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A EDUCAÇÃO A PARTIR DO PONTO DE VISTA DA SOCIOLOGIA: INDICAÇÕES INICIAIS.

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A EDUCAÇÃO A PARTIR DO PONTO DE VISTA DA SOCIOLOGIA:
INDICAÇÕES INICIAIS.
Émile Durkheim aborda o aspecto da educação, um fato social, manifestado através da família, igreja, escola e comunidade, esta funcionando como ferramenta orientadora e formadora, ao mesmo tempo em que prepara o indivíduo a compreensão das dificuldades sociais. Sendo assim a educação é coercitiva, ou seja, é imposta às pessoas, independente de sua vontade por serem incapazes de reagir diante da ação educativa. A escola é uma das instituições sociais em que a educação é refletida.
Entretanto, Bourdieu vê a escola como conservadora, uma instituição que reproduz a sociedade e seus valores e que efetiva e legaliza as desigualdades em todos os aspectos, pois é na escola que o legado econômico da família transforma-se em capital cultural e que, portanto através de suas práticas pedagógicas e pelo o processo de admissão de alunos no seu sistema, evidencia as desigualdades, sobretudo, sociais.
Em relação à homogeneização da educação, Durkheim afirma que não existe uma educação que seja absolutamente homogênea, porém no decorrer de seu discurso, ele diz haver uma homogeneização tendo em vista o contexto histórico da religião na Idade Média, onde era comum vilões, servos, burgueses e nobres receberem a mesma educação cristã.
Essa educação para todos é contestável no ponto de vista de Bourdieu, que diz que não se pode afirmar que a homogeneização das mensagens emitidas leve a uma homogeneização das mensagens recebidas. Deduz-se que se trata da incontestável existência das diferenças de classes e capital cultural.
Ainda sobre o aspecto da homogeneização, Bourdieu cita a escola, que além de conservadora é propulsora da homogeneização, na medida em que favorece as classes superiores em detrimento das classes populares. Segundo ele, para um percurso escolar regular, sem interrupções, a escola exige, consciente ou inconscientemente, de todos os agentes, uma relação natural, familiar, com a cultura e com a linguagem, privilegiando, assim, a relação com o saber, muito mais do que o saber em si mesmo.
Durkheim deixa explícito que a educação não é uniforme, devido à existência de famílias, classes sociais e grupos sociais diferentes. O que evidentemente acarreta a variação dos desenvolvimentos das habilidades sociais e intelectuais dos indivíduos. A sociedade é composta dos seres socializadores e integrados às regras do seu grupo. Assim como cabe à biologia repassar a herança genética que caracteriza os aspectos individuais de cada ser humano, cabe à educação a tarefa da transmissão das tradições e de códigos às pessoas, para adapta-las à convivência social. Afirmando que as aptidões sociais e conhecimento, não podem ser passados de uma geração para outra através da hereditariedade, mas que cabe, somente, a educação realizar esse feito.
Bourdieu, por sua vez, trata desse mesmo tema sob a perspectiva da transmissão da cultura, das aptidões variarem de uma classe social para outra, aplicando a teoria de capital cultural. O qual se caracteriza como uma herança puramente social constituída por um conjunto de conhecimentos, informações, códigos linguísticos e, também, por atitudes e posturas que, em sua visão, vêm a ser responsáveis pela diferença de rendimento dos agentes frente à escola, pois uma classe social elevada, bem estruturada social e economicamente e que cultiva os bons hábitos de frequentar os ambientas culturais passa a sua posteridade esses mesmos fatores. Enquanto que as classes sociais menos favorecidas desses aspectos “nada tem a oferecer” aos seus filhos que lhes possibilitem obter bons êxitos em sua formação, cabendo apenas a escola.
Para Durkheim a educação deveria ao mesmo tempo, ter uma base comum e diversificada. Apesar das diferenças sociais todas as crianças devem receber ideias e práticas, que são valores do seu povo, da sua nação. Essa seria a base comum da educação, pois contem os conhecimentos que deveriam ser compartilhados por todos.Com relação à língua, Durkheim dá ênfase na importância de a dominarmos, pois ela se configura como um mecanismo que possibilita a compreensão do ambiente em que vivemos e do conhecimento científico que nos foi dirigido.
Entretanto, Bourdieu analisa o aspecto da língua bem falada, sendo mais comum nos estudantes de classes sociais mais elevadas, o que consequentemente resulta, de alguma forma, em seu êxito na instituição de ensino da qual faz parte, pelo fato que a família na comunicação cotidiana, com os seus filhos, utiliza a língua formal, de modo que eles absorvem esse hábito. Assim, há um destaque maior, enquanto filho de operário não conseguem ter êxito. Evidenciado as desigualdades sociais e culturais. Acrescenta ainda que, como essa familiaridade com a cultura é transmitida de maneira osmótica, até mesmo imperceptível no interior do contexto familiar, isto é, sem qualquer esforço metódico, ela não é percebida como tal e contribui para reforçar, nos agentes das classes cultas, a convicção de que eles devem os conhecimentos, atitudes e posturas que possuem aos seus dons, aptidões inatas ou vocações.
Contribuindo para a compreensão mais adequada das relações entre a escola e a sociedade na medida em que desvenda os mecanismos objetivos, dentre eles o capital cultural, que influencia a trajetória escolar dos agentes, rompendo, assim, com o mito do dom ou das qualidades inatas. Ao falar sobre as atitudes das famílias das quais resultam no objetivo de prosseguir nos estudos, põe em discussão o fato de que as classes menos favorecidas buscam através da educação, na instituição de ensino, uns status social e economicamente bons: “Confundindo os valores de êxito social com os de prestígio cultural”. 
Bibliografia
NOGUEIRA, M. A. e CATANI, A. (orgs.) Pierre Bourdieu: Escritos de educação, 2 ed. Petrópolis: Vozes, 1999.
TURA, M. L. R. (org.) Sociologia para educadores. Rio de Janeiro: Quartet, 2006. 
Rio de Janeiro
2012

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