Buscar

Desafio Profissional 2014

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE ANHANGUERA – UNIDERP
POLO DE CUIABÁ
CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GESTÃO PÚBLICA
VALÉRIA SILVANA DOS SANTOS – RA: 7985728682
DESAFIO PROFISSIONAL DO 1º BIMESTRE
Disciplinas: GESTÃO URBANA E DE SERVIÇOS PÚBLICOS; LICITAÇÕES, CONTRATOS E CONVÊNIOS.
TUTOR EaD Antonio João Ferreira Junior
CUIABÁ / MT
2014
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO	3
1. ANALISANDO O PAPEL DO ADMINISTRADOR PÚBLICO	4
a) Quais os principais riscos e consequências possíveis para a administração municipal e para o exercício do governante Mauro, tendo em vista a tomada de decisão relatada em sua fala?	4
b) Tomando como referência a Lei 8666/1993, como pode ser interpretado o termo “práticas administrativas de caráter burocrático” mencionado no texto?	5
c) Especifique e explique os critérios e princípios deveriam ser tomados para a contratação, e que foram descumpridos pelo administrador público?	7
d) Sendo você o responsável pela contratação e aquisição das demandas emergenciais elencadas no caso, quais seriam suas principais ações e procedimentos para efetivar as devidas contratações?	9
2. COMPREENDENDO AS DIFERENTES PAUTAS DO DIREITO À CIDADE	9
a) Como você interpreta a manifestação dos moradores diante do estado de calamidade do município?	10
b) Identifique, de preferência em seu município, duas experiências de mobilizações que tenham como aspecto central reivindicações em prol do uso e ocupação democrática do espaço público. Busque informações sobre as mobilizações em matérias de jornais, entrevistas com participantes, páginas da internet, ou outras fontes que julgar conveniente e identifique:	10
3. COMPREENDENDO O ESTATUTO DA CIDADE: INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO E PARTICIPAÇÃO	18
a) Quais são os instrumentos, no âmbito da gestão municipal, que possibilitam a participação ativa dos munícipes na gestão democrática de Teresópolis?	18
b) De que maneira cada um desses instrumentos - considerando as especificidades de cada um - possibilita que se atenda aos diferentes interesses que permeiam as manifestações dos moradores?	19
c) Tendo em vista a ênfase que o Estatuto da Cidade concede à função do planejamento, identifique os principais instrumentos de planejamento municipais e explique como eles se alinham às diretrizes definidas no Estatuto da Cidade.	19
4. AVALIANDO AS ALTERAÇÕES RECENTES NOS PROCESSOS LICITATÓRIOS	19
a) Para levar adiante o propósito de Rafael de mudar o comportamento do município em relação às suas compras, quais os instrumentos legais recentes disponíveis, e que podem contribuir este objetivo?	19
b) Quais as principais providências a serem tomadas pelo órgão responsável para Rafael se adotadas as medidas propostas pelo guia?	20
c) Quais as principais mudanças promovidas pelo seu município no que se refere aos critérios de sustentabilidade para a realização das compras públicas?	20
d) Identifique um edital publicado em seu município que se enquadre em um dos objetos especificados pelo Guia e avalie de que maneira os procedimentos adotados como critério de contratação ou seleção da empresa contratada se alinham ao novo marco legal.	22
e) Identifique, dentre os procedimentos licitatórios, aqueles que mais são passíveis de providência, se adotados os parâmetros propostos pelo Guia.	25
RECOMENDAÇÕES FINAIS	29
REFERÊNCIAS	30
INTRODUÇÃO
O Desafio Profissional se passa em duas disciplinas GESTÃO URBANA E DE SERVIÇOS PÚBLICOS; LICITAÇÕES, CONTRATOS E CONVÊNIO. Mostrando os riscos e consequências sob a administração municipal, práticas administrativas de caráter burocrático conforme a Lei nº 8666/93, os critérios e princípios da contratação, contratação e aquisição das demandas emergenciais, compreendendo as diferentes pautas do direito à cidade, o Estatuto da cidade: Instrumentos de planejamento e da participação e processos licitatórios.
1. ANALISANDO O PAPEL DO ADMINISTRADOR PÚBLICO
a) Quais os principais riscos e consequências possíveis para a administração municipal e para o exercício do governante Mauro, tendo em vista a tomada de decisão relatada em sua fala? 
Primeiramente, a equipe administrativa deve levantar as demandas de atendimento imediato. 
Situações decorrentes de desastres pressupõem adoção de certas medidas para que compras, serviços e obras sejam contratados na forma da lei.
Há de se verificar se os contratos em vigor podem ser utilizados como reforço para a recuperação das áreas atingidas e também se deverá ser realizada alguma contratação mediante processo de licitação ou sua dispensa.
Importante destacar que os objetos desses contratos devem guardar pertinência com as ações decorrentes da situação calamitosa como, por exemplo, medicamentos, locação de máquinas e equipamentos e fornecimento de materiais de construção.
Como sabido, o conceito de emergência e calamidade pública é subjetivo. Necessário se faz, portanto, cautela em sua determinação. 
O juízo do administrador, neste caso, mostra-se temerário. A solução: adoção de um critério objetivo de análise.
Para estabelecer este critério objetivo e seguro propõe estabelecer dois patamares extremos da conceituação. De um lado, a definição de emergência e calamidade pública para fins de transferência de recursos e de outro, a chamada “emergência fabricada”, hoje admitida pelo Tribunal de Contas da União. 
O Decreto nº 7257/2010 define emergência e calamidade pública para fins de transferência de recursos da União para outros entes federativos.
b) Tomando como referência a Lei 8666/1993, como pode ser interpretado o termo “práticas administrativas de caráter burocrático” mencionado no texto? 
A Lei Federal nº. 8.666 de 21 de junho de 1993, regulamentando a disposição constitucional (art. 37, XXI), além de tratar das modalidades de licitação e dos respectivos contratos firmados, tecendo regras acerca dos mesmos, em seu artigo 2º, reitera o entendimento esposado ao afirmar que as obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações, concessões, permissões e locações da Administração Pública, quando contratadas com terceiros, serão necessariamente precedidas de licitação, ressalvadas as hipóteses previstas na própria Lei.
O art. 24 do mencionado Diploma traz as possibilidades em que é facultada à Administração a realização de procedimento licitatório – situações taxativas de dispensa de licitação (art. 24); bem como, os casos em que há inexigibilidade de licitação (art. 25) – hipóteses nas quais a competitividade restaria prejudicada por circunstâncias especiais, tais como: exclusividade de fornecimento, serviços técnicos de notória especialização e contratação de profissionais do setor artístico consagrados pela opinião pública.
As hipóteses de licitação dispensável, conforme delineado na legislação, para a doutrina dominante, são taxativas; diferente dos casos de inexigibilidade, uma vez que o próprio legislador reconhece a impossibilidade de prever todas as situações em que a competição seria inviável.
Conforme se depura do comando legal, a licitação dispensável (art. 24 da Lei 8.666/93) impõe à Administração Pública uma análise ponderada do caso concreto, de modo a evidenciar o melhor caminho a ser utilizado para o gasto do dinheiro público, considerando que, em determinadas circunstâncias, o burocrático procedimento licitatório seria mais custoso, demorado e, consequentemente, ineficiente à Administração, em razão do valor da compra ou serviço, da circunstância fática, ou da natureza do bem a ser adquirido.
Por isso, nos casos de dispensa, a realização da licitação é facultada à Administração.
Caso o gestor, mesmo diante da excepcionalidade, entenda pela possibilidade de deflagração do certame, pela viabilidade e economicidade do procedimento, poderá sim realizá-lo, aplicando a regra da obrigatoriedade.
Mas o fato é que, com raras exceções, nas hipóteses taxativas de licitação dispensável, mesmo sendo viável a competição, a realização do procedimento licitatório não é o mecanismo mais adequado aoatendimento do bem comum, uma vez que ocasionaria mais prejuízos que benefícios, se posto em prática.
Nesse ponto, ganha importância a análise discricionária do Administrador – responsável pela difícil tarefa de decidir – às vezes, sem dados contundentes e sem tempo hábil para tanto – se os prováveis benefícios da contratação direta suplantam os prejuízos pela não realização do certame.
Tendo em vista a concepção de que as previsões constitucionais conferem unidade ao sistema jurídico, o estudo do Direito deve partir do ordenamento constitucional. A Constituição, além de ser uma garantia, é um limite para o exercício dos direitos. Neste sentido, Willis Santiago Guerra Filho observa com clareza que a Constituição confere unidade ao ordenamento jurídico, estando nela às linhas gerais para a promoção do bem estar individual e coletivo. A efetividade de um direito só pode ser alcançada caso se reconheça a supremacia da Constituição.
Diferentemente da Constituição anterior, que nada referia acerca das licitações públicas, o art. 22, XXVII, da Constituição de 1988, estabelece expressamente que é competência privativa da União Federal legislar acerca de licitações e contratos públicos para os entes da Administração Pública Direta e Indireta, em conformidade com o art. 37, XXI, e, para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, §1º, III, conforme redação dada pela Emenda Constitucional nº. 19/1988.
O art. 37, XXI, enuncia o princípio da obrigatoriedade de licitação, ao dispor, excepcionando os casos previstos em lei, que “as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes”. A não realização de procedimento licitatório é algo excepcional e deve ter previsão legal.
É expresso que o referido princípio pretende resguardar a isonomia entre os licitantes, mas, além da igualdade, é possível evidenciar, mesmo indiretamente, que a obrigatoriedade da licitação atende ainda à moralidade administrativa e à publicidade, esculpidos no caput do art. 37 da Constituição Federal.
O fim primordial para a realização de licitações públicas na aquisição de bens, obras e serviços é garantir preços mais vantajosos para a Administração, uma medida essencial, considerando a escassez de recursos para atender de modo ideal aos anseios da coletividade e, portanto, a necessidade de empregá-los da maneira mais econômica e eficiente possível.
A própria Constituição Federal evidencia a possibilidade de a lei ordinária excepcionar a regra que impõe a realização, pela Administração Pública, de procedimento licitatório prévio à contratação.
c) Especifique e explique os critérios e princípios deveriam ser tomados para a contratação, e que foram descumpridos pelo administrador público?
Conforme a própria Lei 8666/93 vale destacar alguns de seus conceitos técnicos a cumprir:
Obra: é toda construção, reforma, fabricação, recuperação ou ampliação, realizada por execução direta ou indireta;
Serviço: é toda atividade destinada a obter determinada utilidade de interesse para a Administração Pública, tais como: demolição, conserto, instalação, montagem, operação, conservação, reparação, adaptação, manutenção, transporte, locação de bens, publicidade, seguro ou trabalhos técnico-profissionais.
Compra: é toda aquisição remunerada de bens para fornecimento de uma única vez ou parceladamente.
E para que uma obra ou um serviço sejam licitados é necessário que haja um projeto básico aprovado pela autoridade competente, e que os recursos orçamentários que assegurem o pagamento estejam previstos. Além disso, é preciso que o produto a ser contratado esteja contemplado nas metas estabelecidas no Plano Plurianual (PPA).
Não é admitido incluir no objeto da licitação a obtenção de recursos financeiros para a sua execução, com exceção nos casos de concessão, assim como será nula a licitação que não definir com precisão o quantitativo do objeto ou não possuir similar no mercado (exceto quando for tecnicamente justificável). [1: Em sentido amplo, é o contrato administrativo pelo qual a Administração Pública confere ao particular, a execução remunerada de serviço público, de obra pública ou de serviços de que a Administração Pública seja a usuária direta ou indireta, ou lhe cede o uso de bens públicos, para que o explore pelo prazo e nas condições regulamentares e contratuais. ]
Sob a responsabilidade estatal/munícipe relacionando-a com os casos de omissão nas calamidades públicas.
O novo código civil trata desse assunto em variados artigos, exemplifica-se: Código Civil, Art. 186 (BRASIL, 2002): "Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.”; Código Civil, Art. 187 (BRASIL, 2002): “Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes."
E, mais adiante, o Código Civil, Art. 927 (BRASIL, 2002):
“Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.”
Sabe-se que o Estado pode causar danos aos administrados por ação ou omissão. Nas hipóteses de conduta omissiva, constatamos divergências doutrinárias quanto ao assunto da responsabilidade civil do Estado, visto que nem toda conduta omissiva tem como consequência um descuido do Estado em cumprir um dever legal. Consiste em ser, o Estado, responsabilizado civilmente quando este somente se omitir diante do dever legal de impedir a ocorrência do dano. Portanto, pode-se garantir que a responsabilidade estatal por ato omissivo vem sempre de um ato ilícito, pois havia um dever de agir atribuído pela norma ao Estado que, pela omissão, foi violado. A respeito deste assunto, temos dois posicionamentos, um que concorda com os argumentos de Celso Antônio Bandeira de Mello e que defende a teoria da responsabilidade subjetiva, com base no Código Civil, Art. 43 (BRASIL, 2002); e outra, apoiada por vários autores, que concorda com a teoria da responsabilidade objetiva, aplicando-se o art. 37, §6º, da Constituição Federal (BRASIL, 1988).
d) Sendo você o responsável pela contratação e aquisição das demandas emergenciais elencadas no caso, quais seriam suas principais ações e procedimentos para efetivar as devidas contratações? 
Quando se trata respectivamente de licitação feita por órgão ou entidade da Administração Municipal o aviso deve ser publicado no Diário Oficial do Estado. Além do Diário Oficial, os avisos devem ser publicados em jornal diário de grande circulação no município ou região onde será realizado o objeto da licitação.
O aviso publicado deve conter a indicação do local em que os interessados poderão ler e obter o texto integral do edital e todas as informações sobre a licitação. Da publicação até o dia da abertura das propostas, deverá transcorres um prazo mínimo que a Lei 8666/93 define como:
Quarenta e cinco dias para:
Concurso; e
Concorrência, quando o contrato a ser celebrado contemplar o regime de empreitada integral ou quando a licitação for do tipo “melhor técnica” ou “técnica e preço”.
Trinta dias para:
Concorrência, nos casos não especificados na alínea “b” do inciso anterior; e
Tomada de preços, quando a licitação for do tipo “melhor técnica” ou “técnica e preço”.
Quinze dias para a tomada de preços, nos casos não especificados na alínea “b” do inciso anterior, ou leilão.
Cinco dias úteis para convite.
O aviso é a publicação resumida (extrato) com todas as informações contidas no edital. Ele deve ser publicado no Diário Oficial, em jornal de grande circulação, e, para dar maior publicidade, na internet e nos sitesdos órgãos públicos que promovem o certamete licitatório.
2. COMPREENDENDO AS DIFERENTES PAUTAS DO DIREITO À CIDADE
a) Como você interpreta a manifestação dos moradores diante do estado de calamidade do município?
A realidade mediante a calamidade do município o alvoroço em torno da tragédia em relação à manifestação dos moradores não poderia ser diferente, a dor de perda de um ente querido, de bens materiais e a incerteza quanto um recomeço de vida em outro local ou mesmo na região afetada com intuito de amenizar o sentimento de perca total.
E quanto ao administrador municipal a esperança em poder solucionar todos os problemas possíveis com rapidez e garantindo a essas pessoas afetadas com a tragédia, serviços públicos com qualidade.
b) Identifique, de preferência em seu município, duas experiências de mobilizações que tenham como aspecto central reivindicações em prol do uso e ocupação democrática do espaço público. Busque informações sobre as mobilizações em matérias de jornais, entrevistas com participantes, páginas da internet, ou outras fontes que julgar conveniente e identifique: 
- pautas ou reivindicações que nortearam a mobilização;
Em 2013 – Cuiabá adere a movimento nacional e realizam manifestações “Dia Nacional de Luta” para protestar por melhores condições no transporte público, na saúde pública e na educação. O objetivo era paralisar completamente o funcionamento das diversas repartições públicas estaduais em protesto contra o sucateamento do serviço público. (Site: MidiaNews – 11/07/2013)
- a relação das reivindicações com as perspectivas teóricas do direito à cidade; 
As cidades, em particular os grandes centros sofrem hoje o efeito de uma urbanização descontrolada, desplanejada, que põe fim as estruturas urbanísticas básicas.
Esse processo de urbanização tem contribuído para o descontrole ambiental, a segregação social, a exclusão de uma parcela da população ao uso dos serviços públicos, contribuindo para o que se denomina o aparteid urbano.
Esse aparteid é formado em parte por que as áreas centrais das cidades são as regiões mais caras, seu acesso é impossível para a parcela da população mais pobre, que vai então buscar as zonas periféricas, normalmente ambientalmente mais frágeis e com alto custo de urbanização.
O pobre sofre então seu primeiro processo de exclusão, que tem como causa a especulação urbana, a desorganização e o desplanejamento do poder público que não consegue efetivar políticas públicas de racionalização e melhor uso do solo.
Reconhecendo que o Brasil é um país essencialmente urbano, em que mais de 80% da população vive e mantém atividades em áreas urbanas, promulgou a lei 10.257, que regulou o art.182 da Constituição Federal e que é será um importante instrumento para minimizar os problemas causados pela urbanização.
Com o objetivo de regulamentar o art. 182 e 183 da Constituição Federal, foi publicada a lei 10.257/2001.
Está entre os objetivos dessa nova lei (10.257/2001) proporcionar a justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do processo de urbanização a todos os níveis de população sejam ricos ou pobres, adequando a distribuição das zonas e regulando a distribuição da população sobre a superfície da cidade.
Nessa lei foram criados diversos instrumentos jurídicos que servem para o poder público municipais, aplicarem em seus municípios com vistas a reduzir o processo de urbanização desordenada.
A concepção primordial desse processo é fazer com que a cidade passe de ente passivo, que ver suas áreas sendo ocupadas desenfreadamente, para ente positivo, gestor da distribuição, definindo políticas, áreas, ações governamentais.
Nesse processo, urge ressaltar, os dispositivos a disposição dos cidadãos, e dos municípios para dinamizar esse processo:
Função social da cidade;
Função social da propriedade;
Instituição do plano diretor;
Definição de zonas especiais de interesse social;
Parcelamento, edificação ou utilização compulsório;
IPTU progressivo no tempo;
Desapropriação para fins de reforma urbana;
Outorga onerosa do Direito de construir e de alteração do uso;
Direito de preempção;
Transferência do Direito de construir;
Zoneamento urbano;
Operação urbana consorciada;
Obrigatoriedade de audiências e consultas públicas;
Estudo de impacto de vizinhança;
Obrigatoriedade de plano de transporte urbano integrado para cidades com mais de 500.000 habitantes;
Concessão do direito de superfície;
Usucapião especial urbano-coletivo;
Concessão de uso especial para fins de moradia;
Contribuição de melhoria.
Esses são alguns dos dispositivos disponíveis aos governantes e também aos cidadãos em especial os gestores municipais para que possam efetivar políticas governamentais objetivas nas cidades, com vistas a melhorar a ocupação do solo urbano, coibir a especulação imobiliária, regularizar terrenos ocupados, entre outros objetivos.
- a construção, ou não, de canais de diálogo com o poder público;
Um dos principais aspectos da nova legislação foi o de dar novo papel ao cidadão, tornando-o ente participativo da escolha das diretrizes da sua cidade. A gestão da cidade ganha assim um status de democracia, de participação política e por que não dizer de cidadania.
Antes de abordar lei 10.257/01, é preciso ressaltar alguns pontos e princípios que devem seguir os gestores das cidades para elaborar sua política urbana.
Um ponto primordial para conquistar-se uma cidade melhor é um aumento dos instrumentos democráticos de participação e gestão das cidades. Programas participativos, onde o cidadão orienta e escolhe os benefícios que deseja para a região de sua casa ou trabalho, melhoram a otimização dos serviços públicos e atingem de maneira mais eficaz a população regional.
O cidadão passa a ser agente modificador do sistema reivindicativo, pois as cidades devem buscar uma gestão democrática, onde todos os cidadãos tenham o direito de sozinho ou por meio de agremiações ou associações participar na elaboração e principalmente na fiscalização das políticas urbanas adotadas em sua cidade.
Essa participação também tem um lado bastante importante, pois não basta reivindicar, sendo preciso fiscalizar, obrigando-se assim a uma gestão transparente por parte dos gestores municipais.
- os principais resultados.
A participação da gestão da cidade acontece assim de três formas: Participação da comunidade no orçamento da cidade (orçamento participativo). Nesse mecanismo a população escolhe o que venha em seu beneficio. A transparência na gestão da cidade e o direito a informação pública. Para garantir o uso desses direitos o cidadão pode buscar o auxilio do poder judiciário através do Ministério Público ou dele próprio e associações pertinentes por meio da Ação civil Pública.
Em face de característica primordial da Ação pública como definidora de políticas urbanas, adicionam-se os direitos subjetivos do cidadão: direito a segurança, o direito ao rápido e eficiente acesso aos serviços públicos urbanos, direito a mobilidade urbana, encaixando-se aí o direito ao transporte publico eficiente, direito ao lazer, através de promoção de fixação de áreas de lazer nas grandes cidades, direito ao meio ambiente equilibrado.
Dentro desses modelos, dois sujeitos são essenciais para o surgimento de uma cidade melhor. O cidadão, através dos diversos mecanismos de participação democrática e o estado, particularmente as prefeituras municipais, através da implementação de políticas públicas urbanas.
Nesse intuito, o estatuto das cidades estabeleceu em seu art. 43, alguns desses mecanismos de participação popular:
“Art 43. Para garantir a gestão democrática da cidade, deverão ser utilizados, entre outros, os seguintes instrumentos:
I- órgãos colegiados de política urbana, nos níveis nacional, estadual e municipal;
II- debates, audiências e consultas públicas;
III- conferências sobre assuntos de interesse urbano, nos níveis nacional, estadual e municipal;
IV- iniciativa popular de projeto de lei e de planos, programas e projetos de desenvolvimentourbano;”
Afere-se a enorme preocupação do legislador em fazer com que a população participe das decisões sobre as políticas a serem implementadas pelos municípios. Em verdade, ninguém sabe melhor as suas necessidades do que o próprio morador e a população envolvida.
Entre os principais instrumentos de participação, as audiências e consultas públicas sejam os mais festejados e debatidos, pois ali será um dos momentos para o cidadão expor suas reivindicações.
Esse instrumento estancou uma tendência do poder público em impor suas ações de forma vertical, sem ouvir as populações interessadas, passando por uma falsa presunção de que as políticas urbanas estariam atendendo a real e efetiva demanda das populações envolvidas.
Por conseguinte, será forçoso reconhecer que, diante das normas disciplinadoras do estatuto, não há mais espaço para falar em processo impositivo (ou vertical) de urbanização, de caráter unilateral  e autoritário e, em consequência sem qualquer respeito às populações coletivas. (pág. 292, fiorillo, apud carvalho filho).
Hoje as autoridades governamentais, sobretudo as do Município, sujeitam-se ao dever jurídico de convocar as populações e, por isso, não mais lhes fica assegurada apenas a faculdade jurídica de implementar a participação popular no extenso e continuo processo de planejamento urbanístico. 
Os mecanismos de gestão democrática e participação popular, já é uma tendência já exalada na constituição Federal de 1988, pois diversas foram as passagens em que estabeleceu tal possibilidade. A cooperação de associações planejamento municipal, o plebiscito e o referendo, a iniciativa popular de projetos de lei, só para citar são alguns exemplos do intuito democrático.
No tocante os debates, audiências e consultas públicas, essas não constituem meras faculdades ou liberalidades, sendo, portanto obrigatórias à participação popular.
No mesmo escopo, outro instrumento, é a obrigação da constituição de orçamento participativo, acompanhado de debates, consultas e audiências públicas, conforme o art. 44 do Estatuto das cidades.
“Art. 44 - No âmbito municipal, a gestão orçamentária participativa de que trata a alínea f do inciso III do art. 4o desta Lei incluirá a realização de debates, audiências e consultas públicas sobre as propostas do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e do orçamento anual, como condição obrigatória para sua aprovação pela Câmara Municipal”.
O estatuto, não deixou à liberalidade da administração municipal a elaboração de sua lei orçamentária sem antes consultar a população diretamente envolvida. Essa obrigatoriedade faz com que a população interessada participe da elaboração do orçamento de sua cidade, expondo seus anseios, suas necessidades, definindo prioridades, para que depois sejam positivadas através do orçamento participativo.
Já relatei aqui dos mecanismos de ação que o estatuto trouxe para que a população participe do processo de gestão das cidades. Por outro lado não se deve esquecer que existem os instrumentos que podem fazer essas políticas. É as ações em defesas dos direitos difusos, coletivos e homogêneos, a cargo do ministério público, das associações pertinentes e do próprio cidadão, por meio dos meios processuais, ação civil pública, ação popular e similar.
Superada a fase dos instrumentos democráticos, passemos a analise dos dispositivos regulares a disposição do poder público para instrumentalizar a política urbana.
A Constituição Federal de 1988, ao relacionar as funções institucionais do Ministério Público, estabeleceu a possibilidade de promover a ação civil pública visando tutelar o patrimônio público e social, o meio ambiente e outros interesses difusos e coletivos.
Com o advento da lei 10.257/2001, no art. 53, o legislador inseriu no rol desses interesses a possibilidade de ajuizamento de ação civil pública para a defesa da ordem urbanística.
Dessa forma, o art. 1 da lei 7.347 de 1985, passou a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 1 – Regem-se pelas disposições desta lei, sem prejuízo da ação popular, as ações de responsabilidade por danos morais e patrimoniais causados:
I- ao meio ambiente;
II- ao consumidor;
III- a ordem urbanística;
IV- a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;
V- a qualquer outro interesse difuso e coletivo;
VI- por infração da ordem econômica e da economia popular.”
Assim, a ordem urbanística ganha status de direito transindividual, não protege um bem jurídico do individuo isoladamente considerado, tutela grupos, comunidades, populações de bairros, pessoas em um âmbito coletivo.
Este instrumento, a ação civil pública, é agora um importante mecanismo de promoção de proteção da ordem urbana. Pois a qualquer momento o Ministério Público pode usar dessa ação para proteger direitos transindividuais e coletivos.
Para reforçar ainda mais essa legislação, a Constituição Federal e a lei 7.347/85, admitiram outros órgãos e entidades para atuar na defesa desses direitos.
Carvalho Filho, diferencia os Direitos transindividuais e coletivos na defesa da ordem urbanística:
“Dentro da categoria dos interesses transindividuais, os relativos à ordem urbanística podem qualificar-se quer como difusos, quer como coletivos. Serão difusos quando tiverem maior generalidade e abrangência no que toca aos componentes do grupo; além disso, não haverá qualquer relação jurídica entre eles, sendo meramente circunstancial o agrupamento. É o caso, por exemplo, de ação para impedir construção que provoque gravame urbanístico para todo o bairro. Podem, no entanto, configurar-se como coletivos: nesse caso, os indivíduos serão determináveis em tese e entre eles próprios, ou relativamente a terceiros haverá uma relação jurídica base. É a hipótese de ação que vise à tutela de interesses urbanísticos de um condomínio, ameaçados por algum tipo de ofensa oriunda de ações do setor público ou privado.” 
Em verdade, de grande importância foi ao fato da ordem urbanística ter sido inserida na natureza de interesses transindividuais, podendo dessa forma ser protegida via Ação Civil Pública.
Para que esse precioso mecanismo seja aplicado, é necessário também, que as associações se organizem e possam via este poderoso instrumento ação civil pública proteger a ordem urbanística.
Com o estatuto das cidades, sem dúvida um dos mais importantes papeis da política urbana, ficará a cargo do poder público municipal. Em verdade, os diversos instrumentos jurídicos disponíveis no Estatuto, estão a disposição dos municípios para que esse ente federativo possa instrumentalizar as políticas urbanas e combater a exclusão social.
Ressalte-se que antes da referida lei, já era notada a ausência de uma legislação capaz de fornecer aos municípios os mecanismos para enfrentar problemas como a especulação imobiliária.
“A primeira tentativa de aprovar uma lei de desenvolvimento Urbano- LDU – surge no âmbito da comissão nacional de desenvolvimento Urbano – CNDU -, em 1977, cujo corpo técnico avaliava que as administrações locais não dispunham de um instrumental urbanístico para enfrentar a especulação imobiliária e a distribuição dos serviços públicos urbanos.(pág 57. Artigo: reforma urbana e estatuto da cidade.  Reforma urbana e gestão democrática: promessas e desafios do estatuto da cidade.” (Grazia de Grazia)
É certo que muitas cidades, motivadas por uma urbanização as avessas, possuem dentro de suas áreas centrais, terrenos baldios, lotes sem edificação, imóveis subutilizados esperando apenas que o poder do capital os valorize para que então possam ser vendidos por excelentes preços.
Quem perde com isso, é o cidadão, que vê em áreas totalmente urbanas, grandes extensões de terra, que dispões de toda infraestrutura urbana a disposição, como redes de água, de luz, de esgoto, de telefone, arruamento, serviços de coletas de lixo, em locais onde simplesmente não mora ninguém para usufruir desses serviços que o poder público direta ou indiretamente já investiu muito dinheiro para urbanizar essas áreas.Em contraponto, as populações de baixa renda, fixam-se em zonas periféricas, longes dos centros urbanos, onde há total ausência da infraestrutura estatal. Como então equalizar essas duas situações.
Com os instrumentos jurídicos trazidos pelo Estatuto das cidades essa situação ficará mais fácil de ser equalizada. Isso por que, por exemplo, ao terreno não edificado em determinadas áreas, lei municipal poderá prever a hipótese de cobrança de IPTU progressivo no tempo e de outras formas de controle, uso e ocupação do solo urbano.
Nessa dinâmica impõe regras válidas para que as mesmas possam nortear os rumos das ocupações dos centros urbanos:
“As normas e padrões urbanísticos contam hoje um conjunto de princípios básicos objetivos, aos quais devem responder tendo em vista a garantia da qualidade de vida da população. Trata-se da preservação do meio ambiente, da necessidade de adequar usos e densidades a infraestrutura  disponível, do controle de atividades geradoras de trafego, da adequação do uso do solo as disponibilidades do sistema de transporte e da preservação do patrimônio histórico e cultural.” (POLIS, Instrumentos urbanísticos contra exclusão social, pág. 60)
Essa nova legislação, dará suporte para que os municípios implementem políticas públicas que combatam a especulação imobiliária e priorizem a inserção dos menos favorecidos aos serviços urbanos básicos.
Dessa forma, depreende-se que as principais disposições do estatuto das cidades estão a disposição das administrações municipais para que promovam e apliquem a lei em sua municipalidade.
Diversos foram os instrumentos contidos na lei para isso. Foram instrumentos urbanísticos, fiscais, administrativos, legislativos, de participação,  que poderão ser usados para tanto.
Cabe ao município, executar as medidas administrativas, ou seja, aqueles atos concretos contidos na lei, passando do plano abstrato (dever-ser) para a efetivação no plano concreto, com vistas a obedecer a as disposições contidas em leis gerais e especificas a sua disposição.
3. COMPREENDENDO O ESTATUTO DA CIDADE: INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO E PARTICIPAÇÃO
a) Quais são os instrumentos, no âmbito da gestão municipal, que possibilitam a participação ativa dos munícipes na gestão democrática de Teresópolis? 
Pelo texto o Rafael tinha duas certezas: a primeira, de que decisões emergenciais deveriam ser tomadas e a segunda, de que o município, que agora, passara pela experiência de ser vítima de um fenômeno da natureza, não poderia continuar agindo da mesma maneira em relação aos recursos naturais: educação ambiental, prevenção à enchentes, reciclagem, economia de água, e a própria pela atitude da prefeitura em relação às suas compras. 
b) De que maneira cada um desses instrumentos - considerando as especificidades de cada um - possibilita que se atenda aos diferentes interesses que permeiam as manifestações dos moradores?
A participação da sociedade deve compreender, dentre outros, o direito de iniciativa popular, de audiência pública, orçamento participativo, tribuna popular, participação por meio de “ombudsman”, apresentação de propostas e emendas aos instrumentos de planejamento oriundas de entidades, associações ou sindicatos e demais instituições representativas locais; de consultas públicas por meio de plebiscito e referendo mediante a solicitação da comunidade.
c) Tendo em vista a ênfase que o Estatuto da Cidade concede à função do planejamento, identifique os principais instrumentos de planejamento municipais e explique como eles se alinham às diretrizes definidas no Estatuto da Cidade.
Conforme o texto o prefeito tomou decisões administrativas, sem a conclusão dos procedimentos para ampará-las, convocando pessoas, contratando máquinas de empresas privadas, sem avaliar nenhum critério, a não ser da urgência e por estarem disponíveis de imediato para salvar as pessoas.
4. AVALIANDO AS ALTERAÇÕES RECENTES NOS PROCESSOS LICITATÓRIOS
a) Para levar adiante o propósito de Rafael de mudar o comportamento do município em relação às suas compras, quais os instrumentos legais recentes disponíveis, e que podem contribuir este objetivo?
Dentre as competências atribuídas constitucionalmente ao Município (art. 30) podem-se citar algumas que são: a possibilidade de criar e instituir tributos de sua competência, o que denota a preocupação de supri-lo de meios para financiar os deveres a ele atribuídos, sem necessitar esperar repasses de outro ente; legislar sobre assuntos de interesse local, o que, em outros termos, pode ser definido como apenas um bairro ou região, não necessitando abranger todo espaço territorial; organizar e manter serviços locais e garantir adequado uso do solo urbano. Assim é que “a Constituição de 1988 buscou resgatar o princípio federalista e estruturou um sistema de repartição de competências que tenta refazer o equilíbrio das relações entre poder central e os poderes estaduais e municipais”
Como principais instrumentos de planejamento municipal têm-se:
Plano Plurianual de Investimentos;
Lei de Diretrizes Orçamentárias;
Lei de Orçamento Anual;
Plano Diretor;
Zoneamento ambiental;
Disciplina do parcelamento, uso e ocupação do solo;
Gestão Orçamentária Participativa;
Planos, programas e projetos setoriais;
Planos de desenvolvimento econômico e social.
b) Quais as principais providências a serem tomadas pelo órgão responsável para Rafael se adotadas as medidas propostas pelo guia?
Com o advento do Estatuto da Cidade (Lei 10.257 de 19 de julho de 2001) passou a ser responsabilidade do Município a gestão democrática da cidade como eixo estratégico da implementação da política urbana integrada, promovendo a reforma urbana nos municípios brasileiros. Dessa forma, deve ser desenvolvido um sistema de planejamento democrático que assegure a participação popular e integre os órgãos da política setorial, como os Conselhos, Secretarias e Coordenadorias com os órgãos regionalizados, como as subprefeituras, associações de bairros e regiões administrativas.
c) Quais as principais mudanças promovidas pelo seu município no que se refere aos critérios de sustentabilidade para a realização das compras públicas? 
Criar mecanismos de transparência e controle, conforme previsto na Lei n 12.527/2011, que dispõe sobre os procedimentos necessários para facilitar o acesso à informação. 
Instituir o Conselho Municipal de Transparência e Controle Social, que terá como competência central acompanhar a plena execução da legislação relacionada ao tema e elaborar o Plano Municipal de Transparência e Controle Social;
Popularizar o Portal Transparência, adequando sua linguagem e capacitando a sociedade civil para o acesso e a interpretação dos dados públicos;
Oferecer anualmente ao Ministério Público, ao TCE e ao Conselho de Transparência e Controle Social a declaração de bens de todos os ocupantes dos cargos de confiança;
Implantar a Gazeta Digital Interativa, possibilitando ao leitor utilizar ferramentas de filtros de pesquisa, alertas automáticos para palavras-chave específicas, newsletter, disponibilização das ementas no twitter, facebook, dentre outros;
Instituir a Casa dos Conselhos, onde se instalarão todos os conselhos de políticas em âmbito municipal, os quais contarão com toda a logística necessária para uma atuação qualificada e independente; 
Instituir o Conselho da Cidade;
Promover o Orçamento Participativo Municipal, com recursos específicos para o atendimento das demandas priorizadas pelas assembleias de bairros e encontros regionais;
Implantar as soluções disponibilizadas pelo Programa “Governo Eletrônico Brasileiro”, sobretudo aquelas relacionadas a: a) acessibilidade, b) estrutura de dados abertos, c) compras eletrônicas, d) convênios, e) gestão de domínios, f) inclusão digital, g) interoperabilidade e h) software livre;
Incorporar à gestão da cidade a utilização das Mídias Sociais (Facebook, Orkut, etc.) como instrumento de governo participativo.
Fortalecer e concentrar nas mãos do poder públicos os serviços e produtosrelacionados à Tecnologia da Informação;
Implantar o Observatório de Resultados, com equipe qualificada para elaborar e acompanhar indicadores;
Valorizar o Servidor Público Municipal de carreira, como protagonista do governo e da política de eficiência e resultados. 
Adotar, sempre que possível, o princípio da progressividade nos tributos municipais, fazendo com que os menos favorecidos não sejam compelidos sacrificarem a qualidade de vida de suas famílias para atenderem às exigências fiscais;
Revisar as renúncias fiscais concedidas levando em conta o efetivo retorno social que os beneficiados estão proporcionando ao município.
d) Identifique um edital publicado em seu município que se enquadre em um dos objetos especificados pelo Guia e avalie de que maneira os procedimentos adotados como critério de contratação ou seleção da empresa contratada se alinham ao novo marco legal.
EDITAL Nº 104/2011-00. 
CONCORRÊNCIA PÚBLICA PARA CONTRATAÇÃO DE EMPRESA(S) PARA EXECUÇÃO DE SERVIÇOS NECESSÁRIOS Á EXECUÇÃO DAS OBRAS DE MELHORAMENTOS PARA ADEQUAÇÃO DE CAPACIDADE E SEGURANÇA NAS RODOVIAS BR’s - 163/364/070 NO ESTADO DO MATO GROSSO. 
1 – O Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes, a seguir denominado DNIT, convida as empresas interessadas e enquadradas nas condições da licitação a apresentarem propostas lacradas para a execução dos serviços necessários a execução das Obras de Melhoramentos para Adequação de Capacidade e Segurança nas Rodovias BR’s –163/364/070, a saber: 
 
2 – As empresas interessadas poderão obter o Edital de “Concorrência Pública”, demais elementos e informações, bem como consultar os documentos da licitação junto à Coordenação Geral de Cadastro e Licitações – CGCL, SAN – Quadra 3 – Lote A – Edifício Núcleo dos Transportes – Mezanino Sul.
3 – A Documentação e propostas serão entregues às 09:30 horas do dia 10 de abril de 2011, no local situado no endereço indicado acima.
Com o cancelamento da licitação objeto do Edital 104/2011 do DNIT, foi firmado o termo de compromisso TC 711/2011-00 entre o DNIT e o Governo do Estado de Mato Grosso, com interveniência da Secopa, visando à execução das obras.
Então, as obras foram licitadas pela Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo FIFA 2014 (Secopa) em seu Edital 007/2011/Secopa, juntamente com outros 3 subtrechos, que compunham 4 lotes. Tendo em vista erros nos requisitos de habilitação do Lote II, a Secopa publicou adendo procedendo a sua correção. Contudo não previu a dilação do prazo de apresentação das propostas. O Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso (TCE-MT), tendo em vista a não dilação do prazo de apresentação das propostas concedeu medida cautelar determinando a suspensão da licitação. A Secopa procedeu então à revogação do Lote II do Edital 007/2011/Secopa. A licitação para os demais lotes deu prosseguimento, sendo objeto da fiscalização Fiscalis 267/2012.
Em nova tentativa de licitar as obras, a Secopa publicou o Edital 001/2012/Secopa, objeto de análise desta fiscalização.
As obras envolvem a construção do Viaduto Despraiado na rodovia BR 163/070/364 no perímetro urbano de Cuiabá (neste trecho conhecida como Av. Miguel Sutil) e serviços de restauração do pavimento.
A obra do viaduto é a de custo mais importante, compreendendo 73% do custo total das obras.
A contratação da empresa que irá executar as obras ainda encontra-se em curso, tendo havido as publicações obrigatórias do edital no período de 1 a 2/3/2012. O recebimento das propostas deu-se em 9/4/2012.
Verifica-se que, do Edital 104/2011/DNIT até o atual Edital 001/2012/Secopa, passando pelo Edital 007/2011/Secopa, o projeto do Viaduto Despraiado foi aprimorado e sofreu alterações de concepção que permitiram uma redução do valor das obras do Viaduto Despraiado de R$ 17.243.690,37 (no Edital 104/2011/DNIT, preços de julho/2010), para R$ 13.876.742,14 (no Edital 001/2012/Secopa). Destaca-se o aumento das linhas de apoio do viaduto (que passaram de 10 para 14), com consequente redução do comprimento das longarinas (de 34,5m para 23,9m) e modificação do sistema de ancoragem para protensão das longarinas. Essa última foi a principal causa da redução do custo do Viaduto (Quadros 1 e 2).
e) Identifique, dentre os procedimentos licitatórios, aqueles que mais são passíveis de providência, se adotados os parâmetros propostos pelo Guia. 
A fase interna do procedimento relativo a licitações públicas observará a seguinte sequencia de atos preparatórios:
solicitação expressa do setor requisitante interessado, com indicação de sua necessidade;
elaboração do projeto básico e, quando for o caso, o executivo;
aprovação da autoridade competente para início do processo licitatório, devidamente motivada e analisada sob a ótica da oportunidade, conveniência e relevância para o interesse público;
autuação do processo correspondente, que deverá ser protocolizado e numerado;
elaboração da especificação do objeto, de forma precisa, clara e sucinta, com base no projeto básico apresentado;
estimativa do valor da contratação, mediante comprovada pesquisa de mercado;
indicação dos recursos orçamentários para fazer face à despesa;
verificação da adequação orçamentária e financeira, em conformidade com a Lei de Responsabilidade Fiscal, quando for o caso;
elaboração de projeto básico, obrigatório em caso de obras e serviços;
definição da modalidade e do tipo de licitação a serem adotados.
Com o advento da Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF, outras exigências foram impostas ao gestor público para promover licitações públicas, em especial quando a despesa se referir à criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação governamental que acarrete aumento da despesa.
Nesse caso, são condições necessárias para a efetivação do procedimento licitatório a existência de:
estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva entrar em vigor a despesa e nos dois subsequentes;
declaração do ordenador de despesa de que o aumento tem adequação orçamentária e financeira com a lei orçamentária anual (LOA) e compatibilidade com o plano plurianual (PPA) e com a lei de diretrizes orçamentárias (LDO).
Toda licitação de obra ou serviço deve ser precedida da elaboração do projeto básico. A lei estabelece que o projeto básico deva estar anexado ao ato convocatório, dele sendo parte integrante, e deve ser elaborado segundo as exigências contidas na Lei nº 8.666, de 1993. 
O projeto básico também é obrigatório, no que couber, para contratações diretas por dispensa ou inexigibilidade de licitação.
A legislação determina que o projeto básico, relativamente a obras, deve conter os seguintes elementos:
desenvolvimento da solução escolhida;
soluções técnicas globais e localizadas;
identificação dos tipos de serviços a executar e de materiais e equipamentos a incorporar à obra;
informações que possibilitem o estudo e a dedução de métodos construtivos;
subsídios para montagem do plano de licitação e gestão da obra;
orçamento detalhado do custo global da obra, fundamentado em quantitativos de serviços e fornecimentos propriamente avaliados.
Um projeto básico bem elaborado para contratação de serviços de manutenção preventiva e corretiva, por exemplo, deve fornecer, dentre outras informações essenciais:
detalhamento do objeto;
periodicidade das visitas; se diária, semanal, quinzenal, mensal, etc.
horário das visitas de manutenção;
prazo para atendimento às chamadas;
equipe mínima/composição da equipe técnica, com registro na entidade profissional competente;
existência de plantonistas, quando for o caso;
relação do material / peças que deverão ficar a cargo do contratante;
relação do material de reposição que deverá estar coberto pelo futuro contrato;
material mínimo necessário para estoque no local dos serviços;
local de conserto dos equipamentos, quando não puder ser feito no próprio prédio;
exigência de oficina, quando for o caso. 
O projeto básico, além de ser peça imprescindível para execução de obra ou prestação de serviços, é o documentoque propicia à Administração conhecimento pleno do objeto que se quer licitar, de forma detalhada, clara e precisa. Deve permitir ao licitante as informações necessárias à boa elaboração de sua proposta, mediante regras estabelecidas pela Administração, a que estará sujeito.
Nas licitações para contratação de obras também é exigido projeto executivo. No ato convocatório deve ser informado se há projeto executivo disponível, na data da sua publicação, e o local onde possa ser examinado e adquirido.
Projeto executivo é o conjunto de elementos necessários e suficientes à realização do empreendimento a ser executado, com nível máximo de detalhamento possível de todas as suas etapas.
Para realização do procedimento licitatório não há obrigatoriedade da existência prévia de projeto executivo, uma vez que este poderá ser desenvolvido concomitantemente com a execução das obras e serviços, desde que autorizado pela Administração. No caso, a licitação deverá prever a elaboração do competente projeto executivo por parte da contratada ou por preço previamente fixado pela Administração.
Previamente à realização de pregão em qualquer uma das formas, presencial ou eletrônica, a exemplo de projeto básico, o setor requisitante deve elaborar termo de referência, com indicação precisa, suficiente e clara do objeto, sendo vedadas especificações que, por excessivas, irrelevantes ou desnecessárias, limitem ou frustrem a competição ou sua realização.
O Termo de Referência, devidamente autorizado pela autoridade competente, é o documento que deve conter todos os elementos capazes de propiciar, de forma clara, concisa e objetiva, em especial:
objeto; 
critério de aceitação do objeto;
avaliação do custo pela administração diante de orçamento detalhado;
definição dos métodos;
estratégia de suprimento;
valor estimado em planilhas de acordo com o preço de mercado;
cronograma físico-financeiro, se for o caso;
deveres do contratado e do contratante;
procedimentos de fiscalização e gerenciamento do contrato;
prazo de execução e de garantia, se for o caso; 
sanções por inadimplemento.
RECOMENDAÇÕES FINAIS
As cidades médias e grandes enfrentam hoje uma grande quantidade de problemas causados em maior parte por uma ocupação desplanejada e desacompanhado de um processo de crescimento econômico e estrutural.
Por causa desse processo, as cidades são pontos de problemas de todas as ordens e assim urge a necessidade de políticas publicas concretas para reverter ou pelo menos amenizar  esse quadro.
Para fazer isso, ficou mais fácil, pois com a publicação do estatuto das cidades, importantes foram os instrumentos a disposição principalmente do poder público municipal para aplicar essas medidas.
 Este artigo teve como objetivo expor e abordar o direito a cidade, ou seja, o direito que tem os habitantes das cidades tem a uma vida melhor, sem poluição, com serviços públicos adequados, locais de lazer, uma terra urbana sem especulação, onde os interesses das urbes se voltem para os interesses dos cidadãos.
Para consolidar esses direitos, o trabalho é árduo, mas com o estatuto das cidades o cidadão ganha um novo apoio, o direito a participação, a ser ouvido, a participar das decisões, e a ordem urbanística também, pois agora pode ser reivindicada pelo Ministério Público e por associações.
Por ultimo foi tratado do papel dos municípios como meio de operacionalizar essas políticas dando fazendo com que as cidades cumpram a denominada “função social da cidade”.
Para isso, buscou-se analisar como surgiu a legislação relativa às cidades, e em que estada está a positivação dessa legislação no Brasil. Depois procurou-se trabalhar os instrumentos democráticos disponíveis, e por último, quais os instrumentos jurídicos disponíveis para se defender a ordem urbanística e como as políticas publicas urbanas podem ser colocadas em pratica.
 
REFERÊNCIAS
Constituição Federal de 1988.
Lei 10. 257/2001.
Lei da ação civil pública.
Cf. GUERRA FILHO, Willis Santiago. Teoria processual da constituição. São Paulo: Celso Bastos: Instituto Brasileiro de Direito Constitucional, 2000. 
GRAZIA, Grazia de. Estatuto da Cidade: Uma Longa História com Vitórias e Derrotas. In: OSÓRIO, Letícia Marques (Org). Estatuto da Cidade e Reforma Urbana: Novas Perspectivas para as Cidades Brasileiras. Porto Alegre: Sergio A. Fabris, 2002. 
DANTAS, Ivo. Constituição & processo. Introdução ao direito processual constitucional. v.1. Curitiba:Juruá, 2003, p.120.
_____. O Estatuto da Cidade e a Gestão Democrática Municipal. Interesse Público, Porto Alegre, v. 21, p. 220-229, 2003.
ROLNIK, Raquel(org), CYMBALISTA, Renato(org). Instrumentos urbanísticos contra a exclusão. Polis, 1997.
SANTIN, Janaína Rigo; RIBEIRO, Homero Cruz . Direito de Superfície: instrumento para efetivar a função social da propriedade à luz do Estatuto da Cidade. Revista do Direito (Santa Cruz do Sul), Santa Cruz do Sul -RS, v. 21, p. 71-80, 2005.

Outros materiais

Perguntas Recentes