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Engrenagens P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 2 Engrenagens são usadas para transmitir torque e velocidade angular em diversas aplicações. Existem várias opções de engrenagens de acordo com o uso a qual ela se destina Engrenagens Cilíndricas HelicoidaisEngrenagens Cilíndricas de dentes retos Engrenagens Cônicas Cremalheiras P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 3 As engrenagens cilíndricas de dentes retos, têm dentes paralelos ao eixo de rotação e são utilizadas para transmitir movimento entre dois eixos paralelos. De todos os tipos, a engrenagem cilíndrica de dentes retos é a mais simples, sendo, por essa razão, empregada para desenvolver as relações cinemáticas primárias da forma de dente. P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 4 As engrenagens helicoidais têm dentes inclinados em relação ao eixo de rotação. Podem ser utilizadas nas mesmas aplicações que as engrenagens de dentes retos, porém sem ser tão barulhentas quanto aquelas, devido ao engajamento mais gradual dos dentes durante o movimento. Engrenagens de dentes inclinados geram esforços axiais, já que o contato ocorre em um plano inclinado em relação ao eixo dos elementos Algumas vezes, as engrenagens helicoidais são empregadas para transmitir movimento entre eixos não- paralelos P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 5 As engrenagens cônicas têm dentes formados em superfícies cônicas e são utilizadas para transmitir movimento entre eixos que se interceptam. As engrenagens cônicas espiraladas são cortadas de forma que o dente deixe de ser reto ,formando um arco circular. As engrenagens hiperboloides, abreviadas por hipóides, são muito semelhante s engrenagens cônicas espiraladas, exceto pelo fato de serem os eixos deslocados e não-interceptantes. P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 6 As engrenagens cônicas têm dentes formados em superfícies cônicas e são utilizadas para transmitir movimento entre eixos que se interceptam. As engrenagens cônicas espiraladas são cortadas de forma que o dente deixe de ser reto ,formando um arco circular. As engrenagens hiperboloides, abreviadas por hipóides, são muito semelhante s engrenagens cônicas espiraladas, exceto pelo fato de serem os eixos deslocados e não-interceptantes. P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 7 As engrenagens sem-fim, ou par de sem-fim, são engrenamentos entre eixos não-paralelos, sem interseção, usualmente em ângulos retos entre eles. Muitas engrenagens sem-fim têm uma propriedade interessante que nenhuma outra engrenagem tem: o eixo gira a engrenagem facilmente, mas a engrenagem não consegue girar o eixo 8 Engrenagens cilíndricas de dentes retos P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 9 Conceitos básicos e nomenclatura Círculo primitivo, ou de passo, é um círculo teórico sobre o qual todos os cálculos são geralmente baseados; seu diâmetro é o diâmetro primitivo. Os círculos primitivos de um par de engrenagens engranzadas são tangentes entre si P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 10 Conceitos básicos e nomenclatura Existem basicamente duas formas de analisar a geometria de engrenagens, chamadas de sistemas de engrenagens: Sistema Inglês Passo Diametral (P): É a grandeza correspondente ao módulo no sistema inglês. É o número de dentes por polegada Sistema métrico Módulo (m): É a relação entre o diâmetro primitivo e o número de dentes de uma engrenagem. Duas engrenagens acopladas possuem o mesmo módulo. O módulo deve ser expresso em milímetros. P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 11 Conceitos básicos e nomenclatura O adendo a é a distância radial entre o topo do dente e o círculo primitivo. O dedendo b é a distância radial do fundo de dente ao círculo primitivo. A altura completa h, é a soma do adendo e do dedendo. O passo circular (p): definido como a razão entre o perímetro e o número de dentes ( Ni ) Outras relações: P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 12 Conceitos básicos e nomenclatura Os módulos são normalizados para permitir o maior intercâmbio de ferramentas de fabricação. Isso não significa que os módulos tenham que ser os recomendados, mas que é mais fácil encontrar ferramentas para confeccionar engrenagens com os seguintes módulos (em mm): 0,2 a 1,0 com incrementos de 0,1 mm; 1,0 a 4,0 com incrementos de 0,25; 4,0 a 5,0 com incrementos de 0,5 mm. As dimensões a e d, também têm valores recomendados. Para a altura da circunferência de cabeça é recomendado utilizar a =m. Para a profundidade da circunferência de pé é recomendado utilizar d = 1,25.m. P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 13 Engrenagens conjugadas e interferência Tanto o pinhão como a coroa devem trabalhar de forma que a velocidade tangencial no círculo primitivo seja a mesma, sob pena de violar a hipótese de que os elementos são rígidos.figura wp é a velocidade angular do pinhão e wc é a velocidade angular da coroa. Como a transmissão é feita pelo contato entre os dentes, é necessário definir um perfil para os dentes que permita que a relação entre as velocidades angulares (R) seja constante durante o funcionamento.. Essa relação é o inverso da relação entre os diâmetros, ou seja, a coroa sempre trabalha com menor rotação. P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 14 Desenho da engrenagem Primeiro, é necessário aprender como construir uma curva evolvente. Divida o círculo de base em partes iguais e construa linhas radiais OA0, OA1 OA2 etc. Começando em, A1, construa perpendiculares A1B1, A2B2. A3B3, etc. A seguir, ao longo de A1B1, marque a distância* A1A0; ao longo de A2B2, marque duas vezes a distância A1A0, etc., produzindo os pontos através dos quais a curva evolvente pode ser construída. P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 15 Desenho da engrenagem Suponha que especifiquemos que um pinhão de 18 dentes deva engranzar com uma engrenagem de 30 dentes e que o passo diametral do conjunto de engrenagens deva ser de dois dentes por polegada O primeiro passo, ao desenhar dentes em um par de rodas. A distância entre centros é a soma dos raios primitivos - nesse caso, 12 in. Construa entãoos círculos primitivos de raios r1 e r2. Esses círculos são tangentes entre si no ponto P, o ponto primitivo. A seguir, construa a linha ab, a tangente comum, passando pelo ponto primitivo. Designamos a engrenagem 1 como sendo a engrenagem motora, e, uma vez que ela esteja se movendo em sentido anti-horário, desenhamos uma linha cd passando pelo ponto P, formando um ângulo ϕ com a tangente comum ab. P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 16 Desenho da engrenagem A linha cd tem três nomes, todos eles de uso geral: é denominada linha de pressão, linha de geração e linha de ação. Ela representa a direção na qual a força resultante atua entre as engrenagens. O ângulo ϕ é denominado ângulo de pressão e geralmente apresenta os valores de 20 ou 25°, ainda que 14,5º tenha sido utilizado no passado. A seguir, em cada engrenagem, desenhe um círculo tangente à linha de pressão. Esses círculos constituem os círculos de base. Uma vez que são tangentes à linha de pressão, o ângulo de pressão determina seus tamanhos. Agora, gere uma evolvente sobre cada círculo de base, tal como discutido previamente. As distâncias referentes ao adendo e ao dedendo para dentes padronizados intercambiáveis são 1/P e 1,25/P, respectivamente. Portanto, para o par de engrenagens que estamos construindo, P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 17 Desenho da engrenagem A seguir, utilizando papel de desenho espesso ou, preferivelmente, uma folha de plástico claro de 0,015 a 0,020 in, recorte um gabarito para cada evolvente, sendo cuidadoso ao localizar os centros das engrenagens de forma apropriada com relação a cada evolvente. Para desenhar um dente, você necessita saber sua espessura. O passo circular é Sendo assim, a espessura do dente é P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 18 Desenho da engrenagem Utilizando essa distância para a espessura de dente, assim como para o espaço entre dentes, desenhe tantos dentes quanto desejar, por meio do gabarito, após os pontos terem sido marcados no círculo primitivo P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 19 Exercício Um par de engrenagens consiste em um pinhão de 16 dentes movendo uma coroa de 40 dentes. O passo diametral vale 2, e o adendo e o dedendo são 1/P e 1,25/P, respectivamente. As engrenagens são cortadas com um ângulo de pressão de 20°. (a) Compute o passo circular, a distância entre os centros e os raios dos círculos de base. (b) o montar essas engrenagens, a distância entre os centros foi, incorretamente, aumentada em ¼” mm, calcule os novos valores do ângulo de pressão e os diâmetros de círculo primitivo. P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 20 Trem de engrenagens simples Apenas uma engrenagem em cada eixo RV ω= 3322 32 RR VV ωω = = Relação entre velocidade angular e o raio da engrenagem Velocidade linear 2 3 3 2 R R = ω ω P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 21 Trem de engrenagens simples RV ω= 3322 32 RR VV ωω = = Relação entre velocidade angular e o numero de dentes Velocidade linear 2/ 2/ 2 3 2 3 3 2 mN mN R R == ω ω Módulo: N d m p = dentes de número primitivo diâmetro = = N d p mNdmNd pp 32 32 e == Calculo do diâmetro primitivo de cada engrenagem Relação de velocidade entre as engrenagem 2 3 3 2 N N = ω ω P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 22 Trem de engrenagens simples A B B A N N = ω ω B C C B N N = ω ω C D D C N N = ω ω D E E D N N = ω ω D E C D B C A B E D D C C B B A N N N N N N N Ni ⋅⋅⋅=⋅⋅⋅= ω ω ω ω ω ω ω ω A E N Ni = As engrenagens intermediárias modificam apenas o sentido de giro e são utilizadas quando a distância entre centros é muito grande P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 23 Trem de engrenagens composto Tem-se mais de uma engrenagem em um dos eixos. A B B A N N = ω ω CB ωω = C D D C N N = ω ω ED ωω = E F F E N N = ω ω E F C D A B F E D C B A N N N N N Ni ⋅⋅=⋅⋅= ω ω ω ω ω ω motoras das dentes de número do produto movidas das dentes de número do produto =i P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 24 Comparação dos trens de engrenagens Relação de 25/1 utilizando um trem simples: Relação de 25/1 utilizando um trem composto: P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 25 Forças atuantes nas engrenagens Diagrama de corpo livre para uma engrenagem P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 26 Forças atuantes nas engrenagens F é a força que uma engrenagem faz na outra Fr é a força radial Ft é a força tangencial α A única força que transmite movimento é a força tangencial (engrenagem crítica –pinhão) 2/p t d TF = logo , T ω⋅=P n PPT ⋅ == piω 2 αtgFF tr ⋅= 22 tr FFF += P[W] n[Hz] T [N/m] n PT ⋅= 716200 P[CV] n[rpm] T [kgf/mm] Ft = Wt nd PFv p t pi =→⋅= tFP Relação entre Força, Torque e Potência P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 27 Rendimentos dos acoplamentos e engrenamentos Considere que o eixo da engrenagem 1 está acoplado no motor (Pmotor, nmotor) como há perda de potencia devido ao acoplamento, temos que a potência na engrenagem 1 será: oacoplamentmotorPP η⋅=1 A potencia da engrenagem 2 (movida) é menor que da engrenagem 1, devido ao acoplamento (engrenamento), logo: toengrenamenPP η⋅= 12 A potencia da engrenagem 3 é igual a potencia da engrenagem 2 A potencia da engrenagem 4 (Potencia de saída) é menor que da engrenagem 3, devido ao acoplamento (engrenamento), logo: 32 PP = toengrenamenPP η⋅= 34 Potencia de saída é igual a potencia do motor menos as perdas: ..... 221 ηηη ⋅⋅= motorsaída PP P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 28 Rendimentos dos acoplamentos e engrenamentos A relação entres os Torques das engrenagens depende da relação de transmissão edo rendimento: toengrenameniT T η⋅= 2,1 1 2 O torque da engrenagem 1 é calculado pela seguinte relação: (essa relação só é valida para engrenagem motora) oacoplament motor motor n PT η pi ⋅ ⋅ = 21 O torque da engrenagem 3 é igual ao torque da engrenagem 2: 23 TT = O torque da engrenagem 4 depende da relação de transmissão e do rendimento: toengrenameniT T η⋅= 4,3 3 4 Observação: 21 tt FF = 43 tt FF = P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 29 Exercícios Dado o sistema de transmissão abaixo, composto por engrenagens de dentes retos. Para a montagem, calcule o que se pede: P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 30 Engrenagens cilíndricas de dentes retos Interferência entre duas engrenagens existe quando o contato entre os dentes ocorre fora do perfil gerado. A interferência deve ser evitada no dimensionamento de engrenagens. Para evitar interferência devem ser determinados os números mínimos de dentes: === == p c N N ão transmissde relação im rebaixadas sengrenagen para 8,0 e normais sengrenagen para 0,1 Onde, kk ATENÇÃO!! •O m dessa expressão não é o módulo e sim a relação de transmissão (i) Exemplo: Determine o número mínimo de dentes das engrenagens normais para que não ocorra interferência entre o pinhão e a coroa, sabendo que i = 4 e ϕ= 20º 31 Engrenagens cilíndricas helicoidais P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 32 As engrenagens helicoidais possuem os dentes inclinados com um ângulo (ψ) em relação ao seu eixo de rotação. Engrenagem cilíndrica de dentes retos Engrenagem cilíndrica helicoidal Vantagens • O dente sofre menor esforço. • O dente sofre menor choque. • Ocupa menos espaço • Maior relação de transmissão • Funcionamento silencioso Desvantagens • Fabricação trabalhosa • Maior custo de fabricação • Exige boa lubrificação • Carga axial nos eixos P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 33 ψ é o ângulo de hélice, que define a inclinação dos dentes em relação ao eixo das engrenagens; p é o passo; pn é o passo normal ou ortogonal; b é a largura da engrenagem. A variável b’, não mostrada, é utilizada para a largura efetiva dos dentes, que em engrenagens helicoidais depende do ângulo de hélice. P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 34 Φn :ângulo de pressão normal Φ :ângulo de pressão transversal Relação entre os ângulos de pressão e o ângulo de hélice P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 35 ψcos⋅= ppn ψcos⋅= fn mm Passo normal: Modulo normal: Por facilidade de construção as medidas do dente das engrenagens helicoidais são obtidos a partir do módulo normal (ferramenta) N d m p f = Utilizando as relações acima para determinas as dimensões construtivas da engrenagem helicoidal temos que: ψcos Nmd np ⋅ = Diâmetro primitivo Diâmetro externo npe mdd ⋅+= 2 Altura total do dente Φ = 20º h = 2,25mn Φ = 14,5º h = 2,17mn P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 36 W = F = força que a motora exerce sobre a acionada WN = FN = Força normal WR = FR = Força radial Wa = Fa = Força axial Wt = Ft = Força tangencial ψφ coscos ⋅⋅== ntt FFW ψφ senFFW naa ⋅⋅== cos Como o valor da força tangencial é determinada pelo torque, as outras forças podem ser determinadas através de trigonometria: φtgFFW trr ⋅== ψtgFFW taa ⋅== P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 37 P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 38 Uma engrenagem helicoidal de estoque tem um ângulo de pressão de 20°, um ângulo de hélice de 25°um modulo frontal de 4,2mm, tendo 18 dentes. Encontre: (a) O diâmetro primitivo (b) Os passos normal e transversal (c) O módulo normal (d) O ângulo de pressão transversal mmd p 6,75182,4 =×=(a) (b) mmmp tt 19,132,41415,3 =×=⋅= pi mmmmp nnn 95,1125cos2,41415,3cos =××=⋅⋅=⋅= ψpipi (c) mmmm fn 81,325cos2,4cos =×=⋅= ψ (d) º88,2125cos 20 cos 1 = =⇒= − tg tg tg tg t t n φφ φψ P r o f e s s o r N o r i m a r d e M e l o V e r t i c c h i o 39
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