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LFG CADERNO DIREITOS DIFUSOS E COLETIVOS 53

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DIREITO DIFUSOS E COLETIVOS 
 
Fernando Gajardoni 
 
 
Teoria Geral do Processo Difuso Coletivo 
 
 
I - EVOLUÇÃO HISTÓRICO-METODOLÓGICA 
 
 
1.1 - Fases metodológicas do Direito Processual Civil 
 
a) Fase sincrética ou civilista (Direito Romano 1868) 
Negava existência ao direito processual - direito processual não era independente, 
autônomo do direito material. 
Só teria direito de ação quem tivesse direito material. 
 
- Bullow em 1868 distinguiu as duas relações: 
1 - relação jurídico-material 
2 - relação jurídico-processual 
 
Obs. Bulow estudou a natureza do processual, desenvolvendo teoria da relação jurídica 
(superando teorias do contrato, quase contrato, instituição, serviço público). Muther 
distinguiu direito de ação e direito material (superando teoria imanentista), teoria do direito 
público e abstrato de exigir demanda em face do Estado. 
 
b) Fase autonomista ou cientifica (1868 / 1950) 
Fase formalista de desenvolvimento conceitual 
 
c) Fase instrumentalista (1950 até hoje) 
Buscou-se reaproximação entre direito material e direito processual, sem perder a 
autonomia do processo, mas com vistas a torná-lo instrumento de acesso a justiça, de 
realização do direito. 
 
Obs. Cappelletti e Garth - Estudos de Acesso à Justiça 
Identificaram 3 ondas renovatórias 
 
1 - Tutela dos necessitados (justiça gratuita) 
L. 1060/50 lei de assistência judiciária - juizados de pequenas causas - justiça do trabalho 
 
2 - Representação em juízo dos direitos metaindividuais 
Processo coletivo nasceu para representação em juízo dos direitos metaindividuais 
 
- O direito individual clássico não era capaz de tutelar 3 tipos de direitos ou interesses: (de 
natureza coletiva ou difusa) 
a) de titularidade indeterminada; 
b) os economicamente desinteressantes do ponto de vista individual - pequenas lesões 
comerciais de grandes proporções coletivas - Caso da caixa de leite 
c) cuja tutela coletiva seja recomendável do ponto de vista da facilidade (litígios 
repetitivos) - Caso dos expurgos inflacionários das poupanças no governo Collor 
 
Obs. O processo coletivo nasce não como negação do processo individual, mas sim por 
uma necessidade real de reformular conceitos processuais civis tradicionais com 
finalidade de adequá-los à tutela dos direitos metaindividuais. Principais institutos 
modificados - Legitimidade e Coisa Julgada 
 
3 - Efetividade do processo 
Conteúdo substancial do devido processo, do acesso à justiça. 
 
 
1.2 Gerações dos direitos fundamentais (Paulo Bonavides) 
 
 1ª geração - direitos civis e políticos (sec. XVIII e XIX): formas de controle da 
atividade do Estado, negação ao absolutismo. Voto, liberdade, patrimônio. (liberdades 
negativas - liberdade). 
 2ª geração - direitos econômicos e sociais: seriam direitos não mais relacionados a 
uma omissão, o Estado é chamado a intervir. 
Crise do capitalismo - Welfare State - Direitos trabalhistas, saúde, previdência (liberdades 
positivas - igualdade). 
3ª geração - direitos da coletividade (XX e XXI): direitos do corpo social, direitos sem os 
quais não conseguiríamos viver em sociedade, pertencem a todos (patrimônio público, 
meio ambiente) – Aqui surgem os direitos coletivos. 
 
1.3 Evolução do processo coletivo no Brasil 
 
Obs. Ação Popular existe desde o D. Romano - Já havia na época do Império. 
 
I - Nascimento - diz-se que o processo coletivo nasceu no Brasil em 1981 (Lei 6.938/81 - 
Lei Nacional do Meio Ambiente) - Referência à criação de lei de Ação Civil Pública para 
protegê-lo. 
 
II - Consolidação - Lei 7347/85 Lei da Ação Civil Pública 
 
III - Potencialização - CF/88 e CDC/90 
 
IV - Complementação do sistema - ECA/90; Estatuto da Cidade L.10.257/01; Estatuto do 
Idoso; Estatuto do Torcedor... várias leis tutelando difusos e coletivos. 
 
Obs. proposta de código de processo coletivo. PL 5139, está no congresso sem 
perspectivas de aprovação. 
 
 
2 - NATUREZA DOS DIREITOS METAINDIVIDUAIS 
 
 
Obs. Suma Divisio (Divisão Fundamental) 
 
 I - Direitos público 
Relações: Estado-Estado ou Estado-Indivíduo 
 II - Direito privado 
Relações: Indivíduo-Indivíduo 
 
O processo coletivo não pertence a nenhum dos dois ramos, tendo em vista a superação 
da suma diviso (direito público e direito privado), o direito difuso fica numa classificação 
separada. 
 
Obs. Processo coletivo é um processo de interesse público, extrapola interesses de um 
único indivíduo. O processo coletivo é de interesse público primário. 
 
● Interesse público se divide: 
 
I - Primário: é o bem geral. 
II - Secundário: interesses da Fazenda como PJ. 
 
 
3 - CLASSIFICAÇÃO DO PROCESSO COLETIVO 
 
 
3.1. Quanto aos sujeitos 
 
 a) Ativo (processo coletivo ativo): é aquele que a coletividade é autora. Ação 
coletiva ativa - única que tem previsão legal no ordenamento. 
 b) Passivo (processo coletivo passivo): aquele em que a coletividade é ré. (Não há 
previsão legal no sistema). 
 
Obs. Duas posições quanto ao processo coletivo passivo: 
 1ª nega sua existência - Dinamarco - pois não haveria previsão legal, nem 
representante adequado. 
 2ª Ada e Fred - Existe processo coletivo passivo, decorre não só de uma 
interpretação do sistema, como também a realidade pratica já provou a sua existência 
(Majoritária). O direito que se amolda à sociedade. Criticam a posição do Dinamarco, 
dizendo que a representação fica a cargo dos sindicados e associações de classe. Ex. 
ação contra greve dos metroviários ou greve da Polícia Federal. 
 
(Questão sem resposta - se o sindicato só representa filiados, ação contra o sindicato 
vincularia os trabalhadores não sindicalizados?) 
 
3.2 Quanto ao objeto 
 
 a) Especial: São as ações de controle abstrato da constitucionalidade de leis ou 
atos normativos (ADI, ADC e ADPF). Seriam coletivas, pois os efeitos são erga omnes. 
 b) Comuns: São todas as ações para tutela dos interesses metaindividuais que não 
têm relação com o controle abstrato de constitucionalidade. 
 
Obs. Qualquer ação pode ser coletivizada (cobrança coletiva, declaratória coletiva), o que 
importa é se trata tema metaindividual. 
 
Ex.: de ações coletivas: Ação Civil Pública; Ação Coletiva (para alguns autores, a ação 
coletiva é a ação civil pública para defesa do consumidor - mera questão de 
nomenclatura); Ação Popular; AIA; Mandado de Segurança Coletivo. 
 
 
4. PRINCIPAIS PRINCÍPIOS DE DIREITO PROCESSUAL COLETIVO COMUM - 10 
principais 
 
Obs. Princípios - CABM - princípio é vetor, é norma estrutural (todas as demais normas 
decorrem dos princípios). Vetor duplo : 
 a) legislativo - legislador também deve se pautar pelos princípios durante a criação 
das leis. 
 b) interpretativo - interpretação conforme e potencializadora dos princípios. 
 
 
4.1 - Princípio da Indisponibilidade Mitigada da Ação Coletiva 
 
Previsão - art. 5ª, §3º LACP, 7.347/85 e art. 9º da LAP 4717/65 
 
É vedada a desistência ou abandono infundado da ação coletiva. O autor não pode 
desistir, porque se o autor desistir da ação não haverá a extinção e sim sucessão 
processual, significa dizer que outra pessoa irá assumir a titularidade ativa. 
 
Quando houver motivo para desistir, excepcionalmente neste caso, o juiz ira homologará 
a desistência. 
 
Caso do pedido de regularização de atividades de uma empresa que veio a fechar no 
curso do processo. 
 
 
4.2 - Princípio da Indisponibilidade da Execução Coletiva 
 
Previsão no art. 15 da ACP e 16 AP 
 
Se autor não executar sentença condenatória em 60 dias o MP ou outro interessado a 
promoverá. 
 
Obs. não há mitigações como no processo de conhecimento. 
 
 
4.3 - Princípio do Interesse Jurisdicional no Conhecimento do Mérito 
 
Não hã previsão expressa. 
 
Por essa regra o juiz da ação coletiva está autorizado a abrandar os rigores das regras 
processuais sob admissibilidade da ação para julgar o méritodo processo coletivo. O juiz 
deve procurar dar uma resposta, fundamento Interesse público primário. 
 
 
4.4 - Princípio da Prioridade na Tramitação 
 
Prefere-se o julgamento dos processos coletivos ao julgamento dos processos individuais. 
Isso decorre do fato de que o processo coletivo é de interesse primário. 
 
Obs. HC, HD, MS - Tirando os processos individuais com preferência vêm os processos 
coletivos. 
 
4.5 - Princípio do Máximo Benefício da Tutela Jurisdicional Coletiva 
 
Previsão - art. 103, §§3º e 4º do CDC 
 
A coisa julgada coletiva, como regra, só beneficia as pretensões individuais 
correspondentes, nunca as prejudicando. 
Ex. sentença coletiva condenatória - se procedente, beneficia particulares que poderão 
executá-la; se improcedente não impede a pretensão individual, se julgada improcedente 
não impede outras ações. 
 
Obs. Transporte in utilibus da Coisa Julgada Coletiva - Transporte da coisa julgada útil 
(benéfica) de um processo a outros. 
Críticas a este sistema de flexibilização da coisa julgada: 
I - O judiciário em tese poderá ser compelido a se manifestar milhares de vezes sobre o 
mesmo tema. 
II - O réu fica numa situação de indefinição, pois sempre poderá ser demandado. 
 
 
4.6 - Princípio da Máxima Efetividade do Processo Coletivo ou Ativismo Judicial 
 
Princípio implícito. 
 
Sustenta-se que há um aumento do poder do órgão judicial na condução dos processos 
coletivos. O juiz tem que tratar o processo coletivo de forma diferenciado, tendo em vista 
que o interesse é de toda a coletividade. Nos EUA eles chamam esse princípio de 
defining functions. 
 
● Providências adotáveis pelo juiz no processo coletivo 
 
 1 - Controle judicial das políticas públicas - tanto o STF quanto o STJ têm entendido que 
é dado ao juiz intervir na discricionariedade administrativa (Resp 577836/SC - Fux - essa 
intervenção é possível para implementação de direitos fundamentais previstos na CF). 
 
Quando o judiciário faz uma determinação para que o Estado implemente uma política 
pública de direito fundamental, ele faz não por vontade própria, mas sim porque a 
Constituição Federal já fez essa opção, a administração é quem não a cumpre. Limites ao 
controle judicial de políticas públicas: 
 1- Previsão const. da política pública. ex. município deve construir creches. 
 2 - Teoria da reserva do possível - STF já consolidou que diante da 
indisponibilidade orçamentária comprovada para a implementação da política pública, o 
poder público pode deixar de implementá-la globalmente, mas não pode deixar de atender 
o núcleo essencial da garantia fundamental. (não tem dinheiro para fazer praça e para 
fazer creche, faz apenas creche) 
 
2 - Flexibilização procedimental - o juiz pode adequar o procedimento conforme as 
particularidades da ação coletiva. 
 
3 - Aumento dos poderes instrutórios do juiz - aumento dos poderes fundamentado no 
interesse pública, busca da verdade real. 
 
4 - Encaminhamento do evento ao MP por juízes e tribunais quando puderem ensejar 
Ação coletiva - art. 7º da Lei ACP 
 
4.7 - Princípio da Máxima Amplitude ou da Atipicidade do Processo Coletivo 
 
Previsão - art. 83 do CDC; São admissíveis todas as ações para defesa desses 
interesses (ACP - LAP - LIA - e outras) 
 - art. 212 ECA; 
 - art. 82 Estatuto do Idoso 
 
Qualquer ação pode ser coletivizada, não há tipicidade das ações coletivas, toda ação 
com objeto de tutela de interesses metaindividuasis serão coletivas. (Ex. Ações 
Anulatórias de TAC - não é civil pública, não é popular, mas é interesse metaindividual; 
Ex. Ação monitória coletiva). 
 
4.8 - Princípio da Ampla Divulgação da Demanda Coletiva 
 
Previsão - art. 94 do CDC 
 
Princípio focado para a proteção dos direitos transindividuais, proposta a ação, deverá ser 
publicado edital em imprensa. 
 
4.9 - Princípio da Integratividade do Micro Sistema Processual Coletivo: 
 
Reconhecido como existente pelo STJ no Resp 8057277/RS 
 
Princípio fundamental - Sustenta que Todo processo coletivo é resolvido pelo núcleo 
essencial das normas sobre processo coletivo, principais leis sobre direitos e processos 
coletivos, Lei de ACP (art. 21) e CDC (art. 90). 
 
Esses dois dispositivos prevêem norma de reenvio. O CDC prevê aplicação da Lei de 
Ação Civil Pública em casos de lacunas e a LACP por sua vez previu integração pelas leis 
do CDC. E em caso de lacuna desses dois diplomas há ainda outras normas de natureza 
coletiva, a exemplo do LAP (4717/65), ECA (8.069), Estatuto do Idoso (10.741/03), MSC 
(12.016/09) , LIA (8429/92) , Estatuto das Cidades (10257/01) e etc., que compõem o 
micro-sistema do processo coletivo, antes de se chegar no CPC. A Todas essas normas 
se aplica ao núcleo (LACP e CDC), assim como ao núcleo se aplica todas as outras 
normas. 
 
Ex. inquérito civil tem na LACP mas não tem na LIA. 
 
Obs. Teoria do dialogo das fontes normativas - Sistema integrativo aberto (as várias leis 
se integrando de forma aberta). 
 
 
Núcleo central do microssistema do processo coletivo 
 ●LACP 
 ●CDC 
Outras normas (satélites) que integram o microssistema coletivo 
 ● LAP (4717/65) 
 ● ECA (8.069) 
 ● Estatuto do Idoso (10.741/03) 
 ● MSC (12.016/09) 
 ● LIA (8429/92) 
 ● Estatuto das Cidades (10257/01) etc. 
 
Aplicação Integrativa - Outras normas do microssistema 
Aplicação Subsidiária - Normas do CPC 
 
Ex. STJ - Resp 1108542/SP entendeu que a regra do reexame necessário da Ação 
Popular aplica-se à Ação Civil Pública. 
Ex. Doutrina - apesar da omissão do art. 210 do ECA, as PJ’s de direito público podem 
propor ACP por integração do art. 5º da LACP. 
 
4.10 - Princípio da Adequada representação ou do controle judicial da legitimação coletiva 
 
Diferentemente do sistema americano em que qualquer indivíduo pode propor Ação 
Coletiva desde que prove ao juiz, por critérios pré definidos, ser o representante 
adequado da categoria, no Brasil este controle não é judicial, mas sim legislativo. Por isto, 
o art. 5º da LACP presume que todos os entes ali descritos são representantes 
adequados da coletividade. A dúvida que surge se dá quando indagamos se além do 
controle legislativo (ope legis) também é licito ao juiz controlar a adequada representação 
dos legitimados. 
 
 
● EUA - Processo Coletivo tem duas fases I - Controle judicial da representação 
adequada; II Proc. Coletivo propriamente dito. 
 
I - histórico de idoneidade 
II - advogado especializado 
III - aporte econômico 
IV - relação com o dano 
 
Rol do art. 5°, presunção de adequada representação pode o juiz controlar? 
 
Corrente: Nery: Não pode, salvo quanto à associação. O juiz pode controlar a associação 
(art. 5°, IV) Pertinência temática. MP, DP, Adm. Direta e Indireta, qualquer matéria. 
 
Corrente: Ada e maioria da doutrina: Pode haver o controle para todos os legitimados, e 
não só para a associação. No Brasil o critério para o controle é a Análise dos Fins 
Institucionais do proponente. Corrente Majoritária. 
 
Ex. STJ - decidiu que MP não tem legitimidade para discutir DPVAT. 
 
Obs. Faz-se o controle segundo critério de finalidade institucional, mas pelos princípios do 
máximo benefício, do interesse no conhecimento do mérito, havendo dúvida sob a 
adequada representação, reconhece a legitimidade. 
 
 
5 - OBJETO DO PROCESSO COLETIVO 
 
Objeto dos processos coletivos são os interesses metaindividuais, transindividuais. 
 
Divisão do Proc. Coletivo - Barbosa Moreira: 
 
● Diretos ou interesses metaindividuais (art. 81, CDC) 
 
I - Naturalmente coletivos: a) Difusos 
 b) Coletivos 
 
II - Acidentalmente coletivos: a) Individuais Homogêneos 
 
 
Obs. Objeto do Processo coletivo são Direitos e Interesses 
 
Direito - é interesse tutelado pela norma, ex. segurança pública 
Interesse - é pretensão não tutelado pela norma jurídica 
 
Kazuo Watanabe - na práticasão tratados como sinônimos. 
 
Direitos e Interesses Metaindividuais (transindividuais): São aqueles que transcendem um 
único indivíduo. 
 
Obs. Interesses metaindividuais ≠ de litisconsórcio. 
Interesses metaindividuais - não podem ser titularizados individual ou coletivamente. 
Metaindividual = pluriindividual = transindividual 
Litisconsórcio - pluralidade de interesses individuais - vários titulares 
 
Obs. Naturalmente coletivo (Coletivos e Difusos) se caracteriza pelo traço da 
indivisibilidade, não é possível a divisão entre os titulares (ou todo mundo ganha ou todo 
mundo perde). ex. aumento de categoria. Acidentalmente coletivo (Individuais 
Homogêneos) se caracterizam pela divisibilidade, significa dizer que mesmo num mesmo 
grupo alguns terão direito e outros não, há divisões na mesma categoria. 
 
Direitos Difusos (indivisível - naturalmente coletivo) Características: 
1 - indeterminabilidade dos sujeitos (número indeterminado de sujeito) 
2 - titulares unidos por circunstâncias de fato extremamente mutáveis - sem relação 
jurídica; 
3 - alta conflituosidade interna; 
4 - alta abstração. 
 
ex. poluição do rio - sujeito s indeterminados - circunstancia mutável (população da 
cidade) - conflituosidade interna - alguns querem a empresa outros são contra - abstrato 
ex. moralidade administrativa - patrimônio público - propaganda enganosa 
 
Direitos Coletivos (indivisível - naturalmente coletivo) 
1 - os titulares são indeterminados de per si, mas determinados por grupo; ex. categoria 
de sindicalizado. 
2 - unidas por circunstâncias jurídicas (com relação jurídica entre si ou com parte 
contraria); 
3 - baixa conflituosidade interna; 
4 - menor abstração. 
 
ex. maioria das pretensões ajuizadas por sindicatos e associações. 
 
Súmula 643 do STF 
 
Individuais homogêneos Acidentalmente coletivos - Tecnicamente os interesses são 
individuais que por política legislativa podem ser tutelados coletivamente, fazendo com 
que o direito individual padronizado (ações repetitivas) ou anti-econômico receba 
tratamento coletivo. 
ex. direito individual padronizado (ações repetitivas) - ações de assinatura de telefonia 
ex. direito anti-econômico - lesão na medida de leite, feijão 
 
Obs. Razões para o processo coletivo: (1) economia processual (judiciário); (2) redução 
de custos (parte); (3) evitar decisões contraditórias; (4) molecurarização do conflito e (5) 
amplia-se o acesso à justiça. 
 
Características dos individuais homogêneos: 
1) determinabilidade dos sujeitos - sabe-se quem são as vítimas e os prejudicados pelo 
evento - indeterminados em um primeiro momento mas determináveis na execução 
2) pretensão de origem comum (todos os direitos derivam do mesmo evento) 
3) existência de uma tese jurídica comum e geral. 
 
ex. caso do microvilar - expurgos inflacionários - carros com defeito de fábrica 
 
5 - Considerações finais sobre o objeto do processo coletivo: 
 
Obs.: Alguns autores não vislumbram diferença entre os difusos e coletivos (Dinamarco) e 
outros entre os coletivos e os individuais homogêneos. Portanto há uma zona cinzenta 
entre eles de modo que a classificação legal não é totalmente segura tampouco auto-
excludente. 
 
Sum. 643 - direito coletivo - relação de base coletiva - mas se um pai entrar sozinho e 
ganhar, seria coletivo, seria ind. homogêneo? 
 
Obs.: O que define o objeto do processo coletivo é o direito afirmado na inicial e não a 
classificação ou exemplos estanques supracitados. 
ex. propaganda enganosa a princípio parece difuso, mas se a pessoa compra o produto 
passa a ser individual homogêneo. 
 
6 - COISAS JULGADA NAS AÇÕES COLETIVAS 
 
Previsão - Art. 103 e 104 CDC 
 - Art. 16 LACP 
 - Art. 18 LAP 
 
Proc. Individual Proc. Coletivo 
Pro et contra Secundum 
eventum litis (só há 
CJ na procedência) 
e in utilibus (no que 
beneficia) 
Inter partis (art. 
472, CPC) 
Erga omnes ou 
Ultra partes 
 
Art. 472 CPC - A sentença faz coisa julgada entre as partes, não atingindo terceiros. 
 
Obs. Secundum eventum litis - só há CJ se a ação for julgada procedente - se benéfica 
aos interessados não partes. 
 
 
Regime da Coisa Julgada no Proc. Coletivo: art. 103 do CDC 
 
CJ no 
Proc. 
Coletivo 
Erga 
Omnes 
(Impede 
outra 
ação 
coletiva) 
Ultra 
Partis 
(atinge 
apenas 
a 
categor
ia) 
Não há 
CJ (Não 
impede 
outra 
coletiva) 
DIFUS
O 
Pro ou 
Improced
ente 
 
______
____ 
Apenas 
se 
Improced
ente por 
falta de 
provas 
COLETI
VO 
 
 
 
_______
___ 
Pro ou 
Improc
edente 
Apenas 
se 
Improced
ente por 
falta de 
provas 
(improc. 
por falta 
de direito 
faz CJ 
impede 
outra) 
IND. 
HOMO
G. 
Pro ou 
Improced
ente 
(qualque
r 
fundame
nto) 
 
 
______
__ 
 
 
________
_ 
 
Obs. 1 - Há quem não faça distinção entre erga omnes e ultra partis (Antonio Gide) - prof. 
Está certo pois não deveria existir diferença entre eles mas o CDC faz tal diferença. Ex. 
poluição do rio - só interesse àquela comunidade - outros Estado nem tem interesse - 
interesse difuso - ultra partis e não erga omnes. 
 
Roubo à prefeitura de Porteirinhas - só interessa àqueles então é difuso ultra partis e não 
erga omnes. 
 
Obs. 2 - A coisa julgada coletiva em todos os interesses transindividuais, nunca prejudica 
as pretensões individuais. Trasnporte in utilibus secundum eventos litis. Assim mesmo 
que improcedente a coletiva nada impede a ação individual. Entretanto o art. 104 
estabelece condição para que se possa beneficiar da sentença coletiva. E se ação já 
estiver ajuizada o indivíduo deverá requerer a suspensão dela ao tomar conhecimento da 
existência da ação coletiva correspondente. 
 
Obs. 3 - Caso, entretanto, o indivíduo não suspenda a sua ação individual no prazo de 30 
dias, não se beneficiará da eventual procedência na coletiva, prosseguindo na individual 
obsta o transporte in utilibus. 
 
Obs. 3 - Características e particularidades da suspensão da ação individual: art. 104, 
CDC: 
 a) Suspensão é facultativa - quem decide é a parte 
 b) Essa suspensão do 104 do CDC em regra só terá cabimento quando a ação 
coletiva correspondente for para tutela dos coletivos e dos individuais homogêneos - Se 
for tutela dos difusos não tem a ver objetos das ações coletivas de difusos e das 
individuais. 
 
Obs. 4 - Termo inicial do prazo de 30 dias para suspensão da ação individual. Prevalece 
que este prazo é contado da data que o réu comunica na ação individual a existência da 
ação coletiva correspondente. Dever de informação do réu ao autor da existência de 
coletiva correlata. Após o aviso inicia o prazo. 
 
Qual interesse do réu em avisar o autor da existência da ação coletiva? Se o réu não 
avisa e o autor não suspende a individual ainda que ele perca a individual, autor não 
estará impedido de que se beneficie da coletiva. 
 
A suspensão da ação individual se dará por prazo indeterminado, não se aplicando o 265 
do CPC, fala que o prazo máximo é de um ano. 
 
Obs. 5 - Entretanto da clareza do 104, do CDC no sentido que a suspensão é facultativa 
à parte, o STJ no REsp 1.110.549 RS, entendeu ser possível ao juiz independentemente 
de requerimento da parte, suspender o andamento da ação individual até o julgamento da 
ação coletiva. Entendimento que nasceu no RS. Ninguém pede suspensão da individual, 
pois a coletiva demora e o advogado prefere receber honorários. STJ adotou 
entendimento contra o CDC, invocando a aplicação do 543-C, CPC, que permite a 
suspensão de todas as ações pendentes de recurso especial até que o STJ julgue um 
recurso eleito entre os vários pendentes. 
 
Regime Jurídico Coletivo - 2 tipos de suspensão da ação individual 
a) Regime de suspensão facultativo - 104 CDC 
b) Regime de suspensão judicial - STJ (543-C, CPC) 
 
Crítica - STJ inovou ordenamento do microssistema.Obs. 6 - Julgada improcedente a ação coletiva para tutela dos Coletivos e IH, a ação 
individual suspensa, pela parte ou pelo juiz, volta a correr, pois a coisa julgada só a 
beneficia e a ação coletiva foi julgada improcedente. Entretanto se a coletiva for julgada 
procedente, é mais fácil convertê-la em liquidação e execução que extinguir a ação 
individual suspensa, por falta de interesse (falta de necessidade - já há sentença sobre a 
matéria), demandando nova propositura de ação de liquidação e execução. 
 
Obs. 7 - Se a individual for julgada improcedente e só após foi ajuizada uma ação 
coletiva, julgada procedente, o indivíduo pode se beneficiar? 
1ª C. - Hugo Nigri Mazili - Sim se beneficia. Princ. da Isonomia (igualdade), e porque a 
parte não teve oportunidade de utilizar o 104 do CDC. 
2ª C. - Ada Pelegrini Grinover - Não se beneficia - A coisa julgada individual sempre 
prefere à coletiva, se for igual então seria melhor entrar com rescisória. 
 
Obs. 8 - Todavia há uma única hipótese em que o indivíduo será prejudicado pela 
sentença de improcedência da ação coletiva, não podendo mais ajuizar ação individual de 
objeto correspondente. Art. 94 do CDC - Princ. da Ampla Publicidade - Publicação de 
Edital da coletiva - interessado se habilita como litisconsorte, virou parte e foi pego pela 
coisa julgada da coletiva perdendo o benefício de transporte in utilibus de coisa julgada 
secundum eventos litis. Art. 94 criado para tutela dos individuais homogêneos. Vários 
autores aceitam a aplicação do dispositivo para tutela dos direitos coletivos, mas ninguém 
aceita o 94 para os difusos. Ex. ação civil pública, ação de improbidade adm. não pode-se 
ser litisconsorte do MP pois é interesse da coletividade e não dos eventuais interessados. 
 
Obs. 9 - Nos difusos e nos coletivos a improcedência por falta de provas (coisa julgada 
secundum eventum probationis) sempre permite a repropositura da ação coletiva. 
 
- Na nova ação deve haver uma preliminar indicando qual é a prova nova. Se não a 
indicar é caso de indeferimento. 
 
- Prova nova - nesse caso é aquela capaz de por si só alterar o resultado do processo 
anterior. 
 
- A repropositura da ação inclusive pode ser feita pelo vencido da ação anterior. 
Tecnicamente não é a mesma ação, pois ter-se-á prova nova. 
 
- Oportunidade de repropositura de ação com prova nova não depende de o juiz, na 
primitiva ação, ter assim declarado. 
 
Obs. 10 - Já na coletiva para tutela dos individuais homogêneos a improcedência por 
qualquer fundamento leva à impossibilidade de ajuizamento de uma nova coletiva, 
preservando-se, apenas, as pretensões individuais. 
 
Não há a exceção à coisa julgada secundum eventum probationis nas ações coletivas de 
individuais homogêneos - (improcedência impede outra ação coletiva sobre a mesma 
matéria mesmo que com prova nova - improc. por falta de prova faz CJ) - doutrina critica - 
deveria ser igual. (mas cabe rescisória) 
 
Obs. 11 - Há precedentes da justiça do trabalho indicando que nas ações ajuizadas por 
sindicatos e julgadas improcedentes obstam o ajuizamento de ações individuais pelos 
sindicalizados. Pois a pessoa se filia voluntariamente, sindicato indica grupo mais coeso. 
Vinculação da improcedência em proc. de coletivos sentido estrito. 
 
Obs. 12 - Ação rescisória de sentença coletiva - Não cabe ação rescisória na ação para 
tutela dos difusos e coletivos julgadas improcedentes por falta de provas - pois não há 
coisa julgada na hipótese prova nova pode-se propor outra ação - entretanto nos demais 
casos é cabível, geralmente é ajuizada pelos réus da ação coletiva e segue o regime do 
CPC. 
 
Quando a ação rescisória for ajuizada pelo réu da coletiva, o réu da rescisória será o 
autor da coletiva, isto é temos uma hipótese em que o próprio MP ou defensoria pública 
(não a fazenda a que ele pertence) será réu. Normalmente a responsabilidade por atos 
do MP é a fazenda Estadual ou União. 
 
Obs. 13 - O problema do artigo 16 (difusos e coletivos), e art. 2° L. 9494/97 (individuais 
homog.) LACP - A sentença civil fará coisa julgada nos limites da competência territorial 
do órgão prolator. 
Crítica - Decisão erga omnes, mas que atinge apenas para a comarca da prolação, 
processo nasceu para resolver problemas de inúmeros, e dessa forma deverá ocorrer 
uma ação em cada comarca do Brasil. 
 
Aponta-se que este dispositivo é inconstitucional, ineficaz e ilógico. É inconstitucional 
porque criado por MP sem os requisitos constitucionais, bem como violador da 
proporcionalidade - (corolário do devido processo legal). É ineficaz, porque não 
acompanhado da alteração do art. 103 do CDC que por conta do microssistema se aplica 
a todas as coletivas - estabelece que decisão tem eficácia erga omnes - é mais benéfico o 
103 que o 16. É ilógico porque faz com que a decisão das ações coletivas não valham 
fora do território do prolator, enquanto no próprio processo individual isto ocorre (divórcio - 
ações de estado - ações de cobrança - ex. cobra em uma cidade e se for para outra 
continua devendo). 
 
Atenção - A corte especial do STJ entendeu que os dispositivos são constitucionais. 
EFEITO SUBSTITUTIVO DO RECURSO - em caso de recurso ao TJ, e ao STJ a decisão 
valeria a todo Estado, ou região ou ao Brasil art. 512 do CPC. Possibilidade de extensão 
da eficácia da decisão após análise de recurso por tribunal. Pode acontecer que o réu não 
recorra para que a ação não tenha eficácia muito maior. 
 
 
7 - RELAÇÃO ENTRE DEMANDAS 
 
 
7.1 - Individual X Individual 
 
Proc. civil clássico - Teoria dos Elementos da ação - art. 301 e §§ do CPC. Duas ações 
são iguais quando batem todos os elementos - e serão semelhantes quando bater algum 
dos elementos. Teoria da Tríplice identidade. Crítica - esta teoria tem se mostrado 
ineficiente. 
 
Ex. Sítio com dois donos. 1 entra com reintegração de posse, e perde. Então o 2° poderia 
- primeira teoria. 
 
Teoria da identidade da relação jurídica material - o que define se uma ação é igual à 
outra é a relação jurídica material, é o liame de direito material existente nos dois 
processos. 
 
Identidade total de elementos: (Art. 267, V - extinção sem julgamento de mérito) 
a) litispendência - ações em andamento 
b) coisa julgada - uma ação julgada e outra em andamento 
 
Identidade parcial de elementos: (Art. 103 e 104 do CPC) - Reunião para julgamento 
conjunto - art. 105 do CPC - caso não seja possível a reunião art. 265 - suspende-se um 
a) conexão - pedido ou causa de pedir igual 
b) continência - partes e causa de pedir iguais com o pedido de uma maior que o pedido 
de outra 
 
 
7.2 - Individual X Coletivo 
 
a) Identidade Total - Não há identidade total entre coletiva e individual porque 1- as partes 
são diferentes e o pedido é diferente, depois quem pode propor ação coletiva são os 
legitimados do art. 5º da LACP. Pedido é diferente, pois o pedido da coletiva é genérico 
(art. 95 do CDC, e pretende a tutela de um interesse metaindividual e não individual) - art. 
104 
 
Obs. Art. 104 CDC esqueceu de listar o inciso III. 
 
b) Identidade parcial - partes e pedidos são diferentes. Mas a causa de pedir pode ser a 
mesma. Podendo haver conexão entre ação individual e coletiva. Se fossem processos 
individuais, seriam reunidos. Mas o 104 do CDC resolveu que havendo conexão a 
consequência será a suspensão facultativa ou judicial da ação individual. Este raciocínio 
só vale para ações coletivas de coletivos e homogêneos, não valendo para difusos. Ex. 
nunca para individual para julgamento de difuso - fundamentos da ação individual e 
coletiva por difuso são diversos - um é responsabilidade 
 
7.3 - Coletivos X Coletivos 
 
Obs. Inclusive de variadas espécies. LACP x LAP x MS Coletivo 
 
a) Identidade Total - é possível a identidade total dos elementos - ex. promotor de justiça 
de SP e de SC, dois MP´s de SP - partes éo MP. Autores populares serão, a mesma 
parte - autores populares. Coisa julgada pode existir, mas depende se a ação foi julgada 
procedente ou improcedente por fundamento diverso que falta de provas. 
 
Obs. Consequência para o processo idêntico: 
Coisa julgada - extingue o processo 
Litispendência - doutrina indica 2 soluções para o fenômeno: 
 a) se as partes formais forem as mesmas - extingue-se uma delas, ex. dois MP’s. 
 b) se as partes formais forem distintas - (associação de defesa do consumidor 1 e 
2, cidadão 1 e 2, MP 1 e 2) - prevalece o entendimento que o caso é de reunião das 
ações coletivas para julgamento conjunto, ou não sendo possível suspenção de uma das 
ações litispendentes. 
 
b) Identidade parcial - é possível tanto a ocorrência da conexão quanto da continência. 
Ex. popular e improbidade - por desvio político. Caso haja conexão ou continência sobre 
duas coletivas a solução é reunião para julgamento conjunto ou a suspensão de uma 
delas. 
 
 
7.4 - Critério para reunião de demandas coletivas 
 
Processo individual - juiz prevento - art. 106 - despacho positivo, art. 219 quando ocorre a 
citação. 
 
Processo Coletivo - Prevenção se dá pela propositura da ação art. 2º, LACP e art. 5º LAP. 
 
Propositura é distribuição art. 253 
 
Obs. Todo o regime exposto relativo às consequências da relação entre demandas 
coletivas terá sentido se se tratar de demandas de uma mesma comarca, ou seção 
judiciária, pois a prevalecer o art. 16 da LACP e 2º L. 9494, alterada a competência para 
reunir os processos, a decisão não teria efeitos em nenhuma das comarcas que cederam 
competência. 
 
8 - Liquidação e execução de sentença coletiva 
 
8.1 - Difusos e Coletivos (indivisibilidade do objeto) 
 
 1º - Execução /Liquidação da pretensão coletiva - (art. 15 LACP) 
- Legitimidade - Autor 
 - Colegitimidado 
 - MP 
ex. autor coletivo entrou com ação para reparação de danos aos cofres públicos. Princ. da 
indisponibilidade da execução coletiva. 
- Destinatário $ - caso haja valores decorrentes da sentença - 
 a) ação coletiva para defesa do patrimônio público - o beneficiário será o ente 
público lesado. 
 b) ação coletiva para proteção de bens imateriais - moralidade, idoso, meio 
ambiente, criança e adolescente - se não for patrimonial - os valores irão para um fundo 
previsto no art. 13 LACP 
 
Obs. Existe um fundo federal - condenações da justiça federal adm. pelo ministério da 
justiça. 
E cada estado também possui seu fundo de reparação para bens lesados - fundo 
estadual. Existem várias contas no fundo, um para o idoso, uma para deficiente, uma para 
criança e adolescente. Finalidade dos Fundos - reparar bens lesados e campanhas 
educativas. Gerido por conselho gestor - previsto na Lei. 
 
Crítica - este dinheiro indo para o fundo não repara de fato o dano que o ensejou. 
 
- Competência -Juiz competente para execução é o juiz da condenação - art. 475 P do 
CPC 
 
 2° - Execução/liquidação da pretensão individual (art. 103, §3 e 104 do CDC) 
 
- Legitimidade - Vítima e sucessores 
 
- Destinatário do $ - Vítimas e sucessores 
 
Obs. Diferentemente do primeiro modelo aqui há necessidade de uma prévia liquidação 
da sentença dos difusos e coletivos, que comprovará não só a extensão do dano e seu 
valor, como também o nexo de causalidade. Esta liquidação é bem diferente da prevista 
no 475 do CPC - que só apura o quantum. Aqui é extensão do dano, quanto custa, nexo 
de causalidade, mais complexa. Dinamarco - não é liquidação - deveria ser no mínimo 
chamada de Liquidação Imprópria. Prof. Chama de habilitação. 
 
- Competência - Concorrência de foro - art. 101, I CDC - nas ações ajuizadas no domicílio 
do autor. Ou também no juízo da condenação - art. 98, §2º, I, CDC. 
 
8.2 - Individuais Homogêneos (divisibilidade do objeto) 
 
1º - Liquidação/execução da pretensão individual (art. 97 CDC) - nos IH a sentença já é 
feita para tutelar cada pretensão individual. 
 
- Legitimidade - Vítima e sucessores 
 
- Destinatário do $ - Vítima e sucessores 
 
Obs. Aqui também será necessário uma prévia liquidação nos mesmos moldes anteriores. 
A liquidação é menos complexa, pois a sentença já é prolatada à luz dos direitos 
individuais lesados. 
 
- Competência - Ou domicílio do lesado ou juízo da condenação - art. 101, I e 98, §2º do 
CDC. 
 
Obs. Sum. 345 do STJ - são devidos honorários pela fazendo nas execuções individuais 
de sentença proferida em ações coletivas ainda que não embargadas. Súmula afasta 
aplicação do art. 1º D, L. 9494. 
 
 2° - Execução/Liquidação da pretensão individual coletivamente (art. 98 do CDC) - 
Caso de execução coletiva pelos titulares de IH cuja fixação já tenha sido liquidada 
 
- Legitimidade - art. 5°, LACP 
 
Obs. Aqui não é caso de legitimidade extraordinária, mas é caso de representação 
processual. (como o pai defendendo o filho que não tem idade) 
 
- Destinatário do $ - Vítima e sucessores que já tiverem liquidado suas sentenças 
 
Obs. Aqui também será necessária uma prévia liquidação nos mesmos moldes anteriores. 
A liquidação é menos complexa, pois a sentença já é prolatada à luz da direito lesado. 
 
- Competência - Juízo da condenação e não os que liquidaram - pois podem haver vários 
pelo Brasil (para liquidar pode ser em local diverso da condenação e da execução?) 
 
 3° - Execução/Liquidação da pretensão coletiva residual (art. 100 do CDC) Fluid 
recovery - Há uma expectativa de lesados - e o número pode estar bem aquém do 
razoável. 
 
Decorrido o prazo de um ano, sem habilitação de interessados em n° compatível com a 
gravidade do dano, poderão os legitimados do 82 promover a liquidação e execução da 
indenização devida. $ vai para o fundão. 
 
- Legitimidade - art. 5°, LACP 
 
- Destinatário do $ - Fundão (art. 101) 
 
- Competência - Juízo da condenação (art. 98, §2º, II, CDC) 
 
Obs. Critério para estimativa do valor devido 
a) gravidade do dano 
b) número de vítimas já indenizadas 
 
Obs. Há quem sustente que uma vez encaminhado o $ ao ano, execução residual é em 1 
ano se não aparece ninguém, mas se novas vítimas surgirem a pretensão delas estará 
prescrita e não mais poderão se ressarcir. Não poderá cobrar do fundo, pois só libera 
verba para campanha e reparações. 
 
8.3 - Preferencias de pagamento (art. 99 CDC) 
 
Paga-se primeiro a vítima e depois a coletividade 
 
Obs. art. 99, PU - Condenação dos difusos está completa e há tutela de difusos, e 
homogêneos - o recolhimento ao fundo ficará suspensa até decisão de ações de 
indenização por danos individuais. Se a empresa for solvente - pagar-se-á os individuais e 
os coletivos. 
 
9 - PRESCRIÇÃO - das pretensões condenatórias 
 
Prescrição é um fenômeno típico das pretensões condenatórias obrigações de fazer, não 
fazer ou dar - obrigações de prestar alguma coisa - não cabe em pretensões declaratórias 
e constitutivas, que são regidas pela decadência ou pela imprescindibilidade. 
 
Art. 21 LAP - ação popular 05 anos (4.717/65) 
Art. 23 LIA - ação de improbidade adm. depende: (L. 8429/92) 
 - Servidor de carreira - sanção disciplinar (plano de carreira - normalmente 5 anos) 
 - Servidor nomeado ou eleito - 05 anos após o término do mandato 
 
ACP - professor ACP abrangeria Ação Coletiva do CDC - (alguns entendem ser a mesma 
coisa outros seriam coisas diferentes) - 7.347/85 - LACP - é omissa quanto ao prazo 
prescricional 
 1ª C. Édis Milaré e Ricardo Barros Leonel - ACP seriam ações imprescritíveis - não 
previsto em lei, então é uma ação perpétua - pois dizem que ação civil pública não há 
interesse patrimonial - mas existe, para reparar danos da coletividade e dos indivíduos - 
ex. microvilar (tese minoritária) 
 2ª C. Interpretação do microssistema - vai no CDC - mas não tem no CDC - então 
iria para outras fora do núcleo - então seria também de 5 anos - aplica por integratividade 
daLAP. Posição do STJ - REsp. 1089206 RS - Luiz Fux - REsp 1070896 - Luiz Felipe 
Salomão - 2010 - julgamento das ações coletivas das poupanças. 
 3ª C. Fredie - Gajardoni - o que deve definir a pretensão não é o tipo de ação, mas 
é o objeto - direito material - ex. consumidor, 5 anos - reparação civil - 3 anos. 
 
Obs. Contudo, mesmo para os adeptos da existência de prazo prescricional da ACP, há 
dois tipos de tutela via ACP que são imprescritíveis: 
 - Dano ao patrimônio público - art. 37, §5º CF (STJ) - dois autores que não 
concordam (Ada e Cássio Scarpinela) 
 - Dano ambiental - pois o meio ambiente é anterior ao direito e essencial à vida. 
 
PRESCRIÇÃO DA EXECUÇÃO COLETIVA - transitada em julgada pode ser executada - 
execução coletiva ou individual. 
 
1- Difusos e coletivos - Súm.. 150 do STF - Prescreve a execução no mesmo prazo de 
prescrição da ação - ex. 3, 5 anos ou imprescritível. 
Obs. dano ambiental e patrimônio público são imprescritíveis. Ex. ação do pescador 
contra usina, ex. sentença determina a reparação pela empresa, como tem direito de 
liquidar, imprópria, tem o prazo da ação. (dano material decorrente de dano ambiental 
teria prazo perpétuo ou de 5 anos?) 
 
2 - Individuais homogêneos - normalmente dão problema pois se trata coletivamente 
direitos individuais. 
 1ª C. - aplica a Súm. 150 do STJ - ex. microvilar - 5 anos para reparar direito das 
mulheres, execução, 5 anos. Ex. ação de reparação das poupanças - 5 anos para ação e 
5 para execução. 
 2ª C. - seria o prazo do 100 do CDC - 1 ano - prazo do fluid recovery - após um 
ano, ação coletiva residual, remetendo dinheiro ao fundo. Ex. prazo contra seguradora é 
de 1 ano - muito curto. 
 
 
 
AÇÃO CIVIL PÚBLICA 
 
Bibliografia - Pedro Lenza 
 
1 - Previsão legal e sumular 
 
1ª FASE - Art. 14 § 1º L. 6938/81 - Lei da Política Nacional do Meio Ambiente - MP para 
tutelar o meio ambiente - proporá ação penal e civil - o nome de ACP vem de Ação Penal 
Pública. Quando nasceu, nasceu para tutelar apenas o meio ambiente. 
 
2ª FASE - Ganhou reforço (maioridade da ACP) lei. 7347/85 LACP e a CF de 88 - Dois 
diplomas ampliaram o objeto da ACP - tutelando idoso... 
 
3ª FASE - Consolidou-se em 1990 com o CDC 
 
4ª FASE - Exaurimento - ECA, Idoso, Estatuto da Cidade, do Deficiente... Cada diploma 
tem um capítulo para direitos coletivos - normalmente seguindo a regra da ACP. 
 
Súmulas 
Sum. 643 - STF - MP tem legitimidade para ACP cujo fundamento seja a ilegalidade de 
reajuste de mensalidades escolares. 
 
Sum. 329 STJ - o MP tem legitimidade para defesa do patrimônio público por ACP 
 
Sum 470 STJ - MP não tem legitimidade para discutir DPVAT, indenização é interesse 
individual disponível da vítima. 
 
2 - OBJETO da ACP - Previsão legal - art. 1º, 3º e 11 da LACP 
 
Objeto da Ação Civil Pública é a tutela preventiva (inibitória ou de remoção do ilícito) ou 
ressarcitória dos seguintes bens e direitos meta-individuais: 
 - Meio Ambiente 
 - Consumidor 
 - Bens e direitos de valor histórico, cultural 
 - Ordem econômica 
 - Ordem urbanística 
 - Qualquer outro direito difuso, coletivo ou individual homogêneo. 
 
 2.1 - Tutela Preventiva - é pacífico que a ACP têm também natureza preventiva. 
Ação que busca evitar ou afastar o ato danoso. (Marinoni). Espécies: 
 a) Inibitória - busca evitar o ato danoso, ato não aconteceu 
 b) Remoção do Ilícito - ato já foi praticado, busca afastar o ato danoso, busca 
minorar os danos. 
Ex. medicamento proibido de comercialização - empresa importa contra a lei - já fez o 
ilícito - e está distribuindo para as farmácias - ex. MP pode entrar com ação para impedir 
a comercialização - inibitória, se já foi para as prateleiras, tutela de remoção de ilícito, se 
alguém já sofreu prejuízo então será ressarcitória. 
 
Obs. as tutelas são cumuláves - preventiva inibitória e de remoção. Não precisa se ajuizar 
duas ações. 
 
 2.2 - Tutela Ressarcitória 
 
Pressupõe ocorrência do dano - ex. se a pessoa já tomou os medicamentos. Reparatória, 
ou, Compensatória. 
 
Obs. É pacífico entendimento da ocorrência do dano patrimonial coletivo; ex. meio 
ambiente, consumidor. Já quanto ao dano moral coletivo existem 3 correntes: 
 1 - Doutrina - aceita ocorrência do dano moral coletivo sob o fundamento da 
existência de um “inconsciente coletivo”, existem certos valores que não podem ser 
analisados individualmente, e certos danos que atingem a coletividade em grupo. 
Precedente do STJ REsp. 1057274 - RS - Eliana Calmon - Admitiram o dano moral 
coletivo - fundamentando no inconsciente coletivo - ex. estouro do adutor de água de 
Franca - e o dinheiro vai para o Fundão. 
 2 - STJ - tem vários precedentes negando a existência do dano moral coletivo. 
REsp. 971844 RS - REsp. 598281 MG - STJ falou que dano moral seria dor e sofrimento 
que só poderia ser analisado sob pena de vista individual. PREVALECE 
 3 - Professor - para os difusos e coletivos não há dano moral e coletivo. Se for 
individual homogêneo - caracterizado pela determinação de sujeito na execução - então 
caberia dano moral coletivo - ex. de Franca - Microvilar - mulher ficou grávida sem querer. 
 
2.3 - Meio Ambiente 
 
Obs. quando a ACP serve para tutela do Meio Ambiente, serve para todas as espécies de 
meio ambiente. 
 
Meio Ambiente - Natural 
 - Trabalho 
 - Artificial 
 - Cultural 
 
Meio ambiente natural - art. 3º, I - L.6.938 - Ecossistemas e biomas Art. 14 da mesma lei 
- Adota-se a Teoria do Risco da Atividade - Teoria de Responsabilidade Civil objetiva 
agravada - Objetiva (independe da culpa) - Agravada - pois não tem excludentes do 
fortuito ou força maior. Ex. dirigindo o carro, terremoto e bate em outro - não tem 
responsabilidade, evento da natureza, não paga. Agora, se o maremoto vira um petroleiro, 
tem que pagar, o fortuito não é excluído. 
 
Meio ambiente do trabalho - meio ambiente do local de trabalho - (pode ter barulho, falta 
de luminosidade, humidade) e a tutela do trabalhador é tutela do meio ambiente. Ex. o 
MPT Sum. 736 STF - Discussões sobre meio ambiente do trabalho é da competência da 
justiça do trabalho. (segurança, higiene, saúde) 
 
Meio ambiente artificial - urbano. Ex. tutela da poluição visual, sonora. 
 
Meio ambiente cultural - patrimônio de valor histórico. Ex. carnaval, paritins, saci. Ex. 
nome da rua, avenida. 
 
Obs. regularmente não precisaria falar apartado em valor histórico-cultural e ordem 
urbanística, pois já estariam dentro do meio ambiente. 
 
2.4 - Bens e direitos de valores histórico-cultural 
 
Tombamento - atestado adm., presunção de que determinado bem tem valor histórico-
cultural. Polêmica - limitação adm. restrição do direito de propriedade. 
 
Imóvel não tombado pode ser defendido por ACP - Sim, mas deverá haver prova do valor 
histórico-cultural, pois se já tombado já há presunção de valor cultural. 
 
2.5 - Qualquer outro direito difuso coletivo ou Individual Homogêneo 
 
Obs. polêmica inciso IV, apesar de riscado no site do planalto, não foi revogado, houve 
confusão legislativa ao redigir o dispositivo. 
 
Qualquer outro direito difuso, coletivo e individual homogêneo, que não estão no inciso 
podem ser tutelados por ACP; saúde, idoso, ECA, segurança pública, patrimônio público - 
é norma de encerramento que amplia o objeto. REsp. 706791 PE 
 
2.6 - Hipótese de não cabimento - hipótese de vedação de objeto 
 
PU excepciona temas que não cabem em ACP - STJ e STF pacificaram que o dispositivo 
é constitucional - 
 1 - tributos 
 2 - Contribuições previdenciária 
 3 - FGTS 
 4 - outros fundos de natureza institucional cujos beneficiários podem ser 
individualmente determinados - Incluído por MP - perenizada pela EC-32 
 
Protege economia e finanças do país, mas pode tumultuar o judiciário. 
 
Obs. STJ, entretanto, tem aceitado ACP para questionar a concessão indevidas de 
isenção tributáriaou incentivo fiscal. Ex. Concessão de dinheiro para obras. Fundamento - 
proteção do patrimônio público. Ex. renuncia de 1 milhão de impostos. STJ REsp 1101808 
Luiz Fux. 
 
Se o promotor entra com ACP para discutir matéria tributária, indefere? É caso de 
impossibilidade jurídica do pedido. Indeferimento da Inicial. O novo CPC acaba com a 
possibilidade jurídica do pedido, juiz julga improcedente de plano, mérito. 
 
3 - LEGITIMIDADE NA ACP 
 
3.1 - legitimidade ativa - art. 5º ACP e 82 do CDC. 
A legitimidade é concorrente disjuntiva e autônoma. 
 
Concorrente - tem mais de um legitimado ordinário (5, 6 legitimados ativos). 
Disjuntiva - um não precisa da concordância do outro - defensoria, associação, prefeitura, 
todos podem entrar independente de anuência do MP. 
Autônoma - ajuizamento independe da participação do titular do direito material. Ex. MP 
tutela dos direitos referentes às poupanças. 
 
3.2 - art. 5º §§ 2º e 5º ACP 
 
É possível a formação de litisconsórcio ativo facultativo nas ações coletivas. Ex. MP 
estadual e federal. MP e defensoria. Unitário - pois a decisão será a mesma para a parte 
autora. 
 
3.3 - Natureza da legitimidade - Discussão acadêmica 
 
Legitimidade Ordinária - regra - pessoa age em nome próprio para defesa de direito 
próprio. 
 
Legitimidade Extraordinária - pessoa age em nome próprio na defesa de direito alheio. 
Precisa de lei autorizando. Art. 6º, CPC. 
 
3 Correntes: 
 a) Extraordinária - Cassio Scarpinela - quando autor ajuíza ação é em nome próprio 
na defesa de interesse de todos nós. 
 b) “Coletiva” - Luiz Manoel Gomes Jr. - aqueles modelos são para tutela de 
individuais - para coletivos há uma diferença - quando algo nã encaixa cria terceira 
categoria - pois seria ordinária se o interesse não apenas dele, mas não simplesmente 
extraordinária, pois é dever institucional. 
 c) Nery - Se direitos difuso e coletivos - “legitimidade autônoma” para condução do 
processo (não caberia nas categorias normais de ordinária e extraordinária) - Se 
individual homogêneo - extraordinária - Ex. quando defensoria age pelos direitos 
individuais homogêneos 
 
Obs. a jurisprudência fala mais em extraordinária, mas em concurso do MP utiliza-se o do 
Nery. 
 
LEGITIMADOS EM ESPÉCIE 
 
Prevalece Teoria de que é possível o controle judicial da adequada representação, se o 
autor representa interesse do grupo ou categoria: Analisa-se a finalidade institucional. Se 
fora da temática, juiz extingue por ser ilegítimo. 
 
3.2.1 - MP 
 
95% das ACP - são propostas pelo MP 
 
Obs. Finalidade institucional do MP - art. 127 da CF: 
- Regime democrático 
- Defesa da Ordem jurídica 
- Interesses sociais 
- Direitos individuais indisponíveis 
 
Obs. Tem-se afirmado que quando o interesse for difuso ou coletivo o MP sempre terá 
legitimidade - pois o que os caracteriza é a indivisibilidade - ou todos ganham ou todos 
perdem, esses seriam interesses sociais. Já para os individuais homogêneos têm-se 
afirmado que o MP só tem legitimidade ativa se o interesse for social, ou o direito 
individual indisponível. 
 
Possível em que temas - medicamento (individual homogêneo - a vida é direito 
indisponível) - vaga em creche (0 a 6 anos de idade) - interesse social. Discussão de 
índices de financiamento da casa própria - COHAB - interesse social. 
 
Não pode - Sum 470 do STJ - DPVAT - indenização por DPVAT é de interesse 
patrimonial, disponível, MP não tem legitimidade. 
Polêmico - preço de TV a cabo. 
 
Há dúvida - Matéria de consumidor (para alguns caberia, seria indisponível ou social) - 
Defesa do consumidor sempre teria interesse social - ex. TV a cabo - Professor discorda, 
não seria. - Plano de saúde, para alguns seria de interesse social. (na dúvida, legitima, 
pois amplia a tutela) 
 
 
3.2.2 - Defensoria pública 
 
Inserida no rol em 2007 
 
Finalidade institucional - art. 134, CF - defesa dos necessitados em todos os graus. 
 
Necessitados 
 I - econômico - art. 5º, LXXIV - (funções típicas) 
 II - jurídico, ou organizacional - (funções atípicas) 
 
LC 80/94 - Lei orgânica da Defensoria Pública - hipóteses de atuação da defensoria 
pública (atuações típicas e atípicas). 
 
Legitimidade da Defensoria pública para ACP 
 
3 posições na doutrina: 
 
 1ª - Defensoria não pode propor nunca ACP - ADIN 3943 - Proposta pelo MP - 
Defensoria só pode proteger necessitados, e para isso seria necessário individualização, 
se ação coletiva é indivisível, DP não teria legitimidade. 
 
 2ª C. - Zavascki - DP pode, mas só nos individuais homogêneos. Defensoria só 
conseguiria provar que os titulares são necessitados nos individuais homogêneos - 
pessoa na hora de executar tem que provar que era necessitado, Crítica - discriminatória 
 3ª C. - Pode sempre - nos difusos, nos coletivos, nos individuais homogêneos. STJ 
REsp 912849 RS - Ag 656360 RJ - 
Ex. DP propõe ACP para defesa dos direitos dos pescadores. 
 
Uma vez proferida sentença de procedência em ACP ajuizada pela defensoria, quem será 
beneficiado? Todos, necessitados ou não. 
 
3.2.3 - Adm. direta e indireta 
 
Finalidade institucional da Adm. direta é tudo, é legitimado universal - pode entrar em 
qualquer tema 
 
Finalidade institucional da Adm. indireta - é um bracinho - PJ criada para fazer um papel 
do estado, SEM, autarquia, Fundação, Empresa pública - mas só dentro da pertinência 
temática para o qual crido. Ex. BB só em assuntos financeiros - INSS só em previdência - 
Petrobrás - SEM - temas relacionados a recursos naturais. 
 
Tanto na adm. direta quanto indireta o art. 82, III do CDC estabelece a possibilidade de 
ajuizamento de ACP - por órgãos desprovidos de personalidade jurídica, mas com 
prerrogativas próprias a defender. 
Ex. Procon - pasta do município, poderia entrar mesmo sem o Município requerer. Teriam 
capacidade judiciária, não teriam capacidade jurídica própria. 
 
3.2.4 - Associação 
 
Grupo 
 
Sindicato - associação com fins trabalhistas 
Partido politico - associação com fins políticos 
Entidades de classe - 
Diretório Acadêmico - STJ admitiu em 2010 
 
Condições 
 
1ª - constituição ânua - para seriedade, evitar associações ad hoc para propor ação. Art. 
5º, §4º, LACP - juiz no caso concreto pode dispensar a constituição ânua, quando o 
interesse social da demanda for relevante. ADESF (associação de defesa dos fumantes) 
ação milionária contra empresa de cigarros - 
2ª - pertinência temática - IDEC instituto de defesa do consumidor 
Green Peace - 
3ª - autorização assemblear 
 
Cuidado - art. 2º-A, PU, L. 9494/97 - nasceu por MP - para propositura de ACP por 
associações contra o poder público é necessária prévia autorização assemblear, bem 
como relação nominal dos associados. Objetivo - inviabilizar a propositura de ações pelas 
associações - de acordo com a doutrina este dispositivo é inconstitucional - Medida 
Provisória, fere igualdade, pois contra o Estado há exigência, e contra o particular não há 
tais exceções. O legislador confundiu aqui legitimidade extraordinária (a lei já autorizou), 
com representação processual - quem autoriza a representação é a parte - e se a pessoa 
já se filiou a concordância seria tácita. Há um precedente do STJ - Nancy Andrigi REsp. 
805277 do RS, entretanto posição dominante é pela validade do dispositivo. 
 
LEGITIMIDADE PASSIVA 
 
 
Réu na ACP - 
 
1ª Posição - os réus compõe um litisconsórcio, passivo, facultativo e simples. Facultativo - 
quem é réu na ACP é o autor, ele escolhe - ex. 20 empresas poluidoras - mas autor pode 
escolher contra quem demanda. Dominante no STJ - REsp 789027 PR 
 
2ª Posição - o litisconsórcio passivo na ACP é necessário e simples - Rodolfo Camargo 
Mancuzo - Na ACP não há nada de réu, e no microssistema, CDC também nada, nos 
outros diplomas, art. 6º, LAP 4.717/65 - e o 6º prevê litisconsórcio necessário - se outros 
sujeitos concorrerampara o dano, então também serão chamados. 
3ª Posição - não dá pra falar se facultativo ou necessário sem analisar o caso, precisa 
verificar a ação, e não estabelecer aprioristicamente. 
 
 
MP COMO CUSTUS LEGIS 
 
ART. 5º - § 1º - O MP em qualquer ACP que não for parte, será fiscal da lei. Para 
qualquer ACP seja tutela coletivo, difuso ou individual. 
 
 
4 - COMPETENCIA 
 
Obs. Ação civil de improbidade adm. é diferente de ACP 
 
4.1 Critério funcional-hierárquico - (regime de competência absoluta - normalmente define 
quem tem foro privilegiado) 
 
Obs. Regra básica da ACP - não existe foro privilegiado na ACP. 
 
Hipóteses de ACP nos STF- não porque são ACP - mas pela matéria. 
 I - 102,I “n” - interesse nacional da magistratura 
 II - 102, I, “f” - conflito federativo 
 III - 102, I, “r” - ações contra o CONAMP e CCJ 
 
4.2 Critério material (absoluta - definição de justiça) 
Especial ou comum - penal, civil, adm. 
 Justiça Especial Eleitoral 
 Justiça Especial do Trabalho 
 Justiça Comum Federal 
 Justiça Comum Estadual 
 
a) Justiça Especial Eleitoral - É raro, mas é possível, quando a causa de pedir estiver no 
artigo 121 da CF - Regulamentado no Cód. Eleitoral 
 1 - questões políticos partidárias 
 2 - sufrágio (termo amplo - eleição, plebiscito, referendo 
 
Ex. ACP Eleitoral por fraude na verba partidária. 
 
b) Justiça trabalhista - Julga ações cuja causa de pedir estiver no 114 da CF - ex. meio 
ambiente do trabalho - caso do cobrador. 
 
c) Justiça Federal - Julga todas as ACP’s que 
 c.1 - tiverem como parte ou terceiro interveniente as pessoas do 109, I da CF 
 c.2 - as ACP’s que tenham como causa de pedir as demais hipótese do 109, CF. 
 
Obs. 109, XI matéria de direito indígena - comp. da justiça federal. 
Comp. federal é definida pela ratione materiae e nas ratione personae. O que define a 
competência do 109, I - não é a natureza jurídica do bem discutido, mas a qualidade da 
parte. Ex. poluição de rio federal - justiça estadual, mas se o IBAMA pede para entrar 
então será competência da justiça federal. 
 
Obs. Súm. STJ 150 - Quem define se tem ou não tem interesse do órgão federal atuar, é 
da justiça federal. Se o juiz federal não reconhece interesse do órgão ambiental, devolve 
para a justiça estadual - não pode suscitar conflito, pois não é competência do juiz 
estadual decidir se ente federal participa. 
 
Questão - O MPF atua em qual justiça? 
1ªC. - STJ quando MPF entra com a ação a competência é da justiça federal, pois o MPF 
seria órgão do 109, I, CF - REsp - Zavaski - 440002 - SE - Equiparou o MPF a autarquia 
federal 
 
2ª C. - Qualquer MP pode ajuizar ação em qualquer das justiças - STF julgou a 
Reclamação - 7358 - STF firmou entendimento de que também o MPE pode postular 
perante o STF e consequentemente perante outros órgãos federais. 
 
 
 
d) Competência estadual - Residual 
 
4.3 Critério valorativo - Regra geral é competência relativa 
 
Não há utilidade desse critério na ACP - art. 3º, I, lei 10259/01, art. 2º, L. 12153/09 - 
juizados especiais da fazenda pública - são expressos, pois não caberia ACP nos 
juizados especiais. Pela complexidade. 
 
4.4 - Critério territorial - local - Regra geral - proteção de interesse privado - competência 
relativa 
 
Local para ajuizar ação - primeira instância, especial ou comum, comum, federal ou 
estadual. 
 
Obs. Regra do art. 93, do CDC e art. 2º LACP - quando a ação ou omissão for local, a 
ação vais ser ajuizada no local da ação ou omissão ilícita. 
 
Revogação da Súm. 183 STJ - onde não houvesse justiça federal, a justiça estadual - pois 
a competência territorial, deve ser analisada posteriormente à competência material - 
deve-se levar à justiça federal com jurisdição sobre a área. 
 
Dano regional - CDC - Capital do Estado 
Dano nacional - DF ou na capital dos Estados atingidos 
 
A ideia é sempre puxar para o centro a competência, mas o problema é que não define o 
que é dano regional ou nacional - de modo que surgem perplexidades: ex. dano ambiental 
- Ribeirão Preto Franca e Araraquara - Pela regra do CDC - São Paulo julga. Ex. 
propaganda enganosa - o que teria a ver a capital do Estado. As vezes se pega três 
cidades, em fronteira, DF julgaria? Criticável - para superar essa perplexidade doutrina 
sustenta que se o dano não atingir a capital dos estados ou o DF - caso em que a ação 
será ajuizada nestes locais, a competência não se definirá com base no 93 do CDC mas 
sim por prevenção. 
 
Ex. propaganda enganosa nacional - qualquer capital, ou DF. 
Ex. dano atingiu 6 cidades e não atingiu capital - quem julga? Prevenção - valendo para 
todas as comarcas. Agora se pegou, Campinas, Araraquara e SP - SP julga. 
 
Obs. Pacífico entendimento que as regras de comp. territorial nas ACP são absolutas - 
criadas para a tutela dos interesses públicos. Sob pena de nulidade absoluta - deve ser 
analisadas regras de dano local, regional e nacional. 
 
 
 
INQUÉRITO CIVIL 
 
 
Previsão Legal 
Leis Estaduais 
Resolução CNMP 23 
 
5.1 - CONSIDERAÇÕES GERAIS 
 
Conceito - trata-se de procedimento muito semelhante ao IP e ao Termo Circunstanciado, 
destinado à formação do convencimento do órgão ministerial para fins de ajuizamento 
responsável da ACP. Para formação da opinio penal e civil. 
 
Obs. Principais diferenças 
a) autoridade que preside - IP - policia judiciária (federal ou civil), o IC é presidido pelo 
membro do MP. 
b) quem arquiva o IP é o juiz, o IC é arquivado pelo próprio MP. 
 
Características do Inquérito Civil 
1 - procedimento meramente informativo - não tem natureza acusatória, não pode aplicar 
sanção, não sancionatório. 
2 - procedimento administrativo, juiz não tem nada a ver com IC. 
3 - IP não é obrigatório, IC também não é obrigatório. 
4 - em regra, de acesso público, cidadão pode acessar o IC. Pode-se decretar o sigilo, 
mas apenas excepcional. 
 
Art. 20 CPP, hipóteses que autoridade pode decretar o sigilo do IC por analogia ao IP. 
Sigilo indevido, cabe MS contra o membro do MP. 
 
5 - IC é Privativo do MP. A ACP é ajuizável por muita gente, mas o inquérito civil é próprio 
do MP, Defensor pode investigar, mas sem alguns dos poderes instrutórios do juiz 
conferido ao MP. 
 
Cabe IC para investigação de fatos não relacionados aos direitos meta-individuais? 
 
1ª C. Sim, pode, Hugo Nigro Mazili - critica - IC para investigar se entraria com ação 
rescisória. 
2ª C. Não, art. 129, III, CF - compete ao MP promover o IC vinculado à tutela dos meta-
individuais. 
 
 
5.2 Fases 
 a) Instauração 
 b) Instrução 
 c) Conclusão 
 
 
A) INSTAURAÇÃO 
 
a.1 - de ofício - ex. IC para averiguar acesso dos cadeirantes. 
a.2 - representação - qualquer pessoa, mas regra geral os legitimados representam ao 
MP, advogado bom e barato, mau funcionamento de instituições civis. 
 
Obs. Representação apócrifa - (denúncia anônima) questão polêmica, problema, pode 
esconder uma denunciação caluniosa, deve-se ter muita cautela, mas se trouxer 
elementos mínimos é possível a instauração. Se não for fundada, arquiva, se fundada, 
instaura investigação. 
 
a.3 - requisição do PG - MP funcionando como longa manus. 
 
Obs. IC começa por portaria, do MP, tendo em vista... representação, ou tendo 
conhecimento, declara instaurado o IC com o número tal, determinando citação... 
 
Obs. Existe alguns estados, ex. SP, tem previsão de procedimento preparatório de IC, 
formação do pré-convencimento da autoridade policial. Investigação preliminar antes do 
IC, para averiguar veracidade de elementos. Investigação da investigação. 
 
Obs. instauração abusiva do IC - simples fato da pessoa investigada causa prejuízo, ex. 
IC contra prefeitura, pessoas entendem como se a prefeitura estivesse roubando. 
Trancamento do IC - Via administrativa - recurso para órgão superior do MP, depende da 
lei estadual. Via judicial - porMS. 
 
Obs. a presidência do IC, não torna o promotor/procurador suspeito para o ajuizamento 
da ação. Ele investiga para formar sua convicção. Tampouco é suspeito ou impedido o 
membro do MP que também é vítima dos fatos que vai apurar. 
 
Obs. efeito da instauração do IC - art. 26, § 2º III - nas relações de consumo o IC obsta a 
decadência (e também a prescrição - professor acrescenta), Microssistema, dispositivo do 
CDC, poderia irradiar efeito a todos os IC e não apenas no consumo. 
 
Obs. art. 339, CP - Crime de denunciação caluniosa, abrange também instauração de IC 
calunioso. Representação ao MP de ato atentatório ao meta-individuais, caluniosamente é 
crime do 339. Por isso preocupar com apócrifas, porque estariam livres dessa 
responsabilidade. 
 
B) INSTRUÇÃO 
 
Obs. Poderes de investigação do MP - L. 8.625/93 LOMP 
 
a) Vistorias e inspeções - em qualquer órgão público e entidade privada, ressalvada a 
inviolabilidade do domicílio. Delegado também pode, segundo professor. 
 
b) intimação para depoimento e inclusive sob pena de condução coercitiva - MP pode 
mandar ofício a PM para conduzir o investigado, mas não é obrigado a depor desde que 
seja investigado. Nemo tenetur sine detegere. Se for terceiro? Teria que aplicar o 342, do 
CP - intimado e mente ou não fala, falso testemunho. 
 
Investigado - direito ao silêncio 
Terceiro (quase testemunha) - mentir ou calar é crime do 342, CP 
 
c) requisição de documentos ou informações de qualquer entidade pública ou privada de 
pessoa física ou jurídica, salvo nos casos de sigilo protegido pela CF. Sob pena do crime 
do art. 10, LACP crime de não prestar informações ao MP. 
 - Sigilo telefônico ou de dados (interceptação telefônica - é para o crime, não tem 
no cível) 
 - Correspondência 
 - Bancário 
 - Fiscal 
 
Obs. Pode o MP quebrar o sigilo bancário ou fiscal? 
 
1ª Corrente - Nelson Nery Jr. Hugro Nigro Mazili - não há proteção constitucional para o 
sigilo fiscal e bancário - pois o primeiro tem previsão no 198 CTN e o segundo nos arts. 3º 
e 4º da LC 105/01. Logo, a LOMP prevalece sobre essas normas, sendo possível 
requisição direta do MP sem intervenção judicial. Banco seria qualquer entidade. 
 
2ª Corrente - RE 215301 e MS 21729 - STF - o sigilo fiscal e bancário decorrem da 
garantia a intimidade e vida privada previstas no art. 5, X de modo que o MP não pode ter 
acesso direto a esses dados, devendo requerer autorização judicial. CF está acima da 
LOMP. Estabelecem uma exceção, pode o MP, entretanto, pode acessar diretamente os 
dados fiscais e bancários quando a investigação se relacionar à proteção do patrimônio 
público. 
 
Ex. BB recebeu do Governo Federal empréstimo para fomentar agricultura, MP requisita 
informação do BB - informe o paradeiro do dinheiro, patrimônio público que deveria ter o 
gasto divulgado, BB não pode recusar, mas MP fora isso, não pode investigar dinheiro 
privado. Há o risco de prova ilícita e prejudicar o procedimento, melhor o MP requer ao 
Juiz. 
 
Obs. Instrumento de Recomendação - Resolução 23 CNMP - art. 15 - é um aviso, um 
presta atenção, ex. recomendação ao prefeito para melhor gerenciar o almoxarifado por 
desvio de gasolina. Recomendação trata-se de um ato com eficácia admonitória, sem 
sanções e sem caráter vinculativo, é utilizado com a finalidade de recomendar à adoção 
pelos interessados de medidas tendentes à melhoria de qualidade do serviços públicos. 
Embora não vinculante, caso persistam as irregularidades apontadas, o recomendado não 
poderá, oportunamente, dizer que não sabia do evento. 
 
Obs. não é possível substituir o TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) por 
Recomendação. O TAC é para coisa mais específica, art. 15, Resolução 23 CNMP. 
 
Obs. Contraditório - Prevalece entendimento de que não há necessidade de contraditório 
no IC, analogia ao IP, procedimento administrativo, inquisitivo, investigativo, é momento 
para o Estado investigar, embora não obrigatório, é recomendável que se permita aos 
interessados manifestações no IC. 
 
C) CONCLUSÃO 
 
 
IC - ACP - propõe ação e continua atividade Judicialmente 
 - Arquivamento - deve ser fundamentado, não há lesão aos direitos meta-
individuais - devendo encaminhar justificação ao órgão superior que designa uma sessão 
de julgamento. (conselho superior do MPE) - (Câmara de Coordenação e revisão do MPF) 
até a data da sessão qualquer um pode se manifestar, ex. o representante interessado 
que viu o IC ser arquivado. Deliberam sobre a promoção de arquivamento. 
 
Obs. Opções dos procuradores: 
 1) Homologar arquivamento - mesmo IC arquivado, qualquer legitimado de ACP 
possa ajuizar ação, arquivamento só é vinculativo àquele órgão do MP. Legitimidade 
autônoma e disjuntiva. 
 2) Converter julgamento em diligência 
 3) Rejeita o arquivamento - automaticamente é nomeado outro promotor para 
ajuizar ACP - Promotor longa manus - porque o primeiro tem que preservar sua 
Convicção, independência funcional do MP, justificação lógica, não teria sucesso, nem 
ânimo para atuar. 
 
Obs. Arquivamento implícito - ocorre quando havendo pluralidade de fatos ou pessoas 
apuradas, ajuíza-se a ACP apenas quanto a parte deles, sem promover o regular 
arquivamento para o órgão superior dos demais fatos. Trata-se de procedimento vedado. 
 
 
COMPROMISSO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA 
 
 
Previsão Legal 
 
Lei de ACP - art. 5º, § 6º 
Resolução 23 do CNMP 
 
Obs. TAC e CAC - pode-se usar como sinônimos, Termo é o documento, e Compromisso 
é o conteúdo, diferença como a de contrato (substância) e instrumento de contrato 
(forma). 
 
Natureza do TAC 
 
Prevalece - natureza de transação - concessões mútuas e recíprocas, ex. desmatamento 
de 500 árvores, se compromete plantar 200. Acordo entre legitimado e investigado. 
Minoritária - natureza de reconhecimento jurídico do pedido, porque o direito meta-
individual é indisponível, não poderia ter concessão. 
 
Professor - o MP não pode abrir mão do direito material, e o autor da coletiva não pode 
abrir mão, é apenas legitimado, direito é coletivo, MP poderia transacionar forma e prazo. 
 
Obs. principal cabimento do TAC, preponderantemente nas obrigações de fazer e não 
fazer, raramente obrigação de pagar e entrega de coisa. 
 
Legitimação 
 
- Entre os legitimados para ACP, apenas os órgãos públicos podem celebrar TAC: 
 MP 
 Defensoria 
 Adm. Direta (União, Estados, Municípios e órgãos) 
 Adm. Indireta (Autarquia e Fundação) 
 
Obs. Não podem celebrar TAC - Sociedade de Economia Mista, Empresa Pública e 
Associação (PJ’s da Adm. Indireta, mas de Direito Privado). 
 
Obs. Legitimação 
 - ACP - ampla (adm. direta, indireta e associações) 
 - TAC - órgãos públicos 
 - IC - só o MP 
AP - cidadão no exercício dos direitos políticos 
MS coletivo - partido politico e entidade de classe 
MS individual - qualquer sujeito de direito 
Ação Improbidade - MP e PJ lesada 
 
Obs. não há nenhum controle do MP sobre os TAC´s celebrados pelos demais 
legitimados. Legitimação concorrente disjuntiva. 
 
Obs. Fiscalização do Cumprimento do TAC - quem celebra, responde pela má celebração 
ou pela má fiscalização. Responde, sob pena de improbidade. Quando o TAC não for 
suficiente, outros legitimados entrarão com ACP - e o órgão responde por improbidade 
por ofensa aos princípios. 
 
Obs. TAC tem Eficácia de titulo executivo extrajudicial - se não cumpre, pode-se executar 
diretamente. Não é judicial, pois juiz não homologa. 
 
Obs. Celebração do TAC no bojo do IC - MP faz a grande maioria das ACP e dos TAC - 
durante a investigação - celebra o TAC e arquiva o IC, acordo de TAC celebrado no bojo 
de IC só tem eficácia após homologado, pelo órgão superior do MP, estará o IC 
automaticamente arquivado. 
 
Se o MP fizer acordo com o investigado durante a ação, não terá controle do órgão 
superior, mas sim do juiz. 
 
Obs. tem-se entendido quenas celebrações de TAC especialmente nas obrigações de 
fazer, é indispensável a fixação de multa cominatória para o caso de descumprimento da 
obrigação. Multa de caráter coercitivo, não tem caráter compensatório, fato de pagar a 
multa não libera a obrigação. LACP - art. 5º, 6º - 
 
Obs. Compromisso Preliminar - é o TAC Parcial - tomado de parcela dos investigados ou 
para solução de apenas parcela dos fatos apurados, sendo que quanto aos fatos e 
pessoas restantes haverá ajuizamento da ACP. Às vezes tem-se mais de um fato e mais 
de uma pessoa investigadas, e às vezes o acordo é apenas parcial, TAC que resolve 
parte do problema, mas ainda sim ter-se-á a ACP. Ex. acordo com 3, ACP contra 2. 
 
Obs. Em regra não cabe TAC em sede de ação de improbidade administrativa, pois art. 
12 fixa sanções perda do cargo, impossibilidade de contratar com poder público... 
 
 
7 - Questões processuais 
 
Obs. os MP tem enunciado dos Conselhos Superiores, acessar o site do Estado e dar 
uma olhada nos enunciados. 
 
Art. 2º l. 8.437 - proíbe a concessão de liminar inaudita altera pars, nas ACP´s ajuizadas 
contra PJ de D. Público. Procuradorias deve se manifestar anteriormente da concessão. 
STF reconheceu a constitucionalidade do dispositivo. 
 
Obs. Hipótese de improcedência da ACP - Sucumbência na ACP (honorários) - art. 17 e 
18 da LACP 
 
- Improcedência da ACP - se o autor for MP, DP, ou Associação (só paga na má fé). 
Finalidade de ampliar ajuizamento da ação - Quando se tratar dos demais legitimados - 
Adm. Direta ou Indireta - é polêmico - a) segue a regra anterior (só paga na má fé) 
 - b) estes pagariam independente de má fé. REsp. STJ 251.194 - SP. 
 
- Procedência da ACP - se o autor foi o MP, haverá isenção aos vencidos STJ REsp. 
493823. Demais legitimados como autores, os vencidos pagam normalmente. 
 
A defensoria pública recebe honorários, em conta especial da defensoria, para 
equipamento da escola, mas vai para a defensoria e não ao defensor. 
 
Obs. Art. 14, LACP - Regra geral apelação tem efeito apenas devolutivo e suspensivo, 
mas na ACP quem decide se a apelação tem ou não efeito suspensivo é o juiz da causa. 
 
Obs. Reexame necessário - a luz do art. 4º § 1º da lei. 7.853/89 e do REsp. 1108542/SP 
entende-se que apesar de ausência de previsão legal específica na LACP, aplica-se o art. 
19, LAP a todos os processos coletivos, salvo MSC, de modo que julgada improcedente a 
ação coletiva, haverá reexame necessário. ACP improcedente o judiciário tem que 
confirmar - não está na lei, mas na jurisdição. 
 
Obs. Diferença entre ADI e ACP - ADI competência exclusiva do STF com efeito erga 
omnes - controle abstrato, concentrado: 
 
ADI Causa de pedir - inconstitucionalidade 
 Pedido - inconstitucionalidade 
 
Pedido e causa de pedir são iguais. 
 
ACP Causa de pedir - inconstitucionalidade 
 Pedido - providência concreta 
 
Eficácia é sobre o pedido e não a causa de pedir. 
 
É possível controle de constitucionalidade difuso via ACP, REsp. 728406/DF. Ex. editada 
lei, doando área pública para uso de condomínio particular. MPF entrou com ACP falando 
que por ato inconstitucional, pedindo providencia de liberação da área. 
 
Obs. possibilidade de ajuizamento de ACP pelo MP em favor de uma única pessoa - 
(geralmente incapaz) - ex. vaga de creche, saúde de um incapaz. 
1ª Corrente - negativo, vez que isso seria papel da defensoria, REsp. 620622/RS - se é 
individualizada, e se é incapaz, é deficiente, é necessitada, atribuição da defensoria. 
2ª Corrente - pode desde que o direito seja individual indisponível REsp. 819010/SP. 
 
Crítica - nem toda ação que o MP propõe no civil deve se chamar ACP - MP ao invés de 
nomear de ação de guarda, ação de alimentos. Na verdade não precisa dar nome de 
ACP, pode usar o nome comum, ex. Ação de Obrigação de Fazer. 
 
Obs. Possibilidade de inversão do ônus da prova no âmbito das ações coletivas - STJ 
REsp. 972.902/RS - CDC art. 6º, VIII, havendo hipossuficiência e verossimilhança, 
proceder à inversão do ônus da prova. Ex. dano ao meio ambiente, solução de 
microssistema, inverteu o ônus da prova, o acusando tendo que provar que não cometeu 
o prejuízo. 
 
 
 
AÇÃO POPULAR 
 
 
Livro Ação popular - Rodolfo Camargo Mancuzo - RT - e - Luis Manuel Gomes Jr. - 
Forense. 
 
Conceito - INSTRUMENTO POPULAR DE FISCALIZAÇÃO DO GOVERENO - MEIO 
AMBIENTE - PATRIMONIO CULTURAL 
 
Existe desde o direito romano - já tinham o embrião do que seria interesses público, mas 
não essa explicitação - ex. ação para retirada de objetos de edifícios para que não 
caíssem sobre a coletividade. 
 
Helly Lopes Meirelles - AP é um mecanismo constitucional de controle pelo povo da 
legalidade/lesividade dos administrativos em geral. Busca-se através dela a tutela do 
direito subjetivo ao governo honesto. Com a CF/88 o objeto da ação popular foi ampliado 
para alcançar atos não administrativos relacionados ao meio ambiente e ao patrimônio 
histórico cultural. Não é mais apenas para controlar o governo, ainda tutela o meio 
ambiente e patrimônio histórico cultural. 
 
Previsão Legal/Sumular 
 
Art. 5º, LXXIII 
L. 4.717/65 - como é anterior à CF não foi feita para tutela ambiental e cultural. 
Sum. 101 STF - MS não substitui AP 
Sum. 365 STF - PJ não tem legitimidade para propor ação popular 
 
Objeto 
 
Art. 5º, LXXIII 
Art. 1º - L. 4717/65 - LAP 
 
Tutela preventiva (inibitória ou remoção do ilícito) ou ressarcitória, anulatórias dos 
seguintes bens e direitos DIFUSOS 
 - Patrimônio Público 
 - Moralidade Adm. 
 - Meio Ambiente 
 - Patrimônio Histórico Cultural 
 
Tutela Preventiva e Reparatória 
AP serve também para tutela preventiva, tutela preventiva inibitória (antes da ocorrência), 
depois da ocorrência e antes da cessação. 
Ressarcitória - após o prejuízo. 
 
Obs. houve evolução da doutrina e jurisprudência para permitir o uso da ação popular de 
modo preventivo, especialmente para tutela do patrimônio ambiental e histórico-cultural. 
 
Direitos Difusos 
Diferentemente da civil pública que tutela todos os meta-individuais a popular só tutela 
direitos difusos. 
 
1 - Patrimônio Público 
Conceito - amplíssimo, abarcando o próprio Estado, Adm. Direta ou Indireta, como 
qualquer entidade particular que seja subvencionada pelo Estado. Art. 1º, §§ 1º e 2º. Prof. 
diz que é raro AP, ex. prefeitura passou a subvencionar uma creche e desvio de dinheiro, 
cabe AP. 
 
Entidade particular pode ser ré em AP - desde que receba provisões públicas - mas se a 
entidade é particular, com dinheiro público e particular, no final as consequências 
patrimoniais sobre a invalidade dos atos impugnados se limitam aos valores de interesse 
público. 
 
Entidade pública - nulidades dos atos atinge potencialmente todos os atos 
Entidade particular - nulidade de atos atinge apenas parte com reflexos em bens públicos 
 
Obs. Para propor AP, regra geral, exige-se ilegalidade e lesividade - art. 4º da LAP prevê 
hipóteses de presunção legal de lesividade, ex. contratar sem concurso e sem licitação. 
Ex. fazendeiro quer vender frango, mesmo que o prefeito compre pela metade, contrato 
sem licitação, ilegal, mas não lesivo real, mesmo assim cabe ação popular por lesividade 
presumida. Ex. contrato de parente doutor pela USP, sem concurso, ainda cabe popular, 
lesividade presumida. 
 
Iures et de iuris - presunção absoluta - não cabe prova 
Iures tantun - presunção relativa - cabe prova 
 
Obs. essa presunção é absoluta. 
 
2 - Moralidade Administrativa 
Conceito aberto, indeterminado, vago - Moralidade adm. são padrões éticos e de boa fé 
no trato da coisa pública. 
 
Art. 37, §1º - publicidade deve obedecer a impessoalidade, então fazer promoção pessoal 
junto com políticas públicas é ex. de violação à moralidade. 
 
Meio Ambiente e Patrimônio Histórico Cultural 
 
Vários autores sustentam que seria uma ACP cuja

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