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URBICENTROS ARTIGO [I] MEMORIA URBANA TIMÓTHEO, FARIAS, COSTA, LIMA, ROCHA

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centralidades periféricas l periferias centrais 
 
 
 
A MEMÓRIA URBANA DO 
CENTRO HISTÓRICO DE JOÃO PESSOA: 
UMA METODOLOGIA DE INVENTÁRIO DIGITAL ACADÊMICO 
 COM PASSADO, PRESENTE E “FUTURO” 
 
Jussara Bióca de Medeiros Timotheo 
Curso de Arquitetura e Urbanismo 
Faculdade Internacional da Paraíba, FPB 
jbioca@gmail.com 
Gabriella Donato de Oliveira Lima 
Curso de Arquitetura e Urbanismo 
Faculdade Internacional da Paraíba, FPB 
gabriella_arquitetura@hotmail.com 
Gilmara Dannielle de Carvalho Rocha 
Curso de Engenharia Ambiental 
Faculdade Internacional da Paraíba, FPB 
rochagdc@gmail.com 
Marília Jeronimo Costa 
Curso de Arquitetura e Urbanismo 
Faculdade Internacional da Paraíba, FPB 
marilia.costa@fpb.edu.br 
Sarah Brandeburski Farias 
Curso de Arquitetura e Urbanismo 
Faculdade Internacional da Paraíba, FPB 
sarah_farias@hotmail.com 
 
 
 
 
 
 urbicentros V 08 a 11 de novembro de 2016 - joão pessoa - paraíba 
 
RESUMO: Os inventários surgiram como instrumento auxiliar para a preservação dos bens culturais. Entretanto, com a 
evolução tecnológica o potencial desta ferramenta pode ser ampliado a fim de acompanhar a complexidade do 
desenvolvimento no contexto urbano. Desta maneira, o artigo explora o debate sobre as possibilidades oferecidas pelas 
tecnologias digitais e pelos sistemas de informação como suporte para os métodos de levantamento, considerando que 
a disseminação de informações colabora para a preservação do patrimônio cultural, tomando como objeto de estudo, o 
patrimônio edificado tombado pelos órgãos de preservação federal e estadual, inserido no Centro Histórico de João 
Pessoa. O objetivo central desse artigo é apresentar uma metodologia para a criação do inventário digital acadêmico em 
formato de um site como atividade complementar. Essa metodologia será aplicada em algumas disciplinas iniciais que 
compõe a grade curricular do curso de Graduação de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Internacional da Paraíba – 
FPB, no sentido de possibilitar ao aluno o aperfeiçoamento da prática na utilização das ferramentas digitais e a 
consolidação do conhecimento sobre o tema. 
Palavras-chave: Centro Histórico de João Pessoa; Inventário; Patrimônio Edificado. 
RESUMÉ: Les stocks ont émergé comme un instrument auxiliaire pour la préservation des biens culturels. Cependant, 
avec les progrès technologiques le potentiel de cet outil peut être élargi pour faire face à la complexité du 
développement dans le contexte urbain. Ainsi, l'article explore le débat sur les possibilités offertes par les technologies 
numériques et les systèmes d'information comme support pour les méthodes de levage, étant donné que la diffusion de 
l'information contribue à la préservation du patrimoine culturel, en prenant comme objet d'étude, l'équité bâtiments 
dégringolé par des organes de l'état et fédéral conservation, inséré dans le centre historique de Joao Pessoa. L'objectif 
principal de cet article est de présenter une méthodologie pour la création d'inventaire numérique académique sous la 
forme d'un site Web comme une activité complémentaire. Cette méthodologie sera appliquée dans certaines disciplines 
initiales qui composent le programme du cours de premier cycle d'architecture et d'urbanisme de l'Ecole Paraíba 
International - FPB, pour permettre à l'étudiant d'améliorer la pratique dans l'utilisation des outils numériques et la 
consolidation des connaissances le thème. 
Mots-clés: João Pessoa de Centre Historique; Inventaire; Patrimoine Bâti. 
 
 
 
 
centralidades periféricas l periferias centrais 
 
1 INTRODUÇÃO 
Comparando a evolução no tratamento dos dados contidos em inventários, observa-se que os acervos 
contemporâneos digitalizados contemplam um avanço no processo de coletar e catalogar as mais diversas 
informações sobre os bens edificados, visto que o conjunto das ferramentas de precisão digital disponível é 
cada vez mais preciso e eficiente, e que o bom uso das tecnologias é favorável. 
O inventário descrito neste artigo não pretende esgotar as possibilidades de investigação dos objetos de 
estudo, nem seria possível, devido aos constantes aperfeiçoamentos que ocorrem no campo tecnológico, 
bem como transformações no patrimônio acometidas pela ação do tempo. Busca-se colaborar com o debate 
acerca das possibilidades de aplicação das tecnologias digitais e sistemas de informação como instrumentos 
técnicos, e como meio de aprendizado sobre os métodos de levantamento e registros com ênfase nas novas 
e eficazes formas de armazenamento de dados em meio digital, uma vez que a disseminação de 
informações colabora para a preservação do patrimônio cultural. 
As pesquisas estão concentradas no Centro Histórico de João Pessoa - CHJP, considerando o agrupamento 
de bens tombados (estadual e federal), bem como a proximidade da Faculdade Internacional da Paraíba - 
FPB, localizada na área de Preservação Rigorosa tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico 
do Estado da Paraíba – IPHAEP, o que viabiliza o deslocamento dos alunos a pé para as pesquisas. 
O artigo está dividido em 04 (quatro) partes: a primeira aborda os inventários como documentos de suporte à 
salvaguarda do patrimônio edificado, a segunda tem como foco os inventários e seus conteúdos, a terceira 
parte descreve o inventário como atividade acadêmica e suas etapas de construção para compor o inventário 
digital e a última etapa, explora a expectativa quanto à abrangência do inventário digital. 
2 OS INVENTÁRIOS E A SALVAGUARDA DO PATRIMÔNIO EDIFICADO 
Segundo Nilson Ghirardello e Beatriz Spisso (2008) a identidade cultural de uma população se faz, também, 
através da preservação do Patrimônio Histórico. Este patrimônio deve ser visto como um grande acervo, que 
é o registro de acontecimentos e fases da história de uma cidade e é representado pelo patrimônio edificado 
consideradas [...]“edificações isoladas ou conjunto de edificações, que poderão ter tipologias distintas e não 
necessariamente antigas, mas que possuam peculiaridades culturais”. 
 
 
 
 
 
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De acordo com Souza (1982), o conceito de patrimônio edificado “é definido como um bem cultural que é 
produzido por um determinado povo, nação ou civilização”. 
Isabelle Cury (2014) assinala que a Carta de Atenas (1933) já citava que os valores arquitetônicos devem ser 
salvaguardados, sejam edifícios isolados ou conjuntos urbanos. Os inventários surgem como um instrumento 
da preservação, uma documentação sobre o bem cultural para seu conhecimento e entendimento para 
desenvolver as ações de preservações. Já a Carta de Veneza (1964) demonstra a importância da formação 
de uma documentação e na publicação de trabalhos de restauração, conservação e arqueologia, não se 
apropriando do termo inventário. 
A Constituição Federal de 1988 assevera em seu artigo 216, Parágrafo 1º, que “O Poder Público, com a 
colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, 
registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de acautelamento e preservação”, 
isto é, no texto constitucional o inventário é reconhecido como uma atitude preservacionista, reconhecido 
como uma das formas de proteção do patrimônio cultural de um país, estado ou município. Com este 
instrumento é possível garantir o direito que cada comunidade tem de conhecer o seu passado e a formação 
de sua identidade cultural. 
Porém, enquanto o Tombamento e o Registro são contemplados com legislação nacional específica que os 
regulamenta1, isso ainda não aconteceu com o Inventário, que não possui regulamentação em âmbito federal 
que estabeleça normas referentes a seus efeitos. 
O papel do inventário na integração do patrimônio deve ser entendidoa partir de uma concepção do 
patrimônio como um conjunto de valores, como um elemento de um processo integrado na transformação do 
território. A importância do inventário como ferramenta de auxílio ao planejamento também é dada pelo 
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN: 
Os inventários têm como função, por um lado constituir-se em uma ação de preservação 
do patrimônio, na medida em que conservam em outros suportes as informações 
 
1 O Decreto-Lei nº 25/1937 instituiu o Tombamento, e através da Portaria do IPHAN nº 11, de 11 de setembro de 1986, período que 
ocorreu a consolidação das normas de procedimento para os processos de tombamento. O Decreto nº 3551, de 4 de agosto de 2000, 
instituiu o Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial, e a partir da Resolução do IPHAN nº 001, de 3 de agosto de 2006, foram 
determinando os procedimentos a serem observados na instauração e instrução do processo administrativo de Registro. 
 
 
 
 
 
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contidas nos bens culturais, permitindo o acesso e a produção de conhecimento sobre os 
mesmos, independentemente de seus suportes originais, por outro lado, especialmente 
no caso dos sítios urbanos, apoiar os trabalhos de planejamento e atualização das 
intervenções, contribuindo diretamente para o estabelecimento de critérios e parâmetros 
de preservação. (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, 2001). 
Desta maneira, o objetivo central deste artigo é apresentar a aplicação de uma metodologia de um inventário 
digital acadêmico para posterior montagem de um site, contemplando dados que possam ser continuamente 
atualizados, sobre o patrimônio edificado, constituído de bens tombados e inserido no sítio histórico da 
capital paraibana protegido por tombamento, fato que pode colaborar com a ação direcionada ao poder 
público no sentido de possibilitar à população o conhecimento, de forma facilitada com texto claro, fácil 
compreensão, e gratuito sobre o tema. 
3 OS INVENTÁRIOS E SEUS CONTEÚDOS 
Os inventários são instrumentos tradicionais também usados no Brasil de forma sistemática, desde a década 
de 1930, quando foi criado o Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - SPHAN. São considerados 
relevantes, pois possibilitaram o registro ordenado e pautado sobre diversos aspectos do nosso acervo 
cultural, seguidamente ameaçado pelo abandono e desconhecimento. 
No caso dos inventários do patrimônio edificado desenvolvidos pelos técnicos do órgão nacional de 
preservação, a pauta de investigações, conforme o Caderno Técnico nº 1 do Grupo Tarefa/ IPHAN/ 
DEPROT/ Programa Monumenta BID (2000), é direcionada as características do ponto de vista histórico, 
artístico e estático-estrutural. Do ponto de vista histórico buscam caracterizar políticas social e econômica à 
época, o local onde se encontra o imóvel, bem como os acontecimentos ocorridos no monumento ao longo 
de sua existência. A análise artística evidencia os princípios estéticos, a composição, proporções e qualidade 
dos elementos artísticos integrados ao edifício. Sobre a questão estático-estrutural a abordagem recai sobre 
a solução e o resultado do projeto edificado e incluem materiais, técnicas, detalhes construtivos e 
composição das argamassas. 
O Manual de Elaboração de Projetos de Preservação do Patrimônio Cultural (2005), no que tange ao 
patrimônio edificado e as informações necessárias para projeto de intervenção, assinala que a etapa de 
estudo preliminar deve contemplar duas fases: pesquisa de Identificação/Conhecimento do Bem e a pesquisa 
do Diagnóstico, antes de apresentar a proposta. A primeira fase da pesquisa inclui um Levantamento 
 
 
 
 
 
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Histórico a partir de fontes bibliográficas, banco de dados informatizados e fontes orais. Além de um 
Levantamento Físico que contém os dados obtidos por meio de vistorias e levantamentos, representados 
gráfica e fotograficamente, onde os produtos gerados são: Levantamento Cadastral (planta de situação/ 
locação, plantas baixas, fachadas, cortes e planta de coberta); Topografia do Terreno; Documentação 
Fotográfica (fotos externas e internas); Elementos Artísticos Integrados; Análise Tipológica, Identificação de 
Materiais e Sistema Construtivo; Prospecções (Arquitetônica, Arqueológicas, Estruturais e do Sistema 
Construtivo). 
A segunda fase é o Diagnóstico, nela acontece a consolidação dos estudos e pesquisas anteriormente 
realizados, na medida em que complementa o conhecimento do objeto, analisando de forma pormenorizada 
determinados problemas de utilização do Bem. Nesta fase as atividades contidas são: o Mapeamento de 
Danos; Análises do Estado de Conservação (Avaliação do Estado de Conservação dos Materiais e do 
Sistema Estrutural, Identificação dos Agentes Degradadores e Caracterização dos Danos de Fundação e 
Danos Estruturais); Estudos Geotécnicos; Ensaios e Testes (Relatório, Peças Gráficas, Fichas e 
Documentação Fotográfica). 
4 UM INVENTÁRIO DIGITAL COMO ATIVIDADE ACADÊMICA 
No inventário, propõe-se que a atuação dos alunos do curso de Graduação em Arquitetura e Urbanismo da 
FPB2, seja um meio de estimular o aprendizado dos discentes através da participação supervisionada por 
professores orientadores desde a coleta e análise de dados, de acordo com as competências adquiridas nos 
componentes curriculares em consonância com as temáticas do inventário. Assim, cada grupo de alunos 
desenvolverá3 gradualmente diferentes partes das atividades interdisciplinares constituintes do inventário, 
conforme os conteúdos abordados nas disciplinas sobre os bens tombados definidos na área de estudo. 
Desta maneira, a criação e montagem do site, bem como a metodologia da pesquisa, sua elaboração e o 
formato da inserção contínua dos dados no inventário possibilitaria ao alunado o desenvolvimento de 
diferentes conhecimentos/habilidades aprofundados e abrangentes sobre as questões patrimoniais. O banco 
de dados será continuamente atualizado como parte das avaliações das disciplinas envolvidas. 
 
2 Faculdade Internacional da Paraíba - FPB 
3 Atividades a serem implantadas no semestre letivo 2017.1 conforme planejamento das disciplinas relacionadas, como Atividades 
Complementares determinado pelos docentes das disciplinas envolvidas. 
 
 
 
 
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O ponto de partida do inventário em questão toma por base dados pretéritos do levantamento efetuado por 
Rocha (2013) do patrimônio edificado constituído de um cadastro tridimensional da Casa da Pólvora, uma 
das primeiras edificações tombadas pelo IPHAN no CHJP4. Foram utilizados os métodos técnicos ópticos de 
medição geodésica, por meio da metodologia realizada para o levantamento geodésico e topográfico até a 
modelagem para geração do cadastro em terceira dimensão (3D). (Figura 1). As informações contidas neste 
levantamento piloto da Casa da Pólvora estão inseridas como parte do inventário no tópico correspondente 
ao levantamento físico, pois contêm dados significativos do terreno, projeção da edificação, além de todos os 
dados do terreno (perfis, curvas de nível, ângulos, locação de arrimos, muros com as dimensões e 
especificações) e da construção (volumetria detalhada, plantas e fachadas com dimensões e especificações). 
Estes dados serão complementados com informações atualizadas do diagnóstico dos danos existentes e 
posteriormente inseridas no inventário que representa o sistema desenvolvido para armazenar e possibilitar 
que todas essas informações combinadas possam ser pesquisadas e visualizadas. 
Figura 1 - Ilustração da medição geodésica dos pontos de detalhes da Casa da Pólvora.Fonte: ROCHA, Gilmara Dannielle de Carvalho. 2013. 
As atividades desenvolvidas no inventário estão diretamente relacionadas à estrutura curricular do Curso de 
Graduação em Arquitetura e Urbanismo, pois contém eixos temáticos que representam as habilidades e 
competências que precisam ser adquiridas, desenvolvidas e estimuladas no decorrer do curso para formar 
um profissional. Esses eixos compreendem: Percepção e Representação; Tecnologia; Teoria e História e 
Interáreas e estão vinculadas aos componentes curriculares que compreendem os conteúdos programáticos 
que viabilizam a execução das atividades relacionadas ao Campo de Atuação do futuro profissional nas 
áreas de Patrimônio Histórico Arquitetônico, Urbanístico, Paisagístico, Monumentos, Restauro, além de 
Práticas de Projeto e Soluções Tecnológicas para Intervenções em edificações, conjuntos e cidades. 
 
4 Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN e Centro Histórico de João Pessoa – CHJP. 
 
 
 
 
 
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Na primeira fase da pesquisa, esses bens estarão diretamente relacionados à poligonal de Tombamento 
Federal do Centro Histórico de João Pessoa - CHJP, que contempla os bens tombados individualmente tanto 
pelo IPHAN como pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba – IPHAEP (Figura 2 
e tabela 1). Em um segundo momento, a área de abrangência do estudo pode ser estendida à poligonal de 
entorno do IPHAN, e posteriormente ampliada para a Poligonal Estadual de Tombamento. 
Portanto, esse processo de inventário acadêmico constituído pelos alunos - do agrupamento de informações 
sobre a edificação, passando pela história do imóvel, tipologia de arquitetura, estilo arquitetônico, sistemas 
construtivos, materiais, levantamento arquitetônico, até a digitalização do projeto arquitetônico, modelagem 
3D e diagnóstico do estado de conservação - seria elaborado dentro das disciplinas dos seis primeiros 
períodos do curso. (Tabela 2). 
Figura 2 – De laranja – Área de Preservação Rigorosa da Poligonal de Tombamento Federal do CHJP, onde estão inseridos os bens 
tombados pelo IPHAN e IPHAEP. 
 
Fonte – Acervo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN. 2005. 
 
 
 
 
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Tabela 1: Lista de Bens inseridos na poligonal de Tombamento Federal – Área de Preservação Rigorosa 
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 IDENTIFICAÇÃO TIPO DE REGISTRO 
Casa da Pólvora e Armamentos Proc. de Tombamento 0155 - T – 38 / Data: 21/05/1938 
Casa do Erário ou Antigos Correios Proc. de Tombamento 0828 - T – 70 / Data: 26/04/1971 
Igreja de São Francisco e Convento de Santo Antonio Proc. de Tombamento 0063 - T – 38 / Data: 16/10/1952 
Igreja da Ordem Terceira de São Francisco Proc. de Tombamento 0042 - T – 38 / Data: 05/05/1938 
Ig. de Santa Teresa de Jesus da Ordem 3ª do Carmo Proc. de Tombamento 0043 - T – 38 / Data: 22/07/1938 
Igreja e Mosteiro de São Bento Proc. de Tombamento 0063 - T – 38 / Data: 10/01/1957 
Sobrado da Rua Peregrino De Carvalho Proc. de Tombamento 0061 - T – 38 / Data: 21/06/1938 
Fabrica de Vinhos Tito Silva Proc. de Tombamento 1054 - T – 82 / Data: 02/08/1984 
Igreja Da Misericórdia Proc. de Tombamento 0103 - T – 38 / Data: 24/04/1938 
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P
 
Biblioteca Publica do Estado Decr. de Tombamento nº 8.626 / Diário Oficial 05/09/1980 
Imóvel na Rua da Areia nº 265 Decr. de Tombamento nº 8.628 / Diário Oficial 05/09/1980 
Imóvel na Rua da Areia nº 366 Decr. de Tombamento nº 8.649 / Diário Oficial 05/09/1980 
Antigo Colégio dos Jesuítas ou Faculdade de Direito Decr. de Tombamento nº 8.629 / Diário Oficial 05/09/1980 
Grande Loja Maçônica Branca Dias Decr. de Tombamento nº 8.631 / Diário Oficial 05/09/1980 
Sobrado Comendador Santos Coelho Decr. de Tombamento nº 8.632 / Diário Oficial 05/09/1980 
Associação Comercial do Estado da Paraíba Decr. de Tombamento nº 8.661 / Diário Oficial 05/09/1980 
Coreto da Praça Venâncio Neiva Decr. de Tombamento nº 8.636 / Diário Oficial 05/09/1980 
Palácio da Redenção Decr. de Tombamento nº 8.638 / Diário Oficial 05/09/1980 
Antigo Hotel Globo Decr. de Tombamento nº 8.639 / Diário Oficial 05/09/1980 
Imóveis: nº 02, 10, 16, 36, 48 e 75, situados no Largo de São Frei 
Pedro Gonçalves 
Decr. de Tombamento nº 8.639 / Diário Oficial 05/09/1980 
Palácio Episcopal, antigo Convento do Carmo Decr. de Tombamento nº 8.642 / Diário Oficial 05/09/1980 
Academia Paraibana de Letras Decr. de Tombamento nº 8.643 / Diário Oficial 05/09/1980 
Sobrado Conselheiro Henriques Decr. de Tombamento nº 8.645/ Diário Oficial 05/09/1980 
Tribunal de Justiça Decr. de Tombamento nº 8.637/ Diário Oficial 05/09/1980 
Basílica de Nossa Senhora das Neves Decr. de Tombamento nº 20.132/ Diário Oficial 03/12/1998 
Igreja de Nossa Senhora do Carmo Decr. de Tombamento nº 20.134/ Diário Oficial 03/12/1998 
Igreja de São Frei Pedro Gonçalves Decr. de Tombamento nº 20.135/ Diário Oficial 03/12/1998 
Academia de Comércio Epitácio Pessoa Decr. de Tombamento nº 20.138 / Diário Oficial 03/12/1998 
 
Fonte: Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN. Disponível em 
http://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/2016-09-16_Lista%20Bens%20Tombados.pdf. Acessado em 22 set. 2016. 
Acervo do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba – IPHAEP. 
 
 
 
 
 
 
 
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Tabela 2: Disciplinas do curso de Arquitetura e Urbanismo relacionadas com as atividades para construção do inventário 
PL CCR ET ATIVIDADES RELACIONADAS 
2 
Tecnologia na Formação 
Profissional 
IT 
 
Criação, Formatação, inserção e manutenção periódica dos dados 
2 
Metodologia Científica TH Pesquisa sobre a situação cadastral do imóvel – PMJP / documental sobre os proprietários do 
imóvel (cartórios) 
6 
Patrimônio e Restauro IT 
 
Pesquisa documental sobre a proteção existente sobre o imóvel (processos de tombamento e 
Decretos) 
6 
Patrimônio e Restauro IT 
 
Pesquisa documental sobre as medidas de proteção/manutenção e conservação ocorridas 
sobre o imóvel (projetos) 
5 Hist. da Arq. e do Urb. no Brasil I TH Pesquisa bibliográfica sobre as descrições do imóvel (pesquisadores e historiadores) 
2 
Metodologia Científica TH Pesquisa histórica sobre o imóvel, e de registros gráficos publicados (fotos antigas, e fatos 
publicados) 
1, 2 e 
3 
Des. de Observação, Perspectivo, 
Digital e Topografia 
PR 
 
Levantamento gráfico 2D e 3D (in loco) e Execução dos registros gráficos 2D e 3D levantados 
usando ferramentas computacionais (programas) 
2 Metodologia Científica TH Pesquisa sobre Levantamento fotográfico (registro aéreo) 
4 e 5 
Tecnologia 1, 2 e 3, Hist. da Arq. e 
do Urb. no Brasil I, Paisagismo I 
TC 
TH 
Identificação dos materiais presentes (sistema estrutural, tipo de alvenaria e vedações) na 
coberta e fachada; identificação dos estilos arquitetônicos e paisagísticos. 
4, 5 e 
6 
Tecnologia 1, 2 e 3 
Patrimônio e Restauro 
TC 
IT 
Identificação das patologias presentes na coberta e fachada 
5 
Hist. da Arq. e do Urb. no Brasil I PR 
 
Levantamento fotográfico (fachadas e elementos) 
4, 5 e 
6 
Tecnologia 1, 2 e 3, Patrimônio e 
Restauro 
TC 
IT 
Identificação das patologias presentes na fachada 
Fonte: Elaborado pelas autoras, com base no Projeto Pedagógico do Curso de Graduação em Arquitetura e Urbanismo – FPB. 2016. 
Legenda 
PL = Período Letivo CCR= Componentes Curriculares ET= Eixos Tecnológicos TC = Tecnologia IT = Interáreas PR = Percepção e 
RepresentaçãoTH = Teoria e História 
Portanto, o destaque desta proposta é reforçar ao alunado das diferentes disciplinas supracitadas a inter-
relação do conhecimento adquirido, na medida em que as atividades serão direcionadas para um objetivo 
comum, bem como propiciar o aprofundamento do conhecimento na área, com intuito de valorizar patrimônio. 
4.1 ETAPAS DE CONSTRUÇÃO DA PESQUISA DO INVETÁRIO DIGITAL 
As etapas de construção da pesquisa de elaboração do inventário das edificações de valor patrimonial se 
estruturariam na pesquisa arquitetônica e consequentemente registro documental, com a transposição destes 
registros para o meio digital, sob a forma de um site. A primeira fase acontecerá com a definição de uma 
listagem dos bens tombados e a pesquisa de reconstituição da história desse estoque construído de valor 
 
 
 
 
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significativo, estabelecendo critérios e procedimentos que permitam produzir um conjunto de informações 
confiáveis, por meio de uma coleta de dados que levem em conta o período de construção do objeto de 
análise, e os usos e intervenções sofridas ao longo do tempo até chegar às informações da edificação em 
seu estado atual, contemplando situações de reformas, acréscimos e restauros. 
Nesta fase, serão realizada visitas aos órgãos envolvidos no estudo e preservação do centro histórico - 
IPHAN, IPHAEP, Instituto Histórico e Geográfico Paraibano - IHGP, Oficina Escola do Estado da Paraíba, 
acervos de bibliotecas públicas e particulares, Prefeitura Municipal de João Pessoa - PMJP, dentre outros – 
para obtenção de informações que permitam definir a estrutura da pesquisa, contendo: dados cadastrais com 
identificação dos imóveis; resumos históricos–descritivos com informações históricas gerais, características 
físicas e particularidades arquitetônicas; material fotográfico com imagens atuais e antigas; material 
iconográfico; arquivos de desenhos técnicos; bibliografias dedicadas ao bem em estudo; visitas de campo e, 
quando possível, entrevistas com pessoas que tenham vivenciado a época em que a edificação foi 
construída; como subsídios que permitam delinear a evolução física do bem e proporcionando, de forma 
imediata, estabelecer comparativos entre os registros antigos e atuais. Todas estas informações serão 
compiladas e inseridas em um espaço virtual (site) para consulta de qualquer parte interessada. 
A segunda fase consiste na identificação da tipologia da arquitetura classificada de acordo com sua função e 
estrutura, independentemente de estar associada a esta ou àquela corrente arquitetônica, e que permitam 
subsídio para análise da correlação entre função, implantação e distribuição dos espaços internos, 
objetivando detectar as propriedades arquitetônicas que porventura tenham sido alteradas por reformas, e 
fazer uma leitura espacial da evolução do edifício através da comparação com tipologias semelhantes, por 
meio de representação gráfica de plantas ou croquis, que proporcionem um diagnóstico da distribuição dos 
ambientes internos, hábitos de costumes inerentes a um determinado período histórico, material iconográfico 
e desenhos de fachadas para o estudo de elementos característicos de determinado período e estilo 
arquitetônico. Concluída a segunda fase, a próxima seria composta por um estudo dos estilos arquitetônicos, 
que permitirão uma análise dos atributos formais e estilísticos, a detecção de características da edificação já 
perdidas e a reconstrução da espacialização e imagem das fachadas e ambientes internos, a partir da 
identificação de seu estilo utilizando como método de análise, interpretações embasadas em textos de 
pesquisadores e historiadores. Esta fase e a posterior contam ainda com um levantamento fotográfico 
destinado a fornecer imagens necessárias para a execução de posteriores trabalhos e auxílio na construção 
do modelo 3D das fachadas. 
 
 
 
 
 
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Assim, parte-se para uma identificação dos sistemas construtivos e seus subsistemas (fundações, estruturas, 
cobertura, instalações, vedações, esquadrias, revestimentos e pisos e pavimentações), bem como dos 
materiais, que permitem o conhecimento da técnica utilizada na época da construção da edificação, seus 
elementos estruturais e arquitetônicos, e os materiais e métodos de utilização dos mesmos, objetivando o 
conhecimento da estrutura física da edificação e a elaboração de diagnósticos que apontem para os 
possíveis problemas que possam envolver a conservação da estrutura e, por conseguinte, do bem 
arquitetônico em questão. 
Prossegue-se então com o levantamento arquitetônico, baseado primeiramente no reconhecimento das 
áreas de estudo com a confecção de croquis com desenhos esquemáticos das plantas dos edifícios para 
orientar a tomada de anotações. Neste momento é necessário o máximo de cuidado ao desenhar, pois os 
registros devem ser reproduzidos de forma clara e objetiva. Posteriormente será realizado o levantamento 
métrico dos imóveis de posse de instrumentos de medição como trenas manuais, eletrônicas, medidores de 
níveis e pranchetas, referenciando todas as informações. Estes processos devem observar alguns detalhes 
como a falta de alinhamento que prevalece nas edificações, detalhes decorativos e possíveis reformas. A 
partir das fotografias realizadas e levantamentos arquitetônicos, essas informações seriam reunidas e 
digitalizadas para softwares de formatos vetoriais, a exemplo da ferramenta AutoCAD5, com a inserção das 
descrições dos materiais e técnicas construtivas levantadas, e execução dos modelos tridimensionais das 
fachadas dos imóveis em questão com reprodução das características que correspondem às faces atuais a 
exemplo de texturas, tendo como proposta a criação de um modelo tridimensional de fachadas. (Figura 3). 
Figura 3 - Geração da modelagem tridimensional da Casa da Pólvora no Software AutoCAD. 
 
Fonte: ROCHA, Gilmara Dannielle de Carvalho. 2013. 
 
5 Software desenvolvido para representação gráfica de desenhos técnicos com alta precisão. 
 
 
 
 
centralidades periféricas l periferias centrais 
 
5. EXPECTATIVAS QUANTO ABRANGÊNCIA DO INVENTÁRIO 
Todo trabalho de ensino e pesquisa compreende etapas que são alcançadas e novas que se descortinam. A 
busca neste desafio de um inventário como atividade acadêmica, desde o início, antes mesmo do acesso aos 
primeiros resultados, aponta para dois níveis de expectativas: a primeira de forma direta e próxima, e a 
segunda de ampla abrangência. 
As expectativas iniciais sobre essa atividade proposta estão vinculadas diretamente com os corpos discente 
e docente. No que se refere aos estudantes, a pesquisa está voltada a ampliação da oportunidade de 
aprendizado em diferentes áreas e disciplinas, bem como aperfeiçoamento da prática na utilização das 
ferramentas digitais disponíveis. Considerando que todas as atividades serão desenvolvidas por grupos de 
trabalho, serão também estimuladas as relações de liderança e responsabilidade além das diversas técnicas 
de pesquisa sobre os imóveis, frequentemente solicitadas na vida profissional. Quanto ao corpo docente, 
espera-se que a experiência se estenda a interdisciplinaridade das atividades, desperte e sensibilize o 
profissional de arquitetura e urbanismo em formação quanto à importância da preservação do patrimônio 
histórico por meio do conhecimento, comunicação e valorização dos bens culturais. 
As próximas expectativas tendem a transcender os limites acadêmicos de uma formação específica e 
poderão fundir-se com outras áreas dentro da própria faculdade, tais como: Gestão de Tecnologia da 
Informação, Ciência da Computação, Engenharia Civil e Ambiental. Fora dos domínios acadêmicos, quando 
o inventário contiver os dados disponibilizadossobre os imóveis tombados, e frequentemente atualizados, 
será possível coletar informações com vistas ao fortalecimento das ações para salvaguarda dos edifícios, 
valorização da memória e identidade do patrimônio da cidade de João Pessoa. 
REFERÊNCIAS 
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: 
Centro Gráfico, 1988. 
BRASIL. Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN. Estudo do Tombamento Nacional 
do Centro Histórico de João Pessoa – PB. João Pessoa, 2005. 
BRASIL. Ministério da Cultura. Programa Monumenta. Manual de elaboração de projetos de preservação 
do patrimônio cultural. Vol. 1. 2005. 
 
 
 
 
 
 urbicentros V 08 a 11 de novembro de 2016 - joão pessoa - paraíba 
 
BRASIL. Ministério da Cultura. Caderno Técnico nº 1. Do Grupo Tarefa/ IPHAN/ DEPROT/ Programa 
Monumenta BID. 2000. 
BRASIL. Decreto-Lei nº 25, de 30 de novembro de 1937. Organiza a Proteção do Patrimônio Histórico e 
Artístico e Nacional. 
BRASIL. Decreto-Lei nº 3551, de 4 de agosto de 2000. Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial. 
BRASIL. Resolução do IPHAN nº 001, de 3 de agosto de 2006. 
Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado de São Paulo- Crea-SP. Patrimônio 
histórico: como e por que preservar. Coordenação Nilson Ghirardello e Beatriz Spisso. Bauru, SP: Canal 6, 
2008. Disponível em: <http://www.creasp.org.br/arquivos/publicacoes/patrimonio_historico.pdf>. Acesso em, 
17 set. 2016. 
CURY, Isabelle. Cartas Patrimoniais. 3ª Ed. Rio de Janeiro. IPHAN, 2014. 
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Inventário Nacional de Bens Imóveis / Sítios 
Urbanos Tombados – INBI/SU 2001: Manual de Preenchimento. Departamento de Identificação e 
Documentação, IPHAN, Brasília: 2001. 
ROCHA, Gilmara Dannielle de Carvalho. Cadastro 3d da Casa da Pólvora como Instrumento de Gestão de 
Patrimônios Históricos. 2013. Dissertação (Mestrado em Engenharia Ambiental) - Instituto Federal de 
Educação Ciência e Tecnologia da Paraíba, João Pessoa. 
SOUZA, S. B. A. et al. Planejamento municipal e preservação do patrimônio cultural: conceitos básicos. 
Brasília, [s.n.], 1982.

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