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Transcrição da aula – Tradução (Biossíntese de polipeptídeos em procariotos e Código genético) Revisão rápida sobre transcrição: A transcrição é realizada por uma RNA polimerase, baseada em complementariedade. Diferente do DNA a fita de RNAm não fica ligada, ela é prontamente liberada. Se essa fita ficar exposta ao citosol pode haver um pareamento formando um grampo, pode ser alvo de enzimas que modificam esse DNA... Então no processo de transcrição, a partir do momento em que o RNA passa a ser exposto, ribossomas reconhecem essa fita de RNA mensageiro e se ligam a ela. O RNA mensageiro fica coberto por ribossomos que já fazem ali mesmo a síntese de proteínas (ação simultânea). Esse processo é diferente em eucariotos. Existem várias cópias de RNAm que são produzidas simultaneamente. Na transcrição tem-se a fita codificadora (que vai ser a fita lida/reconhecida pela RNA polimerase e o RNAm é complementar a essa fita codificadora). Nessa fita codificadora tem-se uma região que é reconhecida pela RNA polimerase (especialmente pelo fator sigma) que é chamada de promotor. Esse promotor ele normalmente está cerca de 10 a 35 pb anterior aquilo que de fato vai ser convertido em RNAm (onde o promotor de liga não é convertido em RNAm, pois é um sítio de ancoramento). Então na elongação da transcrição existe uma das fitas é desconsiderada (fita codificadora) e somente a outra fita é utilizada como molde (fita molde) para o RNAm. A fita que vai ser transcrita vai ser similar a fita codificadora, mas ao invés de desoxirribonucleotídeos vai ter ribonucleotídeos e também terá a mudança nas pirimidinas. Agora começa a tradução A memória genética (os elementos de codificação presentes em um RNA) eles são baseados em 4 possibilidades, que são o “alfabeto” dos 4 nucleotídeos. No entanto, os peptídeos (as proteínas) são baseados em um “alfabeto” de 20 diferentes moléculas (aminoácidos). Qual é a estrutura que liga o RNAm ao peptídeo? RNAt é a molécula que liga código genético e transcrição de proteínas. Para que isso aconteça, ou seja, para que o RNAt funcione corretamente são necessárias enzimas chamadas Aminoacil RNAt sintetases. Representação esquemática de um RNA monocistrônico: Um grampo promove desligamento da RNA polimerase do DNA e a transcrição é interrompida (na terminação Rho independente). De todas as informações contidas no RNAm, só serão convertidos em proteínas os códons que ficam entre o códon iniciador e o códon de terminação – ORF E o que é exatamente a RBS ou Região de Shine Dalgarno? Antes do Start Códon uma sequência específica se alinha ao ribossoma, favorecendo a interação entre o RNAr e o RNAm (RBS – Ribossome Binding Site). Essa região ela tem uma sequência de purinas (GGAGG) que formam ligações que são complementares a uma região do RNA 16S (RNAr). Quanto maior for a complementariedade entre estas sequencias (RBS) do RNAm e do RNAr maior será a frequência de tradução de um determinado RNAm transcrito. O RNAt – transportador: Existem vários tipos de RNAt, cada um para cada aminoácido específico e que interagem com um códon também específico. No entanto, ainda que as sequencias dos RNAt variem, todos têm em comum as seguintes características: • Final da sequência 5’-CCA-3’ – é o ponto onde a aminoacil tRNA sintetase acopla o aminoácido ao RNAt específico • Presença de várias bases incomuns na estrutura primária - não são essenciais para a função, mas se não estiverem presentes diminui a taxa de crescimento da célula. Extremidade 3’OH e anticódon são bastante críticos para a produção de proteínas, porque o anticódon vai ser a sequência que vai interpretar o códon que está na sequência de RNAm (vai fazer a complementariedade) e quando isso ocorrer a extremidade 3’OH tem que estar ligada a um peptídeo. Para cada anticódon 1 aminoácido. A haste do anticódon fica pontiaguda, para poder entrar na área apropriada do ribossoma e o terminal 3’ fica bem disponível para receber e carregar o aminoácido. A aminoacil tRNA sintetase carrega o tRNA com um aminoácido em duas etapas: a) A reatividade do aminoácido é ativada pela adição de um AMP (adenililação); b) O aminoácido adenililado, que permanece ligado à sintetase, reage com o terminal CCA 3’ do RNAt. Obs.: Para cada um dos 20 aminoacidos há uma aminoacil tRNA sintetase dedicada a adicionar-lhe ao respectivo RNAt. Em procariotos, a tradução ocorre no mesmo ambiente e praticamente simultânea à transcrição. Um ribossoma ligado a cada 80 nucleotídeos. O ribossoma Formado por RNAr e proteínas ribossomais; A estrutura ribossoma é formada por dois módulos independentes que são o RNA 50S (composto por proteínas e duas cadeias de RNA estrutural – molécula maior) e RNA 30S (tem uma série de proteínas e uma sequência de RNA 16S – molécula menor); S – É uma unidade de velocidade de sedimentação por centrifugação (de Sveldberg). Quanto maior o valor de S, maior a velocidade de sedimentação. Qual é a parte do ribossoma que faz reconhecimento do RNAm? R: A unidade 30S. Então a unidade 50S é utilizada para fazer proteína. O mRNA 16S interage com o ribossoma de forma que o códon iniciador AUG fique na posição correspondente ao sítio P – é neste ponto que será anexada a primeira metionina formilada que inicia a síntese de todas as proteínas. Iniciação da tradução: - Ribossoma fica dissociado quando não está envolvido na síntese de proteínas; - IF-3 (Fator de Iniciação 3) previne que a subunidade 50S se ligue à 30S antes que o Complexo de Iniciação 30S esteja pronto; - IF-2 é uma GTPase que vai facilitar a incorporação do RNAt carreando formil Metionina (fMet). IF-2 liga-se à subunidade 30S juntamente com IF-1 (que por sua vez previne que o sítio A seja ocupado por tRNAs antes que o ribossoma esteja completo); - A fração 30S do ribossoma é recrutada pela RBS de um RNAm. Neste acoplamento, o IF3 sai e o códon AUG fica exatamente sobre o sítio P e possibilita o acoplamento do RNAt carreando fMet – está formado o Complexo de Iniciação 30S; - O GTP de IF-2 fica posicionado próximo ao “Factor Binding Site” no RNAr50s e se hidrolisa, reduzindo sua afinidade pelo ribossoma; - IF -1 e IF-2 deixam o sítio A, e o ribossoma fica pronto para a síntese de peptídeos (Complexo de iniciação 70S). Alongação da tradução: Alongamento da tradução – A importância do EF-Tu • O Fator de Alongação (Elongation Factor) EF-Tu acoplado a GTP é parte de um mecanismo que a célula tem para evitar pareamento incorreto entre códon e anticódon no processo de elongação. • O EF-Tu-GTP fica acoplado ao RNAt carregado. No momento em que este se liga ao sítio A, se o pareamento for correto, o GTP é hidrolisado a GDP (posiciona-se adequadamente junto ao Factor Binding Site) e a energia liberada ajuda a girar o acomodar o RNAt, acomodando o aminoácido numa posição mais favorável para a ligação peptídica. • Se o pareamento for incorreto a hidrólise não ocorre e o RNAt carregado com o aminoácido tende a se dissociar do ribossomaantes que haja a ligação peptídica. E como o Ribossoma se desloca? Após a ligação peptídica ocorrer, o espaço livre no sítio A é ocupado por uma proteína chamada EF-G-GTP. O contato de EF-G-GTP com o sítio ligador de fatores (Factor Binding site) leva à hidrólise de GTP a GDP Ligada a GDP a proteína muda de conformação e se expande em direção ao sítio onde o anticódon do tRNA anterior estava ligado. Isso desloca a ligação do tRNApeptidil do sítio A, empurrando também o tRNA vazio ao sítio E. Terminação da tradução • A síntese de um peptídeo é interrompida quando no sítio A do ribossoma ficar expostoum códon de RNAm para o qual não há RNAt que o reconheça (não há anticódon compatível). • Neste caso o códon do RNAm é reconhecido por proteínas chamadas Release Factors (RF) ou Fatores de Liberação, que tem uma região específica de 3 aminoácidos que atuam como se fossem anticódons, reconhecendo as sequencias específicas que sinalizam o final da tradução. • Há dois tipos de RF que atuam consecutivamente: – Classe I (RF1 e RF2) – Mimetizam RNAt e entram do sítio A. A partir da ligação de um RF de classe I no sítio A, é ativada a hidrólise do peptídio do sítio P. Em procariotos RF1 reconhece UAA e UAG e RF2 reconhece UAA e UGA. – Depois disso o Release Factor 3 (RF3 – de classe II), atua para a remoção do RF1 (ou RF2) do sítio A. Isso ocorre em 3 etapas. • RF3 solúvel está na forma de GDP. • Quando se liga a RF1 ou RF2 e o peptídeo é clivado, este GDP é fosforilado a GTP. Na forma de GTP a conformação do RF-3 tem alta afinidade pelo ribossoma, e isso desloca o RF1 (ou RF-2) • Esta mudança também reposiciona o RF3GTP no “Factor Binding Center”, que por sua vez induz nova hidrólide de GTP a GDP, novamente reduzindo a afinidade da molécula pelo ribossoma e levando à sua liberação. • Depois disso, com o sítio A livre todo o complexo Ribossoma – RNAm – RNAt se desfaz, com o auxílio de uma proteína RRF (Ribossome Recicling Factor) e EF-G-GTP. - O Fator de Reciclagem de Ribossoma (RRF, Ribossome Recicling Factor), interage com o sítio A vazio depois do desligamento do peptídeo - O RRF tem estrutura que remete ao RNAtransportador posicionado para a transpeptidação. - EF-G liga-se ao RRF no sítio A - Nesta ligação, o GTP do EF-G fica próximo ao Factor Binding Center e é hidrolisado a GDP. - Muda de conformação deslocando RRF para o sítio P - Isso leva à liberação de RRF e EF-G, desmonte do ribossoma e entrada de IF3 na subunidade 30S. Revisando... 3 regras governam o código genético 1. Códons devem ser lidos de 5’para 3’e geram peptídeos no sentido N-terminal para C- terminal 2. A sequência deve ser lida de forma contínua, sem buracos ou sobreposições 3. A mensagem pode ser lida de três diferentes quadros de leitura (reading frames) dependendo da posição do códon iniciador em relação à sequência que o segue (é o start codon que determina o início, e, portanto, todos os quadros de leitura de um gene).
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