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Relatório de aulas práticas em Microbiologia

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA 
 UESB 
 
CURSO LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICA 
 
Anne Fabriele Alves Ferraz 
Iana Lare Gomes Santos 
Larissa Santos Rodrigues 
Mauricio de Oliveira Silva 
Queite Suele Costa de Souza 
Suzane Moreira dos Santos 
 
 
 
RELATÓRIO DE AULAS PRÁTICAS DE MICROBIOLOGIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vitória da Conquista – BA 
Maio 2014 
Anne Fabriele Alves Ferraz 
Iana Lare Gomes Santos 
Larissa Santos Rodrigues 
Mauricio de Oliveira Silva 
Queite Suele Costa de Souza 
Suzane Moreira dos Santos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RELATÓRIO DE AULAS PRÁTICAS DE MICROBIOLOGIA 
 
 
 
 
Trabalho apresentado como pré-requisito 
de avaliação da disciplina de 
Microbiologia do Curso de Licenciatura 
em Ciências Biológicas da Universidade 
Estadual do Sudoeste da Bahia - Campus 
Vitória da Conquista, sob orientação da 
profª. Camila Pereira. 
 
 
 
Vitória da Conquista – BA 
Maio 2014 
SUMÁRIO 
 
 
 
1- PESQUISA TEÓRICA................................................................................04 
Introdução................................................................................,...............04 
Objetivo.........................................................................................,..........05 
Esterilização ............................................................................................06 
Desinfecção..............................................................................................11 
Assepsia...................................................................................................15 
Antissepsia...............................................................................................16 
Meios de Culturas....................................................................................18 
Microbiota Normal...................................................................................30 
Considerações finais................................................................................35 
 
2- AULA PRÁTICAS.......................................................................................... 
Introdução................................................................................................. 
Objetivos................................................................................................ 
Metodologia.......................................................................................... 
Resultado e Discussão............................................................................... 
Considerações Finais................................................................................. 
 
3- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................... 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
O crescimento de micro-organismos pode ser controlado através de métodos 
químicos e físicos, podendo levar à eliminação total dos micróbios ou não. Esses 
métodos são importantíssimos principalmente em laboratórios e hospital, pois ajudam a 
prevenir contaminações. 
A esterilização é a destruição completa de todos os microrganismos, incluindo-
se as formas mais resistentes como os esporos, microbactérias, vírus sem envoltórios 
(lipídicos) e fungos. Isto pode ser realizado utilizando-se esterilizantes físicos, gasosos 
ou químicos. Na desinfecção, os micróbios são destruídos embora alguns organismos 
mais resistentes sobrevivam. Esse processo não deve ser confundido com a 
esterilização, visto que não elimina totalmente todas as formas de vida microbiana. Por 
definição, os dois procedimentos diferem quanto à capacidade para eliminação dos 
esporos, propriedade inerente à esterilização. A assepsia (antissepsia para seres vivos) 
elimina microrganismos, mas não há destruição dos mesmos. É um método com custo 
reduzido, rápido, não tóxico e aplicável a vários materiais e tecido humano. 
Meios de cultura consistem da associação qualitativa e quantitativa de 
substâncias que fornecem os nutrientes necessários ao desenvolvimento (cultivo) de 
microrganismos fora do seu meio natural. Tendo em vista a ampla diversidade 
metabólica dos microrganismos, existem vários tipos de meios de cultura para 
satisfazerem as variadas exigências nutricionais. 
Quanto à composição química podem ser simples ou básicos (que permitem o 
crescimento bacteriano, sem satisfazer, contudo nenhuma exigência em especial) e 
complexos ou especiais (quando cumprem com as exigências vitais de determinados 
microrganismos). 
A microbiota normal é a população de microorganismos que habita a pele e as 
mucosas, partes do corpo expostas ao meio externo, de indivíduos normais e sadios. 
Pode ser classificada em: Microbiota residente e Microbiota transitória 
A formação da microbiota normal tem início no momento do nascimento ao 
passar pelo canal do parto, pois nesse momento o indivíduo recebe os primeiros 
componentes de sua microbiota. Cada uma das regiões habitadas possui uma microbiota 
com características próprias. A maior microbiota existente é a do trato intestinal. 
 
OBJETIVOS 
 
Objetivo Geral: 
 
 Compreender a literatura pesquisada; 
 
Objetivos específicos: 
 
 Conhecer algumas formas de controles microbianos; 
 Entender as técnicas de esterilização, desinfecção, assepsia e antissepsia; 
 Averiguar os vários tipos de meios de cultivo, vendo as características de cada 
um; 
 Observar a importância dos meios de cultura; 
 Verificar os tipos de microrganismos presentes na microbiota normal do corpo 
humano. 
 
PESQUISA TEÓRICA 
 
ESTERILIZAÇÃO 
 
A esterilização pode ser definida como o processo que mata ou remove todos os ti
pos de microrganismos, inclusive os esporos bacterianos que são células de repouso 
muito resistentes. Os materiais (críticos e semicríticos) geralmente são submetidos à 
ação do calor seco (estufa) ou úmido (autoclave) ou ainda à ação de substâncias 
químicas (hipoclorito de sódio ou ácido peracético), porém estes métodos devem ser 
empregados corretamente para que possam representar um efetivo processo de 
esterilização. 
Esterilização é o processo que promove completa eliminação ou destruição de todas 
as formas de micro-organismos presentes: vírus, bactérias, fungos, protozoários, 
esporos, para um aceitável nível de segurança. O processo de esterilização pode ser 
físico, químico, físico- químico. A tabela 01 exemplifica algumas formas de 
esterilização. 
 
 
Critérios para sistemas de esterilização: 
 
 Uso de baixas temperaturas (menos de 60°C); 
 Ser compatível com diferentes materiais: plástico ou 
 Ser um método rápido; 
MÉTODOS DE ESTERILIZAÇÃO ALTERNATIVAS 
Métodos físicos 
o Vapor saturado/autoclaves 
o Calor seco 
o Raios Gama/Cobalto 
Métodos químicos 
o Glutaraldeído 
o Formaldeído 
o Ácido peracético 
Métodos físicos químicos 
o Esterilizadoras a Óxido de Etileno (ETO) 
o Plasma de Peróxido de Hidrogênio 
o Plasma de gases (vapor de ácido peracético e 
peróxido de hidrogênio; oxigênio, hidrogênio e gás 
argônio) . 
o Vapor de Formaldeído 
Tabela 1: Métodos de esterilização. 
 Ser não tóxico para quem o manuseia; 
 Ser seguro aos materiais a serem esterilizados; 
 Ser seguro ao meio ambiente; 
 Não deixar resíduos no artigo; 
 Manter atividade frente a resíduos orgânicos; 
 Diminuir a margem de erro humano. Deve ser de fácil manuseio; 
 Uso único de esterilizante, evitando ser esta uma fonte de contaminação cruzada; 
 Ser de baixo custo operacional. 
 
Autoclavagem: 
 
Faz-se atravésda autoclave cujo funcionamento é idêntico ao da panela de 
pressão sendo a temperatura necessária para esterilização de 121° C, e o tempo de 
esterilização de cerca de 15 minutos. Este tempo de esterilização deverá ser aumentado 
quando se enche bastante a autoclave com meios para esterilizar. 
Objetivo: morte de todos os possíveis organismos vivos. As soluções ao sair da 
autoclave estão estéreis. Utiliza-se este tipo de esterilização pelo calor úmido para 
meios de cultura e diversas soluções. Existem vários tipos de autoclaves verticais ou 
horizontais. 
 
 Figura 1- Autoclave vertical. Figura 2- Autoclave horizontal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Thymol Autoclave India Fonte: Navyug Udyog 
 
 
 
Esterilização rápida (“Flash”): 
 
Esterilização ultrarrápida (Flash sterilization): utilizado para esterilização em 
situações de urgência, como contaminação acidental de algum instrumental cirúrgico: 
 O ciclo é pré-programado para um tempo e temperatura específicos baseado no 
tipo de autoclave e no tipo de carga (para outros ciclos se assume que a carga 
contém materiais porosos). . 
 De forma geral o ciclo é dividido em duas fases: remoção do ar e esterilização. 
Embora possa ser programado uma fase de secagem esta fase não está incluída 
no ciclo "flash". . 
 Os materiais em geral são esterilizados sem invólucros a menos que as 
instruções do fabricante permitam. Assume-se que sempre estarão úmidos após 
o processo de esterilização. Devem, portanto, ser utilizados imediatamente após 
o processamento, sem ser armazenados. . 
 Este ciclo não deve ser utilizado como primeira opção em hospitais. Indicadores 
químicos, físicos e biológicos (B. stearothermophillus). 
 
Figura 3 - Esterilizadora Rápida Statim 2000 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: Vistatek 
 
Estufa: 
Seu funcionamento consiste na produção de calor gerado por resistências 
elétricas. A temperatura dentro da câmara não é uniforme devido à diferença de 
 
densidade entre o ar frio e quente. Por meio da movimentação do ar no interior da 
câmara (em ondas), ocorre a circulação do ar aquecido, elevando a temperatura. 
 A estufa, na prática, ainda é o método de escolha para esterilização de 
instrumentais metálicos utilizados em odontologia. Através deste método não é possível 
esterilizar materiais plásticos ou outros materiais termossensíveis, assim como não é 
recomendável esterilizar roupas, papel, nem instrumentos metálicos cortantes. A 
esterilização pelo calor seco requer altas temperaturas e longo tempo de exposição, em 
virtude da lenta propagação de calor através do material. Portanto este agente 
esterilizante só deve ser utilizado quando o contato direto do material com vapor sob 
pressão é indesejável ou inadequado. 
 
Figura 4 - Estufa 
 
Fonte: RB Lab. – equipamentos para laboratório. 
 
Esterilizadoras a Óxido de Etileno (ETO): 
É quase que exclusivamente utilizado para esterilização de equipamentos que 
não podem ser autoclavados. A efetividade do processo depende da concentração do 
gás, da temperatura, da umidade e do tempo de exposição. Age por alcalinização de 
proteínas, DNA e RNA. As desvantagens para sua aplicação são o tempo necessário 
para efetivar o processo, o custo operacional e os possíveis riscos aos pacientes e aos 
profissionais envolvidos. 
Apresenta potencial carcinogênico e mutagênico, genotoxicidade, podendo 
alterar sistema reprodutor e nervoso e, ainda, causar sensibilização aos profissionais 
envolvidos no processo, devendo haver supervisão médica constante nos mesmos. 
Figura 5 - O ciclo de esterilização por óxido de etileno ocorre em câmaras vedadas certificadas 
e que atendem corretamente aos parâmetros requeridos. 
Fonte: Produmed 
 
 
Esterilização por energia ionizante: 
 
A esterilização e a descontaminação por energia ionizante através de raios gama 
é um método que consiste na exposição dos produtos à ação de ondas eletromagnéticas 
curtas, geradas a partir de fontes de Cobalto 60 em um ambiente especialmente 
preparado para esse procedimento. 
Como as ondas eletromagnéticas possuem grande poder de penetração, os 
organismos podem ser alcançados onde quer que estejam, tanto em embalagens lacradas 
como em produtos acondicionados das mais variadas maneiras, o que garante a total 
eficácia do processo. Essas ondas, ao encontrarem os micro-organismos vivos presentes 
no produto que está sendo tratado, provocam o rompimento de seu DNA, matando-os. 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 6 - Esquema da utilização de raios ionizantes no processo de esterilização em grande 
escala na produção de material hospitalar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Fisica (Radio) Activia. 
 
 
Tindalização: 
 
Este método consiste numa esterilização fracionada em que o meio sofre 3 
aquecimentos em 3 dias consecutivos, para destruição de formas vegetativas bacterianas 
que evoluem de esporos. Utiliza temperaturas inferiores a 100 °C, e faz-se em banho-
maria, onde se mergulham os frascos de meio a esterilizar hermeticamente fechados, 
durante cerca de 1h, repetindo-se o tratamento em 3 dias consecutivos. 
 Objetivo: Eliminação de formas esporuladas, as quais germinam quando 
submetidas a temperaturas de 100ºC, resultando desta germinação as formas vegetativas 
não resistentes a essa temperatura. 
 
 
DESINFECÇÃO 
 
É um processo que destrói microorganismo, patogênicos ou não, com exceção 
dos esporos bacterianos, por meios físicos ou químicos. 
 
Níveis de Desinfecção: 
 Alto nível: destrói todos os microorganismos com exceção a alto número de 
esporos. Indicação: área hospitalar. 
 Médio nível: elimina bactérias vegetativas, a maioria dos vírus, fungos e 
micobactérias. Indicação: para UBS, creche, asilos, casa de repouso. 
 Baixo nível: elimina a maioria das bactérias, alguns vírus e fungos, mas não 
elimina micobactérias. Indicação: nutrição 
 
Pasteurização: 
 
 Este processo foi desenvolvido pelo cientista francês Louis Pasteur (1822-
1895). Além de eliminar os agentes causadores de doenças, permite que os alimentos 
possam ser conservados por um tempo maior. 
 A pasteurização é um tratamento térmico que elimina os micro-organismos 
termossensíveis (todos os patogênicos e outros não esporulados) existentes no alimento. 
A temperatura não passa dos 100°C, podendo este aquecimento ser produzido por 
vapor, água quente, radiações ionizantes, calor seco, micro-ondas, etc. Utiliza-se a 
pasteurização quando os tratamentos térmicos mais elevados trazem perdas de qualidade 
significativas, quando os agentes microbianos responsáveis pelas alterações no alimento 
não são muito termorresistentes ou quando deseja-se destruir agentes competitivos (ex: 
antes de uma fermentação). Exemplo de pasteurização no processamento de: catchup, 
cerveja, molho de pimenta, suco de laranja concentrado, vinagre de maçã, etc. 
 
Figura 7- Esquema do Processo de pasteurização. 
 
 
Fonte: Educadores dia-a-dia. 
 
 
 
Desinfecção por calor seco: 
 
Esse método não é tão eficiente quanto a esterilização por calor úmido, por isso 
é destinado somente para materiais sensíveis ao calor úmido, como instrumentos de 
ponta ou de corte, que podem ser oxidados pelo vapor, substâncias em pó e metais. A 
eliminação microbiana é realizada pela desidratação das células. No laboratório, a 
esterilização por calor seco ocorre de duas formas: 
 
 Flambagem: é o método utilizado para esterilizar a alça de platina e demais 
metais, antes de qualquerprocedimento. Neste método o cabo deve ser exposto à 
chama de 2 a 3 vezes e a alça deve ser aquecida ao rubro. Apesar de fácil, é 
pouco eficiente devido ao baixo tempo de exposição do material, que faz que 
nem toda a microbiota ali presente seja destruída. 
 
Figura 8- O bico de Bunsen é muito utilizado no 
processo de flambagem de materiais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Farmacia Central Wordpress 
Figura 9 – Método de flambagem. 
 
 
Fonte: Bio processos de cogumelos. 
 
 
 Estufa de esterilização: os materiais devem ser embalados por materiais como 
caixas metálicas, papel alumínio e frascos de vidro refratário. Para sua 
eficiência, a temperatura e o tempo de exposição devem ser elevados, deve-se 
evitar a constante abertura da porta e organizar os materiais uniformemente de 
forma que não se encostem às paredes da estufa. 
 
 
 
Figura 10 – Estufa de esterilização 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Bio processos de cogumelos. 
 
 
Desinfecção Química: 
 
Com substâncias voláteis, álcool etílico a 70%, com sais metálicos ou compostos 
orgânicos de metais, como mertiolato e mercurocromo, com halogêneos, como o cloro 
sob a forma de hipoclorito de cálcio e o iodo, os ácidos e álcalis aumentam a 
concentração hidrogeniónica do meio e aceleram a taxa de mortalidade dos 
microorganismos. Os compostos de amónio quaternários são atóxicos e extremamente 
enérgicos sobre bactérias e vírus. 
 
Figura 11- Hipoclorito de Cálcio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Bleaching-powder.com 
 
 
 
 
 
Figura 11- Álcool 70% 
ASSEPSIA 
 
 
Assepsia é um conjunto de procedimentos utilizados para impedir a penetração 
de microrganismos em objetos ou ambientes estéreis ou até mesmo quando se está 
trabalhando com culturas puras. Esses procedimentos envolvem o uso de ambiente 
apropriado, meios de cultura e instrumentais estéreis. Caso necessário usar luvas, 
máscaras e óculos protetores. Pipetar usando pipetadores automáticos ou pêras de 
borracha. Flambar as alças e agulhas, boca dos tubos, limpar e desinfetar 
periodicamente a bancada e o ar do ambiente de trabalho. Todas as operações 
envolvendo manipulação de culturas e meios de cultura deverão ser efetuados na área de 
proteção conferida pela chama do bico de Bunsen. 
A transmissão oral é reduzida pela separação entre as áreas de trabalho 
(laboratório) e as áreas de lazer. Da mesma maneira, as áreas laboratoriais devem ser 
separadas das áreas de alimentação, onde são ingeridos os alimentos. Não se deve 
fumar, mascar ou beber no laboratório. Também, cosméticos não devem ser aplicados 
nas áreas laboratoriais. A pipetagem pela boca não é permitida e onde for necessário 
deve-se usar luvas. Usar sempre avental de laboratório, de preferência do tipo Howie 
(avental com gola fechada através de botões de pressão e de mangas com elástico nas 
extremidades) e gorros, se necessário. O pessoal do laboratório deve lavar e/ou fazer a 
correta antissepsia das mãos sempre que houver suspeita de contaminação e antes de 
deixarem o laboratório. 
A transmissão por aerossóis pode ocorrer durante o uso de alças bacteriológicas, 
principalmente se são muito longas e de grande diâmetro, devido à vibração durante o 
uso. Para minimizar esse risco a alça deve ter de 2 a 3 mm de diâmetro e devem estar 
completamente fechadas e, de preferência, deve-se usar agulhas ou alças de platina, pois 
vibram menos que a de níquel-cromo. 
A flambagem das alças pode gerar aerossóis, razão pela qual deve ser utilizado 
microincineradores, especialmente se o microrganismo envolvido é transmitido pela via 
ocular ou trato respiratório. Também podem ser gerados aerossóis quando alças ou 
agulhas quentes são contatadas com culturas. O uso de microincineradores para 
flambagem de instrumentais contendo microrganismos patogênicos como as 
micobactérias (ou outras bactérias que apresentam elevado conteúdo de lipídios) reduz a 
contaminação do laboratorista e do ambiente. Os microincineradores atuais são 
constituídos de um cone contendo resistência elétrica que atinge temperaturas de cerca 
de 850°C. 
 
Também podem formar aerossóis quando são realizados movimentos bruscos na 
homogeneização durante realização de reações de aglutinação ou na preparação de 
esfregaços. A centrifugação de amostras de pacientes suspeitos de albergar 
microrganismos do Grupo 3, bem como o manuseio de culturas desses microrganismos 
devem ser efetuados em capines de classe biológica III, cujo ar é drenado para a cabine 
e exaurido por um filtro HEPA. As áreas de trabalho devem ser desinfetadas com 
solução de hipoclorito a 0,5%, glutaraldeído ou salina-formol (10%) para redução de 
riscos. 
 
Tabela 2. Classificação das cabines de laboratório com relação à biossegurança 
Classe Patógeno Origem do fluxo de ar Saída do ar Proteção do 
experimento 
Proteção do 
laboratorista 
I 2,3 Ar ambiente Filtração HEPA +/- ++ 
II 2,3 Ar ambiente 
Filtrado HEPA 
Idem ++ + 
III 2,3,4 Idem Idem ++ +++ 
 
Os riscos de transmissão de microrganismos (Vírus da Hepatite B, HIV e 
Tripanosomas) por via parenteral são minimizados através do uso de luvas de látex para 
manuseio dos materiais ou culturas contendo esses microrganismos. Restringir o uso de 
agulhas, lâminas de bisturi e objetos cortantes e, quando possível substituir vidro por 
plástico, descontaminar amostras com glutaraldeído ou hipoclorito, sem comprometer 
os resultados da investigação. Manter frascos quebrados ou objetos agudos descartados 
em recipientes resistentes de plástico ou de papelão especial e que possam reter 
líquidos, i.e., impermeáveis a líquidos. Uso de óculos e/ou máscara protetoras para os 
olhos e narinas no sentido de evitar contaminação pelas vias aérea e ocular (toxina 
botulínica e microrganismos relacionados acima). 
 
 
 
 
ANTISSEPSIA 
 
É o processo utilizado para inibir o crescimento de formas vegetativas de 
microrganismos patogênicos na superfície corporal do homem e animais. Muitas vezes 
a antissepsia destoe formas vegetativas de microrganismos patogênicos, mas 
usualmente não elimina esporos. As substâncias químicas usadas são chamadas 
antissépticas. Um bom antisséptico para as mãos deve destruir a microbiota patogênica 
ou inibir a sua multiplicação bem como deve reduzir a microbiota total em cerca de 
99,9%, i.e., 3 a 5 reduções decimais. 
Ë obrigação da instituição em que se trabalha fornecer um ambiente seguro. Isso 
inclui o fornecimento de procedimentos gerais de biossegurança, manutenção da 
organização escrita e todos os arranjos necessários para implementar os procedimentos 
de segurança. Para tanto, cada laboratório deve criar suas normas locais próprias, de 
acordo com o tipo de trabalho desenvolvido, seguindo as recomendações dos órgãos e 
comissões de biossegurança. 
 
Figura 12- Uso de EPI (equipamentos de proteção 
individual), estrutura adequada para fazer os 
experimentos e manipulação de culturas, seguindo os 
requisitos de assepsia. 
Fonte: Biosafety level wikispaces 
 
Figura 13- A lavagem das mãos é uma forma de 
antissepsia, o uso de sabões e outros produtos de 
limpeza devem ser efetuados. 
Fonte: Anvisa 
 
 
 
 
 
 
MEIOS DE CULTURA 
 
Até cerca de 1880 os microrganismos eram cultivados em meios líquidos, 
quando Robert Koch e sua equipe introduziram os meios de cultura sólidos, os quais 
permitiram o estudo de espécies isoladas (culturas puras), separando-as de espécies 
contaminantes. 
 Meios de cultura consistem da associaçãoqualitativa e quantitativa de 
substâncias que fornecem os nutrientes necessários ao desenvolvimento (cultivo) de 
microrganismos fora do seu meio natural. Tendo em vista a ampla diversidade 
metabólica dos microrganismos, existem vários tipos de meios de cultura para 
satisfazerem as variadas exigências nutricionais. Além dos nutrientes é preciso fornecer 
condições ambientais favoráveis ao desenvolvimento dos microrganismos, tais como 
pH, pressão osmótica, umidade, temperatura, atmosfera (aeróbia, microaeróbia ou 
anaeróbia), dentre outras. 
 Os meios de cultura são classificados quanto ao estado físico em sólidos, quando 
contém agentes solidificantes, principalmente ágar (cerca de 1 a 2,0 %); semi-sólidos, 
quando a quantidade de ágar e ou gelatina é de 0,075 a 0,5 %, dando uma consistência 
intermediária, de modo a permitir o crescimento de microrganismos em tensões variadas 
de oxigênio ou a verificação da motilidade e também para conservação de culturas; e 
líquidos, sem agentes solidificantes, apresentando-se como um caldo, utilizados para 
ativação das culturas, repiques de microrganismos, provas bioquímicas, dentre outros. 
 Os meios de cultura podem ainda ser classificados quanto à procedência dos 
constituintes em naturais ou complexos, quando usa ingredientes com composição 
química não definida, tais como extratos de vegetais (malte, tomate, amido de 
tubérculos, peptona de soja, etc.) de animais (carne, cérebro, fígado, caseína, etc.) e de 
microrganismos (levedura) e artificiais, sintéticos ou ainda quimicamente definidos 
quando a composição química é conhecida (usados para trabalhos de pesquisa) e seus 
componentes servem para suprir as exigências nutritivas dos microrganismos, em fontes 
de carbono, nitrogênio, vitaminas, energia, sais minerais, dentre outros, quando então 
são conhecidas as necessidades nutricionais específicas. 
 Quanto à composição química podem ser simples (meios básicos) ou complexos. 
 Básicos são aqueles que permitem o crescimento bacteriano, sem satisfazer, 
contudo nenhuma exigência em especial (Ex. caldo e ágar simples). 
 Especiais quando cumprem com as exigências vitais de determinados 
microrganismos, como meio de infusão de cérebro e coração, ágar suco de 
tomate, ágar sangue, meio de Loeffler (com soro bovino), ágar chocolate (agar 
simples fundido, adicionado de sangue e aquecido a 80°C), Meio de Tarozzi 
(com fragmento de fígado - para anaeróbios), Meio de Lowenstein, meios 
Shahidi Ferguson Perfringens (SFP), Triptose Sulfito Ciclosserina (TSC) , 
Baird-Parker (com gema de ovo) (meios ricos ou meios enriquecidos com as 
substâncias citadas), etc. 
 
De acordo com a finalidade bacteriológica ou micológica os meios especiais podem 
ser classificados em: 
Meios de pré-enriquecimento - são aqueles que permitem a dessensibilização de 
microrganismos injuriados, i.e., para amostras que sofreram algum tipo de tratamento 
(térmico ou químico). Ex. Água peptonada, caldo lactosado (isolamento de salmonelas 
de leite em pó). 
Meios de Enriquecimento - quando proporcionam nutrientes adequados ao 
crescimento de microrganismos presentes usualmente em baixos números ou de 
crescimento lento, bem como microrganismos exigentes e fastidiosos. Esses meios têm 
a propriedade de estimular o crescimento de determinados microrganismos, mas 
existem alguns que também podem inibir o crescimento de outros. Ex. Caldo 
Tetrationato e Selenito-Cistina para cultivo de Salmonelas (líquidos), Caldo 
Tioglicolato para Clostridium perfringens. 
Diferenciais - quando contém substâncias que permitem estabelecer diferenças entre 
microrganismos muito parecidos, tais como meio de Teague ou Eosina Azul de 
Metileno (diferencial para coliformes), Ágar MacConkey para a diferenciação de 
enterobactérias, Ágar sangue, agar Baird-Parker para isolamento e diferenciação de 
cocos Gram positivos (sólidos). 
Seletivos - os que contém substâncias que inibem o desenvolvimento de determinados 
grupos de microrganismos, permitindo o crescimento de outros. Exemplo: meios com 
telurito de potássio (para isolamento de Corynebacterium diphtheriae), ágar 
Salmonella-Shigella (SS) e ágar MacConkey, meios com sais biliares e verde brilhante 
para isolamento seletivo de Salmonella, meios com 7,5% de cloreto de sódio, meio 
Baird-Parker, para isolamento de Staphylococcus aureus, meios com antibióticos para 
isolamento de diversos microrganismos (TSC, SFP, , meio de Blaser, meio de Skirrow, 
etc.). A maioria deles é também diferencial, permitindo diferenciar as colônias (sólidos) 
dos microrganismos. 
Meios de triagem - meios que avaliam determinadas atividades metabólicas permitindo 
caracterização e identificação perfunctória ou presuntiva de muitos microrganismos 
(ágar tríplice açúcar e ferro, meio Instituto Adolfo Lutz, uréia, etc.); 
Identificação - prestam-se para a realização de provas bioquímicas e verificação de 
funções fisiológicas de organismos submetidos a identificação (meios 
Oxidação/Fermentação, Ágar Citrato, Caldo nitrato, meio semi-sólido, caldo triptofano, 
meio de Sulfito Indol Motilidade. 
Dosagem - empregados nas determinações de vitaminas, antibióticos e aminoácidos; 
Contagem - empregados para a determinação quantitativa da população microbiana 
(Agar de Contagem em Placas, TSC, Agar Batata Dextrose, Ágar Baird-Parker, etc.); 
Estocagem ou manutenção - utilizados para conservação de microrganismos no 
laboratório, i.e. garantem a viabilidade de microrganismos (Ágar Sabouraud, Meios 
com leite, Ágar suco de tomate, Ágar sangue, Ágar Simples, meio semi-sólido, etc.). 
 
O crescimento dos microrganismos nos diferentes meios de cultura utilizados 
fornece as primeiras informações para a sua identificação. É importante conhecer o 
potencial de crescimento de cada meio de cultura e adequar ao perfil bacteriano 
esperado para cada material. 
 
 Ágar nutriente (AN): Meio relativamente simples, de fácil preparo e barato, muito 
usado nos procedimentos do laboratório de microbiologia. 
Utilidade: análise de água, alimentos e leite como meio para cultivo preliminar 
das amostras submetidas a exames bacteriológicos e isolamento de organismos para 
culturas puras, conservação e manutenção de culturas em temperatura ambiente, como 
método opcional para os laboratórios que não dispõem do método da criopreservação 
(congelamento das cepas em freezer à - 70ºC) e observação da esporulação de espécies 
de bacilos Gram positivos. 
Interpretação: 
o Cor original do meio: branco opalescente 
o Positivo: Crescimento na superfície do ágar; 
o Negativo: Ausência de crescimento. 
Figura 14 - Quatro placas de ágar nutriente crescente colônias de bactérias Gram negativas 
comuns. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: The Diagnostic Scheme. 
 
 
 Ágar sangue (AS): O meio, usando uma base rica, oferece ótimas condições de 
crescimento à maioria dos microrganismos. A conservação dos eritrócitos íntegros 
favorecem a formação de halos de hemólise nítidos, úteis para a diferenciação 
de Streptococcus spp. eStaphylococcus spp. 
Utilidade: isolamento de microrganismos não fastidiosos, verificação de 
hemólise dos Streptococcus spp. e Staphylococcus spp. e usado na prova de satelitismo 
(para identificação presuntiva de Haemophilus spp.). 
Interpretação: 
o Cor original do meio: vermelho. 
o Beta hemólise: presença de halo transparente ao redor das colônias semeadas 
(lise total dos eritrócitos). 
o Alfa hemólise: presença de halo esverdeado ao redor das colônias semeadas (lise 
parcial dos eritrócitos). 
o Gama hemólise (sem hemólise): ausência de halo ao redor das colônias 
(eritrócitos permanecemíntegros). 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 15 - α-Hemólise em meio Agar sangue. Colônias de Streptococcus pneumoniae 
(Colônias pequenas, planas, bordos irregulares, achatadas e brilhosas). 
 
 
 
Fonte: Micro didática 
 
 Ágar chocolate (CHOC): Amplamente utilizado para o cultivo de microrganismos 
exigentes, embora cresçam neste meio quase todos os tipos de microrganismos. À base 
do meio, é adicionado sangue de cavalo, carneiro ou coelho em temperatura alta, o que 
faz com que as hemácias lisem, liberando hemina e hematina, compostos fundamentais 
para o crescimento dos microrganismos exigentes. 
Utilidade: crescimento de microrganismos exigentesHaemophilus 
spp., Neisseria spp., Branhamella catarrhalis e Moraxella spp. 
Interpretação: 
o Cor original do meio: castanho escuro (chocolate). 
o Colônias de tamanho pequeno a médio, com pigmento amarelo: sugestivo 
de Neisseria spp, Branhamella catarrhalis ou Moraxella spp. 
o Colônias pequenas e delicadas, com pigmento creme claro: sugestivo 
de Haemophilus spp. 
 
 
Figura 16- Estrias adequada e crescimento de H. influenzae em um CAP, em um meio de 
cultura ágar chocolate. 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Cdc gov meningitis lab manual 
 Ágar MacConkey (MC): O cristal violeta inibe o crescimento de microrganismos 
Gram positivos especialmente enterococos e estafilococos. A concentração de sais de 
bile é relativamente baixa em comparação com outros meios, por isso não é tão seletivo 
para Gram negativos como, por exemplo, o ágar SS. 
Utilidade: isolar bacilos Gram negativos (enterobactérias e não fermentadores) e 
verificar a fermentação ou não da lactose. 
Interpretação: 
o Cor original do meio: rosa avermelhado. 
o Crescimento de bacilos Gram negativos. 
o Colônias cor de rosa: fermentadoras de lactose. 
o Colônias incolores: não fermentadoras de lactose. 
o Não há crescimento de cocos Gram positivos. 
 
Figura 17 - E. coli en medio MacConkey. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Fotogeriatria.net 
 
 Ágar Salmonella-Shigella (SS): Possui componentes (sais de bile, verde brilhante e 
citrato de sódio) que inibem microrganismos Gram positivos. A incorporação de lactose 
ao meio permite diferenciar se o microrganismo é lactose positiva (bactérias que 
fermentam a lactose produzem ácido que na presença do indicador vermelho neutro 
resultando na formação de colônias de cor rosa), e bactérias que não fermentam a 
lactose formam colônias transparentes. Tissulfato de sódio e o citrato férrico permitem a 
detecção de H²S evidenciado por formação de colônias de cor negra no centro. 
Utilidade: selecionar e isolar espécies de Salmonella e Shigella, em amostras de 
fezes, alimentos e água. 
 
 
Interpretação: 
o Cor original do meio: vermelho alaranjado. 
o Colônias com centro negro (H²S) ou colônias incolores: suspeita de Salmonella. 
o Colônias incolores: suspeita de Shigella spp. 
o Colônias cor de rosa ou vermelho: suspeita de Escherichia coli ou Klebsiella 
spp. 
o As bactérias não fermentadoras de lactose são incolores. 
o As bactérias fermentadoras de lactose aparecem na cor rosa. 
Figura 18 - "KBM"SS (Salmonella Shigella) Agar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: Kohjin Bio 
 
 Ágar Hektoen enteric (HE): Os sais biliares e os corantes azul de bromotimol e 
fucsina ácida inibem o crescimento da maioria dos microrganismos Gram positivos. 
Lactose, sacarose e salicina fornecem carboidratos fermentáveis para incentivar o 
crescimento e diferenciação de enterobactérias. 
Utilidade: isolar e diferenciar os membros da espécie Salmonella e Shigella de 
outros Enterobacteriaceae. 
 Interpretação: 
o Cor original do meio: azul-esverdeado 
o Colônias amarelas a salmão: enterobactérias fermentadoras de carboidratos. 
o Colônias azuis-esverdeadas com ou sem centro preto: suspeita de Salmonella 
spp. e Shigella spp. 
Figura 19 - Salmonella entérica em ágar Hektoen entérico, Greenish colônias são formadas. 
 
Fonte: Bio chemical tests Project 
 
 Ágar Cystine Lactose Electrolyte Deficient (CLED): Usado para isolamento e 
quantificação de microrganismos presentes em amostras urina. A deficiência de 
eletrólitos inibe o véu de cepas de Proteus. 
Utilidade: isolar e quantificar microrganismos Gram positivos, Gram negativos 
e leveduras. 
Interpretação: 
o Cor original do meio: azul claro. 
o Colônias lactose positiva: cor amarela. 
o Colônias lactose negativa: cor azul. 
 
Figura 20 - Aeromonas hydrophila de um paciente com diarreia grave, isoladas em C.L.E.D. 
agar. 
 
Fonte: Flickriver 
 
 
 Ágar Thayer-Martin Chocolate (TM): É um meio rico e superior a outros meios de 
cultivo destinados para o isolamento de Neisseria gonorrhoeae e Neisseria meningitidis, 
pois contém em sua fórmula antibióticos que inibem o crescimento 
de Neisserias saprófitas e outras bactérias, quando em amostras colhidas de sítios 
contaminados. 
Utilidade: usado para o isolamento seletivo de Neisseria 
gonorrhoeae e Neisseria meningitidis, a partir do material de investigação. 
Interpretação: 
o Cor original do meio: marrom-chocolate 
o Colônias pequenas e opacas: suspeita de Neisseria gonorrhoeae e Neisseria 
meningitidis. 
 
Figura 21 - Meio Thayer-Martin Chocolate (TM) positivo revelando bactérias N. gonorrhoeae. 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Meducation 
 
 Ágar Löwenstein-Jensen (LJ): A base do meio é constituída por ovos integrais, o 
que permite amplo crescimento das micobactérias e o crescimento é satisfatório para o 
teste de niacina (que é positivo para Mycobacterium tuberculosis). 
Utilidade: Isolamento primário das micobactérias. 
Interpretação: 
o Cor original do meio: verde claro 
o Positivo: Crescimento de colônias amarelas 
o Negativo: ausência de crescimento. 
 
 
 
 
 
 
Figura 22 – Cultivo e isolamento de Mycobacterium spp em Lowenstein-Jensen Médio (LJ). 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Fisher scientific 
 
 
 Ágar Saboraud (AS): Meio com nutrientes que favorece o crescimento de diversos 
fungos leveduriformes e filamentosos. 
 Utilidade: cultivo e crescimento de espécies de Candidas e fungos filamentosos, 
particularmente associados a infecções superficiais e caracterização macroscópica do 
fungo filamentoso (colônia gigante). 
Interpretação: 
o Cor original do meio: amarelo claro opalescente. 
o Após o crescimento, deve-se seguir a identificação do microrganismo que 
cresceu. 
 
Figura 23 – Meio ágar Saboraud com bactéria Candida albicans 
 
Fonte: Biosystems 
 
 Ágar Regan-Lowe (RL): Consiste em uma base de carvão vegetal acrescida de 
sangue (carneiro ou cavalo) e cefalexina. O carvão e o amido atuam como absorventes, 
removendo qualquer substância inibitória, o sangue tem função desintoxicante e 
enriquecedor e a cefalexina inibe a maioria dos contaminantes da microbiota do trato 
respiratório. 
Utilidade: isolamento do gênero Bordetella em amostras clínicas que são 
geralmente contaminadas com a microbiota do trato respiratório. 
Interpretação: 
o Cor original do meio: preto 
o Colônias pequenas acinzentadas e brilhantes: suspeita de Bordetella 
pertussis e Bordetella parapertussis. 
 
Figura 24 – Bactérias B. pertussis isoladas em Ágar Regan-Lowe (RL). 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Student oz doc 
 
 Ágar verde brilhante (BG): O extrato de levedura e duas peptonas fornecem os 
nutrientes; a lactose e a sacarose, juntamente com o vermelho de fenol, fornecem um 
sistema de diferenciação que exclui os fermentadores da lactose e/ou sacarose (ex:E. 
coli), enquanto que as salmonelas não produzem ácido a partir destes açúcares. 
 Utilidade: isolamento de outras salmonelas que não sejam as S. Typhi, 
existentes nas fezes e em outros materiais. 
 Interpretação: 
o Cor original do meio: castanho 
o Colônias brancas a vermelhas rodeadas por zonas vermelhas: suspeita 
de Salmonella spp. ou Proteus spp. 
o Colônias amarelas a esverdeadas rodeadas por zonas amarelo-esverdeadas: 
suspeita deEscherichia coli, Klebsiella spp. ou Enterobacter spp. 
 
Figura 25 - Ágar Verde Brilhante para o Isolamento de Salmonella spp 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Plast Labor Microbiologia 
 
 
 Ágar Mueller-Hinton (MH): Meio padronizado por Kirby e Bauer e pelo CLSI que 
oferece condições de crescimento das principais bactérias. 
Utilidade: realização do teste de avaliação da resistência aos antimicrobianos 
pelos métodos de difusão em disco e E-test para enterobactérias, não 
fermentadores, Staphylococcus, Enterococcus sp. 
Interpretação: 
o Cor original do meio: amarelo palha. 
o A zona do diâmetro é particular para cada antibiótico e organismo, sendo 
comparado com diâmetros padronizados pelo CLSI, que determina cada 
microrganismo sendo sensível, intermediário ou resistente. 
 
Figura 26- Pseudomonas aeruginosa crescendo em Mueller Hinton Agar para teste de 
susceptibilidade antimicrobiana disco. 
 
Fonte: Catalog hardy diagnostics 
 
 
 
MICROBIOTA OU FLORA NORMAL 
 
Os animais e os seres humanos quando no útero materno estão isentos de 
microrganismos. Ao nascimento, populações microbianas normais se estabelecem de 
imediato. Essa aquisição ocorre por uma transmissão horizontal. Quando a criança passa 
pelo trato vaginal da mãe, que é um local de multiplicações intensas de lactobacilos, 
ocorre o primeiro contato com os microrganismos. A partir daí, várias sucessões que 
vão desde o nascimento até fases diversas da vida adulta conclui no desenvolvimento da 
microbiota normal. 
Chama-se microbiota o conjunto dos microrganismos que estão associados a 
tecidos ou órgãos de animais ou plantas. Os microrganismos que estabelecem residência 
permanente (colonizam), mas não geram doenças, em condições normais, no seu 
hospedeiro são chamados de microbiota normal, ou flora normal. Uma vez estabelecida, 
a microbiota normal pode haver benefícios para o hospedeiro impedindo o crescimento 
de microorganismos perigosos. Esse fenômeno é conhecido como antagonismo 
microbiano ou exclusão competitiva. Isso significa uma competição entre os micróbios 
por nutrientes. Ex.: a microbiota bacteriana normal da vagina de uma mulher adulta 
mantém o pH local em torno de 4,0. A presença da microbiota normal inibe o 
crescimento excessivo da levedura Candida albicans, que pode crescer quando o 
equilíbrio entre a flora normal e os patógenos é alterado e o pH modificado. Se a 
microbiota normal vaginal é eliminada pelo uso de antibióticos, pelo uso excessivo de 
ducha higiênica ou desodorantes, o pH pode ser conduzido até a neutralidade, 
possibilitando o crescimento e a predominância da C. albicans no local e a ocorrência de 
vaginite. Outro exemplo de antagonismo microbiano ocorre no intestino grosso. Células 
de E. coli produzem bacteriocinas, proteínas que inibem o crescimento de outras 
bactérias da mesma espécie ou proximamente relacionadas, como as bactérias 
patogênicas Salmonella e Shigella. 
 Existem também outros tipos como: Microbiota Residente – a microbiota 
residente, formada por diversos tipos de microorganismos relativamente fixos, 
encontrados com regularidade em certos locais e em determinada idade, mas quando 
destruída, se recupera rapidamente. Microbiota Transitória – a microbiota transitória, 
constituída de organismos não patogênicos ou potencialmente patogênicos que 
permanecem na pele ou nas mucosas por horas, dias ou semanas, oriundas do ambiente, 
não produzem enfermidade e nem se estabelece de forma permanente na superfície. De 
um modo geral, os membros da microbiota transitória possui pouca importância, 
enquanto a microbiota residente permanece intacta. No caso da microbiota residente 
sofrer agravos, os micróbios transitórios podem colonizar e proliferar, produzindo 
doenças. Microbiota Comensal ou Simbiôntica – praticamente todas as partes do corpo 
humano são habitadas por germes, só se salvando os tecidos internos como o sangue 
(mesmo assim pode possuir uma microbiota transitória), algumas partes do trato 
urinário, trato respiratório inferior e bexiga. Pode–se afirmar que a microbiota normal 
pode ser usada como sinonímia da microbiota comensal ou simbiôntica. 
 Sabemos hoje que somos colonizados por microrganismos. Estima-se que 
o corpo humano que contém 10 trilhões de células seja portador de 100 trilhões de 
bactérias. Os microrganismos estão presentes formando comunidades heterogêneas e em 
superfícies corporais bastantes específicas, eles colonizam apenas sítios do corpo que 
podem supri-los com nutrientes apropriados. Esses nutrientes podem ser derivados de 
produtos celulares secretados ou excretados, substâncias de fluídos corpóreos, células 
mortas e alimentos no trato digestório. Exemplo: pele, superfícies mucosas (boca, 
vagina, olhos) e no trato gastrintestinal. Os fatores que controlam a microbiota em uma 
região do corpo estão relacionados com a natureza do ambiente local, tais como 
temperatura, PH, água, oxigenação, nutriente, luz solar, salinidade e fatores mais 
complexos como a ação de componentes do sistema imunológico. Os principais filos 
que habitam o corpo dos seres humanos são: Bacteroidetes, Firmicutes, Actinobacterias 
e as Proteobacterias, conforme mostra na figura 27. 
 
Figura 27: Mucosa normal do intestino delgado e a presença dos lactobacillus necessários para 
o bom funcionamento intestinal normal. 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Medicina Prática 
 
 
Figura 28: Esquema da distribuição sítio-específica dos filos bacterianos em um ser humano 
saudável 
 
Fonte: Scienceblogs 
 
Flora normal do olho: 
 
As bactérias do olho são similares àquelas encontradas na pele (há relação entre 
o S. aureus na pele e a sua presença no olho) e vias aéreas superiores, além das bactérias 
Gram negativas mais comuns do TGI que também são isoladas nos olhos; mas as 
bactérias encontradas normalmente no ar são, raramente, isoladas no olho. Acredita-se 
que os cílios tenham um papel importante na manutenção da flora do olho; acredita-se 
também que os olhos nunca estão desprovidos de Staphylococcus porque a fonte de 
contaminação está sempre presente. Não existe diferença entre a flora ocular de homens 
e mulheres e não há modificação da flora com a idade do indivíduo, exceto um aumento 
no número de Difteróides em indivíduos com 50 anos ou mais (Corynebacterium 
xerosis). 
 
 
 
Ouvido: 
 
O canal auditivo externo reflete a flora da pele, sendo que Pseudomonas 
aeruginosas e S. pneumoniae também têm sido isolados. O ouvido médio e o interno 
são estéreis e qualquer bactéria provoca infecção. 
 
Trato genito urinário: 
 
A sua flora varia com as diferentes áreas. A genitália externa masculina não é 
muito seletiva e a flora inclui Gram negativos, com predominância de bacilos 
fusiformes, espiroquetas e Micobacterium smegmatis. A flora da vagina varia com a 
idade da paciente. Os fatores fisiológicos, como os hormônios ou o glicogênio na 
mucosa vaginal (que é controlada por estrogênios e progesterona), são responsáveis pela 
acidez vaginal. Essa mesma acidez predomina no nascimento devido ao hormônio 
materno e, quando o estrogênio torna-se ativo, há uma intensa descamaçãodo epitélio e 
um grande depósito de glicogênio. O pH da vagina gira em torno de 4 a 5 e a flora é rica 
em Lactobacillus acidophylus. 
 Na infância e menopausa o pH é básico (em torno de 6 a 7) e a flora 
predominante é de cocos. Na gravidez há um grande depósito de glicogênio. 
Recentemente, foi demonstrado que a ação dos lactobacilos sobre o glicogênio da 
vagina é específica de algumas estirpes que agem somente sobre o glicogênio humano. 
Existe diferença entre a flora da vagina externa, paredes vaginais, fundo de saco de 
Douglas e colo de útero. 
São componentes da flora vaginal: Haemophilus vaginalis, Difteroides, 
Mycoplasma, spp; Lactobacillus, spp; Coliformes, Streptococcus, spp aeróbios, S. 
faecalis anaeróbios e S. aureus. Neisseria gonorrheae pode estar presente em 
portadora. 
 
Trato gastro intestinal: 
 
É estéril ao nascimento. No adulto existe entre 10 elevado a 5 e 10 elevado a 10 
de bactérias por grama de fezes no intestino delgado e 10 elevado a 11 no intestino 
grosso. O esôfago e o estômago estão contaminados com bactérias provenientes dos 
alimentos ingeridos, mas estas bactérias não sobrevivem nestas partes do trato 
gastrointestinal. O estômago não é adequado ao crescimento de microrganismos devido 
à grande acidez do suco gástrico e à própria motilidade do órgão, que o esvazia em 
intervalos periódicos; nele, há uma reflexão da flora dos alimentos e saliva, porém, 
como floras residentes podem considerar algumas bactérias esporuladas e lactobacilos. 
O Mycobacterium gastri provoca bacterioscopia duvidosa com TB quando é analisado 
no suco gástrico. 
O fígado e vesícula são, geralmente, livres de contaminação bacteriana. Nos 
níveis mais inferiores do TGI há um aumento do número de bactérias de cada espécie, 
atingindo o máximo no intestino grosso, sendo que nesses níveis também são 
encontradas as bactérias anaeróbias. 
Os principais germes da flora fecal são: os bacterióides (Corynebacterium, sp), 
Lactobacillus acidophylus, Clostridium, sp (C. perfringes) e Streptococcus faecalis. 
A flora normal do TGI foi recentemente estudada e verificou-se uma diferença 
na composição de acordo com a área geográfica, com a fisiologia e dieta do paciente. O 
intestino delgado superior, geralmente, é estéril ou contém poucos germes; quando há 
uma gastroenterite aguda (crianças ou adultos) há um aumento na sua flora normal, 
principalmente de E. coli (que provoca diarreia pela ação da exotoxina), o que irá 
provocar um desequilíbrio eletrolítico. Para o controle da E. coli as colicinas podem ser 
consideradas importantes, porém, fatores que controlam a espécie dominante, 
Bacterioides fragilis, ainda nãoforam definidos. 
 
Cavidade oral: 
 
A boca pode ser considerada um ambiente uniforme. Porém, nela há diferentes 
nichos ecológicos que se alteram com o tempo durante a vida. É o local de maior 
variação de microrganismos (ex. dorso da língua, sulcos gengivais, placas dentárias). A 
contagem de microrganismos totais da saliva é igual a 4 - 5,5 bilhões/ml, com uma 
média de 750 bilhões. 
O feto é, normalmente, estéril “in útero”. Durante o nascimento a criança é 
contaminada pela flora do trato genital materno (Lactobacillus,Corynebacterium, 
Micrococcus, Enterobactérias, Streptococcus, Peptostreptococcus, leveduras, 
protozoários e vírus). Apesar disso ainda é estéril ao nascimento e, de 6 a 10 horas após 
o nascimento, torna-se bem variada por algum tempo. 
 
Na idade de 0 a 1 ano as bactérias que predominam são: Streptococcus, 
Staphylococcus, Lactobacillus, Neisseria catharralis, Veilonella, 
Nocardia,Actinomicetos, Escherichia, Fusobacterium, Bacterioides, Leptotrichia e 
leveduras. 
A presença de dentes não é necessária para a instalação de bactérias filamentosas 
(Fusobacterium, Actinomyces, Leptotrichia). O Streptococcus sanguis se estabelece 
após erupção dentária. As cáries também fornecem novos substratos e um pH ácido, 
além de dificultar a exposição de microrganismos aos agentes antimicrobianos da saliva. 
A placa dentária contém Streptococcus, Neisseria, Veilonella, Actinomyces e Gram 
negativos. 
O pH da saliva ( 5,7 - 7,0) parece ter importância na manutenção da flora 
normal. Outros fatores para a manutenção desta flora são as vitaminas do complexo B e 
a mucina juntamente com carboidratos. Os Lactobacillus,spp são em pequeno número e 
só aumentam na presença de cáries 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Os métodos de esterilização, desinfecção e assepsia são eficazes na eliminação e 
diminuição de microrganismos, evitando assim infecções e contaminações de materiais 
e pessoas em laboratórios. 
 A Estufa e Autoclave são os métodos de esterilização mais utilizados por serem 
os mais eficientes na eliminação de micro-organismos, além de serem mais baratas e 
menos tóxicas. O sucesso nos processos de desinfecção e esterilização depende da 
correta e criteriosa escolha, aplicação e observação das características peculiares de 
cada agente químico e dos fatores interferentes. 
Os meios de cultura basicamente são utilizados para fornecer o ambiente 
adequado para a ocorrência de determinados fenômenos científicos, bem como reações 
químicas, biológicas e alterações físicas. 
A maioria dos microorganismos da flora normal são bactérias, a formação desta 
flora ocorre no momento do nascimento ao passar pelo canal do parto e continua por 
toda a vida, distribuindo-se pelas partes do corpo que estão em contato com o meio 
externo, que são pele e mucosas. O número e as espécies que formam a flora microbiana 
normal variam de acordo com a região do corpo e com a idade do hospedeiro, e às vezes 
o sexo do hospedeiro. Porém algumas regiões do corpo estão livres de microorganismos 
como o sangue, bexiga, útero, ouvido médio, rins, seios paranasais, trompas e fluido 
cerebroespinhal. 
 
 
 
 
AULA PRÁTICAS 
INTRODUÇÃO 
Identificar um dado organismo como espécie baseia-se no preenchimento das 
características atribuídas àquela espécie. O reconhecimento da fonte ou origem do 
espécime (ambiente, espécie animal, tipo de patologia e localização) do organismo é às 
vezes fundamental para identificação e a correta caracterização cultural do organismo 
em meios de isolamento primário, assim como a execução e interpretação da coloração 
e reação ao Gram são vitais para o sistema de identificação. 
Para isolar o microrganismo efetua-se a inoculação ou semeadura, utilizando a 
técnica do esgotamento do inoculo por estrias, tendo-se o cuidado de usar inteiramente 
toda a área do meio para garantir a separação das bactérias, de modo que após a 
incubação cada célula separada origine uma colônia. 
O processo de identificação propriamente dito começa com a observação das 
características das colônias isoladas (a olho nu, com lupa ou microscópio). Os seguintes 
critérios são utilizados para a caracterização colonial: Forma; tamanho (mm); elevação - 
achatada (alta, baixa), espraiada, convexa, etc; Após a observação dessas características 
devem ser feitos esfregaços para colorações especiais, para observação da morfologia 
microscópica (forma, arranjos, tamanho e reação ao Gram), presença ou ausência de 
esporos, flagelos, cápsulas, granulações e coloração bipolar (frequente 
nas pasteurelas e yersinias). 
 Em microbiologia existem testes que são fundamentais para identificações de 
bactérias, um deles é o teste de catalase que consiste na detecção da enzima catalase 
em bactérias é realizado com peróxido de hidrogênio (H2O2) sobre a lâmina. A catalase 
é produzida por muitos microrganismos e é usualmente empregada para diferenciar 
Staphylococcus, que são catalase positivos e Streptococcus que são catalase negativos. 
Outro teste é ocoagulase, usado para verificar a capacidade de microrganismos 
reagirem com o plasma e formarem um coágulo. As coagulases são enzimas com 
capacidade para coagular o plasma sanguíneo através de um mecanismo similar ao da 
coagulação normal. A atividade da coagulase é utilizada para distinguir espécies 
patogenicas de Staphylococcus de espécies não patogenicas, sendo um bom indicador 
da patogenicidade do S.aureus. 
OBJETIVOS 
 
Objetivo Geral: 
 
 Analisar a morfologia de colônias bacterianas. 
 
Objetivos Específicos: 
 Coletar amostras de bactérias em diferentes ambientes; 
 Preparar meio de cultura para crescimento de bactérias; 
 Identificar a morfologia de cada colônia desenvolvida; 
 Preparar esfregaços microbianos para coloração das bactérias; 
 Aprender sobre técnicas de identificações de bactérias. 
 
MATERIAIS E MÉTODOS 
 
Materiais: 
 Álcool 
 Palitos de churrasco; 
 Algodão; 
 Swab confeccionado; 
 Tubo de ensaio; 
 Becker; 
 Saco plástico para autoclave; 
 5g de glicose; 
 5g de Agar; 
 5g de peptona de carne; 
 Água destilada; 
 Meios de cultura (Miller-Hinten;) 
 7,8 g de Miller-Hinten; 
 Autoclave; 
 Placas de petri; 
 Amostras de bactérias (colônias); 
 Meios de cultura 
 Geladeira; 
 Bico de Bunsen; 
 Alça bacteriológica de metal; 
 Erlenmeyer; 
 Fita Autoclave; 
 Lâmina; 
 Papel toalha; 
 Solução de peróxido de hidrogênio; 
 Plasma sanguíneo; 
 Régua; 
 Marcador permanente. 
Métodos: 
Para confecção do swab (usado para coletas das colônias de bactérias) utilizou-
se palitos de churrasco e algodão, enrolando o algodão no palito. Feito isso, os swabs 
foram colocados em tubos de ensaio, tampados com algodão e postos em um Becker de 
vidro que foi empacotado com um plástico apropriado para levar à autoclave para total , 
para total esterilização do conteúdo do pacote. Foram preparados dois meios de cultura: 
 Pesou-se 5g de glicose, 5g de ágar, 5g de peptona de carne e mediu-se 250 ml de 
H2O destilada. 
 Para o preparo do segundo meio foram pesados 7,8 g de Miller-Hinten e 
acrescentado 250 ml de H2O destilada. 
Estes dois meios de cultura também foram levados para a autoclave onde permaneceram 
por 15 minutos (fig. 29) 
Após o tempo estimado foi realizado então o plaqueamento, que consiste em 
colocar os líquidos preparados em placas de petri, e em seguida cobri-las com a tampa 
apropriada e aguardar até que os meios esfriassem e obtivessem consistência gelatinosa. 
Os meios então foram guardados em plástico lacrado virado para baixo e colocados na 
geladeira. Passados uma semana, coletaram-se prováveis colônias de bactérias de vários 
meios, cabelo, pé, unhas, bebedouro, teclas de caixa eletrônico, couro cabeludo (fig.30), 
da cantina da Universidade, das mãos sem lavar e lavadas, do celular etc... 
Feito isso, realizou-se a técnica de semeadura de esgotamento, que consiste na 
transferência de um meio de cultura no caso o swab para outro meio de cultura, o 
Miller-Hinten ou para ao meio de peptona de carne (fig. 31). Após o esgotamento, 
flambou-se a alça bacteriológica de metal levando-a ao fogo até que o metal obtivesse 
um aspecto rubro para assim esteriliza-la (fig. 32). Em seguida, esfriou-se a alça em um 
canto da placa de petri contendo um dos dois o meios de cultura e posteriormente foi 
passada suavemente sobre o local de esgotamento das colônias de bactérias deslizando 
sobre o meio de cultura fazendo estrias sucessivas (zig-zag), em um único sentido 
aproveitando todo espaço da placa até o esgotamento do material, de modo a obter-se 
um perfeito isolamento das bactérias existentes na amostra (fig. 33). 
Esse processo foi repetido diversas vezes até todas as bactérias que foram 
coletadas para análise estarem esgotadas nas diversas placas de petri. Logo após, todas 
as placas foram empacotadas novamente e guardadas na geladeira onde permaneceram 
por 15 dias. Após este tempo as placas foram retiradas da geladeira, para posteriores 
observações de crescimentos das colônias de bactérias (fig 34 e 35). 
Após possíveis observações, as colônias de bactérias que cresceram foram 
coletadas da placa de petri para fixação nas laminas, esse processo se iniciou com a 
flambagem da alça bacteriológica de metal, que depois de esterilizada e esfriada em um 
Becker com água destilada, colocou-se uma gota dessa água no centro de uma lâmina, 
em seguida coletou-se uma pequena porção do crescimento microbiano com a alça de 
metal (fig. 36) e colocou-a no centro da lâmina, ainda como o auxilio da alça de metal 
realizou-se movimentos de rotação na lâmina homogeneizando a colônia de bactéria, 
para dessa forma se obter um esfregaço de forma oval, bem fino e uniforme, para 
finalizar esse processo, fixou o esfregaço passando a lâmina (lado oposto ao esfregaço) 
3 vezes na chama do bico de Bunsen (rapidamente) (fig. 37), em seguida seria feita a 
coloração de Gram nessas lâminas, no entanto, no laboratório não tinha o corante, por 
isso, foi impossível realizar a coloração, assim as lâminas fixadas foram embrulhadas e 
enroladas em papel toalha para coloração em próxima aula. 
Ainda utilizando as colônias de bactérias realizou-se o teste de catalase e de 
coagulase para identificarmos as bactérias, primeiro realizou-se o teste de catalase em 
que se coletou uma quantidade pequena de bactérias das colônias plaqueadas e em 
seguida elas foram colocadas na lâmina, feito isso, esterilizou-se a alça de metal no fogo 
e, uma vez esterilizada ela foi utilizada para coleta do Peróxido de Hidrogênio que foi 
colocado sobre a colônia que estava na lâmina, para assim observamos a possível 
reação. 
Em seguida, realizou-se o teste de coagulase, em que se utilizou o plasma 
sanguíneo, pegou-se a alça de metal esterilizada coletando uma pequena quantidade do 
plasma em um tubo, colocando-o sobre uma colônia de bactéria que estava sobre a 
lâmina, para dessa forma observarmos o resultado que o plasma causaria sobre a colônia 
de bactéria. 
 
 
Figura 29 - Autoclave contendo os swabs e os 
meios de cultura para esterilização. 
Figura 30: Coleta de prováveis bactérias do 
couro cabeludo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Autoria do grupo Fonte: Autoria do grupo 
 
 
Figura 31 – Técnica de semeadura de esgotamento. Figura 32- Flambagem da alça de metal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Autoria do grupo. Fonte: Autoria do grupo. 
 
Figura 33 - Distribuindo as colônias de bactérias e estrias sucessivas sobre 
um dos meios de cultura. 
 
 
Fonte: Autoria do grupo. 
 
Figura 34 – Placas de Petri com colônia de bactérias. 
 
 
Fonte: Autoria do grupo. 
 
 
Figura 35 – Placa de Petri, com colonia 
de bactérias desenvolvida. 
 
Fonte: Autoria do grupo. 
 
 
 
 Figura 36- Coleta de uma porção do crescimento 
microbiano com a alça de metal. 
 
Fonte: Autoria do grupo. 
 
RESULTADOS E DISCUSSÕES 
 
Colônia é o conjunto de bactérias que se forma por multiplicação, a partir de 
uma bactéria mãe, num meio de cultura, e reconhecível pelo seu aspecto, consistência e 
cor. Uma colônia bacteriana é visível a olho nu quando é composta por vários bilhões 
de elementos. 
Quando o meio é o ideal as bactérias reproduzem-se muito rapidamente por 
reprodução assexuada. Quando existe uma variação brusca do meio, as bactérias 
começam a se reproduzir sexuadamente, no sentido de haver mais probabilidade de 
nascerem indivíduos aptos àquele meio. Das amostras coletadas nos diferentes meios 
selecionamos algumas para entrarem nosnossos resultados e discussão. Primeiro, 
consideramos o crescimento de bactérias que foram coletadas do dedão do pé, levando 
em consideração alguns critérios que são utilizados para a caracterização de uma 
colonial como a forma, o tamanho (mm); elevação (achatada, espraiada, convexa) 
caracterizamos as bactérias do dedão do pé com tamanho médio de aproximadamente 4 
mm de diâmetro (fig. 37), e que apresentaram cor branca e formato irregular. 
 Outra colônia de bactéria que consideramos foi a partir das mãos sem lavar, que 
seguindo os mesmos critérios anteriores de caracterização, estas apresentaram um 
tamanho pequeno com cerca de 2 mm, cor branca com forma circular e bordas lisas. A 
ultima colônia selecionada foram a do couro cabeludo que por sua vez tiveram um 
tamanho grande de colônia, aproximadamente 6 mm, apresentando uma cor branca e 
também com protuberância. 
Apesar da preocupação com uma cultura apenas de bactéria, ocorreu o 
aparecimento de muitos fungos nas placas de Petri, os fungos surgiram devido ao 
ambiente que lhes fora favoráveis, devido à presença de alguns fungos, estes podem ter 
ocasionado a morte de algumas partes das colônias de bactérias isso devido a algum 
antibiótico liberado que foi liberado. Observamos que houve a formação de várias hifas 
nas placas, com coloração amarelada, rosa e branca, percebendo também que havia um 
aroma desagradável que é natural em bactérias. 
Em relação ao teste de catalase realizado, vale salientar que o peróxido de 
hidrogénio é um produto decorrente do metabolismo celular em organismos expostos ao 
oxigénio atmosférico. Uma das fontes de peróxido de hidrogénio é a β-oxidação de 
ácidos gordos, necessária para a produção de diversos metabolitos essenciais. O 
peróxido de hidrogénio está relacionado com diversas patologias ligadas ao stress 
oxidativo. Sabendo que o teste da catalase é usado para detecção de catalase em 
bactérias, servindo essencialmente para a distinção entre estafilococos e estreptococos. 
Se aparecem bolhas, o organismo é catalase-positivo (possui catalase, caso dos 
estafilococos), se não é catalase-negativo (estreptococos). As bolhas são formadas pelo 
oxigénio molecular libertado na reação da catalase. 
Ao realizarmos o teste de catalase obtemos os seguintes resultados (fig.38 e 39) 
quanto à reação do peróxido de hidrogênio na colônia de bactéria, salientando que 
foram realizados com apenas algumas amostras e não com todas. 
 
Tabela 3: Resultado do teste de catalase quanto as colônias de bactérias dos locais 
coletados, e seus respectivos tipos de bactérias. 
 
Algumas células do sistema imunitário produzem peróxido de hidrogénio para 
uso como agente antibacteriano. As bactérias patogénicas que possuem catalase são 
capazes de resistir a este ataque graças à presença da enzima, conseguindo sobreviver 
nas células que invadem. 
Já em relação ao teste de coagulase, não obtivemos resultado positivo quanto a 
reação, já que o tempo era pouco para a realização do teste e visto isso, não detectamos 
nenhum possível resultado para as bactérias que foram submetidas ao plasma 
sanguíneo, considerarmos artificialmente que todos foram negativos. 
 
Figura 37 - Medição do diâmetro da colônia de bactéria do dedão do pé
 
Fonte: Autoria do grupo. 
Locais da Colônia de bactérias Resultado da Catalase Tipo de bactéria 
Orofaringe Positivo Estafilococos 
Orelhas Positivo Estafilococos 
Nariz Negativo Estreptococos 
Pés Positivo Estafilococos 
 
Figura 38 – Teste de catalase positivo (bolhas). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Autoria do grupo. 
 
 
 
Figura 39 – Teste de catalase positivo (bolhas). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Autoria do grupo. 
 
 
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CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
As bactérias tem grande facilidade de se desenvolverem em ambientes externos 
e internos. Quando se trata da identificação das colônias de bactérias que foram isoladas 
em um meio de cultura, logo é possível observar características determinantes a elas 
apenas a olho nu, uma vez que não tivemos acesso à lupa no laboratório, dessa forma foi 
possível averiguarmos que as variadas bactérias que conseguiram desenvolver nos 
meios às quais foram postas apresentavam diversos aspectos morfológico quanto ao 
tamanho (pequeno, médio e grande), forma e coloração cor branca, e que para uma 
melhor observação dessas características é viável observar pelo microscópio após a 
realização de esfregaços e colorações especiais. 
Quando nos deparamos com um material biológico, a fim de identificar os tipos 
bacterianos presentes ali, vários métodos de identificação, de isolamento, diferenciais e 
seletivos são utilizados, porém os testes bioquímicos são de fundamental importância, 
uma vez que podemos identificar bactérias que possuem mecanismos de fuga do 
Sistema Imune com base nas enzimas que elas produzem.

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