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2008 Complicações anestésicas em eqüinos – revisão de literatura

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Almeida, M.R. e Almeida, R.M. Complicações anestésicas em eqüinos – revisão de 
literatura. PUBVET, V.2, N.27, Art#273, Jul2, 2008. 
 
PUBVET, Publicações em Medicina Veterinária e Zootecnia. 
Disponível em: <http://www.pubvet.com.br/texto.php?id=434>. 
 
Complicações anestésicas em eqüinos – revisão de literatura 
 
Maria Raquel de Almeida1 e Ricardo Miyasaka de Almeida2 
 
1Médica Veterinária Residente da área de Clínica Cirúrgica e Anestesiologia de 
Grandes Animais, Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Jaboticabal, 
SP 
 
2Especialista em Anestesiologia pelo CBCAV, Mestre em Cirurgia Veterinária, 
Professor de Anestesiologia Veterinária da União Pioneira de Integração Social, 
Brasília, DF 
 
RESUMO 
O índice de mortalidade em eqüinos é elevado se comparado a outras espécies 
e os principais fatores de risco incluem o tipo de cirurgia, tempo cirúrgico, 
protocolo anestésico utilizado e o tipo de decúbito. Tais fatores vão estar em 
evidência em algum momento do procedimento anestésico, contribuindo para 
o surgimento de complicações. Na fase de indução, as complicações em 
potencial são: traumatismos e injúrias ao animal, sedação inadequada, 
hipoventilação e apnéia transitória, complicações na intubação e regurgitação e 
aspiração de conteúdo gástrico. Na fase de manutenção, as principais 
complicações são hipotensão, bradicardia, hipoventilação, apnéia, arritmias e 
hipoxemia. Durante a fase de recuperação, podem ser vistos traumatismos, 
Almeida, M.R. e Almeida, R.M. Complicações anestésicas em eqüinos – revisão de 
literatura. PUBVET, V.2, N.27, Art#273, Jul2, 2008. 
recuperação de má qualidade, miosite pós-anestésica, paralisia nervosa, 
edema de vias aéreas, hipotermia, cólica e cegueira temporária. 
Palavras-chave: eqüinos, complicações, anestesia geral 
 
Anesthetic complications in horses – review article 
 
ABSTRACT 
The mortality rate in horses is very high, when compared to other species, and 
the highest risks include: the operation type, the duration of surgery, the 
anesthetic protocol chosen and recumbence. Such factors will be in evidence in 
any moment of the anesthetic procedure, predisposing to complications. In 
induction, the potential complications are: injury to the horse, inadequate 
sedation, hypoventilation, apnea, complicated intubation, regurgitation of 
gastric fluids. In maintenance, the complications are hypotension, bradycardia, 
hypoventilation, apnea, arrhythmias and hypoxemia. During the recovery time, 
the most common complications are: post anesthetic myositis, violent and 
traumatism recovery, nerve paralysis, airways oedema, hypothermia, 
postoperative ileus and temporary blindness. 
Keywords: horses, complications, general anesthesia. 
 
INTRODUÇÃO 
A Anestesiologia Veterinária tem passado por avanços significativos nas 
últimas décadas. O aprimoramento no estudo da fisiologia, a descoberta de 
novos fármacos e de propriedades farmacológicas novas de medicamentos já 
conhecidos atualmente podem proporcionar ao anestesiologista a escolha de 
protocolos que se aproximem do ideal para seus pacientes. 
A anestesia de eqüinos é desafiadora por várias razões, como o tamanho 
dos animais, a grande massa muscular, o temperamento e a sensibilidade a 
determinados procedimentos anestésicos, as quais são particularidades da 
espécie que exigem atenção adicional por parte do profissional. Todas as fases 
da anestesia (indução, manutenção e recuperação) são de suma importância e 
Almeida, M.R. e Almeida, R.M. Complicações anestésicas em eqüinos – revisão de 
literatura. PUBVET, V.2, N.27, Art#273, Jul2, 2008. 
estão intimamente interligadas, ou seja, uma recuperação sem complicações 
vai depender em boa parte de uma indução tranqüila e de uma manutenção 
realizada adequadamente, prevendo-se e prevenindo-se de eventuais 
problemas. 
Apesar dos avanços tecnológicos, especialmente no que diz respeito a 
equipamentos que permitam maior controle sobre o animal, desde a 
monitoração dos parâmetros fisiológicos até a contenção física, os índices de 
mortalidade ligados à anestesia e à cirurgia em eqüinos são comparativamente 
elevados em relação a tais índices em pequenos animais e humanos. Young e 
Taylor (1993) relataram índices de 0,6%; Johnston et al. (2002) descreveram 
0,8% de mortalidade em casos de cirurgias não-abdominais. Mee et al. (1998) 
observaram uma taxa de mortalidade, em procedimentos eletivos, de 0,63% 
relacionada à cirurgia ou à anestesia e somente de 0,08% das mortes foram 
estritamente ligadas à anestesia. A distinção entre os tipos de cirurgias 
(eletivas ou não, abdominais ou não), assim como a clínica utilizada para o 
estudo pode alterar substancialmente esses números. 
Os fatores de risco associados às altas taxas de mortalidade incluem 
variáveis ligadas aos animais e aos procedimentos e protocolos anestésicos 
utilizados, e desse modo, as complicações perianestésicas são de alguma 
forma resultados de tais fatores de risco. As principais complicações das fases 
pré, trans e pós-anestésicas serão abordadas nessa revisão, dando ênfase, 
sempre que necessário, ao mecanismo fisiopatológico envolvido e seu 
tratamento. 
 
COMPLICAÇÕES PRÉ-ANESTÉSICAS 
A fase de indução compreende o período que vai desde a administração 
da medicação pré-anestésica até o decúbito do animal ou até o 
estabelecimento de anestesia geral, seja inalatória ou intravenosa. O protocolo 
anestésico e as técnicas escolhidas devem produzir uma transição rápida e 
segura da posição quadrupedal até o decúbito e devem oferecer, para o 
Almeida, M.R. e Almeida, R.M. Complicações anestésicas em eqüinos – revisão de 
literatura. PUBVET, V.2, N.27, Art#273, Jul2, 2008. 
anestesista, as condições de controle sobre o cavalo e sobre os efeitos dos 
fármacos (Muir, 1991a). 
Os principais eventos indesejáveis que podem ocorrer durante a fase de 
indução da anestesia são: 
 
1. Administração perivascular de agentes anestésicos 
Alguns fármacos anestésicos possuem pH diferente ao do espaço 
extravascular e sua administração acidental fora do espaço vascular pode 
levar, além de anestesia inadequada, a um processo inflamatório. Dependendo 
do volume de anestésico injetado e também da diferença de pH entre o 
anestésico e o tecido, pode ocorrer também necrose tecidual extensa (Hubbell, 
1991) (figura 1). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os anestésicos de maior uso na prática clínica e que têm maior potencial 
de produzir necrose tecidual por possuírem pH mais alcalino, são o tiopental e 
o éter gliceril-guaiacol (EGG). Por isso, recomenda-se que o EGG seja utilizado 
em concentrações de no máximo 10%, evitando-se também dessa forma a 
ocorrência de tromboses e hemólise provocadas por soluções muito 
concentradas (Dickson et al., 1990; Hubbell, 1991; Massone, 2003). 
 
Figura 1. Necrose de pele e tecido subcutâneo e 
fistulação de abscesso em pescoço de 
eqüino decorrente de injeção extra-vascular 
de éter-gliceril-guaiacol. 
 
Fonte: Ricardo M. Almeida (2001) 
 
Almeida, M.R. e Almeida, R.M. Complicações anestésicas em eqüinos – revisão de 
literatura. PUBVET, V.2, N.27, Art#273, Jul2, 2008. 
No caso da administração perivascular, recomenda-se a injeção local de 
solução fisiológica para a diluição do volume irritante, e o concomitante uso de 
pomadas heparinóides para a diminuição do processo inflamatório (Muir, 
1991a; Massone, 2003). 
Para a prevenção dessa complicação, recomenda-se o uso de cateteres 
intravenosos para a administração de medicamentos no período pré-
anestésico. O uso de agulhas não é aconselhável, mas, se necessário, deve-se 
usar aquelas de maior comprimento(40x12mm, 40x15mm) que permitem 
maior confiabilidade de localização intravenosa. A realização do barbotage 
(aspiração de sangue e posterior injeção) é um artifício para se verificar se a 
agulha permanece na veia. É importante lembrar-se da colocação asséptica do 
cateter, assim como a limpeza da área onde será realizada a administração dos 
anestésicos (Massone, 2003). 
As injeções intra-arteriais são complicações raras, porém passíveis de 
acontecer. Os principais sinais são rigidez muscular, seguida de atividade 
motora incoordenada, decúbito, pedalagem e convulsão. O tratamento é 
sintomático e consiste na administração de diazepam (0,01 a 0,05 mg/kg, IV) 
ou de um anestésico geral intravenoso, em casos extremos (Muir, 1991a; 
Massone, 2003). 
 
2. Sedação inadequada 
Animais que não receberam quantidades adequadas de tranqüilizantes 
podem tornar-se estressados durante a indução, o que vai levar a uma maior 
liberação de catecolaminas, estimulação indevida do animal e maior dificuldade 
de contenção do mesmo. Sedação inadequada invariavelmente resulta em 
doses adicionais ou excessivas de anestésicos que produzam decúbito e 
anestesia e predispõe, desnecessariamente, o animal à depressão 
cardiopulmonar (Muir, 1991a). 
A depender do grau de sedação apresentado pelo animal, deve-se 
incrementar a dose dos fármacos de indução, ou recorrer a outro medicamento 
para se atingir o nível de sedação adequada. Pode-se utilizar xilazina (0,1 a 
Almeida, M.R. e Almeida, R.M. Complicações anestésicas em eqüinos – revisão de 
literatura. PUBVET, V.2, N.27, Art#273, Jul2, 2008. 
0,4 mg/kg, IV), cetamina (2 mg/kg IV), EGG e benzodiazepínicos em 
associação a outros fármacos (Muir, 1991a; Teixeira Neto, 1999). 
 
3. Reação anafilática 
Sua ocorrência é rara, embora possa ser observada logo após a indução 
anestésica (Muir, 1991a; Teixeira Neto, 1999). O agente responsável pela 
reação é de difícil identificação, já que a indução é normalmente realizada por 
uma associação de anestésicos. No entanto, há suspeitas de que o EGG e o 
tiopental sejam potenciais indutores de reações alérgicas (Matthews et al., 
1993). 
O uso de corticóides, como a hidrocortisona, é preconizado em alguns 
casos para o controle da reação de hipersensibilidade. Caso seja possível, a 
anestesia deve ser cancelada. Se for necessária a realização de outro 
procedimento anestésico, deve-se dar prioridade a outros tipos de fármacos, 
diferentes daqueles já usados (Teixeira Neto, 1999). 
 
4. Embolismo gasoso 
Esta reação tem correlação com problemas que ocorrem durante a 
cateterização, sendo facilmente produzida quando o cateter não é devidamente 
vedado. A pressão negativa criada dentro da cavidade torácica durante a 
inspiração normal produz pressões subatmosféricas na veia jugular do animal, 
o que leva à sucção de ar pelo cateter aberto ou pela agulha (Muir, 1991a). 
Embolismo gasoso severo impede a circulação correta de sangue no átrio 
direito e na artéria pulmonar, podendo resultar em dispnéia, taquicardia e 
excitação. Os sinais clínicos são resultado de hipoxemia arterial e hipotensão, 
que podem levar à morte se não corretamente tratados (Muir, 1991a). 
Bradbury et al. (2005) relataram o desenvolvimento de 
tromboembolismo gasoso decorrente do deslocamento do cateter, com 
conseqüente sucção de ar. O animal apresentou prurido intenso, que se 
resolveu após 12 horas. O tratamento consiste de administração de oxigênio e 
Almeida, M.R. e Almeida, R.M. Complicações anestésicas em eqüinos – revisão de 
literatura. PUBVET, V.2, N.27, Art#273, Jul2, 2008. 
sucção do ar através de um cateter de polietileno longo. Antibióticos e 
corticóides devem ser administrados profilaticamente (Muir, 1991a). 
 
5. Traumatismos ao animal 
Esses eventos podem ser decorrentes da contenção inadequada do 
animal, em conseqüência, por exemplo, de excitação durante a indução 
anestésica. Nessa fase, um dos principais pontos de contenção é a cabeça do 
animal, que deve estar adequadamente sustentada para se evitar traumas. 
Essa contenção pode ser feita por meio do cabresto, e também se apoiando o 
animal no tórax e quarto posterior para favorecer uma queda mais suave 
(figura 2). No caso de cirurgias ortopédicas, recomenda-se a imobilização do 
membro acometido para se evitar maiores avarias ao animal (Teixeira Neto, 
1999). 
Para animais indóceis, é recomendável a administração intravenosa da 
medicação pré-anestésica na sala de indução, imediatamente antes do agente 
indutor, prevenindo a ataxia acentuada, decúbito precoce e o trauma auto-
inflingido. A preparação e experiência da equipe para contornar eventuais 
problemas, assim como a disponibilidade de equipamentos de boa qualidade 
que possam auxiliar na contenção do animal são extremamente importantes 
nesses casos (Muir, 1991a). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2. Contenção física auxiliar na indução 
anestésica de eqüino. 
 
Fonte: Ricardo M. Almeida (2004) 
Almeida, M.R. e Almeida, R.M. Complicações anestésicas em eqüinos – revisão de 
literatura. PUBVET, V.2, N.27, Art#273, Jul2, 2008. 
6. Complicações na intubação 
Esse evento pode ser visto principalmente em animais com processos 
obstrutivos das vias aéreas superiores, como a hemiplegia laringeana. Para 
facilitar a intubação, deve-se utilizar como guia para a sonda endotraqueal 
uma sonda esofágica de menor diâmetro. Para casos obstrutivos mais graves, 
como edema de glote, deve-se proceder à traqueotomia com posterior 
intubação (Teixeira Neto, 1999). 
A intubação orotraqueal ou nasotraqueal por si só é um procedimento 
que provoca danos à mucosa do trato respiratório superior. Smith et al. (2006) 
descreveram lesões às mucosas do trato respiratório, principalmente na 
traquéia, em todos os animais que foram submetidos à intubação, com 
alterações também nas cordas vocais e nas cartilagens aritenóides. 
Complicações são descritas também durante a intubação com sondas 
sem cuff. Trim (1984) descreveu edema laringeano e edema de língua em dois 
animais nos quais foram utilizadas as sondas de Cole. Brock (1985) relatou o 
desenvolvimento de celulite cervical, pleurite e pneumonia pós-cirúrgicos 
relacionados à perfuração da laringe durante a intubação endotraqueal de um 
potro. 
O tamanho da sonda deve ser observado especialmente no caso de 
potros e pôneis. O cuff deve estar localizado na região cervical média e não 
deve ser superinflado, para não obstruir o lúmen da sonda endotraqueal e não 
causar isquemia intensa na mucosa traqueal (Muir, 1991a). Tomasic et al. 
(1997) observaram que a intubação endotraqueal proporcionou menor pressão 
transpulmonar e transtraqueal, com menor resistência do trato respiratório 
superior, e relacionaram de forma inversa o diâmetro da sonda e o esforço 
respiratório. 
 
7. Apnéia transitória e hipoventilação 
A maioria dos fármacos ou combinação de fármacos utilizados na indução 
anestésica é capaz de provocar apnéia transitória ou hipoventilação. 
Barbitúricos e agonistas alfa-2 são os agentes de ação central que mais 
Almeida, M.R. e Almeida, R.M. Complicações anestésicas em eqüinos – revisão de 
literatura. PUBVET, V.2, N.27, Art#273, Jul2, 2008. 
reconhecidamente têm esse efeito, enquanto os bloqueadores 
neuromusculares paralisam os músculos inspiratórios e promovem apnéia. 
Períodos curtos de apnéia (de duração de 1 a 3 minutos) são comuns 
imediatamente após a indução anestésica (Muir, 1991a; Teixeira Neto, 1999). 
O tratamento para esses casos consiste em valer-se de estímulo doloroso 
para que o animal retorne ao padrão normal de ventilação, caso ele aparente 
estar apenas em estágio mais superficialda anestesia. Pode-se utilizar também 
o analéptico doxapram, na dose de 0,2 a 0,4 mg/kg, IV, ou em casos de 
apnéia prolongada, deve-se ventilar o animal por meio da compressão do 
balão reservatório ou do ventilador mecânico (Muir, 1991a; Teixeira Neto, 
1999). A assistência ventilatória pode ser feita com ar ambiente ou ar 
enriquecido com oxigênio puro, sendo que o fluxo de gases a ser empregado é 
de 15 l/min. 
 
8. Regurgitação e aspiração de conteúdo gástrico 
Apesar de a regurgitação ser incomum na espécie eqüina, ela pode 
ocorrer particularmente em animais com síndrome cólica. No entanto, pode ser 
contornada procedendo-se à sondagem e esvaziamento gástrico antes da 
indução. Além deste procedimento, a sonda endotraqueal deve ser 
imediatamente introduzida e o cuff inflado, bem como a cabeça do animal deve 
ser inclinada para baixo para facilitar a drenagem do conteúdo gástrico, 
eventualmente regurgitado. Preconiza-se a preservação da sonda nasogástrica 
durante o procedimento anestésico caso o refluxo esteja muito intenso 
(Teixeira Neto, 1999). 
 
9. Depressão cardiorrespiratória e choque 
As paradas cardiorrespiratórias são uma das principais causas de óbito 
na anestesia de eqüinos (Johnston et al., 2002; Bidwell et al., 2007). Os 
fatores associados à anestesia que predispõem ou são capazes de produzir 
uma emergência cardiopulmonar incluem administração de medicação pré-
anestésica, injeções intra-arteriais, anestésicos per si, posição do animal, 
Almeida, M.R. e Almeida, R.M. Complicações anestésicas em eqüinos – revisão de 
literatura. PUBVET, V.2, N.27, Art#273, Jul2, 2008. 
obstrução de vias aéreas, uso indevido de aparelhos de ventilação, técnicas de 
monitoração insuficientes, falha de aparelhos e erro humano. Quaisquer desses 
fatores podem provocar sozinhos ou em conjunto, a falência cardiovascular 
que pode levar à morte (Muir, 1991b). 
A maioria dos fármacos anestésicos produz depressão cardíaca e 
vasodilatação dose-dependente, ocasionando hipotensão. Barbitúricos, em 
especial, predispõem a arritmias cardíacas que resultam em hipotensão ou 
parada cardíaca. Agonistas alfa-2 adrenérgicos, como xilazina e detomidina, 
são potenciais causadores de depressão respiratória marcante, bradicardia, 
bradiarritmias e hipotensão tardia (Muir, 1991b). 
A habilidade de reconhecimento de sinais de falência cardiorrespiratória é 
essencial para o sucesso da intervenção. Esforços respiratórios diminuídos ou 
ausentes e um pulso periférico fraco são sinais de hipoventilação, apnéia e 
hipotensão. Taquipnéia, dispnéia e respiração agônica são também sinais de 
comprometimento respiratório. 
A relação entre os fatores vasculares, cardíacos e extra-cardíacos que 
influenciam no débito cardíaco deve ser observada e quantificada antes da 
massagem cardíaca, para que esta seja otimizada. A fim de se minimizarem os 
riscos de uma descompensação, deve-se estabilizar o animal, efetuando-se 
antes da indução anestésica a correção dos desequilíbrios ácido-básicos e 
hidro-eletrolíticos (Muir, 1991b; Teixeira Neto, 1999). 
 
COMPLICAÇÕES TRANS-ANESTÉSICAS 
A fase de manutenção inicia-se com a administração adicional de 
fármacos para dar continuidade à anestesia e tem fim quando tal 
administração é encerrada. A duração dessa fase é determinante no 
prolongamento da recuperação de procedimentos cirúrgicos e anestésicos 
simples (Muir, 1991a). 
A monitoração vai ter papel fundamental durante esse período. O 
reconhecimento precoce de incidentes trans-operatórios como hipotensão e 
arritmias cardíacas, vai permitir o tratamento imediato a fim de prevenir 
Almeida, M.R. e Almeida, R.M. Complicações anestésicas em eqüinos – revisão de 
literatura. PUBVET, V.2, N.27, Art#273, Jul2, 2008. 
complicações no pós-operatório. O nível de monitoração requerido depende do 
paciente, do tipo e da duração do evento (Hubbell, 2004). 
 
Monitoração anestésica 
A monitoração anestésica inclui principalmente a monitoração 
respiratória e cardiovascular. Os sinais de Guedel, a freqüência e ritmo 
cardíacos, a pressão arterial, a freqüência respiratória e a concentração dos 
gases sanguíneos (O2 e CO2) são informações importantes para o 
anestesiologista (Haskins, 1996). 
Os reflexos oculares são um bom indicador da profundidade anestésica. 
O reflexo palpebral deve diminuir à medida que o plano anestésico se 
aprofunda, e deve estar levemente presente em planos cirúrgicos. O reflexo 
corneal deve estar presente em todos os momentos da anestesia. Se a cabeça 
estiver coberta, o reflexo anal pode ser avaliado e sua ausência indica 
profundidade anestésica excessiva (Hubbell, 1984). Devem-se verificar 
continuamente os planos anestésicos para a realização de ajustes quando 
necessário (Hubbell, 2004). 
A freqüência e volume respiratórios são parâmetros cuja observação é 
basicamente visual. A contagem das respirações pode ser feita pela 
observação das paredes torácica e abdominal ou dos movimentos do balão 
reservatório do equipamento de anestesia. A freqüência em si não é de grande 
valor, já que pode variar grandemente entre os indivíduos (Nunes, 2002; 
Hubbell, 2004). Os padrões respiratórios têm seu significado relevante e 
devem ser considerados como indícios de alterações no centro respiratório. O 
volume corrente normal durante a anestesia está entre 10 e 20 ml/kg e a 
freqüência respiratória deve estar entre 4 a 15 mpm (Muir, 1991a; Hubbell, 
2004). 
A hemogasometria engloba o conjunto de valores considerados 
adequados para avaliação do estado ventilatório do paciente e seus resultados 
refletem de maneira fidedigna as dados relativos à PaO2 e PaCO2. Valores de 
pH sanguíneo, HCO3-, TCO2 e excesso de bases também podem ser obtidos. 
Almeida, M.R. e Almeida, R.M. Complicações anestésicas em eqüinos – revisão de 
literatura. PUBVET, V.2, N.27, Art#273, Jul2, 2008. 
Equipamentos mais sofisticados podem analisar concentrações de eletrólitos, 
hemoglobina e glicose, entre outros (Hubbell, 1991; Nunes, 2002). 
A pressão parcial arterial do CO2 (PaCO2) é normalmente uma medida 
dependente da ventilação e cujo intervalo está entre 35 e 45 mmHg. Valores 
acima de 60 mmHg podem estar associados à acidose respiratória excessiva e 
hipoxemia, exigindo que a ventilação controlada seja estabelecida. Por outro 
lado, PaCO2 inferior a 20 mmHg indica alcalose respiratória e diminuição do 
fluxo sanguíneo cerebral, com conseqüente hipóxia cerebral (Haskins, 1996). A 
mensuração de CO2 também pode ser realizada por meio da retirada de uma 
amostra de gás ao final da expiração (ETCO2). Normalmente, a ETCO2 aferida 
pelo capnógrafo é ligeiramente inferior à PaCO2, no entanto, isso não traz 
conseqüências mais sérias para o tratamento clínico. 
A pressão parcial arterial do O2 (PaO2) é uma medida da eficiência de 
oxigenação pulmonar. A PaO2 mede a tensão de oxigênio dissolvido no plasma, 
independente da concentração na hemoglobina. A saturação da hemoglobina 
(SaO2) é a mensuração da porcentagem de saturação da hemoglobina e é 
relacionada à PaO2 em uma curva sigmóide (figura 3). A informação clínica 
advinda da mensuração da SaO2 é semelhante à mensuração da PaO2, já que 
ambas medem a capacidade pulmonar de oferta de oxigênio (Hubbell, 1991). 
A oximetria de pulso é cotidianamente utilizada na anestesia de eqüinos. 
O oxímetro mensura a freqüência cardíaca e a porcentagem de hemoglobina 
saturada por oxigênio, e requer funções cardiovasculares e pulmonares em um 
nível mínimo para que as aferições sejam realizadas (Haskins, 1996; Nunes, 
2002). A acurácia da oximetria de pulso é maior quando a SaO2 é superior a 
90%. Esse índice já é suficiente para a prática clínica, já queos valores baixos 
de SpO2 são úteis basicamente como sinais de indevida oxigenação arterial 
(Hubbell, 1991; Hubbell, 2004). Outro fator que pode afetar a acurácia da 
oximetria de pulso é a presença de pêlos ou pigmentação na região a ser 
colocada o sensor. Em eqüinos, a língua é o local utilizado preferencialmente 
(Nunes, 2002). 
 
Almeida, M.R. e Almeida, R.M. Complicações anestésicas em eqüinos – revisão de 
literatura. PUBVET, V.2, N.27, Art#273, Jul2, 2008. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A monitoração da atividade elétrica é feita por meio do 
eletrocardiograma (ECG), o qual pode fornecer informações valiosas sobre a 
função cardíaca, decorrentes de mudanças na freqüência e ritmo cardíacos e 
no padrão de ativação elétrica dos átrios e ventrículos (Bonagura e Muir, 
1991). Deve-se ter atenção para a correta colocação dos eletrodos, para a 
ausência de pêlos e limpeza da área nos locais de posicionamento dos mesmos 
para correta captação das ondas elétricas. As principais alterações no ECG são 
marcapasso migratório, bradicardia sinusal, parada sinusal, bloqueio 
atrioventricular (BAV) de 2° grau e extra-sístoles ventriculares (Bonagura e 
Muir, 1991). 
A pressão arterial (PA) é a responsável pela perfusão tecidual, com 
destaque especial para a perfusão cerebral e coronariana, e é calculada pelo 
produto entre a resistência vascular periférica e o débito cardíaco. Sua 
mensuração durante a anestesia é de extrema importância, principalmente 
levando-se em consideração que os anestésicos de forma geral deprimem a 
função cardiovascular. Pode-se dizer que a PA e a profundidade anestésica 
mantêm uma relação inversa (Hubbell, 1991). 
Em resumo, o principal intuito da monitoração durante o período trans-
anestésico é a manutenção das variáveis fisiológicas dentro do intervalo ideal 
para a espécie (Tabela 1). 
 
 
Figura 3. Curva de dissociação da oxihemoglobina. 
 
Fonte: Guyton e Hall (2002) 
Almeida, M.R. e Almeida, R.M. Complicações anestésicas em eqüinos – revisão de 
literatura. PUBVET, V.2, N.27, Art#273, Jul2, 2008. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Apesar de a monitoração adequada diminuir as chances de uma 
emergência, todo o animal submetido a procedimento anestésico está exposto 
a variações nos parâmetros fisiológicos, resultado de resposta individual ou 
conseqüência da interação com os fármacos ou ambos, portanto, sujeito a 
quaisquer complicações decorrentes de tais procedimentos. 
Entre as principais complicações no período trans-anestésico, podemos 
citar: 
 
1. Posicionamento do animal na mesa cirúrgica 
O decúbito é um dos fatores complicadores de maior significado na 
anestesia em eqüinos, podendo ocasionar diminuições nos valores de pressão 
arterial e da capacidade residual funcional (CRF) pulmonar, resultando em 
hipoxemia. Swanson e Muir (1986) comprovaram que as trocas gasosas 
respiratórias são menos eficientes em animais posicionados no decúbito dorsal 
em comparação àqueles posicionados em decúbito lateral. Isso se deve à 
diminuição da CRF, fechamento das pequenas vias aéreas, atelectasias, 
compressão do pulmão pelo diafragma e vísceras abdominais e aumento do 
volume sanguíneo intratorácico. Todos esses fatores vão diminuir direta ou 
indiretamente os valores de PaO2. 
Tabela 1. Valores ideais de algumas variáveis fisiológicas de eqüinos durante a 
fase de manutenção anestésica 
Variável fisiológica Valores médios 
Freqüência cardíaca 30 a 50 bpm 
Freqüência respiratória 6 a 15 mpm 
Pressão arterial média 70 a 100 mmHg 
SaO2 acima de 95% 
PaO2 acima de 80 mmHg 
PaCO2 35 a 45 mmHg 
pH 7,2 a 7,45 
 Fonte: Muir, 1991a (adaptado) 
Almeida, M.R. e Almeida, R.M. Complicações anestésicas em eqüinos – revisão de 
literatura. PUBVET, V.2, N.27, Art#273, Jul2, 2008. 
No decúbito dorsal, as complicações são ainda agravadas, especialmente 
se estiverem relacionadas a um tempo cirúrgico prolongado (Teixeira Neto, 
1999). 
 
2. Hipotensão 
A hipotensão é resultado direto da anestesia, de procedimentos 
cirúrgicos e posicionamento, mas eventualmente outros fatores como 
desidratação, hemorragia, choque, hipovolemia, vasodilatação periférica, 
desequilíbrios ácido-básicos e hidro-eletrolíticos e o desenvolvimento de 
arritmias cardíacas com diminuição da contratilidade miocárdica podem 
agravar a situação (Muir, 1991a; Hubbell, 1991). 
Durante a manutenção, a PAM deve ser mantida acima de 70 mmHg e 
abaixo de 100 mmHg. A pressão inferior a 60 mmHg deve ser evitada, porque 
é associada à perda de auto-regulação de fluxo sanguíneo para os leitos 
vasculares (Muir, 1991a; Hubbell, 2004; Duke et al., 2006). 
O tratamento dessa complicação inclui diminuição da anestesia volátil (se 
possível), administração de cristalóides, colóides e fármacos vasoativos. Os 
fármacos vasoativos de escolha são dobutamina e dopamina, por possuírem 
ação no débito cardíaco, na pressão arterial e meia-vida curta, tendo-se assim 
maior controle sobre os seus efeitos. Alternativas são epinefrina, metoxamina, 
efedrina, fenilefrina e solução salina hipertônica (Muir, 1991a; Haskins, 1996). 
A dopamina e a dobutamina podem ser indutoras de taquicardia e 
fibrilação ventriculares, especialmente em animais anestesiados com halotano. 
No entanto, os demais medicamentos são ainda mais propensos ao 
desenvolvimento de tais arritmias (principalmente epinefrina), além dos 
mesmos possuírem uma imprevisibilidade maior, especialmente com relação 
ao tempo e extensão da sua ação no organismo, se comparados à dobutamina 
ou à dopamina (Hubbell, 1984; Muir, 1991b). 
 
3. Bradicardia 
Almeida, M.R. e Almeida, R.M. Complicações anestésicas em eqüinos – revisão de 
literatura. PUBVET, V.2, N.27, Art#273, Jul2, 2008. 
O intervalo desejável para se manter a freqüência cardíaca (FC) durante 
a anestesia é de 30 a 50 bpm. Bradicardia pode ser provocada por tônus vagal 
excessivo, distúrbios de condução atrioventriculares, hipercalemia, hipotermia 
e hipóxia severas, estágio final de falência de órgãos e fármacos como 
opióides, xilazina e colinérgicos (Muir, 1991a). Valores de FC inferiores a 25 
bpm podem reduzir significativamente o débito cardíaco, levando à isquemia e 
hipóxia tecidual, não importando se a PAM está no intervalo desejável. No 
entanto, a prática clínica demonstra que a FC sofre poucas alterações durante 
a deterioração progressiva da função hemodinâmica em animais anestesiados, 
não sendo, portanto, o indicador mais confiável do status cardiovascular 
(Hubbell, 1984; Muir, 1991b). 
O tratamento para a bradicardia sinusal inclui redução da concentração 
de anestésicos, administração de anticolinérgicos (atropina, escopolamina, 
glicopirrolato) e infusão de dopamina. Epinefrina deve ser reservada para uma 
parada sinusal aguda e grave; dopamina deve ser infundida com o objetivo de 
aumentar freqüência cardíaca e pressão arterial, no entanto, em alguns 
cavalos, BAV reflexo pode ocorrer. Anticolinérgicos podem não ser efetivos se 
houver estímulo vagal ou hipotermia muito intensa. Atropina, particularmente, 
tem seu uso em eqüinos restrito devido à diminuição de motilidade intestinal 
que provoca (Muir, 1991b). 
 
4. Taquicardia e hipertensão 
Valores de FC superiores a 50 bpm podem indicar plano anestésico 
superficial, hipotensão, hipercapnia, hipoxemia, hipertermia, falência de 
órgãos, sepse ou efeitos de medicamentos (cetamina, simpatomiméticos, 
anticolinérgicos) (Hubbell, 1984, Muir, 1991a; Nunes, 2002). 
Para controle da taquicardia, pode-se recorrer ao estímulo vagal, como 
pressionar o globo ocular ou os seios carotídeos. Se não for o suficiente, pode-
se administrar fármacos bloqueadoresde receptores beta-adrenérgicos, como 
esmolol (bolus de 0,5 mg/kg IV e infusão contínua de 0,05 a 0,2 mg/kg/min) 
ou propranolol (bolus de 0,04 a 0,06 mg/kg IV) (Nunes, 2002). 
Almeida, M.R. e Almeida, R.M. Complicações anestésicas em eqüinos – revisão de 
literatura. PUBVET, V.2, N.27, Art#273, Jul2, 2008. 
Hipertensão é caracterizada por pressão arterial superior a 150 mmHg e 
essa situação pode levar a hemorragias no campo cirúrgico, ativação de 
baroceptores predispondo a bradiarritmias e um animal de difícil estabilização 
anestésica. O tratamento da hipertensão trans-anestésica vai depender da 
causa inicial (Muir, 1991a). 
O uso de torniquetes para controlar hemorragias é um potencial 
causador de hipertensão em alguns cavalos. A intensidade da dor provocada 
pelo torniquete está relacionada à severidade da dor associada ao problema 
pré-existente, à analgesia proveniente do protocolo anestésico escolhido e à 
profundidade anestésica. A hipertensão causada por aplicação de torniquete 
pode ser controlada por meio do encurtamento do tempo cirúrgico, remoção do 
torniquete ou ambos. A administração de anestésicos locais, estando atento à 
profundidade anestésica, ou a administração de analgésicos potentes podem 
ser realizadas quando a cirurgia não pode ser interrompida. A administração de 
grandes quantidades de anestésicos, ou de fármacos vasodilatadores 
(acepromazina) deve ser evitada devido à iminente hipotensão trans ou pós-
operatória que pode ocorrer (Muir, 1991a). 
 
5. Apnéia e hipoventilação 
Após a conexão do animal ao circuito anestésico, deve-se estar atento 
para a função respiratória, avaliando-se a freqüência e o padrão respiratórios 
em intervalos freqüentes. Animais com freqüências respiratórias inferiores a 4 
mpm devem ser assistidos (Muir, 1991b; Hubbell, 2004). 
As conseqüências da hipoventilação são hipercapnia, hipoxemia e 
acidose, as quais podem levar a comprometimento cardiovascular e miopatia 
pós-anestésica (Hubbell, 2004). 
Outros indicadores de depressão respiratória de origem central e 
hipoventilação são os padrões respiratórios do tipo apnêustico, Biot e Cheyne- 
Stokes. Os padrões apnêustico e Biot são considerados anormais, no entanto, 
têm sido associados à administração de alguns anestésicos. Movimentos 
respiratórios infreqüentes associados a aumentos seguidos de decréscimos no 
Almeida, M.R. e Almeida, R.M. Complicações anestésicas em eqüinos – revisão de 
literatura. PUBVET, V.2, N.27, Art#273, Jul2, 2008. 
volume corrente, características do padrão Cheyne-Stoke, são indicativos de 
depressão respiratória central e fluxo sanguíneo cerebral diminuído. Este 
último padrão respiratório, e a apnéia, são considerados anormais 
independente do anestésico utilizado. A administração de quaisquer 
anestésicos deve ser interrompida, e deve ser instituída ventilação controlada 
(Muir, 1991b). 
 
6. Hipercapnia 
Caracterizada por valores de PaCO2 acima de 50 mmHg, é comum em 
animais em ventilação espontânea e está relacionada a medicamentos 
depressores da função respiratória. Os sinais de elevação da PaCO2 são débito 
cardíaco, pressão arterial e perfusão tecidual (TPC) aumentados, em resposta 
à liberação de catecolaminas e, em algum grau, aumento gradual da 
freqüência respiratória como resposta reflexa (Muir, 1991a). 
Valores acima de 70 mmHg podem levar a uma ativação simpática 
exacerbada, com sinais que podem ser confundidos com superficialização do 
plano anestésico. Deve-se então observar a profundidade e a freqüência 
respiratória, a presença de lacrimejamento, aumento dos reflexos oculares, 
sudorese e taquicardia, todos podendo ser decorrentes de valores elevados de 
PaCO2 (Muir, 1991b). 
A ação do agente inalatório no centro respiratório é caracterizada pela 
diminuição da freqüência e amplitude respiratórias, reduzindo o volume-
minuto. Esta depressão leva ao desenvolvimento de acidose respiratória, 
especialmente no animal sob ventilação espontânea. Esta se manifesta logo 
após a indução anestésica, sendo a queda do pH diretamente proporcional à 
elevação da PaCO2, que por sua vez aumenta proporcionalmente à 
profundidade anestésica (Kleem et al., 1998). 
O tratamento consiste em estabelecer ventilação assistida ou controlada, 
a fim de se manter os valores de PaCO2 entre 35 e 45 mmHg, evitando assim o 
quadro de acidose respiratória e o estímulo indevido do centro respiratório. 
Caso a acidose já esteja estabelecida, o tratamento consiste na administração 
Almeida, M.R. e Almeida, R.M. Complicações anestésicas em eqüinos – revisão de 
literatura. PUBVET, V.2, N.27, Art#273, Jul2, 2008. 
intravenosa de solução de Ringer Lactato de Sódio, e em casos mais graves, 
em que o pH se encontra abaixo de 7,2, o uso de bicarbonato de sódio (Luna, 
2002). 
 
7. Arritmias 
Arritmias cardíacas são causadas por distúrbios na freqüência, no ritmo 
ou na condução cardíacas. Uma variedade de arritmias foi reconhecida nos 
cavalos, algumas das quais potencialmente perigosas, particularmente durante 
a anestesia, quando as respostas dos mecanismos de controle cardiovascular 
podem estar diminuídas. As principais conseqüências das arritmias são os 
distúrbios na hemodinâmica e a desestabilização elétrica do coração (Bonagura 
e Muir, 1991; Patteson, 1996). 
Bloqueios atrioventriculares (BAV) são os maiores responsáveis pelas 
pausas no ritmo cardíaco, especialmente quando da administração de 
agonistas alfa-2. A arritmia mais comum em eqüinos é o BAV de 2º grau, 
sendo considerado fisiológico devido ao estímulo vagal preponderante presente 
nessa espécie (figura 4). O tratamento com anticolinérgicos deve ser instituído 
nesses casos, no entanto, se houver alteração no nodo átrio-ventricular não 
haverá, provavelmente, reversão do BAV. A administração concomitante de 
dopamina ou dobutamina para manutenção do débito cardíaco e aumento do 
tônus vascular pode ser necessária. Se não tratado, o BAV de 2º grau pode 
evoluir para o BAV de 3º grau e parada cardíaca subseqüente (Bonagura e 
Muir, 1991; Patteson, 1996). 
Complexos ventriculares prematuros (CVPs) são considerados 
anormalidade em eqüinos e podem ser induzidos por uma série de fatores, tais 
como tônus simpático aumentado, febre, sepse, hipotensão e hipoxemia 
(figura 4). Esses fatores podem ser decorrentes de doença cardiopulmonar 
grave e administração de fármacos que reconhecidamente sensibilizem o 
miocárdio às catecolaminas, como barbitúricos e halotano (Bonagura e Muir, 
1991). 
Almeida, M.R. e Almeida, R.M. Complicações anestésicas em eqüinos – revisão de 
literatura. PUBVET, V.2, N.27, Art#273, Jul2, 2008. 
Para tratamento de CVPs, preconiza-se a reavaliação da oxigenação, 
adequação da fluidoterapia para manutenção da pressão arterial e 
administração de medicamentos antiarrítmicos, como a lidocaína e a 
procainamida (Bonagura e Muir, 1991; Hubbell, 2004). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8. Hipoxemia 
Hipoxemia é uma das complicações de maior ocorrência durante a 
manutenção anestésica em eqüinos. Assim como na indução, a hipoxemia no 
trans-anestésico está relacionada principalmente ao decúbito (Hogdson et al., 
1986; Steffey et al., 1990; Witchair e Willits 1999 apud Robertson e Bailey, 
2002) e aos efeitos cardiovasculares depressores dos anestésicos voláteis 
(Muir, 1991a). 
Steffey (1992 apud Robertson e Bailey, 2002) caracterizou que valores 
de PaO2 abaixo de 80 mmHg aumentam os riscos de má-oxigenação tecidual e 
valores abaixo de 50 mmHg são críticos em animais anestesiados. Períodos de 
hipoxemia durante a realização de anestesia estão relacionados a aumento de 
indicadores de lesão muscular e hepática, além de letargiapós-anestésica 
(Taylor, 1989; Whitehair 1996 apud Robertson e Bailey, 2002). 
As principais causas de hipoxemia, mesmo quando não há 
hipoventilação, são os desequilíbrios entre a ventilação e a perfusão pulmonar, 
Figura 4. Traçados eletrocardiográficos demonstrando bloqueio átrio-
ventricular de 2o grau (A, seta) e complexos ventriculares 
prematuros (B, setas). 
 
Fonte: Ricardo M. Almeida (2006) 
 
 
A 
B 
Almeida, M.R. e Almeida, R.M. Complicações anestésicas em eqüinos – revisão de 
literatura. PUBVET, V.2, N.27, Art#273, Jul2, 2008. 
resultados de aumento da fração de shunts intrapulmonares da direita para 
esquerda (Kleem et al., 1998), atelectasias, elevação do espaço morto alveolar 
e diminuição do débito cardíaco, sem haver diminuição de consumo tecidual de 
oxigênio (Muir, 1991a; Hubbell, 2004). 
O decúbito durante a anestesia em eqüinos está relacionado a 
decréscimos nos valores de PaO2 e CRF pulmonar. O desenvolvimento de 
shunts intrapulmonares ocorre principalmente durante a atelectasia pulmonar 
verificada em regiões pulmonares dependentes. A referida atelectasia é devida 
ao decúbito e ao relaxamento muscular diafragmático. Além disso, os 
anestésicos inalatórios causam reduções do débito cardíaco e pressão arterial e 
impedem a vasoconstrição reflexa à hipóxia, contribuindo para a elevação do 
espaço morto alveolar, caracterizado pela hipoperfusão pulmonar em regiões 
altamente ventiladas (Klemm et al., 1998). Nas regiões dependentes, a 
composição do gás inalado vai dizer sobre a capacidade de o alvéolo manter-se 
aberto ou não. Comparativamente, o alvéolo que contém ar ambiente levará 
maior tempo para colabar (cerca de 8 horas) em relação àquele que contém 
oxigênio puro (cerca de 8 minutos). O colabamento do alvéolo com O2 a 100% 
parece persistir no pós-anestésico, diminuindo a qualidade da recuperação 
(Marntell et al., 2005b). 
A ventilação mecânica, seja assistida ou controlada, é um método 
bastante utilizado na tentativa de resolução do quadro de hipoxemia. Moens e 
Wolff (2006) relataram que a oxigenação promovida pela pressão positiva 
intermitente (IPPV) é incrementada quando essa modalidade de ventilação é 
instituída imediatamente após a indução, devido principalmente a uma 
diminuição das áreas atelectásicas e dos shunts. A adequação dos valores de 
IPPV durante a ventilação mecânica é de extrema importância para 
manutenção da função pulmonar (Muir, 1991b; Nunes, 2002). 
A pressão expiratória final positiva (PEEP) é uma variação da IPPV e é 
bastante utilizada para se aumentar o volume pulmonar, no intuito de se 
melhorar a oxigenação arterial durante o decúbito. Entretanto, a falta de 
efeitos melhores nas trocas gasosas durante a PEEP é devida às desvantagens 
Almeida, M.R. e Almeida, R.M. Complicações anestésicas em eqüinos – revisão de 
literatura. PUBVET, V.2, N.27, Art#273, Jul2, 2008. 
importantes que se referem ao sistema cardiovascular, como diminuição do 
débito cardíaco e redistribuição sanguínea para as regiões pulmonares 
dependentes. O aumento da pressão intratorácica devido à ventilação 
mecânica pode diminuir o retorno venoso e forçar o fluxo sanguíneo para as 
regiões inferiores. (Swanson e Muir, 1986). 
A expansão alveolar ocasionada pela PEEP é mais eficiente em lobos 
pulmonares que não tenham grandes áreas de colabamento. Portanto, 
somente com pressões maiores de PEEP o recrutamento alveolar será efetivo 
nos lobos pulmonares mais comprimidos (pelo diafragma ou pelas vísceras). 
No entanto, a utilização de pressões mais elevadas não é aconselhável devido 
às alterações cardiovasculares já mencionadas. A PEEP seletiva é uma 
modalidade ventilatória útil, na qual se procede à expansão de lobos 
pulmonares específicos (Wilson e Soma, 1990). 
Com o objetivo de se reduzir as áreas de shunt intrapulmonar e se 
manter em níveis aceitáveis a função cardiovascular, especialmente o débito 
cardíaco, preconiza-se a utilização de fármacos inotrópicos concomitantes à 
PEEP (Muir, 1991a). Swanson et al. (1985) compararam as diferenças de ação 
da dopamina e da dobutamina, e verificaram que a influência em parâmetros 
como débito cardíaco, pressão arterial e resistência vascular periférica vai 
depender da taxa de infusão utilizada. Em relação a essa característica, 
chegou-se à conclusão que a dobutamina aumenta a PAM devido 
principalmente à sua ação inotrópica positiva, alterando o débito cardíaco, 
enquanto a dopamina vai aumentar concomitante ao débito cardíaco, a 
resistência vascular periférica. 
Métodos alternativos à utilização de ventilação mecânica para se 
aumentar a PaO2 tem sido pesquisados. Robertson e Bailey (2002) sugeriram o 
uso de agonistas beta-2 adrenérgicos (salbutamol, albuterol) em anestesias 
utilizando halotano ou isofluorano, na dose de 0,002 mg/kg, para resolução da 
hipoxemia, não relatando os efeitos adversos anteriormente verificados com o 
uso desses medicamentos, como taquicardia e sudorese profusa. 
Almeida, M.R. e Almeida, R.M. Complicações anestésicas em eqüinos – revisão de 
literatura. PUBVET, V.2, N.27, Art#273, Jul2, 2008. 
Heinonen et al. (2001 apud Robertson e Bailey, 2002) mostram que o 
uso de óxido nitroso (N2O) concomitante à anestesia inalatória foi bem-
sucedido em diminuir o quadro de dificuldade de trocas gasosas. A inalação de 
N2O induz a uma redistribuição sanguínea das regiões dependentes para as 
não-dependentes, reduzindo assim as áreas de shunt e melhorando a PaO2. 
Esse efeito é visível tanto na ventilação espontânea quanto na controlada e 
persiste por aproximadamente 3 horas durante a anestesia inalatória. 
Marntell et al. (2005a) relacionaram o aumento da pressão da artéria 
pulmonar (PAP) e distúrbios na vasoconstrição reflexa à hipóxia na 
contribuição para o prejuízo da oxigenação arterial e das trocas gasosas 
pulmonares. Nesse sentido, a administração de 0,035 mg/kg de acepromazina 
no protocolo que incluía romifidina, butorfanol e tiletamina e zolazepam, 
manteve a PAP próxima dos seus valores normais melhorando a relação 
ventilação-perfusão e a PaO2. 
 
COMPLICAÇÕES PÓS-ANESTÉSICAS 
A recuperação é um período crucial da anestesia em eqüinos e um dos 
mais difíceis de ser controlado. É nessa fase que vão se tornar evidentes 
possíveis falhas na monitoração, na correção de distúrbios previamente 
identificados, ou mesmo daqueles não-identificados e também alterações 
decorrentes de um tempo cirúrgico prolongado (Muir,1991a). 
O período pós-operatório apresenta uma série de potenciais 
complicações, entre elas paradas cardiorrespiratórias, fraturas e miopatias, 
que são em conjunto responsáveis por uma parcela significativa da taxa de 
mortalidade em eqüinos (Johnston et al., 2002; Bidwell et al., 2007). Fatores 
de risco como tempo cirúrgico prolongado e cirurgias ortopédicas vão ganhar 
relevância nessa fase. O sucesso dessa etapa vai depender em grande parte da 
boa condução dos momentos pré e trans-anestésicos. 
As principais complicações observadas no pós-operatório são: 
 
1. Traumatismos e recuperação violenta 
Almeida, M.R. e Almeida, R.M. Complicações anestésicas em eqüinos – revisão de 
literatura. PUBVET, V.2, N.27, Art#273, Jul2, 2008. 
As fraturas durante o pós-operatório são uma das principais causas de 
óbito na fase de recuperação. Tal complicação pode ser favorecida pelo 
temperamento do animal, pela idade e pelo tipo de cirurgia (Bidwell et al., 
2007). Ocorrem principalmente devido à excitação ou à dor no pós-operatório 
imediato. O animal apresenta-se agitado e pode tentar ficar em posição 
quadrupedal sem estar completamente consciente, apresentando 
incoordenação e predisposição à injúria (figura 5) (TeixeiraNeto, 1999). 
Contenção física adequada aliada à sedação (xilazina 0,2 mg/kg, IV) em 
casos de maior excitação durante a recuperação são recomendadas para se 
minimizar os riscos de traumas ao animal. Além disso, sala de recuperação 
devidamente acolchoada de dimensões apropriadas para o tipo de recuperação 
a ser realizada e analgesia prévia ao final da anestesia, a depender da cirurgia 
realizada, são fatores de importância maior na prevenção de incidentes pós-
operatórios (Hubbell, 1984; Teixeira Neto, 1999). 
A utilização de mesas inclináveis foi descrita em eqüinos (Elmas et al., 
2007) após cirurgias ortopédicas complicadas e período pós-anestésico de 
risco. As vantagens dessa técnica são que ela possibilita uma recuperação mais 
tranqüila, já que facilita a transição do decúbito lateral para a posição 
quadrupedal e evita as tentativas incoordenadas e potencialmente perigosas 
do eqüino se levantar. 
O uso de piscinas para a fase de recuperação foi descrito por Tidwell et 
al. (2002). Apesar de a principal complicação observada ter sido o edema 
pulmonar, esse método mostrou-se útil como alternativa para a fase de 
recuperação sabidamente complicada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 5. Égua com vários ferimentos auto-
infligidos devido à recuperação 
anestésica de má qualidade. 
 
Fonte: Ricardo M. Almeida (2005) 
Almeida, M.R. e Almeida, R.M. Complicações anestésicas em eqüinos – revisão de 
literatura. PUBVET, V.2, N.27, Art#273, Jul2, 2008. 
2. Miosite pós-anestésica 
A miosite é caracterizada por claudicação de um ou mais membros no 
pós-cirúrgico, normalmente acometendo os membros pélvicos e a musculatura 
extensora dos mesmos. Está atualmente ligada à hipotensão trans-operatória e 
ao prolongamento do tempo cirúrgico. (Hubbell, 1984; Young e Taylor, 1993; 
Hubbell, 2004) 
Os grupos musculares mais atingidos são o tríceps, peitoral, deltóide e 
masséter quando em decúbito lateral, e glúteo e longíssimo dorsal quando em 
decúbito dorsal. Eventualmente, o tríceps braquial pode ser acometido 
bilateralmente, independente do decúbito (Muir, 1991a). 
Na miosite pós-anestésica o animal pode apresentar mioglobinúria, 
sudorese, edema e enrijecimento dos grupos musculares acometidos, além de 
aumento significativo das enzimas musculares (principalmente CK) nas 
primeiras 4 a 6 horas após a lesão muscular. Outro indicador é o aumento da 
concentração de lactato sérico, que está ligado à redução da perfusão 
muscular e à hipoxemia (Taylor, 1989). Lindsay et al. (1989) descreveram o 
desenvolvimento de miosite após episódios de hipotensão induzidos pelo 
aumento da concentração inspirada de halotano. Os indicadores principais de 
lesão muscular foram aumento da concentração sérica de enzimas musculares, 
como CK, AST e LDH, e anormalidades na homeostase cálcio-fósforo. 
A prevenção dessas complicações reside no acolchoamento adequado da 
mesa cirúrgica, especialmente no que diz respeito às áreas de maior massa 
muscular e proeminência óssea, e no posicionamento adequado durante a 
cirurgia, além de uma recuperação rápida e segura (Hubbell, 1984; Teixeira 
Neto, 2000; Hubbell, 2004). 
Durante a cirurgia, deve haver a preocupação em manter a PAM em 
níveis adequados (acima de 70 mmHg) por meio do uso de inotrópicos aliado à 
correta taxa de manutenção da fluidoterapia (Young e Taylor, 1993; Duke et 
al., 2006). Manning et al. (1995) relataram o caso de miosite pós-anestésica 
severa em um potro submetido à cirurgia abdominal, cuja PAM durante a 
anestesia manteve-se entre 45 e 65 mmHg. 
Almeida, M.R. e Almeida, R.M. Complicações anestésicas em eqüinos – revisão de 
literatura. PUBVET, V.2, N.27, Art#273, Jul2, 2008. 
O tratamento é de suporte, colocando-se o animal em posição 
quadrupedal com a ajuda de suportes para que os efeitos deletérios do 
decúbito prolongado sejam minimizados; fluidoterapia e vasodilatadores, para 
melhorar a perfusão muscular; diuréticos para minimizar o dano renal 
provocado pela mioglobinúria. Nesse sentido, a acepromazina é de grande 
valia, já que tem efeitos tranqüilizantes e atua como vasodilatador. Os 
benzodiazepínicos podem ser utilizados para promover relaxamento muscular e 
AINEs e corticóides são úteis para diminuir o processo inflamatório em curso e 
melhorar a recuperação. O uso de dimetilsulfóxido pela via intravenosa pode 
atuar como anti-edematoso (Hubbell, 1984; Muir, 1991b; Hubbell, 2004). 
 
3. Paralisia nervosa 
A paralisia nervosa é decorrente principalmente do decúbito e os fatores 
que vão influenciar no surgimento da claudicação pós-cirúrgica (resultado 
tanto de miopatia quanto de neuropatia) são o tempo cirúrgico, peso e estado 
nutricional do animal, anestésico utilizado, posicionamento na mesa cirúrgica e 
acolchoamento da mesma (Muir, 1991a). 
Animais que desenvolvem neuropatia normalmente não apresentam dor, 
não têm seus músculos dos membros com temperatura aumentada, 
enrijecidos ou edemaciados, e freqüentemente demonstram a claudicação no 
membro que estava comprimido durante a cirurgia (Muir, 1991a). As 
neuropatias mais comuns são aquelas que afetam o plexo braquial e o nervo 
radial nos membros torácicos, e os nervos peroneais e femorais nos membros 
pélvicos. A postura adquirida pelo animal com paralisia de nervo radial é de 
arrastar a pinça do casco, o que pode ser confundido com miosite do tríceps 
braquial ou fratura de úmero (figura 6) (Teixeira Neto, 2000). 
Almeida, M.R. e Almeida, R.M. Complicações anestésicas em eqüinos – revisão de 
literatura. PUBVET, V.2, N.27, Art#273, Jul2, 2008. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Paralisia de nervo facial provocada por compressão excessiva pelo 
cabresto tem como sinais ptose palpebral, auricular e labial, a depender do 
grau e da localização da lesão (figura 7). Para prevenir a compressão do nervo 
facial, o cabresto deve ser removido no início da cirurgia (Hubbell, 1984; 
Muir,1991a; Teixeira Neto, 2000). 
A recuperação funcional do membro acometido por paralisia nervosa 
acontece dentro de 24 a 48 horas, mas as alterações podem ser visíveis por 
vários dias. O tratamento a ser instituído consiste na administração de 
antiinflamatórios por via IM ou IV, massagem da região acometida e 
hidroterapia (Muir, 1991a; Massone, 2003). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 6. Égua com paralisia de nervo radial, decorrente 
de posicionamento indevido em mesa 
cirúrgica. 
 
Fonte: Ricardo M. Almeida (2000). 
 
 
Figura 7. Cavalo com paralisia de nervo radial, apresentando 
ptoses auricular, palpebral e labial direita (setas). 
 
Fonte: Ricardo M. Almeida (1999). 
Almeida, M.R. e Almeida, R.M. Complicações anestésicas em eqüinos – revisão de 
literatura. PUBVET, V.2, N.27, Art#273, Jul2, 2008. 
4. Edema de vias aéreas 
O desenvolvimento agudo de edema das vias aéreas é uma complicação 
potencial durante a recuperação e pode resultar em hipoxemia, hipercapnia, 
hipotensão e resposta ao estresse, na forma de excitação, taquicardia e 
sudorese (Muir, 1991a). 
Respiração ruidosa é ocasionada por edema da cavidade nasal, obstrução 
da laringe por um palato mole prolongado ou perda da funcionalidade da 
laringe. O desenvolvimento de edema da cavidade nasal pode ser 
particularmente grave em animais que foram anestesiados por longos períodos 
em decúbito dorsal ou quando a cabeça do animal esteve pendente durante a 
cirurgia (Hubbell, 1984; Muir, 1991a). 
Como medidas preventivas, pode-se recorrer à elevação da cabeça à 
altura dos ombros. Além disso, intubação nasotraqueal ou mesmo a 
permanência da sonda endotraqueal até que o animal esteja em posição 
quadrupedal e possa estabelecer umpadrão respiratório normal podem 
eliminar essa complicação. A aplicação de adrenalina, efedrina ou nafazolina 
diluída em solução fisiológica diretamente nas narinas para diminuição do 
edema de cavidade nasal é de prática clínica, no entanto, não há estudos que 
comprovem sua eficácia (Hubbell, 1984; Teixeira Neto, 2000). 
Em casos mais graves, é necessário proceder à traqueostomia. A 
administração de diuréticos, inotrópicos positivos, fluidos, antibióticos e 
analgésicos pode ser realizada a depender do caso (Hubbell, 1984; Muir, 
1991a). 
 
5. Hipotermia 
A termorregulação é um balanço entre a produção e a perda de calor, 
logo, a hipotermia é o desequilíbrio entre esses dois fatores, no qual a perda 
excede a produção. A perda de calor pode ser por meio de convecção e 
irradiação da pele ou excisão cirúrgica. Normalmente, a hipotermia causa 
depressão progressiva das funções dos órgãos. A falta de controle de um 
animal doente sobre sua temperatura corporal é indicativa de função 
Almeida, M.R. e Almeida, R.M. Complicações anestésicas em eqüinos – revisão de 
literatura. PUBVET, V.2, N.27, Art#273, Jul2, 2008. 
hipotalâmica desequilibrada, resultado de doença craniana ou extra-craniana 
subjacente (Yazbek, 2002). 
A hipotermia moderada produzirá uma diminuição dos parâmetros 
hemodinâmicos secundária ao metabolismo diminuído. Temperatura abaixo do 
normal diminui a PaO2, aumenta a solubilidade dos gases no sangue e desloca 
a curva de dissociação oxigênio-hemoglobina para a esquerda. Todas essas 
modificações dificultam a entrega de oxigênio para os tecidos, além de 
diminuir sua demanda (Yazbek, 2002). 
Os anestésicos vão atuar na diminuição da produção de calor quando 
deprimirem os mecanismos termostáticos hipotalâmicos e o metabolismo, 
sendo que os fenotiazínicos são os que mais reconhecidamente produzem o 
efeito de desbalanço na termorregulação. 
O aquecimento dos animais pode ser passivo, no sentido de somente 
minimizar as perdas de calor no caso de hipotermia moderada, ou ativo, 
quando se aquece a superfície do animal (Yazbek, 2002). Tomasic (1999) 
relatou que o aquecimento dos cavalos no trans-cirúrgico diminuiu 
quantitativamente as perdas de calor, resultando em maior temperatura 
corporal durante a recuperação quando comparados aos animais que não 
foram aquecidos. 
 
CONCLUSÕES 
Todos os momentos do procedimento anestésico estão interligados, e 
assim, a indução realizada com contenção e protocolos adequados, aliada à 
ampla monitoração durante a intervenção cirúrgica deve resultar em uma 
recuperação suave, sem transtornos para o animal. As complicações vistas no 
transcorrer do procedimento anestésico em eqüinos geralmente dizem respeito 
a sua anatomia e fisiologia muito particulares. O tamanho do animal, seu peso 
e temperamento, especificamente; e as alterações hemodinâmicas e 
respiratórias ocasionadas pelo decúbito são fatores que vão contribuir para a 
necessidade da procura por alternativas nessa área. 
Almeida, M.R. e Almeida, R.M. Complicações anestésicas em eqüinos – revisão de 
literatura. PUBVET, V.2, N.27, Art#273, Jul2, 2008. 
Apesar do grande avanço tecnológico que vem dar subsídios ao 
profissional para que seja possível prevenir, contornar ou minimizar eventuais 
problemas trans ou pós-operatórios, continua alta a taxa de mortalidade de 
eqüinos relacionada ao procedimento cirúrgico-anestésico. Aliadas à 
modernização de aparelhos, novas técnicas anestésicas têm sido 
implementadas, no sentido de interferir o mínimo possível na condição 
fisiológica do animal. Com isso, procedimentos que mantenham o animal em 
posição quadrupedal em substituição ao decúbito, a escolha de anestésicos que 
se encaixem melhor ao quadro clínico em questão, a estabilização prévia à 
cirurgia, entre outros fatores, têm proporcionado avanços na qualidade da 
recuperação e do pós-cirúrgico. 
O empenho na resolução das principais complicações ligadas ao decúbito 
e à administração de anestésicos voláteis tem rendido frutos. A utilização da 
anestesia balanceada tem sido amplamente difundida, como a infusão contínua 
de fármacos analgésicos para potencializar o anestésico inalatório, com o 
objetivo de diminuir sua fração inspirada e manter um plano cirúrgico estável. 
Além disso, a busca pela associação de fármacos, visando diminuição de doses 
e obtenção de efeitos sinérgicos, a pesquisa por analgésicos com efeito 
prolongado, e anestésicos com menor tempo de ação vão proporcionar ao 
anestesista maior controle sobre uma gama de fatores que podem interferir 
negativamente no procedimento. 
Os avanços que dizem respeito à infra-estrutura e aparelhagem utilizada 
também têm papel importante. A utilização de equipamentos adaptados para o 
período de recuperação e aqueles destinados à contenção física e a 
monitoração por meio de aparelhos que permitem ao anestesista uma maior 
mobilidade dentro do centro cirúrgico são conquistas recentes que apontam 
para uma resolução mais imediata e eficaz de problemas que possam ocorrer. 
 
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