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Sífiis e o seu tratamento - TCC

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Prévia do material em texto

PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO
FUNDAÇÃO PAULISTANA DE EDUCAÇÃO, TECNOLOGIA E CULTURA.
ESCOLA TÉCNICA DE SAÚDE PÚBLICA PROF. MAKIGUTI
CURSO TÉCNICO DE FARMÁCIA
ADRIANA DA PAIXÃO
ALINE MARTINS
FABIO RODRIGUES
RITA DE CASSIA
ROBERTA CRISTIANE
“SÍFILIS E O SEU TRATAMENTO”
São Paulo
2016
ADRIANA DA PAIXÃO
ALINE MARTINS
FABIO RODRIGUES
RITA DE CASSIA
ROBERTA CRISTIANE
“SÍFILIS E O SEU TRATAMENTO”
	Trabalho de Conclusão de Curso de formação de Técnico em Farmácia pela Escola Técnica de Saúde Pública “Prof. Makiguti”, como exigência parcial para obtenção do grau de Técnico, sob a orientação do Prof. ---- . 
	Área de concentração: Saúde 
 
São Paulo
2016
ADRIANA DA PAIXÃO
ALINE MARTINS
FABIO RODRIGUES
RITA DE CASSIA
ROBERTA CRISTIANE
“SÍFILIS E O SEU TRATAMENTO”
	Trabalho de Conclusão de Curso de formação de Técnico em Farmácia pela Escola Técnica de Saúde Pública “Prof. Makiguti”, como exigência parcial para obtenção do grau de Técnico, sob a orientação do Prof. ----
Área de concentração: Saúde 
Banca examinadora:
Prof. ---------------------------------- Ass.---------------------- ETSP “Prof.Makiguti” --------/--------/-------
Prof ---------------------------------- Ass. ---------------------- ETSP “Prof.Makiguti” --------/--------/-------
Prof ---------------------------------- Ass.----------------------- ETSP “Prof.Makiguti” --------/--------/-------
AGRADECIMENTOS
Agradecemos a Deus pelo dom da vida. Aos nossos familiares que sempre priorizaram a educação em nossas vidas e em nos mostrar, através de seus exemplos, o caminho a ser seguido. Ao Professor Alex, por nos apoiar e orientar. Ao Professor Marcio por ser um exemplo de inspiração profissional.
 “O sucesso nasce do querer, da determinação e persistência em se chegar a um objetivo. Mesmo não atingindo o alvo, quem busca e vence obstáculos, no mínimo fará coisas admiráveis.” (José de Alencar).
RESUMO
A sífilis é uma doença infectocontagiosa causada pela bactéria Treponema pallidum, transmitida por via sexual ou vertical, durante a gestação. É caracterizada por suas fases clínicas e suas graves complicações em pacientes não tratados ou que foram tratados incorretamente. É conhecida desde o século XV e a incidência da doença preocupou diversos médicos especialistas, bem como os dermatologistas. A Sífilis acompanhou a evolução da população e está presente até os dias atuais. Sua prevenção é eficaz, sendo então, necessário o uso de preservativo, o tratamento correto para a gestante portadora da doença, evitar contato com as lesões causadas pela mesma, bem como é vedado à realização de transfusão sanguínea com indivíduos infectados e a informação correta da doença para a população. Seu tratamento passou por várias evoluções, sendo até hoje a penicilina o fármaco mais utilizado e eficaz. 
Palavras-chaves: Sífilis. Tratamento. Prevenção. Penicilina. Fármacos.
ABSTRACT
Syphilis is an infectious disease caused by the bacterium Treponema pallidum, transmitted sexually or via vertical during pregnancy. It is characterized by its clinical stages and its serious complications in patients not treated or have been treated unfairly. It is known since the fifteenth century and the incidence of the disease concerned various medical specialists and dermatologists. Syphilis followed the evolution of the population and is present even today. Prevention is effective, then being necessary to use condoms, the correct treatment for the pregnant woman who is disease, avoid contact with the lesions caused by the same, and it is forbidden for performing blood transfusions with infected individuals and the correct information disease for the population. His treatment has undergone several evolutions, and today the penicillin the most used and effective drug.
Keywords: Syphilis. Treatment. Prevention. Penicillin. Drugs.
	
INTRODUÇÃO 
A sífilis é uma doença sexualmente transmissível e curável, causada por uma bactéria chamada Treponema pallidum. Conhecida desde o século XV, Tem como principal via de transmissão o contato sexual e transmissão vertical (transmissão de uma doença da gestante para o seu feto no útero ou recém-nascido durante o parto.) com sífilis não tratada ou tratada inadequadamente. Também pode ser transmitida por transfusão sanguínea, sendo a sífilis considerada uma doença infectocontagiosa. A mesma se manifesta em três estágios diferentes: sífilis primária, secundária e terciária, além da Sífilis congênita e a neurosífilis. 
A apresentação dos sinais e sintomas da Sífilis é muito variável. Quando não é realizado um acompanhamento médico pode-se evoluir para situações mais graves, podendo comprometer o sistema nervoso, o aparelho cardiovascular, o aparelho respiratório e o aparelho gastrointestinal.
A necessidade de pesquisa e absorção de conteúdo sobre a Sífilis é de total importância, para o conhecimento aprofundado da doença, seus aspectos epidemiológicos, causas e tratamento. 
O tratamento da Sífilis passou por algumas evoluções, sendo o mercúrio o primeiro tratamento específico da sífilis e foi utilizado por cerca de 450 anos, onde os indivíduos eram submetidos a um forno quente com aplicações de pomadas de mercúrio; após séculos de pesquisas em 1928, foi descoberta a penicilina e até os dias de hoje, a mesma continua sendo a mais eficiente no tratamento da Sífilis. A sífilis apesar de ter tratamento eficaz e de baixo custo, é considerada um problema de saúde pública até os dias atuais. 
JUSTIFICATIVA
O tema proposto é importante para o conhecimento aprofundado da doença, bem como, sua evolução clínica, o tratamento e a evolução dos fármacos de combate a doença. O estudo da Sífilis é muito amplo e válido, pois os números de incidência vêm se elevando todo o tempo, por ser uma Doença Sexualmente Transmissível.
OBJETIVOS
3.1 OBJETIVO GERAL
Evidenciar as características do quadro clínico da Sífilis, relatando a evolução dos fármacos e o seu tratamento, bem como a sua prevenção.
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Relacionar as fases do quadro clínico da doença;
Levantar dados sobre a eficácia do tratamento;
Apresentar a evolução dos fármacos utilizados;
Enfatizar ações de prevenção
METODOLOGIA
Para a realização desta pesquisa foram utilizados livros de Imunologia, artigos do Ministério da Saúde Secretaria de Vigilância em Saúde Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, sites específicos da área de saúde, bem como, conhecimentos próprios.
HISTÓRICO DA SÍFILIS 
De acordo com a “hipótese colombiana”, a sífilis é proveniente do Novo Mundo e foi trazida para o Velho Mundo por volta de 1490, época das viagens de Cristóvão Colombo.
A origem do nome Sífilis procede do poema do médico italiano Girolamo Fracastoro, que significam respectivamente “fazer juntos” e “amor”. A partir desse poema denomina a doença como Syphilis e caracteriza-a como uma praga e repugnante.
Pintura de Fracastoro, autor que deu nome à doença sífilis (1478 -1553). Fonte: GRIEBELER, 2009
Em 1905, Fritz Shaudinn, foi procurar o agente que na época acreditava-se ser um protozoário, em uma amostra de uma papila sifilítica obtida pelo dermatologista Paul Erich Hoffman, porém acabou identificando que o mesmo era uma bactéria, inicialmente denominada Spirochaetta pallida, pela sua pouca afinidade por corantes e um tanto transparente. Após sete meses da descoberta, Shaudinn eHoffman, passaram a chamá-la de Treponema pallidum. (Fonte: An Bras Dermatol)
Anais Brasileiros de Dermatologia e Sifilografia. Fonte: An Bras Dermatol
Zoólogo Fritz Schaudinn, primeiro a identificar o Treponema pallidum.	Fonte: GRIEBELER, 2009.
Dermatologista Paul Erich Hoffmann, participou da descoberta doTreponema pallidum. Fonte: GRIEBELER, 2009
No Brasil ainda há discussões sobre a origem da sífilis, porém seu surgimento está associado à época do colonialismo, com a presença dos europeus, navios negreiros e índios, sendo um período de rápida miscigenação. No século XIX a sífilis ressurgiu, acompanhando o crescimento das cidades, assim como a precarização da saúde pública..
Na transição do século XIX para o século XX, os estudos da medicina se voltavam para mudanças comportamentais como higiene, desencorajamento da amamentação pelas escravas e para estudos de tratamento da sífilis, surgiam os primeiros relatórios sobre doenças sexualmente transmissíveis, realizados pela Inspetoria de Profilaxia da Lepra e das Doenças Venéreas, fundada por Evandro Chagas na década de 60.
Em 1912, no Rio de Janeiro, foi fundada a primeira sociedade científica nacional denominada Sociedade Brasileira de Dermatologia e Sifilografia. Na década de 80, com o surgimento da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, é criado o Programa Nacional de Doenças Sexualmente Transmissíveis DST/AIDS. 
O AGENTE ETIOLÓGICO 
	A sífilis é causada por uma bactéria chamada Treponema pallidum, do gênero Treponema, da família dos Treponemataceae, que inclui mais outros dois gêneros: Leptospira e Borrelia. O gênero possui quatro espécies patogênicas e pelo menos seis não patogênicas. As patogênicas são o Treponema pallidum, causador da Sífilis, o Treponema careteum, responsável pela pinta, e o Treponema pertenue, agente da bouba ou framboesia. 
O T. pallidum tem forma de espiral entre (10 a 20 voltas), com cerca de 5-20mm de comprimento e apenas 0,1 a 0,2mm de espessura. Não possui membrana celular e é protegido por um envelope externo com três camadas ricas em moléculas de ácido N-acetil murâmico e N-acetil glucosamina. Apresenta também flagelos que se iniciam na extremidade distal da bactéria e encontram-se junto à camada externa ao logo do eixo longitudinal. Move-se por rotação do corpo em volta desses filamentos.
Fonte: bioquimicadst, 2015 - Estrutura Treponema Pallidum.
O  Treponema  pallidum não  é  cultivável, pois  é destruído pelo calor e falta de umidade, não resistindo  muito  tempo  fora  do  seu ambiente  (até 26hs)  e  é  patógeno exclusivo do ser humano. A mínima diferença de densidade entre o corpo e a parede do T. pallidum, faz com que seja prejudicada sua visualização à luz quando visualizada no microscópio. Originando-se o nome “pálido”, do latim pallidum. 
DEFINIÇÃO DA SÍFILIS 
A Sífilis é uma doença infectocontagiosa, curável e sexualmente transmissível, causada pela bactéria Treponema pallidum. Pode ser transmitida verticalmente (da mãe para o feto), por transfusão de sangue ou por contato direto com sangue contaminado. Se não for tratada precocemente, pode comprometer vários órgãos como: olhos, pele, ossos, coração, cérebro e sistema nervoso.  A doença pode ficar então, parada por meses ou anos, até o momento em que surgem complicações graves como: cegueira, paralisia, doença cerebral, problemas cardíacos, podendo inclusive levar à morte.
Quando não tratada, a Sífilis pode passar por períodos sintomáticos e assintomáticos com características clínicas divididas em três fases: sífilis primária, sífilis secundária, sífilis terciária e sífilis congênita, sífilis cardiovascular e neurosífilis.
8.1 FASE PRIMÁRIA 
Após a infecção da bactéria, ocorre um período de incubação (intervalo de tempo entre o contágio e os primeiros sintomas), entre 10 a 90 dias. O primeiro sintoma é o aparecimento de uma lesão única no local de entrada da bactéria, indolor, endurecida e contém secreção A lesão primária se cura espontaneamente, num período de 4 a 6 semanas após o contato. 
Fase primária da Sífilis. Fonte: Departamento de doenças sexualmente transmissíveis. (Aids.gov.br) 2012. 
8.2 FASE SECUNDÁRIA 
Quando a sífilis não é tratada na fase primária, evolui para secundária, período em que a bactéria já invadiu todo o organismo. Nesta fase, aparece como manifestação clínica, manchas vermelhas na pele, na boca, nas palmas das mãos e pés, febre, dor de cabeça, mal-estar, sendo que as manifestações podem regredir sem tratamento, embora a doença continue ativa no organismo.
 
Fase secundária Sífilis. Fonte: Departamento de doenças sexualmente transmissíveis. (Aids.gov.br) 2012.
8.3 FASE TERCIÁRIA (LATENTE) 
O período depois do desaparecimento dos sinais e sintomas da fase primária e secundária é denominado período de latência. Durante esse estágio a infecção está no corpo embora não ocorram sinais nem sintomas dela. Na sífilis terciária a doença pode danificar os órgãos do organismo, incluindo o cérebro, nervos, olhos, coração, vasos sanguíneos, fígado, ossos e articulações. Esses danos podem ocasionar problemas nos nervos, paralisia, cegueira, demência, e outros problemas de saúde, podendo levar o indivíduo a morte. 
 
Sífilis terciária. Fonte:DDST(Aids.gov.br) 2012.
8.4 SÍFILIS CONGÊNITA 
A Sífilis Congênita é a infecção do feto na da passagem do treponema em qualquer momento da gestação pela placenta da gestante que não teve tratamento ou que foi tratada inadequadamente. 
A sífilis congênita pode causar má formação do feto, aborto espontâneo e morte do feto. Ao nascer, a criança que adquiriu a sífilis pode apresentar lesões ricas em treponemas na palma das mãos, nos pés, ao redor da boca e do ânus. Outros sintomas na maioria das vezes aparecem nos primeiros meses de vida, podendo ser: feridas no corpo, pneumonia, alterações nos ossos, cegueira e no desenvolvimento mental. 
Mesmo quando não se manifesta com essas características, a Sífilis congênita pode permanecer latente, vindo a se expressar durante a infância ou até mesmo na vida adulta.
Sífilis Congenita. Fonte: infodst4u. 2011
8.5 SÍFILIS CARDIOVASCULAR 
Os sintomas geralmente se desenvolvem entre 10 a 30 anos após a infecção inicial. O acometimento cardiovascular mais comum é a aortite (70%), principalmente aorta ascendente, e na maioria dos casos é assintomática. As principais complicações da aortite são o aneurisma, a insuficiência da válvula aórtica e a estenose do óstio da coronária. O diagnóstico pode ser suspeitado pela radiografia de tórax evidenciando calcificações lineares na parede da aorta ascendente e dilatação da aorta.
8.6 NEUROSSÍFILIS 
A invasão das meninges pelo treponema é precoce, de 12 a 18 meses após a infecção, mas desaparece em 70% dos casos sem tratamento. Quando a infecção persiste, aparece o quadro de neurossífilis, que pode ser assintomática ou sintomática.
A neurossifilis assintomática é definida como a presença de anormalidades do LCR (liquor cefalorraquidiano) na ausência de sinais ou sintomas neurológicos. As complicações mais precoces são as meningéias agudas, que podem acontecer no período secundário, principalmente em pacientes infectados pelo HIV, com a sintomatologia meningéia clássica. A neurossífilis se apresenta, parecendo como acidente vascular cerebral.
Mais tardia a neurossífilis, pode apresentar-se como uma paralisia geral progressiva. E, por último, um quadro de neurossífilis gomosa com sintomatologia localizada e semelhante à dos tumores cerebrais ou medulares.
TRANSMISSÃO 
A sífilis é transmitida por meio das relações sexuais desprotegidas, das transfusões de sangue. Pode também ser transmitida verticalmente, ou seja, da mãe para o feto, por transfusão de sangue ou por contato direto com sangue contaminado. 
ETIOPATOGENIA 
A penetração do treponema é realizada decorrente da relação sexual e por pequenos ferimentos na pele. Logo após, o treponema atinge o sistema linfático regional e, por disseminação pelo sangue em outras partes do corpo.A resposta da defesa local resulta em erosão no ponto de inoculação, enquanto a disseminação sistêmica resulta na produção de complexos imunes circulantes que podem depositar-se em qualquer órgão. A imunidade celular é mais tardia, permitindo ao Treponema multiplicar e sobreviver por longos anos.
EPIDEMIOLOGIA 
A Organização Mundial de Saúde estima em 340 milhões o número de casos novos de DST curáveis (sífilis, gonorréia, clamídia, tricomoníase). Os dados da prevalência nos trópicos mostram que a sífilis, conforme a região, é a terceira causa de úlcera genital (outras são o cancro mole e herpes genital). Nos Estados Unidos, em 2004 houve aumento de 11,2% dos casos de sífilis primária, que passaram de 7.177 em 2003 para 7.980. No Brasil, em 2003, estimaram-se 843 300 casos de sífilis. Não sendo doença de notificação compulsória, os estudos epidemiológicos são realizados em serviços que atendem DST ou grupos selecionados, como gestantes, soldados, prisioneiros, 
DIAGNÓSTICO 
Na sífilis primária, ainda não houve tempo de o organismo produzir anticorpos contra o Treponema pallidum, por isso, os exames de sangue costumam estar negativos nesta fase. Existem dois tipos de exames, sendo eles: treponêmicos e não treponêmicos.
Testes treponêmicos: Detecta IgG e IgM específicos contra T.pallidum. Exemplo: pesquisa de Anticorpo especificos FTA-abs ou TPHA ou ELISA.
Testes Não treponêmicos: Detecta IgG e IgM contra material lipídico liberado no soro devido mitocôndrias lesadas do hospedeiro e cardiolipina liberada pelos treponemas. Exemplos: provas lipídicas ou reagínicas VDRL.
VDRL
O VDRL é o exame em que o resultado é dado em formas de diluição, ou seja, um resultado 1/8 (1 para 8) significa que o anticorpo foi identificado até 8 diluições; um resultado 1/64 (1 para 64) mostra que podemos detectar anticorpos mesmo após diluirmos o sangue 64 vezes. Quanto maior for a diluição em que ainda se detecta o anticorpo, mais positivo é o resultado.
O VDRL costuma ficar positivo entre 4 e 6 semanas após a infecção. Geralmente seus valores começam a subir uma a duas semanas após o aparecimento da ferida inoculada. Portanto, se o teste for feito um ou dois dias após o aparecimento da lesão da sífilis, o VDRL pode dar falso negativo.
MATERIAL DA ÚLCERA
A confirmação laboratorial pode ser feita após coleta de material da úlcera para visualização direta da bactéria em microscópio. Nem sempre esse exame é necessário, uma vez que a úlcera genital da sífilis é bem característica. Geralmente o médico inicia tratamento baseado apenas em dados clínicos, esperando uma ou duas semanas para confirmar o diagnóstico laboratorialmente. 
Material da úlcera. Fonte: Blogdoserido. 2013
O diagnóstico da sífilis secundária, terciária ou primária, já em fase mais tardia, é feito através de dois exames sorológicos: VDRL e FTA-ABS (ou TPHA).
HISTÓRICO DO TRATAMENTO DA SÍFILIS 
O tratamento da Sífilis passou por algumas evoluções, sendo o mercúrio o primeiro tratamento específico da sífilis e foi utilizado por cerca de 450 anos, onde os indivíduos eram submetidos a um forno quente com aplicações de pomadas de mercúrio. Pelo fato da pouca resistencia do T. pallidum ao calor, os charlatões preconizavam o aumento da temperatura corporal por meios como banhos quentes de vapor ou com a inoculação de plasmódios na circulação, conhecida como (malarioterapia).
Sífilis: tratamento - stufa sicca. 	Fonte: An Bras Dermatol. 2006;
Após séculos de pesquisas em 1928, foi descoberta a penicilina e até os dias de hoje, a mesma continua sendo a mais eficiente no tratamento da Sífilis. A sífilis apesar de ter tratamento eficaz e de baixo custo, é considerada um problema de saúde pública até os dias atuais. (Fonte: An Bras Dermatol)
COMPOSTO 606 
A preocupação com o aumento dos casos assustou e mobilizou o trabalho de médicos e cientistas, entre eles, Paul Erlich, que em 1909, após 605 tentativas de modificar o arsênico (composto que também era usado para o tratamento), conseguiu modificar o mesmo e foi denominado composto 606 ou Salvarsan que foi o primeiro quimioterápico da história da medicina. (Fonte: menezesciencia)
 
Salvarsan ou Composto 606. Fonte: An Bras Dermatol. 2006.
Estrutura Química do Salvarsan (Arsfenamina). Fonte: chemgapedia.de 2011
Paul Erlich, acreditava que era possível obter um composto químico que pudesse curar especificamente a Sífilis sem prejudicar o paciente. Então, passou a realizar os testes em coelhos infectados pela bactéria Treponema pallidum. Alguns dos testes obtiveram sucesso, porém muitos coelhos morriam. Então, no ano seguinte em 1910, o médico Paul Erlich, obteve sucesso com os testes, onde os coelhos testados eram totalmente curados. 
O Salvarsan foi considerado eficaz, curando a doença, porém, em grandes doses o mesmo poderia ser prejudicial, por conta do composto Arsênio. Graças a esse descobrimento foi concedido ao Paul Erlich o Prêmio Nobel. Hoje em dia já não se utiliza o composto Salvarsan para tratar a sífilis, pois o mesmo foi substituído por um composto bem mais efetivo, o antibiótico penicilina. (Fonte: An Bras Dermatol)
 A DESCOBERTA DA PENICILINA 
Em 1928, foi realizada a descoberta da penicilina pelo pesquisador Alexandre Fleming do bactericida do fungo Penicilium notatus, que a partir dessa descoberta iria modificar a história da Sífilis e de outras doenças infecciosas. 
Aline - Em seu laboratório, Alexander tinha diversas placas de Petri contendo cultura de alguns microrganismos para estudos, dentre eles a cultura da bactéria Staphylococcus aureus. Fleming entrou de férias por alguns dias, deixando suas placas sem supervisão. Ao retornar, notou que a tampa de um dos recipientes tinha escorregado e que a cultura tinha sido contaminada com uma espécie de bolor (mofo). 
 Fleming ficou curioso e decidiu examiná-la. Na área onde o bolor havia crescido, as células do Staphylococcus tinham morrido, e em sua volta, não havia nenhuma bactéria. Então, Fleming, isolou esse fungo e ao estuda-lo mais a fundo, descobriu-se que era do gênero Penicillium, e a substância que o mesmo produzia, possuía efeito bactericida, e então foi nomeada como Penicilina. Posteriormente, descobriu-se que a penicilina matava também outros tipos de bactérias, e o melhor: ela não era tóxica para o corpo humano, o que significava que poderia ser usada como medicamento.
Alexander Fleming. Fonte: QuotesGram. 2009
Placa de Petri com o fungo da Penicilina. Fonte:FioCruz 2011
 Devido às dificuldades de produzir penicilina em quantidade suficiente para ser usada terapeuticamente, de início a descoberta de Fleming não despertou maior interesse na comunidade científica. Foi somente na Segunda Guerra Mundial, em 1939, que dois cientistas, Howard Florey e Ernst Chain retomaram as pesquisas e conseguiram produzir penicilina com fins terapêuticos em grande quantidade, tornando-se industrial. Assim, iniciava-se uma nova era para a medicina: a era dos antibióticos. Por suas pesquisas, Fleming, Florey e Chain receberam, em 1945, o Prêmio Nobel de Medicina. (Fonte: FioCruz)
Howard Florey. Fonte: Fiocruz. 2011
Ernest Chain. Fonte: FrioCruz. 2011
A penicilina tem a seguinte fórmula estrutural:
Estrutura da Penicilina. Fonte: Infoescola. 2012
Fungo Penicillium. Fonte: InfoEscola. 2012
 Hoje, sabe-se que a penicilina que já salvou milhares de vidas, porém a mesma pode provocar reações alérgicas em algumas pessoas e, inclusive, levar à óbito. Apesar disso, a penicilina ainda é o antibiótico mais usado em todo o mundo. 
TRATAMENTO - ROBERTA ALINE E FÁBIO
 Embora a doença possa evoluir com gravidade, o tratamento é simples, feito pelo uso de  penicilina, que age interferindo na síntese do peptidoglicano, componente da parede celular do T. pallidum. O resultado é entrada de água no treponema, e assim passa a destruí-lo. A penicilina age em todos os estágios da sífilis, e continua até hoje como droga de escolha, porém existem outros medicamentos para pessoas com alergia à penicilina e podem funcionardurante o primeiro e segundo estágios da sífilis, mas esses não podem ser usados durante a gravidez.
14.1 DOSAGENS DA SÍFILIS NO TRATAMENTO
• Sífilis primária: Penicilina G Benzatina 2.400.000 UI por via intra-muscular (IM) (1.200.000 UI aplicados em cada glúteo), em dose única; 
Alternativa (exceto para gestantes): Doxiciclina 100mg, 2x dia (V.O), tetraciclina 500 mg, 6/6 horas (V.O), ou eritromicina 500 mg, 6/6h (V.O), por 15 dias.
• Sífilis secundária ou sífilis assintomática com menos de um ano de evolução: duas séries de penicilina  benzatina 2.400.000 UI IM (1.200.000 UI aplicados em cada glúteo), com intervalo de uma semana entre cada série.
Alternativa (exceto para gestantes): Doxiciclina 100mg, 2x dia (V.O), ou tetraciclina 500mg, 6/6 horas (V.O) ou eritromicina 500 mg, 6/6H (V.O), por 30 dias.
• Sífilis terciária com mais de um ano de evolução: três séries de penicilina G benzatina 2.400.00 UI IM, com intervalo de uma semana entre cada série. Dose total: 7.200.000 UI. 
Alternativa (exceto para gestantes): Doxiciclina 100mg, 2x dia (V.O), ou tetraciclina 500mg, 6/6 horas (V.O) ou eritromicina 500 mg, 6/6H (V.O), por 30 dias.
• Neurossífilis: Penicilina G aquosa, 18.000.000 à 24.000.000 UI por dia, por via endovenosa, administradas em doses de 3.000.00 à 4.000.000 UI, a cada 4 horas ou por infusão contínua, por 14 dias.
Alternativa (exceto para gestantes): Penicilina procaína, 2.400.000 UI, intramuscular, uma vez ao dia + probenecide 500 mg (V.O), 6/6, ambos por 10-14 dias. 
Alternativa para pacientes alérgicos a penicilina (não grávidas): Doxiciclina 200mg 12/12horas, por 28 dias. 
A evidência para tratamento da sífilis com outros antibióticos que não é a penicilina é potencialmente fraca e alguns especialistas recomendam a dessensibilização (tratamento que visa diminuir a sensibilidade alérgica de um indivíduo através da inoculação de doses) em todos os pacientes com neurossífilis alérgicos à penicilina.
• Para gestantes com alergia confirmada à penicilina: Como não há garantia de que outras drogas consigam tratar a gestante e o feto, impõe-se a dessensibilização e o tratamento com penicilina. Na total impossibilidade de dessensibilização, a mãe pode ser tratada com: Estearato de Eritromicina 500mg, 4x dia, por 14 dias se sífilis recente e 30 dias, caso for sífilis tardia. A eritromicina por não atravessar a barreira placentária e não trata o feto. Após o parto, a gestante deverá ser tratada novamente com Doxiciclina (100mg, 2x dia por 30 dias). O ideal é que o recém-nascido seja avaliado, conforme o capítulo deste protocolo referente à sífilis congênita. 
Alternativa: Ceftriaxona 500 mg, uma vez ao dia por 10 dias. Podendo acontecer reação alérgica em uma pequena proporção de casos. Entretanto, se a paciente apresentou anafilaxia (Reação alérgica grave, com potencial de risco de vida) com penicilina, a ceftriaxona não deverá ser utilizada.
• Reação de Jarisch-Herxheimer: Após a primeira dose de penicilina, o paciente pode apresentar exacerbação das lesões cutâneas, dor ou prurido, calafrios, mialgia, cefaléia, taquicardia, taquipnéia e hipertensão que regridem espontaneamente após 12 a 24 horas sem a necessidade da descontinuidade do tratamento. Tipicamente é acompanhada de febre, artralgia (dor articular) e mal-estar. Essa reação, não configura alergia à penicilina. Gestantes que apresentam esta reação podem apresentar ameaça de trabalho de parto pré-termo pela liberação de prostraglandinas em altas doses.
Em casos em que não se sabe quando a sífilis foi adquirida a mesma deve-se ser tratada como sífilis terciaria.
PREVENÇÃO 
O meio mais eficaz para prevenir a sífilis adquirida, é a utilização de preservativo na relação sexual, porém a sífilis causa ulcerações, que podem aparecer em áreas genitais, e que podem ou não serem cobertas pelo preservativo. Uma vez que o preservativo não envolver toda área de infecção, o seu uso correto e consistente não garante a prevenção. 
 A transmissão de doenças sexualmente transmissíveis, incluindo sífilis, não pode ser prevenida ao lavar os genitais, urinar ou tomar uma ducha depois da relação sexual. Qualquer corrimento anormal, ferida ou erupção deve ser motivo de interromper as atividades sexuais e procurar um médico imediatamente. A sífilis não é transmitida através do contato com acentos de banheiros, maçaneta de porta, água da piscina, banheira, roupa ou talheres.
Além da utilização de preservativos, é vedada a realização da transfusão sanguínea com indivíduos infectados, bem como, a realização do pré-natal e o tratamento da gestante com Sífilis, para evitar a infecção da Sífilis Congênita
CONCLUSÃO 
Na história da medicina, ocorreram diversas descobertas, sendo uma das mais importantes o desenvolvimento dos antibióticos, com o ápice da penicilina na segunda guerra mundial e no tratamento da sífilis. 
A sífilis é doença infectocontagiosa, transmitida pela via sexual, transfusões sanguíneas e verticalmente durante a gestação, podendo ser avançada até o nível da neurossífilis. Seu agente etiológico é o Treponema pallidum, desde 1943 é combatido com a penicilina, sendo a droga mais eficaz até os dias de hoje. 
Frente ao estudo, conclui-se que o tema do trabalho é de extrema importância o conhecimento da prevenção e tratamento da Sífilis que nos dias atuais ainda é um problema de saúde pública. O histórico da doença nos proporcionou muitas curiosidades e nos despertou interesse de sempre estar buscando novos conhecimentos. Nossa pesquisa tem importância na área da saúde e em todos os seus segmentos, bem como gestores de saúde e toda a população.
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