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Manejo do Touro

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MANEJO DO TOURO 
 Por apresentar um alto investimento e, ainda ser o responsável por uma maior variabilidade genética do rebanho, é o touro peça de destaque no bom desenvolvimento de um plantel leiteiro. 
A utilização de um touro geneticamente inferior, pode trazer graves consequências à produção e reprodutividade dos seus descendentes. Para que o touro manifeste todo o seu potencial genético, necessita de ter uma alimentação adequada e condizente às suas exigências de manutenção e reprodutoras. Na sua fase de crescimento a sua alimentação pode ser à vontade, com o objetivo de alcançar precocemente a maturidade sexual e produção de sêmen. 
Na fase adulta deve ser feito o controle alimentar, com intuito de resguardar suas características de reprodutor. Touros por demais obesos tornam-se lentos e preguiçosos, além do acúmulo de gordura poder afetar a sua eficiência reprodutiva. O fornecimento de forragem de boa qualidade, fenos e pastagem livre “ad libitum”, não podem faltar ao seu quadro diário. O consumo da ração concentrada deve variar em função da intensidade do esforço a que está sendo submetido. Touros em descanso, deverão ter a sua disposição 0,5/100 Kg de peso vivo, com a ração contendo o mínimo de 16% de proteína e 60% de NDT. Deve-se ressaltar que para fornecimento das quantidades de ração concentrada, deve ser levado em consideração a qualidade do volumoso disponível e o estado corporal do animal. O touro deve ser manejado sozinho. Deve estar separado das vacas, em piquete com abrigo individual, dispondo de cochos para volumoso, concentrado e mineral, e bebedouros. O abrigo individual ou baia, deve ser de construção sólida, com dimensão de 2,5 x 3,0 m/animal e pé direito de 3 m. A sua localização deve ser de fácil acesso para as vacas em cio. O exercício diário constitui-se em fator essencial para o seu condicionamento físico, devendo ter a sua disposição uma área mínima de 120 a 200 m2 /animal, dotado de gramíneas resistente ao pisoteio. As cercas desta área, podem ser simples de cordoalha ou arame farpado, com 5 ou 6 fios e, mourões a cada 2 m. Em casos de touros bravios, a experiência nos mostrou, que a cerca elétrica conjugada com a cerca supra citada, deu bom resultado. Recomenda-se o seu argolamento, o que facilitará o seu manejo. 
Para se obter resultados reprodutivos satisfatórios, o touro deve iniciar as suas atividades sexuais aos 15-18 meses de idade, conjugado a um bom desenvolvimento físico. De acordo com sua idade e sistema de cobrição, preconiza-se:
	Idade do Touro
	Monta Controlada
	Monta à Campo
	15-24 meses
	10
	----
	Após 02 anos
	20-35
	15-20
	Após 03 anos
	30-50
	20-25
Esta relação touro:vaca, acima citada, está correlacionada com a raça, idade para cobrição, topografia das pastagens, quando se considera a monta natural e condições climáticas, quando se compara os taurinos e zebuínos. Há, portanto, divergências consideráveis quanto a relação touro:vaca, ao se levar em consideração os parâmetros citados. Bruschi & Rues (1984) encontraram a idade da puberdade ente 9 a 10 meses e, a maturidade sexual entre 24 e 28 meses para touros mestiços europeu x zebu, criados no Brasil. E preconiza que o taurino europeu ou mestiço europeu x zebu, pode ser utilizado em monta natural controlada, com a idade de 15-18 meses, desde que se façam duas a três coberturas semanalmente. Já, o tourinho zebu, com a mesma frequência de cobrições, só deve ser usado após 22 a 24 meses. 
Ao se pretender adquirir um touro, objetivando um progresso genético para produção de leite, deve-se ater com muito cuidado, aos aspectos sanitários, genéticos, hereditários e de fertilidade. Com a inseminação artificial difundida e usada em longa escala, haverá possibilidades de melhor utilização e aproveitamento de touros comprovados.
ESCOLHA DO REPRODUTOR
A escolha adequada de reprodutores para monta natural e/ou inseminação artificial (IA) de fêmeas no rebanho é essencial para o sucesso do sistema de produção de leite, pois no mínimo espera-se manter os níveis de produção/produtividade já alcançados na propriedade. Deve-se definir o sêmen ou reprodutor a ser introduzido com base no nível de produção do rebanho, nas linhagens existentes e na disponibilidade de recursos financeiros, evitando-se perdas produtivas e econômicas.
Àqueles que pretendem introduzir a IA na propriedade, recomenda-se avaliar previamente aspectos relacionados à infraestrutura (instalações, botijão, fornecimento de nitrogênio) e treinamentos (detecção de cio, protocolos de inseminação) necessários à adoção desta prática. É importante destacar que a adoção da IA requer investimentos maiores em um primeiro momento, mas minimiza custos com a manutenção de touros na propriedade e diminui a transmissão de doenças através da monta natural. Além disso, permite melhorias na qualidade genética do rebanho, por permitir o acesso a material genético superior. Porém, deve-se salientar que, apesar da adoção da inseminação artificial na propriedade, é necessário possuir touro para repasse de cobertura por monta natural, em quantidade suficiente para atender àquelas fêmeas que não responderem satisfatoriamente a IA.
Tanto nos rebanhos puros quanto nos mestiços, ao se adquirir um touro para monta natural deve-se avaliar a idoneidade do criatório, verificar a qualidade genética de seu rebanho e consultar os dados de produção registrados na propriedade, além de solicitar a avaliação andrológica dos reprodutores a serem adquiridos. Em se tratando de sêmen, o produtor deve procurar centrais registradas no Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, e solicitar o catálogo de sêmen disponível para as raças pretendidas.
De posse do catálogo, a escolha do sêmen se dará com base na informação sobre o valor genético (VG ou BV) de cada reprodutor ou sobre o desempenho esperado da sua progênie (DEP ou PTA), principalmente para a produção de leite. Quanto maior a DEP maior o ganho genético esperado no rebanho. Além da produção de leite, devem ser consideradas também as características lineares de tipo, conformação e manejo, optando-se pelos animais com avaliação favorável para as características a serem melhoradas. Os constituintes do leite, como proteína ou gordura, são características produtivas que merecem atenção, principalmente se houver bonificação pela indústria a que se destina a produção.
Avaliação Reprodutiva do Touro
Na pecuária bovina, o macho é acasalado com um grande número de fêmeas. Por isto, o uso de touros de baixa fertilidade, inférteis ou de qualidade genética inferior, pode acarretar sérios prejuízos aos criadores, levando a um maior intervalo entre partos das vacas e ou produção de filhos de baixa qualidade.
A substituição de reprodutores, de um modo geral, tem por objetivo:
- evitar consangüinidade; 
- melhorar a qualidade genética do rebanho; 
- melhorar a eficiência reprodutiva do rebanho; 
- fins comerciais (lucros).
Antes da aquisição de um reprodutor deve-se definir a raça e o grau de sangue, em função da qualidade ou tendência racional do rebanho existente e da finalidade a que se propõe. É importante considerar, também, a região e condições de manejo da propriedade. 
Muitos criadores são ludibriados na compra de um reprodutor, ao confiar na afirmativa do vendedor de que se trata de um animal provado. A prova de um reprodutor se faz através do "teste de Progênie" (única forma de garantir a qualidade genética do reprodutor), porém, o Brasil é carente em provas de teste de progênie. Assim sendo, na impossibilidade deste resultado deve-se levar em consideração uma avaliação do reprodutor, com relação aos seguintes aspectos:
- condição corporal;
- fertilidade;
- sanidade. 
Condição corporal: 
É o aspecto do reprodutor e é muito importante, principalmente se há necessidade de seu uso imediato, uma vez que o animal magro ou fraco pode apresentar uma baixa produção e ou qualidade dos espermatozóides. A compra de um reprodutor é quase sempre efetuadaem função do tipo do animal (aspecto externo), sem nenhuma informação complementar capaz de auxiliar na sua avaliação. Este procedimento conduz a erros. Tem-se conhecimento de reprodutores usados com finalidade leiteira, de extrema beleza nas características externas (altura, peso e conformação), cujas filhas se caracterizam por baixa produção de leite e peso elevado (situação comum na aquisição de touros Gir para obtenção de mestiços leiteiros). 
É muito importante analisar também a coordenação Motora do animal: A caminhada em piso de grama ou cimento permite observar se o animal apresenta defeitos de aprumo e incoordenação dos movimentos (andar cambaleando ou manqueira). Touros com problemas de casco, membros, articulações e ou coluna podem apresentar dificuldades para montar na fêmea.
Fertilidade
- Comportamento sexual: 
O reprodutor colocado junto a uma fêmea em cio permite as seguintes observações: 
- Desejo sexual (libido): o desejo sexual é avaliado pelo tempo que o animal demora a se exercitar e saltar. O salto deve ser imediato ou em até 20 minutos. E importante saber que os machos da raça zebuína são por natureza mais vagarosos ou lentos. Cansaço ou esgotamento devido ao manejo incorreto pode acontecer. 
- Ereção e exposição do pênis: comprometida por aderência, processos inflamatórios dolorosos ou verrugas (papilomas) na glande ou corpo do pênis.
- Introdução do pênis na vagina: em casos de fraturas, paralisia ou abscesso do pênis, os animais montam, mas não conseguem introduzir o pênis na vagina da vaca. É interessante ressaltar que o comportamento sexual; deve ser observado a uma distância regular do animal, pois, se o observador estiver muito perto, a sua presença poderá inibir o touro. Por outro lado, se o observador estiver muito longe, pode-se comprometer a observação. 
- Defeitos nos órgãos genitais 
- Prepúcio: pus junto ao pênis de abertura pode indicar presença de infecção; crescimento anormal dos tecidos junto ao orifício de entrada chamado de acrobustite (umbigueira). Nesses casos não é indicada a compra, por necessitar de tratamento específico e longo tempo de recuperação. 
- Bolsa escrotal e testículos: na bolsa escrotal estão localizados os testículos. Sua pele não deve apresentar ferimentos, queimaduras ou vermelhidão, que podem ser indicativos de inflamação ou abscesso. Os testículos são responsáveis pela produção de espermatozóides, sendo por isto, de fundamental importância no processo produtivo. Os dois testículos devem ter pouca ou nenhuma variação de tamanho. Um testículo pode estar localizado um pouquinho mais alto que o outro ou ligeiramente inclinado para trás. O animal deve demonstrar sinal de dor quando se aperta ligeiramente está região. Algumas anormalidades podem ocorrer com os testículos, sendo perfeitamente percebidas, e as mais importantes são a falta de um ou ambos os testículos, na bolsa escrotal, contra indicação a aquisição do animal.
- Mobilidade dos testículos: os testículos são normalmente móveis dentro da bolsa escrotal, podendo-se através de pressão, fazer subir um de cada vez sem maiores dificuldades. Em caso de aderência ou inflamações, esta mobilidade deixa de existir ou diminui, afetando o mecanismo termorregulador dos testículos e, conseqüentemente, a produção e a qualidade dos espermatozóides. Com relação à consistência deve ser firme, ou seja, não são duros nem moles (duro = calcificado, atrofia, fibrosos; mole = degeneração testicular).
O tamanho dos testículos é importante por estar relacionado com a concentração e normalidade dos espermatozóides. A diminuição do peso e volume pode ocorrer em um ou ambos testículos. Este detalhe tem grande importância em bovinos devido a sua possível origem genética. poderá ocorrer Hipoplasia Testicular; é quando sempre um testículo for menor que o outro (origem genética), e ou Atrofia Testicular, quando o testículo normal diminui de tamanho (adquirido). O importante é saber que em ambos os casos a compra é desaconselhável.
Ainda em relação ao tamanho dos testículos, é bom saber que ambos os testículos podem ter o mesmo tamanho, embora menores que o tamanho normal. Em touros acima de 30 meses de idade a medida do diâmetro da bolsa escrotal não deve ser inferior a 30cm.
- Qualidade do sêmen (espermograma): os testículos são muito mais sensíveis às alterações metabólicas (hormonais, bioquímicas, etc.) e do ambiente (frio, calor, etc.), que afetam bastante a produção e a qualidade dos espermatozóides. 
Desse modo, qualquer alteração no trato genital do touro, independente de sua origem, resulta em menor fertilidade ou mesmo esterilidade.
A quantidade de sêmen (constatada pelo espermograma) constitui o fator mais importante e seguro para determinação da eficiência reprodutiva do touro. De um modo geral, a qualidade é baseada nos espermatozóides (presença, contaminação, relação vivos/mortos, tipos de patologia, etc.). 
Indiscutivelmente para verificar a fertilidade do touro, o método mais seguro é efetuar o espermograma, porém, no campo, devido à dificuldade deste procedimento (falta de laboratórios), todos os aspectos aqui mencionados devem ser considerados na tentativa de se evitar a aquisição de um animal inadequado para a função. 
Sanidade
Os testes para brucelose campilobacteriose, bem como a identificação de trichomonas, devem ser realizadas com a finalidade de se evitar a introdução destas doenças no rebanho. Além das doenças de reprodução, outras devem ser observadas: tuberculose, papilomatose (verrugas), aftosa, etc. 
Baias para touros
Mesmo com o uso da inseminação artificial, às vezes, há necessidade de se manter um ou mais touros na propriedade para repassar os animais, que, por qualquer motivo, não são fertilizados pela inseminação. Tecnicamente, recomenda-se o uso da inseminação artificial.
A partir dos três a quatro anos de idade, é comum os touros (principalmente de raças européias), quando mantidos presos, tornarem-se perigosos pela agressividade, e deve-se ter todo cuidado ao manejá-lo. Por esse motivo, e por razões de segurança, a baia deve ser planejada de tal maneira que não haja necessidade de entrar nela para alimentar e manejar o touro.
O abrigo deve ser sólido, bem construído, com paredes, cercas e cochos bem reforçados, localizado em lugares onde seja fácil levar as vacas em cio. O caso mais simples é uma cobertura do tipo galpão, no piquete, dotada de comedouro e bebedouro. As dimensões básicas das baias são de 10 a 16 m2, sendo de 3,20 x 3,20 m para raças menores e 4,00 x 4,00 m para raças de maior porte. Divisórias com madeira de lei ou alvenaria de um tijolo com cintas e pilares de concreto armado, com 1,80 a 2,00 m de altura, pé direito de 2,70 a 3,00 m, portões de madeira ou de chapa com ferragens reforçadas.
A fixação de argolas no focinho do touro, no cocho ou no esteio é muito importante para contenção do animal nos casos de vacinação, pulverização, aplicação de medicamentos e curativos. O piso deve ser concretado com 6 a 8 cm de espessura, com declive de 2 a 3% no sentido de canaletas coletoras de águas de limpeza e resíduos orgânicos.
O piquete de exercício adjacente à baia ou pequeno pasto é imprescindível para a saúde dos touros, 80 a 100 m2 de área são suficientes. As cercas devem ser fortes e resistentes, à semelhança daquelas indicadas para os currais para gado de corte.

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