Buscar

Bactérias fitopatogênicas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 51 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 51 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 51 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Bactérias 
Fitopatogênicas 
Carlos Hidemi Uesugi 
 
CopyMarket.com Bactérias Fitopatogênicas – Carlos Hidemi Uesugi 
 
 
1
-
CopyMarket.com 
Todos os direitos reservados. 
Nenhuma parte desta publicação poderá ser 
reproduzida sem a autorização da Editora. 
Título: Bactérias Fitopatogênicas 
Autor: Carlos Hidemi Uesugi 
Editora: CopyMarket.com, 2000 
 
 
Sumário 
Carlos Hidemi Uesugi 
 
 
 
 
BACTÉRIAS FITOPATOGÊNICAS 
Introdução................................................................................................................................................................. 02 
1.1. Classificação dos Seres Vivos......................................................................................................................... 05 
1.2. Diferenças Entre Procariotos e Eucariotos ................................................................................................. 05 
2. Morfologia e Ultraestrutura de Células Bacteriana......................................................................................... 06 
2.1. Estruturas da Célula Bacteriana...................................................................................................................... 07 
2.1.1 Estruturas Externas a Parede Celular.......................................................................................................... 07 
2.1.2. Estruturas Internas a Parede Celular.......................................................................................................... 09 
3. Cultivo de Bactérias ............................................................................................................................................ 11 
3.1. Tipos Nutritivos das Bactérias........................................................................................................................ 12 
3.2. Condições Físicas Necessärias ao Crescimento .......................................................................................... 15 
4. Reprodução e Crescimento................................................................................................................................ 17 
5. Classificação das Bactérias Fitopatogênicas..................................................................................................... 22 
5.1. Divisão I – Gracilicutes................................................................................................................................... 22 
5.1.1. Classe Proteobacteria.................................................................................................................................... 22 
5.2. Divisão II– Firmicutes..................................................................................................................................... 24 
5.2.1. Classe Firmibacteria...................................................................................................................................... 24 
5.2.2. Classe Thallobacteria ................................................................................................................................... 25 
5.3. Divisão III – Tenericutes................................................................................................................................ 25 
5.3.1. Classe Molicuttes .......................................................................................................................................... 25 
5.4. Outras Bactérias................................................................................................................................................ 26 
5.5. Bactérias Fastidiosas ........................................................................................................................................ 26 
6. Espécies de Bactérias Fitopatogênicas.............................................................................................................. 28 
7. Aulas Práticas ...................................................................................................................................................... 36 
7.1. Características Culturais das Bactérias .......................................................................................................... 36 
7.2. Roteiro para Diagnose de Doenças Bacterianas ......................................................................................... 37 
7.3. Identificação das Bactérias ............................................................................................................................. 42 
7.3.1. Chave para Identificação de Bactérias Fitopatogênicas ao Nível De Gênero H................................. 43 
7.4. Meios de Cultura .............................................................................................................................................. 44 
7.5. Isolamento de Microrganismos...................................................................................................................... 47 
7.5.1. Postulado de Koc.......................................................................................................................................... 50 
 
CopyMarket.com Bactérias Fitopatogênicas – Carlos Hidemi Uesugi 
 
 
2
 
CopyMarket.com 
Todos os direitos reservados. 
Nenhuma parte desta publicação poderá ser 
reproduzida sem a autorização da Editora. 
Título: Bactérias Fitopatogênicas 
Autor: Carlos Hidemi Uesugi 
Editora: CopyMarket.com, 2000 
 
 
1. Introdução 
Carlos Hidemi Uesuge 
 
 
1.1. CLASSIFICAÇÃO DOS SERES VIVOS 
 
Classificação dos organismos vivos 
Esquema de classificação Reinos Organismos Incluídos 
Plantae Bactérias, fungos, algas, plantas. Linnaeus (1753) 
Animalia Protozoários e animais superiores 
Plantae Algas multicelulares e plantas 
Animalia Animais 
Haeckel (1865) 
Protista Microrganismos, incluindo bactérias, 
protozoários, algas, bolores e leveduras. 
Plantae Algas multicelulares e plantas 
Animalia Animais 
Protista Protozoários e algas unicelulares 
Fungi Bolores e leveduras 
Whittaker (1969) 
Monera Todas as bactérias (Procariotos) 
Archaebacteria 
(Archaea) 
Bactérias que produzem gás metano, requerem 
altas concentrações de sal ou requerem altas 
temperaturas. 
Eubacteria 
(Bactéria) 
Todas as outras bactérias, incluindo aquelas mais 
familiares aos microbiologistas, tais como 
causadores de doenças, bactérias do solo e da 
água e bactérias fotossintéticas. 
Woese (1977) 
Eucariotas 
(Eucarya) 
Protozoários, algas, fungos, plantas e animais. 
 
 
 
 
 
 
CopyMarket.com Bactérias Fitopatogênicas – Carlos Hidemi Uesugi 
 
 
3
Conceito de Classificação dos Cinco Reinos 
Robert H. Whittaker (1969) 
Ampliou o sistema de classificação de Haeckel e sugeriu três níveis de organização celular para acomodar os três 
modos principais de nutrição: 
1) Fotossíntese, o processo pelo qual a luz fornece energia para converter o dióxido de carbono em água e 
açúcar. 
2) Absorção, a captação de nutrientes químicos dissolvidos em água. 
3) Ingestão, entrada de partículas de alimentos não dissolvidas. 
Neste esquema de classificação constituem, 
Reino Monera que abriga os procariotos ou seja, organismos que normalmente obtém nutrientes somente por 
absorção, e não podem ingerir alimentos ou realizar fotossíntese. 
Reino Protista inclui os microrganismos eucarióticos unicelulares, que representam os três tipos nutricionais: as 
algas são fotossintéticas, os protozoários podem ingerir alimentos e os fungos limosos (fungos inferiores) 
somente absorvem os nutrientes. 
Organismos eucarióticos superiores são acomodados nos; 
Reino Plantae (plantas verdes fotossintéticas e as algas superiores). 
Reino Animalia (animais que ingerem os alimentos). 
ReinoFungi, organismos que tem parede celular, mas não o pigmento fotossintético clorofila encontrado em 
outras plantas. Eles absorvem os nutrientes. 
Desta maneira os microrganismos foram colocados em três dos cinco reinos: Monera (Bactéria), Protista 
(protozoários e algas microscópicas) e Fungi (os fungos microscópicos; leveduras e bolores). O sistema de 
Whittaker coloca todas as bactérias no reino Monera e sugere um ancestral comum para todos os membros 
deste reino. Entretanto, resultados de intensas pesquisas durante décadas recentes sugerem um ancestral 
diferente entre os microrganismos, como descrito a seguir. 
As três categorias filogenética dos seres vivos (Woese, 1977) Arqueobactérias, Eubactérias e Eucariotos 
{©Até 1977 os cientistas achavam que os procariotos eram os mais primitivos de todos os organismos, ficando 
subentendido que esses organismos, por causa da simplicidade estrutral, eram os ancestrais de eucariotos mais 
complexos. Carl Woese e seus colaboradores na Universidade de Illinois descobriram que nenhum grupo tinha 
se desenvolvido do outro. Eles descobriram que os procariotos e eucariotos tinham evoluído por vias 
completamente diferentes de uma forma ancestral comum. Evidências para sustentar esta idéia vieram de estudos 
com ácido ribonucléico ribossômico, ou rRNA que é essencial para a síntese de proteínas e, portanto, para a 
sobrevivência da célula. 
RNA formado por seqüência de quatro tipos de ribonucleotídeos, arranjados em várias combinações para formar 
uma única e longa cadeia de centenas de unidades. 
- O rRNA de qualquer organismo particular tem um arranjo distinto de ribonucleotídeos, ou uma sequência 
nucleotídica específica. 
- Os genes que controlam a sequência nucleotídica de rRNA variam lentamente durante milhões de anos de 
evolução. Portanto, o rRNA pode servir como indicador de como os organismos estão intimamente 
relacionados. Algumas regiões da molécula de rRNA de todos os organismos vivos permanecem quase as 
mesmas, a despeito dos 3,5 a 4,5 bilhões de anos de evolução. Esta constância sustenta a ideia de que todos os 
organismos desenvolveram de formas ancestrais comuns. 
- A quantidade de diferenças entre as outras regiões de rRNA pode ser usada para medir o grau de 
relacionamento entre os organismos. Por ex, se as seqüência de ribonucleotídeos de dois tipos de organismos 
diferem em grande extensão, a relação entre ambos é muito distante; isto é, os organismos divergiram há muito 
CopyMarket.com Bactérias Fitopatogênicas – Carlos Hidemi Uesugi 
 
 
4
tempo de um ancestral comum. Porém se as sequências mostram mais similaridades, os organismos estão 
intimamente relacionados e tem um ancestral comum relativamente recente. 
- Usando essas técnicas, Woese descobriu que as moléculas de rRNA em grupos de organismos diferem no 
arranjo ou sequência de seus nucleotídeos. Os eucariotos possuem um tipo geral de sequência e os procariotos 
um segundo tipo. Mas ele descobriu que alguns procariotos tem um terceiro tipo de rRNA e o arranjo desses 
rRNA difere dos outros procariotos e eucariotos. Em outras palavras, existem dois tipos principais de bactérias, 
as designadas archaeobactéria e as eubactérias. 
 
Classificação de Woese 
 
EUCARYA 
 
 Reinos: 
Plantae 
 Animalia 
 Fungi Eumicota (Basidiomicotina) Parede celular com quitina 
 Protozoa 
 Fungi Chromista (não tem quitina na parede celular). 
 
ARCHAEA (Archaebacteria); Abriga bactérias Termoacidófilas, 
Metanogênicas, Halofilicas 
Crenarchaeota - Termofílico extremo 
 Euryarchaeota - Metanogênicas, Halofílicas extremas 
 Korarchaeota 
 Archaea não definido 
 
A parede celular da archaeobacteria é variável, não contém ácido murâmico (peptídioglicana). 
A membrana possui lipídios ramificados, com ligação éter. 
BACTERIA (Eubacteria); abriga as bactérias verdadeiras. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CopyMarket.com Bactérias Fitopatogênicas – Carlos Hidemi Uesugi 
 
 
5
1.2. DIFERENÇAS ENTRE PROCARIOTOS E EUCARIOTOS 
 
Alguns elementos diferenciais entre células procarióticas e eucarióticas 
Elemento Células procarióticas Células eucarióticas 
Grupos nos quais são 
encontrados como 
unidade estrutural. 
Bactérias, Algas verdes-azuis Algas, fungos, protozoários, 
vegetais e animais. 
Dimensões do organismo 1-2/1-4 µm ou menor Maior que 5 µm em largura ou 
diâmetro. 
Sistema genético: Localização Nucleóide, corpo cromatínico 
ou material genético. 
Núcleo, mitocôndria, 
cloroplastos. 
 
Estrutura do núcleo 
Não limitada por membrana 
nuclear. Um cromossomo 
circular 
Limitada por membrana 
nuclear. Mais de um 
cromossomo linear 
Replicação de cromossoma por 
mitose 
Não Sim 
 
 
Recombinação genética 
Unidirecional. Transferência de 
DNA de forma diplóide parcial 
Fusão de gametas forma 
diplóides que segrega por 
meiose 
Mitocôndria Ausente Presente 
Estrutura de Golgi Ausente Presente 
Retículo endoplasmático Ausente Presente 
Vacúolos limitados por 
membranas verdadeiras 
Ausente Presente 
 
Parede celular 
Peptidioglicana (Mureina ou 
mucopeptídeo como 
componente) 
 
Ausência de peptidioglicana 
Ribossomo Duas subunidades 30S e 50S - 
Tipo 70S 
Duas subunidades 40S e 60S - 
Tipo 80S 
 
 
CopyMarket.com Bactérias Fitopatogênicas – Carlos Hidemi Uesugi 
 
 
6
 
CopyMarket.com 
Todos os direitos reservados. 
Nenhuma parte desta publicação poderá ser 
reproduzida sem a autorização da Editora. 
Título: Bactérias Fitopatogênicas 
Autor: Carlos Hidemi Uesugi 
Editora: CopyMarket.com, 2000 
 
 
2. Morfologia e Ultraestrutura de Células Bacteriana 
Carlos Hidemi Uesugi 
 
 
Dimensões, formas e arranjos das células bacterianas 
- Tamanhos (largura) 
 Ex. Streptococcus, 0,5 µm 
 Bacillus, 0,8 µm 
 Pseudomonas, 0,8 µm 
 Comprimento 1,4 - 2,8 µm 
- Formas 
 
 
 
 
 
 
 
CopyMarket.com Bactérias Fitopatogênicas – Carlos Hidemi Uesugi 
 
 
7
 
 
 
 
 
 
2.1. ESTRUTURAS DA CÉLULA BACTERIANA 
 
2.1.1 Estruturas externas a parede celular 
Flagelos 
 Compostos de 3 partes 
- Estrutura basal 
- Estrutura semelhante a um gancho 
- Um longo filamento externo a parede celular. 
 Comprimento do flagelo: 
- Geralmente é várias vezes o da célula, mas o seu diâmetro é uma pequena fração do diâmetro da célula (Ex. 10 
a 20 nm). 
 
 Flagelação: 
- Muitas espécies de bacilos possuem flagelos, mas raramente os cocos possuem. 
 - Fixação dos flagelos e numero de flagelos 
- Atríquica - Clavibacter 
CopyMarket.com Bactérias Fitopatogênicas – Carlos Hidemi Uesugi 
 
 
8
- Polar - Monotríquica - Xanthomonas 
- Lofotríquica - Pseudomonas fluorescens 
- Peritríquica - Erwinia 
 
Função do flagelo: 
Mobilidade, porém a mecânica exata ainda não é conhecida. Segundo algumas suposições, a cadeia protéica 
contrai e relaxa alternadamente produzindo movimento ondulatório. 
* Flagelos movimentam em velocidade elevada. 
Ex: Spirillum serpens - flagelo gira a um ritmo de 2400 rpm e o corpo a 800 rpm. A velocidade calculada de 
deslocamento da célula é de 50 m/s. 
 Vibrio comma polar 200 m/s. 
 
Pelos (Fímbrias) 
São estruturas que se assemelham aos flagelos, mas não estão envolvidos na mobilidade. São consideravelmente 
mais curtos do que os flagelos e mais numerosos. São encontrados tanto em espécies moveis como imóveis. 
Funções das fímbrias: 
Possuem várias funções associadas com vários tipos de pelos. Um deles é o pelo F (pelo sexual), serve como 
porta de entrada de material genético durante a conjugação bacteriana. Outros tipos funcionam como sítios de 
adsorsão de bacteriófago (vírus bacteriano) e como mecanismo de aderência à superfíciedo hospedeiro. 
 
Cápsulas 
Cobertura viscosa de natureza polissacarídica (dextrano, dextrina, levano, celulose). 
Funções da cápsula 
* Proteção contra dessecamento 
* Em algumas bactérias patogênicas aumenta seu poder infectante. A perda completa da cápsula pode resultar na 
perda do poder invasor ou infectante da bactéria. 
 
Membrana externa 
Todos os envelopes celulares das bactérias Gram-negativas possuem a membrana externa externamente à parede 
celular. Ela tem uma estrutura complexa consistindo de fosfolipídios, lipopolissacarídeos e vários tipos de 
proteínas. A membrana externa é ligada covalentemente à camada de peptidioglicana pela lipoproteína. As 
principais funções da membrana externa inclui 1) proporcionar canais para difusão passiva de nutrientes ou 
solutos hidrofílicos, 2) estabelecer barreira à permeabilidade a antibióticos, detergentes e outras substâncias 
tóxicas, 3) proporcionar sítios receptores para bacteriocinas e bacteriófagos, 4) facilitar a formação e a 
manutenção de pareamento durante a conjugação, e 5) dotar de hidrofilicidade à superfície da célula. Estas 
funções são realizadas pela proteína de membrana externa (Omp) bem como pelos lipopolissacarídeos. 
- Porina 
Porinas são poros relativamente não específicos, ou canais, que são organizados como trimeros de tres 
subunidades da proteína porina. A proteína porina é OmpA em Escherichia coli e OmpF em Pseudomonas aeruginosa 
e P. syringae. Os genes de OmpF são altamente conservados entre estas duas bactérias, com 72% de homologia de 
DNA. Os genes de OmpF P. syringae tem 33% de homologia com genes OmpA de E. coli. 
CopyMarket.com Bactérias Fitopatogênicas – Carlos Hidemi Uesugi 
 
 
9
As bactérias Gram-negativas levam cerca de 105 cópias de porinas por célula na sua membrana externa. As 
porinas são grandes canais repletos de água que permite difusão passiva não específica de solutos hidrofílicos. A 
permeabilidade para solutos hidrofóbicos é pequena. As mais específicas porinas são também inducíveis 
dependendo das condições de crescimento. Eles incluem as proteínas responsáveis para permeação específica de 
maltose e maltodextrina, anions, ferro-sideroforas, e vitaminas B12. 
- Lipopolissacarídeos 
{©Lipopolissacarídeos cobre cerca de 40% da superfície da célula de bactéria entérica. LPS são moléculas 
anfipáticas com metade lipídios hidrofóbicos A e metade polissacarídeos hidrofílicos. O lipídio A que é comum 
para todos os LPS é composto por uma espinha de D-glucosamyl-β-D-glucosamina e cinco e sete cadeias de 
ácidos graxos saturados de 12 - 16 átomos de carbonos. O polissacarídeo é subdividido em estrutura central e 
cadeias laterais de antígeno-O. A estrutura central consiste de séries não repetitivas de resíduos de açúcares. A 
estrutura do antígeno-O exibe considerável variação entre espécies e isolados, e as diferenças são de importância 
taxonômica. O LPS de algumas bactérias fitopatogênicas tem sido sugeridos como tendo importante papel no 
reconhecimento da hospedeira. Em isolados de Ralstonia solanacearum avirulentos e reação de hipersensibilidade 
positiva possuem LPS que perderam o antígeno-O consistindo de rhamnose, 2-amino-2-deoxyglucose e xylose 
com proporção molar de 4: 1: 1. 
 
Parede celular 
* Formação rígida que da forma à célula 
* Espessura em média de 10 a 25 nm (100 a 250 Å) 
Gram negativas possui membrana externa e camada de peptídioglicana, porém, a peptídioglicana é delgada. 
Gram positivas possui uma camada espessa de peptídioglicana. 
Estrutura da peptídioglicana 
Polímero insolúvel constituinte da parede celular da bactéria. 
Composição química e estrutura variam de espécie para espécie, havendo, contudo semelhanças básicas. 
São formadas por três tipos de unidades 
1)Ácido acetilglucosamina (AGA) 
2)Ácido acetilmuramico (AMA) 
3)Peptídio constituído por 4 ou 5 aminoácidos de variedade limitada. 
 
2.1.2. Estruturas internas à parede celular 
Periplasma 
Periplasma é a matriz de polipeptídeos e sacarídeos. Ela contém diversas enzimas incluindo enzimas 
degradadoras de tecidos vegetais tais como celulases e pectinases. Algumas enzimas localizadas no periplasma 
funcionam como conversora que processa a conversão de metabolitos não transportáveis em transportáveis. O 
oligossacarídeo do periplasma tais como β-1,2-D-glucan, derivado de membrana externa é responsável pela 
manutenção da pressão osmótica do periplasma equivalente ao do citoplasma. Os oligossacarídeos também 
funcionam para gerar carga líquida negativa para a célula bacteriana através do equilíbrio de Donnan resultante 
dos resíduos de anions deles. 
 
Protoplasto, esferoplasto 
- Célula sem parede celular 
 
CopyMarket.com Bactérias Fitopatogênicas – Carlos Hidemi Uesugi 
 
 
10
Membrana citoplasmática 
*Fica imediatamente abaixo da parede celular, conhecida também como membrana protoplasmática ou 
simplesmente membrana plasmática e incorpora várias proteínas intrinsecas. A membrana celular consiste de 
camada dupla de lipídio de 50 a 75% de proteína e 20 a 35% de lipídio base peso seco. O lipídio das bactérias, 
com exceção da archaeobacteria, é do tipo ácido graxo-glicerol ester. 
*A membrana celular contém várias enzimas para metebolismo produtor de energia tais como citocromos, 
citocromo oxidase, desidrogenases, ATPases, sintetese de proteínas e permeases e tem importante papel na 
respiração, transporte ativo, rotação flagelar ou segregação de material nuclear na divisão celular. 
A energia para o transporte ativo e rotação flagelar é fornecido pela força motiva de proton., ou diferença de 
potencial eletroquimica protonica através da membrana. A força motiva protonica é gerada pela translocação de 
protons da matrix do periplasma em consonância com a cadeia respiratória e/ ou hidrólise de ATP pela ATPase. 
*É semipermeável, seletiva, controla a passagem de nutrientes e de escórias para dentro e para fora da célula 
respectivamente. 
 
Invaginações membranosas e sistemas de membrana (mesossomo) 
*Em algumas bactérias tais como Clavibacter, Streptomyces e Bacillus, uma parte da membrana invagina para dentro 
do citoplasma para formar complexa dobra membranosa chamado mesossomo 
*Mesossomo está associado com a atividade respiratória, divisão nuclear, formação de septo, formação de 
esporos e secreção de enzimas hidrolíticas. Associa-se de modo complexo com o material nuclear e sua 
replicação. 
 
Citoplasma 
O material celular contido dentro da membrana citoplasmática pode ser dividido em: 
* Área citoplasmática rica em RNA 
* Área nuclear rica em DNA 
*Material nuclear; Células bacterianas não contém o núcleo típico das células animais e vegetais superiores. 
Possui dentro de citoplasma corpúsculos que são encarados como estrutura nuclear confinando o DNA da célula 
bacteriana nesta área (não é um núcleo definido). Proposto, Nucleóide, cromossomo bacteriano etc. 
 
Endospóros 
Corpo oval de parede espessa (um por célula) que é uma célula altamente resistente. Chamados também de 
esporos. 
 
Ex: Bacillus, Clostridium 
Composição dos esporos: Ácido dipicolínico, substância não detectada nas células vegetativas. Esta substância 
está restrita aos esporos bacterianos onde formam de 5 a 10% do peso seco total. 
CopyMarket.com Bactérias Fitopatogênicas – Carlos Hidemi Uesugi 
 
 
11
 
CopyMarket.com 
Todos os direitos reservados. 
Nenhuma parte desta publicação poderá ser 
reproduzida sem a autorização da Editora. 
Título: Bactérias Fitopatogênicas 
Autor: Carlos Hidemi Uesugi 
Editora: CopyMarket.com, 2000 
 
 
3. Cultivo de Bactérias 
Carlos Hidemi Uesugi 
 
 
Para o cultivo de bactérias é necessário o conhecimento de suas exigências nutritivas e das condições físicas 
requeridas. 
 
Exigências nutritivas 
-Todas as formasde vidas, dos microrganismos ao homem repartem certas exigências nutritivas em termos de 
substâncias químicas indispensáveis ao seu crescimento e ao funcionamento normal. 
-Todos os organismos vivos requerem uma fonte de energia. Alguns seres vivos, como as plantas verdes, podem 
utilizar a energia radiante e são denominadas fototróficos. As formas de vida incapazes de utilizar a energia 
radiante, como a vida animal, dependem da oxidação de compostos químicos para obtenção da energia. Por isso 
recebem o nome de quimiotróficos. Esses dois tipos de comportamento existem entre as bactérias 
(fototróficos e quimiotróficos). 
-Todos os organismos vivos requerem alguma forma de carbono; todos exigem, ao menos, pequenas 
quantidades de dióxido de carbono, mas a maior parte também requer certos compostos orgânicos de carbono 
como os açúcares e outros carboidratos. As plantas usam o dióxido de carbono, convertendo-o pela fotossíntese, 
em carboidratos. Muitas bactérias também exigem apenas o dióxido de carbono como sua fonte nutritiva e 
falando sob o ponto de vista nutritivo, tais organismos são autotróficos. Caso possam obter sua energia da luz, 
recebem o nome de fotoautotróficos; se a energia for obtida pela oxidação de compostos químicos são 
chamados de quimioautotróficos. outras bactérias são semelhantes aos animais, no sentido de serem incapazes 
de usar o CO2 como única fonte de carbono e de dependerem de organismos autotróficos para a produção de 
carboidratos e outros compostos utilizados como alimentos. As formas de vidas que exigem uma fonte orgânica 
de carbono são heterotróficas. 
CopyMarket.com Bactérias Fitopatogênicas – Carlos Hidemi Uesugi 
 
 
12
 
3.1. TIPOS NUTRITIVOS DAS BACTÉRIAS 
 
Principais tipos nutritivos das bactérias. 
Tipo Fonte de energia para 
crescimento 
Fonte de carbono 
para crescimento 
Exemplo de gênero 
FOTOTRÓFICO 
Fotolitotrófico (autotrófico) Luz CO2 Chromatium 
Fotorganotrófico 
(heterotrófico) 
Luz Comp. orgânico Rhodopseudomonas 
QUIMIOTRÓFICO 
Quimiolitotrófico 
(autotrófico) 
Oxidação de 
composto inorgânico 
CO2 Thiobacillus 
Quimiorganotrófico 
(heterotrófico) 
Oxidação de 
composto orgânico 
Comp. orgânico Escherichia 
Adaptado de Pelczar/Reid/Chan Microbiologia vol 1. 
 
Fototróficas 
Algumas utilizam CO2 como fonte de carbono - fotolitotróficas 
Outras necessitam de compostos orgânicos - fotorganotróficas 
 
Quimiotróficas 
Organismos do gênero Nitrobacter são capazes de oxidar nitrito a nitratos e fixar o CO2, preenchendo, assim, suas 
necessidades de energia de carbono - quimiolitotróficos. 
Muitos outros microrganismos quimiotróficos, contudo requerem compostos orgânicos de carbono, dos quais 
obtém energia por oxidação - quimiorganotróficos. As bactérias fotolitotróficas e quimiolitotróficas são 
conhecidas comumente, como autotróficas, ao passo que as espécies fotorganotróficas e 
quimiorganotróficas recebem a designação de heterotróficas. 
As bactérias patogênicas às plantas são todas quimioheterotróficas, as quais obtém suas energias do metabolismo 
de carboidratos, aminoácidos ou outros componentes de carbono orgânico, a qual serve também como 
principais fontes de carbono. 
 
Eutróficas e oligotróficas 
{©Eutróficas são grupos de bactérias que crescem bem em meio completo rico em nutrientes, enquanto as 
oligotróficas podem crescer somente em meio altamente diluídos, por exemplo, 10-2 a 10-3 vezes. As oligotróficas 
são muito sensíveis a vários compostos orgânicos do meio de cultura, mas o efeito inibitório da peptona é 
particularmente pronunciado. Portanto o crescimento de oligotrófas é imensamente suprimido em meio 
nutriente ágar não diluído. Oligotróficas são comuns em bactérias do solo, colônias contadas em meio rico, são 
em menor número se comparados àquelas contadas em meio altamente diluído. 
Todas as bactérias patogênicas às plantas são eutróficas. Porém Rhizobacter daucus e Rhizomonas suberifaciens, 
patógenos descobertos recentemente de galhas da cenoura e raiz corticosa de alface, respectivamente, tem 
CopyMarket.com Bactérias Fitopatogênicas – Carlos Hidemi Uesugi 
 
 
13
comportamento oligotrófico. A descoberta destas bactérias implica se meio altamente diluído for usado para 
estudo, mais patógenos de planta oligotróficos pode ser isolado de raízes de plantas afetadas por causas não 
conhecidas. 
 
- Fontes de carbono: 
 Todos os organismos requerem alguma fonte de carbono. 
*Fonte de dióxido de carbono, carboidratos. 
*Plantas usam dióxido de carbono e converte pela fotossíntese em carboidratos. 
*Muitas bactérias também exigem apenas dióxido de carbono como sua fonte nutritiva. 
- Tais organismos são: autotróficos. 
 Quando recebe energia da luz: fotoautotróficos 
 Quando a energia for obtida pela oxidação de compostos químicos é chamados quimioautotróficos. 
* Aqueles que dependem de organismos autotróficos para a produção de carboidratos e outros compostos 
utilizados como alimentos são ditos heterotróficos. 
 
- Fonte de nitrogênio 
* Plantas utilizam nitrogênio na forma de sais inorgânicos como nitrato de potássio 
* Animais exigem compostos orgânicos como proteínas e produtos da sua degradação (peptídeos, aminoácidos) 
* Bactérias são versáteis - Algumas utilizam nitrogênio atmosférico, outros crescem na presença de compostos 
nitrogenados inorgânicos ou ainda existem aqueles que retiram nitrogênio das proteínas ou praticamente 
qualquer composto orgânico nitrogenado. 
Nitrogênio Inorgânico - Sais de amônio e nitratos são comumente utilizados como fonte de nitrogênio. Alguns 
isolados de Ralstonia solanacearum e B. caryophylli realiza denitrificação, isto é, produzem gás a partir de nitrato sob 
condições anaeróbias. 
 Nitrogênio orgânico - nitrogênio orgânico é comumente fornecidos na forma de aminoácidos, peptona, 
extrato de carne, extrato de levedura. Peptona é um excelente nutriente porque contem quase todos os 
aminoácidos necessários para o crescimento das bactérias, e ainda proporciona um bom efeito tamponante ao 
meio. Extrato de carne e extrato de levedura são fontes ricas em vitaminas e são usados em combinação com a 
peptona para acelerar o crescimento bacteriano. 
 
Fósforo e enxofre 
* Alguns organismos exigem compostos orgânicos de enxofre, outros são capazes de utilizar compostos 
inorgânicos, um terceiro grupo pode mesmo utilizar enxofre elementar. 
* Fósforo é suprido usualmente na forma de fosfato. 
 
- Elementos minerais 
Bactérias exigem vários elementos minerais para o seu desenvolvimento normal. (sódio, potássio, cálcio 
magnésio, manganês, ferro, zinco, cobre, fósforo e cobalto). 
 
 
 
CopyMarket.com Bactérias Fitopatogênicas – Carlos Hidemi Uesugi 
 
 
14
- Vitaminas 
Bactérias apresentam comportamento variável. Embora todas as bactérias exijam vitaminas para o seu processo 
metabólico normal, alguns são capazes de sintetizar todas as vitaminas. 
 
- Água Todos os nutrientes devem ser dissolvidos em água antes de poderem ser absorvidos pelas bactérias. 
Os dez principais bio-elementos, suas fontes e funções no microrganismo. 
Elemento Fonte Função no metabolismo 
C Composto orgânico, CO2 
 
O 
 
O2, H2O, Composto orgânico. 
 
Principais constituintes do material celular 
H H2, H2O, Composto orgânico. 
N NH4+, NO3-, N2, Composto orgânico. 
 
S 
SO42-, HS-, S0, S2, S2O32-, Composto 
orgânico. 
Constituinte da cisteína, metionina, fosfato 
de tiamina, coenzima A, biotina e ácido α-
lipóico. 
P HPO4-2 Constituinte do ácido nucléico, 
fosfolipídeos, e nucleotídeos. 
K K+ Principal cátion inorgânico na célula, 
cofator de algumas enzimas. 
 
Mg 
 
Mg2+ 
Cofator de diversas enzimas. Presente na 
parede celular, membranas e éster fosfato.Ca 
 
Ca2+ 
Cofator de enzimas; presentes em 
exoenzimas (amilases e proteases); 
dipicolinato de cálcio, o componente mais 
importante dos endospóros. 
 
Fe 
 
Fe2+ , Fe3+ 
Presente nos citocromos, ferrodoxinas, e 
outras proteínas ferro-sulforosas; cofator de 
enzimas (algumas desidratases) 
Adaptado de Pelczar/Reid/Chan Microbiologia vol. 1 
CopyMarket.com Bactérias Fitopatogênicas – Carlos Hidemi Uesugi 
 
 
15
 
 
Bio-elementos de menor importância, suas fontes e funções nos microrganismos. 
Elemento Fonte Função no metabolismo 
Zn Zn2+ Presente em álcool dehydrogenase, fosfatase alcalina, 
aldolase, RNA e DNA polimerase. 
 
Mn 
 
Mn2+ 
Presente no superóxido dismutase da bactéria, cofator de 
algumas enzimas (PEP carcoxikinase, re-citrato sintase). 
Na Na+ Requerido por bactérias halofílicas. 
Cl Cl- 
Mo MoO42- Presente em nitrato reductase, nitrogenase, e formato 
desidrogenase. 
Se SeO32- Presente em glycine reductase e formato dehydrogenase. 
Co Co2+ Presentes em enzimas contendo coenzima B12 (glutamate 
mutase, methylmalonyl-CoA mutase). 
Cu Cu2+ Presente em citocromo oxidase e oxigenases. 
W WO42+ Presente em algumas desidrogenases de formato. 
Ni Ni2+ Presente em urease; requerido para crescimento autotrófico 
de bactérias oxidadora de hidrogênio. 
3.2. CONDIÇÕES FÍSICAS NECESSÄRIAS AO CRESCIMENTO 
 
- Temperatura 
Uma vez que todos os processos de crescimento dependem de reações químicas, e que essas reações são 
influenciadas pela temperatura, o crescimento bacteriano pode ser profundamente afetado por estas condições. 
* Temperatura determina em parte ritmo e quantidade total de crescimento. 
* Variação térmica pode influenciar os processos metabólicos e a morfologia celular. 
 
- Cada espécie de bactéria cresce sob temperaturas situadas em faixas características. 
1) Bactérias psicrófilas: são aquelas capazes de crescerem a zero °C ou menos embora seu ótimo esteja 
dependendo de temperaturas mais elevadas próximo de 15 ou 20 °C. Diversas espécies da Antártida podem 
crescer a -7 °C, mas com o ótimo entre 20 e 30 °C. 
2) Bactérias mesófilas: são aquelas que crescem melhor em temperaturas situadas entre 25 e 40 °C. 
3) Bactérias termófilas: são aquelas que crescem melhor em temperaturas entre 45 e 60 °C. 
 
- Exigências atmosféricas 
 Os principais gases que afetam o crescimento bacteriano são o oxigênio e o dióxido de carbono. 
1) Bactérias aeróbias são aquelas que crescem na presença de oxigênio livre. 
 
CopyMarket.com Bactérias Fitopatogênicas – Carlos Hidemi Uesugi 
 
 
16
2) Bactérias anaeróbias são aquelas que crescem na ausência de oxigênio livre. 
3) Bactérias anaeróbias facultativas são aquelas que crescem tanto na presença como ausência de oxigênio 
livre. 
4) Bactérias microaerófilas são aquelas que crescem na presença de pequena quantidade de oxigênio livre 10-
15% 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- Acidez e alcalinidade (pH) 
Para a maioria das bactérias, o ótimo de pH para o crescimento se situa entre 6,5 e 7,5, mas alguns podem viver 
nos limites extremos de pHs. Variações mínimas e máximas para a maioria das espécies estão entre 4 e 9. 
* Alteração de pH é corrigido com tampões. Combinação de KH2PO4 e K2HPO4 
 
 
CopyMarket.com Bactérias Fitopatogênicas – Carlos Hidemi Uesugi 
 
 
17
 
CopyMarket.com 
Todos os direitos reservados. 
Nenhuma parte desta publicação poderá ser 
reproduzida sem a autorização da Editora. 
Título: Bactérias Fitopatogênicas 
Autor: Carlos Hidemi Uesugi 
Editora: CopyMarket.com, 2000 
 
 
4. Reprodução e Crescimento 
Carlos Hidemi Uesugi 
 
 
Reprodução 
No círculo de crescimento das bactérias o processo mais comum e sem dúvida o mais importante é a fissão 
binária transversal na qual uma única célula se divide em duas após desenvolver uma parede celular transversal. 
É um método de reprodução assexuada. 
-A fissão binária não é o único método de reprodução entre bactérias. 
 
Streptomyces: produzem muitos esporos reprodutivos (cada esporo da origem 
 a um novo indivíduo). 
 
Nocardia: produz filamentos que se fragmentam e produzem células bacilar ou cocóides. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Crescimento 
Velocidade de crescimento e tempo de geração 
- Processo de reprodução: fissão binária, uma célula se divide formando 2 células. 
20 → 21 → 22 → 23 → 24 → ......2n 
 
* Tempo de geração: tempo necessário para que uma se divida ou para que a população se duplique. 
* O tempo de geração não é o mesmo para todas as bactérias. 
Ex. Para E. coli é de 17 min. já para outras pode ser de muitas horas. 
Para fins de ilustração, imagine-se a situação hipotética seguinte. Uma bactéria é inoculada num meio de cultura 
e, após ter decorrido o tempo de geração deste microrganismo, há duas células; depois de outra geração, quatro 
células; após 3 gerações, oito células em cada uma das gerações sucessivas, admitindo-se a ausência de mortes, a 
CopyMarket.com Bactérias Fitopatogênicas – Carlos Hidemi Uesugi 
 
 
18
população dobra em número de seus indivíduos. A relação entre os números de células e de gerações pode ser 
expressa numa série de equações. 
 
B = número de bactérias inoculadas no meio ou contagem bacteriana no tempo zero; 
b = número de bactérias ao fim de um dado período de tempo; 
t = período de tempo 
G = tempo de geração; 
n = número de gerações; 
log = logaritmos decimais (logaritmos comuns). 
 
Iniciando a experiência com uma única célula, a população total b, ao fim de um dado tempo, seria expressa 
como: 
b = 1 x 2n 
 
onde, 2n é a população bacteriana após a n-ésima geração. Em termos práticos, contudo, o número de bactérias 
B, introduzido no meio da cultura no tempo zero, não é igual a 1, mas vários milhares, de modo que a formula se 
modifica: 
b = B x 2n (2) 
 
Resolvendo a equação (2) para n, obtém-se: 
log b = log B + n log 2 
 log b - log B 
n = ————— (3) 
 log 2 
 
Substituindo o valor de log 2, que é 0,301, chega-se a: 
 b 
n = 3,3 log — (4) 
 B 
 
Assim, usando a equação (4), pode-se calcular o número de gerações ocorridas, desde que se conheça a 
população inicial B e a população b, após o tempo t. 
O tempo de geração G é igual ao tempo t (tempo decorrido entre b e B), dividido pelo número de gerações n, 
ou: 
 t t 
G = –– = ––––––––––– 
 n 3,3 log (b/B) 
 
 
CopyMarket.com Bactérias Fitopatogênicas – Carlos Hidemi Uesugi 
 
 
19
Tempos de geração de diversas espécies de bactérias. 
Bactéria Meio Temp. ºC Tempo de geração 
(minutos) 
Bacillus mycoides caldo 37 28 
B. thermophilus caldo 55 18,3 
Escherichia coli caldo 
leite 
37 
37 
17 
12,5 
Lactobacillus acidophilus leite 37 66-87 
Mycobacterium tuberculosis sintético 37 792-932 
Rhizobium japonicum sais minerais + extrato de 
levedura + manitol 
25 344-461 
Staphilococcus aureus caldo 37 27-30 
Streptococcus lactis caldo lactose 
leite 
37 
37 
48 
26 
Treponema pallidum teste em coelho 37 1980 
Adaptado de Pelczar/Reid/Chan Microbiologia vol. 1 
CopyMarket.com Bactérias Fitopatogênicas – Carlos Hidemi Uesugi 
 
 
20
Tempo de geração de bactérias fitopatogênicas 
Bactéria Tempo de duplicação 
(min) 
Método de cultivo 
Erwinia amylovora 78 Estacionária 
E. carotovora subsp. carotovora 25-30 Agitação 
E. chrysanthemi pv. zeae 25 Estacionária 
E. herbicola 25-30 Estacionária 
Pantoea aglomerans pv. milletiae 25-30 Estacionária 
Ralstonia solanacearum 66 Estacionária 
P. syringae pv. syringae 73 Estacionária 
P. syringae pv. apii 80 Estacionária 
Xanthomonas axonopodis pv. citri 90 EstacionáriaX. a. pv. phaseoli 134 Estacionária 
X. oryzae pv. oryzae 90 Agitação 
X.arboricola pv. pruni 92 Agitação 
Rhodococcus facians 88 Estacionária 
Curtobacterium flaccumfaciens pv. 
Flaccumfaciens 
80 Estacionária 
Clavibacter michiganensis subsp. 
michiganensis 
115 Estacionária 
Agrobacterium tumefaciens 78 Estacionária 
A. rhizogenes 121 Estacionária 
Adaptado de Goto, M. Fundamentals of Bacterial Plant Pathology. 
 
Ciclo normal de crescimento (curva de crescimento de cultura bacteriana). 
* Fase lag: população bacteriana permanece inalterada temporariamente, mas não significa que as células 
estejam em repouso ou dormente; ao contrário durante esta etapa as células aumentam de tamanho além de suas 
dimensões normais. São fisiologicamente ativas e estão sintetizando um novo protoplasma, adaptando ao novo 
ambiente. 
- Ao final da fase lag cada célula se divide. 
- Nem todos completa a sua etapa lag simultaneamente. 
- Ocorre um aumento gradual da população até o término dessa fase. 
* Fase logarítmica ou exponencial: durante este período as células se dividem firmemente, num ritmo 
constante, e o logaritmo do número de células relacionado com o tempo resulta numa linha reta. Em condições 
apropriadas, o ritmo de crescimento é máximo durante esta fase. 
* Fase estacionária: A fase logarítmica do crescimento começa a diminuir depois de várias horas, outra vez de 
forma gradual, representada por uma curva de transição entre uma linha reta (fase logarítmica) e outra, que é a 
fase estacionária. Esta tendência para o fim do crescimento pode, ser atribuído a uma série de circunstâncias, 
particularmente, á exaustão de alguns nutrientes e, com menos frequência, à produção de produtos tóxicos. A 
CopyMarket.com Bactérias Fitopatogênicas – Carlos Hidemi Uesugi 
 
 
21
população permanece constante durante um certo tempo, talvez como resultado da completa cessação das 
divisões ou do equilíbrio entre o ritmo de reprodução e o equivalente ritmo de morte. 
* Fase de declínio ou de morte. Depois do período estacionário, as bactérias podem morrer mais rapidamente 
do que a produção de novas células, se, de fato, algumas bactérias ainda estiverem reproduzindo-se. 
{©Indubitavelmente várias condições contribuem para a morte da bacteriana, mas as mais importantes são a 
depleção de nutrientes essenciais e o acúmulo de substâncias inibidoras tais como os ácidos. Durante a fase de 
morte, o numero de células viáveis decresce geometricamente (exponencialmente), em essência, o inverso do 
crescimento durante a fase log. As bactérias morrem em velocidades diferentes, tal como se comportam em 
relação ao crescimento. Algumas espécies de cocos Gran-negativos muito rapidamente, de modo que podem 
restar algumas poucas bactérias vivas após 72 horas ou menos de incubação. Outras, porém, morrem tão 
lentamente que há células viáveis depois de meses e até anos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curva de crescimento típica de bactérias. (A) fase lag; (B) fase log (logarítmica); (C) fase estacionária; (D) fase de 
morta ou de declínio. 
CopyMarket.com Bactérias Fitopatogênicas – Carlos Hidemi Uesugi 
 
 
22
 
CopyMarket.com 
Todos os direitos reservados. 
Nenhuma parte desta publicação poderá ser 
reproduzida sem a autorização da Editora. 
Título: Bactérias Fitopatogênicas 
Autor: Carlos Hidemi Uesugi 
Editora: CopyMarket.com, 2000 
 
 
5. Classificação das Bactérias Fitopatogênicas 
Carlos Hidemi Uesugi 
 
 
 
REINO PROCARIOTAE 
 
5.1. DIVISÃO I - Gracilicutes 
Procariotos com parede celular fina, contendo o tipo de parede Gram-negativa, com células tipo esfera, 
bastonete ou curvo e hélice. As bactérias fitopatogênicas são todas, do tipo bastonete com raras exceções. A 
maioria das bactérias fitopatogênicas de importância econômica estão incluídas aqui. 
 
5.1.1. CLASSE - Proteobacteria - maioria bactérias unicelulares. 
 Família Pseudomonadaceae (antiga clasificação) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CopyMarket.com Bactérias Fitopatogênicas – Carlos Hidemi Uesugi 
 
 
23
Espécies, biovares e patovares de pseudomonas organizadas de acordo com a homologia de rRNA e DNA. 
 
Reclassificação do grupo de homologia de rRNA do gêneros Pseudomonas (antiga denominação) 
(Fitopatogênicas). 
Grupo de homologia 
rRNA 
Gêneros 
I Pseudomonas (Fluorescentes) 
II Burkholderia, Ralstonia (Grupo Burkholderia) 
III Acidovorax (Comamonadaceae) 
IV 
V Xanthomonas (Grupo Xanthomonas) 
 
GRUPO Pseudomonas 
 
{©Gênero Pseudomonas - (espécie tipo - Pseudomonas aeruginosa) (Grupo I rRNA). Bastonete reto, 
raramente curvo, Móvel com, normalmente, mais de um flagelo polar (lofotríquio). Colônia, branca, cinza-claro 
ou creme. São estritamente aeróbios. Este gênero, além de bactérias fitopatogênicas, contém espécies epífitas e 
saprófitas, cujos habitats são a rizosfera, o solo, a superfície de plantas, os restos de cultura e água. Há também 
patógenos de animais. Causa numerosas manchas foliares, queimas, murchas vasculares, podridões moles, 
cancros e galhas. 
Gênero Rhizobacter - (espécie tipo - Rhizobacter daucus). São bastonetes retos ou ligeiramente curvos e 
Gram negativos. Móveis por flagelos polar ou lateral ou ambos ou imóveis. São aeróbios. Colônia branca ou 
branca-amarela. Crescimento flocular consistindo de unidade globular em meio líquido. Causa a galha bacteriana 
da cenoura. 
Gênero Rhizomonas - (espécie tipo - Rhizomonas suberifaciens). Bastonetes retos ou ligeiramente curvos. 
Móveis, por um flagelo lateral, subpolar ou polar, ou imóveis. Colônias brancas ou amareladas lisa ou vincada. 
São aeróbias. Causa a raiz corticosa da alface 
 
Grupo Burkholderia 
Gênero Burkholderia - (espécie tipo - Burkholderia cepacia) (Grupo II rRNA). Bastonete reto, raramente 
curvo, Móvel com, normalmente, mais de um flagelo polar (lofotríquio). Colônia, branca, cinza-claro ou creme. 
São estritamente aeróbios Causa numerosas manchas foliares, queimas, murchas vasculares, podridões moles, 
cancros e galhas. 
Gênero Ralstonia - (espécie tipo - Ralstonia picketii) (Grupo II rRNA). Bastonete reto, raramente curvo, 
Móvel com, normalmente, mais de um flagelo polar (lofotríquio). Colônia, branca, cinza-claro ou creme. São 
estritamente aeróbios. Causa numerosas manchas foliares, queimas, murchas vasculares, podridões moles, 
cancros e galhas. Ex. murcha bacteriana do tomateiro (Ralstonia solanacearum). 
 
Grupo Xanthomonas 
Gênero Xanthomonas - (Homologia DNA-rRNA Grupo V). Bastonete reto móvel por um único flagelo 
polar (monotríquia). Colônia quase sempre amarela, havendo três espécies que apresentam colônia branca. São 
estritamente aeróbios. Produção de pigmento amarelo (xanthomonadina). Causa manchas em folhas frutos, 
queimas em plantas anuais, perenes. Murcha vascular e cancro em citrus. 
CopyMarket.com Bactérias Fitopatogênicas – Carlos Hidemi Uesugi 
 
 
24
Gênero Xylella - (espécie tipo - Xylella fastidiosa). Bastonete reto (pode haver bastonete ligeiramente curvo). 
Não móvel. Colônia de dois tipos: lisa e rugosa, ambas opalescentes e circulares. São estritamente aeróbios. Não 
cresce em meios comuns usados em fitopatologia, pois é exigente em vários componentes químicos. Habitante 
do xilema. Causa; a pierce disease da videira, phony disease do pessegueiro, a clorose variegada do citrus (CVC) 
etc.. 
 
Família Comamonadaceae 
Gênero Acidovorax - (espécie tipo - Acidovorax avenae) (Grupo III rRNA). Bastonetes retos ou 
ligeiramente curvos, móveis por um único flagelo polar. Causa; mancha foliar em milho, orquídias e melâncias. 
Gênero Xylophilus - (espécie tipo - Xylophilus ampelinus). São bastonetes retos ou ligeiramente curvos, 
Gramnegativos, moveis por um flagelo polar. São aeróbios estritos. Causa a necrose bacteriana e cancro da 
videira. 
 
Família Rhizobiaceae 
Gênero Agrobacterium - Bastonete reto. Móvel por um a seis flagelos subpolares ou peritíquios. Colônia 
branca. São estritamente aeróbios. O processo da doença é devido à presença de plasmídeo específico na célula 
da bactéria, A. tumefaciens (galha) A. rhizogenes (raiz), A. radiobacter (avirulento). 
Gênero Liberobacter - Causa o greening dos citros. Bactéria de floema. 
 
Família Enterobacteriaceae 
Gênero Enterobacter - E. cloacae tem sido reportado causando a descoloração marrom do fruto do mamão 
atraves da infecção oportunistica. Erwinia herbicola, epífita comum, é muitas vezes referidos como sinônimo de 
Enterobacter agglomerans. 
Gênero Erwinia - (espécie tipo - Erwinia amylovora). Bastonete reto Gram-negativo anaeróbio facultativo. 
Móvel por flagelos peritríquios, com uma exceção (E. stewartii). Colônia branca ou amarela. Algumas espécies 
possuem enzimas pectinolíticas e, portanto, são capazes de provocar a podridão mole em tecido vegetal. 
Gênero Pantoea - A classificação dos isolados em Pantoea spp. é baseado nas diferênças na hibridação de 
DNA-DNA. A investigação desta parte da Enterobacteriaceae é incompleta, e a aplicação da nomenclatura 
necessita ser levada em conta espécies altamente relacionadas da Enterobacter e Erwinia. 
Gênero Serratia - São membras das enterobacterias gram negativas com flagelos peritriquios. Geralmente 
formam colônias roseas. S. proteomaculans e S. marcescens tem sido reportado como patogenicos a plantas. O 
primeiro tem sido reportado causando mancha bacteriana em Protea cynaroides e o segundo causando a “podridão 
da coroa” em alfafa. 
 
5.2. DIVISÃO II - FIRMICUTES: procariotos com parede celular espessa e forte, indicando o tipo Gram-
positivo de parede celular. 
 
5.2.1. CLASSE FIRMIBACTERIA 
 
Gram positivas, bastonetes formadoras de espóros com ou sem flagelos peritríquios. 
Gênero Bacillus - São aeróbios ou aeróbioas facultativos. Causa varias doenças tais como podridão da batata 
em armazenamento (Bacillus sp.), podridão da folha do fumo em processo de secagem (Bacillus sp.), podridão da 
muda de tomate (Bacillus sp.), podridão da soja (Bacillus sp.), estrias brancas do trigo (B. megaterium pv. cerealis). 
CopyMarket.com Bactérias Fitopatogênicas – Carlos Hidemi Uesugi 
 
 
25
Gênero Clostridium - São estritamente anaeróbios. Causa a podridão da folha do fumo em processo de 
secagem e Sindrome da madeira molhada do álamo e do olmo. 
 
5.2.2. CLASSE THALLOBACTERIA 
 
Bastonetes irregulares, sem esporos, Gram-positivas. 
Gênero Arthrobacter - (espécie tipo - Arthrobacter globiformis). A única espécie fitopatogênica deste 
gênero é Arthrobacter ilicis, que é a nova designação de Corynebacterium ilicis. Bastonete e coco. Móvel. Aeróbio 
estrito. Colônia amarela. Causa a queima bacteriana do azevinho americano. 
Gênero Clavibacter - (espécie tipo Clavibacter michiganensis). Bastonetes pleomórficos, ou seja, com 
formas diversas. Não móvel. Aeróbio estrito. Colônia amarela. (Clavibacter michiganensis subsp. michiganensis). Causa 
murcha bacteriana em tomate, alfafa, batata e cancro em tomateiro (Clavibacter michiganensis subsp. michiganensis). 
Gênero Curtobacterium - (espécie tipo Curtobacterium citreum). Bastonete curto, irregular. Móvel por 
flagelos laterais. Aeróbio estrito.Colônia amarela, alaranjada ou rósea. (Curtobacterium flacunfaciens pv. flacunfaciens). 
Causa murcha em feijoeiro e outras plantas. 
Gênero Rathayibacter - (espécie tipo Rathayibacter rathayi). R. iranicus, R. rathayi, R. tritici. Estas espécies 
causam exudações amareladas (gomose) na inflorescência, nos grãos em formação e também nas folhas e 
distorções foliares em trigo e em várias espécies de gramíneas anuais. São bactérias associadas com nematoides 
do gênero Anguina, necessitando destes como vetores. 
 
 NOCARDIFORMES 
Gênero Nocardia - Apenas uma espécie tem sido relatada como patógeno de planta (N. vaccinii). 
Gênero Rhodococcus - (espécie tipo Rhodococcus rhodochrous). A única espécie fitopatogênica deste 
gênero é Rhodococcus facians. Células de várias formas (pleomórficas), podendo haver formação de hifas, mas não 
de esporos. Aeróbio estrito. Não móvel. Colônia alaranjada, cor-de-rosa ou vermelha. Causa a fasciação da 
ervilha doce. 
 
STREPTOMYCETOS 
Gênero Streptomyces - (espécie tipo Streptomyces albus). Apresenta colônia de crescimento lento com 
aspecto granular, pulverulento e aveludado. Há desenvolvimento aéreo de micélio, que é ramificado, não 
fragmentado e com cadeia de três ou mais esporos redondos, ovais ou cilíndricos. Gram positiva. São aeróbios. 
Causa a sarna da batatinha (S. scabies). 
 
5.3. DIVISÃO III - TENERICUTES: procariotos desprovidos de parede celular, envolvido apenas pela 
membrana plasmática. São denominados de micoplasmas, incluindo a Classe Mollicutes. Tem reação Gram-
negativa. Alguns requerem meios complexos para crescimento e penetram a superfície do meio de cultura, 
formando colônias do tipo “ovo-frito”. 
 
5.3.1. CLASSE - MOLICUTTES 
 
Família - Spiroplasmataceae 
Gênero Spiroplasma - (espécie tipo - Spiroplasma citri). Não possui parede celular. Insensível à penicilina. 
Sensível à tetraciclina. Forma variada (pleomorfismo), inclusive helicoidal. Não móvel alguma espécies tem 
CopyMarket.com Bactérias Fitopatogênicas – Carlos Hidemi Uesugi 
 
 
26
movimento por deslizamento em superfície úmida e a forma helicoidal tem movimento rotatório e por flexão. 
Requer esteróis (colesterol) para crescer. A principal espécie fitopatogênica é a Spiroplasma citri agente causal da 
Stubborn disease (doença teimosa) do citrus. 
 
Família (s) - ainda não conhecidas 
Gênero não definido, MLO (Mycoplasma-Like-Organism). Organismos pleomorficos sem parede celular. 
Morfologicamente se assemelha ao micoplasma. Atualmente mais conhecido como fitoplasmas. Causam 
numerosas doenças conhecidas como, amarelo, superbrotamento e declínio em árvores e algumas plantas anuais. 
 
5.4. OUTRAS BACTÉRIAS. 
 
Vários outros gêneros incluem bactérias relatadas como patogênicas para as plantas. 
Gênero Acetobacter e Gluconobacter - Causa a chamada “doença rosea” do abacaxi e a podridão marrom da 
maçã e da pera. Estes patógenos são oportunistas e não tem capacidade de afetar outros orgãos além do fruto. 
 
5.5. BACTÉRIAS FASTIDIOSAS 
 
São aquelas que não crescem em meios de cultura utilizados rotineiramente em bacteriologia. 
Grupo das Riquetsias: Bactérias baciliformes, de parede celular rígida; patógenos dos sistemas vasculares. 
Grupo dos Micoplasmas: Bactérias sem parede celular e sem forma definida. 
Grupo dos Espiroplasmas, sem parede celular rígida. 
Bactérias do raquitismo da cana de açúcar e de outras gramíneas 
Xylella fastidiosa - bactéria causadora da clorose variegada dos citros. 
Clavibacter xyli subsp. cynodontis - causa o raquitismo da grama bermuda (Cynodon dactylon); Bermuda-grass stunting. 
Clavibacter xyli subsp. xyli - raquitismo da soqueira da cana-de-açúcar; ratoon stunting disease. 
Obs: A diagnose de doenças causadas por bactérias fastidiosas são, feitas através de exames de cortes ultra-finos 
em microscópio eletrônico e pela reação ou reprodução de sintomas em plantas testes inoculadas mecanicamente 
com o suco do tecido da planta doente, através de vetores ou por enxertia. 
CopyMarket.com Bactérias Fitopatogênicas – Carlos Hidemi Uesugi 
 
 
27
 
Classificação das categorias superiores de Procariotos e afiliação das bactérias fitopatogênicas 
Reino Divisão Classe Atributo Família Gênero 
 Gracilicutes Proteo-
bacteria 
Não fotos-
sintético 
Enterobacteriaceae Enterobacter 
Erwinia 
Pantoea 
SerratiaPseudomonadaceae Pseudomonas 
 Rhizobacter 
 Rhizomonas 
 Grupo Burkholderia Burkholderia 
 Ralstonia 
 Grupo Xanthomonas Xanthomonas 
 Xylella 
 Comamonadaceae Acidovorax 
 Xylophilus 
 Rhizobiaceae Agrobacterium 
Procariotae Liberobacter 
 Firmicutes Firmi-
bacteria 
Simples 
(G+) 
 Bacillus Clostridium 
 Tallo-
bacteria 
Ramifi-cado 
(G+) 
 Arthrobacter 
 Clavibacter 
 Curtobacterium 
 Nocardia 
Rathayibacter 
Rhodococcus 
Streptomyces 
 Tenericutes Mollicu-tes ProcariotoSe
m parede 
Spiroplasmataceae Spiroplasma 
 Afiliação incerta Fitoplasma 
 
CopyMarket.com Bactérias Fitopatogênicas – Carlos Hidemi Uesugi 
 
 
28
 
CopyMarket.com 
Todos os direitos reservados. 
Nenhuma parte desta publicação poderá ser 
reproduzida sem a autorização da Editora. 
Título: Bactérias Fitopatogênicas 
Autor: Carlos Hidemi Uesugi 
Editora: CopyMarket.com, 2000 
 
 
6. Espécies de Bactérias Fitopatogênicas 
Carlos Hidemi Uesugi 
 
 
Classificação atualizada, segundo Sub-Comité de Taxonomia de Bactérias Fitopatogênicas - ISPP. Names of 
plant pathogenic bacteria 1864-1995. Review of Plant Pathology 75(9): 721-763, 1996.) 
 
 Grupo Pseudomonas 
 Fluorescentes: 
Gênero Pseudomonas 
P. agarici 
P. amygdali 
P. asplenii 
P. betle 
P. caricapapayae* 
P. cichorii* 
P. cissicola 
P. corrugata* 
P. ficuserectae 
P. flectens 
P. fuscovaginae 
P. hibiscicola 
P. marginalis* 
pv. alfalfae 
pv. marginalis* 
pv. pastinacae 
P. meliae 
P. rubrisubalbicans 
P. savastanoi 
pv. glycinea* 
pv. phaseolicola 
pv. savastanoi 
CopyMarket.com Bactérias Fitopatogênicas – Carlos Hidemi Uesugi 
 
 
29
P. syringae* (51 patovares) 
pv. apii* 
pv. coronafaciens 
pv. garcae* 
pv. helianthi 
pv. hibisci 
pv. lachrymans* 
pv. passiflorae 
pv. pisi 
pv. sesami 
pv. striafaciens 
pv. syringae* 
pv. tabaci* 
pv. tomato* 
P. syzygii 
P. tolaasii 
P. viridiflava* 
 
Comamonadaceae 
Não fluorescentes 
 
Gênero Acidovorax 
A. avenae (Pseudomonas avenae) 
subsp. avenae (P. rubrilineans; P. alboprecipitans) * 
subsp. cattleyae (P. cattleyae) 
subsp. citrulli (P. pseudoalcaligenes subsp. citrulli) 
A. konjaci (P. pseudoalcaligenes subsp konjaci) 
 
Grupo Burkholderia 
Não Fluorescentes 
 
Gênero Burkholderia 
B. andropogonis (Pseudomonas andropogonis; P. woodsii) 
B. caryophylli (P. caryophylli)* 
B. cepacia (P. cepacia)* 
B. gladioli (P. gladioli) 
pv. agaricicola 
CopyMarket.com Bactérias Fitopatogênicas – Carlos Hidemi Uesugi 
 
 
30
pv. alliicola* 
pv. gladioli* 
B. glumae (P. glumae) 
B. plantarii (P. plantarii) 
 
Gênero Ralstonia 
R. solanacearum* 
R. pickettii 
R. syzigii 
(P. rubrisubalbicans) 
 
Grupo Xanthomonas 
GÊNERO, Xanthomonas spp. 
 
Xanthomonas albilineans* X. Cucurbitae 
X. fragariae* X. hortorum 
X. oryzae* X. hyacinthi 
X. populi* X. melonis 
X. campestris* X. pisi 
X. axonopodis X. sacchari 
X. arboricola X. theicola 
X. bromi X. translucens 
X. cassavae X. vasicola 
X. codiaei X. vesicatoria 
* Espécies existentes antes da reclassificação 
Reclassificação de Xanthomonas 
 
Em Julho de 1995, foi proposta a reclassificação de Xanthomonas baseado no estudo da hibridação DNA-DNA 
(Valterim et al.). 
Nomes validados pela revisão de 1996 (Young, J. M. et al. Names of plant pathogenic bactéria 1864-1995. Review 
of Plant Pathology 75: 721- 763. 1996). 
 
Patovares de Xanthomonas arboricola 
pv. celebensis pv. corylina pv. juglandis pv. populi pv. pruni 
 
 
 
CopyMarket.com Bactérias Fitopatogênicas – Carlos Hidemi Uesugi 
 
 
31
Patovares de Xanthomonas axonopodis 
axonopodis alfafae bauhiniae begoniae 
beticola biophyti cajani cassiae 
citri clitoriae coracanae cyamopsidis 
desmondii desmondiigangentici desmondiilaxiflori desmondiirotundifolii 
dieffenbachiae erythrinae fascicularis glycines 
khayae lespedezae maculifoliigardeniae malvacearum 
manihotis* martyniicola mehlusii nakataecorchori 
patelii pedalii phaseoli phillanthi 
physalidicola poinsettiicola punicae rhynchosiae 
ricini* Sesbaniae tamarindi vasculorum 
vignaradiatae Vignicola vitians 
* Apigmentada 
 
Patovares de Xanthomonas campestris 
pv. aberrans pv. armoraciae pv. barbareae pv. campestris 
pv. incanae pv. plantaginis pv. raphani pv.alangii 
pv. amaranthicola pv. amorphophalli pv. aracearum pv. arecae 
pv. argemones pv. arracaciae pv. asclepiadis pv. azadirachtae 
pv. badrii pv. betae pv. bilvae pv. blepharidis 
pv. boerrhaaviae pv. brunneivaginae pv. cannabis pv. cannae 
pv. carissae pv. centellae pv. clerodendri pv. convovuli 
pv. coriandri pv. daturae pv. durantae pv. esculenti 
pv. eucalypti pv. euphorbiae pv. fici pv. guizotiae 
pv. gummisudans pv. heliotropii pv. ionidii pv. lantanae 
pv. laureliae pv. lawsoniae pv. leeana pv. leersiae 
pv. malloti pv. mangiferaeindicae* pv. merremiae pv. mirabilis 
pv. musacearum pv. nigromaculans pv. obscurae pv. olitorii 
pv. papavericola pv. parthenii pv. passiflorae pv. paulliniae 
pv. pennamericanum pv. phormiicola pv. physalidis pv. sesami 
pv. spermacoces pv. syngonii pv. tardicrescens pv. thespesiae 
pv. thirumalscharii pv. tribuli pv. trichodesmae pv. uppalii 
pv. vernoniae pv. viegasii pv. viticola* pv. vitiscarnosae 
pv. vitistrifoliae pv. vitiswoodrowii* pv. zantedeschiae pv. zingibericola 
pv. zinniae 
CopyMarket.com Bactérias Fitopatogênicas – Carlos Hidemi Uesugi 
 
 
32
*Apigmentada 
Patovares de Xanthomonas hortorum 
pv. carotae pv. hederae pv. pelargonii pv. taraxaci 
 
Patovares de Xanthomonas oryzae 
pv. oryzae pv. oryzicola 
 
Patovares de Xanthomonas translucens 
pv. arrhenatheri pv. cerealis pv. graminis pv. phlei 
pv. pheipratensis pv. poae pv. secalis pv. translucens 
pv. undulosa 
 
ESPÉCIES ATUALMENTE VÁLIDAS DE CORINEBACTÉRIAS FITOPATOGÊNICAS E AS 
DOENÇAS CAUSADAS. 
 
Arthrobacter 
 
Arthrobacter ilicis 
 
Clavibacter spp. 
 
Clavibacter michiganensis subsp. insidiosus 
Clavibacter michiganensis subsp. michiganensis 
Clavibacter michiganensis subsp. sepedonicus 
Clavibacter michiganensis subsp. tesselarius. 
Clavibacter michiganensis subsp. nebraskensis 
Clavibacter tritici 
Clavibacter xili subsp. xili 
Clavibacter xili subsp. cynodontis 
 
Curtobacterium spp. 
 
Curtobacterium flaccumfaciens pv. betae 
Curtobacterium flaccumfaciens pv. flaccumfaciens 
Curtobacterium flaccumfaciens pv. oortii 
Curtobacterium flaccumfaciens pv. poinsetiae 
 
CopyMarket.com Bactérias Fitopatogênicas – Carlos Hidemi Uesugi 
 
 
33
Rathayibacter spp. 
 
R. iranicus, 
R. rathayi, 
R. tritici. 
 
 
Rhodococcus sp. 
 
Rhodococcus facians 
 
MEMBROS DA FAMÍLIA ENTEROBACTERIACEAE 
 
GÊNEROS (Erwinia, Enterobacter, Pantoea e Serratia) 
 
ESPÉCIES de Erwinia 
 
{©As diferentes espécies do gênero Erwinia podem ser divididas em três principais grupos: amylovora, ou não 
causadora de podridão mole; herbicola ou erwinias amarelas; e carotovora ou causadora de podridão mole. Esta 
divisão, no entanto, é mais uma forma didática que permite ter uma melhor visualização dos diferentes tipos que 
compõe o gênero Erwinia. Na realidade é impossível colocar uma linha divisória entre estes grupos devido à 
existencia de muitas formas intermediárias. 
 
Grupo amylovora 
 
As espécies deste grupo são: 
 
E. amylovora. 
E. tracheiphila. 
E. mallotivora.E. rubrifaciens. 
E. quercina. 
E. salicis. 
E. psidii. Agente causal do crestamento foliar e das brotações da goiabeira. Ocorre apenas no Brasil e é aqui a 
única representante do grupo amylovora. 
Grupo herbicola 
Constituida praticamente pelas variantes de E. herbicola que são predominantemente epífitas, tanto da parte 
aérea como das raizes 
 E. herbicola, 
CopyMarket.com Bactérias Fitopatogênicas – Carlos Hidemi Uesugi 
 
 
34
Espécie deste grupo: 
E. herbicola pv. gypsophilae 
 
Grupo carotovora 
Agrupa as erwinias causadoras de podridão mole. As mais importantes são a Erwinia carotovora e a E. 
chrysanthemi. 
E. carotovora é distinguida em cinco subespécies 
subsp. atroseptica, 
subsp. betavasculorum, 
subsp. carotovora, 
subsp. odorifera 
subsp. wasabiae 
 
E. chrysanthemi possui seis patovares. 
 
pv. chrysanthemi 
pv. zeae 
pv. dianthicola 
pv. dieffenbachiae 
pv. paradisiaca 
pv. partheni 
 
As outras erwinias colocadas neste grupo são: 
 
E. cypripedii 
E. rhapontici 
 
GÊNERO Enterobacter 
 
Enterobacter cancerogenus 
Enterobacter dissolvens 
Enterobacter minipressuralis 
Enterobacter pyrinus 
 
GÊNERO Pantoea 
 
CopyMarket.com Bactérias Fitopatogênicas – Carlos Hidemi Uesugi 
 
 
35
A classificação dos isolados em Pantoea spp. é baseado nas diferênças na hibridação de DNA-DNA. A 
investigação desta parte da Enterobacteriaceae é incompleta, e a aplicação da nomenclatura necessita ser levada 
em conta espécies altamente relacionadas da Enterobacter e Erwinia. 
 
As espécies deste gênero são: 
 
Pantoea aglomerans 
 
P. aglomerans pv millettiae (E. herbicola pv. millettiaea) encontrada no Brasil. 
 
Pantoea ananas 
 
P. ananas pv. ananas (E. ananas = E. herbicola pv. ananas). 
 
P. ananas pv. uredovora 
 
Pantoea stewartii (E. stewartii) e estava incluida no grupo herbicola por ser uma bactéria que forma colônia amarela. 
Considerada Enterobacteriaceae por ser fermentativa (anaeróbia facultativa), mas não possui flagelos. 
 
P. stewartii subsp. indologenes 
P. stewartii subsp. stewartii 
CopyMarket.com Bactérias Fitopatogênicas – Carlos Hidemi Uesugi 
 
 
36
 
CopyMarket.com 
Todos os direitos reservados. 
Nenhuma parte desta publicação poderá ser 
reproduzida sem a autorização da Editora. 
Título: Bactérias Fitopatogênicas 
Autor: Carlos Hidemi Uesugi 
Editora: CopyMarket.com, 2000 
 
 
7. Aulas Práticas 
Carlos Hidemi Uesugi 
 
7.1. CARACTERÍSTICAS CULTURAIS DAS BACTÉRIAS 
 
Para descrever as características culturais das colônias bacterianas é necessário considerar quanto aos diferentes 
aspectos que estas colônias apresentam. Os mais relevantes são: 
 
1) Quanto ao crescimento. 
 
É avaliado em função do tempo necessário para que uma colônia, desenvolvida a partir de uma célula, se torne 
claramente visível e definida sobre o meio de cultura. Para a identificação de bactérias fitopatogênicas o 
crescimento das colônias podem ser classificadas em: 
Muito rápido: Menos de um dia. 
Rápido: Entre 1 e 2 dias. 
Médio: Entre 2 e 3 dias. 
Lento: Entre 3 e 4 dias. 
Muito lento: Mais de 4 dias. 
 
2) Quanto à forma: 
 Puntiforme Circular Irregular 
 
3) Quanto à elevação: 
 Convexa Elevada Achatada Umbonada Irregular 
 
4) Quanto à margem: 
 Lisa Serrilhada Ondulada Lobada Filamentosa 
 
5) Quanto à consistência: 
Mucosa, fluida, micelial. 
 
6) Quanto à superfície: 
Lisa, rugosa. 
CopyMarket.com Bactérias Fitopatogênicas – Carlos Hidemi Uesugi 
 
 
37
7) Quanto ao brilho: 
Brilhante, translúcido, opaco. 
 
8) Quanto à cor: 
Amarela, amarela creme, branca, branca acinzentada, etc.. 
 
9) Outras características. 
- Estas características são definidas em função do meio de cultura e temperatura de incubação utilizada e da idade 
da cultura. 
- Para as bactérias fitopatogênicas são utilizados normalmente os meios NDA (nutriente, dextrose, agar) e 523 
(de Kado e Hesket) e a temperatura de 25 a 30 °C. 
- A idade da cultura para a observação das características culturais varia com o seu crescimento. Nas bactérias de 
crescimento rápido é feita até 2 dias; nas de crescimento médio pode ser de 3 a 4 dias; nas lentas, de 4 a 6 dias e 
nas muito lentas, de 5 a 10 dias ou mais. 
 
7.2. ROTEIRO PARA DIAGNOSE DE DOENÇAS BACTERIANAS 
I. Sintomas de doenças bacterianas 
Os primeiros dados a serem considerados na diagnose de uma doença de planta são os sintomas causados na 
hospedeira e as condições ambientais sob as quais esta doença foi constatada. 
Os principais sintomas de doenças bacterianas estão listados abaixo: 
01. Manchas foliares: 
a) Manchas 
b) Manchas angulares pequenas (geralmente numerosas) lesões do limbo foliar delimitada pelas nervuras 
secundárias. 
c) Manchas com halo - Causadas pelas bactérias produtoras de certas toxinas que, ao difundirem nos tecidos 
adjacentes, causam degenerações da clorofila, formando um halo amarelo ao redor da lesão ou da mancha. 
d) Crestamento - Grandes lesões necróticas. Podem ser também resultantes da coalescência de lesões menores. 
e) Estrias - Lesões alongadas, geralmente observadas em folhas de gramíneas. 
 
Obs: Uma das características peculiares das lesões bacterianas é o encharcamento dos tecidos afetados no 
início do desenvolvimento das doenças. Exudação de pus é outra característica comum em lesões bacterianas. 
 
02. Lesões nas hastes, pecíolos e frutos: 
a) Manchas 
b) Podridões 
c) Cancros (Lesões abertas) 
 
03. Murchas vasculares ou infecções vasculares: 
a) Murcha 
CopyMarket.com Bactérias Fitopatogênicas – Carlos Hidemi Uesugi 
 
 
38
b) Morte descendente 
 
04. Podridões moles 
a) Podridões moles (é comum em hortaliças tenras em períodos úmidos, tanto no campo, como em pós-
colheita). 
b) Canela preta (Podridão mole da medula das hastes da batata) 
c) Talo oco (Podridão mole da medula da haste do tomateiro) 
 
Obs: A podridão mole, é causada pelas bactérias que produzem grande quantidade de enzimas pectolíticas. As 
enzimas pectolíticas destroem rapidamente a lamela média e, ocorre ao mesmo tempo, a morte e a liberação 
rápida do conteúdo celular. 
 
05. Hipertrofia dos tecidos. 
a) Galhas - Desenvolvimento anormal desordenado do tecido afetado. 
b) fasciação - Estado achatado e muito ramificado da parte terminal da haste. 
 
06. Sarna 
Lesões resultantes do crescimento desordenado e posterior decomposição dos tecidos epidérmicos. 
 
II. Exame de fluxo ou exsudação bacteriana 
 
A exsudação ou fluxo bacteriano nos cortes dos tecidos afetados indica a presença de bactérias. Quando é 
abundante nas lesões novas ou nos tecidos afetados recentemente, é uma indicação bastante segura de que a 
bactéria é o agente causal da doença em questão. 
A presença ou não do fluxo em lesões velhas não permite, no entanto, nenhuma conclusão. 
Por outro lado, caso não for constatado fluxo bacteriano mesmo examinando-se várias lesões de diferentes 
estágios de desenvolvimento da doença, pode-se concluir que a doença não é bacteriana. 
O exame de fluxo permite ainda verificar em que parte do órgão ou do tecido afetado se encontra a maior 
concentração bacteriana (tecido interno, vascular, parenquimatoso, etc.), possibilitando a escolha da parte mais 
adequada para o isolamento da bactéria. 
O conhecimento da localização da bactéria permite também definir se pode ou não efetuar a desinfecção 
superficial do tecido com desinfetantes antes de se fazer o isolamento. 
 
Como observar o fluxo bacteriano. 
1. Manchas foliares - selecionar a lesão mais nova possível e, com uma lâmina bem afiada, retirar uma seçãode 
aproximadamente 5mm de largura, de maneira que o corte passe pelas partes necrosada de transição e sadia. 
Colocar a seção sobre a lâmina de vidro com água destilada e cobrir com lamínula. Não deixar espaço vazio sem 
água sob a lamínula. Examinar ao microscópio. A massa bacteriana quando presente, flui para a água como uma 
nuvem. Quando muito abundante, pode ser vista até a olho nu. 
 
CopyMarket.com Bactérias Fitopatogênicas – Carlos Hidemi Uesugi 
 
 
39
2. Tecidos internos - Remover a parte externa e cortar o tecido lesionado em sentido horizontal, de maneira 
que possa obter uma lâmina de, no máximo, um mm de espessura. Cortar uma seção desta em sentido 
transversal aos vasos e montar em lâmina de vidro com água e observar como no caso anterior. 
 
3. Murchas vasculares - Nos casos de murchas vasculares, especialmente as causadas por Ralstonia solanacearum, 
quando a haste é cortada, ela flui abundantemente como pus sobre o corte ou em fluxos densos, quando 
mergulhados em água (copo ou tubo de ensaio), perfeitamente visíveis a olho nu, contra fundo claro. 
 
III. Isolamento 
Como as bactérias apresentam pouca variação morfológica é impossível identifica-las pelo exame direto dos 
materiais afetados ao microscópio como normalmente se faz com fungos e nematóides. 
Assim sendo, a bactéria deve ser isolada para ser posteriormente identificada através das suas características 
culturais, morfológicas, fisiológicas, bioquímicas e reação aos tratamentos com corantes. 
Nas lesões de plantas são encontradas, além, de bactérias fitopatogênicas, variável gama de bactérias saprófitas 
que invadem rapidamente os tecidos mortos. A primeira etapa do trabalho de isolamento consiste, portanto em 
separar esta mistura de bactérias encontradas na lesão através da diluição do extrato do tecido afetado sobre a 
superfície do meio de cultura adequado, de maneira que as diferentes bactérias cresçam separadamente, 
formando colônias puras, sem se misturarem entre si. 
A identificação das bactérias fitopatogênicas entre as inúmeras bactérias saprófitas que cresceram separadamente 
na placa de isolamento é feita através de exames e testes rápidos mais adequados para cada caso e todas as não 
fitopatogênicas devem ser descartadas. 
 
Este trabalho de isolamento está detalhado nos itens abaixo. 
 
a) Escolher a lesão mais nova possível, preferivelmente a que apresenta um fluxo bacteriano abundante. 
b) Efetuar uma lavagem ou desinfecção superficial adequada. Quando se trata de tecido espesso ou a parte 
lesionada se situa na parte interna do órgão, ou ainda, a bactéria se localiza nos vasos do xilema, a desinfecção 
externa pode ser efetuada mergulhando-se o material no álcool. Quando a localização do patógeno é superficial 
ou no tecido parenquimatoso das folhas, a utilização de desinfetantes como álcool e hipoclorito é prejudicial, 
pois pode matar também a bactéria que se pretende isolar. Neste caso, uma boa lavagem em água é o máximo 
que se pode fazer. 
c) Obtenção do extrato bacteriano do tecido afetado 
c.1. Das manchas foliares e manchas superficiais das hastes, pecíolos e frutos. Após a desinfecção com álcool ou 
lavagem com água, recortar em condições asséptica possível, uma pequena secção do tecido afetado (2 a 3 mm 
de largura) da lesão nova ou da região de transição entre tecido necrosado e sadio. Transferir para uma lâmina de 
vidro esterilizada e macerar com bastão de vidro, acrescentando-se uma ou mais gotas de água estéril. 
c.2. Das lesões vasculares, podridões e lesões internas de tecidos volumosos. 
Após a desinfecção externa com álcool, retirar o mais assepticamente possível, a casca, epiderme ou camada 
superficial com o auxilio de uma lâmina fina (gilete) ou bisturi. Cortar e remover o tecido onde deve estar a 
maior concentração bacteriana e transferir para tubo de ensaio com 2 a 3 ml de água estéril e deixar a bactéria 
fluir para a água durante 5 a 10 min. Quando se tratar de tecido lenhoso (infecção vascular), a parte do tecido em 
que se observa o escurecimento dos vasos deve ser cortada em fatias finas e transferidas para o tubo com água. 
Para forçar a saída da bactéria, o tubo pode ser agitado, ou mais, o tecido macerado com um bastão de vidro. O 
extrato bacteriano obtido neste caso é uma suspensão com uma leve turvação esbranquiçada. 
 
CopyMarket.com Bactérias Fitopatogênicas – Carlos Hidemi Uesugi 
 
 
40
d) Diluição na placa em riscas sucessivas 
Tomar uma pequena gota do extrato bacteriano com a alça previamente flambada e espalhar no canto da placa 
sobre o meio da cultura, riscando-se varias vezes no mesmo lugar com um movimento alternado. 
Este meio de cultura, preparado com 2 a 3 dias de antecedência deve absorver rapidamente o liquido(em 
aproximadamente 30 segundos) sem deixar vestígios de águas na superfície. 
Após esta operação, flambar a alça, esfriar e passar novamente 1 a 2 vezes sobre o mesmo local onde foi 
espalhado a gota do extrato e, depois, riscar sucessivamente em linhas paralelas e bem próximas uma da outra, 
toda a superfície da placa. 
Estes detalhes são fundamentais e devem ser seguidos a risca para se obter um bom gradiente de diluição do 
extrato bacteriano de maneira a obter colônias separadas sem se misturarem entre si. 
e) Incubar a 25 - 30 °C durante 2 a 4 dias. 
As colônias que aparecem inicialmente ou que tem crescimento muito rápido formando colônias grandes nos 
primeiros dias são geralmente bactérias saprófitas, não fitopatogênicas. 
Verificar se há colônias isoladas com as características da bactéria ou das bactérias consideradas na diagnose 
preliminar. 
Ao identificar o tipo da colônia da bactéria que se esta pretendendo isolar, transferir o mesmo para um tubo de 
ensaio com meio inclinado. 
Quando não se conhecem as características culturais da bactéria que se pretende isolar ou se elas são confusas ou 
incertas, deve selecionar as colônias mais prováveis e transferi-las para os tubos. A bactéria que se pretende isolar 
deve ser separada através de testes rápidos de identificação de bactérias fitopatogênicas para descartar quanto 
antes possível as bactérias não fitopatogênicas ou saprófitas e possibilitar desta maneira, a execução dos demais 
testes de identificação. 
 
IV. Características culturais das bactérias fitopatogênicas mais freqüentes no Brasil 
 1. Agrobacterium - Bactérias de crescimento médio a rápido, colônia circular, lisa, convexa, esbranquiçada 
brilhante ou levemente opaca e consistência mucosa. 
 2. Clavibacter michiganensis (Corynebacterium michiganense) - Bactérias de crescimento lento, colônia circular, lisa, 
convexa, amarela creme clara e consistência semi fluida. 
 3. Erwinias do grupo carotovora (Erwinia carotovora subsp. carotovora, E. carotovora subsp. atroseptica e E. 
chrysanthemi). Bactérias de crescimento rápido. Colônia opaca, esbranquiçada com tonalidade cinza ou levemente 
esverdeada. Bordos irregulares. 
 4. Pseudomonas andropogonis, P. caryophylli e P. rubrilineans. Bactérias de crescimento médio, circular, lisa 
esbranquiçada com tonalidade levemente amarelada, ou castanhas. P. caryophylli forma um pigmento castanho em 
4 a 5 dias, que se difunde no meio de cultura. 
 5. P. cichorii, P. marginalis e P. viridiflava - Bactérias de crescimento rápido, colônia circular, bordo irregular, 
esbranquiçada opaca, levemente esverdeada ou amarelada. 
 6. Burkholderia. gladioli e B. cepacia - Bactérias de crescimento médio a rápido, colônia circular com bordos lisos ou 
irregulares esbranquiçados, com tonalidades levemente amareladas, castanhas ou acinzentadas. 
 7. Ralstonia solanacearum (Pseudomonas solanacearum) (compreende um grande numero de estirpes, variáveis em 
patogenicidade, virulência e características culturais). Bactérias de crescimento médio. Colônias brancas, opacas 
ou brilhantes. Quando desenvolvem isoladamente

Continue navegando