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O sistema fonético do latim

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O SISTEMA FONÉTICO LATINO
	No período clássico os fonemas latinos podiam ser classificados em três categorias: vogais, semivogais e consoantes.
As vogais são cinco, |a|, |e|, |i|, |o| e |u|, cada uma delas podendo sofrer variações quanto à quantidade, ou seja, quanto à duração do tempo despendido em sua pronunciação. Em latim as vogais podiam ser longas ou breves conforme se levassem duas ou uma unidade de tempo para pronunciá-las. Moderadamente costuma-se indicar a vogal breve com sinal denominado macro (-) e a vogal breve com o sinal denominado braquia ( ˇ ). Partindo-se da vogal mais aguda para a mais grave temos as seguinte escala: |Ĭ|, |Ī|, |ě|, |ē|, |ă|, |ā|, |ŏ|, |ō|, |ŭ|, |ū|. Entre o |ě| e o |ē| havia uma diferença de timbre, sendo o primeiro aberto |é| e o segundo fechado |ê|; o mesmo ocorria com o |o|, |ó| e o |ŏ|, |ō|.
	As semivogais são duas, |i|, |u|. Distingui-se das vogais correspondentes por estarem sempre seguidas de vogal, nelas apoiando-se: iuba (juba), uita (vida). Com o passar do tempo as semivogais |i| e |u| adquiriram valor consonantal, distinguindo-se das vogais e passando a corresponder os fonemas |j| e |v|. Na transição atual de textos latinos usam-se indiferentemente as letras i ou j e u ou v para representar as antigas semivogais.
	As consoantes latinas eram inicialmente em número de doze: duas oclusivas bilabiais, sendo uma surda, |p|, e uma sonora, |b|; duas oclusivas dentais, sendo uma surda |t|, e uma sonora, |d|; duas oclusivas velares, sendo uma surda, |k| (quê), e uma sonora, |g| (guê); uma constritiva fricativa labiodental surda, |f|; uma constritiva sibilante linguodental surda, |s|; uma vibrante pré-palatal sonora, |r|; uma lateral alveolar sonora, |l|; e duas nasais sonoras: uma bilabial, |m|, e uma dental, |n|.
A representação gráfica dos fonemas: Para representar graficamente os 
fonemas, os romanos se utilizaram de um alfabeto que consiste na adaptação do alfabeto grego, introduzido em Roma provavelmente por meio dos Etruscos. 
Esse alfabeto começou a ser usado relativamente cedo (como se desse antes, as primeiras inscrições concedidas datam do século VII ou VI a.C); contava inicialmente com vinte e uma letras, idênticas, quanto à forma, as letras maiúsculas de impressa do alfabeto ocidental: A ,B, C, D, E, F, G, H, I, J ,K ,L ,M , N, O, P, Q, R, S, T, V e X. 
No período clássico, as letras Y e Z, utilizadas na transcrição de nomes estrangeiros, sobretudo nos gregos: Zephyrus (Zéfiro). As letras J (i consonantizado) e U (u vocálico) são recentes;
As letras A, E e O correspondem aos fonemas vocálicos |a|, |e| e |o|; as letras I e V correspondem aos fonemas vocálicos |i| e |u| e aos fonemas semivocálicos |i| e |u|;
 As letras B, D, F, L, M , N, P, R, S, T correspondem aos fonemas |b|, |d|, |f|, |l|, |m|, |n|, |p|, |r|, |s| e |t|. As letras C, K e Q representam o mesmo fonema, |k|: Cicero (pronuncia-se Kíkero). C, no período proto-histórico, representava as oclusivas velares tanto a surda |k| como a sonora |g|: uirco (virgem);
 A letra K é pouco usada no período clássico; seu uso restringe-se praticamente a abreviaturas: Kal., de kalendae (calendas);
 A letra S soa como SS: nós, nos (nóss);
A sílaba TI, quando seguida de vogal, soa TSI: paciência patientia (patsiéntsia). 
A mencionada sílaba TI, embora seguida de vogal, soa como em português, quando está no inicio das palavras ou quando é precedida por S, X ou T é quando o I é acentuado: Tiara tiaras (tiáras), porta ostium (óstium), misturam mixtio (mícstio).
 O grupo TH soa T: tesouro thesaurus (tesáurus);
 O X soa GZ, quando está entre duas vogais, sendo e a primeira, soa KS em outros casos: exame examen (egzámen), esposa uxor (úksor); 
O Y soa I eu Z soa DZ: lira lyra (lira), zelo zelus (dzélus);
Q só é utilizada no grupo QV, antes da vogal: qui (que).Também representa o fonema |k| o dígrafo CH, utilizado na transliteração de X em palavras de origem grega: charta = karta (folha de papel, volume)
 A letra H não representa um fonema; é empregada na transliteração de aspiradas gregas (TH = Ѳ; PH = Փ) em palavras de origem grega: thesaurus (tesouro) philososophia (filosofia);
O H representa uma ligeira aspiração que teria havido em algum tempo em Roma, em certas vogais iniciais: homo (homem). 
 A letra X, representa um grupo de consoantes justapostas |k| + |s|. Encontra-se palavras como lux = lucs (luz), dixi = dicsi (disse);
Como em outras línguas indo-européias, a fala latina não é pronunciada da mesma forma que é escrita.
Sílaba, quantidade silábica e acentuação: Como em outras línguas, em latim a 
sílaba é formada por um conjunto de fonemas pronunciados em uma só emissão de voz. Pode a sílaba ser representada por uma única vogal (a-mo), por um ditongo (ae-ter-nus, au-rum, Eu-ro-pa), ou por um conjunto de uma ou duas consoantes mais vogal ou ditongo (ro-sa, pra-tum, cae-lus, proe-li-um) ou conjunto terminados por consoantes (for-tis). Terminando em consoante,é chamada fechada.
	A quantidade de sílabas é determinada pelo tempo desprendido em sua pronunciação, podendo ser elas longas ou breves:
 Uma sílaba longa é quando a vogal é seguida de duas ou mais consoantes, consecutivas;
Uma sílaba breve é quando uma vogal é seguida de outra vogal, ainda que se interponha um H: Ardûus (difícil), áttraho (atraio), idóněus (idôneo), dubĭus (duvidoso) e etc.
As palavras latinas podem ser átonas ou tônicas. São átonos alguns monossílabos representados por preposições, conjunções ou partículas (in, que, ne). Os monossílabos de sentido pleno (nomes, advérbios, verbos) são tônicos, bem como os polissílabos em geral. A tonicidade latina era, contudo, diferente da nossa.
A sílaba tônica de uma palavra é mais aguda que as átonas, ou seja, é pronunciada em um tom mais alto, o que faz o acento tônico seja musical e não intensivo.
As palavras com mais de uma sílaba são paroxítonas ou proparoxítonas
a) são proparoxítonas as palavras que têm a penúltima sílaba breve: legĕre (ler), candidus (cândido) etc. A s demais são paroxítonas.
 Não existe palavras oxítonas no latim; 
Não havia em latim sinais específicos para registrar a quantidade ou a tonicidade das sílabas. Hoje, entretanto costuma-se usar macro ou braquia para indicar se são longas ou breves.
	O acento latino não cai nunca sobre a ultima sílaba: Amor (pronuncia-se ámor).
Nas palavras de mais de duas sílabas o acento cairá na penúltima, se esta for longa; caíra na antepenúltima, se a antepenúltima for breve: amabāmus (amávamos) pronuncia-se amabámus, ocenāus (oceanos) pronuncia-se océanus, circumdăbĭtis (circundareis) pronuncia-se circumdábitis.
REFERÊNCIAS
COMBA, JÚLIO. Programa de latim: Introdução à língua latina. 8. ed. São Paulo: Editora Salesiana, 2002.
CARDOSO, ZÉLIA ALMEIDA. Iniciação ao latim. 1. Ed. São Paulo: Editora ática, 1989.
MENDES, NAPOLEÃO ALMEIDA. Gramática latina. 12. Ed. São Paulo: Editora Saraiva,1968.

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