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MANUTENÇÃO FALHAS CONCEITOS / INTRODUÇÃO - Todos os tipos de máquinas desgastam-se naturalmente ao longo do que é chamada "vida útil“; - A máquina nunca quebra totalmente de uma só vez, mas pára de trabalhar quando alguma parte vital de seu conjunto se danifica; A parte vital pode estar no interior da máquina, no mecanismo de transmissão, no comando ou nos controles, estar no exterior, em partes rodantes ou em acessórios; Este fenômeno é inevitável, de modo que nunca ocorre de uma máquina se recuperar, passando a operar como nova após ter apresentado uma falha operacional. Os mecanismos de desgaste ou deterioração que atuam sobre um componente podem ser de natureza mecânica, elétrica, térmica, química ou operacional; O efeito acumulativo dos mecanismos de desgaste se manifesta pela falha ou quebra do equipamento; Define-se como "falha ou quebra" a perda da função básica de um componente ou peça, com interrupção (falha funcional) ou degeneração da mesma (falha potencial). - A prevenção de quebras só pode ser efetivada após a constatação de que um determinado mecanismo de desgaste está ocorrendo; Esse fato só se torna evidente aos nossos sentidos nos estágios finais do mesmo, ou seja, quando a falha já ocorreu. - Por esse motivo são utilizadas técnicas de análise de falhas que irão revelar a natureza do desgaste ou degeneração, objetivando evitar a repetição dessas ocorrências, minimizando os custos e os danos. TIPOS DE FALHAS - Antes de detectar e corrigir uma falha, muitas vezes, antes mesmo que ela aconteça, é preciso saber identificar o que é realmente considerado falha e qual seu grau de intensidade: • Falha: quando um componente não executa uma determinada tarefa conforme o esperado; • Falha primária: o componente que falhou e, consequentemente, causou as falhas secundárias. Um exemplo disso seria uma falha do rolamento que, se negligenciada, resultará na falha secundária; • Falha secundária: falha causada por outras falhas primárias e que poderiam ser evitadas se as primárias fossem sanadas a tempo; • Concentrações de carga de estresse: quando uma determinada não pode suportar uma alta carga de esforço, normalmente é o ponto de partida de algumas avarias, deformações e defeitos nos componentes. MODOS DE FALHA - Os profissionais e engenheiros especializados em realizar as análises de causa de falhas podem utilizar diferentes formas e sistemas para detectar as avarias, entretanto a maneira mais prática para os gestores e engenheiros de manutenção e confiabilidade é classificar as falhas por sobrecarga, fadiga, corrosão influenciada fadiga, corrosão e desgaste. Sobrecarga: a aplicação de uma única carga faz com que a peça se deforme ou se “frature” quando a carga é aplicada; Fadiga: cargas flutuantes no decorrer de um período de tempo relativamente prolongado provocam este tipo de falha e, normalmente, deixa sinais de fadiga no metal; Fadiga influenciada por corrosão: a corrosão reduz substancialmente a resistência à fadiga da maioria dos metais e, eventualmente, provoca falha em cargas relativamente leves; Corrosão: o desgaste da peça é o resultado da ação elétrica da corrosão, causando uma perda de material; Desgaste: o próprio uso inadequado da ferramenta, componente ou equipamento pode acarretar um desgaste precoce nas peças. - Para interpretar uma falha com precisão, o analista tem que coletar todos os fatos pertinentes e, em seguida, decidir o que lhes causou seguindo os passos a seguir: _ Decidir qual tipo de análise aplicar; _ Saber o que aconteceu durante o processo de uso do equipamento ou componente; _ Fazer investigação preliminar; _ Coletar dados; _ Determinar o que e como fracassou; _ Examinar a analisar a falha primária; _ Determinar o tipo de falha e o que a causou; _ Identificar as causas da falha. CAUSAS DAS FALHAS A origem dos danos pode ser assim agrupada: • Erros de especificação ou de projeto: A máquina ou alguns de seus componentes não correspondem às necessidades de serviço. Os problemas se envolvem nos fatores: - Dimensões; - Rotações; - Marchas; - Materiais; - Tratamentos térmicos; - Ajustes; - Acabamentos superficiais; - Desenhos errados. • Falhas de fabricação - A máquina, com componentes falhos, não foi montada corretamente. Consequência disso: - Aparecimento de trincas; - Inclusões; - Concentração de tensões; - Contatos imperfeitos; - Folgas exageradas ou insuficientes; - Empeno ou exposição de peças a tensões não previstas no projeto. • Instalação imprópria - Trata-se de desalinhamento dos eixos entre o motor e a máquina acionada. Os desalinhamentos surgem devido a: - Fundação (local de assentamento da máquina) sujeita a vibrações; - Sobrecargas; - Trincas; - Corrosão. • Manutenção imprópria - Trata-se da perda de ajustes e da eficiência da máquina em razão dos seguintes fatores: - Sujeira; - Falta momentânea ou constante de lubrificação; - Lubrificação imprópria; - Superaquecimento (excesso ou insuficiência da viscosidade do lubrificante); - Falta de reapertos; - Falhas de controle de vibrações. • Operação imprópria - Trata-se de sobrecarga, choques e vibrações que acabam rompendo o componente mais fraco da máquina. Esse rompimento, geralmente, provoca danos em outros componentes ou peças da máquina; As falhas são inevitáveis quando aparecem por causa do trabalho executado pela máquina; Neste caso, manutenção restringe-se à observação do progresso do dano para que se possa substituir a peça no momento mais adequado. CARACTERÍSTICAS DAS FALHAS - Os danos e defeitos de peças, geralmente, residem nos chamados intensificadores de tensão, e estes são causados por erro de projeto ou especificações; - Se os intensificadores de tensão residem no erro de projeto, a forma da peça é o ponto crítico a ser examinado, porém, se os intensificadores de tensão residem nas especificações, estas são as que influirão na estrutura interna das peças; - O erro mais freqüente na forma da peça é a ocorrência de cantos vivos; - Com cantos vivos, as linhas de tensão podem se romper facilmente. Linhas de tensão em peças com cantos vivos FTA - ANÁLISE DA ÁRVORE DAS FALHAS - A crescente necessidade de melhorar a qualidade de produtos e a satisfação dos clientes tem popularizado vários métodos e técnicas que visam melhorar a confiabilidade de produtos e processos; - Uma destas técnicas é a Análise da Árvore de Falhas (FTA - Fault Tree Analysis), que visa melhorar a confiabilidade de produtos e processos através da análise sistemática de possíveis falhas e suas conseqüências, orientando na adoção de medidas corretivas ou preventivas. - O processo de construção da árvore tem início com a percepção ou previsão de uma falha, que a seguir é decomposto e detalhado até eventos mais simples. - A análise da árvore de falhas é uma técnica top-down, pois parte de eventos gerais que são desdobrados em eventos mais específicos. Diagrama FTA aplicado à uma falha em um motor de elétrico. O evento inicial, que pode ser uma falha observada ou prevista, é chamado de evento de topo. Limite de resolução do diagrama - É possível adicionar ao diagrama elementos lógicos, tais como ‘e’ e ‘ou’, para melhor caracterizar os relacionamentos entre as falhas; - Dessa forma é possível utilizar o diagrama para estimar a probabilidade de um falha acontecer a partir de eventos mais específicos. Árvore de superaquecimento em um motor elétrico utilizando elementos lógicos: FMEA – ANÁLISE DE MODOS E EFEITOS DE FALHAS - Outra técnica que visa melhorar a confiabilidade de produtos e processos é a Análise de Modos e Efeitos de Falhas (FMEA - Failure Mode and Effect Analysis); - É uma ferramenta que busca, em princípio, evitar, por meio da análise das falhas potenciais e propostas de ações de melhoria, que ocorram falhas no projeto do produto ou do processo; - Com a sua utilização, diminui-se as chances do produto ou processo falhar, aumentando sua confiabilidade. - A metodologia FMEA é utilizada para diminuir as falhas de produtos e processos existentes e para diminuir a probabilidade de falha em processos administrativos; - Tem sido empregada também em aplicações específicas tais como análises de fontes de risco em engenharia de segurança e na indústria de alimentos; - A norma QS 9000 especifica o FMEA como um dos documentos necessários para um fornecedor submeter uma peça/produto à aprovação da montadora. Tipos de FMEA - Esta metodologia pode ser aplicada tanto no desenvolvimento do projeto do produto como do processo; - As etapas e a maneira de realização da análise são as mesmas, ambas diferenciando-se somente quanto ao objetivo; - As análises FMEA´s são classificadas em: • FMEA DE PROTUDO; • FMEA DE PROCESSO; • FMEA DE PROCEDIMENTO (menos comum). FMEA DE PRODUTO: São consideradas as falhas que poderão ocorrer com o produto dentro das especificações do projeto; O objetivo desta análise é evitar falhas no produto ou no processo decorrentes do projeto; É comumente denominada também de FMEA de projeto. FMEA DE PROCESSO: O objetivo desta análise é evitar falhas do processo, tendo como base as não conformidades do produto com as especificações do projeto; FMEA DE PROCEDIMENTOS Analisa-se as falhas potenciais de cada etapa do processo com o mesmo objetivo que as análises anteriores, ou seja, diminuir os riscos de falha. Aplicação da FMEA - Diminuição da probabilidade da ocorrência de falhas em projetos de novos produtos ou processos; - Diminuição da probabilidade de falhas potenciais (ou seja, que ainda não tenham ocorrido) em produtos/processos já em operação; - Aumento da confiabilidade de produtos ou processos já em operação por meio da análise das falhas que já ocorreram; - Diminuição dos riscos de erros e aumento da qualidade em procedimentos administrativos. Planejamento - Esta fase é realizada pelo responsável pela aplicação da metodologia e compreende: • Descrição dos objetivos e abrangência da análise: Se identifica-se qual(ais) produto(s)/processo(s) será(ão) analisado(s); • Formação dos grupos de trabalho: Define-se os integrantes do grupo, que deve ser preferencialmente pequeno (entre 4 a 6 pessoas) e multidisciplinar (contando com pessoas de diversas áreas como qualidade, desenvolvimento e produção); • Planejamento das reuniões: As reuniões devem ser agendadas com antecedência e com o consentimento de todos os participantes para evitar paralisações; • Preparação da documentação. Preenchimento do formulário FMEA de acordo com o quadro: Avaliação dos Riscos - Nesta fase são definidos pelo grupo os índices de severidade (S), ocorrência (O) e detecção (D) para cada causa de falha, de acordo com critérios previamente definidos; - Depois são calculados os coeficientes de prioridade de risco (R), por meio da multiplicação dos outros três índices. - Quando o grupo estiver avaliando um índice, os demais não podem ser levados em conta, ou seja, a avaliação de cada índice é independente; - No caso de FMEA de processo pode-se utilizar os índices de capacidade da máquina, (Cpk) para se determinar o índice de ocorrência. Melhoria - Nesta fase, lista-se todas as ações que podem ser realizadas para diminuir os riscos. Estas medidas podem ser: • De prevenção total ao tipo de falha; • De prevenção total de uma causa de falha; • Que dificultam a ocorrência de falhas; • Que limitem o efeito do tipo de falha; • Que aumentam a probabilidade de detecção do tipo ou da causa de falha. Importância A metodologia FMEA é importante porque pode proporcionar para a empresa: 1 - Uma forma sistemática de se catalogar informações sobre as falhas dos produtos/processos; 2 - Melhor conhecimento dos problemas nos produtos/processos; 3 - Ações de melhoria no projeto do produto/processo, baseado em dados e devidamente monitoradas (melhoria contínua); 4 - Diminuição de custos por meio da prevenção de ocorrência de falhas; 5 - O benefício de incorporar dentro da organização a atitude de prevenção de falhas, a atitude de cooperação e trabalho em equipe e a preocupação com a satisfação dos clientes; COMPARAÇÃO ENTRE FTA E FMEA REFERÊNCIAS www.numa.org.br/conhecimentos/conhecimentos_port/pag_conhec/FTA.htm www.numa.org.br/conhecimentos/conhecimentos_port/pag_conhec/FMEAv2.html www.manutencaoesuprimentos.com.br/conteudo/2004-tipos-de-falhas-em-manutencao/ www.mecatronicaatual.com.br/artigos/1428-engenharia-de-manuteno-anlise-de-falhas www.essel.com.br/cursos/material/01/Manutencao/13manu.pdf
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