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OXIDORREDUTASES Angélica Elis da Rosa Dandara Backes Thatiane Calligaris B. Hoss Área de Ciências da Saúde - ACS Bioquímica de Alimentos Prof.ª Ana Paula Zanatta ENZIMAS O que é uma enzima? É um complexo proteico, de alto peso molecular e que atuam como catalisadores de reações biológicas. MODO DE AÇÃO o Modificadores de pigmentos: clorofilases, hidrolases e oxidorredutases o Oxidam as vitaminas: ascorbato-oxidase, lipoxigenase o Degradam a celulose: carboidrases (celulases) o Atuam sobre o tanino: escurecimento dos polifenois (polifenol-oxidase) o Alteram a cor de vegetais: peroxidases (inativadas durante o branqueamento) o Degradam as proteínas: proteolíticas – papaína o Oxidam as gorduras: lipases Ações benéficas: precursores de aroma; amaciamento de carnes; maturação de vegetais Ações negativas: envelhecimento dos vegetais; escurecimento de fenóis; rancificação de gorduras; alteração da consistência; ENZIMAS OXIDORREDUTASES São importantes para o funcionamento celular e constituem um dos grupos mais interessantes e mais complexos da química fisiológica; Através delas, o organismo adquire a energia necessária para realizar suas funções vitais a partir da oxidação dos produtos alimentícios; São as desidrogenases, oxidases, oxigenases e peroxidases. As principais oxidorredutases de importância em alimentos aqui abordadas são: polifenol-oxidases, peroxidases; lipoxigenases; catalases; glicose-oxidases; xantina-oxidases e ascorbato-oxidases. Porém, há diversas outras oxidorredutases que englobam funções no organismo. As oxidorredutases são enzimas que catalisam reações de transferência de elétrons, ou seja, reações de oxirredução Se uma molécula se reduz, tem que haver outra que se oxide. Oxidação: Cedência de elétrons a outra espécie química; Redução: Recepção de elétrons provenientes da espécie que se oxida. Agente redutor: Espécie que se oxida, o que é acompanhado pela redução de outro reagente. Agente oxidante: Espécie que se reduz, o que é acompanhado pela oxidação de outro reagente. OXIDORREDUTASES Quando o estado de oxidação aumenta, a espécie oxidou-se; Quando o estado de oxidação diminui, a espécie reduziu-se. POLIFENOL-OXIDASES Oxidam compostos fenólicos com o auxílio do oxigênio. As polifenol- oxidases são encontradas em grande parte dos seres vivos. As de maior interesse para a ciência de alimentos são as de plantas, principalmente de frutas e hortaliças. Também de fungos, como os cogumelos comestíveis e de crutstáceos, como camarão, caranguejo e lagosta. O escurecimento indesejável de vegetais e frutas, como maçã, batata e banana, quando são cortadas e expostas ao ar é causado pela reação de escurecimento enzimática, isso pela existência dos compostos polifenois em sua composição química. Isso pode ser explicado pela ação das enzimas polifenol-oxidases que agem sobre os fenóis presentes nas frutas e vegetais, principalmente os de cores claras, ocorrendo assim a oxidação das ortoquinonas. O fato desses alimentos ficaram escuros se dá porque os compostos se polimerizam com bastante facilidade, formando as melaninas. PEROXIDASES As peroxidases tem sido consideradas uma das principais enzimas responsáveis pela deterioração da qualidade em muitos frutos congelados. As peroxidases são membros do grupo de enzimas que catalisam reações de oxidação-redução. Estas enzimas podem participar num grande número de reações oxidativas e de biodegradação, tais como mudança de cor, degradação da clorofila, oxidação de fenóis, oxidação do ácido indol acético, e muitos destes fatores também podem ser associados com sabor, cor, textura e qualidade nutricional dos alimentos. Uma vez que as peroxidases são mais termoestáveis em plantas, são consideradas um indicador da eficácia do branqueamento na medida em que os tratamentos térmicos necessários para inativar as peroxidases também inativam a maior parte das outras enzimas. LIPOXIGENASES As lipoxigenases catalisam a adição de uma molécula de oxigênio à ácidos graxos insaturados formando peróxidos. Ou seja, realiza oxigenação ou peroxidação de vários compostos insaturados tais como ácidos graxos livres, triglicerídeos, pigmentos e algumas vitaminas; É encontrada nas folhas, ramos, sementes, frutas, legumes, alimentos ricos em gorduras (soja, amendoim, milho, trigo) e em outros com baixa concentração de lipídeos, tais como ervilhas, batatas, maçãs, tomate, alfafa, rabanete e morangos. Porém são escassas nos produtos de origem animal. As lipoxigenases são enzimas encontradas em diversas plantas e também nos eritrócitos e leucócitos. Apresenta aplicação em produtos de panificação, como no branqueamento de farinhas e melhora das propriedades reológicas da massa do pão (oferecendo resultados semelhantes aos obtidos pelos reforçadores de massa). LIPOXIGENASES Benefícios: responsável pela síntese de vários álcoois e aldeídos de aroma agradável característico de produtos frescos. Prejuízos: após a colheita e durante o armazenamento e processamento, oxida as gorduras e gera compostos de odor desagradável. Oxidação dos ácidos linoleico e linolênico a hidroperóxidos de lipídeos, e decomposição química em vários aldeídos e cetonas aromáticos. Produção enzimática direta de radicais de ácidos graxos que iniciam e propagam reações de cooxidação e auto-oxidação mediada por radicais livres. CATALASES Enzima intracelular, também conhecida como hidroperoxidase; Usada para remover H2O2 que a glicose-oxidase produz durante transformação da glicose em ácido glucônico; 2 H2O2 ↔ 2 H2O + O2 Presente nos tecidos animais (fígado), vegetais e em microrganismos (Bacillus spp, Pseudomonas spp e Enterobacteriaceae); É produzido industrialmente a partir de Aspergillus niger; Usada também para remover peróxido residual da clara do ovo e do leite (“pasteurização à frio”); Usada para estimar contaminações microbianas nos alimentos, assim como a mastite em vacas ou presença de colostro no leite; CATALASES GLICOSE-OXIDASES Estas enzimas são obtidas a partir de Aspergillus niger e Penicillium notatum; As glicose-oxidases catalisam a oxidação de glicose a partir do consumo de oxigênio, produzindo ácido glucônico e H2O2. glucose β-D-glucose + O2 ↔ δ-D-glucanolactona + H2O2 Oxidase O H2O2 pode servir com agente oxidante e/ou antimicrobiano; Pode ser usada para eliminar glicose na preparação de ovo em pó e em produtos a base de carne e/ou batatas; Também para remover oxigênio em bebidas, molhos e maioneses, afim de evitar deterioração; E para conservar pescados; XANTINA-OXIDASES Catalisam a oxidação da hipoxantina para xantina e da xantina para ácido úrico. Também catalisam a oxidação de uma grande variedade de purinas, aldeídos e pteridinas. O leite bovino é uma fonte muito rica em xantina-oxidase, assim como está presente também no leite caprino e até no leite humano. No leite, essa enzima e purinas podem gerar H2O2 para a lactoperoxidase, apresentando ação bactericida e bacteriostática. Está associada a deteriorização oxidativa do leite e de produtos lácteos, via produção de superóxidos. ASCORBATO-OXIDASES Ascorbato-oxidases são enzimas que contêm cobre no sítio ativo e que catalisam a oxidação da vitmanina C. O ácido ascórbico é um importante indicador, pois sendo a vitamina maistermolábil, sua presença no alimento, indica que provavelmente os demais nutrientes também estão sendo preservados. As ascorbato-oxidases pode ser encontrada em vegetais como hortaliças, frutas e cereais diversos, podendo estar na forma solúvel ou ligada à parede celular. A determinação do conteúdo de ácido ascórbico em vegetais é muito importante, pois além de seu papel fundamental na nutrição humana, sua degradação pode favorecer o escurecimento não enzimático, e causar aparecimento de sabor estranho. DETECÇÃO Polifenol-oxidases: pode ser dectado por CLAE, espectofotometria ou reatores fechados; Peroxidases: por espectofotometria e o substrato mais usado é o guaiacol; Lipoxigenases: o substrato-padrão usado é o ácido linolênico, pode ser detectado por reator fechado, espectofotometria, titulação com iodo; Catalases: detecção por espectrofotometria e titulação de peróxido de hidrogênio; Glicose-oxidases: detecção por espectrofotometria, titulação e reator fechado. REFERÊNCIAS KOBLITZ, Maria Gabriela Bello. Bioquímica de alimentos: teoria e aplicações práticas. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.
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