deles. Muito se tem usado das palavras, mas 
em um vocabulário reduzido e redundante. 
Muitas observações já foram realizadas por diversos autores e 
pesquisadores sobre este novo gênero discursivo utilizado nas redes sociais. Alguns 
veem esse novo gênero com ressalva, quando se questionada sua influência no 
ambiente escolar, outros veem como uma nova ferramenta para o aprendizado. No 
entanto, há de se observar também que poucos são os estudos recentes, visto que 
as redes sociais são bem dinâmicas, novos tipos surgem e outros se tornam 
obsoletos em um intervalo de tempo bem pequeno, é só se lembrar do velho MSM, 
FLOGÃO, ORKUT, entre outros. 
Neste sentido, o que preocupa educadores e professores, é que nos dias 
de hoje o alunado está muito mais focado em bate-papos online do que antes, haja 
vista que o acesso à internet aumentou. Os aparelhos com acesso à internet estão 
mais acessíveis também, muito diferente do que era visto há algum tempo atrás. 
Com tudo isso, observa-se em sala de aula o desinteresse pela leitura padrão dos 
livros, e até mesmo da escrita em sala de aula. Levando o professor e educadores a 
olhar com ressalva para o uso frequente das redes sociais e sua interferência no 
aprendizado em sala de aula. 
33 
 
A este respeito com foco em post da internet e a leitura, Xavier (2005, p. 
173) defende que “o uso inadequado dos links pode dificultar a leitura por quebrar, 
quando visitadas indiscriminadamente, as isotopias que garantiriam a continuidade 
do fluxo semântico responsável pela coerência, tal como ocorre em uma leitura de 
texto convencional”. 
Diferentemente de alguns autores como Possenti (2006), Freitag e 
Fonseca e Silva (2006) e Castilho (apud MARCONATO, 2006), que dizem que o 
novo gênero discursivo utilizado na internet é apenas uma metamorfose natural da 
língua, Martins (apud MARCONATO, 2006) e Nogueira (2006), entendem que o 
internetês é prejudicial ao ensino da Língua Portuguesa, visto que o aprendizado 
estaria condicionado à memória visual. Entende-se, pois, que tais autores acreditam 
que como no ambiente virtual há um inventar de grafias, muitos jovens ainda em 
formação escolar tenderão a dúvida, além de absorver vícios em relação à 
ortografia, ou seja, se esse jovem vê com frequência o item lexical “com certeza” 
escrito na mídia digital “concerteza”, certamente, há possibilidades de o aluno 
desavisado escrever “concerteza” em sua produção textual em sala de aula, pois a 
sua memória visual remeteria àquela grafia. Além do mais, basta se fazer um tuor 
pelas redes sociais para se observar tais desvios de ortografia. Tais erros não se 
resumem somete à educação básica, mas do nível fundamental ao nível superior. 
Nesta perspectiva, Eduardo Martins6, autor do Manual de redação do 
jornal O Estado de S. Paulo, afirma que “o aprendizado da escrita depende da 
memória visual: muita gente escreve uma palavra quando quer lembrar sua grafia. 
Se bombardeados por diferentes grafias, muitos jovens ainda em formação tenderão 
à dúvida”. 
Entender-se-á então que há uma influência negativa das redes sociais no 
ambiente escolar no tocante ao desenvolvimento da forma ortográfica padrão, além 
do interesse pela leitura. Em produções anteriores de diversos autores sobre a 
temática da linguagem da internet, observou-se que a conclusão era de que a nova 
forma de linguagem usada na internet não influenciava na forma padrão utilizada no 
ambiente escolar, todavia, o que se ver nos dias hoje é o inverso. os alunos que 
fizeram parte da entrevista, entendem que as redes sociais estão influenciando na 
escrita de textos formais em sala de aula; ocorrem dúvidas na hora de escrever as 
 
6
 Internetês versus Língua Culta. < https://falabonito.wordpress.com/2009/04/25/835/> Acesso: 20 de 
Dezembro de 2015. 
34 
 
palavras, e na folha de papel não tem como se socorrer ao corretor ortográfico 
encontrado no word e em janelas de chats das redes sociais. 
Sendo assim, novos estudos e observações hão de ser feitos para se 
traçar com mais detalhes o real impacto desse novo gênero discursivo e sua 
influência no ambiente escolar, visto que o tempo que os adolescentes, os jovens e 
os adultos passam em contato com essa nova forma de representação das palavras 
está sendosuperior ao tempo despendido em sala de aula. 
 
4 ANÁLISE E CONSIDERAÇÕES DOS RESULTADOS 
Como suporte para este trabalho, foram feitas análises de textos 
produzidos por alunos do ensino médio para se observar se as redes sociais e sua 
nova forma de comunicação, o internetês, interferiam na escrita de textos formais no 
ambiente escolar. 
 Neste sentindo, cabe tecer breves considerações acerca das 
competências linguística e gramatical que permeiam o ato comunicativo eficiente. 
Sendo assim, Bloomfield (1994) era um dos linguistas que via a língua como um 
conjunto de estruturas gramaticais, sendo um adepto do empirismo7. Nesse interim, 
Chomsky (1978) tece algumas críticas ao behaviorismo8 do qual Bloomfield é 
adepto, e por mais também, adepto do estruturalismo9. No entanto, A língua ainda 
continuava a ser vista como um conjunto de estruturas gramaticais. 
 Neste embate de teoria e métodos de aquisição da língua e competências 
linguísticas, observou-se a transmutação dos estudos chomskyanos, haja vista que 
Chomsky (1978), independentemente das críticas sobre as teorias de Bloomfield, 
também via a língua como um conjunto de estruturas. 
 
7
 Empirismo. Na filosofia, empirismo foi uma teoria do conhecimento que afirma que 
o conhecimento vem apenas, ou principalmente, a partir da experiência sensorial. < 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Empirismo> Acesso: 14 de Janeiro de 2016. 
8
 Behaviorismo. Behaviorismo (em inglês: Behaviorism, de behavior= comportamento, conduta), 
também designado de comportamentalismo, ou às vezes comportamentismo, é o conjunto das 
teorias psicológicas que postulam o comportamento como o mais adequado objeto de estudo 
da Psicologia. < https://pt.wikipedia.org/wiki/Empirismo> Acesso: 14 de Janeiro de 2016. 
9
 Estruturalismo. O termo estruturalismo tem origem no livro Cours de linguistique générale (em 
português, Curso de lingüística geral) de Ferdinand de Saussure (1916), que se propunha a abordar 
qualquer língua como um sistema no qual cada um dos elementos só pode ser definido pelas 
relações de equivalência ou de oposição que mantém com os demais elementos. Esse conjunto de 
relações forma a estrutura. < https://pt.wikipedia.org/wiki/Empirismo> Acesso: 14 de Janeiro de 2016. 
 
35 
 
 Os usuários das redes sociais, por mais que estejam envolvidos em uma 
nova forma de representação dos signos linguísticos, precisam ter um conhecimento 
gramatical da língua para formar frases possíveis de entendimento, ainda que 
utilizando as abreviações típicas do internetês, mas tal conhecimento pode está 
limitado por fatores psicolinguísticos como a memória e a concentração que podem 
dificultar a estrutura da frase e torná-la inexequível. 
 Neste sentindo, para que se tenha uma adequada competência 
gramatical da linguagem, o hábito da leitura é um pressuposto para tal adequação, 
visto que é no hábito da leitura de textos formais de diversos gêneros que se terá 
intimidade com as palavras no seu vocábulo original, atentando-se para sua 
ortografia e construção de sentenças coesas e coerentes, para poder se obter uma 
competência comunicativa eficiente e eficaz atrelada ao grau de conhecimento. 
Nesse sentido, Canele e Swain (1980) esclarecem que 
 
Conhecimento aqui se refere àquilo que um indivíduo sabe (consciente e 
inconscientemente) sobre a língua e sobre outros aspectos do uso 
comunicativo da língua; habilidade se refere a quão bem ele pode realizar 
esse conhecimento em comunicação real. (CANALE; SWAIN, 1980, p. 5). 
 
 
4.1 Competência linguística: vocabulário simples, ortografia e redundância 
 
A linguagem é um fenômeno social e discursivo em um contexto 
multilíngue e multicultural, com base na construção de significados que se (res) 
significam o mundo. 
Da análise dos textos produzidos pelos alunos em sala de aula, ficou 
notado a simplicidade do vocabulário, os erros ortográficos e redundância dentro do 
texto, observando-se alguns excertos abaixo retirados dos textos para que se possa 
corroborar os fatos, observou-se que tais constatações são verdadeiras. 
O tema proposto para elaboração do texto: A Importância do Estudo da 
Biologia. 
Figura 1 
 
 
 
Fonte: texto produzido pela Aluna Adriana, 2° ano. 
36 
 
Logo no primeiro parágrafo do texto, observou-se omissões de termos, 
que no caso seria “do que”; redundância e incoerência quando o aluno tentar dizer 
que “com o estudo da Biologia podemos entendê-la” (entender o que? A Biologia ou 
a importância do seu estudo?); uso incorreto do infinitivo “poder”, mudando os 
tempos verbais. 
Na continuidade da análise desse mesmo texto de um aluno do segundo 
ano do ensino médio, o que ficou mais evidenciado foi o uso de verbos no infinitivo 
de forma incorreta. Veja: 
Figura 2 
 
Fonte: Texto produzido pela aluna Adriana, 2° ano. 
Os alunos que participaram deste estudo produziram texto sobre o tema 
da Importância do Estudo da Biologia e também foram solicitados para responderem 
em forma textual se o uso das redes sociais afetaria a maneira de escrever em sala 
de aula. A aluna dos excertos já analisados respondeu o seguinte: 
Figura 3 
Fonte: Texto produzido pela aluna Adriana, 2° ano. 
Dessa maneira, observou-se que os próprios alunos - usuários das redes 
sociais e do internetês - entendem que estão tendo dificuldades em produzir textos 
formais em sala de aula utilizando a forma padrão da língua portuguesa. No mais, 
constatou-se que todos os alunos afirmaram fazer parte de alguma Rede Social na 
internet e reportaram nas suas produções que o uso das redes sociais interfere na 
maneira como eles usam a escrita em sala de aula. Veja: 
 
 
37 
 
Figura 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Texto produzido pela aluna Jackeiliane, 2° ano. 
 
Figura 5 
Fonte: Texto produzido pela aluna Neide Gomes, 2° ano. 
Em algumas produções, são evidentes os inúmeros erros ortográficos, 
repetições de palavras e erros de concordância verbal simples, além da falta de 
conexão das ideias. 
Figura 6 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Texto produzido pelo aluno Cledilson Silva, 2° ano. 
38 
 
Alguns alunos usuários das redes sociais acreditam que o uso constante 
desses ambientes não altera na forma escrita padrão. Cabe lembrar que já foram 
feitas observações a respeito, onde se pondera que as abreviações típicas do 
internetês não migraram para as produções de sala aula, no entanto, ressaltou-se 
que na hora de produzir um texto em sala, faltou coerência nas ideias, falta de 
argumentação, ortografia incorreta das palavras, redundância de ideias, falta de 
concordância verbal e nominal. Basta observar os fragmentos das produções dos 
alunos que fizeram parte desse estudo, lembrando que são alunos do Ensino Médio 
(2° ano). A ver estas produções dos alunos: 
Figura 7 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Texto produzido pelo aluno Yasmim Pinheiro, 2° ano. 
Figura 8 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Texto produzido por aluno anônimo, 2° ano. 
39 
 
4.2 Competência textual: produção, inferência e progressão de ideias. 
 
Para análise dos itens produção, inferência e progressão de ideia, foi 
proposta a elaboração de um texto sobre o tema: A importância do estudo da 
Biologia. Antes da elaboração do texto, o professor de Biologia comentou sobre o 
tema, dando um suporte teórico para os alunos. 
Observou-se uma falência na capacidade de escrever de muitos alunos, 
revelando uma falta

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