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Processamento de materiais hospitalares

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Beatriz de Biasi – Medicina – Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro
PROCESSAMENTO DE MATERIAIS HOSPITALARES
Parte 1 ----------------------------
Os materiais hospitalares de múltiplos usos são considerados veículos potencialmente infectantes. Torna-se necessário submetê-los a processos de limpeza, desinfecção e esterilização após cada uso.
Classificação de Spaulding
Artigos não-críticos: Entram em contato com a pele integra ou não entram em contato direto com o paciente. Devem ser submetidos a desinfecção de baixo nível ou apenas a limpeza. Ex: estetoscópio, termômetro, esfigmomanômetro, etc. 
Artigos semi-críticos: Entram em contato com a pele não íntegra, mas restrito às camadas de pele ou com mucosas íntegras. Devem ser submetidos a desinfecção de alto nível. Ex: equipamentos de anestesia gasosa, terapia respiratória, inaloterapia, instrumentos de fibra óptica, etc.
Artigos críticos: Destinados a procedimento invasivos, atingindo os tecidos subepiteliais e o sistema vascular. Devem ser esterilizados. Ex: instrumental cirúrgico, cateteres cardíacos, laparoscópios, etc.
Desinfecção
Elimina parte dos microrganismos, pode eliminar esporos e é utilizada para objetos e superfícies inanimadas. Para haver eficácia, deve ser capaz de: matar Mycobacterium abscessus e Mycobacterium massiliense. Nível do germicida:
Alto: Glutaraldeido - elimina esporos. Para itens semi-críticos.
Intermediário: Cloro, iodóforos, álcool - não elimina esporo. Para superfícies.
Baixo: Compostos quaternários de amônia. Maioria das bactérias, para termômetros.
Esterilização
Processo de tratamento de materiais que utiliza agentes químicos ou físicos para destruir toda forma de vida microbiana. Testes físicos, químicos e biológicos são realizados para garantir que a esterilização ocorreu de maneira adequada. A limpeza prévia e secagem adequada são importantes para diminuir a carga parasitária dos materiais hospitalares. Falhas humanas e mecânicas podem ser responsáveis por uma esterilização inadequada. Dentre as falhas humanas, podemos citar: limpeza deficiente, empregos de invólucros inadequados, confecção de pacotes demasiadamente grandes, funcionamento incorreto na câmara de esterilização e tempo de exposição insuficiente ao agente esterilizante.
Processos físicos: 
 1- Vapor saturado sob pressão – autoclaves: empregado para artigos que não são sensíveis ao calor e a umidade. Os micro-organismos são destruídos pela combinação de calor, da pressão e da umidade. Promove a desnaturação das proteínas da estrutura genética celular. É o processo de maior segurança.
2- Calor seco: empregado para artigos que não são sensíveis ao calor, no entanto, não resistem a umidade. Não é considerado um método de esterilização muito adequado pois a temperatura muito elevada pode danificar os materiais e o poder de penetração é baixo.
Os materiais indicados para serem esterilizados por esse método são instrumentos de ponta ou de corte, que podem ser oxidados pelo vapor, óleos e pomadas. 
Processos físicoquímicos: 
1- Óxido de etileno: alternativa para esterilizar artigos sensíveis a calor. O ciclo de esterilização envolve o controle de temperatura, de umidade, de concentração do agente esterilizante, de pressão de trabalho e tempo de exposição ao gás. Apesar das vantagens econômicas, a segurança de se re-esterilizar produtos ainda é questionada. É um método que apresenta riscos ocupacionais por se tratar de um gás irritante da pele e mucosas, que provoca distúrbios genéticos e neurológicos.
Parte 2 ----------------------------
Antissepsia Rotineira das Mãos
Remoção e destruição da microbiota transitória. Usar preferencialmente produtos à base de álcool. Estes produtos associam detergentes com antissépticos. É realizada: antes e após o contato com o paciente, após contato com o mobiliário e equipamentos próximos ao paciente, antes e após a realização de procedimentos limpos e assépticos e após contato ou risco de contato com material biológico.
Antissepsia Pré-cirúrgica
Remoção e destruição da microbiota transitória e redução da residente. Pele íntegra usa-se clorexidina alcoólica ou povidine alcoólico. Mucosa usa-se povidine tópico e clorexidina aquosa. Para realizar procedimentos invasivos tem que ter técnica correta para a lavagem das mãos e isso está previsto na lei 2616.
PVPI: Pvpi (iodo povidona) é citotóxico e não tem ação residual.
Clorexidina: Não tem toxicidade celular, ação residual de 6h após o uso.
Antissepsia Pré-cirúrgica do paciente
Tricotomia: o uso de lâminas pode gerar lesões na pele dos pacientes, possibilitando a invasão e multiplicação de patógenos. Deve ser feita somente quando for muito necessária, onde os pelos atrapalhem a cirurgia.
Banho pré-operatório: serve para eliminar detritos depositados sobre a pele, reduzindo sua colonização. Usar solução degermante antisséptica na noite da véspera e na manhã, 2h antes, da cirurgia.
Antissepsia da pele do paciente: degermação com esponja ou compressa estéril, usando antisséptico degermante + antissepsia propriamente dita, que significa fazer o enxágue com água estéril e secar. Em seguida, aplicar antisséptico alcoólico, do centro para periferia, abrangendo toda a área da pele onde será feita a cirurgia. Aguardar secar.
Cadeia Pré-asséptica
Conjunto de medidas que visa impedir a penetração de agentes infecciosos em ambientes estéreis. Inclui todas as ações, desde a mais simples até a mais complexa, para a proteção da equipe de saúde e do paciente: imunização, antissepsias das mãos e peles, esterilização dos materiais utilizados na cirurgia, equipamentos para proteção da equipe e assepsia da sala cirúrgica.
Imunização: As vacinas mais importantes para os profissionais são contra hepatite B, influenza, tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola), difteria e tétano, febre amarela, BCG e pneumonia.
Equipamentos de proteção pessoal: Proteção para os pés, luvas, touca e máscara, aventais estéreis e não estéreis.
Assepsia da sala cirúrgica: 1° passo: limpar a superfície do ambiente com água e sabão. 2° passo: usar álcool etílico 70% para desinfecção de superfícies. 3° passo: usar hipoclorito 1% para limpeza da superfície dos hospitais ou outros produtos mais potentes como o glutaraldeido.
Classificação dos ambientes
Áreas críticas: Locais onde se realizam procedimentos invasivos ou manipulam-se materiais com alto risco de contaminação. Ex: Bloco cirúrgico, UTI, CME. Limpeza: concorrente ou terminal.
Áreas semicríticas: Locais onde se realizam procedimentos não invasivos e de baixo risco de infecção ou de contaminação. Ex: Enfermarias, consultórios, parte limpa da lavanderia hospitalar.
Áreas não críticas: Área na qual o risco de desenvolvimento de infecções relacionadas à assistência é mínimo ou inexistente. Ex: Corredores, áreas administrativas do hospital e elevadores.
Descarte dos Resíduos Sólidos
As etapas que envolvem o gerenciamento dos resíduos são: manejo (gerenciar os resíduos no seu aspecto intra e extra estabelecimento), segregação, acondicionamento, identificação, transporte Interno, armazenamento temporário, tratamento, armazenamento externo, coleta e transporte externos, disposição final.
Classificação:
1- Grupo A – Resíduos com a possível presença de agentes biológicos, podendo apresentar risco de infecção.
2- Grupo B – Resíduos contendo substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde pública ou ao meio ambiente.
3- Grupo C – Materiais que contenham radionuclídeos (rejeitos radioativos ou contaminados com radionuclídeos).
4- Grupo D – Resíduos que não apresentam risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao meio ambiente.
5- Grupo E – Materiais perfurocortantes e escarificantes.
Processos sofridos pelos resíduos: Incineração, armazenamento até o decaimento, tratamento para redução da microbiota através de agentes físicos ou através de processos validados de acordo com a sua composição e risco e disposição final em aterros sanitários.

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