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P á g i n a | 3 Curso Intensivo Pré-Vestibular UFPB 2012 Campus I (João Pessoa) Língua Portuguesa Gilcássia / Maria Daniela / Mayara Fonsêca / Widmark Silva / Rafael de Mello Camilla Santiago / Débora Accioly Professor Responsável: Prof. Dr. Luiz de Sousa Jr. (Chefe de Gabinete Reitor UFPB) Coordenadora Pedagógico: Sabrina Grisi P. de Alencar Apoio Pedagógico: Jivago Correia Barbosa Coordenador de Área: Francisco das C. G. de Lima P á g i n a | 3 REDAÇÃO – Gêneros Textuais. ARTIGO DE OPINIÃO NOTÍCIA RESUMO CARTA RESENHA TEXTO PUBLICITÁRIO CONVITE É um gênero discursivo claramente argumentativo que tem por objetivo expressar o ponto de vista do autor que o assina sobre alguma questão relevante, geralmente controversa, de natureza social, política, cultural, etc. O caráter argumentativo do texto de opinião é evidenciado pelas justificativas de posições arroladas pelo autor para convencer os leitores da validade da análise que faz. Geralmente são veiculados em revistas e jornais. A notícia é um gênero discursivo que apresenta o registro de fatos de interesse geral, sem que a opinião de quem a escreve a respeito dos acontecimentos seja explicitada. Sua finalidade é informar, por meio de um relato, as circunstâncias em que ocorreram os fatos registrados. Toda notícia apresenta os fatos a partir de uma perspectiva determinada pelo olhar de quem a escreve, pela orientação do jornal ou revista e pelo público- alvo da publicação. A notícia se divide em: Título Sua função principal é chamar a atenção do leitor. A titulação de uma matéria depende principalmente do espaço delimitado pelo projeto gráfico. Títulos devem conter ação. Use verbos Lead Quem? Sujeito/Personagem O que? Fato/Acontecimento É a apresentação concisa e seletiva das ideias principais do texto. Consiste no trabalho de condensação de um texto. Resumir não significa copiar. Significa fazer um apanhado, com suas próprias palavras, das ideias que mais se destacam e revelam sobre o texto. Carta argumentativa: é um gênero em que o autor do texto dirigi-se a um interlocutor com o objetivo de defender um ponto de vista e, se for o caso, convencer esse interlocutor a mudar de opinião sobre alguma questão polêmica ou leva-lo a agir de uma determinada maneira. É um gênero que combina a apresentação resumida das características essenciais de uma dada obra(filme, livro, peça de teatro, etc) com comentários e avaliações criticas sobre sua qualidade. É um gênero que procura despertar no interlocutor o desejo de comprar algo, seja um produto, uma idéia ou aderir a uma causa. São, por essa razão considerados persuasivos. Estabelece uma interlocução direta e valem-se de diferentes recursos da linguagem para conseguir a adesão do leitor àquilo que vendem ou sugerem. São gêneros que exemplificam o discurso publicitário: anúnicos (em revistas e outdoors televisivos e radiofônicos), panfletos, folhetos, fôlderes, etc. É um texto que tem a finalidade de convidar alguém, seja no nível individual ou coletivo, para algum acontecimento/evento a ser realizado em um determinado local, em uma determinada data e hora, que devem estar evidenciados, preferencialmente em local de destaque, com a finalidade de fazer com que o interlocutor não se esqueça dos apontamentos mais importantes de um convite. P á g i n a | 4 Quando? Tempo Por quê? Causa/Motivo/Finalidade Como? Modo/Maneira Onde? Lugar Corpo da Matéria É o desenvolvimento da matéria. Princípios de textualidade: 1. Coesão e Coerência; 2. Intertextualidade e Informatividade; 3. Intencionalidade e Aceitabilidade; 4. Situacionalidade. ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO Todo texto encerra uma mensagem: uma significação. Por isso deve ser um todo, um conjunto de palavras que formam um sentido. Quando produzimos uma redação, precisamos ter em mente que estamos escrevendo para alguém. Todo remetente tem por função enviar uma mensagem ao destinatário. No caso do texto escrito, quem escreve é o emissor e quem lê é o receptor. O que o emissor escreve é a mensagem. O elemento que conduz o discurso ou a mensagem do emissor para o receptor é o canal. Os fatos, os objetos ou imagens, os juízos ou raciocínios que o emissor expõe ou sobre os quais discorre constituem o referente. A língua que o emissor utiliza constitui o código. Assim através de um canal, o emissor transmite ao receptor, em um código comum, uma mensagem, que pode reportar-se a um referente. O homem, na comunicação utiliza-se de sinais devidamente organizados, emitindo-os a uma outra pessoa. Há entoa um emissor e um receptor da mensagem. A mensagem é emitida a partir de diversos códigos de comunicação. Qualquer mensagem precisa de um meio transmissor, o qual chamamos de canal de comunicação refere-se a um contexto, a uma situação. O emissor, ao transmitir uma mensagem, sempre tem um objetivo: informar algo, ou demonstrar seus sentimentos, ou convencer alguém a fazer isso, ente outros consequentemente a linguagem passa a ter uma função. Funções Referencial ou Informativa Conativa ou Apelativa Emotiva ou Expressiva Metalingüística Fática Poética Definição Passar informações a partir de fatos reais. Quando o emissor tenta convencer o receptor a praticar determinada ação é comum o uso de verbos no imperativo. Emissor demonstra sentimento ou emite opiniões ou sensações a respeito de algum assunto ou pessoa. Utiliza-se a 1 pessoa do singular. Utilização do código para falar dele mesmo. Ocorre quando o emissor testa o canal de comunicação, a fim de observar, se está sendo entendida pelo receptor. É a linguagem das obras literárias, principalmente das poesias. P á g i n a | 5 Intenção do emissor Informar ao destinatário dados da realidade de forma direta e objetiva Influenciar, persuadir o destinatário com uma ordem, suplica. Expressar seus sentimentos e emoções Explicar ao destinatário o próprio código Manter contato com destinatário Dar ênfase a elaboração da mensagem. exemplo Jornal nacional, qualquer texto dissertativo. Propagandas Diários íntimos, Autobiografias e textos Românticos. Dicionários, aula de português. Expressões clássicas como: “Alô”;”entendeu”; ”até logo” Poesias e textos literários. REGISTROS LINGUISTICOS A necessidade de se socializar induziu o ser humano a conviver em grupo a formar sociedades e a desenvolver meios para se comunicar como, por exemplo: sinais vocais, gestos, desenhos, esculturas, pinturas , musicas, danças e símbolos. Essa capacidade humana de se manifestar ou de manifestar algo a outros é realizada pela linguagem – um complexo conjunto de sinais que permite não só a comunicação entre os indivíduos, mas também expressa a cultura de um povo. Não seria possível acumular conhecimentos ou transmiti-los de uma geração a outra se o ser humano não tivesse a capacidade de criar formas de linguagem. Todas as realizações, as crenças os valores e os comportamentos de um individuo ou de um grupo social desapareceriam. Assim, podemos afirmar que a linguagem é condição essencial para existência de cultura. Língua Culta Linguagem coloquial Linguagem Vulgar Linguagem Regional Gíria Língua oral e escritaLíngua padrão, variedade de maior prestigio. Informal, mas não necessariamente inculta. As quebras de normas gramaticais que nela ocasionalmente ocorrem devem-se a sua liberdade de expressão e a sensibilidade estilística do falante. Usada em situações informais ou familiares, expressa afetividade, intimidade entre os falantes Usada por falantes de pouca ou nenhuma instrução. Apresenta erros graves de regência, concordância, ortografia. Emprega palavras, expressões e construções gramaticais características da região a qual pertence: a fala regional do nordestino do gaúcho. Vocabulário de um determinado grupo ou geração que marca a identidade por meio de linguagem. Quando escrevemos temos condições de escolher bem as palavras, de corrigir o texto e melhorá-lo até transmitir exatamente o que desejamos. Com a fala isso não é possível, ela normalmente apresenta repetições, quebras de seqüências lógicas e problema de concordância. P á g i n a | 6 Vicios de Linguagem O emprego indevido de determinadas palavras ou expressões, de maneira a provocar interpretações equivocadas, erros gramaticais ou sons desagradáveis, é chamado de vicio de linguagem. Ambigüi dade ou anfibolo gia Cacofonia ou cacófato Barbaris mo Estrangeirism o Pleonasmo vicioso Arcaísmo Colisão Solecismo Eco Hiato Preciosismo ou rebuscament o Conceito Falta de clareza que acarreta duplo sentido na frase. União de 2 palavras, formando uma terceira de sentido inconivent e. Pronuncia e/ou grafia incorretas de uma palavra ou expressão . Palavra ou expressão estrangeira empregadas mesmo havendo termo correspondente na língua portuguesa Repetição desnecessári a de um termo ou expressão Palavra ou expressão já ultrapassad a Efeito sonoro desagradáv el criado pela repetição de fonema. Erro de sintaxe, seja de concordânci a, de regência ou de colocação. Repetiçã o da ultima silaba Repetição de vogais Usar palavras difíceis comprometend o o significado exemplo Luciana e Carlos foram a festa e levaram sua irmã. ( a irmã de quem?) Deu vinte reais por cada CD. Mande-me já a procuração assinada. Rúbrica em vez de rubrica. Mendingo em vez de mendigo. Menu(cardápio) Chofer(motorist a) Drinque(bebida) Gafe( disparate) Subir para cima Grande maioria Hoje em dia Frecha ( flecha) Fremosa ( formosa) Vosmece (você) O rato roeu a roupa do rei de Roma. Sem cessar, só sei sofrer por você. Recebe-se formulários. (recebem- se) Me traga o jornal.(traga -me) Seu andar e seu falar faziam- nos sonhar. A plateia homenageia o cantor com faixas cheias de palavras apaixonada s. Seu gesto altruísta e empreendedor ensombrece a existência dos demais mortais. CAMPOS LEXICAIS E SEMANTICOS Damos o nome de léxico ao conjunto de palavras de uma língua. Nenhum falante tem o domínio completo do léxico da língua que fala, porque alem de muito amplo, ele é um conjunto aberto, ou seja, a cada dia surgem palavras novas que a eles de incorporam e palavras que dele desaparecem. Dentro desse conjunto podem-se observar campos lexicais que são subconjuntos formados por palavras pertencentes a uma mesma área do conhecimento ou de interesse. O léxico de uma língua é virtual, pois a palavra depende do contexto. Nele vamos buscar as palavras que pretendemos usar em nosso texto. Quando um palavra do léxico se materializa em um determinado texto, temos o vocabulário. Dessa forma podemos dizer vocabulário de Machado de Assis para nos referimos as palavras do léxico que foram utilizadas por esses escritores. Damos o nome de campo semântico ao conjunto dos empregos de uma palavra num determinado contexto. Dessa forma o campo semântico de uma determinada palavra é dado pelas diversas nuances de significado que ela assume. P á g i n a | 7 FIGURAS DE LINGUAGEM É um recurso de expressão que consiste no emprego de palavras ou expressões em sentido figurado, ou em sentido diferente do usual Há quatro tipos de figuras de linguagem: de palavras ou tropos, de pensamento, de construção. 1. Figuras de Som ou Harmonia Chamam-se figuras de som ou de harmonia os efeitos produzidos na linguagem quando há repetição de sons ao longo de uma redação ou texto, ou ainda queremos imitar os barulhos e sons produzidos pelas coisas ou seres. Onomatopéia Aliteração Assonância Paronomasia Consiste no aproveitamento de palavras cuja pronuncia imita o som ou a voz natural dos seres. Provocado pela repetição de algumas consoantes ou fonemas consonantais. Repetição de vogais e de silaba semelhantes Consiste no emprego de palavras parônimas, ou seja, palavras semelhantes no som, porem com significados diversos. Padrinho sem mais palavras deu rédea e lept! Lept! Que um fraco rei faz fraca a forte gente! Sou Ana, da cama, da cana, fulana, bacana, sou Ana de Amsterdã. Houve aquele tempo e agora chora, ouve aquele tempo! 2. Figuras de Palavras Comparação ou símile Metáfora Catacrese Metonímia Antonomásia sinestesia Aproximação de dois elementos realçando pela sua semelhança. Consiste no emprego de uma palavra fora de seu sentido próprio, já que a conjunção comparativa não aparece claramente. Aproveitamento de uma palavra já existente na língua para determinar um objeto Uso de uma palavra no lugar de outra que tem com ela alguma proximidade de sentido. Substituição do nome próprio por qualidade Mistura de sensações Aquela criança era delicada como uma flor. Este assunto é uma pedra no sapato. Céu da boca Cabeça de prego Asa da xícara Dente de alho Orelha do livro O bonde passa cheio de pernas Nas horas de folga lia Camões. Xuxa(Maria das Graças) Gordo (Jô Soares) Aquele choro amargo e frio me espetava. 3. Figuras de Pensamento: caracterizam-se por apresentar idéias diferentes daquelas que normalmente a palavra sugere na frase. Antítese Eufemismo Hipérbole Ironia Personificação, prosopopéia o animismo Gradação Apostrofe Paradoxo ou oximoro Emprego de palavras ou expressões de sentidos opostos, para realçar o contraste de idéias. Atenuação de algum fato ou expressão com objetivo de amenizar alguma verdade triste, chocante ou desagradável. Caracteriza - se pelo exagero da linguagem para intensificar uma idéia. Forma intencional de dizer o contrario da idéia que se pretendia exprimir. Atribuição de características humanas a seres inanimados. Consiste em organizar uma seqüência de idéias em sentido crescente ou decrescente. Invocação ou chamamento de alguém ou de alguma coisa correspondente sintaticamente ao vocativo. Duas idéias contrarias referidas a uma mesma coisa. P á g i n a | 8 Os bobos e espertos convivem no mesmo espaço Ele foi desta para melhor.(morreu) Estou morta de cansada. O pensamento ferve e é um turbilhão de larva. Que belo presente de aniversario! Minha casa foi assaltada. A vida ensinou- me a ser humilde. O primeiro milhão excita, acirra, assanha a gula do milionário. Senhor, escutai meu coração! Estou cego e vejo. Arranco os olhos e vejo. 4. Figuras de Construção ou sintaxe:determinam mudanças na estrutura comum das orações. Repetição ou iteração Anastrofe Hipérbato Elipse Zeugma Pleonasmo ou redundância Polissíndeto Assíndeto Anacoluto Anáfora Silepse ]Consistem em reptir diversas vezes as mesmas palavras que não sejam conjunções. Inversão simples da estrutura , só inverte sujeito e predicado. Inversão radical da estrutura. Omissão para evitar repetição, termo que não esta na oração, mas esta implícito. Omitir termos que já apareceram Repetição da mesmo idéia com objetivo de realce. Repetição de uma conjunção varias vezes. Ausência de conjunção coordenativa Começar a idéia e não concluir Repetição de uma ou mais palavras no inicio do verso seguidos. Concordância feita com o termo subentendido. Nada de poesias! Nada de asas! Nada de alegria! Nada de nada! Já vinha a manha clara. Vendo o triste pastor que com enganos lhe fora assim negada a sua pastora. Ord em direta: o triste pastor vendo que sua pastora lhe fora negada assim com enganos. (Nós) Fomos a tarde. No campo imenso (vê-se) a torre de petróleo. Há um retrato na parede (há) um espírito no coração. A mim resta- me a derrota. Posso afirmar que escutei com meus próprios ouvidos. E a nevoa e flores e o doce ara cheiroso. Erguem os colos voltam as cabeças param o ledo canto, move-se o tronco, o vento se suspende. Mulheres, como viver sem elas? Nem um minuto se passa, nem um inseto esvoaça. Nem uma brisa perpassa. De gênero: Vossa Reverendíssima parece apreensivo com os relatos da pesquisa. De numero: a turma da faculdade organizou uma festa e me convidaram. De pessoa: toda a equipe comemoramos os sucesso das vendas. P á g i n a | 9 Coesão e Coerência Quando escrevemos um texto, uma das maiores preocupações é como amarrar uma frase seguinte a anterior. Isso só é possível se dominarmos os princípios básicos da coesão. A cada frase enunciada devemos ver se ela mantem um vinculo com a anterior ou anteriores para não perdemos o fio do pensamento. De outra forma, teremos uma seqüência de frases sem sentido, sucedendo-se umas as outras sem lógica, sem nenhuma coerência. A coesão no entanto, não é só esse processo de olhar constantemente para trás. É também de olhar para adiante. Um termo pode esclarecer-se somente na frase seguinte. Se minha frase inicial for Pedro tinha um grande desejo, estou criando um movimento para adiante. Só vamos saber de que desejo se trata na próxima frase: ele queria ser médico. O importante é que cada enunciado estabeleça relações estreitas com os outros a fim de tornar sólida a estrutura do texto. Mas não basta costurar uma frase para dizer que estamos escrevendo bem. Alem da coesão, é preciso pensar na coerência. Você pode escrever um texto coeso sem ser coerente. Por exemplo: Os problemas de um povo tem de ser resolvidos pelo presidente. Es te deve ter ideais muito elevados. Esses ideais se concretizarão durante a vigência de seu mandato. O seu mandato deve ser respeitado por todos. (texto coeso, mas sem coerência) Ninguém pode dizer que falta coesão a esse parágrafo. Mas de que trata mesmo? Dos problemas do povo? Do presidente? Do seu mandato? Fica difícil dizer. Embora ele tenha coesão não tem coerência. Retomar a cada frase uma palavra da anterior não significa escreve bem. A coesão não funciona sozinha. No exemplo acima teríamos que de imediato, decidir qual a sua palavra chave: presidente ou problema do povo. A palavra escolhida daria estabilidade ao parágrafo. Sem essa base estável, não haverá coerência no que se quer escrever; e o resultado será um amontoado de idéias. Enquanto a coesão se preocupa com a parte visível do texto, sua superfície, a coerência vai mais longe, preocupa-se com o que se deduz do todo. A coerência exige uma concatenação perfeita entre as diversas frases, sempre em busca de uma unidade de sentido. Recursos de Coesão Epítetos Palavra ou frase que qualifica a pessoa Glauber Rocha fez filmes memoráveis. Pena que o cineasta mais famoso do cinema brasileiro tenha morrido tão cedo. nominalizações Ocorre quando se emprega um substantivo que remte a um verbo enunciado anteriormente. Eles foram testemunhar sobre o caso. O juiz disse, porem, que tal testemunho não era valido por serem parentes do assassino. Palavras ou expressões sinônimas ou quase sinônimas Os quadros de Van Gogh não tinham valor em sua época. Houve telas que serviram até de porta de galinheiro. Pronomes Vitaminas fazem bem a saúde. Mas não devemos toma-las ao acaso. Numerais Não se pode dizer que a turma esteja mal preparada. Um terço pelo menos parece estar dominando o assunto. Metonímia É o processo de substituição de uma palavra por outra. O governo tem-se preocupado com os índices de inflação. O planalto diz que não aceita qualquer remarcação de preço. Advérbios pronominais(aqui,ali,lá,ai) Não podíamos deixar de ir ao Louvre. Lá está a obra prima de Leonardo da Vinci. Elipse O ministro foi o primeiro a chegar. (ele) Abriu a sessão as oito em ponto. Associação Uma palavra retoma a outra São Paulo é sempre vitima das enchentes de verão. Os alagamentos prejudicam o transito, provocando engarrafamento de ate 200 km. P á g i n a | 10 Linguagem Verbal e Não Verbal Quando olhamos atentamente uma cidade, o traçado de suas ruas, seus prédios, o material utilizados nas construções podemos compreender uma serie de coisas. A observação desses aspectos permite avaliar, no mínimo,a utilização do espaço e o modo de vida dos moradores do lugar: organização, desenvolvimento tecnológico, costumes, historia, organização do trabalho,etc. É impossível dizer, portanto que essa avaliação é o resultado de uma leitura que fazemos das imagens dessas cidades. Ler significa compreender, retirar informações, atribuir significados. A leitura ocorre por uma certa decodificação que aprendemos a fazer, não importa se sistemática ou assistematicamente, dos sinais percebidos no objeto observado. Esses sinais podem ser as cores, os sons, as formas, os movimentos, a organização. Fotografar uma cena ou uma paisagem significa retira-las de um certo contexto ao qual pertence e coloca-la em situação privilegiada de observação. A cena ou a paisagem passam então a chamar nossa atenção e fazemos dela uma leitura mais atenta, ou simplesmente uma leitura que não fazemos antes. Na linguagem visual, o signo é a imagem: suas formas, as cores, a perspectiva. Assim como acontece com a linguagem c=verbal, há inúmeros modos de organização dos signos visuais, decorrentes da relação que o homem estabelece entre a realidade e sua representação. A linguagem não verbal possui uma característica importante: nela o próprio objeto constitui a linguagem. Evidentemente, existem graus de leitura e compreensão do mundo, mas não poderemos dizer: por exemplo, que um analfabeto tenha condições de fazê-lo. Intertextualidade: Paráfrase e Parodia A intertextualidade acontece quando se constroem textos a partir de outros. Paráfrase Paródia Parafrasear um texto é repeti-lo com outras palavras, mas sem ter de alterar suas índias. Para produzir uma paráfrase, portanto é preciso seguir as idéias do texto original, reproduzindo- as de forma resumida. É uma recriação de caráter contestador: ela mantem algo da significação do texto primeiro, mas constrói todo um percurso de desvio em relação a ele, numa espécie de insubordinação critica que incomoda.P á g i n a | 11 QUESTÕES DE LITERATURA GÊNEROS LITERÁRIOS 1)“Na serra de Ibiapiba, numa de suas encostas mais altas, encontrei um jegue. Estava voltado para o lado e me pareceu que descortinava o panorama. Mas quando me aproximei, percebi que era cego.” (Oswaldo França Júnior, em As Laranjas Iguais). O fragmento é representante do gênero: a) lírico b) épico c) narrativo d) dramático e) nenhuma das opções acima. 2) Leia abaixo um soneto de Gregório de Matos: "Um soneto começo em vosso gabo; Contemos esta regra por primeira, Já lá vão duas, e esta é a terceira, Já este quartetinho está no cabo. Na quinta torce agora a porca o rabo: A sexta vá também desta maneira, na sétima entro já com grã canseira, E saio dos quartetos muito brabo. Agora nos tercetos que direi? Direi, que vós, Senhor, a mim me honrais, Gabando-vos a vós, e eu fico um Rei. Nesta vida um soneto já ditei, Se desta agora escapo, nunca mais; Louvado seja Deus, que o acabei". Assinale a alternativa incorreta: a) A sátira é um gênero que pretende despertar o riso do público. b) Além do divertimento, a sátira pretende moralizar a sociedade. c) Podemos afirmar que este gênero é conservador. d) O conservadorismo da sátira está no fato que pretende punir, através do ridículo, aqueles que transgridem as leis sociais. e) A sátira é um gênero revolucionário que pretende abolir as instituições estabelecidas como a Igreja e a Monarquia. 3. (PRISE/UEPA-2006) Assinale a alternativa que indica corretamente os gêneros literários dos textos abaixo relacionados, na seqüência em que estão dispostos: I- “O Dr. Mamede, o mais ilustre e o mais eminente dos alienistas, havia pedido a três de seus colegas e a quatro sábios que se ocupavam de ciências naturais, que viessem passar uma hora na casa de saúde por ele dirigida para que lhes pudesse mostrar um de seus pacientes.” (Guy de Maupassant) II- Todas as noites o sono nos atira da beira de um cais E ficamos repousando no fundo do mar. O mar onde tudo recomeça... Onde tudo se refaz... Até que, um dia, nós criaremos asas. E andaremos no ar como se anda na terra. (Mário Quintana) III- Oh! Que famintos beijos na floresta! E que mimoso choro que soava! Que afagos tão suaves, que ira honesta, Que em risinhos alegres se tornava! O que mais passam na manhã e na sesta, Que Vênus com prazeres inflamava, Melhor é experimentá-lo que julgá-lo; Mas julgue-o quem não pode experimentá-lo. (Luiz de Camões) IV- Velha: E o lavrar, Isabel? Isabel: Faz a moça mui mal feita, corcovada, contrafeita, de feição de meio anel; e faz muito mau carão, e mau costume d’olhar. Velha: Hui! Pois jeita-te ao fiar Estopa ou linho ou algodão; Ou tecer, se vem à mão. Isabel: Isso é pior que lavrar. (Mário Quintana) a) Narrativo – Épico – Lírico – Dramático. b) Dramático – Lírico – Épico – Narrativo c) Narrativo – Lírico – Épico – Dramático d) Dramático – Épico – Narrativo – Lírico e) Épico – Dramático – Narrativo – Lírico QUINHENTISMO 1.(UFV) Leia a estrofe abaixo e faça o que se pede: Dos vícios já desligados nos pajés não crendo mais, nem suas danças rituais, nem seus mágicos cuidados. P á g i n a | 12 (ANCHIETA, José de. O auto de São Lourenço [tradução e adaptação de Walmir Ayala] Rio de Janeiro: Ediouro[s.d.]p. 110) Assinale a afirmativa verdadeira, considerando a estrofe acima, pronunciada pelos meninos índios em procissão: a) A presença dos meninos índios representa uma síntese perfeita e acabada daquilo que se convencionou chamar de literatura informativa b) Os meninos índios representam a revolta dos nativos contra a catequese trazida pelos jesuítas, de quem querem libertar-se tão logo seja possível c) Os meninos índios são figura alegóricas cuja construção como personagens atende a todos os requintes da dramaturgia renascentista d) Os meninos índios estão afirmando os valores de sua própria cultura, ao mencionar as danças rituais e as magias praticadas pelos pajés e) Os meninos índios representam o processo de aculturação em sua concretude mais visível, como produto final de todo um empreendimento do qual participaram com igual empenho a Coroa Portuguesa e a Companhia de Jesus 1.(Cesgranrio) - Assinale com C as afirmações certas e com E as erradas. ( ) A estrutura social gerada no Brasil durante os primeiros tempos da colonização permitiu um desenvolvimento cultural extraordinariamente rico e fecundo. ( ) Nos primeiros séculos, os ciclos de ocupação e de exploração formaram ilhas sociais (Bahia, Pernambuco, Minas, Rio de Janeiro, São Paulo), que deram à Colônia a fisionomia de um arquipélago cultural. ( ) A literatura dos cronistas portugueses interessa como conhecimento das raízes da terra, do índio e do colono português, modernistas como Oswald de Andrade e Mário de Andrade os recuperam para reagir contra a europeização da cultura brasileira. ( ) Nos dois primeiros séculos do Brasil produziu-se uma literatura documental que se desdobra em duas vertentes: o ufanismo e o realismo. À primeira estão ligados cronistas como Pero Magalhães Gândavo e Gabriel Soares de Sousa; à segunda, vinculam-se os textos escritos pelo Frei Vicente do Salvador e por Antonil, pseudônimo do jesuíta italiano João Antônio Andreoni. ( ) A poesia de Anchieta se marca pelo lirismo ingênuo, desprovida de qualquer maior fantasia, complexidade ou substância mental. A sequência correta é: a) C, C, C, C, C b) C, E, C, E, C c) E, C, C, C, C d) E, C, C, E, C e) E, C, E, C, C 1. (Universidade Federal de Santa Maria)- Sobre a literatura produzida no primeiro século da vida colonial brasileira, é correto afirmar que: a) é formada principalmente de poemas narrativos e textos dramáticos que visavam à catequese. b) Inicia com prosopopéia, de Bento Teixeira. c) É constituída por documentos que informam acerca da terra brasileira e pela literatura jesuítica d) Os textos que a constituem apresentam evidentemente preocupação artística e pedagógica. e) Descreve com fidelidade e sem idealizações a terra e o homem, ao relatar as condições encontradas no Novo Mundo. 1. Michel Eyquem de Montaigne (1533-1592) compara, nos trechos, as guerras das sociedades Tupinambá com as chamadas “guerras de religião” dos franceses que, na segunda metade do século XVI, opunham católicos e protestantes. “(…) não vejo nada de bárbaro ou selvagem no que dizem daqueles povos; e, na verdade, cada qual considera bárbaro o que não se pratica em sua terra. (…) Não me parece excessivo julgar bárbaros tais atos de crueldade [o canibalismo] , mas que o fato de condenar tais defeitos não nos leve à cegueira acerca dos nossos. Estimo que é mais bárbaro comer um homem vivo do que o comer depois de morto; e é pior esquartejar um homem entre suplícios e tormentos e o queimar aos poucos, ou entregá-lo a cães e porcos, a pretexto de devoção e fé, como não somente o lemos mas vimos ocorrer entre vizinhos nossos conterrâneos; e isso em verdade é bem mais grave do que assar e comer um homem previamente executado. (…) Podemos portanto qualificar esses povos como bárbaros em dando apenas ouvidos à inteligência, mas nunca se compararmos a nós mesmos, que os excedemos em toda sorte de barbaridades.” (MONTAIGNE, Michel Eyquem de, Ensaios, São Paulo: Nova Cultural, 1984). De acordo com o texto, pode-se afirmar que, para Montaigne, P á g i n a | 13 (A) a idéia de relativismo cultural baseia-se na hipótese da origem única do gênero humano e da sua religião. (B) a diferenças de costumes não constitui um critério válido para julgar as diferentes sociedades. (C) os indígenas são mais bárbaros do que os europeus, pois não conhecema virtude cristã da piedade. (D) a barbárie é um comportamento social que pressupõe a ausência de uma cultura civilizada e racional. (E) a ingenuidade dos indígenas equivale à racionalidade dos europeus, o que explica que os seus costumes são similares. BARROCO 1.(FGV-RJ2011)Leia o poema e responda as questões 1 e 2 Nasce o Sol, e não dura mais que um dia, Depois da luz, se segue a noite escura, Em tristes sombras morre a formosura, Em contínuas tristezas, a alegria. Porém, se acaba o Sol, por que nascia? Se é tão formosa a luz, por que não dura? Como a beleza assim se transfigura? Como o gosto da pena assim se fia? Mas no Sol, e na luz, falta a firmeza; Na formosura, não se dê constância, E, na alegria, sinta-se tristeza. Começa o mundo enfim pela ignorância, E tem qualquer dos bens por natureza: A firmeza, somente na inconstância. Gregório de Matos. In: AMORA, Antônio S. Panorama da poesia brasileira. Vol. I. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1959. As afirmações a seguir referem-se a diferentes períodos da poesia feita no Brasil. Tendo em vista os traços presentes neste soneto, a afirmação que a ele se aplica é: A. Por meio de uma linguagem que procura fugir das formas tradicionais, a poesia resvala, muitas vezes, para a confissão da angústia existencial, do tédio da vida e até mesmo do desejo de morrer. B. Com base em temas pastoris e bucólicos, preconiza o retorno ao equilíbrio e à simplicidade. A noção de natureza está presente como a constante mais forte. C. É uma poesia descritiva, dotada de exatidão e economia de imagens. Constitui uma corrente objetivista que se impôs ao subjetivismo do estilo anterior. D. Manifestando um gosto acentuado pelas contradições, lançava mão de técnicas argumentativas para abordar temas como a fugacidade do tempo e a instabilidade do mundo. E. Procura registrar a impressão que a realidade provoca no espírito do artista. Não é o objeto que interessa, mas as sensações e emoções que ele desperta. Daí ter contribuído para a reespiritualização da arte. 2-(FGV-RJ2011) Dentre os elementos estruturantes presentes no texto e próprios do estilo de época a que ele pertence, destaca-se o uso recorrente de A. termos em ordem inversa. B. frases nominais. C. verbos de ligação. D. sujeitos elípticos. E. períodos simples. P á g i n a | 14 3- (UFAL2010) Os puristas e a mentira do “vale-tudo” Atenção! Cuidado! Alerta! Não acredite nos puristas que andam declarando nos meios de comunicação que os linguistas são defensores do “vale-tudo” na língua. Esse é mais um dos muitos argumentos falaciosos que eles utilizam para desqualificar os resultados das pesquisas científicas e as propostas de renovação da pedagogia de língua inspiradas em critérios mais racionais e menos dogmáticos, e em posturas políticas menos intolerantes e mais democráticas. É claro que, numa perspectiva exclusivamente linguística, de análise da língua em seu funcionamento interno, tudo tem o seu valor. Afinal, como nada na língua é por acaso, então toda e qualquer manifestação linguística está sujeita a regras e tem sua lógica interna: não há razão para atribuir maior ou menor valor à forma linguística A ou à forma linguística B. Seria algo tão inaceitável quanto um zoólogo achar que as borboletas têm maior valor que as joaninhas e que, por isso, as joaninhas devem ser eliminadas... Para o cientista da linguagem, toda manifestação linguística é um fenômeno que merece ser estudado, é um objeto digno de pesquisa e teorização, e se uma forma nova aparece na língua, é preciso buscar as razões dessa inovação, compreendê-la e explicá-la cientificamente, em vez de deplorá-la e condenar seu emprego. Mas o linguista consciente também sabe que a língua está sujeita a avaliações sociais, culturais, ideológicas, e que precisa também ser estudada numa perspectiva sociológica, antropológica, política etc. Nessa perspectiva, existem formas linguísticas que gozam de maior prestígio na sociedade, enquanto outras – infelizmente – são alvo de estigma, discriminação e até de ridicularização. As mesmas desigualdades, injustiças e exclusões que ocorrem em outras esferas sociais – no que diz respeito, por exemplo, ao sexo da pessoa, à cor da pele, à orientação sexual, à religião, à classe social, à origem geográfica etc. – também exercem seu peso sobre a língua ou, mais precisamente, sobre modos particulares de falar a língua. BAGNO, Marcos. Não é errado falar assim! - São Paulo: Parábola, 2009, p.35-36. O texto recomenda que tenhamos cuidado com os “puristas”. Na Literatura, também é possível identificar uma visão mais, ou menos, purista da linguagem. A esse respeito, assinale a alternativa correta. A) A produção poética da 1ª geração romântica apresenta forte preocupação purista, do que decorre uma tentativa de fazer renascer a língua portuguesa segundo os padrões lusitanos, com forte rejeição às formas linguísticas nacionais. B) O Arcadismo se destaca como um dos movimentos literários de maior rigor purista, que se revela na preferência por uma linguagem rebuscada, vocabulário erudito, de difícil acesso e frases na ordem inversa. C) Os autores barrocos revelam uma visão purista da linguagem ao privilegiarem o cultismo, que se caracteriza pelo rebuscamento formal, manifestado no jogo de palavras e no excessivo emprego de figuras de linguagem. D) A produção literária da 2ª geração romântica, opondo-se à 1ª, adota uma visão nada purista, revelada na extrema simplicidade da linguagem, que rejeitava formas lusitanas para expressar, nos textos, a grande alegria de ser brasileiro. E) A 3ª geração romântica, antecipando a visão pouco purista do Realismo, que viria em seguida, prefere uma linguagem despojada, direta e até chula, que consiga retratar com objetividade a realidade brasileira. 4- (UFPA2008)Dos temas desenvolvidos por Gregório de Matos, a lírica religiosa é o mais tipicamente barroco. A estrofe, retirada de um poema de Gregório de Matos, que apresenta esse tema é: (A) Não vi em minha vida a formosura, Ouvia falar nela cada dia, E ouvida me incitava, e me movia A querer ver tão bela arquitetura. (B) Cresce o desejo, falta o sofrimento, Sofrendo morro, morro desejando, Por uma, e outra parte estou penando Sem poder dar alívio a meu tormento. (C) Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado Da vossa alta piedade me despido1: Antes quanto mais tenho delinquido, Vos tenho a perdoar mais empenhado. (D) Carregado de mim ando no mundo, E o grande peso embarga-me as passadas Que como ando por vias desusadas, P á g i n a | 15 Faço o peso crescer, e vou-me ao fundo. (E) Que me quer o Brasil, que me persegue? Que me querem pasguates2, que me invejam? Não veem, que os entendidos me cortejam, E que os Nobres, é gente que me segue? 1 me despido = me despeço 2 pasguates = idiotas, palermas Leia atentamente o soneto transcrito do poeta baiano Gregório de Matos: Ardor em firme coração nascido! Pranto por belos olhos derramado! Incêndio em mares de água disfarçado! Rio de neve em fogo convertido! Tu, que um peito abrasas escondido, Tu, que em um rosto corres desatado, Quando fogo em cristais aprisionado, Quando cristal em chamas derretido. Se és fogo como passas brandamente? Se és neve, como queimas com porfia? Mas ai! que andou Amor em ti prudente. Pois para temperar a tirania, Como quis, que aqui fosse a neve ardente, Permitiu, parecesse a chama fria. (GUERRA, Gregório de Matos. Obra poética. Rio de Janeiro: Record, 1992, v.1, p. 514.) 5-( UFPA2008)Considerando os elementos da estética barroca presentes nesse poema, é correto afirmar que (A) o poeta, para expressar o conflitoamoroso, exacerba seus sentimentos por meio de hipérboles, paradoxos e antíteses. (B) os versos se caracterizam pelo predomínio da linha reta e pura, pela clareza da forma e pela nitidez das imagens escolhidas. (C) as imagens usadas no poema, para expressar o tema da paixão amorosa, são simples, puras e bucólicas, desprovidas de contrastes e de tensões. (D) o autor imita a poética da Antiguidade, na busca das imagens simples e verdadeiras, da disciplina racional e da naturalidade de expressão. (E) o poeta desenvolve seus versos seguindo as regras e os valores do mundo antigo – ordem, harmonia e razão –, restaurados pelo Renascimento. Texto para as questões 06 a 08 À INSTABILIDADE DAS COUSAS DO MUNDO Nasce o Sol, e não dura mais que um dia, Depois da Luz se segue a noite escura, Em tristes sombras morre a formosura, Em continuas tristezas a alegrias, Porém, se acaba o Sol, por que nascia? Se é tão formosa a Luz, por que não dura? Como a beleza assim se transfigura? Como o gosto, da pena assim se fia? Mas no Sol, e na Luz falte a firmeza, Na formosura não se dê constância, E na alegria, sinta-se triste. P á g i n a | 16 Começa o Mundo enfim pela ignorância A firmeza somente na inconstância. 06. No texto predominaram as imagens: a) olfativas; b) gustativas; c) auditivas; d) táteis; e) visuais. 07. A idéia central do texto é: a) a duração efêmera de todas as realidades do mundo; b) a grandeza de Deus e a pequenez humana; c) os contrastes da vida; d) a falsidade das aparências; e) a duração prolongada do sofrimento. 08. Qual é o elemento barroco mais característico da 1ª estrofe? a) disposição antitética da frase; b) cultismo; c) estrutura bimembre; d) concepção teocênctrica; e) estrutura correlativa, disseminativa e recoletiva. 9- (Enem) A primeira imagem abaixo (publicada no século XVI) mostra um ritual antropofágico dos índios do Brasil. A segunda mostra Tiradentes esquartejado por ordem dos representantes da Coroa portuguesa. (Theodor De Bry -século XVI) (Pedro Américo. Tiradentes esquartejado, 1893) A comparação entre as reproduções possibilita as seguintes afirmações: I. Os artistas registraram a antropofagia e o esquartejamento praticados no Brasil. II. A antropofagia era parte do universo cultural indígena e o esquartejamento era uma forma de se fazer justiça entre luso-brasileiros. III. A comparação das imagens faz ver como é relativa a diferença entre “bárbaros” e “civilizados”, indígenas e europeus. Está correto o que se afirma em: (A) I apenas. (B) II apenas. (C) III apenas. (D) I e II apenas. (E) I, II e III. P á g i n a | 17 10- (UFRN - 2008) Considere o fragmento textual que segue, retirado de O Ateneu: “Com a facilidade da sua elocução, fez o Doutor Cláudio a crítica geral da literatura brasileira: a galhofa de Gregório de Matos e Antônio José, a epopeia de Durão, o idílio da escola mineira, a unção de Souza Caldas e S. Carlos, a influência de Magalhães, os ensaios do romance nacional, a glória de Gonçalves Dias e José de Alencar.” POMPEIA, Raul. O Ateneu. Fortaleza: ABC, 2006. p. 88. Os dois trechos que aparecem em destaque nesse fragmento fazem referência, respectivamente, A) ao apelo satírico na poesia de Gregório de Matos e ao tratamento da temática amorosa no Arcadismo. B) ao caráter indecoroso dos poemas de Gregório de Matos e à valorização do cotidiano no Arcadismo. C) ao conteúdo religioso dos poemas de Gregório de Matos e ao sensualismo característico do Arcadismo. D) ao desprezo dos críticos pela poesia de Gregório de Matos e à ausência de temas políticos no Arcadismo. ARCADISMO (FGV-SP2010) Leia o poema e responda as questões 1 e 2: Vila Rica O ouro fulvo* do ocaso as velhas casas cobre; Sangram, em laivos* de ouro, as minas, que ambição Na torturada entranha abriu da terra nobre: E cada cicatriz brilha como um brasão. O ângelus plange ao longe em doloroso dobre, O último ouro de sol morre na cerração. E, austero, amortalhando a urbe gloriosa e pobre, O crepúsculo cai como uma extrema-unção. Agora, para além do cerro, o céu parece Feito de um ouro ancião, que o tempo enegreceu... A neblina, roçando o chão, cicia, em prece, Como uma procissão espectral que se move... Dobra o sino... Soluça um verso de Dirceu... Sobre a triste Ouro Preto o ouro dos astros chove. (Olavo Bilac) *Glossário: “fulvo”: de cor alaranjada. “laivos”: marcas; manchas; desenhos estreitos e coloridos nas pedras; restos ou vestígios. 1-Tendo em vista as imagens usadas pelo poeta na descrição de Vila Rica, pode-se afirmar corretamente que, nela, é dominante a ideia de A) decadência. B) opulência. C) indiferença. D) aversão. E) euforia. 2- No penúltimo verso, há uma referência ao pseudônimo árcade de um poeta ligado à cidade descrita no poema. Trata-se do autor da obra Marília de Dirceu, cujo nome é A) Gonçalves Dias. B) Silva Alvarenga. C) Basílio da Gama. D) Cláudio Manuel da Costa. E) Tomás Antônio Gonzaga. 3- (FGV-SP2011) Camões, grande Camões, quão semelhante Acho teu fado ao meu, quando os cotejo! Igual causa nos fez, perdendo o Tejo, P á g i n a | 18 Arrostar co'o sacrílego gigante. Como tu, junto ao Ganges sussurrante, Da penúria cruel no horror me vejo. Como tu, gostos vãos, que em vão desejo, Também carpindo estou, saudoso amante. ................................................................... Modelo meu tu és, mas... oh, tristeza!... Se te imito nos transes da Ventura, Não te imito nos dons da Natureza. M. M. Barbosa du Bocage, Sonetos. Lisboa: Bertrand, s.d. O poema apresenta várias marcas que caracterizam a retomada do Classicismo, seja do ponto de vista estilístico, seja do ponto de vista temático. Sirvam de exemplo, respectivamente: A preferência pela ordem inversa e referência à mitologia. B uso recorrente de antíteses e ênfase no tema da transitoriedade da vida. C ausência de estruturas subordinadas e orientação mística. D emprego do verso alexandrino e culto do “carpe diem”. E presença de formas sintéticas e sentimentalismo exacerbado. 4- (Puc-Camp2010) A guilhotina, máquina criada para decapitar pessoas, foi adotada na França pela primeira vez em 1792, em razão dos apelos do médico parisiense Joseph Guilhotin, que defendia o direito dos condenados à morte a um fim rápido e sem dor. Até então, os métodos de execução utilizados eram basicamente a forca, o esquartejamento e as diversas variantes do suplício da roda – como a que colocava uma pessoa amarrada na parte externa de uma roda e, sob ela, brasas incandescentes. Conforme o carrasco girava a roda, a pessoa era “assada” viva, diante da população que se reunia para ver a cena. Com a propagação dos ideais iluministas, os suplícios passaram a ser, cada vez mais, encarados como uma afronta à dignidade humana, um símbolo da tirania. Assim, o século XVIII marca o início de um longo processo que resultará em uma nova concepção de justiça. No século XX, mais do que punir, a justiça terá como missão promover a reinserção na sociedade daqueles que cometeram crimes. As prisões tornaram-se locais que deveriam garantir a “reeducação” dos indivíduos que não souberam (ou não puderam) viver conforme as regras sociais. (Michel Foucault. Vigiar e punir. Trad. Petrópolis: Vozes, 1989; Michel Vovelle. Imagens e imaginários na História. São Paulo: Trad. Ática, 1997. In Gislane Azevedo e Reinaldo Seriacopi. História, série Brasil. São Paulo: Ática,2005, p. 256.) A propagação dos ideais iluministas revela-se como fator de influência sobre a nossa literatura, quando se atenta para (A) a propagação das academias literárias e sua decisiva participação nos projetos estéticos tanto do Romantismo como do Realismo. (B) a documentação em que manifestam sua preocupação com o destino de nossa terra os viajantes que para cá vieram nos séculos XVI e XVII. (C) os princípios estéticos e as convicções ideológicas de poetas e intelectuais como Tomás Antonio Gonzaga e Cláudio Manuel da Costa. (D) o sentido nacionalista da produção de Gonçalves de Magalhães e Castro Alves, enfatizado no tom épico de seus poemas e manifestos. (E) a insistência com que escritores satíricos do período barroco se empenham em ridicularizar a irracionalidade mesma do processo colonial. 5-( PUC-Camp2011) O homem utilitarista do século XVIII transforma utensílios de madeira em um torno por diversão, e fantasia que pode transformar os homens da mesma maneira. Mas não tem grandes dotes para a poesia, e mal sabe extrair a moral de uma obra de Shakespeare. Sua casa é aquecida e iluminada a vapor. Ele é um desses que preferem as coisas artificiais em detrimento das naturais, e pensa que a mente humana é onipotente. Ele sente grande desprezo pelas possibilidades da vida ao ar livre, pelos verdes campos e pelas árvores, e sempre reduz tudo aos termos da Utilidade.(W. Hazlitt. O Espírito do Século, apud Eric J. Hobsbawm. A Era das Revoluções – 1789-1848. Trad. Rio de Janeiro: Paz e Terra. 1977, p. 255) P á g i n a | 19 A vida ao ar livre e a paisagem bucólica de verdes campos foram cantadas pela poesia arcádica, como nos versos Iíricos de Claudio Manuel da Costa, em que o poeta, todavia, (A) declara preferir a pujança tropical e a fúria dos nossos silvículas à quietude das províncias e dos pastores da Arcádia. (B) evita fazer qualquer menção à paisagem de sua própria terra, marcada pelas pedras e pelos efeitos da mineração. (C) expressa sua dificuldade em ajustar os valores convencionais do Arcadismo à realidade da natureza de seu berço natal. (D) contrasta a beleza do campo com o desenvolvimento das cidades que crescem em função da expansão do comércio. (E) lamenta o declínio da vida pastoril, em função do desprestígio da pecuária em meio ao processo da mine- ração de ouro. (UEL2009)Leia o poema e responda as questões 6 e 7: Lira XI Se acaso não estou no fundo Averno, Padece, ó minha Bela, sim padece O peito amante, e terno, As aflições tiranas, que aos Precitos Arbitra Radamanto em justa pena Dos bárbaros delitos. As Fúrias infernais, rangendo os dentes, Com a mão escarnada não me aplicam As raivosas serpentes; Mas cercam-me outros monstros mais irados: Mordem-se sem cessar as bravas serpes De mil, e mil cuidados. Eu não gasto, Marília, a vida toda Em lançar o penedo da montanha; Ou em mover a roda; Mas tenho ainda mais cruel tormento: Por coisas que me afligem, roda, e gira Cansado pensamento. Com retorcidas unhas agarrado Às tépidas entranhas não me come Um abutre esfaimado; Mas sinto de outro monstro a crueldade: Devora o coração, que mal palpita, O abutre da saudade. Não vejo os pomos, nem as águas vejo, Que de mim se retiram quando busco Fartar o meu desejo; Mas quer, Marília, o meu destino ingrato Que lograr-te não possa, estando vendo Nesta alma o teu retrato. Estou no Inferno, estou, Marília bela; E numa coisa só é mais humana A minha dura estrela: Uns não podem mover do Inferno os passos; Eu pretendo voar, e voar cedo À glória dos teus braços. (GONZAGA, T. A. Marília de Dirceu. Rio de Janeiro: Ediouro, s.d. p.70.) 6-Este poema de Gonzaga, dentro da tradição pastoral arcádica, está repleto de referências à antiguidade clássica, entre elas, a) o deus egípcio Radamanto. b) as fúrias infernais da cristandade. c) o judeu Moisés e o episódio da montanha. d) o titã grego Prometeu. e) o Inferno, de Dante Alighieri. 7- Retrato do pensamento da segunda metade do século XVIII, o eu lírico procura, nesta Lira XI, demonstrar a Marília: I. O fascínio pela justiça, por ser ele formado em Leis. II. Seu amor saudoso racionalmente manifesto. III. Suas queixas quanto ao tratamento desumano recebido na prisão. IV. As dores próprias do lamento pastoril neoclássico. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas I e III são corretas. b) Somente as afirmativas I e IV são corretas. c) Somente as afirmativas lI e IV são corretas. d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. P á g i n a | 20 (Enem) Texto para as questões 8 e 9: Torno a ver-vos, ó montes; o destino (verso 1) Aqui me torna a pôr nestes outeiros, Onde um tempo os gabões deixei grosseiros Pelo traje da Corte, rico e fino. (verso 4) Aqui estou entre Almendro, entre Corino, Os meus fiéis, meus doces companheiros, Vendo correr os míseros vaqueiros (verso 7) Atrás de seu cansado desatino. Se o bem desta choupana pode tanto, Que chega a ter mais preço, e mais valia (verso 10) Que, da Cidade, o lisonjeiro encanto, Aqui descanse a louca fantasia, E o que até agora se tornava em pranto (verso 13) Se converta em afetos de alegria. (Cláudio Manoel da Costa. In: Domício Proença Filho. A poesia dos inconfidentes. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2002, p. 78-9.) 8-Considerando o soneto de Cláudio Manoel da Costa e os elementos constitutivos do Arcadismo brasileiro, assinale a opção correta acerca da relação entre o poema e o momento histórico de sua produção. a) Os “montes” e “outeiros”, mencionados na primeira estrofe, são imagens relacionadas à Metrópole, ou seja, ao lugar onde o poeta se vestiu com traje “rico e fino”. b) A oposição entre a Colônia e a Metrópole, como núcleo do poema, revela uma contradição vivenciada pelo poeta, dividido entre a civilidade do mundo urbano da Metrópole e a rusticidade da terra da Colônia. c) O bucolismo presente nas imagens do poema é elemento estético do Arcadismo que evidencia a preocupação do poeta árcade em realizar uma representação literária realista da vida nacional. d) A relação de vantagem da “choupana” sobre a “Cidade”, na terceira estrofe, é formulação literária que reproduz a condição histórica paradoxalmente vantajosa da Colônia sobre a Metrópole. e) A realidade de atraso social, político e econômico do Brasil Colônia está representada esteticamente no poema pela referência, na última estrofe, à transformação do pranto em alegria. 9- Assinale a opção que apresenta um verso do soneto de Cláudio Manoel da Costa em que o poeta se dirige ao seu interlocutor. a) “Torno a ver-vos, ó montes; o destino” (v.1) b) “Aqui estou entre Almendro, entre Corino,” (v.5) c) “Os meus fiéis, meus doces companheiros,” (v.6) d) “Vendo correr os míseros vaqueiros” (v.7) e) “Que, da Cidade, o lisonjeiro encanto,” (v.11) 10- (Enem cancelado 2009) Leia o poema abaixo: Ó meio-dia confuso, ó vinte-e-um de abril sinistro, que intrigas de ouro e de sonho houve em tua formação? Quem ordena, julga e pune? Quem é culpado e inocente? Na mesma cova do tempo cai o castigo e o perdão. Morre a tinta das sentenças e o sangue dos enforcados... — liras, espadas e cruzes pura cinza agora são. Na mesma cova, as palavras, o secreto pensamento, as coroas e os machados, mentira e verdade estão. [...] P á g i n a | 21 O poema de Cecília Meireles temcomo ponto de partida um fato da história nacional, a Inconfidência Mineira. Nesse poema, a relação entre texto literário e contexto histórico indica que a produção literária é sempre uma recriação da realidade, mesmo quando faz referência a um fato histórico determinado. No poema de Cecília Meireles, a recriação se concretiza por meio a) do questionamento da ocorrência do próprio fato, que, recriado, passa a existir como forma poética desassociada da história nacional. b) da descrição idealizada e fantasiosa do fato histórico, transformado em batalha épica que exalta a força dos ideais dos Inconfidentes. c) da recusa da autora de inserir nos versos o desfecho histórico do movimento da Inconfidência: a derrota, a prisão e a morte dos Inconfidentes. d) do distanciamento entre o tempo da escrita e o da Inconfidência, que, questionada poeticamente, alcança sua dimensão histórica mais profunda. e) do caráter trágico, que, mesmo sem corresponder à realidade, foi atribuído ao fato histórico pela autora, a fim de exaltar o heroísmo dos Inconfidentes. ROMANTISMO 1- (Considere o poema a seguir, "A cantiga", de Adélia Prado: "Ai cigana ciganinha, ciganinha, meu amor". Quando escutei essa cantiga era hora do almoço, há muitos anos. A voz da mulher cantando vinha de uma cozinha, ai ciganinha, a voz de bambu rachado continua tinindo, esganiçada, linda, viaja pra dentro de mim, o meu ouvido cada vez melhor. Canta, canta, mulher, vai polindo o cristal, canta mais, canta que eu acho minha mãe, meu vestido estampado, meu pai tirando boia da panela, canta que eu acho minha vida. (Em: Bagagem. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986.) Acerca desse poema, é INCORRETO afirmar que A ( ) a poeta tem consciência de que seu passado é irremediavelmente perdido. B ( ) existe um tom nostálgico, e um saudosismo de raiz romântica. C ( ) a cantiga faz com que a poeta reviva uma série de lembranças afetivas. D ( ) predomina o tom confessional e o caráter autobiográfico. E ( ) valoriza os elementos da cultura popular, também uma herança romântica. 2. Se uma lágrima as pálpebras me inunda, Se um suspiro nos seios treme ainda. É pela virgem que sonhei... que nunca Aos lábios me encostou a face linda! (Álvares de Azevedo) A característica do Romantismo mais evidente desta quadra é: o espiritualismo. o pessimismo. a idealização da mulher. o confessionalismo. a presença do sonho. P á g i n a | 22 Canção do exílio-Gonçalves Dias Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá; As aves, que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá. Nosso céu tem mais estrelas, Nossas várzeas têm mais flores, Nossos bosques têm mais vida, Nossa vida mais amores. Em cismar, sozinho, à noite, Mais prazer eu encontro lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá. Minha terra tem primores, Que tais não encontro eu cá; Em cismar –sozinho, à noite– Mais prazer eu encontro lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá. Não permita Deus que eu morra, Sem que eu volte para lá; Sem que desfrute os primores Que não encontro por cá; Sem qu'inda aviste as palmeiras, Onde canta o Sabiá. Canto de regresso à pátria Minha terra tem palmares Onde gorjeia o mar Os passarinhos daqui Não cantam como os de lá Minha terra tem mais rosas E quase que mais amores Minha terra tem mais ouro Minha terra tem mais terra Ouro terra amor e rosas Eu quero tudo de lá Não permita Deus que eu morra Sem que volte para lá Não permita Deus que eu morra Sem que volte pra São Paulo Sem que veja a Rua 15 E o progresso de São Paulo 3.( ENEM) Os textos I e II, escritos em contextos diferentes, enfocam o mesmo motivo poético: a paisagem brasileira. Analisando-os, conclui-se que: a. O ufanismo, a atitude de quem se orgulha excessivamente do país em que nasceu é o tom de que se revestem os dois textos. b. A exaltação da natureza é a principal característica do texto II. c. O texto II aborda o tema da nação, como o texto I, mas sem perder a visão crítica da realidade brasileira. d. Ambos os textos apresentam ironicamente a realidade brasileira. P á g i n a | 23 4 - ENEM 2009 ECKHOUT, A. “Índio Tapuia” (1610-1666). Disponível em: http://www.diaadia.pr.gov.br. Acesso em: 09 jul 2009. A feição deles é serem pardos, maneira d’avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem feitos. Andam nus, sem nenhuma cobertura, nem estimam nenhuma cousa cobrir, nem mostrar suas vergonhas. E estão acerca disso com tanta inocência como têm em mostrar o rosto. CAMINHA, P.V. A Carta. Disponível em: http://wwwdominiopublico.org.br Acesso em: 12 ago 2009 Ao se estabelecer uma relação entre a obra de Eckhout e o trecho do texto de Caminha, conclui-se que A) ambos se identificam pelas características estéticas marcantes, como tristeza e melancolia, do movimento romântico das artes plásticas. B) o artista, na pintura, foi fiel ao objeto, representando-o de maneira realista, ao passo que o texto é apenas fantasioso. C) a pintura e o texto têm uma característica em comum, que é representar o habitante das terras que sofreriam processo colonizador. D) o texto e a pintura são baseados no contraste entre a cultura européia e a cultura indígena. E) Há forte direcionamento religioso no texto e na pintura, uma vez que o índio representado é objeto da catequização jesuítica. 5- (ENEM 2009)O Sertão e o Sertanejo Ali começa o sertão chamado bruto. Nesses campos, tão diversos pelo matiz das cores, o capim crescido e ressecado pelo ardor do sol transforma-se em vicejante tapete de relva, quando lavra o incêndio que algum tropeiro, por acaso ou mero desenfado, ateia com uma faúlha do seu isqueiro. Minando à surda na touceira, queda a vívida centelha. Corra daí a instantes qualquer aragem, por débil que seja, e levanta-se a língua de fogo esguia e trêmula, como que a contemplar medrosa e vacilante os espaços imensos que se alongam diante dela. O fogo, detido em pontos, aqui, ali, a consumir com mais lentidão algum estorvo, vai aos poucos morrendo até se extinguir de todo, deixando como sinal da avassaladora passagem o alvacento lençol, que lhe foi seguindo os velozes passos. Por toda a parte melancolia; de todos os lados tétricas perspectivas. É cair, porém, daí a dias copiosa chuva, e parece que uma varinha de fada andou por aqueles sombrios recantos a traçar às pressas jardins encantados e nunca vistos. Entra tudo num trabalho íntimo de espantosa atividade. Transborda a vida. (TAUNAY, A. Inocência. São Paulo: Ática, 1993 (adap.)). O romance romântico teve fundamental importância na formação da ideia de nação. Considerando o trecho acima, é possível reconhecer que uma das principais e permanentes contribuições do Romantismo para construção da identidade da nação é a : a) possibilidade de apresentar uma dimensão desconhecida da natureza nacional, marcada pelo subdesenvolvimento e pela falta de perspectiva de renovação. P á g i n a | 24 b) consciência da exploração da terra pelos colonizadores e pela classe dominante local, o que coibiu a exploração desenfreada das riquezas naturais do país. c) construção, em linguagem simples, realista e documental, sem fantasia ou exaltação, de uma imagem da terra que revelou o quanto é grandiosa a natureza brasileira. d) expansão dos limites geográficos da terra, que promoveu o sentimento de unidade do território nacional e deu a conhecer os lugares mais distantes do Brasil aos brasileiros. e) valorização davida urbana e do progresso, em detrimento do interior do Brasil, formulando um conceito de nação centrado nos modelos da nascente burguesia brasileira. REALISMO 1. A respeito de Realismo, pode-se afirmar: a) As três afirmações são corretas I- Busca o perene humano no drama da existência II- Defende a documentação de fatos e a impessoalidade do autor perante a obra III- Estética literária restritamente brasileira; seu criador é Machado de Assis. b) São corretas apenas II e III c) As três informações são incorretas d) Apenas III é correta e) São corretas I e III P á g i n a | 25 2. O realismo foi um movimento de: a) irracionalismo b) maior preocupação com a objetividade c) volta ao passado d) exacerbação ultra-romântica e) moralismo 3. Podemos verificar que o Realismo revela: I senso do contemporâneo. Encara o presente do mesmo modo que romantismo se volta para o passado ou para o futuro. II o retrato da vida pelo método da documentação, em que a seleção e a síntese operam buscando um sentido para o encadeamento dos fatos. III técnica minuciosa, dando a impressão de lentidão, de marcha quieta e gradativa pelos meandros dos conflitos, dos êxitos e dos fracassos. a) as três afirmativas forem corretas b) apenas a afirmativa III for correta c) três afirmativas forem incorretas d) as afirmativas II e III forem corretas e) as afirmativas I e II forem corretas 4- (FGV-SP2009)Leia estes dois fragmentos extraídos de O primo Basílio, de Eça de Queirós, ambos referentes à personagem Luísa. I – Lia muitos romances; tinha uma assinatura, na Baixa, ao mês. Em solteira, aos dezoito anos, entusiasmara-se por Walter Scott e pela Escócia; desejara então viver num daqueles castelos escoceses, que têm sobre as ogivas os brasões do clã, mobilados com arcas góticas e troféus de armas, forrados de largas tapeçarias, onde estão bordadas legendas heroicas, que o vento do lago agita e faz viver; e amara Ervandalo, Morton e Ivanhoé, ternos e graves, tendo sobre o gorro a pena de águia, presa ao lado pelo cardo de Escócia de esmeraldas e diamantes. (Cap. I) II – Ia encontrar Basílio no “Paraíso” pela primeira vez. E estava muito nervosa: não pudera dominar, desde pela manhã, um medo indefinido que lhe fizera pôr um véu muito espesso, e bater o coração ao encontrar Sebastião. Mas ao mesmo tempo uma curiosidade intensa, múltipla, impelia-a, com um estremecimentozinho de prazer. – Ia, enfim, ter ela própria aquela aventura que lera tantas vezes nos romances amorosos! Era uma forma nova do amor que ia experimentar, sensações excepcionais! Havia tudo – a casinha misteriosa, o segredo ilegítimo, todas as palpitações do perigo! (Cap. VI) Das características da escola literária a que pertence este romance, a mais nitidamente perceptível nos dois fragmentos ocorre em: A O homem está submetido às mesmas leis universais que os demais seres vivos. B Assim como o cientista, também o ficcionista pretende provar com sua obra uma teoria. C As massas emergiram ao plano histórico, buscando a posse dos progressos materiais e políticos. D O sentimentalismo e a imaginação podem ser fatores condicionantes das atitudes humanas. E A arte pode ser um instrumento para a reforma das condições sociais. 5-(UECE2008) O BARBEIRO 01 Perto de casa havia um barbeiro, que me 02 conhecia de vista, amava a rabeca e não 03 tocava inteiramente mal. Na ocasião em que ia 04 passando, executava não sei que peça. Parei 05 na calçada a ouvi-lo (tudo são pretextos a um 06 coração agoniado), ele viu-me, e continuou a 07 tocar. Não atendeu a um freguês, e logo a P á g i n a | 26 08 outro, que ali foram, a despeito da hora e de 09 ser domingo, confiar-lhe as caras à navalha. 10 Perdeu-os sem perder uma nota; ia tocando 11 para mim. Esta consideração fez-me chegar 12 francamente à porta da loja, voltado para ele. 13 Ao fundo, levantando a cortina de chita que 14 fechava o interior da casa, vi apontar uma 15 moça trigueira, vestido claro, flor no cabelo. 16 Era a mulher dele; creio que me descobriu de 17 dentro, e veio agradecer-me com a presença o 18 favor que eu fazia ao marido. Se me não 19 engano, chegou a dizê-lo com os olhos. 20 Quanto ao marido, tocava agora com mais 21 calor; sem ver a mulher, sem ver fregueses, 22 grudava a face no instrumento, passava a 23 alma ao arco, e tocava, tocava… 24 Divina arte! Ia-se formando um grupo, 25 deixei a porta da loja e vim andando para 26 casa; enfiei pelo corredor e subi as escadas 27 sem estrépito. Nunca me esqueceu o caso 28 deste barbeiro, ou por estar ligado a um 29 momento grave de minha vida, ou por esta 30 máxima, que os compiladores podiam tirar 31 daqui e inserir nos compêndios da escola. A 32 máxima é que a gente esquece devagar as 33 boas ações que pratica, e verdadeiramente 34 não as esquece nunca. Pobre barbeiro! Perdeu 35 duas barbas naquela noite, que eram o pão do 36 dia seguinte, tudo para ser ouvido de um 37 transeunte. Supõe agora que este, em vez de 38 ir-se embora, como eu fui, ficava à porta a 39 ouvi-lo e namorar-lhe a mulher; então é que 40 ele, todo arco, todo rabeca, tocaria 41 desesperadamente. Divina arte! ASSIS, Machado de. Dom Casmurro – obra completa – vol. I, Aguilar, 2a ed. 1962. Sobre o Realismo, assinale o INCORRETO. A) O Realismo na literatura manifesta-se na prosa. A poesia da época vive o Simbolismo. B) O romance – social, psicológico e de tese – é a principal forma de expressão do Realismo. C) O romance realista deixa de ser apenas distração e torna-se veículo de crítica a instituições, como a Igreja Católica, e à hipocrisia burguesa. D) A escravidão, os preconceitos raciais e a sexualidade são os principais temas, tratados com linguagem clara e direta. 6-(ENEM) No trecho abaixo, o narrador, ao descrever a personagem, critica sutilmente um outro estilo de época: o romantismo. “Naquele tempo contava apenas uns quinze ou dezesseis anos; era talvez a mais atrevida criatura da nossa raça, e, com certeza, a mais voluntariosa. Não digo que já lhe coubesse a primazia da beleza, entre as mocinhas do tempo, porque isto não é romance, em que o autor sobredoura a realidade e fecha os olhos às sardas e espinhas; mas também não digo que lhe maculasse o rosto nenhuma sarda ou espinha, não. Era bonita, fresca, saía das mãos da natureza, cheia daquele feitiço, precário e eterno, que o indivíduo passa a outro indivíduo, para os fins secretos da criação.” (ASSIS, Machado de. Memórias Póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Jackson,1957.) A frase do texto em que se percebe a crítica do narrador ao romantismo está transcrita na alternativa: A)... o autor sobredoura a realidade e fecha os olhos às sardas e espinhas ... B)... era talvez a mais atrevida criatura da nossa raça ... C)Era bonita, fresca, saía das mãos da natureza, cheia daquele feitiço, precário e eterno, ... D)Naquele tempo contava apenas uns quinze ou dezesseis anos ... E)... o indivíduo passa a outro indivíduo, para os fins secretos da criação. P á g i n a | 27 7- (CEUT) Sobre o movimento realista, uma única alternativa apresenta-se CORRETA. Assinale-a. A) O Realismo teve sua origem na França e foi uma renovação apenas no campo literário. B) O homem como indivíduo é o centro das preocupações do autor realista para que proceda a análise psicológica. C) O ponto mais alto da prosa de ficção, no Realismo brasileiro, encontra-se na obra de José de Alencar. D) O escritor realista deve estudar o exterior dos indivíduos, interrogá-los, analisar o meio e, depois, transcrever suas observações, procurando ser, rigorosamente, impessoal. E) Aprosa de ficção, no Realismo, não é uma obra de ataque à mentalidade burguesa, à ordem social clerical e monárquica. 8- (UESPI) Constitui aspecto fundamental do Realismo: A) A fiel precisão da exposição dos caracteres humanos, concomitante à minuciosa descrição de fatos e de situações apresentados. B) A forma de expressão em que a sensibilidade se sobrepuja à razão, ao apresentar o enredo, que deve ser simples. C) O exame minucioso do ser humano, em seu habitat, justamente quando os fins são bem mais importantes que os meios. D) O uso de um complicado jogo de palavras, mostrando o eterno drama dual entre a vida espiritual e a vida material do ser humano. E) A arte passa a ser vista como uma simples imitação da natureza, em que a Verdade, o Bom e o Belo estão acima de qualquer coisa. Para isso, através de uma linguagem simples e pura. 9.(NOVAFAPI) Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas do texto abaixo: O traço diferente, que predominou em muitos escritos a partir dos anos de 1860 e 1870, foi o que se chamou _________________, termo que é também aplicável a obras de várias épocas, mas que recebeu então um sentido próprio e de certo modo legítimo, sob a influência dos novos rumos das ciências naturais. Nesse sentido restrito, significa o tipo de ________________ que procura explicar cientificamente a conduta e o modo de ser das personagens por meio dos fatores externos, de natureza biológica e sociológica, que condicionam a vida humana. (Antonio Candido e José Aderaldo Castello) A)Naturalismo; Realismo B)Realismo; romance C)Realismo; Naturalismo D)Romantismo; romance E)Naturalismo; romance NATURALISMO Leia o trecho e responda as questões 1,2 e 3 O cortiço Fechou-se um entra-e-sai de marimbondos defronte daquelas cem casinhas ameaçadas pelo fogo. Homens e mulheres corriam de cá para lá com os tarecos ao ombro, numa balbúrdia de doidos. O pátio e a rua enchiam- se agora de camas velhas e colchões espocados. Ninguém se conhecia naquela zumba de gritos sem nexo, e choro de crianças esmagadas, e pragas arrancadas pela dor e pelo desespero. Da casa do Barão saíam clamores apopléticos; ouviam-se os guinchos de Zulmira que se espolinhava com um ataque. E começou a aparecer água. Quem a trouxe? Ninguém sabia dizê-lo; mas viam-se baldes e baldes que se despejavam sobre as chamas. Os sinos da vizinhança começaram a badalar. E tudo era um clamor. A Bruxa surgiu à janela da sua casa, como à boca de uma fornalha acesa. Estava horrível; nunca fora tão bruxa. O seu moreno trigueiro, de cabocla velha, reluzia que nem metal em brasa; a sua crina preta, desgrenhada, escorrida e abundante como as das éguas selvagens, dava-lhe um caráter fantástico de fúria saída do inferno. E ela ria-se, ébria de satisfação, sem sentir as queimaduras e as feridas, vitoriosa no meio daquela orgia de fogo, com que ultimamente vivia a sonhar em segredo a sua alma extravagante de maluca. Ia atirar-se cá para fora, quando se ouviu estalar o madeiramento da casa incendiada, que abateu rapidamente, sepultando a louca num montão de brasas. (Aluísio Azevedo. O cortiço) P á g i n a | 28 1- Em O cortiço, o caráter naturalista da obra faz com que o narrador se posicione em terceira pessoa, onisciente e onipresente, preocupado em oferecer uma visão crítico-analítica dos fatos. A sugestão de que o narrador é testemunha pessoal e muito próxima dos acontecimentos narrados aparece de modo mais direto e explícito em: a) Fechou-se um entra-e-sai de marimbondos defronte daquelas cem casinhas ameaçadas pelo fogo. b) Ninguém sabia dizê-lo; mas viam-se baldes e baldes que se despejavam sobre as chamas. c) Da casa do Barão saíam clamores apopléticos... d) A Bruxa surgiu à janela da sua casa, como à boca de uma fornalha acesa. e) Ia atirar-se cá para fora, quando se ouviu estalar o madeiramento da casa incendiada... 2- O caráter naturalista nessa obra de Aluísio Azevedo oferece, de maneira figurada, um retrato de nosso país, no final do século XIX. Põe em evidência a competição dos mais fortes, entre si, e estes, esmagando as camadas de baixo, compostas de brancos pobres, mestiços e escravos africanos. No ambiente de degradação de um cortiço, o autor expõe um quadro tenso de misérias materiais e humanas. No fragmento, há várias outras características do Naturalismo. Aponte a alternativa em que as duas características apresentadas são corretas: a) Exploração do comportamento anormal e dos instintos baixos; enfoque da vida e dos fatos sociais contemporâneos ao escritor. b) Visão subjetivista dada pelo foco narrativo; tensão conflitiva entre o ser humano e o meio ambiente. c) Preferência pelos temas do passado, propiciando uma visão objetiva dos fatos; crítica aos valores burgueses e predileção pelos mais pobres. d) A onisciência do narrador imprime-lhe o papel de criador, e se confunde com a idéia de Deus; utilização de preciosismos vocabulares, para enfatizar o distanciamento entre a enunciação e os fatos enunciados. e) Exploração de um tema em que o ser humano é aviltado pelo mais forte; predominância de elementos anticientíficos, para ajustar a narração ao ambiente degradante dos personagens. 3- Releia o fragmento de O cortiço, com especial atenção aos dois trechos a seguir: Ninguém se conhecia naquela zumba de gritos sem nexo, e choro de crianças esmagadas, e pragas arrancadas pela dor e pelo desespero. (...) E começou a aparecer água. Quem a trouxe? Ninguém sabia dizê-lo; mas viam-se baldes e baldes que se despejavam sobre as chamas. No fragmento, rico em efeitos descritivos e soluções literárias que configuram imagens plásticas no espírito do leitor, Aluísio Azevedo apresenta características psicológicas de comportamento comunitário. Aponte a alternativa que explicita o que os dois trechos têm em comum: a) Preocupação de um em relação à tragédia do outro, no primeiro trecho, e preocupação de poucos em relação à tragédia comum, no segundo trecho. b) Desprezo de uns pelos outros, no primeiro trecho, e desprezo de todos por si próprios, no segundo trecho. c) Angústia de um não poder ajudar o outro, no primeiro trecho, e angústia de não se conhecer o outro, por quem se é ajudado, no segundo trecho. d) Desespero que se expressa por murmúrios, no primeiro trecho, e desespero que se expressa por apatia, no segundo trecho. e) Anonimato da confusão e do “salve-se quem puder”, no primeiro trecho, e anonimato da cooperação e do “todos por todos”, no segundo trecho. 4- (Puc-Camp2010)A sua ferocidade ultrapassa tudo: sulcam de profundas cicatrizes, com um ferro, as faces dos recém-nascidos para lhes destruir as raízes dos pelos; e desse modo crescem e envelhecem imberbes e sem graça, como eunucos. Têm o corpo atarracado, os membros robustos e a nuca grossa: a largura das costas fá-los assustadores. (...) Não põem pé em terra nem para comer nem para dormir e dormem deitados sobre o magro pescoço da montada, onde sonham à sua vontade. (...) Nenhum deles se for interrogado poderá dizer donde é natural, porque, concebido num lugar, nasceu já noutro ponto e foi educado mais longe. (Descrição dos Hunos em Fernando Espinosa. Antologia de textos históricos medievais. Lisboa: SÁ da Costa, 1972, p. 4-6) Nessa descrição que faz Espinosa, os elementos da barbárie e da animalização do homem ganham uma expressão igualmente violenta, e parecem antecipar. (A) o prestígio que ganhariam as descrições pitorescas e detalhistas nos tratados dos primeiros viajantes e exploradores coloniais. P á g i n a | 29 (B) os recursos de que se valeriam os prosadores naturalistas, interessados em associar condição biológica, classe social e comportamento humano. (C) as imagens de que se valeriam os modernistas de 22, quando buscavam
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