Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ASSOCIAÇÃO EDUCACIONAL FREI NIVALDO LIEBEL FACULDADE DE CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS CELER FACULDADES CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO Da Ação Penal Franciele Fátima Giachini Xaxim, 27 de abril de 2015. O crime é um fato que agride os direitos do individuo e da sociedade, e cabe ao Estado puni-lo, exercendo o jus puniendi. O dever de punir do Estado é condicionado ao devido processo legal. Os requisitos verificados na ação penal estão presentes nas ações em geral, pois as ações tem requisitos genéricos, além destes a ação penal possui vários outros requisitos específicos que a fundamentam e regem. Temos a diferenciação de ação pública e privada quando falamos de sua legitimidade. O titular da Ação Penal Pública é o Ministério Público e da Ação Penal Privada o ofendido. Neste ultimo caso, o direito de punir continua sendo do Estado, mas ao ofendido cabe o direito de agir. A ação penal publica incondicionada independe de qualquer representação de ofendido ou qualquer outra para acontecer. Basta que o MP tenha elementos para acusar alguém de um crime e apresente a denúncia para que tenhamos a caracterização da ação penal publica incondicionada. A ação penal publica condicionada continua sendo legitima do MP, mas esta precisa de representação do ofendido ou de requisição do Ministro da Justiça para que o MP possa apresentar denúncia. Esta necessidade de representação para que o MP possa promover a ação se dá no fato de que às vezes o interesse do ofendido se sobrepõe ao interesse da sociedade. isto acontece nos crimes que trazem prejuízos maiores à vítima do que à sociedade. para exemplificar os crimes que precisam de representação do ofendido temos no art. 130, §2º, o perigo de contágio venéreo e no art. 147, paragrafo único, ambos do Código Penal, a ameaça. O direito de representação nestes casos pode ser exercido pela vítima ou representante legal ou por procurador com poderes especiais, não existindo renuncia tácita. Este direito decai em seis meses, contados do dia em que a vítima toma conhecimento de quem é o autor do fato criminoso. A representação pode se dar ao juiz, ao MP ou à autoridade policial. A partir do recebimento da representação pode ou ter inicio o inquérito policial para juntar os elementos necessários para a apresentação da denuncia, ou, se já estiverem presentes estes elementos, o MP já pode apresentar a denuncia. Depois de oferecida a denuncia a representação é irretratável, se antes não há ação penal. O MP pode pedir o arquivamento do feito se entender pela falta de autoria, materialidade ou atipicidade do fato apresentado. A requisição do Ministro da Justiça é um ato administrativo, que deve descrever o fato delituoso os dados da vítima e do autor e a vontade de ver o autor processado pelo ato. Esta requisição pode ser feita a qualquer tempo e também é irretratável. Como já dito, na ação penal privada, o direito de punir mantem-se com o Estado, mas o ofendido detém o direito de agir. Isto acontece nos casos em que a representação interessa mais ao ofendido e temos a incidência da queixa-crime no lugar da denúncia. Admite-se ainda a Ação Privada Subsidiária que ocorre quando o delito seja apurado mediante ação penal publica, mas o MP não oferecer a denúncia dentro do prazo. Neste caso, a ação se processará por queixa do ofendido ou de seu representante. Se aceita esta ação, o MP pode aditar a queixa, recusá- la, oferecendo denúncia substituta, intervir nos atos processuais, interpor recursos ou ainda, se houver negligências por parte do querelante, assumir a ação, não existindo a extinção de punibilidade por perempção.
Compartilhar