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SUPER ADOUBE
A técnica da terra ensacada, também chamada por "superadobe" é um processo construtivo, no qual sacos de polipropileno são preenchidos com solo argiloso e moldados no próprio local através do apiloamento do mesmo por processo artesanal ou semi-industrial, através de pistões.
História
Na decada de 1980 o Iraniano Nader Khalili criou a técnica da terra ensacada, o "superadobe", sua criação logo foi difundida graças a sua baixa complexidade e requisitos simples.
Características[
A principal característica do "superadobe" é sua simplicidade e rapidez em relação ao adobe comum. A terra deve ser argilosa.
As vantagens do superadobe são:
Rapidez na conclusão da construção;
Mão de obra capacitada rapidamente;
Grande resistência, suportando conturbações variadas;
Conforto térmico e acústico;
Custo baixo;
Qualquer tipo de solo serve, caso não se retire o polipropileno.
Preparação
A preparação é simples e feita no próprio local, coloca-se o solo umedecido no sacos de polipropileno onde ela é socada (com auxilio de um socador manual ou mecânico) e em seguida já se coloca no local onde será a parede, em fiadas de 20 cm de altura. Quando a parede estiver na altura desejada, retira-se os sacos de polipropileno das laterais, queimando-os maçarico, solução que necessita de EPI e reboca-se a parede.
ADOUBE
O adobe é um material vernacular usado na construção civil. É considerado um dos antecedentes históricos do tijolo de barro e seu processo construtivo é uma forma rudimentar de alvenaria. Adobes são tijolos de terra crua, água e palha e algumas vezes outras fibras naturais, moldados em fôrmas por processo artesanal ou semi-industrial.
História[editar | editar código-fonte]
Um dos mais antigos materiais de construção, foi amplamente utilizado nas civilizações do crescente fértil, em especial no Antigo Egipto e Mesopotâmia.
Construídos com barro e palha (tal como nos é descrito na Bíblia, no livro do Êxodo), os tijolos de adobe eram muito utilizados pelas técnicas quotidianas de construção, ainda que grandes monumentos destas civilizações a ele recorressem. Efectivamente, os zigurates (na Mesopotâmia) e as mastabas (no Egipto) foram feitos essencialmente com tijolos de adobe, utilizando basicamente as mesmas técnicas de construção utilizadas em edifícios "menos nobres".
A antiga cidadela de Arg-é Bam, em Bam, cidade da província Kerman no sudeste do Irã é a maior construção em adobe do mundo construída em 500 a.C. e habitada até 1850. É considerada Patrimônio mundial pela Unesco. A cidade sofreu um terremoto em 2003, que a destruiu quase inteiramente. Atualmente[quando?] está sendo reconstruída.
Igreja em San Pedro de Atacama,Chile
O adobe foi utilizado em diversas partes do mundo, especialmente nas regiões quentes e secas. Com o advento da industrialização no século XIX, as técnicas em arquitetura de terra foram, aos poucos, sendo abandonadas. Restando às pessoas de poucos recursos o uso dessas técnicas, além do adobe, o pau-a-pique e também a taipa de pilão, razão principal do preconceito que, de certa forma, se mantém até os dias de hoje.
Porém, podemos afirmar que estamos vivenciando momentos de rompimento desse paradigma (preconceito), com um novo olhar sobre a arquitetura vernacular, uma vez que esta se mostra ecológica e sustentável.
Características[editar | editar código-fonte]
Estilo adobe em Santa Fé, Novo México
A construção feita com este tijolo torna-se muito resistente, e o interior das casas muito fresco, suportando muito bem as altas temperaturas. Em regiões de clima quente e seco é comum o intenso durante o dia e sensíveis quedas de temperatura à noite, a inércia térmica garantida pelo adobe minimiza esta variação térmica no interior da construção.
As construções de adobe devem ser executadas sobre fundações de pedra comum, isto normalmente, cerca de 60 cm acima do solo, para evitar o contato com a umidade ascendente (infiltração), que degradaria o adobe. Da mesma forma é importante a construção de coberturas com beirais a fim de proteger as paredes das águas de chuva.
As paredes devem ser revestidas para maior durabilidade.
É recomendada a construção de adobe no período de seca, pois o tijolo não deve ser exposto à chuva durante o processo de cura, uma vez que a argila dissolve-se facilmente. No entanto, depois da construção coberta, ele resiste sem problema algum, com grande durabilidade.
Vantagens do uso do adobe:
Baixo custo
Conforto térmico
Uso de material regional
Pode ser preparado no próprio local da construção
Rapidez na preparação dos tijolos
Sustentável
Preparação[editar | editar código-fonte]
A cidadela de Bam, ou Arg-é Bam, na província iraniana de Kerman: a maior estrutura do mundo em adobe, datando de pelo menos 500 a.C.
A preparação do adobe é feita em solo argiloso. Faz-se um buraco perto do local da obra onde há solo apropriado, colocando-se água. Depois, amassa-se com os pés até sentir que tem boa liga. O barro é posto em fôrmas de madeira com as dimensões de 40 cm de comprimento, 20 cm de largura e 15 cm de altura. A fôrma é molhada antes de se colocar a argila. Depois, realiza-se um processo de secura por 10 dias, virando-o a cada 2 dias.
Para testar a resistência coloca-se dois tijolos afastados em cerca de 30 cm e um terceiro em cima de ambos. Se não houver rachaduras, significa que o tijolo possui boa qualidade.
O uso de tecnologia tem facilitado a produção do adobe, em vários países são fabricadas máquinas que produzem esses elementos em escala industrial, e com boa qualidade.
Uma variação do adobe é o BTC - Bloco de Terra Comprimida, são tijolos, normalmente estabilizados com cal, cimento ou outro material, confeccionado em prensas manuais tipo Cinma-ram.
No Brasil[editar | editar código-fonte]
Apesar da redução no uso do adobe, este ainda é usado em várias regiões do Brasil, principalmente na norte e nordeste. Também em Minas Gerais e Goiás é possível encontrar muitas casas em adobe.
Infelizmente muitas casas populares de adobe são construídas sem os cuidados necessários (especificados acima) gerando rápida degradação do material e conferindo a impressão de ser o adobe um material ineficiente.
No entanto a História já o comprovou um material de grande durabilidade, inclusive nas cidades históricas brasileiras, como Ouro Preto e Pirenópolis, que ainda possui muitascasas de tijolos de adobe.
A partir da preocupação com a conservação do patrimônio arquitetônico a nível mundial, percebeu-se a necessidade de estabelecer conceitos e critérios para tal, que resultaram em recomendações. Uma delas trata do respeito aos materiais originais, contidos nas construções e monumentos históricos, ou seja, no momento das intervenções que fossem mantidas as técnicas tradicionais encontradas.
Essa recomendação suscitou outro questionamento: Como conservar ou restaurar técnicas cujo manejo se perderam? Em função dessa situação algumas instituições como oICCROV, o CRATERRE o Getty Institute e a própria Unesco, investiram na formação de mão de obra especializada visando o resgate desses conhecimentos. Um dos programas com mais resultados positivos foi o Projeto Arquitetura de Terra - PAT, que durante anos capacitou e formou técnicos de vários lugares do planeta.
O resultado desse movimento propiciou que profissionais capacitados, pudessem estar a serviço não apenas da proteção do patrimônio arquitetônico, grande parte construído nessas técnicas, sobretudo nos países ibero-americanos e África, mas também para a utilização das mesmas, novas construções, sobretudo as de interesse social.
Como conseqüência, surgiram instituições que agregam os profissionais que acreditam e defendem o uso da arquitetura de terra.
O Proyecto de Investigación PROTERRA, hoje Rede PROTERRA vinculado ao wub-Programa HABYTED, que por sua vez se remete ao CYTED, desde o ano de 2001 vem divulgando e fomentando o uso da arquitetura de terra através da organização de seminários internacionais e oficinas de transferência de tecnologia, reunindoprofissionais de países ibero-americanos.

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