Dificuldades dos Professores de Biologia em Ministrar aulas práticas em escolas públicas e privadas do município de Imperatriz MA

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DiFiCuLDADEs Dos ProFEssorEs DE 
BioLoGiA Em miNisTrAr 
AuLAs PráTiCAs Em EsCoLAs 
PÚBLiCAs E PriVADAs Do 
muNiCíPio DE imPErATriZ (mA)
ARTIGO EDUCAÇÃO, POLíTICAS PÚBLICAS E SOCIEDADE
Resumo
O ensino da disciplina de Biologia é muito complexo, tornando ne-
cessário o auxílio de aulas práticas para proporcionar a sua apren-
dizagem. Isto fica bem claro segundo a visão construtivista da 
aprendizagem. No entanto, a aula expositiva teórica continua sen-
do a mais utilizada. Este trabalho objetivou identificar a posição dos 
professores quanto as suas dificuldades de ministrar aulas práticas.
Palavras-chave: ensino, auxílio, aprendizagem, construtivismo.
Abstract
The teaching of Biology is very complex, requiring aid of practi-
cal classes to provide their learning. This is made clear under the 
constructivist view of learning. However, the theoretical exposition 
remains the most used. This study aimed to identify the position of 
teachers about their difficulties in minister practical classes.
Keywords: teaching, aid, learning, constructivist.
Francivania Santos Santana da Silva1
Leile Jane Oliveira Morais2
Iane Paula Rego Cunha3
135
AS AUTORAS
1Francivania Santos Santana da Silva
Graduada em Licenciatura em Ciências Biológicas pelo Instituto Superior de Ensino 
do Sul do Maranhão (Iesma) – (vania.franci@gmail.com).
2Leile Jane Oliveira Morais
Graduada em Licenciatura em Ciências Biológicas pelo Instituto Superior de Ensino 
do Sul do Maranhão (Iesma) – (leilejane@hotmail.com).
3Iane Paula Rego Cunha
Professora orientadora, doutoranda em Botânica pela Universidade Federal de Per-
nambuco, mestre em Ciên cias Biológicas, graduada em Ciência, professora de Botâ-
nica Criptogâmica e Fisiologia Vegetal – (ianerego@yahoo.com.br).
.
137
São notórias as condições problemáticas enfrentadas no âmbito 
educacional no Brasil. No ensino de Biologia, a problemática 
existente é quanto à aprendizagem dos alunos. Esta disciplina 
precisa ser aplicada de maneira que contribua para o desenvol-
vimento do conhecimento científico. No entanto: “Não se pode 
traduzir esta problemática como questão apenas do professor 
(‘culpa’), primeiro, porque ele também é vítima do sistema [...]” 
(deMO, 2007, p.42).
É fato inegável que a ausência de aulas práticas tem prejudi-
cado muito a aprendizagem biológica dos alunos. “Embora a 
importância das aulas práticas seja amplamente conhecida, na 
realidade elas formam uma parcela muito pequena dos cursos 
de biologia [...]” (krasilchik, 2008, p.87).
Diante disso, este trabalho objetivou apontar as dificuldades 
que professores de Biologia do município de Imperatriz (MA) 
encontram para ministrar aulas práticas, tanto em escolas públi-
cas como privadas, como também identificar as metodologias 
e/ou modalidades de ensino mais utilizadas pelos professores; 
determinar a frequência com que os professores de Biologia mi-
nistram aulas práticas; verificar se as escolas possuem laborató-
rio de Biologia; determinar qual o método didático que deixa as 
aulas atrativas e constatar se os livros didáticos possuem suges-
tões de aulas práticas.
2. As tendêncIAs educAcIonAIs do ensIno de BIologIA no BrAsIl
A disciplina de Biologia, ensinada nos três anos do ensino mé-
dio, sofreu ao longo dos anos algumas modificações importan-
tes, principalmente na forma de organização dos conteúdos e 
nas metodologias de ensino. Em meados da década de 1950, 
o ensino no Brasil sofria grande influência da Europa. Os con-
teúdos biológicos eram trabalhados de forma individualizada. 
Não havia conexão entre os seres vivos e suas funções. “As aulas 
práticas eram realizadas apenas para ilustrar as aulas teóricas” 
(krasilchik, p.14, 2008).
1. Introdução
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De acordo com Krasilchik, (2008), na década de 1960, a situa-
ção se modificou devido ao progresso da Biologia, à constata-
ção internacional e nacional da importância do ensino de ciên-
cias como fator de desenvolvimento e à Lei de Diretrizes e Bases 
da Educação Nacional, de 20 de dezembro de 1961.
Na década de 1970, o ensino de ciências era considerado im-
portante para o aprimoramento profissional. Porém o que real-
mente se obteve foi a deteriorização da formação básica sem 
nenhum benefício para a profissionalização. Houve uma mu-
dança nessa concepção no final da década de 1970, com a ten-
tativa de adequá-la ao avanço das ciências e tecnologias.
A concepção construtivista, desenvolvida por Jean Piaget, aborda 
estudos sobre os processos de construção do conhecimento nas 
crianças. Suas ideias são imprescindíveis para a escolha das mo-
dalidades de ensino em nossa atualidade: o aluno passar a ser o 
centro das atenções. Essa teoria enfatiza a participação ativa da 
própria criança ou adolescente no processo de aprendizagem.
O ensino, dentro dessa corrente, consiste no provimento de atividades de-
safiadoras que levem o educando a buscar novos conhecimentos [...] onde 
estruturas, cada vez mais complexas, vão sendo construídas [...]” (castrO; car-
valhO, 2001, p.183). 
Deste modo, “a aprendizagem contribui para o desenvolvimen-
to na medida em que aprender não é copiar ou reproduzir a 
realidade. [...]” (sOlé; cOll, 2003, p.19). 
“O ensino de Biologia se organiza ainda hoje de modo a privi-
legiar o estudo de conceitos, linguagem e metodologias desse 
campo do conhecimento, tornando as aprendizagens pouco 
eficientes para interpretação e intervenção na realidade” (bOr-
ges; liMa, 2007, p.166). Na atualidade o ensino desta disciplina 
não tem sido aplicado da forma que deveria. Isto é percebido 
no rendimento dos próprios alunos em sala de aula.
As causas frequentemente apontadas como responsáveis por 
esta situação aflitiva (e humilhante) do ensino de Ciências são, 
quase sempre, as seguintes:
a) deficiente preparo profissional do professor;
b) falta de oportunidade e meios para o professor atualizar-se;
c) deficiências das condições materiais da maioria das escolas (hennig, 1998, p.14).
139
3. ensIno médIo
No §2º, da LDB 9.394/96, traz uma inovação de extrema importância. De-
fine como dimensão primeira do ensino médio a formação geral, ou seja, 
a formação básica qualitativa que consiste em compor um currículo através 
do qual o aluno aprenda a aprender, desenvolva a autonomia para pensar e 
substitua a pedagogia formalista nos conteúdos e ortodoxa nos métodos e 
na avaliação, por uma conduta crítica e criativa, face ao conhecimento das 
diversas disciplinas (carneirO, 1998, p.121).
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) têm como finalida-
de proporcionar orientação para o professor na busca de novas 
abordagens e metodologias. No entanto, “embora o documen-
to traga orientações gerais sobre os princípios norteadores da 
prática didática, faltam, na verdade, sugestões e propostas ao 
professor do ‘como fazer” (brasil, 2006. p.16).
4. prIncIpAIs proBlemAs encontrAdos 
no ensIno de BIologIA
Um dos fatores que têm prejudicado a aprendizagem dos con-
teúdos de Biologia são os termos científicos. Muitas vezes con-
siderados desnecessários para o ensino desta disciplina, o que 
configura um erro, é preciso que o professor tente apresentá-los 
aos seus alunos da forma correta e sempre difunda o seu sig-
nificado. 
A terminologia científica não é apenas uma formalidade, mas uma maneirade 
compactar informação, de maneira precisa, que não se modifique com o tem-
po ou sofra influências regionais ou da moda da época [...] (bizzO, 2007, p.24).
Quanto aos recursos didáticos, existem várias opções de recur-
sos visuais que podem ser utilizados pelos professores na inten-
ção de alcançar o objetivo da disciplina, como quadro negro, 
retroprojetores, filme, diapositivos (data show e PCTV) e mode-
los. Apesar dessa variedade em termo de opções, há o problema 
quanto à quantidade e disponibilidade desses recursos dentro 
dos estabelecimentos de ensino.
O quadro branco/negro continua sendo o recurso mais utiliza-
do nas escolas. Porém a utilização apenas desse recurso não 
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consegue atingir os objetivos propostos pela disciplina de 
Biologia, visto que a mesma carece de ilustração. O livro 
didático, sem dúvida, é o recurso mais utilizado pelos pro-
fessores. Porém, nem sempre ele contribui para a apren-
dizagem por não estar sendo manipulado da forma ade-
quada.
“Cabe ao professor selecionar o melhor material disponí-
vel diante de sua realidade. Sua utilização deve ser feita de 
maneira que possa constituir um apoio efetivo” [...] (bizzO, 
2007, p.66). É importante também que o professor conhe-
ça a forma correta de utilizar esses recursos para que as suas 
aulas sejam satisfatórias para a aprendizagem dos alunos.
5. A ImportâncIA de AulAs prátIcAs no ensIno de BIologIA
Na visão de Borges (1997 apud zaMunaru p. 16, 2006), mui-
tos professores acreditam que o ensino de Ciências poderia ser 
melhorado se houvesse aulas práticas nas escolas. Entretanto, 
muitas vezes a escola tem laboratório, só que o professor não 
o utiliza. Segundo este pesquisador, “o papel que o laboratório 
deve ter no ensino de Ciências está longe de ser claro”.
De acordo com Rezende (2007), “os professores de biologia de-
vem recorrer a aulas práticas na intenção de dinamizar o ensino 
dessa disciplina.”
As aulas práticas podem ajudar no desenvolvimento de conceitos científicos, 
além de permitir que os estudantes aprendam como abordar objetivamente o 
seu mundo e como desenvolver soluções para problemas complexos (lunetta 
1991 apud leite; silva; vaz, 2008, p.03).
Uma das grandes questões que envolvem o ensino de Biologia é 
quanto à escolha da modalidade didática que o professor deve 
adotar para exercer essa profissão. A aula expositivo-teórica 
continua sendo a modalidade didática mais utilizada pelos pro-
fessores no ensino de Biologia, sem dúvida ela é mais utilizada 
pelos professores por ser de fácil aplicação.
Já para a aplicação de aulas práticas, a falta de recursos e a 
falta de tempo constituem os principais fatores apontados por 
aula Expositivo-
tEórica continua 
sEndo a ModalidadE 
didática Mais 
utilizada pElos 
profEssorEs no 
Ensino dE biologia
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esses profissionais. “Os alunos gostam de aulas apresentadas 
de forma diferente, mesmo que as condições sejam precárias 
[...]. É claro que a correria toma todo nosso tempo [...]” (silva, 
2009) (informação verbal). De fato, o ensino no Brasil esbarra 
em várias dificuldades quanto a recursos disponibilizados, prin-
cipalmente em escolas públicas. Porém, isto não isenta estes 
profissionais das suas responsabilidades com a aprendizagem 
dos alunos.
Enquanto não houver uma conscientização geral dos professores, no sentido 
de realmente serem profissionais (mesmo) do ensino, de em suas mãos estar a 
responsabilidade de formar uma juventude, de nada valerão os esforços despen-
didos por alguns, pretendendo o bem-estar de todos (hennig, 1998, p.13). 
A preparação destes profissionais para o exercício da profissão 
constitui o diferencial. Mesmo sem recursos, um professor ca-
pacitado consegue superar estas limitações e contribui para que 
seus alunos possam aprender. “Entretanto, é correta a expecta-
tiva de um professor adequadamente aparelhado, em termos 
de formação e exercício profissional, capaz de enfrentar os de-
safios da escola em termos pedagógicos” (deMO, 2007, p.44). 
“[...] sendo um direito e dever dos docentes pleitear e lutar pela 
conquista de instrumentos que lhes permitam trabalhar me-
lhor” (krasilchik, 2008, p.123).
O desinteresse dos alunos não está associado apenas a fatores 
externos à escola, mas o próprio professor tem sua parcela de 
culpa. Tais afirmações vêm de encontro ao que expõe Vascon-
cellos (2003, p.135). “Muitos fatores podem contribuir para o 
aluno perder o interesse pela escola [...] Mas, com certeza a 
escola mesma também tem sua parcela de responsabilidade.”
Com base em Hodson (1998 apud leite; silva; vaz, 2008, p.03) 
“[...] a própria sala de aula se torna um ambiente de prática, 
através do deslocamento de materiais para a mesma. Isso faz, 
muitas vezes, com que o monitor-professor considere dispensá-
vel o uso do laboratório”. É claro que as “instalações adequadas 
e materiais disponíveis certamente tornam o aprendizado muito 
mais eficiente” (krasilchik, 1986 apud MOreira; diniz, 2002, p.298).
Para mudar esta situação negativa do ensino de Biologia, é pre-
ciso que haja uma mudança de atitude do professor em relação 
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às metodologias de ensino por ele utilizadas. “O professor pode 
adotar procedimentos bastante simples, mas que exijam a par-
ticipação efetiva do aluno” (brasil, 2006, p.30).
Em função disso, Hennig (p.9, 1998) “sugere renovar, reformu-
lar, aperfeiçoar e dinamizar o ensino de Ciências. [...] atualizar 
os professores em exercício e prover os futuros professores de 
uma orientação segura quanto ao ensino de Ciências”.
6. metodologIA
Inicialmente, foi realizado um levantamento bibliográfico sobre 
as principais tendências educacionais e modalidade didática 
para o ensino de Biologia, em especial as que estavam de acor-
do com os princípios dispostos na LDB vigente e nos Parâmetros 
Curriculares Nacionais (PCN).
Posteriormente, a abordagem metodológica utilizada foi uma 
pesquisa de campo. Através de um questionário foram levan-
tados dados que versassem sobre as dificuldades dos professo-
res de Biologia em ministrar aulas práticas nas escolas públicas 
e privadas do município de Imperatriz (MA). A pesquisa teve 
como base para a sua elaboração a obra de Krasilchik, (2008) 
e também o artigo científico de Rezende e Silva (2007), ambas 
com modificações.
No campo, houve uma investigação com aplicação de ques-
tionários, com questões fechadas e abertas, tanto para os 
professores quanto para os alunos, atingindo 35 (trinta e 
cinco) professores de Biologia e 438 (quatrocentos e trinta 
e oito) alunos.
Para a pesquisa de campo foram elaborados dois questionários 
distintos, um para os professores de Biologia e outro para os alu-
nos do ensino médio. A coleta de dados foi realizada no período 
que corresponde aos meses de agosto a outubro de 2009, nas 
escolasde Ensino Médio tanto públicas como privadas no muni-
cípio de Imperatriz (MA). Localizada no oeste do estado do Mara-
nhão, Imperatriz faz limites com os municípios de Cinelândia, São 
Francisco do Brejão, João Lisboa, Davinópolis, Governador Edison 
Lobão e com o estado do Tocantins. O município encontra-se a 
143
629,5 quilômetros da capital do estado e conta, aproximada-
mente, com uma população de 231.134 habitantes e com um 
total de 41 escolas de ensino médio, segundo Sanches (2003).
7. resultAdos dA dIscussão
A figura 1 mostra os resultados referentes às dificuldades 
que os professores de Biologia encontram para lecionar esta 
disciplina. Dezessete por cento apontaram a má remunera-
ção como fator que dificulta o ensino de Biologia, 32% men-
cionaram a falta de materiais didáticos, 45% relataram a falta 
de interesse dos alunos e 6% apontaram outros motivos.
Figura 01: Dificuldades para lecionar Biologia
É evidente que as dificuldades existentes no ensino de Biologia 
têm prejudicado muito a aprendizagem dos alunos. Porém não 
se pode responsabilizá-los por essa situação, pois o professor 
tem muita influência no processo de ensino. O fato de os alunos 
estarem desmotivados nas aulas de Biologia é reflexo não só do 
meio externo à escola, mas resulta da organização da escola 
e principalmente dos tipos de metodologias de ensino que o 
professor utiliza em suas aulas. É certo que a ausência de aulas 
práticas, ou de outras metodologias que envolvam o aluno no 
processo de ensino-aprendizagem, tem afetado de forma ne-
gativa o ensino desta disciplina. O professor como educador é 
quem deve motivar os seus alunos a estudar e desenvolver as 
competências e habilidades pretendidas para esta disciplina.
A figura 02 apresenta os resultados quanto às modalidades di-
dáticas mais utilizadas pelos professores. Trinta e sete por cento 
utilizam apenas aulas teóricas, 23% aulas discursivas, 23% aulas 
ausência dE 
aulas práticas, 
ou dE outras 
MEtodologias, tEM 
afEtado dE forMa 
nEgativa o Ensino 
dE biologia
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A má remuneração Falta de materiais 
didáticos
Falta de interesse 
dos alunos
Outras
6%
45%
32%
17%
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com auxílio de recursos audiovisuais, 14% realizam aulas práti-
cas e 3% utilizam outros métodos de ensino.
Figura 02: Modalidades didáticas mais utilizadas
A aula teórica continua sendo a modalidade didática mais uti-
lizada pelo professor em sala de aula e as aulas práticas são a 
menos utilizada. Isso explica a dificuldade que os alunos en-
contram para entender os conteúdos ensinados na disciplina 
de Biologia. Somente as aulas expositivo-teóricas não são su-
ficientes para o ensino dos conteúdos biológicos. O ideal seria 
que essas duas modalidades fossem adotadas pelo professor de 
Biologia, para que o aluno adquirisse o conhecimento científico 
e entendesse melhor os conteúdos estudados. As aulas práticas 
facilitam a compreensão dos alunos e, consequentemente, me-
lhoram a aprendizagem biológica.
A figura 03 mostra as principais dificuldades apontadas pelos 
professores para a realização de aulas práticas. Cinquenta e 
nove por cento apontaram a falta de um laboratório de Biologia 
como o fator que mais prejudica na aplicação deste método, 
28% a falta de tempo, 4% a orientação pedagógica e 9% rela-
taram outros motivos.
Figura 03: Dificuldades na realização de aulas práticas/dinâmicas
A afirmação destes professores quanto ao laboratório está to-
talmente equivocada. A ausência do laboratório de Biologia, 
Teóricas Discursivas Audiovisuais Práticas
23%
37%
Outras
23%
14%
3%
Falta de 
laboratório
Falta de tempo Orientação 
pedagógica
Outras
28%
59%
4% 9%
145
Figura 04: Sugestões de práticas nos livros utilizados
Como principal ferramenta de ensino utilizada pelo professor, o 
livro didático precisa conter sugestões de práticas. É bem verdade 
que quem escolhe o livro que será utilizado no ensino médio são 
os próprios professores. Dessa forma, cabe a eles escolherem o me-
lhor para que facilite a implantação deste método pelo professor.
A figura 05 revela se os alunos possuem dificuldades para com-
preender os conteúdos de Biologia. Setenta e oito por cento 
afirmaram que têm dificuldade em entender os conteúdos ensi-
nados, enquanto que 22% não têm dificuldade.
Figura 05: Dificuldades para compreender os conteúdos de Biologia
em hipótese alguma, impede a realização de aulas práticas. Isto 
porque existem inúmeras práticas simples e de fácil execução 
que podem ser realizadas na própria sala de aula, basta que o 
professor selecione as práticas com as suas possibilidades e com 
os recursos de que dispõe na escola.
A figura 04 traz os resultados quanto à sugestão de aulas práticas 
nos livros didáticos utilizados por esses professores. Cinquenta e 
quatro por cento afirmaram que os livros que eles utilizam pos-
suem sugestões de práticas, já 31% disseram que os livros não 
apresentam e 15% relatam que possuem, mas são insuficientes.
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SIM NÃO INSUFICIENTE
31%
54%
15%
22%
78%
SIM NÃO
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Infelizmente, um número muito grande de alunos não consegue 
compreender os conteúdos estudados. Isto resulta na ineficiência 
da aprendizagem dos conhecimentos biológicos e, consequente-
mente, na deficiência da aquisição do conhecimento científico.
A figura 06 representa os resultados quanto à presença de um 
laboratório de Biologia nas escolas que participaram da pes-
quisa. Setenta e seis por cento não possuem laboratório, 20% 
possuem laboratório e 4% não responderam.
Figura 06: Escolas que possuem laboratório de Biologia
A maioria das escolas que participaram desta pesquisa não pos-
sui laboratório de Biologia. Este fato é uma realidade comum 
nas escolas imperatrizenses.
A figura 07 mostra o método mais utilizado pelos professores 
nas escolas que possuem laboratório de Biologia. Noventa e um 
por cento utilizam aulas teóricas, 1% aulas práticas e 8% aulas 
dinâmicas.
Figura 07: Método mais utilizado nas escolas que possuem laboratório
Mesmo existindo laboratórios de Biologia nas escolas que par-
ticiparam da pesquisa, eles quase não são utilizados para a rea-
lização de aulas práticas. A aula teórica, com auxílio do quadro 
branco e livro didático, continua sendo a modalidade didática 
mais utilizada para o ensino de Biologia.
20%
76%
4%
SIM NÃO Não responderam
91%
1%
8%
Aula teórica Aula prática Aula dinâmica
147
8. consIderAções fInAIs
A pesquisa concluiu que 91% dos professores não realizam 
práticas durante as aulas de Biologia, sendo a aula expositiva 
teórica a modalidade mais utilizada. Os fatores que têm 
dificultado a utilização desta modalidade são: a falta de recursos, 
principalmente do laboratório de Biologia, falta de interesse dos 
alunos e faltade tempo para elaborar estas aulas.
No entanto, é possível viabilizar práticas dentro da disciplina de 
Biologia mesmo na ausência de laboratórios e recursos. Além 
disso, nas escolas que possuem laboratório de Biologia, este 
pouco é utilizado. Consequentemente, essa carência de aulas 
práticas torna os alunos desinteressados, refletindo na apren-
dizagem de Biologia. O professor tem sua parcela de respon-
sabilidade e deve motivar a aprendizagem dos alunos e não se 
acomodar com essa situação.
Uma maneira relevante para driblar a falta de tempo seria a im-
plantação de uma Estação de Ciências, a qual funcionaria atra-
vés de um Sistema de Monitoria. Isto seria gratificante para os 
alunos e ajudaria muito os professores. 
O resultado da pesquisa com os alunos comprova que estes 
possuem grande dificuldade na compreensão da disciplina e re-
conhecem que a falta de aulas práticas tem prejudicado a com-
preensão e a aprendizagem dos conteúdos. 
Laboratório de Biologia do 
CE Dorgival P. de Sousa (2008)
Laboratório móvel do 
CE Dorgival P. de Sousa (2008)
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Fotos: Iane Paula Rego Cunha
148 educação, PolítIcas PúblIcas e socIedade
BIZZO, Nélio. Ciências: fácil ou difícil? – 2ª 
ed. São Paulo: Editora Ática, 2007. P.24-75.
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Dessa forma, é preciso que haja uma mudança de atitude por 
parte da escola e dos professores de Biologia quanto à adoção 
de metodologias dinâmicas que auxiliem na aprendizagem da 
disciplina, que, por sua alta complexidade, não pode ser minis-
trada sem a utilização de práticas ou experimentos.
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Revista UNI • Imperatriz (MA) • ano 1 • n.1 • p.135-149 • janeiro/julho • 2011