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AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS PELO MÉTODO DE CUSTO E PELO MÉTODO DO VALOR JUSTO
 
A Lei nº 6.404/76, com alterações produzidas pelas Leis nº 11.638/07 e Lei nº 11.941/09, introduziu critérios contábeis de avaliação de investimentos.
 
Para fins contábeis, os investimentos de caráter permanente, ou seja, aqueles destinados a produzir benefícios pela sua permanência, e não mantidos para venda, são avaliados pelo método de custo ou pelo método de equivalência patrimonial.
 
 
CLASSIFICAÇÃO NO BALANÇO PATRIMONIAL
 
Estes investimentos devem ser classificados no Ativo Não Circulante, no grupo de Investimentos.
 
ATIVO NÃO CIRCULANTE
 
INVESTIMENTOS
 
PARTICIPAÇÕES
 
Participações Societárias em outras Sociedades
Participações em Sociedades Coligadas e Controladas
Perdas estimadas (conta credora)
 
 
   PROPRIEDADE PARA INVESTIMENTO
 
Terrenos mantidos para valorização
Terrenos para futura utilização
Edifícios arrendados
Edifícios desocupados
Edifícios em construção para futura utilização como propriedade para investimento
Perdas Estimadas (conta credora)
 
 
OUTROS INVESTIMENTOS PERMANENTES
 
Obras de arte
Marcas e patentes não utilizadas pela empresa
Perdas Estimadas (conta credora)
 
 
CLASSIFICAÇÃO DE INVESTIMENTOS COMO NÃO CIRCULANTES (PERMANENTES)
 
A classificação contábil dos investimentos, no ativo não circulante, é determinada pela Lei nº 6.404/76, com as alterações produzidas pela Lei nº 11.638/07 e Lei nº 11.941/09.
 
O art. 179 da Lei 6.404/76, determina:
 
Art. 179 – As contas serão classificadas do seguinte modo:
(...)
 
III – em investimentos: as participações permanentes em outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não se destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa.
 
Para classificação de um investimento como permanente são fundamentais dois aspectos:
 
Intenção de permanência
Ativos que não se destinem à manutenção da atividade operacional da empresa.
 
A intenção de permanência se manifesta no momento em que se adquire a participação:
 
Ativo Circulante: caso exista a intenção de alienar o investimento no exercício seguinte. São as aplicações destinadas à negociação ou disponíveis para venda e devem ser avaliadas pelo valor justo.
 
Valor justo é o preço que seria recebido pela venda de um ativo ou que seria pago pela transferência de um passivo em uma transação não forçada entre participantes do mercado na data de mensuração. (Ver Pronunciamento Técnico CPC 46 – Mensuração do Valor Justo).
 
Investimentos: caso exista o interesse de permanência São as aplicações em instrumentos patrimoniais de outras sociedades como ativo financeiro que serão mantidos para outra finalidade que não sua realização. As participações em outras sociedades que não coligadas ou controladas devem ser avaliadas pelo método de custo, já as participações em coligadas e controladas devem ser avaliadas pelo método da equivalência patrimonial.
 
Exemplo
 
Uma empresa adquire, em 30.08.X1,  ações de outras sociedades por $ 300.000. A diretoria definiu que, uma parte, no valor de $ 120.000 serão vendidas em 30.03.X2.
Contabilizar a operação, necessária para o fechamento do balanço em 31.12.X1.
 
D = Participações (AC)                     120.000
D = Participações (ANC)                  180.000
C = Caixa                                                                  300.000
 
Entretanto, se o valor registrado no ativo circulante não for alienado até a data do balanço do exercício seguinte àquele que tiver sido adquirido, deverá, o valor da aplicação, ser transferido para o subgrupo de Investimentos, entendimento confirmado pela Legislação Tributária através do CST nº 108/78 (D.O.U.09.01.1979).
 
 
 
AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS PELO MÉTODO DE CUSTO
 
Lei 6.404/76 de 15.12.76 e alterações produzidas pelas Leis nº 11.638/07 e Lei nº 11.941/09 – art. 183
RIR/99 – Decreto 3.000 de 26.03.99
Resolução CFC n° 750/93 – 29.12.93, alterada pela Resolução CFC nº 1.282/10: Dispõe sobre os Princípios de Contabilidade: Registro pelo Valor Original
 
 
1.1 - PARTICIPAÇÕES SOCIETÁRIAS EM OUTRAS SOCIEDADES
 
O art. 183 da Lei nº 6.404/76, estabelece os critérios de avaliação dos investimentos permanentes:
 
Art. 183 – No balanço, os elementos do ativo são avaliados segundo os seguintes critérios:
(...)
 
III – os investimentos em participação no capital social de outras sociedades, ressalvado o disposto nos arts. 248 e 250, pelo custo de aquisição, deduzidos de provisão para perdas prováveis na realização do seu valor, quando essa perda estiver comprovada como permanente, e que não será modificado em razão do recebimento, sem custo para a companhia, de ações ou quotas bonificadas;
 
IV – os demais investimentos, pelo custo de aquisição deduzido de provisão para atender às perdas prováveis na realização do seu valor, ou para redução do custo de aquisição ao valor de mercado, quando este for inferior.
 
Muito embora a Lei 6.404/76 determine o reconhecimento da provisão para perdas prováveis na realização de investimentos, quando comprovadas como permanentes, a adequação às Normas Internacionais de Contabilidade, através do CPC 01 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos, a expressão “comprovadas como permanentes” tende a desaparecer. De acordo com este CPC, deve-se constituir perdas sempre que o valor contábil exceder o valor de recuperação. De acordo com este CPC a nomenclatura também foi alterada. A nomenclatura adequada a ser utilizada é Perdas Estimadas por Valor Não Recuperável.
 
Como vimos, de acordo com a Lei nº 6.404/76, as participações em outras sociedades devem ser avaliadas pelo método de custo. Esta forma de avaliação está em desacordo com as normas internacionais que determina a utilização do método de custo somente quando não existir preço de mercado cotado em um mercado ativo, ou quando o seu valor justo não puder ser mensurado com confiabilidade. Portanto, estas participações serão avaliadas pelo custo se, e somente se não tiverem preço de cotação em mercado ativo e seu valor justo não puder ser mensurado com confiabilidade.
 
Caso essas participações sejam, então, avaliadas pelo custo deverá ser aplicado o disposto no item 46 (c) do CPC 38 – Instrumentos Financeiros:
 
(c) investimentos em instrumentos patrimoniais que não tenham preço de mercado cotado em mercado ativo e cujo valor justo não possa ser confiavelmente medido e derivativos que estejam ligados a e devam ser liquidados pela entrega desses instrumentos patrimoniais não cotados, os quais devem ser medidos pelo custo (ver o Apêndice A, itens AG80 e AG81).
 
 
CUSTO DE AQUISIÇÃO
 
O custo de aquisição é o valor efetivamente despendido na transação, podendo ocorrer mediante subscrição relativa a aumento de capital, ou o preço total pago pela compra de ações de terceiros. Representam, portanto, todos os gastos realizados para a sua aquisição, inclusive os encargos de corretagem.
 
Exemplo 1
 
A Cia. Maranhão participa do aumento de capital da Cia. São Luiz, subscrevendo 100.000 ações no valor nominal de $ 1,00 cada uma, integralizando em dinheiro. Sabendo-se que o investimento corresponde a 5% do capital da investida, contabilizar a operação.
 
Valor da Subscrição: (100.000 x 1,00) = 100.000,00
Corresponde a 5% do capital da investida, logo o Capital Social da Investida é: 2.000.000,00
 
Na Investida – Cia. São Luiz
D = Caixa/Bancos                                                                2.000.000,00
C = Capital Social                                                                                        2.000.000,00
 
Na Investidora – Cia. Maranhão
D = Participações em Outras Empresas – Cia.São Luiz     100.000,00
C = Caixa/Bancos                                                                                        100.000,00
 
PERDAS ESTIMADAS
 
Constituída para cobrir as perdas prováveis na realização do valor dos investimentos. Para determinar se umaempresa investidora tem perdas com seus investimentos em outras sociedades, é necessário saber qual a situação dessas investidas. Para tanto, deve-se obter as demonstrações contábeis e apurar o valor registrado na conta de investimentos da investidora. Se as investidas estiverem operando com prejuízo, seu Patrimônio Líquido fica reduzido e a comparação indicará a necessidade de se contabilizar as Perdas sofridas por esse investimento.
 
Dentre as situações que evidenciam perdas em investimentos, podemos destacar:
 
Investimentos em sociedades operando com prejuízos;
Investimentos em sociedades falidas e em má situação financeira;
Investimentos em sociedades que possuem projetos não viáveis ou abandonados.
 
Obs.: As perdas não são dedutíveis para fins de Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro. (Lei Nº 9249/95 – art. 13°) 
 
Exemplo 2
 
Admita que, as ações da Cia. São Luiz estejam desvalorizadas em virtude dos constantes prejuízos gerados, sem perspectivas de recuperação a curto prazo, e tragam um reflexo para a investidora no valor de $ 10.000,00. O lançamento contábil será o seguinte;
 
D = Despesas de Perdas Estimadas por Valor Não Recuperável
       (Resultado: Outras Despesas)                                                              10.000,00
C = Perdas Estimadas por Valor Não Recuperável (Investimentos)          10.000,00
 
Obs.: a conta devedora também poderá ser denominada de: Perdas por Desvalorização.
 
Por se caracterizar em perda de capital, o valor da perda na participação societária é uma despesa e a perda estimada é conta retificadora de Ativo Não Circulante – Investimentos. Portanto, no Balanço Patrimonial, o registro será da seguinte forma:
 
Ativo Não Circulante
Investimentos
Participações em Outras Sociedades – Cia. São Luiz                                100.000,00
(-) Perdas Estimadas por Valor Não Recuperável                          (10.000,00)
 
 
DIVIDENDOS NAS PARTICIPAÇÕES SOCIETÃRIAS
 
Na data do encerramento do balanço, as empresas estão obrigadas a contabilizar as destinações do lucro líquido conforme proposta apresentada pelos órgãos da administração, o que inclui a distribuição de dividendos. A empresa investidora deverá obter, junto à empresa investida, informações sobre os dividendos propostos contabilizados em seu balanço e efetuar o lançamento dos dividendos proporcionais à sua participação, como Resultados Operacionais, conforme estabelece o Art. 379 do RIR/99.
 
DIVIDENDOS RECEBIDOS APÓS 6 MESES:
 
D = Caixa/Dividendos a Receber
C = Receita de Dividendos (Receitas Operacionais)
 
DIVIDENDOS RECEBIDOS ATÉ 6 MESES
 
Porém, por determinação da legislação do imposto de renda, (art. 380 do RIR/99) os lucros ou dividendos recebidos em decorrência de participação societária avaliada pelo método de custo de aquisição, adquirida até 6 meses antes da data da respectiva percepção devem ser registrados como diminuição do valor do custo de aquisição, sem afetar o resultado.
Presume-se, então, que o valor dos dividendos recebidos até 6 meses a partir da data de aquisição do investimento esteja embutido no valor da participação.
 
D = Caixa/Dividendos a Receber
C = Participações em Outras Sociedades
 
 
1.2 - PROPRIEDADE PARA INVESTIMENTO
 
CPC 28 (IAS 40) – Propriedades para Investimento
CVM = Deliberação CVM nº 584/09
CFC = NBC TG 28 – Resolução CFC nº 1.178/09
 
O CPC 28 – Propriedade para Investimentos, cujo objetivo é estabelecer o tratamento contábil de propriedade para investimento e respectivos requisitos de divulgação, apresenta a seguinte definição:
 
          Propriedade para investimento é a propriedade (terreno ou edifício – ou parte de edifício – ou ambos) mantida (pelo proprietário ou pelo arrendatário em arrendamento financeiro) para auferir aluguel ou para valorização do capital ou para ambas, e não para:
 
(a)   uso na produção ou fornecimento de bens ou serviços ou para finalidades administrativas; ou
 
(b)   venda no curso ordinário do negócio.
 
São exemplos de Propriedade para Investimento, de acordo com item 8 do pronunciamento
 
(a)   terrenos mantidos para valorização de capital a longo prazo e não para venda a curto prazo no curso ordinário dos negócios;
 
(b)   terrenos mantidos para futuro uso correntemente indeterminado (se a entidade não tiver determinado que usará o terreno como propriedade ocupada pelo proprietário ou para venda a curto prazo no curso ordinário do negócio, o terreno é considerado como mantido para valorização do capital);
 
(c)   edifício que seja propriedade da entidade (ou mantido pela entidade em arrendamento financeiro) e que seja arrendado sob um ou mais arrendamentos operacionais;
 
(d)   edifício que esteja desocupado, mas mantido para ser arrendado sob um ou mais arrendamentos operacionais;
 
(e)   propriedade que esteja sendo construída ou desenvolvida para futura utilização como propriedade para investimento.
 
Para reconhecer uma propriedade para investimento como ativo, é necessário que:
 
Seja provável o fluxo de benefícios econômicos futuros associados a essa propriedade
 
O custo da propriedade para investimento possa ser mensurado confiavelmente.
 
Caso uma propriedade tenha uma parte destinada a investimento e outra parte destinada a imobilizado, somente se não for possível classificar, no seu todo, como imobilizado ou quando for mínima a parte que estiver sendo utilizada pela empresa,  (imobilizado) cada parte deve ser classificada separadamente e ser tratada contabilmente de forma separada.
 
Os custos da propriedade para investimento devem ser reconhecidos a partir do momento em que a entidade a reconhece como uma propriedade para investimento e devem incluir os custos inicialmente incorridos para adquiri-la e os custos incorridos subsequentemente para adicionar, substituir partes, ou prestar manutenção à propriedade.
 
 
AVALIAÇÃO DE PROPRIEDADE PARA INVESTIMENTO
 
Uma Propriedade para Investimento deve ser inicialmente mensurada pelo seu custo. Após o seu reconhecimento a entidade deve escolher o método do valor justo ou o método de custo e deve aplicar essa política a todas as propriedades para investimento.
 
Método do valor justo
 
Valor justo é o preço que seria recebido pela venda de um ativo ou que seria pago pela transferência de um passivo em uma transação não forçada entre participantes do mercado na data de mensuração.
 
As variações do valor justo são reconhecidas diretamente no resultado de cada período.
 
Em determinadas situações em não é possível mensurar o valor justo com confiabilidade e quando não estão disponíveis estimativas alternativas confiáveis de valor de uso, utiliza-se o método de custo até que o valor justo possa ser utilizado.
 
 
Método de Custo
 
Se a entidade escolher o método de custo para registro contábil deve, de qualquer forma, divulgar o valor justo da sua propriedade de investimento em cada balanço patrimonial, no corpo da própria demonstração ou em nota explicativa.
 
A entidade deve, ainda, divulgar os métodos de depreciação usados; o prazo de vidas úteis ou taxas de depreciação utilizadas; valor contábil bruto e a depreciação acumulada (com as perdas estimadas por impairment).
 
Perdas estimadas
 
De acordo com o item 79 do CPC 28 – Propriedade para Investimento, a entidade deve reconhecer a depreciação e as perdas por impairment.
 
(v)   a quantia de perdas por impairment reconhecida e a quantia de perdas por impairment revertida durante o período de acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 01;
 
A Lei nº 6.404/76, não faz menção à depreciação de edifícios classificados como investimentos, porém, o RIR/99 (Regulamento do Imposto de Renda) em seu “art. 307, parágrafo único e seus incisos determina que não será admitida quota de depreciação referente a:
 
            I – terrenos, salvo em relação aos melhoramentos ou construções;
II – prédios ou construções não alugados nem utilizados pelo proprietário na produção dos seus rendimentosou destinados a revenda;
III – bens que normalmente aumentam de valor com o tempo, como obras de arte ou antiguidades;
IV – bens para os quais seja registrada quota de exaustão.
 
Portanto, entende-se que, os edifícios, fora de uso nas atividades da companhia mas que estejam alugados, estão sujeitos a depreciação.
 
Exercício 1
 
Informe (sim/não) se os itens representam propriedade para investimento
 
	Terreno adquirido por empresa de construção e incorporação, destinado a comercialização em lotes
	 
N
	Edificação de propriedade da empresa usada como residência por empregados
	 
N
	Edificação vaga, mas mantida para ser arrendada em um ou mais arrendamentos operacionais
	 
S
	Propriedade em construção para uso futuro como propriedade para investimento
	 
S
	Edifício de escritórios com 18 andares, de propriedade da entidade. Doze andares são ocupados com atividades comerciais e administrativas da entidade e os seis andares restantes são alugados
	Sim para os 6 andares alugados
Não para os 12 andares ocupados
	Edificação mantida pela entidade em um arrendamento financeiro e arrendada em um arrendamento operacional
	 
S
	Terreno mantido para valorização do capital de longo prazo, em vez de venda de curto prazo no curso normal de seus negócios
	 
S
	Edificação de propriedade da entidade e usada para armazenamento do estoque de produtos acabados
	 
N
	Terreno de propriedade de uma construtora e incorporadora que ainda não definiu se construirá um imóvel residencial para venda ou se construirá um prédio com salas comerciais para aluguel
	 
S
(Exercício extraído do curso: Extensão em IFRS – NIA – Módulo 2 – FIPECAFI)
 
 
1.3 - OUTROS INVESTIMENTOS PERMANENTES
 
Obras de arte
Marcas e patentes não utilizadas pela empresa
Perdas Estimadas (conta credora)
 
Tais investimentos devem ser avaliados pelo método de custo, deduzidos das perdas estimadas por impairment, quando necessário.
 
 
QUESTÃO DISCURSIVA
 
A Cia. Marabá adquiriu 1% das ações da Cia. Santarém, pagando R$ 100,000, em agosto/X9, representando o valor de mercado das ações cujo valor patrimonial montava em R$ 90,00. No mês de dezembro/X9, a Cia. Marabá recebeu dividendos da Cia. Santarém no valor de R$ 5,00 e esta empresa apresentou um lucro líquido de R$ 1.500,00. Qual será o saldo da conta que representa o investimento da Cia. Marabá na Cia. Santarém, em 31 de dezembro/X9?
Nota: Não foi comprovada nenhuma influência da investidora na administração da investida. (Petrobrás – Contador Pleno – Fundação Cesgranrio – adaptatada)
 
Como não há influência na administração, o investimento deverá ser avaliado pelo método de custo.
 
O investimento foi adquirido até 6 meses da data da aquisição do investimento.
 
Portanto,
 
D = Caixa ou Bancos                        5,00
C = Participações - Cia. Santarém               5,00
 
Saldo da conta Investimentos: R$ 95,00 (100,00 (-) 5,00)
 
Quanto ao lucro líquido não tem o que se fazer, pois trata-se de investimento avaliado pelo método de custo.
 
 
MÓDULO 2
 
AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS PELO MÉTODO DA EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL
 
CPC 18 (R2) – Investimentos em Coligada, em Controlada e em Empreendimento Controlado em Conjunto
CVM – Deliberação CVM nº 696/12
CFC – NBC TG 18 – Resolução CFC nº 1.424/13
 
INTERPRETAÇÃO TÉCNICA ICPC 09 (R1) – Demonstrações Contábeis Individuais, Demonstrações Separadas, Demonstrações Consolidadas e Aplicação do Método da Equivalência Patrimonial
CVM – Deliberação CVM nº 687/12
CFC – NBC TG 09 – Resolução CFC nº 1.262/09 e alterações produzidas pela Resolução CFC nº 1.408/12
 
IAS 28 – Investments in Associates and Joint Ventures
 
Lei 6.404/76 de 15.12.76 e alterações produzidas pelas Leis nº 11.638/07 e Lei nº 11.941/09 – art. 248.
 
RIR/99) – Decreto Nº 3.000 de 26/03/1999 – arts. 384 a 391.
 
 
INVESTIMENTOS AVALIADOS PELO MÉTODO DA EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL
 
De acordo com Lei Nº 6.404/76, e alterações produzidas pela Lei Nº 11.638/2007 e pela Lei nº 11.941/2009, devem ser avaliados pelo Método da Equivalência Patrimonial:
 
Investimentos em Coligadas;
Investimentos em Controladas;
Investimento em outras sociedades que façam parte de um mesmo grupo ou estejam sob controle comum.
 
Já, o CPC 18 (R2) determina a aplicação do Método de Equivalência Patrimonial quando da contabilização de
 
Investimentos em Coligadas
Investimentos em Controladas
Empreendimentos Controlados em Conjunto (joint ventures)
 
COLIGADAS: São coligadas as sociedades nas quais a investidora tenha influência significativa.
 
INFLUÊNCIA SIGNIFICATIVA: Considera-se que há influência significativa quando a investidora detém ou exerce o poder de participar nas decisões das políticas financeira ou operacional da investida, sem controlá-la.
 
É presumida influência significativa quando a investidora for titular de 20% ou mais do capital votante da investida, sem controlá-la.
 
Note-se que a Lei, na definição de coligada, não especifica o tipo de sociedade ou ainda a proporção da participação na investida, a não ser pelo conceito presumido de influência significativa, abrangendo, portanto, todos os tipos de sociedade. Também não faz menção sobre participações indiretas, o que nos leva ao entendimento que, existindo influência significativa, é coligada, mesmo que a participação seja indireta, o que predomina é a essência sobre a forma.
 
O CPC 18 (R2) define influência significativa da seguinte forma:
 
INFLUÊNCIA SIGNIFICATIVA: é o poder de participar das decisões sobre políticas financeiras e operacionais de uma investida, mas sem que haja o controle individual ou conjunto dessas políticas.
 
Diferentemente da Lei nº 6.404/76, o CPC 18 (R2) em continuação à definição de Influência Significativa, acrescenta no item 5 e 6:
 
5. Se o investidor mantém direta ou indiretamente (por meio de controladas, por exemplo), vinte por cento ou mais do poder de voto da investida, presume-se que ele tenha influência significativa, a menos que possa ser claramente demonstrado o contrário. Por outro lado, se o investidor detém, direta ou indiretamente (por meio de controladas, por exemplo), menos de vinte por cento do poder de voto da investida, presume-se que ele não tenha influência significativa, a menos que essa influência possa ser claramente demonstrada. A propriedade substancial ou majoritária da investida por outro investidor não necessariamente impede que um investidor tenha influência significativa sobre ela.
 
6. A existência de influência significativa por investidor geralmente é evidenciada por uma ou mais das seguintes formas:
 
(a) representação no conselho de administração ou na diretoria da investida;
 
(b) participação nos processos de elaboração de políticas, inclusive em decisões sobre dividendos e outras distribuições;
 
(c) operações materiais entre o investidor e a investida;
 
(d) intercâmbio de diretores ou gerentes;
 
(e) fornecimento de informação técnica essencial.
 
Conclui-se, portanto, que uma sociedade é coligada:
 
Quando a participação, direta ou indireta, for de 20% ou mais do capital votante da investida; e/ou
Quando se configurar a existência de Influência Significativa
 
 
CONTROLADAS: Considera-se Controlada a sociedade na qual a controladora, diretamente ou através de outras controladas é titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de modo permanente:
preponderância nas deliberações sociais
o poder de eleger ou destituir a maioria dos administradores.
 
Esses direitos são conferidos às ações com direito a voto e quando a investidora possuir o controle acionário representado por mais de 50% do capital votante
OBS.: A proporção das ações preferenciais em relação ao total das ações emitidas passa de 2/3 para 50%. (Lei 10.303/2001 – art. 15)
 
 
SOCIEDADES QUE FAÇAM PARTE DE UM MESMO GRUPO OU ESTEJAM SOB CONTROLE COMUM
 
Art. 248 da Lei Nº 11.638/2007, alterado pela Lei 11.941/2009, Instrução CVM Nº 469/2008
 
CONTROLE COMUM:“está diretamente relacionada à essência econômica da entidade contábil e, como tal, deve ser entendida. A dimensão econômica da entidade é delimitada como o conjunto de entes, ainda que, juridicamente distintos, que estejam em um mesmo grupo ou que seu controle seja exercido por um mesmo ente ou conjunto de entes”.
 
EMPREENDIMENTO CONTROLADO EM CONJUNTO
 
De acordo com o CPC- 18 (R2):
 
EMPREENDIMENTO CONROLADO EM CONJUNTO (Joint Venture): é um acordo conjunto por meio do qual as partes, que detêm o controle em conjunto de acordo contratual, têm direitos sobre os ativos líquidos desse acordo.
 
Ocorre quando duas ou mais pessoas jurídicas juntam os recursos e esforços para desenvolver em conjunto uma atividade. Os empreendedores podem, até, ter participações diferentes e mesmo assim o controle pode ser compartilhado, de acordo com as definições contidas no estatuto ou contrato social ou em documentos à parte, como um acordo de acionistas. Por esse acordo os sócios compartilham as decisões e defendem os interesses da controlada em conjunto.
 
 
CONTROLE DIRETO E INDIRETO
 
Conforme foi verificado nos conceitos de sociedades sociedades controladas, admite-se participação direta e indireta, o que não ocorre com as sociedades coligadas, cuja participação será sempre direta. Assim com a participação o controle também poderá ser direto e indireto.
 
 
DIRETO: Quando uma sociedade controla diretamente outra sociedade.
INDIRETO: Quando o controle é feito através de outra sociedade controlada.
 
 
A Cia. A possui 80% das ações ordinárias da Cia. B
 
A Cia. B possui 90% das ações ordinárias da Cia. C
 
Logo,
 
B é controlada direta de A (80% das ações ordinárias)
C é controlada direta de B (90%)  e Indireta de A, pois A controla C através de B
 
 
DISTINÇÃO ENTRE CONTROLE E PROPRIEDADE
 
CONTROLE: Decisão pela soma de votos
 
PROPRIEDADE: Percentual de participação no capital
 
Nas assembléias o que predomina é a decisão pela soma dos votos, ou seja o importante é o conceito de CONTROLE e não de PROPRIEDADE.
 
EXEMPLO
 
A Cia. A possui 51% das ações ordinárias da Cia. B
           
A Cia. B possui 65% das ações ordinárias da Cia. C
 
Logo,
 
B é controlada direta de A (51%)
C é controlada direta de B (65%)
C é controlada indireta de A: Controle Indireto                                    65%
                                                Participação Indireta (51% x 65%)        33,15%
 
QUESTÃO DISCURSIVA
 
Um grupo de empresas localizadas em diversos estados brasileiros, possuem como atividade principal a extração, beneficiamento, industrialização e comercialização de mármores, granitos e pedras de diversos tipos.
 
O quadro da composição acionária das companhias é o seguinte:
 
	Empresas Investidas
	Investidores
	 
Total de Ações
	
	Cia. Campinas
	Cia. Jundiaí
	Outros Acionistas
	
	Cia. Americana
	80.000
	90.000
	30.000
	200.000
	Cia. Valinhos
	195.000
	90.000
	15.000
	300.000
	Cia. Itatiba
	40.000
	-
	10.000
	50.000
	Cia. Jundiaí
	120.000
	-
	30.000
	150.000
 
Sua Holding é a Cia. São Paulo. Se essa empresa é a investidora direta das empresas Cia. Campinas e Cia. Jundiaí, indique o percentual máximo de participação direta, no capital da empresa Jundiaí que a Cia. São Paulo poderia ter:
 
A)   100%
B)   88%
C)   52%
D)   40%
E)   20%
 
Resposta correta: E
 
Solução
 
Primeiro devemos calcular os percentuais de participação:
 
	Empresas Investidas
	Investidores
	 
Total de Ações
	
	Cia. Campinas
	Cia. Jundiaí
	Outros Acionistas
	
	Cia. Americana
	80.000 = 40%
	90.000 = 45%
	30.000 = 15%
	200.000 = 100%
	Cia. Valinhos
	195.000 = 65%
	90.000 = 30%
	15.000 = 5%
	300.000 = 100%
	Cia. Itatiba
	40.000 = 80%
	-
	10.000 = 20%
	50.000 = 100%
	Cia. Jundiaí
	120.000 = 80%
	-
	30.000 = 20%
	150.000 = 100%
 
A Cia. Jundiaí tem 80% do seu capital em poder da Cia. Campinas, portanto o máximo de participação direta que a Cia. São Paulo pode ter na Cia. Jundiaí são 20% correspondente ao item “outros acionistas” do quadro de composição acionária.
 
 
 
A TÉCNICA DA EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL
 
Como vimos, são avaliados pelo Método da Equivalência Patrimonial:
 
Coligadas
Controladas
Controladas em conjunto
Sociedades que façam parte de um mesmo grupo ou estejam sob controle comum.
 
 
A TÉCNICA DA EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL
O CPC 18 – (R2) define o Método da Equivalência Patrimonial como:
 
MÉTODO DA EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL: É o método de contabilização por meio do qual o investimento é inicialmente reconhecido pelo custo e posteriormente ajustado pelo reconhecimento da participação atribuída ao investidor nas alterações dos ativos líquidos da investida. O resultado do período do investidor deve incluir a parte que lhe cabe nos resultados gerados pela investida.
 
Em outras palavras, o Método da Equivalência Patrimonial consiste em reconhecer nos Investimentos da investidora, o percentual de participação no Patrimônio Líquido da investida.
 
Portanto, para que a investidora contabilize a Equivalência Patrimonial, a peça fundamental, é a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido das sociedades investidas.
 
EFEITOS, NA INVESTIDORA, DA MOVIMENTAÇÃO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO DA INVESTIDA
 
Uma vez definidos os investimentos avaliados pelo Método da Equivalência Patrimonial, aplicamos a técnica: à medida que o Patrimônio Líquido das investidas AUMENTA ou DIMINUI, a conta Investimentos da Investidora deverá também AUMENTAR ou DIMINUIR proporcionalmente ao percentual de participação. Para se determinar a contrapartida desse DÉBITO ou CRÉDITO vai depender da origem da movimentação do Patrimônio Líquido das investidas. Essa movimentação pode originar-se de vários motivos tais como:
 
Lucro ou Prejuízo do Exercício
Dividendos Propostos
Integralização do Capital
Ajustes de Exercícios Anteriores
Outros Resultados Abrangentes
 
 
LUCRO OU PREJUÍZO DO EXERCÍCIO
 
A contrapartida do ajuste de investimentos deverá estar no resultado do exercício como receita ou despesa. Se a investida apurar lucro, a investidora reconhecerá como receita, se a investida apurar prejuízo, a investidora reconhecerá como despesa. Essa receita ou despesa é operacional e deverá ser classificada em conta específica denominada RESULTADO DE EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL.
 
 
Se a investida apurar lucro                                     a investidora reconhece como Resultado de
                                                                                Equivalência Patrimonial (Positivo)
 
D = Investimentos
C = Resultado de Equivalência Patrimonial (no caso de lucro)
 
Se a investida apurar prejuízo                                a investidora reconhece como Resultado de
                                                                                Equivalência Patrimonial (Negativo)
 
 
 
D = Resultado de Equivalência Patrimonial (no caso de prejuízo)
C = Investimentos
 
 
DIVIDENDOS PROPOSTOS
 
No método da equivalência patrimonial os lucros são reconhecidos no momento em que são apurados pela investida. Assim quando da distribuição dos dividendos não existe o reconhecimento de nova receita. Se assim o fosse, haveria o reconhecimento em dobro do resultado. Contabiliza-se, portanto, como um direito (caso tenha ocorrido o provisionamento dos dividendos) ou como disponível (se já houve a efetiva distribuição).
 
Os lucros já são reconhecidos quando da contabilização da equivalência patrimonial. Quando efetivar a distribuição de tais lucros como dividendos deve-se registrar uma troca de investimentos por dinheiro
 
D = Dividendos a Receber / Disponível
C = Investimentos
 
 
INTEGRALIZAÇÃO DO CAPITAL
 
A integralização do capital feita pela investidora provoca um acréscimo no patrimônio líquido da investida, na mesma proporção do acréscimo na sua conta de investimentos.
 
D = Investimentos
C = Disponível
 
 
AJUSTES DE EXERCÍCIOS ANTERIORESA Lei societária determina que sejam contabilizados diretamente na conta de Lucros Acumulados sempre que tivermos efeitos decorrentes de:
 
Mudança de critérios contábeis
 
Retificação de erro imputável a determinado exercício anterior, e que não possam ser atribuídos a fatos subseqüentes.
 
Pelo disposto no CPC 18, (item 11) somente a parte do investidor nos lucros ou prejuízos gerados pela investida é devem ser reconhecidos no lucro ou prejuízo do período do investidor.
 
Adicionalmente o CPC dispõe que a parte do investidor nas mutações do PL, que não pelo resultado do período, devem ser reconhecidas de forma reflexa diretamente no patrimônio líquido do investidor.
 
Portanto, quando a investida efetuar ajuste de exercícios anteriores, aumentando ou reduzindo seu patrimônio, o ajuste proporcional na conta de Investimentos será lançado, de forma reflexa na conta de LUCROS ACUMULADOS.
 
Se aumentar PL na Investida
                                                                                    
D = Investimentos
C = Lucros Acumulados
 
 
Se diminuir PL na Investida
                                                                                   
 
D = Lucros Acumulados
C = Investimentos
 
OUTROS RESULTADOS ABRANGENTES
 
Quando a sociedade investida apresentar, no seu Patrimônio Líquido, Outros Resultados Abrangentes em decorrência da existência de reserva de reavaliação, ajustes de avaliação patrimonial, ganhos e perdas de conversão, etc., o investidor fará o reconhecimento de forma reflexa, diretamente em contas de Patrimônio Líquido.
 
D = Investimentos em Coligadas ou Controladas
C = Outros Resultados Abrangentes de Coligadas – Cia. X
 
Caso apresente outros resultados abrangentes com saldo devedor, o lançamento será o inverso.
 
Exemplo
 
A Cia. Oriente adquire ações da Cia. Ocidente. A composição do capital social da Cia. Ocidente é a seguinte: 200.000 ações ordinárias e 200.000 ações preferenciais ao valor nominal de $ 1,00 por ação. A Cia. Oriente adquire 104.000 ações ordinárias e 80.000 ações preferenciais, sem ágio ou deságio. No primeiro exercício, após a negociação, a Cia. Ocidente divulga a apuração de um lucro líquido do exercício no valor de $ 150.000,00 e a distribuição de Dividendos no valor de 30.000,00.
 
Contabilizar a operação, na Cia. Oriente.
 
Primeiro há a necessidade de se calcular o percentual de participação.
 
	CIAS.
	Quantidade de Ações
	
	Ordinárias
	Preferenciais
	Total
	Cia. Ocidente
	200.000
	200.000
	400.000
	Cia. Oriente
	104.000
	80.000
	184.000
	% de participação
	52%
	40%
	46%
 
Como a Cia. Oriente detém 52% das ações ordinárias da Cia. Ocidente trata-se de uma Controlada e, portanto, deve-se aplicar o Método de Equivalência Patrimonial.
 
Aplicando-se o Método da Equivalência Patrimonial, a Controladora deverá reconhecer o percentual de participação no patrimônio líquido da controlada, no caso, 46%.
 
	 
	Cia. Ocidente
	%
	Cia. Oriente
	Capital
	400.000,00
	46%
	184.000,00
	Resultado do Exercício
	300.000,00
	46%
	138.000,00
	Dividendos propostos
	(150.000,00)
	46%
	(69.000,00)
	Total do Patrimônio Líquido
	550.000,00
	46%
	253.000,00
 
Contabilização:
 
Pela aquisição das ações:
 
            D = Investimentos em Controladas              184.000,00
            C = Bancos                                                                           184.000,00
 
Pelo reconhecimento da participação nos resultados
 
            D = Investimentos em Controladas              138.000,00
            C = Resultado de Equivalência Patrimonial                         138.000,00
 
Pelo reconhecimento da participação nos dividendos
 
            D = Dividendos a Receber                            69.000,00
            C = Investimentos em Controladas                                      69.000,00
 
Verifica-se, então, que o saldo da conta Investimentos em Controladas, na Cia. Oriente representa, exatamente, os 46% de participação no patrimônio líquido da Cia. Ocidente.
 
 
VARIAÇÃO DE PERCENTUAL DE PARTICIPAÇÃO EM INVESTIMENTOS AVALIADOS PELO MÉTODO DE EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL
 
Pode ocorrer que a sociedade investida aumente seu capital social através subscrição de novas ações, e a sociedade investidora  subscreve um percentual maior ou menor do que o anteriormente detido, ocasionando uma variação no percentual de participação.
 
Isto ocorre quando:
 
         Perde percentual: quando não exerce o direito de subscrição.
 
         Aumenta percentual: pela diluição na participação de outros acionistas (outros acionistas não exercem o direito de subscrição).
 
O aumento ou a diminuição no percentual de participação irá provocar um aumento ou uma diminuição no investimento avaliado pela equivalência patrimonial.
 
QUESTÃO DISCURSIVA
 
O capital social da Cia. Beta está representado por 4.000 ações ordinárias, das quais, a Cia. Alfa detém 55%. Em X1 a Cia. Beta aumenta seu capital social com a missão de 2.000 ações ordinárias a $ 1,00 cada,. Totalmente subscritas e integralizadas pela Cia. Alfa.
 
Considere o Patrimônio Líquido da Cia. Beta antes do aumento do capital social:
                       
            Capital Social                         4.000,00
            Reservas de Lucros               2.000,00
      Total                                       6.000,00
 
Durante X1, após a data do aumento do capital social, a Cia. Beta apurou um lucro de $ 1.500,00.
 
Contabilizar a operação.
 
SOLUÇÃO
 
1)    Cálculo do novo percentual de participação
 
	 
	Cia. Beta
	%
	Cia. Alfa
	Quantidade de ações antes do aumento do capital social
	 
4.000
	 
55%
	 
2.00
	Emissão de novas ações
	2.000
	100%
	2.000
	Total de ações
	6.000
	70%
	4.000
 
2)    Apuração do ganho ou perda por variação de participação
 
	 
	Cia. Beta
	%
	Cia. Alfa
	Patrimônio Líquido antes do aumento de capital social
	 
6.000,00
	 
55%
	 
3.300,00
	Aumento de capital social por novas emissões
	2.000,00
	100%
	2.000,00
	Sub Total
	8.000,00
	 
	5.300,00
	Patrimônio Líquido após aumento de capital social
	 
8.000,00
	 
70%
	 
5.600,00
	Ganho por variação percentual
	 
	 
	  300,00
	Resultado do Exercício
	1.500,00
	70%
	1.050,00
	Total do Patrimônio Líquido
	9.500,00
	70%
	6.650,00
 
Contabilização
 
      D = Investimentos em Controladas                          2.000,00
      C = Bancos                                                                           2.000,00
 
      D = Investimentos em Controladas                          300,00
      C = Ganhos por Variação de Participação (PL)                              300,00
 
      D = Investimentos em Controladas                          1.050,00
      C = Resultado de Equivalência Patrimonial                                     1.050,00
 
Como podemos notar o ganho por variação de participação no valor de $ 300,00 corresponde ao aumento de participação de 15% (70% - 55%), sobre as reservas que existiam no Patrimônio Líquido da Cia. Beta. (2.000,00 x 15% = 300,00) e, de acordo com o CPC 18, deverá ser lançado diretamente no Patrimônio Líquido, na conta Outros Resultados Abrangentes.
 
O saldo final dos Investimentos em Controladas no valor de $ 6.650,00 representa, exatamente, 70% do Patrimônio Líquido da Controlada.
            
MAIS VALIA, GOODWIL E COMPRA POR GANHO VANTAJOSA
 
 
Como já vimos, segundo o CPC 18 (R2), pelo método de equivalência patrimonial, um investimento em coligada e em controlada é inicialmente reconhecido pelo custo e o seu valor contábil será aumentado ou diminuído pelo reconhecimento da participação do investidor nos lucros ou prejuízos do período e demais mutações do patrimônio líquido gerados pela investida após a aquisição.
 
Pode ocorrer, entretanto, que o investidor, ao adquirir uma participação, o valor pago por essa participação ser diferente do valor patrimonialdessa participação.
 
A essa diferença, se o valor pago for maior que o valor patrimonial, se dá o nome de mais-valia de ativos líquidos, ou de ágio por expectativa de rentabilidade futura (Goodwill). Se o valor pago for menor que o valor patrimonial, a essa diferença se dá o nome de ganho por compra vantajosa (ou deságio)
 
O pagamento a maior pode ocorrer considerando-se duas situações:
 
Os ativos da investida, líquidos dos passivos, mensurados a valor justo individualmente, valem mais que o valor contábil (mais-valia).
 
Paga-se mais até do que o valor justo dos ativos líquidos da investida, porque se esperam lucros acima do normal, paga-se por expectativa de rentabilidade futura (goodwill).
 
Quando os investimentos forem feitos por meio de subscrições em empresas coligadas e controladas formadas pela própria investidora, não surge normalmente qualquer mais-valia, ágio ou deságio, a não ser no caso de variação percentual de participação. Porém, quando uma sociedade adquire participações de empresas já existentes, aí sim, pode surgir a figura da mais-valia, ágio ou deságio.
 
Como vimos, a diferença entre o valor pago e o valor contábil adquirido se configura de duas situações:
 
          I.    Diferença de valor dos ativos líquidos da investida: determinado pela diferença entre a soma do valor justo dos ativos líquidos identificáveis e o valor contábil do patrimônio líquido da investida.
 
        II.    Rentabilidade Futura (Goodwill): Diferença entre o valor justo atribuído ao negócio e o valor justo dos ativos líquidos da investida.
 
Para tanto, é necessário que, na data da aquisição das ações, a coligada ou controlada determine o valor justo dos ativos líquidos, bem como o valor contábil do seu patrimônio Líquido.
 
Muito embora, a mais-valia (por diferença do valor justo dos ativos líquidos identificáveis) e o Ágio (por rentabilidade futura - goodwill), integrem o saldo contábil do investimento, sua contabilização deverá ser feita em contas separadas para fins de controle interno. Todavia, quando da publicação do balanço patrimonial, somente o saldo da conta investimentos deverá ser publicado.
 
REALIZAÇÃO DA MAIS-VALIA
 
A mais-valia fundamenta-se na existência de ativos e passivos líquidos cujo valor justo é superior ao valor contábil. Dessa forma a baixa dessa mais-valia deve ser feita proporcionalmente à realização dos ativos e passivos que lhes deu origem, por exemplo:
 
Estoques: quando da venda.
Ativos Imobilizados: proporcionalmente à depreciação ou baixa.
Ativos Intangíveis com vida útil definida: quando de sua amortização ou baixa.
 
Entretanto, existem outras condições que implicam na baixa da mais-valia e do ágio, por exemplo:
 
Quando a investidora alienar o investimento
Quando a investidor reconhecer perdas pela redução do investimento ao valor
de recuperação.
 
Logicamente haverá a necessidade de se manter controles, até com certa complexidade, para permitir o acompanhamento do valor pelo qual os ativos e passivos que geraram o ágio ou o deságio estão sendo realizados em cada exercício para que se amortize a mais-valia correspondente.
 
A contrapartida dessa amortização será a própria conta de Resultado de Equivalência Patrimonial. Justifica-se este procedimento em razão de que a realização dessa conta ajusta o resultado líquido da investida.
 
ÁGIO POR EXPECTATIVA DE RENTABILIDADE FUTURA
 
Regra geral, o ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill) em coligadas e controladas não pode mais ser amortizado.
 
No caso de investimento em coligadas, ele simplesmente permanecerá como sub conta até a baixa do investimento por alienação ou por impairment (redução ao valor recuperável de ativos). Segundo o CPC 18, o ágio não será testado separadamente em relação ao seu valor recuperável. O valor contábil total do investimento é que é testado como um único ativo.
 
No caso de investimento em controlada, também não é mais amortizado, mas o teste de impairment é feito de maneira isolada conforme a Interpretação Técnica CPC 09.
           
 
IMPAIRMENT TEXT: Será visto em Contabilidade Financeira: Provisões
 
QUESTÃO DISCURSIVA
 
Suponha que a empresa X adquira, por $ 12.000,00, 30% do patrimônio líquido de uma investida Y que tenha um patrimônio Líquido de 30.000,00.
 
A investida Y complementa com as seguintes informações:
 
1)    O imobilizado vale $ 1.000,00 a mais do que o seu valor líquido contabilizado.
2)    Existe uma patente criada pela própria empresa e por isso não contabilizada que pode ser negociada, no mercado, por $ 1.200,00.
3)    O excedente, portanto, é pagamento por expectativa de rentabilidade futura.
 
	 
	Empresa Y
	Empresa X
30%
	Valor Patrimonial
	30.000,00
	9.000,00
	Valor justo do imobilizado
	1.000,00
	300,00
	Valor justo da patente
	1.200,00
	360,00
	Valor do PL/Investimentos
	32.200,00
	9.660,00
	Ágio por rentabilidade futura (goodwill)
	 
	2.340,00
	Total do Investimento
	 
	12.000,00
 
A contabilização da operação será:
 
            D = Investimentos em Coligadas - Cia. Y     9.000,00
            D = Mais-valia de ativos Líquidos – Cia. Y   660,00
            D = Ágio por Rentabilidade Futura – Cia. Y  2.340,00
            C = Bancos                                                                                       12.000,00
 
 
Suponha, ainda que, no exercício anterior, o valor justo do imobilizado refere-se a máquinas e equipamentos, cuja taxa de depreciação é de 10% ao ano.
 
            Mais valia de ativos líquidos (máquinas e Equipamentos)   300,00
            Amortização da mais-valia (10%)                                                    30,00
 
A Contabilização da operação será:
 
            D = Resultado de Equivalência Patrimonial             30,00
C = Mais-valia de ativos Líquidos – Cia. B                           30,00
 
 
RESULTADOS NÃO REALIZADOS DE OPERAÇÕES INTERSOCIEDADES
 
Os resultados não realizados ocorrem quando uma sociedade vende bens para outra empresa do mesmo grupo, e esses bens, no final do exercício, ainda não foram vendidos a terceiros e, portanto, ainda estão no ativo da sociedade compradora.
 
As operações intersociedades não geram economicamente resultados, a não ser quando esses bens forem vendidos para terceiros. As diversas empresas de um mesmo grupo econômico devem ser vistas como uma única entidade, e para efeito de aplicação do Método de Equivalência Patrimonial, os resultados não realizados decorrentes de negócios de uma para outra empresa do mesmo grupo não devem ser computados.
 
Exemplo
 
A Cia. Investida adquiriu 100 unidades de determinada mercadoria por R$ 50,00 cada uma. Em seguida vende essas mercadorias para a Cia. Investidora por R$ 70,00 cada uma. No mesmo exercício, a Cia. Investidora vende, para terceiros, o total dessas mercadorias por R$ 100,00 cada uma.
 
Vejamos o impacto no resultado dessas companhias.
 
	CIA. INVESTIDA
	CIA. INVESTIDORA
	CONSOLIDADO (TERCEIROS)
	Venda (100 x 70,00)
	 7.000
	Venda (100 x 100,00)
	10.000
	Venda (100 x 100,00)
	10.000,00
	Custo (100 x 50,00)
	(5.000)
	Custo (100 x 70,00)
	(7.000)
	Custo (100 x 50,00)
	(5.000,00)
	Lucro
	 2.000
	Lucro
	 3.000
	Lucro
	5.000,00
 
Neste caso não existem lucros não realizados, pois todas as mercadorias foram vendidas a terceiros, nada restando no ativo da compradora, portanto nenhum ajuste é devido.
 
Caso esses bens, ou parte deles, ainda permanecessem no ativo da compradora, aí sim, existem lucros não realizados em operações intersociedades.
 
Os lucros não realizados para fins de aplicação do Método de Equivalência Patrimonial estão previstos na Lei 6.404/76, em seu art. 248, inciso I:
 
Art. 248.  No balanço patrimonial da companhia, os investimentos em coligadas ou em controladas e em outras sociedades que façam parte de um mesmo grupo ou estejam sob controle comum serão avaliados pelo método da equivalência patrimonial, de acordo com as seguintesnormas: (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
I - o valor do patrimônio líquido da coligada ou da controlada será determinado com base em balanço patrimonial ou balancete de verificação levantado, com observância das normas desta Lei, na mesma data, ou até 60 (sessenta) dias, no máximo, antes da data do balanço da companhia; no valor de patrimônio líquido não serão computados os resultados não realizados decorrentes de negócios com a companhia, ou com outras sociedades coligadas à companhia, ou por ela controladas;
 
Vejamos os procedimentos previstos no CPC:
 
28. Os resultados decorrentes de transações ascendentes (upstream) e descendentes (downstream) entre o investidor (incluindo suas controladas consolidadas) e a coligada ou o empreendimento controlado em conjunto devem ser reconhecidos nas demonstrações contábeis do investidor somente na extensão da participação de outros investidores sobre essa coligada ou empreendimento controlado em conjunto, desde que esses outros investidores sejam partes independentes do grupo econômico a que pertence a investidora. As transações ascendentes são, por exemplo, vendas de ativos da coligada ou do empreendimento controlado em conjunto para o investidor. As transações descendentes são, por exemplo, vendas de ativos do investidor para a coligada ou para o empreendimento controlado em conjunto. A participação do investidor nos resultados resultantes dessas transações deve ser eliminada.  
	upstream = transações ascendentes = venda da coligada para a investidora e da
                   controlada para a controladora
 
 
	downstream = transações descendentes = venda da investidora para a coligada e
                        da controladora para a controlada
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28A. Os resultados decorrentes de transações descendentes (downstream) entre a controladora e a controlada não devem ser reconhecidos nas demonstrações contábeis individuais da controladora enquanto os ativos transacionados estiverem no balanço de adquirente pertencente ao mesmo grupo econômico. O dispositivo neste item deve ser aplicado inclusive quando a controladora for, por sua vez, controlada de outra entidade do mesmo grupo econômico.
 
28B. Os resultados decorrentes de transações ascendentes (upstream) entre a controlada e a controladora e de transações entre controladas do mesmo grupo econômico devem ser reconhecidos nas demonstrações contábeis da vendedora, mas não devem ser reconhecidas nas demonstrações contábeis individuais da controladora enquanto os ativos transacionados estiverem no balanço de adquirente pertencente ao grupo econômico.
 
Os lucros não realizados podem recorrer de transações envolvendo qualquer tipo de ativo, sendo o mais comum o lucro não realizado em estoques.
 
Para melhor entendimento, vejamos, através de exemplos, a apuração e contabilização dos lucros não realizados nos estoques.
 
Exemplo 1 – Lucros não realizados em transações de vendas de Coligada para a Investidora
 
 A Cia. Investida adquiriu 100 unidades de determinada mercadoria por R$ 50,00 cada uma. Em seguida vende essas mercadorias para a Cia. Investidora por R$ 70,00 cada uma. Vamos admitir que, no mesmo exercício, a Cia. Investidora nada venda para terceiros, permanecendo, portanto, o total das mercadorias no ativo da Cia. Investidora, desconsiderando-se o efeito dos tributos sobre o lucro.
Vamos admitir, ainda, que a única movimentação no patrimônio líquido da Cia. Investida no período foi o Lucro Líquido do Exercício no valor de R$ 50.000,00 e que a participação da Cia. Investidora na Cia. Investida seja de 40%.
 
 
	CIA. INVESTIDA
	CIA. INVESTIDORA
	Venda (100 x 70,00)
	 7.000
	Venda
	-
	Custo (100 x 50,00)
	(5.000)
	Custo
	-
	Lucro
	 2.000
	Lucro
	-
 
Deve ser eliminado apenas o lucro referente à participação da empresa investidora.
 
	Lucro Líquido da Cia. Investida
	50.000,00
	(-) Lucros Não Realizados contidos nos estoques da Cia. Investidora
	 
(2.000,00)
	Lucro Líquido Ajustado para fins de MEP
	48.000,00
	Percentual de Participação
	40%
	Receita de Equivalência Patrimonial
	19.200,00
 
Contabilização
 
D = Investimentos em Coligadas                              19.200,00
C = Resultado de Equivalência Patrimonial                         19.200,00
 
 
Exemplo 2 – Lucros não realizados em transações de vendas da Investidora para a Coligada
 
Admitamos, agora, que a venda, nas condições acima, fosse da Investidora para sua Coligada.
 
 
	CIA. INVESTIDORA
	CIA. INVESTIDA
	Venda (100 x 70,00)
	 7.000
	Venda
	-
	Custo (100 x 50,00)
	(5.000)
	Custo
	-
	Lucro
	 2.000
	Lucro
	-
 
Cálculo do Lucro não realizado
 
	Lucro Líquido da Cia. Investida
	50.000,00
	Percentual de Participação
	40%
	Receita de Equivalência Patrimonial
	20.000,00
	Lucros Não Realizados contidos nos estoques da Cia. Investida
	 
2.000,00
	Percentual de Participação
	40%
	Lucros Não Realizados com coligadas
	800,00
 
Contabilização
 
D = Investimentos em Coligadas                              20.000,00
C = Resultado de Equivalência Patrimonial                         20.000,00
 
D = Lucros Não Realizados com Coligadas 800,00
C = Lucros a Realizar com Coligadas                                             800,00
 
A conta Lucros Não Realizados com Coligadas é uma conta de resultado e reduz, portanto, o resultado do Investidor pelos lucros não realizados na venda para sua coligada.
 
A conta Lucros a Realizar com Coligadas é uma conta redutora de Investimentos em Coligadas. Isto significa que quando a investidora vende para sua coligada e recebe o valor da venda é como se essa coligada estivesse devolvendo parte do investimento para a investidora.
 
Na Demonstração do Resultado do Exercício da Cia. Investidora, a representação será da seguinte forma:
 
 Resultado de Equivalência Patrimonial                   20.000,00
(-) Lucros Não Realizados com Coligadas               (800,00)           19.200,00
 
No Balanço Patrimonial da Cia. Investidora o valor do Investimento ficará assim demonstrado:
 
Investimentos em Coligadas                         Valor do Investimento
(-) Lucros a Realizar com Coligadas            (800,00)
 
À medida que o Ativo que deu origem ao lucro não realizado, no nosso exemplo os estoques, forem realizados pelo uso, perda ou venda, o valor deve ser reconhecido nos Investimentos.
 
Supondo-se que, no ano seguinte, a Cia. Investida venda para terceiros esses ativos, deve-se proceder ao seguinte lançamento:
 
D = Lucros a Realizar com Coligadas                      800,00
C = Lucros não Realizados com Coligadas             800,00
 
Note-se que o lançamento foi invertido, de forma que o valor do Investimento passe a apresentar o saldo que teria senão houvesse venda de mercadorias para a Cia. Investida.
 
 
 
 
 
Exemplo 3 – Lucros não realizados em transações de vendas de Controlada para a Controladora
 
Quando a Controlada vende para a Controladora, o procedimento é exatamente igual ao demonstrado no caso de venda da Coligada para a Investidora. Deve-se, apenas, tomar o cuidado no Balanço Consolidado. É necessário calcular a participação dos não controladores que têm direito à sua porcentagem sobre o lucro total da controlada. Para eles não importa se a venda foi feita para a Controladora.
 
 
Exemplo 4 – Lucros não realizados em transações de vendas de Controladora para a Controlada
 
O item 28C do CPC 18 (R2) determina que a Controladora deverá eliminar o total do lucro não realizado em suas próprias demonstrações individuais, de forma a produzir o mesmo efeito que a consolidação produziria no resultado e no patrimônio líquido.
 
Continuamos com o mesmo exemplo, só que, agora, a Controladora vende para a Controlada. Vamos admitir que a participação da Controladora na Controlada, seja de 60%.
 
	Lucro Líquido da Cia. Controlada
	50.000,00
	Percentual de Participação
	60%
	Receitade Equivalência Patrimonial
	30.000,00
	Lucros Não Realizados contidos nos estoques da Cia. Controlada
	 
(2.000,00)
	Resultado da Equivalência Patrimonial após eliminação
	 
28.000,00
 
Em se tratando de controlada os lucros não realizados são totalmente eliminados.
 
Contabilização
 
D = Investimentos em Controladas              30.000,0
D = Lucros Não Realizados com Controladas         2.000,00
C = Lucros a Realizar com Controladas                                          2.000,00
 
Na Demonstração do Resultado do Exercício da Cia. Controladora, a representação será da seguinte forma:
 
Resultado de Equivalência Patrimonial                    30.000,00
(-) Lucros Não Realizados com Controladas           (2.000,00)           28.000,00
 
 
Exemplo 5 – Lucros não realizados em transações de vendas de Investida para a Investidora com parte dos lucros já realizada
 
Nos exemplos anteriores, consideramos que a empresa compradora nada havia vendido a terceiros.
 
Vamos considerar, agora, que a Cia. Investidora venda, para terceiros, metade das mercadorias adquiridas da Cia. Investida, a qual apurou, no exercício, um lucro líquido de R$ 50.000,00.
 
1)    Cálculo do Lucro Não Realizado
 
	Venda da Cia. Investida para a Cia. Investidora
	7.000,00
	(-) Custo das Vendas na Cia. Investida
	(5.000,00)
	Lucro Bruto na Cia. Investida
	2.000,00
	 
	 
	Margem de Lucro (Lucro Bruto ÷ Receita de Venda)
	28,57143%
	 
	 
	Cálculo do lucro contido nos estoques da Cia. Investidora
	 
	Estoque adquirido da Cia. Investida
	7.000,00
	(-) Estoque vendido a Terceiros (50%)
	(3.500,00)
	Saldo em estoque na Cia. Investidora (50%)
	3.500,00
	Percentual da Margem de Lucro
	28,57143%
	Lucro não realizado contido nos estoques
	1.000,00
	 
	 
	 
	 
	Cálculo do Estoque na Cia. Investidora, sem lucro
	 
	Saldo do estoque na Cia. Investidora (50%)
	3.500,00
	(-) Lucro não realizado contido nos estoques (28,57143%)
	(1.000,00)
	Estoque sem lucro ou o preço de custo para o grupo
	2.500,00
 
 
	Conciliação do estoque sem lucro
	 
	Estoque adquirido da Cia. Investida (sem lucro)
	5.000,00
	Estoque sem lucro (50%)
	2.500,00
 
 
2)    Cálculo do Resultado de Equivalência Patrimonial
 
	Lucro Líquido da Cia. Investida
	50.000,00
	(-) Lucros não realizados contidos nos estoques
	(1.000,00)
	 
	49.000,00
	Percentual de participação
	60%
	Resultado de Equivalência Patrimonial
	29.400,00
 
 
Contabilização
 
D = Investimentos em Controladas              29.400,00
C = Resultado de Equivalência Patrimonial                         29.400,00
 
QUESTÃO DISCURSIVA
 
A Cia. Amazonas é controladora da Cia. Solimões e da Cia. Rio Negro, com as seguintes participações:
 
            Cia. Solimões 85%
            Cia. Rio Negro           65%
 
Em 31/12/X1, o patrimônio líquido da Cia. Amazonas era de R$ 800.000,00, da Cia. Solimões era de R$ 310.000,00 e da Cia. Rio Negro, R$ 430.000,00. No balanço patrimonial de 31/12/X2 a Cia. Solimões obteve um lucro de R$ 52.000,00 e propôs a distribuição de 30% desse lucro para serem pagos em X3, enquanto que a Cia. Rio Negro obteve um lucro de R$ 58.000,00 e propôs a distribuição de 40% desse lucro para serem pagos, também, em X3.
 
Durante o ano de X2, a Cia. Amazonas vendeu, com uma margem de lucro de 30%, R$ 45.500,00 em mercadorias para a Cia. Solimões e R$ 31.000,00 para a Cia. Rio Negro. Todas as vendas da controladora para as controladas ficam nos estoques das controladas.
 
Ainda em X2, a Cia. Solimões vendeu mercadorias para a controladora e obteve um lucro de R$ 18.000,00, enquanto a Cia. Rio Negro obteve um lucro de R$ 32.000,00 com vendas para a controladora. As mercadorias adquiridas das controladas foram revendidas para terceiros durante o ano de X2, pela controladora. Os investimentos são avaliados pelo MEP – Método da Equivalência Patrimonial.
 
Pede-se Calcular e Contabilizar o Resultado de Equivalência Patrimonial.
 
1)    Cálculo da Equivalência Patrimonial
 
	 
	CIA. SOLIMÕES = 85%
	Cia. RIO NEGRO = 65%
	
	Patrimônio Líquido
	Investimentos
	Patrimônio Líquido
	Investimentos
	Patrimônio Líquido em 31/12/X1
	310.000,00
	263.500,00
	430.000,00
	279.500,00
	Lucro do Exercício
	 52.000,00
	44.200,00
	58.000,00
	37.700,00
	Dividendos Propostos
	(15.600,00)
	(13.260,00)
	(23.200,00)
	(15.080,00)
	Patrimônio Líquido em 31/12/X2
	346.400,00
	294.440,00
	464.800,00
	302.120,00
 
2)    Cálculo dos lucros não realizados entre Controladas e Controladora
 
Não existem lucros não realizados, pois todas as mercadorias foram vendidas para terceiros.
 
3)    Cálculo dos lucros não realizados entre Controladora e Controladas
 
	 
	CIA. SOLIMÕES
	CIA. RIO NEGRO
	Venda
	45.500,00
	31.000,00
	Margem de Lucro
	30%
	30%
	Lucros Não Realizados
	13.650,00
	9.300,00
 
Quando da venda da controladora para controladas deve-se eliminar 100% do lucro não realizado
 
	 
	CIA. SOLIMÕES
	CIA. RIO NEGRO
	Lucro Líquido
	52.000,00
	58.000,00
	Percentual de Participação
	85%
	65%
	Receita de Equivalência Patrimonial
	44.200,00
	37.700,00
	Lucros Não Realizados contidos nos estoques das Controladas
	 
(13.650,00)
	 
(9.300,00)
	Resultado da Equivalência Patrimonial após eliminação
	 
30.550,00
	 
28.400,00
 
 
4)    Cálculo do valor dos Investimentos em 31/12/X2
 
	 
	CIA. SOLIMÕES
	CIA. RIO NEGRO
	Investimentos Parciais em 31/12/X2
	294.440,00
	302.120,00
	Lucros Não Realizados contidos nos estoques das Controladas
	 
(13.650,00)
	 
(9.300,00)
	Investimentos Finais em 31/12/X2
	280.790,00
	292.820,00
 
Contabilização – Cia. Solimões
 
D = Investimentos - Cia. Solimões                           44.200,00
C = Resultado de Equivalência Patrimonial                                     44.200,00
 
D = Dividendos a Receber                                       13.260,00
C = Investimentos – Cia. Solimões                                                  13.260,00
 
D = Lucros Não Realizados com Controladas         13.650,00
C = Lucros a Realizar – Cia. Solimões                                            13.650,00
 
Contabilização – Cia. Rio Negro
 
D = Investimentos - Cia. Rio Negro                          37.700,00
C = Resultado de Equivalência Patrimonial                                     37.700,00
 
D = Dividendos a Receber                                        15.080,00
C = Investimentos – Cia. Rio Negro                                                15.080,00
 
D = Lucros Não Realizados com Controladas         9.300,00
C = Lucros a Realizar – Cia. Rio Negro                                           9.300,00
 
 
Na Demonstração do Resultado do Exercício da Cia. Controladora, a representação será da seguinte forma:
 
Resultado de Equivalência Patrimonial                    81.900,00
(-) Lucros Não Realizados com Controladas           (22.950,00)           58.950,00
 
No Balanço Patrimonial da Cia. Investidora o valor do Investimento ficará assim demonstrado:
 
Investimentos
Cia. Solimões                                                            294.440,00
(-) Lucros Não Realizados                                        (13.650,00)                 280.790,00
 
Cia. Rio Negro                                                          302.120,00
(-) Lucros Não Realizados                                        (9.300,00)                   292.820,00

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