Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Elementos de fixação desmontáveis Parafusos P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 2 As uniões desmontáveis são aquelas em que quando é feita a desmontagem, as partes unidas e os elementos de união não sofrem nenhum dano, e essas partes assim como os elementos de fixação podem ser reaproveitados para nova montagem. Podemos definir as uniões em dois tipos: • as desmontáveis • as não desmontáveis. Exemplos de elementos para uniões desmontáveis: • Parafusos/ porcas/ arruelas • Grampos • Pinos • Chavetas • Estrias Elementos para uniões não desmontáveis: • Soldagem • Rebite • Prensagens elevadas P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 3 Os parafusos são utilizados tanto para fixação de peças como para mover cargas, os chamados parafusos de potência ou de avanço Aqui, iremos nos ater aos parafusos de fixação. Estes parafusos são normalmente submetidos a cargas de TRAÇÃO, de CISALHAMENTO ou ambas, podendo estas cargas serem ESTÁTICAS ou de FADIGA. P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 4 P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 5 P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 6 P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 7 Os três tipos principais de roscas de fixação são: Métrica Withworth Americana unificada P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 8 Os três tipos principais de roscas de fixação são: Métrica Withworth Americana unificada P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 9 Parafuso sem porca ou não passante •Nos casos onde não há espaço para acomodar uma porca, esta pode ser substituída por um furo com rosca em uma das peças. A união dá-se através da passagem do parafuso por um furo passante na primeira peça e rosqueamento no furo com rosca da segunda peça. Parafuso com porca • Às vezes, a união entre as peças é feita com o auxílio de porcas e arruelas. Nesse caso, o parafuso com porca é chamado passante. Parafuso prisioneiro • O parafuso prisioneiro é empregado quando se necessita montar e desmontar parafuso sem porca a intervalos frequentes. Consiste numa barra de seção circular com roscas nas duas extremidades. Essas roscas podem ter sentido oposto P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 10 •O parafuso Allen é fabricado com aço de alta resistência à tração e submetido a um tratamento térmico após a conformação. Possui um furo hexagonal de aperto na cabeça, que é geralmente cilíndrica e recartilhada. Parafuso Allen • O parafuso auto-atarraxante tem rosca de passo largo em um corpo cônico e é fabricado em aço temperado. Pode ter ponta ou não e, às vezes, possui entalhes longitudinais com a função de cortar a rosca à maneira de um macho. As cabeças têm formato redondo ou chanfradas e apresentam fendas simples ou em cruz (tipo Phillips). Parafuso auto-atarraxante P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 11 Parafuso para pequenas montagens • Parafusos para pequenas montagens apresentam vários tipos de roscas e cabeças e são utilizados para metal, madeira e plásticos. Parafusos para madeira P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 12 Porca castelo • A porca castelo é uma porca hexagonal com seis entalhes radiais, coincidentes dois a dois, que se alinham com um furo no parafuso, de modo que uma cupilha possa ser passada para travar a porca. Porca cega (ou remate) • Nesse tipo de porca, uma das extremidades do furo rosqueado é encoberta, ocultando a ponta do parafuso. A porca cega pode ser feita de aço ou latão, é geralmente cromada e possibilita um acabamento de boa aparência. P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 13 Porca borboleta • A porca borboleta tem saliências parecidas com asas para proporcionar o aperto manual. Geralmente fabricada em aço ou latão, esse tipo de porca é empregado quando a montagem e a desmontagem das peças são necessárias e frequentes. Contraporcas • As porcas sujeitas a cargas de impacto e vibração apresentam tendência a afrouxar, o que pode causar danos às máquinas. Um dos meios de travar uma porca é através do aperto de outra porca contra a primeira. Por medida de economia utiliza-se uma porca mais fina, e para sua travação são necessárias duas chaves de boca P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 14 São peças cilíndricas, de pouca espessura, com um furo no centro, pelo qual passa o corpo do parafuso. As arruelas servem basicamente para: Proteger a superfície das peças; Evitar deformações nas superfícies de contato; Evitar que a porca afrouxe; Suprimir folgas axiais (isto é, no sentido do eixo) na montagem das peças; Evitar desgaste da cabeça do parafuso ou da porca. P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 15 Arruela lisa •A arruela lisa (ou plana) geralmente é feita de aço e é usada sob uma porca para evitar danos à superfície e distribuir a força do aperto. Arruela de pressão •A arruela de pressão consiste em uma ou mais espiras de mola helicoidal, feita de aço de mola de seção retangular. Quando a porca é apertada, a arruela se comprime, gerando uma grande força de atrito entre a porca e a superfície. Arruela estrelada •A arruela estrelada (ou arruela de pressão serrilhada) é de dentes de aço de molas e consiste em um disco anular provido de dentes ao longo do diâmetro interno ou diâmetro externo. P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 16 Rigidez de fixadores (kb) Para determinar as tensões envolvidas é necessário obter o coeficiente de rigidez do parafuso e dos membros: dtb kkk 111 += A rigidez do parafuso de porca é equivalente a duas molas em série (parte rosqueada e não rosqueada): Parte rosqueada Parte não rosqueada t t t l EAk = d d d l EAk = dttd td b lAlA EAAk + = P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 17 l’ =L’G P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 18 Rigidez de fixadores (kb) P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 19 P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 20 P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 21 Rigidez dos membros (km) Cada membro atua como uma mola compressiva em série, logo: ...1111 321 +++= kkkkm Através do método do cone de pressão de Rotscher, utilizado por Ito( Interfaxe Pressure Distribuition in a Bolt-Flange Assembly), temos que: Razão de mola de cada elemento: Para um ângulo de 30º e dw = 1,5d, tem-se que: P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 22 Rigidez dos membros (km) ( )lBd m eAdEk ⋅⋅⋅= Para arruelas padronizadas e membros do mesmo material: P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 23 Resistência de parafuso de porca P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 24 Resistência de parafuso de porca P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 25 Resistência de parafuso de porca P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 26 Parafusos em Tração Considerando o que ocorre quando uma carga externa P de tração, é aplicada a uma conexão de parafuso e porca. Deve-se assumir, naturalmente, que a força de engaste, a qual chamaremos de pré-carga Fi, foi corretamente aplicada apertando-se a porca antes de P fosse aplicada. A nomenclatura empregada é a seguinte: • Evitar que a união se separe por aplicação de uma força normal exterior, P. • Evitar deslocamento relativo das peças ligadas, através da criação duma força de atrito suficiente (entre as peças). O objetivo da pré-tensão é: P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 27 Parafusos em Tração A carga P é tração e faz a conexão estirar por uma distância δ b b k P =δ m m k P =δ parafuso pelo absorvida P carga da Parte =bP membros pelos absorvida P carga da Parte =mP m m b b k P k P = e Como mb PPP += , temos que PCkk PkP mb b b ⋅=+ = e ( )PCPPP bm −=−= 1 Constante de rigidez da junção mb b kk kC + = Carga no parafuso: iibb FPCFPF +⋅=+= Carga nos membros conectados: ( ) iimm FPCFPF −−=−= 1 P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 28 Determinação do torque de parafuso de porca A aplicação da pré-carga elevada é muito desejável nas conexões parafusadas com porcas. dKFT i= K = coeficiente de torque Outros casos: K = 0,2 P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 29 Exercício Um parafuso ¾ in-16 x 2 ½ de porca de grau 5 é submetido a uma carga P de 6 kip em uma junção de tração. A tração inicial do parafuso de porca é Fi = 25 kip. As rigidezes do parafuso de porca e da junção são kb = 6,50 e km = 13,8, respectivamente. (a) Determine as tensões da pré-carga e da carga de serviço no parafuso de porca. Compare essas com as resistências mínimas SAE de prova do parafuso de porca. P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 30 Exercício Um parafuso ¾”- 16 x 2 ½” de porca de grau 5 é submetido a uma carga P de 6 kip em uma junção de tração. A tração inicial do parafuso de porca é Fi = 25 kip. As rigidezes do parafuso de porca e da junção são kb = 6,50 e km = 13,8, respectivamente. (b) Especifique o torque necessário para desenvolver a pré-carga, P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 31 Junção de Tração Carregada Estaticamente com Pré-Carga Tensão de tração no parafuso t i t b A F A CP +=σ O valor limitante de σb é a resistência à prova Sp . Assim, com a introdução de um fator de carga n. t i t p A F A CP n S +≥ CP FAS n itp − = Fator de carga: Outra maneira assegurar uma junção segura é requerer que a carga externa seja menor que aquela necessária para fazer a junção se separar. Considere P0 o valor da carga externa que causaria a separação 0)1( 0 =−− iFPC PnP 00 = Fator de segurança (n0), logo ( )PC F n i − = 10 P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 32 Determinação da pré-carga (Fi) = spermanente conexões para90,0 spermanente-não conexões para75,0 p p i F F F A tensão de pré-carga é o "músculo" da junção, e sua magnitude é determinada pela resistência do parafuso. Se a resistência total deste não for usada ao desenvolver a pré-tração, a junção será mais fraca, o que será um desperdício, inclusive de dinheiro. em que Fp é a carga de prova, obtida da equação: ptp SAF = Aqui, Sp é a resistência à prova obtida em tabelas. Para outros materiais, um valor aproximado é: yp SS 85,0= P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 33 Exercício A Figura 8-19 é uma secção transversal de um vaso de pressão de ferro fundido de grau 25. Um total de N parafusos de porca é usado para resistir a uma força de separação de 36 kip. (a) Determine kb, km e C. 1º Determinar o tamanho do parafuso: O agarramento é LG= 1,50 in. A partir da Tabela A-31, a espessura da porca é de 35/64”. Adicionar duas roscas além da porca de 2/11” produz um comprimento de parafuso de P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 34 A partir da Tabela A-17, o parafuso seguinte de tamanho fracionário é L = 2 ¼” = 2,25”. Determinação do tamanho da rosca: Logo, o comprimento da porção não-rosqueada (ld) no agarramento é O comprimento rosqueado no agarramento é P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 35 A partir da Tabela 8-2: A área do diâmetro maior: ( ) 2 2 3068,0 4/625,0 inA A d d = = pi A rigidez do parafuso de porca é, então: P r o f e s s o r N o r im a r d e M e l o V e r t i c c h i o 36 A partir da Tabela A-24, para ferro fundido n°25, usaremos E = 14 Mpsi. A rigidez dos membros, a partir da Equação (8-22), é P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 37 Se você estiver utilizando a Equação (8-23), a partir da Tabela 8-8, A = 0,77871 e B = 0,61616, de modo que P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 38 A partir do primeiro cálculo para km, a constante de rigidez C é (b) Encontre o número de parafusos requerido para um fator de carga de 2 em que os parafusos podem ser reutilizados quando a junção é desmontada. A partir da Tabela 8-9, Sp = 85 kpsi. Assim, utilizando as Equações (8-30) e (8-31), descobrimos que a pré-carga recomendada é: = spermanente conexões para90,0 permanente-não conexões para75,0 p p i F F F ptp SAF = P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 39 Para N parafusos, a Equação (8-28) pode ser escrita como: → − = CP FAS n itp logo , − = N PC FAS n itp itp FAS CPnN − = Utiliza-se então 6 parafusos para garantir o fator de carga P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 40 8.12 - Uma junção parafusada com porca deve ter um agarramento consistindo em duas placas de aço de 14 mm e uma arruela plana métrica de 14R para caber sob a cabeça do parafuso de porca de cabeça hexagonal M14 x 2, com comprimento de 50 mm. (a) Qual é o comprimento de rosca LT para esse parafuso de porca de série de passo grosseiro diâmetro métrico? (b) Qual é o comprimento do agarramento LG? (c) Qual é a altura H da porca? (d) O parafuso de porca é longo o suficiente? Se não o for, arredonde-o para o próximo maior comprimento preferível (Tabela A-17). (e) Qual é o comprimento da haste e das porções rosqueadas do parafuso de porca dentro do agarramento? Esses comprimentos são necessários a fim de estimar a razão de mola kb do parafuso de porca. P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 41 (a) L = 50mm e d = 14mm (b) A espessura mínima da arruela é 3,5mm, cada chapa tem 14mm, logo: Tabela A.33 P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 42 (c) (d)Tabela A.31 mmL L pHLL G 3,48 )2(28,125,31 2 = ++= ++= (e) P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 43 8.20 - A figura ilustra a conexão de uma cabeça de cilindro a um vaso de pressão usando 10 parafusos de porca e uma vedação (lacre) de gaxeta confinada. O diâmetro efetivo de vedação é de 150 mm. Outras dimensões são as seguintes: A = 100, B = 200, C = 300, D = 20 e E = 20, todas em milímetros. O cilindro é usado para armazenar gás a uma pressão estática de 6 MPa. Parafusos de porca da classe ISO 8.8, com um diâmetro de 12 mm, foram selecionados. Isso permite um espaçamento aceitável dos parafusos. Que fator de carga n resulta dessa seleção? CP FAS n itp − = 1º - Determinação da carga externa: kNAP 106 4 )10150()106( 23 6 = ×× ××=⋅= −pi σ 2º - Determinação da carga externa para cada parafuso: kN N PP t 6,10== P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 44 3º - Determinação da pré-carga: = spermanente conexões para90,0 spermanente-não conexões para75,0 p p i F F F ptp SAF = ( )( ) kNF F i i 9,37 10600103,8475,0 66 = ××⋅= − Tabela 8.11 – pág. 446 Tabela 8.1 – pág. 424 P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 45 3º - Determinação da rigidez: mb b kk kC + = dttd td b lAlA EAAk + = ( )lBd m eAdEk ⋅⋅⋅= Através do desenho e da tabela A.31: Tabela A.31 mmLG 40= Comprimento da rosca Comprimento de agarre: P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 46 mmL L pHLL G 3,54 )75,1(28,1040 2 = ++= ++= Comprimento do parafuso Comprimento da parte sem rosca: Comprimento da rosca solicitada: Tabela 8.1 – pág. 424 mmlt 103040 =−= P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 47 Área da parte não rosqueada: Área de tração: dttd td b lAlA EAAk + = ( )lBd m eAdEk ⋅⋅⋅= Aço: Ferro fundido: ( )( ) ( ) ( ) MN/m 91,538303,8410113 2073,84113 = + =bk P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 48 ⇒+=⇒ 2248 1 4722 11 mk MN/m 91,538=bk Constante de rigidez da junção: Logo: 2613,0 152391,538 91,538 = + =C ( ) ( ) 57,4106,102613,0 109,37103,8410600 3 366 = × ×−×× = − = − CP FAS n itp Fazer os exercícios: 8-11, 8-29 e 8-30 P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 49
Compartilhar