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espiroquetas • 3 gêneros de importância médica: Treponema, Borrelia e Leptospira = Borrelia burgdorferi e outras espécies → Doença de Lyme e Doença de Lyme-Símile ou Síndrome de Baggio-Yoshinari. É uma zoonose - B. burgdorferi: apresenta um pequeno cromossomo linear - Transmissão: acredita-se que no Brasil ocorra por picada de carrapatos como Amblyoma e/ou Rhipicephalus. Os reservatórios incluem animais como cães, equinos e bovinos, além de animais silvestres, como roedores e marsupiais - Doença que ocorre no Brasil apresenta diferenças com a forma que ocorre no hemisfério norte = Agente etiológico ainda não isolado = Sorologia: apesar de relevante para o diagnóstico: títulos baixos e oscilantes - Pesquisas Hospital das Clinicas (SP): presença no sangue de doentes de estruturas similares a Mycoplasma, Chlamydia e espiroquetídeos - Quadro clínico é variado, podendo desencadear manifestações cutâneas, articulares, neurológicas, cardíacas e oftalmológicas, - Período de incubação: 3 a 32 dias (em média 10 dias) - Doença ocorre classicamente em 3 estágios distintos: a) Estágio 1: b) Estágio 2 (fase de disseminação) [semanas ou meses após o estágio 1) c) Estágio 3: Diagnóstico com base: → Epidemiologia: evidência de picada carrapato ou visita a área risco 30d antes início do quadro clinico → Clínica: lesão patognomônica ou manifestação sistêmica (acometimento neurológico, cardíaco ou reumatológico) → Sorologia (Elisa ou Western Blotting) Tratamento: = Fase inicial (tratamento por período mínimo de 30d) : - adultos: doxiciclina - crianças: amoxicilina = Manifestações neurológicas ou artrite recorrente: penicilina G cristalina ou ceftriaxona (30d), seguido de tratamento oral por mais 2 meses = No início do tratamento pode ocorrer a Reação de Jarisch-Herxheimer LEPTOSPIROSE (Doença de notificação compulsória) ( Doença infecciosa, sistêmica, caracterizada por uma vasculite generalizada. É classificada como uma zoonose ( Características gerais do microrganismo: ( Taxonomia: = Classicamente: 2 espécies (L. interrogans [patogênica] e L. biflexa). Atualmente várias espécies = L. interrogans e outras espécies: apresentam um total de mais de 20 sorogrupos e mais de 200 sorovares = Base taxonômica ( EPIDEMIOLOGIA = É uma doença universal, presente em regiões tropicais e subtropicais do planeta = Afeta paises desenvolvidos e em desenvolvimento, com danos à saúde humana, animal e repercussões econômicas = Reservatórios: - roedores (principalmente o rato): são os portadores naturais; as leptospiras alojam-se nos rins e são eliminadas vivas para o ambiente; podem eliminar por toda a vida - diferentes espécies de roedores podem ser reservatórios, mas ratos são os principais portadores de sorovares como o icterohaemorragiae - vários animais domésticos e silvestres também atuam como reservatórios = Doença no Brasil: endêmica em grandes centros urbanos, epidêmica em determinadas épocas = Transmissão pode ser: ► Direta: contato com urina, sangue ou tecidos de animais ► Indireta: urina com leptospira contamina água, lama, vegetação ou alimentos - Água: primordial na transmissão (frequentemente existe um elo hídrico entre o animal e o homem) - Importância do homem na cadeia epidemiológica? = Grupos populacionais mais expostos: moradores de áreas c/ más condições de saneamento e expostos a urina de roedores, trabalhadores de abatedouros, veterinários, criadores e tratadores de animais, lavradores, trabalhadores da rede de esgoto, garis, militares em treinamento em regiões pantanosas, trabalhadores da construção civil, mineiros, estivadores, praticantes de certas atividades recreacionais ( Possíveis fatores ligados à virulência: Patogenia Observações: = PI: mais frequentemente entre 5 - 14d [mas pode variar de 1–30d → dificuldades para o diagnóstico] = Infecções podem ser assintomáticas, ou sintomáticas com apresentação inespecífica ou não, e de intensidade variando de branda a grave e potencialmente fatal = Amplo espectro de sinais e sintomas: dificuldades para o diagnóstico clínico Clinicamente a doença pode se manifestar sob as formas: = Anictérica, que pode curar mais precocemente ou seguir uma evolução bifásica = Ictérica ou Síndrome de Weil a) Anictérica – quando ocorre com a forma típica de evolução bifásica: b) Forma Ictérica ou Ictero-hemorrágica ou Síndrome de Weil = 3 a 7 d após o início da doença = Doentes pioram progressivamente, sem remissão Principais Manifestações Clínicas 1) Anictérica = É a forma mais frequente = Muitas vezes é rotulada de “síndrome gripal”, ou “virose”, ou diagnosticada como outra doença ocorrente na época = Pode ser leve, com cura em poucos dias. Quando se apresenta como doença febril bifásica a gravidade é variável a) Fase septicêmica (ou Precoce) → Início quase sempre súbito, com febre alta, calafrios, cefaléia forte e mialgia intensa = mialgia: considerada por muitos como o sintoma mais precoce = sítios mais acometidos pela mialgia → Conjuntivite, com hiperemia conjuntival, podendo ocorrer sufusão hemorrágica) → Sinais meníngeos geralmente estão ausentes nesta fase → Pode ocorrer: náusea, vômito e diarréia (contribuem para desidratação); pode ocorrer melena ou enterorragia → Comprometimento pulmonar. (tosse seca ou produtiva, c/ expectoração hemoptóica ou não) [Hemoptise franca: denota gravidade, podendo levar a Insuficiência Respiratória Aguda e óbito] → Pode ocorrer hepatomegalia (transaminases geralmente normais) → Exantemas variados (rash cutâneo): 10-20% [macular, papular, urticariforme ou purpúrico] → Outros sintomas menos frequentes: faringite, adenopatias, orquite e prostatite, edema de órgãos internos, confusão mental b) Fase imune (ou Tardia) ( As manifestações gerais são similares às da 1ª fase, podendo haver abrandamento ou intensificação de alguns sintomas ( Quadro de meningite asséptica é frequente nesta fase (somente uma parcela dos pacientes apresenta sinais/sintomas, mas a maioria apresenta reação liquórica) ( Nesta fase pode ocorrer acometimento ocular, caracterizado por uveite, com irite, iridociclite, e coriorretinite. Pode surgir em período de 3 semanas da doença até 1ano. Pode ser episódio único, recorrente, ou cronificado. 2) Ictérica (Icterohemorrágica; Síndrome de Weil): = Evolui com icterícia, insuficiência renal e transtornos hemorrágicos = Geralmente não apresenta curso bifásico e a letalidade é de cerca de 10% (letalidade maior que 50% ocorre nos pacientes c/ hemorragia pulmonar) = Nesta forma os sintomas da forma anictérica são seguidos de: → Icterícia “rubínica” (geralmente surge por volta do 3º ao 7º dia da doença) → Alterações renais (insuficiência renal aguda): contribuição de fatores como: - migração de espiroquetas e deposição de antígenos nos rins - vasculopatia e desidratação Obs: na Leptospirose comumente ocorre uma forma peculiar de I.R.A (Obs: quando ocorre oligúria ou anúria, o prognóstico é pior) → Alterações cardíacas (miocardite). Em situações mais graves pode ser causa de óbito → Comprometimento pulmonar: tosse seca ou com expectoração hemoptóica, dispneia (Hemoptise franca denota gravidade [Forma Pulmonar Grave da Leptospirose (FPGL)] → Alterações hemorrágicas variadas (petéquias, equimoses, epistache, hemoptise, enterorragias, etc) DIAGNÓSTICO LABORATORIAL 1ª semana ( Amostras de sangue, líquor, etc: a) Microscopia direta: baixo grau de sensibilidade e especificidade b) Cultura em meio enriquecido para Leptospira - Limitação: tempo c) PCR: Sensibilidade só de 62%, mas vantagem de execução nos primeiros diasda doença 2ª semana a) Cultura da urina (alcalinizada) b) Sorologia (é o método mais empregado; boa sensibilidade e especificidade): ( Aglutinação Macroscópica - técnica de fácil execução; grande utilidade em pequenos laboratórios de hospitais gerais ou centros de saúde; utiliza cultura formolizada como antígeno - utiliza pools de antígenos ( Aglutinação Microscópica (microscopia de campo escuro) - teste “padrão ouro” para confirmação do diagnóstico - utiliza amostras pareadas de soro - usado também para identificação dos sorovares - não executada em laboratórios de rotina ( Teste de Elisa-IgM : é a técnica atual nos Laboratórios Centrais de Saúde Pública Prevenção e Controle Controle de roedores Cuidados com a exposição ocupacional e recreacional Eliminação de entulhos, materiais de construção em desuso, etc (abrigo de roedores) Armazenagem correta dos alimentos Descarte de alimentos expostos a contato com águas contaminadas Armazenagem e destino adequado do lixo Desassoreamento, limpeza e canalização de córregos Drenagem de águas livres supostamente contaminadas ( Tratamento: = Medida importante nos casos graves: hidratação venosa = Após tratamento inicial com penicilina alguns pacientes podem desenvolver a reação de Jarisch- Herxheimer = Antibioticoterapia: - casos leves: ampicilina, amoxicilina ou doxiciclina - casos graves: penicilina G cristalina = Avaliar indicação de diálise = Evitar salicilatos = Sangramentos importantes: considerar a necessidade de transfusão de sangue total e concentrado de plaquetas = Se o paciente apresentar um ou mais dos sinais de alerta abaixo relacionados, deve-se indicar a internação, iniciar a antibioticoterapia e as medidas de suporte direcionadas para os órgãos-alvo acometidos, principalmente pulmões e rins (Leptospirose Diagnóstico e Manejo Clínico MS) Sinais clínicos de alerta 1. Dispneia, tosse e taquipneia 2. Alterações urinárias, geralmente oligúria 3. Fenômenos hemorrágicos, incluindo hemoptise e escarros hemoptoicos 4. Hipotensão 5. Alterações do nível de consciência 6. Vômitos frequentes 7. Arritmias 8. Icterícia ( Quimioprofilaxia (para indivíduos expostos ou que irão se expor) • Bactérias delgadas, flexíveis, enroladas em forma de espiral • Observadas por meio de técnicas como a microscopia de campo escuro e impregnação pela prata • Presença de filamento axial (flagelo periplásmico), que percorre a célula abaixo da membrana externa = Principal manifestação: Eritema Crônico Migratório (duração de cerca de 30d, podendo persistir por meses) (mácula ou pápula eritematosa que aumenta de diâmetro à medida que o centro vai se tornando claro) = Ocasionalmente outras apresentações = Esta lesão pode não estar presente em até 50% dos casos = “Síndrome gripal” pode estar presente = Freqüentemente a lesão é acompanhada de “síndrome gripal”; sintomas de meningite podem estar presentes Meses ou anos mais tarde: = Manifestações: - neurológicas - articulares (episódios intermitentes de artrites) - cardíacas (arritmia) - cutâneas recorrentes = Principais manifestações: - neurológicas (podem aparecer isoladamente; múltiplas apresentações) - articulares (artrites constantes e de difícil resolução) - oftalmológicas = Morfologia: helicoidal, com uma ou ambas extremidades dobradas ou forma de gancho, muito delgadas = Visualização: microscopia de campo escuro, contraste de fase e impregnação pela prata = Sobrevivência no ambiente: várias semanas em água doce levemente alcalina = Adesinas para componentes da matriz extracelular = Hialuronidase, morfologia e motilidade do microrganismo (favorecem invasão) = Proteases (ex: colagenase → danos ao endotélio capilar) = Fatores imunopatológicos (ex: complexos imunes nos rins e endotélio vascular) = Componentes de parede celular (glicolipoproteina, LPS, peptideoglicano...) Invasão da Leptospira (mucosas [orofaringe, nasal; conjuntiva]; pele lesada ou “macerada”) → invade a CS → disseminação para todos os órgãos e tecidos, c/ localização especialmente no fígado, rins, coração e musculatura esquelética 1) Fase Septicêmica ou Leptospirêmica ou Precoce (duração: 4-7 dias) - Leptospiras podem ser cultivadas de vários tecidos e líquidos corporais (mas urina: preferencialmente a partir da 2ª semana) Período de defervescência (duração: horas a 3 dias): = Remissão dos sintomas (distinção entre a 1ª e a 2ª fase nem sempre é evidente) 2) Fase Imune ou Leptospirúrica ou Tardia (pode durar de 4 a 30 dias) = Coincide com surgimento de Acs IgM opsonizantes = Sítios de persistência das Leptospiras ? Em uma parcela de casos a forma Forma Septicêmica evolui diretamente para: = Quadros respiratórios que evoluem para insuficiência respiratória aguda, hemorragia pulmonar maciça e óbito = Pode preceder o quadro de icterícia e insuficiência renal = Óbito pode ocorrer nas primeiras 24h de internação (a letalidade maior que 50%) Obs: na maioria dos pacientes a hemorragia pulmonar maciça não e identificada até que uma radiografia de torax seja realizada, ou que o paciente seja submetido a intubação orotraqueal �PAGE � �PAGE �9�
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