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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO ENGENHARIA CIVIL Av: Dom José Gaspar, 500 Coração Eucarístico Belo Horizonte - MG - CEP 30535-901 Tel.: (0**31) 3319-4444 – Fax: (0**31) 3319-4225 - 1 - FUNÇÃO: ENGENHARIA CIVIL ÁREA DE CONHEC.: INFRA-ESTRUTURA VIÁRIA AULAS Nº: 11 – TEÓRICA PROF.: HENRIQUE J. RAAD (henriquejraad@yahoo.com.br) 1. TEÓRICA: Concordância em Curvas Horizontais de Transição Quando um veículo em movimento por uma via passa de um trecho em tangente (raio infinito) para um trecho curvo (raio finito), surge uma força aplicada no automóvel que tende a conduzi-lo perpendicularmente à tangente da curva no ponto instantâneo, conhecida como força centrífuga. Considerando este fenômeno, o desenvolvimento de projetos viários deve observar critérios de conforto e segurança para os usuários na execução das curvas do eixo viário, visando reduzir incômodos gerados por uma criação brusca de força centrífuga sobre o veículo no momento de entrada do mesmo na curva. Para tanto utiliza-se nas curvas o elemento denominado “transição”, que se caracteriza como um trecho onde o raio vai variar gradativamente do valor do trecho em tangente (raio infinito) para o valor do trecho em curva mais acentuada (ou vice-versa). Segundo PONTES FILHO (1998), a curva de transição exerce três funções principais: • Proporcionar o crescimento gradual da força centrífuga que incide sobre o veículo quando de sua passagem do trecho em tangente para o trecho curvo; • Garantir intervalo suficiente e adequado para o giro da pista no sentido transversal para que a mesma atinja gradualmente o valor da superelevação máxima no ponto ode a curva possui menor raio; • Garante visibilidade satisfatória ao veículo e possibilita mudanças de direção com a constância da velocidade de operação. Diversos são os tipos de curvas de transição. Neste estudo, porém nos ateremos ao uso das curvas denominadas “Clotóides” ou “Espirais de Cornu”. Nestas curvas, o produto do raio de curvatura “R” pelo seu comprimento “L” desde a origem é igual a uma constante K2. A magnitude K é denominada parâmetro da clotóide. Quanto maior o parâmetro, mais lenta é a mudança da curvatura, o que garante a adoção de maiores velocidades diretrizes (Figura 1). Figura 1: Parâmetros da Clotóide de Transição [sic PONTES FILHO, 1998] As curvas de transição podem ser do tipo simétricas, quando a curva interna de raio constante é separada das tangentes por trechos de transição de parâmetros iguais, ou assimétricas, quando tais trechos não possuem parâmetros iguais. Dentre os diversos métodos de cálculo para as curvas de transição, estudaremos aqui o mais utilizado, denominado método do raio conservado. O uso de curvas de transição, segundo o DNER, deve ser observada a velocidade diretriz da via para definição do uso ou não da transição. A Tabela 1 indica a dispensa ou não da curva de transição. Na tabela, observa-se que, por exemplo, para uma velocidade de projeto de 70 km/h, quando adotar-se raio superior a 950 metros pode ser dispensada a transição nas curvas. PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO ENGENHARIA CIVIL Engenharia Civil – Infra-estrutura Viária Prof. Henrique J. Raad henriquejraad@yahoo.com.br - 2 - Tabela 1: Valores limites dos raios R acima dos quais podem ser dispensadas curvas de transição [sic PONTES FILHO, 1998] Vp (km/h) 30 40 50 60 70 80 90 100 R (m) 170 300 500 700 950 1200 1550 1900 A seguir serão apresentadas as metodologias de cálculo para cada um destes dois tipos. Curva horizontal com transição simétrica A Figura 2 mostra a representação de uma curva horizontal de transição simétrica com seus elementos constituintes, incluindo curvatura interna e espirais de transição. Figura 2: Curva horizontal com espirais de transição simétrica [sic PONTES FILHO, 1998] PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO ENGENHARIA CIVIL Engenharia Civil – Infra-estrutura Viária Prof. Henrique J. Raad henriquejraad@yahoo.com.br - 3 - A Clotóide, por definição, possui o raio de curvatura, em qualquer ponto, inversamente proporcional aos desenvolvimentos de seus respectivos arcos. Sendo L o comprimento do arco e R o raio de curvatura no extremo deste mesmo arco, a lei de curvatura da Clotóide é dada pela expressão: 2KLR =⋅ , Equação 001 onde K é o parâmetro da Clotóide. Tomando-se, na Figura 3, o raio do ponto SC como sendo RC e o desenvolvimento do arco TS a SC como sendo Ls, e considerando que o raio Rc é também o raio da curva circular central, temos, de acordo com a Equação 001: 2KLR sc =⋅ , Equação 002 e 2KLRLR sc =⋅=⋅ . Equação 003 Figura 3: Elementos da espiral [sic PONTES FILHO, 1998] Pela análise da Figura 3, à curva de ângulo infinitesimal dθ (θ medido em radianos) e raio R existe um correspondente comprimento de arco dL. Com o uso da Equação 003 temos: ∴=⋅= θθ d L KdRdL 2 2K dLLd ⋅=θ . Equação 004 Por integração, temos: ∴ ⋅ = ∫∫ 2K dLLdθ 2 2 2K L =θ , Equação 005 e, substituindo o termo K2, conforme a Equação 003, temos: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO ENGENHARIA CIVIL Engenharia Civil – Infra-estrutura Viária Prof. Henrique J. Raad henriquejraad@yahoo.com.br - 4 - sc LR L ⋅⋅ = 2 2 θ . Equação 006 Por outra análise da Figura 3, podemos ainda afirmar que: ∴= dL dxθcos dLdx ⋅= θcos . Equação 007 Desenvolvendo a Equação 007 com a utilização de séries de potência (Taylor), obtemos: dLdx ⋅ +−+−= ... !6!4!2 1 642 θθθ . Equação 008 Por integração da Equação 008, teremos: ∴⋅ +−+−= ∫∫ dLdx ...!6!4!2 1 642 θθθ ∴⋅ + − + −= ∫∫ dL K L K L K L dx ... !6 2 !4 2 !2 2 1 6 2 24 2 22 2 2 ( ) ( ) ( ) ∴⋅ + ⋅ − ⋅ + ⋅ −= ∫ dL K L K L K L x ... !62!42!22 1 62 12 42 8 22 4 ( ) ( ) ( ) ∴+⋅⋅−⋅⋅+⋅⋅−= ...!6132!492!252 62 13 42 9 22 5 K L K L K LLx ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ∴ + ⋅⋅ − ⋅⋅ + ⋅⋅ −⋅= ... !6132!492!252 1 62 62 42 42 22 22 K L K L K LLx ∴ + ⋅ − ⋅ + ⋅ − ⋅ ⋅= ... !613!49!25!01 6420 θθθθLx +−+−⋅= ... 936021610 1 642 θθθLx . Equação 009 Analogamente, para o seno do ângulo θ temos: ∴= dL dy senθ dLsendy ⋅= θ . Equação 010 Desenvolvendo a Equação 010 com a utilização de séries de potência (Taylor), obtemos: dLdy ⋅ +−+−= ... !7!5!3 753 θθθθ . Equação 011 Por integração, teremos: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO ENGENHARIA CIVIL Engenharia Civil – Infra-estrutura Viária Prof. Henrique J. Raad henriquejraad@yahoo.com.br - 5- ∴⋅ +−+−= ∫∫ dLdy ...!7!5!3 753 θθθθ ∴⋅ + − + − = ∫∫ dL K L K L K L K Ldy ... !7 2 !5 2 !3 2 2 7 2 25 2 23 2 2 2 2 ( ) ( ) ( ) ∴⋅ + ⋅ − ⋅ + ⋅ −= ∫ dLK L K L K L K Ly ... !72!52!322 72 14 52 10 32 6 2 2 ( ) ( ) ( ) ∴+⋅⋅−⋅⋅+⋅⋅−⋅= ...!7215!5211!32723 72 15 52 11 32 7 2 3 K L K L K L K Ly ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ∴ + ⋅⋅ − ⋅⋅ + ⋅⋅ − ⋅ ⋅= ... !7152!5112!37223 72 72 52 52 32 32 2 2 K L K L K L K LLy ∴ + ⋅ − ⋅ + ⋅ − ⋅ ⋅= ... !715!511!37!13 7531 θθθθLy +−+−⋅= ... 756001320423 753 θθθθLy . Equação 012 Generalizando as Equações 011 e 012 temos: ( ) ( ) ( )∑ ∞ = ⋅+ ⋅− ⋅= 0 2 !214 1 n nn nn Lx θ , e Equação 013 ( ) ( ) ( )∑ ∞ = + +⋅+ ⋅− ⋅= 0 12 !1234 1 n nn nn Ly θ . Equação 014 Utilizando-se a Equação 005 nas Equações 009 e 012, obtém-se: +−+−⋅⋅= ... 936021610 12 642 θθθθKx , e Equação 015 +−+−⋅⋅= ... 756001320423 2 753 θθθθθKy , Equação 016 constituindo tais equações às da Clotóide com base em seu parâmetro K. Considerando que no ponto SC da curva de transição L = Ls, temos (conforme Equações 006, 009 e 012): ∴ ⋅⋅ = sc s s LR L 2 2 θ c s s R L ⋅ = 2 θ , Equação 017 +−+−⋅= ... 936021610 1 642 sss ss LX θθθ , e Equação 018 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO ENGENHARIA CIVIL Engenharia Civil – Infra-estrutura Viária Prof. Henrique J. Raad henriquejraad@yahoo.com.br - 6 - +−+−⋅= ... 756001320423 753 ssss ss LY θθθθ . Equação 019 A prática de projeto verificou, porém, que as equações 018 e 019 podem ser reduzidas sem perda em seus valores considerando limites de precisão necessários, uma vez que quanto mais elevado o termo, menor sua participação no valor final. Assim: +−⋅= 21610 1 42 ss ss LX θθ , e Equação 020 −⋅= 423 3 ss ss LY θθ . Equação 021 Com base na Figura 4 a seguir, podemos definir algumas relações entre componentes da curva de transição, a saber: Figura 4: Elementos da espiral de transição [sic PONTES FILHO, 1998] ∴+= akX s aXk s −= ; Equação 022 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO ENGENHARIA CIVIL Engenharia Civil – Infra-estrutura Viária Prof. Henrique J. Raad henriquejraad@yahoo.com.br - 7 - ∴+= bpYs bYp s −= ; Equação 023 ∴= c s R a senθ sc senRa θ⋅= ; Equação 024 ∴ − = c c s R bRθcos ( )scRb θcos1−⋅= ; Equação 025 pR kTT c + − = ∆ 2 tan ; Equação 026 ER pR c c + + = ∆ 2 cos . Equação 027 Mesclando as Equações 022 a 027, obtemos as expressões para os cálculos da abscissa do centro O’ (k), do afastamento da curva circular (p), da tangente total (TT), e da distância do PI ao ponto médio da curva circular (E): scs senRXk θ⋅−= ; Equação 028 ( )scs RYp θcos1 −⋅−= ; Equação 029 ( ) ∆ ⋅++= 2 tanpRkTT c ; Equação 030 c c RpRE − ∆ + = 2 cos . Equação 031 As estacas dos pontos notáveis são calculadas pelas equações a seguir: ( ) ( ) [ ]TTPIETSE −= ; Equação 032 ( ) ( ) [ ]sLTSESCE += ; Equação 033 ( ) ( ) [ ]DSCECSE += ; Equação 034 ( ) ( ) [ ]sLCSESTE += . Equação 035 O desenvolvimento da curva circular (D) para as curvas com transições simétricas é dado por: φ⋅= cRD , Equação 036 sendo sθφ 2−∆= , Equação 037 com D e Rc dados em metros e Ø em radianos. Na Equação 036 D deve ser não negativo, ou seja, D ≥ 0, e para isso, os valores máximos de Ls devem ser reduzidos possibilitando tal situação. Comprimentos mínimo e máximo de transição O cálculo do comprimento mínimo do trecho de transição deve ser feito de forma a considerar valores onde a força centrífuga é inserida no movimento do veículo gradualmente. Analisando a Figura 2 nota-se que em qualquer ponto da Clotóide temos: cc LRLR ⋅=⋅ . Equação 038 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO ENGENHARIA CIVIL Engenharia Civil – Infra-estrutura Viária Prof. Henrique J. Raad henriquejraad@yahoo.com.br - 8 - Sendo a aceleração centrífuga dada por: R v ac 2 = , Equação 039 v indicando a velocidade do veículo, temos (por substituição da Equação 038 em 039): sc c LR Lv a ⋅ ⋅ = 2 . Equação 040 O comprimento de transição Ls pode também ser entendido como o produto da velocidade uniforme do veículo pelo tempo que o mesmo utiliza para percorrer Ls, ou seja: tvL ⋅= ; Equação 041 com base nesta afirmação, temos então: ∴ ⋅ ⋅⋅ = sc c LR tvv a 2 sc c LR tv a ⋅ ⋅ = 3 . Equação 042 A variação da aceleração centrífuga deve ser constante, então: ( ) J dt ad c = , Equação 043 sendo J a constante de aumento da reação radial sobre o veículo, temos então: sc LR vJ ⋅ = 3 . Equação 044 Estudos mostram que valores aceitáveis de J situam-se entre 0,3 e 0,8 m/s3. O DNIT adota como Jmax o valor de 0,6 m/s3. Considerando, então, Jmax = 0,6 m/s3, Rc em metros e V em km/h, o comprimento mínimo do trecho de transição, em metros, será dado por: ∴ ⋅ = ⋅ = cc s R V RJ vL 6,0 6,3 3 max 3 min c s R VL 3 min 036,0 ⋅= . Equação 045 Devem ser adotados preferencialmente valores superiores ao Ls mínimo calculado, sendo usual considerar como valor a ser adotado (Ls min + Ls max)/2 ou 3Ls min desde que estes valores sejam menores que Ls max [PONTES FILHO, 1998]. O critério do tempo de percurso na transição define o comprimento mínimo da transição como sendo a distância mínima que o veículo deve percorrer à velocidade diretriz em 2 segundos. Sendo assim, por este critério temos: VLs ⋅= 556,0min . Equação 046 O comprimento máximo da transição corresponde ao valor de desenvolvimento do trecho de transição onde o comprimento do trecho de curva circular é nulo, ou seja: ∴⋅==∆∴=−∆= c s ss R L 2 2202 maxθθφ ∆⋅= cs RL max , Equação 047 com Ls max e Rc em metros e ∆ em radianos. PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO ENGENHARIA CIVIL Engenharia Civil – Infra-estrutura Viária Prof. Henrique J. Raad henriquejraad@yahoo.com.br - 9 - Exemplo 1: Numa curva de uma rodovia temos os seguintes elementos [sic PONTES FILHO, 1998]: V=80 km/h, ∆=35º, Rc=500 m e E(PI)=E228+17,00 m. Determinar Ls min, Ls max, θs,Xs, Ys, Ø, D, k, p, TT, E, E(TS), E(SC), E(CS), E(ST). Resolução: Cálculo de Ls min Da Equação 045 temos: mLL ss 86,36500 80036,0 min 3 min =∴⋅= Cálculo de Ls max Da Equação 047 temos: mLLRL sscs 43,305180 º35500 maxmaxmax =∴ ⋅⋅ =∴∆⋅= pi Cálculo de θs Da Equação 017 temos, adotando-se Ls ≈ 3Ls min: radss 120,05002 120 =∴ ⋅ = θθ Cálculo de Xs Da Equação 020 temos: mXX ss 83,119216 12,0 10 12,01120 42 =∴ +−⋅= Cálculo de Ys Da Equação 021 temos: mYY ss 80,442 12,0 3 12,0120 3 =∴ −⋅= Cálculo de Ø Da Equação 037 temos: rad370867,012,02 180 35 =∴⋅−⋅= φpiφ Cálculo de D Da Equação 036 temos: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO ENGENHARIA CIVIL Engenharia Civil – Infra-estrutura Viária Prof. Henrique J. Raad henriquejraad@yahoo.com.br - 10 - mDD 43,185370867,0500 =∴⋅= Cálculo de k Da Equação 028 temos: ( ) mkradk 98,5912,0sen50083,119 =∴⋅−= Cálculo de p Da Equação 029 temos: ( )[ ] mpradp 20,112,0cos150080,4 =∴−⋅−= Cálculo de TT Da Equação 030 temos: ( ) mTTTT 00,218 2 º35 tan20,150098,59 =∴ ⋅++= Cálculo de E Da Equação 031 temos: mEE 52,25500 2 º35 cos 20,1500 =∴− + = Cálculo das estacas Das Equações 032 a 035 temos: ( ) ( ) mETSEmETSE 00,19217)(00,21800,17228 +=∴−+= , ( ) ( ) ( ) mESCEmmESCE 00,1922300,12000,19217 +=∴++= , ( ) ( ) ( ) mECSEmmECSE 43,423343,18500,19223 +=∴++= , e ( ) ( ) ( ) mESTEmmESTE 43,423900,12043,4233 +=∴++= . *** Curva circular com transições assimétricas Curvas circulares com transição assimétricas são as curvas onde as transições de entrada e saída da curva circular possuem comprimentos diferentes. Para tais curvas, conforme Figura 5, com excessão dos valores TT1 e TT2, todos os elementos são calculados de forma análoga às curvas simétricas. Para o cálculo de TT1 e TT2 temos, com base em análise da Figura 5: ( ) ( ) ∆ ⋅+ 2 tan1 1pRc , PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO ENGENHARIA CIVIL Engenharia Civil – Infra-estrutura Viária Prof. Henrique J. Raad henriquejraad@yahoo.com.br - 11 - ( ) ( ) ∆ ⋅+ 2 tan2 2pRc , ( ) ∆ − sen 3 12 pp , então ( ) ∆ − + ∆ ⋅++= sen2 tan 12111 pppRkTT c Equação 048 para a Espiral 1, e ( ) ∆ − + ∆ ⋅++= sen2 tan 12222 pppRkTT c Equação 049 para a Espiral 2. Figura 5: Curva horizontal circular com transições assimétricas [sic PONTES FILHO, 1998] As demais relações podem ser conhecidas como c s s R L ⋅ = 2 1 1θ , Equação 050 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO ENGENHARIA CIVIL Engenharia Civil – Infra-estrutura Viária Prof. Henrique J. Raad henriquejraad@yahoo.com.br - 12 - +−+−⋅= ... 936021610 1 6 1 4 1 2 1 11 sss ss LX θθθ , Equação 051 +−+−⋅= ... 756001320423 7 1 5 1 3 11 11 ssss ss LY θθθθ , Equação 052 111 sen scs RXk θ⋅−= , e Equação 053 ( )111 cos1 scs RYp θ−⋅−= , Equação 054 sendo estas equações (050 a 054) relacionadas à Espiral 1, e c s s R L ⋅ = 2 2 2θ , Equação 055 +−+−⋅= ... 936021610 1 6 2 4 2 2 2 22 sss ss LX θθθ , Equação 056 +−+−⋅= ... 756001320423 7 2 5 2 3 22 22 ssss ss LY θθθθ , Equação 057 222 sen scs RXk θ⋅−= , e Equação 058 ( )222 cos1 scs RYp θ−⋅−= , Equação 059 estas equações (055 a 059) relacionadas à Espiral 2, valendo ainda a seguinte relação ( ) 021 ≥+−∆= ss θθφ . Equação 060 Os demais tipos de curvas horizontais são calculados através da soma dos procedimentos adotados para os cálculos vistos em curvas simples, compostas e de transição. Exemplo 2: Para a curva do Exemplo 1, considerando que a mesma é assimétrica e que Ls1 e Ls2 medem respectivamente 120,0 m e 150,0 m, determine Ls min, Ls max, θs1, Xs1, Ys1, Ø, D, k1, p1, TT1, E, E(TS), E(SC), E(CS), E(ST), θs2, Xs2, Ys2, k2, p2, TT2. Resolução: Cálculo de Ls min Da Equação 045 temos: mLL ss 86,36500 80036,0 min 3 min =∴⋅= Cálculo de Ls max Da Equação 047 temos: mLLRL sscs 43,305180 º35500 maxmaxmax =∴ ⋅⋅ =∴∆⋅= pi Cálculo de θs1 Da Equação 050 temos PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO ENGENHARIA CIVIL Engenharia Civil – Infra-estrutura Viária Prof. Henrique J. Raad henriquejraad@yahoo.com.br - 13 - radss 120,05002 120 11 =∴ ⋅ = θθ Cálculo de θs2 Da Equação 055 temos radss 150,05002 150 22 =∴ ⋅ = θθ Cálculo de Xs1 Da Equação 051 temos: mXX ss 83,119216 12,0 10 12,01120 1 42 1 =∴ +−⋅= Cálculo de Xs2 Da Equação 056 temos: mXX ss 66,149216 15,0 10 15,01150 2 42 2 =∴ +−⋅= Cálculo de Ys1 Da Equação 052 temos: mYY ss 80,442 12,0 3 12,0120 1 3 1 =∴ −⋅= Cálculo de Ys2 Da Equação 057 temos: mYY ss 49,742 15,0 3 15,0150 2 3 2 =∴ −⋅= Cálculo de Ø Da Equação 060 temos: ( ) rad3409,0015,012,0 180 35 =∴≥+−⋅= φpiφ Cálculo de D Da Equação 036 temos: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO ENGENHARIA CIVIL Engenharia Civil – Infra-estrutura Viária Prof. Henrique J. Raad henriquejraad@yahoo.com.br - 14 - mDD 43,185370867,0500 =∴⋅= Cálculo de k1 Da Equação 053 temos: ( ) mkradk 98,5912,0sen50083,119 11 =∴⋅−= Cálculo de k2 Da Equação 058 temos: ( ) mkradk 94,7415,0sen50066,149 22 =∴⋅−= Cálculo de p1 Da Equação 054 temos: ( )[ ] mpradp 20,112,0cos150080,4 11 =∴−⋅−= Cálculo de p2 Da Equação 059 temos: ( )[ ] mpradp 88,115,0cos150049,7 22 =∴−⋅−= Cálculo de TT1 Da Equação 048 temos: ( ) mTTTT 16,219 º35sen 20,188,1 2 º35 tan20,150098,59 11 =∴ − + ⋅++= Cálculo de TT2 Da Equação 049 temos: ( ) mTTTT 57,233 º35sen 20,188,1 2 º35 tan88,150094,74 22 =∴ − + ⋅++= Cálculo de E Da Equação 031 temos: mEE 52,25500 2 º35 cos 20,1500 =∴− + = Cálculo das estacas Das Equações 032 a 035 temos: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO ENGENHARIA CIVIL Engenharia Civil – Infra-estrutura Viária Prof. Henrique J. Raad henriquejraad@yahoo.com.br - 15 - ( ) ( ) mETSEmETSE 84,17217)(16,21900,17228 +=∴−+= , ( ) ( ) ( ) mESCEmmESCE 84,1722300,12084,17217 +=∴++= , ( ) ( ) ( ) mECSEmmECSE 27,323343,18584,17223 +=∴++= , e ( ) ( ) ( ) mESTEmmESTE 27,1324000,15027,3233 +=∴++= .*** 2. PRÁTICA: Exercícios extra-classe não pontuados 1. Calcule as curvas com transição simétrica e assimétrica dadas pelos Exemplos 1 e 2 considerando ∆=40º. 2. Exercícios de revisão sobre concordâncias em curvas simples e compostas desenvolvidos no Anexo I. 3. BIBLIOGRAFIA DNER – Departamento Nacional de Estradas de Rodagem. Manual de Projeto Geométrico de Rodovias Rurais. 1999. LEE, Shu Han. Projeto Geométrico de Estradas. Apostila do Curso de Engenharia Civil da Universidade Federal de São Carlos – UFSC. 2000. PONTES FILHO, Glauco. Estradas de Rodagem: Projeto Geométrico. São Carlos. 1998. SENÇO, Wlastermiler de. Estradas de Rodagem: Projeto. Universidade de São Paulo. 1980. CARVALHO1, M. Pacheco de. Curso de Estradas: Estudos, Projetos e Locação de Ferrovias e Rodovias. 2ª Edição. Rio De janeiro. Editora Científica. 1967. CARVALHO2, M. Pacheco de. Método Prático de Construção de Estradas de Rodagem. Rio De janeiro. Editora Rodovia. 1954.
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