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DIREITOS DIFUSOS E COLETIVOS

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DIREITOS DIFUSOS E COLETIVOS
DANIELA FERREIRA DIAS BATISTA
1. INTRODUÇÃO AOS DIREITOS DIFUSOS E COLETIVOS:[2: 	 2ª Aula (19 de fevereiro de 2016). 1º Bimestre.]
1.1. Dimensões dos direitos fundamentais: a base nasce, basicamente com a Revolução Francesa (liberdade, igualdade e fraternidade).
1.2. Geração x Dimensão: Paulo Bonavides acreditava que na verdade a nomenclatura ideal é “gerações dos direitos fundamentais”.
Contudo, a nomenclatura correta seria dimensão, pois gerações presumem-se que uma se sobrepõe sobre a outra (obsoleta/ultrapassada). 
OBS.: são positivados no art. 5º, nos direitos sociais e políticos da CF.
1.2.1. Direitos de primeira dimensão: caracteriza-se pelos direitos privados (LIBERDADE).
O Estado não pode intervir nas liberdades privadas (como no caso da vida). De fato é a dimensão mais importante, pois há uma base real em relação aos demais direitos fundamentais, levando-se em conta que existem limitações.
1.2.2. Direitos de segunda dimensão: DIREITO SOCIAIS, ou seja, aqueles necessários para se viver em sociedade. Exemplo: educação, saúde e consumidor.
Diferentemente da primeira dimensão, o Estado deve intervir, objetivando alcançar os direitos sociais (finalidades).
1.2.3. Direitos de terceira dimensão: ocorre grande discussão na doutrina.
FRATERNIDADE? O que é ser fraterno? É a cooperação entre os povos, o simples querer o bem de si e do próximo.
1.2.4. Direitos de quarta dimensão: são os direitos relacionados ao Biodireito (alteração e evolução humana/tecnológica).
1.2.5. Direitos de quinta dimensão: seriam os direitos relacionados à Paz e proteção contra as guerras.
CUIDADO: a maioria da doutrina não aceita os direitos de quarta e quinta dimensão, pois seus respectivos direitos podem ser encaixados nos direitos de primeira e segunda dimensão.
1.3. Interesses x Direitos: qual a diferença entre direitos e interesses jurídicos?
Interesse é tudo aquilo que o indivíduo busca em pretensão, e que pode ter uma relação jurídica (intenção, vontade e fim). Enquanto que direitos são aquelas normas já positivadas.
Os interesses nem sempre estão positivados. Exemplo: fraternidade (não existe previsão implícita na CF).
1.4. Objeto do direito difuso e coletivo: o objeto é o direito transindividual, aquele que transcende os direitos individuais dos cidadãos.
1.5. Classificação (art. 81, CDC):[3: 	 Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas poderá ser exercida em juízo individualmente, ou a título coletivo.	Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar de:	I – interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato;	II – interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, de natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica base;	III – interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os decorrentes de origem comum.]
1.5.1. Interesses ou direitos coletivos stricto senso: relação jurídica, sujeitos determinados e objeto indivisível.
São aqueles direitos voltados aos sujeitos determinados ou determináveis, vinculados com uma relação jurídica preexistente, tendo como objeto direito ou interesse indivisível. Exemplo: associação de moradores de determinado bairro/condomínio que pleiteiam a entrega dos respectivos imóveis. 
OBS.: todas as pessoas são ligadas por uma relação jurídica.
1.5.2. Interesses ou direitos difusos: fato comum, sujeitos indeterminados e objeto indivisível.
São os direitos relacionados com sujeitos indeterminados, ligados (vinculados) por um fato comum entre eles, sendo o objeto também indivisível. 
CUIDADOS: são sujeitos que não podem ser identificados. Exemplo: danos ambientais por poluição de ar e publicidade enganosa/abusiva de consumidores.
1.4.3. Interesses ou direitos individuais homogêneos (mesma coisa, sem diferença): fato comum, sujeitos determinados, objeto divisível.
Os sujeitos serão sempre determinados, vinculados por um fato comum, cujo objeto seja um direito/interesse divisível. 
CUIDADO: apesar de serem direitos individuais, os seus efeitos são coletivos (em toda a sociedade). Exemplo: direitos dos consumidores (SAC).
2. DIREITO DO CONSUMIDOR:[4: 	 3ª Aula (26 de fevereiro de 2016). ]
Direito consumerista? Essa é a nomenclatura adotada por parte da doutrina, sendo a mais adequada. O CDC não trata apenas de direitos destinados aos consumidores, apresenta, inclusive direitos para fornecedores (o Código busca o equilíbrio na relação de consumo, não protege somente o consumidor/hipossuficiente).
2.1. Fundamentos históricos: o direito consumerista nasce no início da humanidade. Exemplo: Código de Hamurabi (construtores de navios, em que na falha, responderiam da mesma forma), Leis Luís XV (lei com mistura de água e manteiga com pedra, em que o fornecedor deveria sobre duras penas). 
a) Revolução industrial: com a produção em massa, os produtos reduziram de valor, a oferta aumentou (facilitação de consumo e crédito).
Ao criar o consumo em massa, nasceu o contrato de adesão, ou seja, padrões para compra e venda (da forma que lhes era conveniente). Não existia garantia, ou seja, o consumidor na maioria das vezes saia perdendo.
As compras eram realizadas de forma desequilibrada, e os tidos como consumidores não possuíam condições de arcar com a produção em massa = CRISE (economia pobre e aumento do desemprego).
OBS.: a título de curiosidade, a necessidade veio antes do marketing (se aproveitou das necessidades, para manipular o consumo).
Basicamente: começaram a surgir leis esparsas no mundo (EUA, Inglaterra e França) que tratavam a relação consumeristas, notadamente no ramo da alimentação. Exemplo: validade.
CUIDADO: coisificação das pessoas (Amor líquido, de Zignum Baumann)? As pessoas perderam as referências humanas, e passaram a se preocupar com o materialismo (as vezes, acontece sem perceber). 
b) 15/03/1962 (Dia internacional do Consumidor): o atual presidente dos EUA (John Kennedy) fez um pronunciamento sobre o direito dos consumidores no Congresso. [5: 	 O dia mundial dos direitos do consumidor e os 50 anos do discurso de John Kennedy. Disponível em <http://www.migalhas.com.br/ABCdoCDC/92,MI1518 00,71043-O+dia+mundial+dos+direitos+do+consumidor+e+os+50+anos+do+discurso +de>. Acesso em fevereiro de 2016.]
Desde aquela época o capitalismo americano era radical (extremo). John Kennedy percebeu os problemas fornecidos pela revolução industrial (consumo exasperado), pela qual era necessário a confecção de leis que regulassem o assunto.
Exemplo: direito de arrependimento (nos EUA, na maioria das vezes não há prazo para devolução).
c) CF/88 e CDC (11/09/1990): não veda o consumo. Trás redações para o consumo consciente (conforme as necessidades).
O Brasil foi o primeiro país que criou um Código (codificou) sobre leis consumeristas (não lei esparsa).
Antes até existiam leis esparsas, mas as mesmas não tinham tanta importância assim. 
2.2. Fundamentos constitucionais:
Art. 5º, inc. XXXII (direito fundamental): o Estado deverá promover na forma da lei a defesa do consumidor (não é somente uma relação privada). OBS.: é visto mais sob a ótica social.
Art. 24, incisos V e VIII:
Art. 129, § 1º: legitimidade do MP para promover ações coletivas (obrigatório para direitos difuso e coletivo stricto senso). CUIDADO: Portaria do MP = quando envolver direito individual homogêneo, o MP “pode” se abster de propor ações consumeristas. 
Art. 170, inc. V: princípios da livre iniciativa econômica = respeito aos direitos do consumidor. OBS.: em decorrência desse princípio, o Direito do Consumidor em si, se transforma em norma como princípio constitucional (entendimento departe da doutrina). 
Art. 48, ADCT: determinou que o Congresso cria-se um Código de Defesa do Consumidor.
2.3. Conceitos fundamentais da relação de consumo:
2.3.1. Relação jurídica:
O que é uma relação jurídica de consumo? É necessário preencher todos os requisitos que a lei traz. Uma relação jurídica de consumo é aquela que vem presente pelo menos (i) um consumidor, pelo menos (ii) um fornecedor, que tenha como objeto a (iii) aquisição de produtos ou a utilização de serviços.
CUIDADO: para a relação se submeter ao CDC, é necessário apresentar esses elementos subjetivos (fornecedor e consumidor), bem como o elemento objetivo (produto/serviço).
OBS.: não sendo possível a presença desses elementos, fará jus o “consumidor” às normas do CC, do CLT ou até do CTN.
2.3.1.1. Consumidor propriamente dito (art. 2º, CDC): é toda pessoa física ou jurídica, que adquire produtos ou utiliza serviços como destinatário final.[6: 	 4ª Aula (04 de março de 2016). ]
a) Pessoa física (uso pessoal/próprio/de sua família) ou jurídica (não tem uso pessoal);
b) Aquisição de produtos ou utilização de serviços: precisa obrigatoriamente ter cunho econômico, sendo ele direto ou indireto (ganho/lucro);
c) Destinatário Final: obrigatório ser o consumidor final (não existe conceito legal para destinatário final).
É aquele que põe fim na “cadeia” econômica gerada por determinado produto/serviço (não ocorre mais geração de riquezas, ou seja, não gera mais renda no mercado). 
A grande questão é se a PJ pode ou não ser consumidor propriamente dito. Alguns acreditam (corrente da economia) que a compra de produtos e a utilização de serviços pela PJ não é consumo, sendo mero investimento (o intuito ainda é o lucro).
OBS.: O conceito puramente econômico não considerava a PJ como consumidor, então os doutrinadores criaram duas teorias para conceituar o PJ consumidor.
Teoria subjetiva ou finalista: ligada a pessoa e seu fim (produto). Para esta teoria, somente a PF pode ser consumidor, ou seja, não existe possibilidade da PJ ser consumidor (fim de investir no negócio, almejar lucros). Basicamente: não se admite o profissional (como no caso do autônomo) e nem a PJ como consumidor. Exemplo: Casas Bahia compra celular da Motorola para revenda.
Teoria Objetiva ou maximalista: o que importa é o objeto em si, ou seja, se o objeto não retornar ao mercado de consumo (revendido), será consumidor a PJ e o profissional. Basicamente: basta não revender ou terceirizar o serviço para ser considerado como consumidor. Exemplo: Casas Bahia compra celular da Motorola para “uso corporativo”. CUIDADO: para a teoria objetiva, o que importa é se o objeto volta ou não para o mercado.
Jurisprudência STJ (pacífica): destinatário final será aquele conforme a teoria finalista, com certa flexibilização, quando naquele caso concreto (não existe posição final sobre o que é destinatário final) seja evidenciado a vulnerabilidade da parte envolvida, em relação ao fornecedor. Importante: se houver vulnerabilidade, será considerado como consumidor (PJ ou profissional).
	Atualmente a jurisprudência brasileira, especialmente o STJ, adota o finalismo para a definição de consumidor, todavia, vem abrangendo a noção subjetiva e finalista que norteia tal compreensão, abrigando, como consumidor, pessoa jurídica que adquire produto ou serviço fora de sua especialidade (sua área de atuação), para consumo próprio e imediato e que revele apreciável vulnerabilidade em relação à pessoa jurídica fornecedora (alguns denominam essa vertente de finalismo aprofundado; outros, como nós, preferem a expressão finalismo temperado ou mitigado).[7: 	 SOUZA, Luiz Antônio de. Direitos difusos e coletivos. In: CASTELLANI, Fernando F.; FIGUEIREDO, Fávio Vieira; COMETTI, Marcelo Tadeu. (Org.) Coleção OAB Nacional – 1ª Fase – Volume 12. São Paulo: Saraiva, 2011.]
CUIDADO: o STJ entende que INSUMO (produto utilizado na linha de produção, que gera um produto final ao mercado de consumo, como no caso de farinha para biscoito e petróleo para combustível) não caracteriza relação jurídica de consumo, em regra. 
Maquinário, dinheiro, água, energia elétrica? Não é pacífico se é considerado ou não insumo. A matéria-prima é vital, ou seja, sempre será insumo. A possibilidade de produzir de outra forma, não é insumo. Logo, maquinário, dinheiro, água e energia elétrica não é considerado como insumo.
Financiamento rural é insumo? Pode substituir o capital por outra coisa. O TJSP entende que o empréstimo é considerado insumo (a jurisprudência não é pacífica). OBS.: dinheiro nunca é insumo.
2.3.2.1.1. Vulnerabilidade: nem sempre é prejudicialidade. Vulnerabilidade é verificar a parte mais fraca da relação jurídica de consumo, ou seja, para que se caracterize o conceito de consumidor é necessário que este seja a parte mais “fraca”.
a) Técnica: significa dizer que o consumidor no caso concreto não tem capacidade (conhecimento) técnica, para discutir, em pé de igualdade com o fornecedor sobre seus produtos e serviços. 
Basicamente: o consumidor não possui conhecimento técnico sobre o produto, como no caso de dano em motor de um veículo.
CUIDADO: defeito intermitente? É aquele que vem e volta.
Direito de informações? Não é regra, geralmente apenas o necessário e não protegido por sigilo.
Exemplo: cálculo para descobrir se o juros é abusivo em contrato (TJSP entende ser vulnerabilidade técnica e não jurídica, pois não é o advogado que faz o cálculo, é o contador).
b) Jurídica: é a fraqueza, ou seja, o desconhecimento dos direitos e deveres do próprio consumidor, em relação ao fornecedor.
A vulnerabilidade jurídica é constatada geralmente quando se lê um contrato (complexo). Impede a confecção de um contrato em pé de igualdade, por desconhecer o seu conteúdo e nomenclatura utilizada.
CUIDADO: a jurisprudência entende que o advogado não possui vulnerabilidade técnica (obrigado a saber de tudo um pouco). 
c) Socioeconômica: é caracterizada pela condição econômica inferior do consumidor em relação ao fornecedor, bem como, pelos movimentos sociais causados pelo consumo exacerbado e descontrolado induzido pelos meios de comunicação e pelo próprio fornecedor.
É reflexo do contesto da revolução industrial (consumo desequilibrado), bem como pela própria condição econômica das partes.
#Importante: vulnerabilidade informacional (Cláudia Lima Marques)? É aquela caracterizada pela falta de informação que o fornecedor realiza contra o consumidor (deixa de “dar” certas informações, seja de próprio ou não). CUIDADO: essa quarta classificação de vulnerabilidade não é adotada pelos demais doutrinadores.
Vale lembrar: não é preciso equiparar vulnerabilidade, basta a demonstração de um dos tipos para a aplicação da teoria finalista mitigada do STJ.
2.3.1.2. Consumidor equiparado (art. 2º, parágrafo único): é a coletividade de pessoas, determinadas ou determináveis ou indeterminadas, que efetivamente consumiram, como destinatário final, o produto ou o serviço, ou que, pelo menos, apresentam uma potencialidade de consumo. OBS.: proteção? Ação Civil Pública e Ação Coletiva.[8: 	 5ª Aula (11 de março de 2016). ]
a) Coletividade: são ligadas basicamente por um fato comum ou relação jurídica em comum preexistente (direito coletivo stricto senso).
b) Determináveis ou não: não é requisito ser determinado o consumidor equiparado (coletivo). As vezes é impossível determinar (deve proteger aquele que usou ou poderia utilizar o produto/serviço). 
Exemplo: explosão Shopping Osasco (art. 17, CDC = coletividade por ser vítima do evento), sendo as vítimas (que estavam no shopping ou que passavam pelo local dos fatos) consideradas consumidoras por equiparação, salvo aquelas que tinham vínculo trabalhista com o Shopping (direito do trabalhador acima do consumerista). 
c) Efetividade e/ou potencialidade de consumo: podia ou não concretizar uma relação de consumo.
Exemplo: publicidade enganosa e abusiva (art. 29, CDC) = a coletividadedas pessoas se encaixam em consumidor equiparado (potencialmente).
2.3.1.3. Fornecedor (art. 3º): é toda pessoa física/jurídica nacional ou estrangeira, pública ou privada, regularmente ou não inscrita nos órgãos competentes, que disponibiliza no mercado de consumo produtos e/ou serviços.
Espécies: fabricante, produtor, construtor, importador, profissional liberal, comerciante (desde que presente o conceito do art. 3º).
2.3.1.3.1. Elementos do conceito:
a) Pessoa física ou jurídica (vide o objeto da PJ cadastrado no órgão comercial competente): basta a comercialização.
PF? Além da comercialização, é necessário a presença de outro elemento, qual seja, prática de atos de comércio (habitual, organizada, profissional e com o intuito de lucro). Exemplo: João que vende seu carro particular (não é fornecedor, pois não pratica atos de comércio).
CUIDADO: profissionalismo? Utiliza daquele meio como renda. Habitualidade? Estabelecer um padrão.
b) Nacional (registrada no Brasil nos órgãos competentes) ou estrangeira: a PJ/PF estrangeira também é considerada como fornecedora.
Ação? Não se aplica sobre fornecedores que não mantém sede no Brasil. O legislador tem o intuito de vincular os fornecedores estrangeiros que aqui mantém sede.
CUIDADO: contratos? Princípio da aceitação (local onde celebrou/finalizou o contrato). Em regra, aplica-se a lei do local onde celebrou o contrato.
OBS.: fornecedores de produtos eletroeletrônicos que fornecem garantia universal = proteção pelo CDC, em decorrência do estipulado pela própria empresa.
Importante: site que disponibiliza produtos no Brasil? A doutrina/jurisprudência diverge, Risato Nunes entende que basta a disponibilização, ocasião em que será aplicado o CDC (na prática não funciona). Para outros, basta a representação no Brasil (majoritária). Exemplo: guichês de empresas estrangeiras em aeroportos, mesmo não tendo registro (diferente de sede/filial). CUIDADO: site que não possui sede (representabilidade) no Brasil, mas fornece atendimento em português e conversão de moeda pode ser considerado como fornecedor.
c) Pública ou privada (não há questionamentos): 
CUIDADO: consumidor (concessionário) x contribuinte (impostos e tributos não vinculados)? Cláudia Lima Marques entende que deve ser aplicado o CDC em qualquer serviço público, pois existe a comercialização de bens de consumo. Entretanto, a jurisprudência entende que o serviço que não é concessionário (custeado através de impostos ou tributos não vinculados), não se aplica o CDC.
Exemplo: Telefonia pública (orelhão)? Consumidor. SUS, Pedágio? Aplica-se o CDC em serviços públicos concessionados (bem como permissionárias ou terceirizados), prestados por meio de contrato terceirizado e custeados por meio de tarifa e/ou preço público (tributo vinculado).
OBS.: politicas públicas? 
Basicamente: senão o serviço público não for concessionário e custeado por impostos (ou tributos não vinculados), não se aplica o CDC.
d) Regularidade ou não constituição: pode ou não ser regularizado nos órgãos competentes, bem como Massas Falidas podem ser fornecedores.
e) Comercialização de bens de consumo: impõe sempre o lucro!
2.4. Produtos e serviços: é necessário a presença do objeto, sendo o mesmo produto ou serviço.[9: 	 6ª Aula (18 de março de 2016). ]
2.4.1. Produto (art. 3º, § 1º): todo o resultado de uma linha de produção (produção industrial, manual, artesanal, entre outros), seja ele material ou imaterial (como no caso do cartão de crédito).
a) Durável e não durável: o primeiro é aquele que o consumidor consumo/utiliza. Porém, o mesmo se perpetua, ou seja, sofre somente o desgaste natural do uso. Exemplo: eletrodomésticos, calçados e vestuário.
Por não durável, entende-se por aquele que se extingue/exaure com a utilização natural, recomendada do produto (ato único = no ato do consumo). OBS.: utilização não recomendada (de alto consumo)? Prazo de validade. Exemplo: alimentos, remédio, entre outros.
CUIDADO: o produto em tese durável, deixa de ser considerado, se utilizado de forma indevida (não utilizou conforme a indicação pelo fabricante). Exemplo: utilizar secador de cabelo no banheiro após o banho, sofrendo oxidação pelo vapor.
2.4.2. Serviço (art. 3º, § 2º): qualquer tipo de serviço disponibilizado no mercado de consumo (ganho, ato de comércio e almeja lucro). OBS.: desde que não exista uma relação trabalhista! Exemplo: Previdência Pública (não é serviço de relação de consumo = exclui o fornecedor) e Previdência Privada (considera-se como serviço em relação de consumo).
	A enumeração contida nesse dispositivo é exemplificativa (“qualquer”), portanto, qualquer atividade prestada no mercado de consumo está enquadrada, exceção apenas feita àquela de caráter trabalhista.[10: 	 SOUZA, Luiz Antônio de. Direitos difusos e coletivos. In: CASTELLANI, Fernando F.; FIGUEIREDO, Fávio Vieira; COMETTI, Marcelo Tadeu. (Org.) Coleção OAB Nacional – 1ª Fase – Volume 12. São Paulo: Saraiva, 2011.]
Exemplo: contratação terceirizada de empresa de obras = relação de consumo (propor ação contra a empresa).
CUIDADO: o vínculo trabalhista exclui a relação de consumo.
a) Durável e não durável: o serviço será durável, quando ao final de sua prestação, tem-se como resultado um produto durável, ou aquele que é prestado de forma contínua (água, luz, telefone, plano de saúde, entre outros).
OBS.: art. 51 = não pode ser cobrado por serviços não usados, salvo serviços essenciais (tarifa mínima). Exemplo: Telesp/Telefônica (não é mais serviço público) = é constitucional a tarifa mínima, sendo que foi criada a cobrança por minuto (não é mais pulso).
Serviço inaugurável? O serviço contratado acaba e se torna um produto durável. Exemplo: costureira, alfaiate.
CUIDADO: aleatoriedade? Planos de saúde podem cobrar sem que o serviço seja de fato utilizado (mera expectativa de uso).
Contudo, o serviço não durável será aquele que sua prestação términa exatamente no mesmo momento em que o consumidor para de utilizar o serviço. Exemplo: transporte aéreo (ao “pegar” a mala, a prestação términa), correios, entre outros.
2.4.3. Produtos/serviços gratuitos: podem ser objeto de relação de consumo, pois o intuito de lucro ainda existe, mesmo que indireto. Exemplo: amostras grátis, manobristas, entre outros.
3. PRINCÍPIOS DO CDC E DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR:
3.1. Princípio da transparência (art. 4º, “caput”) e direito a informação (art. 6º, inc. III): o princípio da transparência estabelece que o fornecedor deve prestar todas as informações necessárias sobre o produto e o serviço que está disponibilizando, bem como deve fornecer oportunidade para que o consumidor conheça previamente os produtos e os serviços que lhe são oferecidos (diretamente ligado ao direito à informação).
Basicamente: de forma clara e concisa, devendo serem prestadas todas as informações necessárias ao uso do produto/serviço (tudo o que precisa saber para o uso do serviço/produto).
CUIDADO: a transparência pode ser em relação também aos contratos (art. 54).
	Princípio da transparência: (…) tal princípio impõe o dever de o fornecedor informar, necessariamente e de maneira adequada, o consumidor, suprindo-o de todas as informações necessárias para o aperfeiçoamento da relação negocial de consumo, garantindo-lhe liberdade de escolha e de decisão pela contratação ou não com o fornecedor.
Princípio da informação: o consumidor deve sempre receber informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade e preço, bem como sobre os riscos que apresentam, e, nas relações contratuais, tem o direito de tomar conhecimento prévio do conteúdo do contrato, para que compreenda o seu sentido e alcance.[11: 	 SOUZA, Luiz Antônio de. Direitos difusos e coletivos. In: CASTELLANI, Fernando F.; FIGUEIREDO, Fávio Vieira; COMETTI, Marcelo Tadeu. (Org.) Coleção OAB Nacional – 1ª Fase – Volume 12. São Paulo: Saraiva,2011.]
3.2. Princípio da vulnerabilidade (art. 4º, inc. I): prevê a presunção absoluta de que o consumidor é vulnerável, ou seja, reconhece o consumidor como forma mais fraca numa relação de consumo.
Todo consumidor é vulnerável? A presunção é absoluta e não cabe prova em contrário. OBS.: qual o intuito de demonstrar a vulnerabilidade no caso concreto? Teoria aplicada para descobrir se o sujeito é destinatário final (teoria finalista mitigada).
3.3. Princípio da presença do estado (art. 4º, inc. II, e art. 5º, inc. XXXII, CF): é conhecido como o princípio da intervenção estatal, que autoriza o poder público a intervir diretamente na relação jurídica de consumo para garantir o acesso aos produtos e serviços com qualidade e segurança, principalmente aqueles considerados essenciais.[12: 	 7ª Aula (1º de abril de 2016). DiaDLFG (matéria copiada). ]
A título de curiosidade, as agências reguladoras obedecem a esse princípio.
OBS.: garantia de serviço público direto e fundamental do consumidor.
3.4. Princípio da boa-fé (art. 4º): exige-se das partes uma conduta contratual leal, verdadeira, transparente. Sem objetivos disfarçados. Exige-se das partes uma atuação que seria aceita como normal pela maioria da sociedade (pelo homem médio).
Art. 421, CC: função social do contrato.
3.5. Princípio da equidade (art. 4º, inc. III): estabelece que a relação jurídica de consumo deve ser equilibrada, ou seja, busca-se a equidade entre os direitos e deveres, as prestações e contraprestações estabelecidas pelas partes.
3.6. Princípio da conscientização do consumidor (art. 6º, inc. II, e art. 4º, inc. IV): estabelece que o fornecedor e o poder público são obrigados a prestar informações para o consumidor realizar um consumo consciente, adequado às suas condições sócio-economicas.
Consumo consciente é aquele que atende: 
a) As necessidades fisiológicas de saúde e dignidade;
b) Aquele que atende à vontade desde que existam as condições para o consumo.
3.7. Princípio do incentivo ao autocontrole (art. 4º, inc. V): determina que os fornecedores sejam incentivados a estabelecer e cumprir seu próprio controle de qualidade e segurança da sua produção ou serviços.
3.8. Princípio da coibição de abusos (art. 4º, inc. VI): além de garantir a repressão das práticas abusivas do fornecedor, deve-se punir efetivamente os autores da abusividade para que outros fornecedores não pratiquem o mesmo ato, bem como ressarcir efetivamente os consumidores.
OBS.: caráter disciplinatório da sentença/penalidade aplicada ao fornecedor.
3.9. Princípio da melhoria do serviço (arts. 4º inc. VI e 6º, inc. C): visa garantir devido à notável necessidade dos serviços públicos, um acesso aos serviços essenciais com qualidade, eficiência e segurança.
3.10. Proteção à vida e à saúde do consumidor (art. 6º, inc. I): o CDC adota aquilo disposto na CF.[13: 	 8ª Aula (29 de abril de 2016). 2ª BIMESTRE.]
Produtos naturalmente perigosos ou que oferecem risco ao consumidor (como no caso de venenos em geral)? Sendo necessário a sua utilização, o fornecedor deve prestar o máximo possível de informações, objetivando proteger a vida/saúde dos consumidores (como usar o produto).
CUIDADO: os fornecedores costumam utilizar informações em forma de desenhos, mas também deve fornecer o máximo possível de informações. Exemplo: caveira.
OBS.: diferentemente daqueles produtos defeituosos. (é proibido colocar no mercado de consumo bens/serviços defeituosos).
O defeito é diferente de produtos originalmente perigosos.
3.11. Escolha de produtos e serviços (art. 6º, inc. II, 1ª parte): é direito dos consumidores a escolha pelo produto/serviço.
Entretanto, em algumas hipóteses a escolha não existe por parte do consumidor. Exemplo: cartel de combustíveis/tabelamento de preços/venda casada, pois influenciam diretamente na relação de consumo.
O intuito é evitar práticas abusivas por parte do fornecedor.
CUIDADO: venda casa? Somente é caracterizada quando o comerciante obriga o consumidor a comprar dois produtos ou serviços de naturezas diferentes (código de barras diferentes) sem margem de escolha. Exemplo: quite de higiene (só será venda casada senão existir a possibilidade de aquirir produtos separados); financiamento de veículo/casa com seguro (é venda casada no caso de não existir possibilidade de escolha no seguro).
3.12. Igualdade nas contratações (art. 6º, inc. II, 2ª parte): é a igualdade constitucional (princípio da isonomia) na hora de contratar um serviço ou da compra de um objeto. A mesma exigência, o mesmo critério deve ser usado para tratar “todos” os consumidores com as mesmas características.[14: 	 9ª Aula (06 de maio de 2016). Material Milena.]
Não caracteriza prática abusiva, quando cobrada taxa diferenciada para o empréstimo consignado, em razão da sua garantia (desconto em folha de pagamento), isto não quer dizer que estes clientes são melhores pagadores pelo fato de ter maior segurança de pagamento.
O STF decidiu que, desde que você autorize o desconto em folha de pagamento, o tratamento deverá ser igual – qualquer tipo de pessoa, idoso ou não.
Quando se coloca diferentes contratações em razão das características diferenciadas, as informações deverão ser claras, ostensivas e concisas.
O banco tem a obrigação de esclarecer o porquê está te tratando de uma forma diferenciada, seja para cobrar a mais ou a menos.
Agora os bancos estão fazendo um rol de maus pagadores “restrição interna” e trocam informações entre si. Integram tal listra “negra” aqueles que buscaram revisão de contrato no judiciário, clientes que fizeram acordo para pagamento de dívida, parcelamento de dívida (ou seja, estão quites com o banco) – extremo do abuso.
Exemplo: o cliente busca um financiamento junto a uma instituição financeira e, sem qualquer razão seu pedido é negado, sob o argumento de que há uma “restrição interna”. Nestes casos, quando questionados na justiça, dificilmente há contestação. Os bancos já dizem que houve um problema, que algum funcionário se equivocou e que o crédito do cliente já está disponível, jamais dirão o motivo da recusa – o que caracterizaria a prática mais que abusiva.
	É reflexo do princípio da igualdade estampado no artigo 5º, caput, da Carta Constitucional; em outras palavras, o sistema consumerista, ao proteger o consumidor, ao exigir boa-fé objetiva na atuação por parte do fornecedor, para garantir o equilíbrio entre as partes, ao contemplar o direito do consumidor à informação, à revisão contratual e à conservação do contrato, dentre outros alcances, têm em mora colocar o consumidor em posição de igualdade nas contratações, garantindo-lhe liberdade de escolha.[15: 	 SOUZA, Luiz Antônio de. Direitos difusos e coletivos. In: CASTELLANI, Fernando F.; FIGUEIREDO, Fávio Vieira; COMETTI, Marcelo Tadeu. (Org.) Coleção OAB Nacional – 1ª Fase – Volume 12. São Paulo: Saraiva, 2011.]
3.13. Proteção contra publicidade enganosa e/ou abusiva (art. 6º, inc. IV): a publicidade enganosa é aquela que por ação engano o consumidor, trazendo informações enganosas, erradas, falsas, ou por omissão deixa de trazer informações essenciais para que o consumidor tome uma decisão consciente do consumo.
Ação: por conter informações enganosas. 
Omissão: quando a publicidade não traz a informação vital do produto ou serviço.
Abusiva é aquela que apela à violência, sexualidade, misticismos, religiosidade, é aquela que traz repúdio social, ofensa aos usos e costumes, principalmente aquelas direcionadas para as crianças e para os idosos.
Publicidade voltada para os idosos também cuidados especiais.
3.14. Proteção contratual (art. 6º, inc. V):
Inovação do CDC: no código civil de 1916, não havia a previsão de mudanças no contrato – autonomia da vontade – “pacta sunt servanda”, porém, houve uma flexibilização quando o CDC entrou em vigor, ficando mais relativa as contratações.
Teoria da Imprevisão: as partes não podem prever o que poderá acontecer no futuro.Após a contratação, por fato superveniente, se houver um imprevisto que deixe a obrigação contratual, onerosa, poderá ser aplicada a teoria da imprevisão (princípio da onerosidade excessiva, do CC. – que diz que o contrato poderá sofrer uma revisão para que não seja impossível de ser cumprido), visando o equilíbrio contratual, de ganho e perda entre as partes, etc. 
Quando há um desequilíbrio posterior, não raras vezes, a parte que está ganhando não aceita a mudança, fazendo-se necessária intervenção judicial.
Exemplo: leasing – espécie de comodato. Empresta o bem do banco e vai pagando as parcelas, e, ao final, você tem a opção de comprá-lo ou devolvê-lo, inclusive o documento fica em nome do banco.
Na época do Collor, como presidente ele tomou atitudes que acabaram quadruplicando o dólar e, nos casos de leasing, a pessoa tinha uma dívida mensal de 1, e no dia seguinte já era de 4. 
No CDC, o legislador trouxe uma flexibilização para o ‘pacto sunt servanda’, porém, ainda há uma diferença entre a teoria da imprevisão, a teoria da revisão e o CDC.
CDC x Teoria da Imprevisão:
Há quem entende que deveria ser de ofício o reconhecimento da teoria da imprevisão, pois trata-se de uma norma de ordem pública.
Já para aqueles que não entendem ser uma norma de ordem pública, tal situação deverá ser provocada, pedida.
Essa questão já foi sumulada pelo STJ, em que o juiz não está obrigado a reconhecer de ofício o abuso de cláusulas contratual praticadas por financeiras.
CDC x Teoria da Revisão
Pelo CDC, as cláusulas deverão ser nulas, efeitos ex tunc. 
Para a teoria da revisão, pelo fato ser superveniente, os efeitos serão ex nunc., uma vez que há uma data na mudança, imprevisto.
	O objetivo do sistema consumerista não é extinguir por resolução os contratos de consumo, mas, sim, de conservá-los; para tanto, havendo desproporcionalidade ou onerosidade excessiva para o consumidor, e com o sentido de ajustá-los, inclusive para que haja a plena defesa do vulnerável, devem ser feitas modificações ou revisões com o objetivo de sua manutenção; a extinção somente se dará em último caso, se, com as modificações havidas, não houver possibilidade de adimplemento, decorrendo ônus excessivo a qualquer das partes.[16: 	 SOUZA, Luiz Antônio de. Direitos difusos e coletivos. In: CASTELLANI, Fernando F.; FIGUEIREDO, Fávio Vieira; COMETTI, Marcelo Tadeu. (Org.) Coleção OAB Nacional – 1ª Fase – Volume 12. São Paulo: Saraiva, 2011.]
3.15. Reparação plena (art. 6º, inc. VI): apesar de a indenização ser prevista na constituição, tal previsão trouxe o direito a indenização integral, ou seja, exatamente tudo o que teve de perdas e danos (dano moral, material e lucro cessante). 
Na prática, temos que prestar muita atenção. Em regra, a reparação deve ser integral, ou seja, reparação de prejuízo sofrido, assim, não há se falar em tabelamento de indenização, uma vez que cada caso é um caso. Mas e a tabela criada recentemente pelo STJ????
OBS.: inclusão do nome equivocado no SPC = R$ 10.000,00.
Exemplo: o cliente perdeu o direito de financiar sua casa pelo plano minha casa, minha vida por causa da negativa da Caixa Econômica, em razão de estar incluso no SCPC por conta de um telefone pré-pago que o cliente nunca teve. Em ação contra a operadora, em primeira instância foi arbitrado danos morais em R$ 10.000,00 (tabela), houve apelação.
Outra coisa que dá muitas ações por dano moral nos casos de desvios de bagagem, porém, no trânsito aéreo, pelo pacto de Varsóvia, também há um tabelamento. Assim, quando for fazer uso do serviço, você terá que descriminar o que há dentro da mala e o quanto ela vale. A prática de cobrar um seguro adicional é abusiva – o que é praticado pelas companhias (abusivo).
Atualmente, pelo tanto de ufesp’s, dá em torno de R$ 1.300,00.
O ideal é aplicar o CDC ao invés do Pacto de Varsóvia – e muitos tribunais brasileiros têm adotado.
3.16. Acesso à justiça (art. 6º, inc. VII): muito parecido com o acesso à justiça de todo o direito. Sem trazer o sentido subjetivo do acesso à justiça. Neste caso, o CDC entende que é acesso à justiça pública, defensoria pública, etc.
Hoje esse inciso quase não tem sentido, pois quando da sua criação, o acesso à justiça era muito complicado – não tinha defensoria pública, não havia convênio com a OAB, etc.
Hoje está bem mais fácil também pela existência e amparo do PROCON, nas Agências reguladores, que têm força coercitiva, etc.
4. FACILITAÇÃO DA DEFESA DE SEUS DIREITOS (ARTIGO 6º, INCISO VIII):[17: 	 10ª Aula (13 de maio de 2016). ]
4.1. Inversão do ônus da prova: em regra compete o ônus da prova a quem alega (CPC). Entretanto, existem hipóteses em que ônus inverte para a outra parte.
No CDC, em relações de consumo o ônus pode ser invertido (o cliente tem razão)! Exemplo: João alega dano em seu automóvel, sendo que competirá à empresa comprovar que não há dano.
Basicamente: o fornecedor deve comprovar que o consumidor não tem razão.
CUIDADO: pode o juiz verificar de ofício (não se transforma em vício). Entretanto, não é automático, depende de solicitação, sob pena de preclusão.
a) Somente no processo civil: não comporta no direito penal, mesmo em delitos consumeristas.
b) Critério do juiz: depende de sua convicção (não é obrigatório).
c) Regras de experiência: o código não fornece regras concretas, ou seja, devem ser baseadas na experiência obtidas em outros processos e/ou na vida do juiz como consumidor (Risato Nunes).
CUIDADO: na prática é de difícil consideração. O ideal é que o legislador a defina.
d) Alegação verossímil ou hipossuficiência: o consumidor precisa trazer aos autos alegações verossímil ou hipossuficiência.
Alegação verossímil é aquela que não depende de meio de prova, é quase verdade (muito próxima), ou seja, depende de pouco quadro probatório. Exemplo: recibo de cartão de crédito que confirma a compra (não é prova cabal, pois depende da nota fiscal, mas o juiz pode considerar como alegação verossímil). 
Hipossuficiência (artigo 6º, inciso VIII) x vulnerabilidade (artigo 4º): não são a mesma coisa (direito do trabalho/civil tratam quase como que se fossem sinônimos). A segunda define o conceito de consumidor, sendo presunção absoluta, ou seja, todos os consumidores são vulneráveis (é também princípio, encontra-se vinculada ao direito material). A hipossuficiência é fragilidade processual, que somente será constatada no caso concreto, não é presumida e nem ao menos absoluta. 
CUIDADO: na prática hipossuficiência e vulnerabilidade se confundem. Entretanto, o vulnerável nem sempre será hipossuficiente. 
4.2. Momento processual: conforme decisão do juiz, sendo que a parte deve pedir na exordial a inversão do ônus da prova. A legislação não trouxe previsão expressa, então a doutrina defende que seja em dois momentos distintos.
a) Sentença: por ser decisão de mérito, ou seja, o magistrado possui provas suficientes para verificar a hipossuficiência e prova verossímil (precisa de todas as provas para tomar uma decisão em concreto).
Contudo, nessa hipótese pode contrariar princípios constitucionais, pois poderá ser anulada a sentença, determinado a reabertura da instrução processual.
b) Despacho saneador: não pode definir o momento na sentença, pois o momento máximo seria no despacho saneador, tendo em vista a abertura da instrução processual, sob pena de ferir os princípios da ampla defesa e contraditório (pois não existe possibilidade de produção de provas em segunda instância).
A maioria adota o posicionamento de que a inversão do ônus da prova será em qualquer decisão interlocutória até o momento da sentença, por ser a critério do juiz e não do processo (regras de experiência do magistrado)
CUIDADO: o STJ entende que deve ser dada a decisão preferencialmente em qualquer decisão interlocutória até a sentença. O TJSP segue a jurisprudência do STJ, ou seja, não resolveu nada!
Importante: quando o juiz não decide sobre a inversão do ônus da prova, a parteinteressada por opor Embargos a Declaração, da qual caberá Agravo de Instrumento (problema no NCPC, pois o rol é taxativo! = agora cabe MS).
5. RESPONSABILIDADE CIVIL NO CDC:
5.1. Responsabilidade em regra objetiva (artigo 14 e 23, do CDC): em regra o CDC adotou a responsabilidade objetiva, ou seja, não precisa comprovar dolo/culpa, apenas o dano, a conduta e o nexo causal.
Quando o CDC fala em culpa, é no sentido amplo, ou seja, negligência, imprudência, imperícia e dolo (quase impossível de existir).
Teoria do risco integral? Com base na livre iniciativa econômica, pode a parte exercer aquilo que bem entender. O consumidor não pode ser responsável pela escolha adotada pelo fornecedor. 
CUIDADO: é muito difícil de configurar o DOLO na relação de consumo. Os tribunais (SP, SC, PR e RJ) hoje têm entendido que se configurado o Dolo, há que se falar em dano moral. Exemplo: inscrição indevida nos órgãos de defesa do consumidor, em que se comprova a má-fé quando o sujeito comprova que já requereu administrativamente. 
	No tocante à responsabilidade civil, o CDC adotou como regra a responsabilidade civil objetiva, que dispensa a análise da culpa do fornecedor, tendo esteio na Teoria do Risco da Atividade; a exceção se dá com relação aos profissionais liberais, única possibilidade em que a responsabilidade é subjetiva (art. 14, § 4º, do CDC).[18: 	 SOUZA, Luiz Antônio de. Direitos difusos e coletivos. In: CASTELLANI, Fernando F.; FIGUEIREDO, Fávio Vieira; COMETTI, Marcelo Tadeu. (Org.) Coleção OAB Nacional – 1ª Fase – Volume 12. São Paulo: Saraiva, 2011.]
5.2. Responsabilidade pelo fato do produto ou do serviço (art. 12 à 17, CDC): [19: 	 11ª Aula (03 de junho de 2016). ]
a) Defeito no produto ou na prestação de serviço (acidente de consumo): é o vício de segurança do produto/serviço, ou seja, é o problema que coloca em risco a segurança do consumidor. Causa basicamente um acidente de consumo, ou seja, nexo de causalidade entre o problema apresentado e o acidente de consumo. Exemplo: um produto alimentício que não informa que há sal na sua composição e uma pessoa que tem pressão alta consome e acontece um problema.
CUIDADO: é necessário o risco, o vício ou o defeito no produto ou na prestação do serviço (vida e saúde dos consumidores ou terceiros). O simples fato de colocar em risco a pessoas/consumidor caracteriza defeito.
Importante: produtos novos ou novas tecnologias não podem ser usadas para configurar a responsabilidade pelo fato do produto/serviço em relação aos antigos.
b) Evento Danoso: acidente de consumo, ou seja, o vício de segurança deve gerar um evento danoso. Exemplo: explosão de pneu na rodovia. 
O dano moral só se configura quando o evento é insubstituível. Exemplo: defeito em carro adaptado para portador de deficiência. 
c) Nexo causal: elo que liga o acidente do consumo com o vício de segurança, sendo desnecessário a comprovação da culpa.
A título de curiosidade, em acidentes de trânsito, o simples fato de transitar acima do limite não exime a responsabilidade pelo fato do produto.
CUIDADO: a empresa responde pelo seu produto, principalmente prestando informações sobre a sua utilização. Ademais, o consumidor também pode responde, pois deve cumprir a legislação (notadamente pelo CTB). 
5.2.1. Responsabilidade:
a) Solidária: fabricante, produtor, construtor, importador e prestador do serviço (a regra é pela solidariedade). 
b) Subsidiária do comerciante: exceção a regra, somente responde nos casos previstos em li. 
Sem identificação do fabricante: não há essa identificação, ou seja, não se sabe quem é o fabricante, produtos, construtor, importador e prestador de serviço. Exemplo: produtos de Lojas de 1,99 (CNPJ e endereço da empresa).
Sem conservação adequada: quando o comerciante conserva inadequadamente o produto/serviço. Exemplo: Supermercado Extra de SP que desligava a energia do estabelecimento (o fabricante também respondeu de forma solidária, por culpa in eligendo e in vigilando).
CUIDADO: no caso do comerciante, comporta ação de regresso.
5.2.2. Prescrição (artigo 27, do CDC): prazo prescricional de cinco anos, contados (i) da data do evento donoso ou (ii) da autoria. Exemplo: acidentes aéreos, pois a perícia geralmente demora.
5.3. Responsabilidade pelo vício do produto e do serviço (artigos 18 a 22):[20: 	 12ª Aula (10 de junho de 2016). ]
a) Vícios de qualidade ou quantidade: são aqueles vícios que impedem que o consumidor utilize conforme descrito pelo fornecedor.
Popularmente o vício de qualidade/quantidade é conhecido como defeito (na verdade o defeito é responsabilidade pelo fato).
OBS.: o vício de qualidade é comprovado mediante as informações que lhe foram passadas pelo fornecedor, vendedor, entre outros.
Vício de quantidade? Ocorre quando o produto/serviço fornecido não condiz com aquele fornecido. Exemplo: biscoito a menos no pacote.
b) Responsabilidade solidária de todos: todos os fornecedores, inclusive o comerciante responde de forma solidária pelos vícios de qualidade ou quantidade.
CUIDADO: o fornecedor tem o direito de sanar o vício do produto ou do serviço, antes de configurar qualquer responsabilidade, usando peças novas e originais, pelo prazo máximo de 30 dias.
Importante: no caso de responsabilidade pelo fato, o defeito aparecendo, não existe essa possibilidade de saná-lo sem ser responsável. 
c) Prazo: 30 dias, ocasião em que o produto/serviço deve voltar em plexo uso. Após os 30 dias, o direito passa ao consumidor. Se o defeito não foi verificado no momento da entrega do produto, e logo depois o produto não funciona, o comerciante não tem a obrigação de trocar o produto de forma automática (há empresas que, em forma de cortesia, isso não tem previsão legal).
Excepcionalmente o prazo pode ser diminuído (7 dias) ou acrescido (até 180 dias), desde que ambas as partes cheguem a um consenso.
Produtos e serviços essenciais (é aquele que faz parte da necessidade de vivência digna do ser humano, como no caso de alimentos, e eletrodomésticos únicos; serviços essenciais são aqueles com status de públicos)? Não precisa aguarda os 30 dias para exigir a troca do produto ou reexecução do serviço, ou seja, a troca pode ser imediata. 
OBS.: produto/serviço com valor/prejuízo excessivo pode ser exigido automaticamente. Exemplo: vício em carro (pintura). 
Importante: após o prazo de 30 dias, pode o consumidor exigir a (i) troca do produto ou a reexecução do serviço, (ii) a devolução do valor com perdas e danos, ou ainda o (iii) abatimento no preço.
5.3.1. Troca do produto ou reexecução do serviço: deve ser o de mesmo valor e qualidade. Entretanto, no caso de ausência do mercado, deve o fornecedor entregar produto/serviço de igual qualidade, independentemente do preço. Exemplo: produtos eletroeletrônicos.
5.3.2. Devolução do valor + perdas e danos: a devolução do numerário deve ser corrigido (desde o desembolsar do valor, até a data da devolução integral do valor), mas não acrescido de juros.
Índice? Na omissão do contrato, utiliza-se os índices da tabela da Justiça.
PERDAS E DANOS? Se ocorreu, faz jus! Contudo, deve ser demonstrado no decorrer do processo. Exemplo: tinta utilizada para pintar uma residência (valor da tinta e eventuais danos materiais). 
Não faz jus a perdas e danos = celular para uso pessoal.
5.3.3. Abatimento: é raro de acontecer. Entretanto, é comum na prestação de serviço. Exemplo: empresa contratada para pintar uma casa inteira, o não cumprimento do todo pode comportar o abatimento. 
Possibilidade de colocação no mercado? Dependendo do vício sim (defeito nunca poderá ser recolocado no mercado!), desde que (i) avise o consumidor que aquele produto apresenta um vício e (ii) o produto avariado deve possuir desconto (mais vantajoso ao consumidor).
5.3.4. Prazo (artigo 26): o prazo é decadencial, diferente em relação ao prazo da responsabilidade pelo fato. 
a) Trinta dias: não duráveis (são aqueles que se consumem como próprio ato de consumo). Exemplo: alimentos, remédios, entre outros. 
b) Noventa dias: duráveis (o ato de consumo leva ao desgaste natural, não a sua extinção). Exemplo: carros e eletrodomésticos. 
CUIDADO: vícios ocultos? Conta-se a partir da data em que tomou conhecimento do vício oculto. Neste caso, deve-se pedir a inversão do ônus da prova para que a empresa faça uma perícia para identificar que foi por desgaste natural ou se foi por vício oculto (não poderá se ad eternum, o prazo será aquele razoável conforme o caso concreto).
OBS.: Garantia contratual (complementar a garantia legal, cuja responsabilidade será daquele que contratou)? Acima desse prazo, a garantia depende de termo escrito, ou seja, convenção. Assim, na lei o prazo será respectivamente de 30 ou 90 dias, enquanto que a garantia contratual poderá ser mais extensa. 
Importante: esses prazos são os de garantia legal!
	Art. 26 – A garantia legal, que não precisa de documento, independente se o comerciante lhe obrigar a assinar prazo diferente.
A garantia com prazo diferente é contratual, e será válido conforme os termos do contrato.
Geralmente colocam uma garantia de 275 dias, pois a lei lhe garante 90 dias, que no total é de 01 ano.
A garantia legal tem responsabilidade solidária, ou seja, somente pelo prazo de 90 dias. Após o prazo da garantia legal, acabou a responsabilidade solidária e responderá somente aquele que contratou a garantia.
Basicamente: conta-se o prazo (i) da assinatura, (ii) da data que recebeu o produto ou (iii) da data do término do serviço. Se for de vício oculto, da data que o vício apareceu.
5.4. Obstam a decadência:[21: 	 13ª Aula (05 de agosto de 2016). 3º BIMESTRE.]
A jurisprudência (de forma não unânime) prevê que o prazo de cinco anos se estende para toda e qualquer relação de consumo, desde que seja seguido o prazo de 30/90 dias (durável/não durável).
De início, importante ressaltar que “obstar” equivale à causa suspensiva.
a) Reclamação do consumidor: ato exclusivo, que “suspende” o prazo decadencial.
Resposta negativa? A decadência volta a contar da data da resposta emitida pelo fornecedor.
Em regra, é admitido o prazo de 05 anos, após a parada da fabricação e comercialização do produto no mercado, e os fabricantes devem ter peças de reposição pó esse tempo – determinado por lei.
Dentro deste prazo, pode propor ação judicial, desde que tenha os comprovantes que tentou resolver no prazo de 30 ou 90 dias, a depender do produto.
A decadência não se suspende, ela se interrompe - sempre. Porém, o CDC trouxe uma previsão de suspensão, mas com o nome de obstáculo – o que na prática é uma suspensão de decadência (que didaticamente não se aplica).
Exemplo: um produto apresenta vício – 90 dias de prazo.
Vício em 10.07.2016 – prazo até 10.10.2016
Reclamação em 10.07.2016.
Volta a resposta do fabricante em 09.08.2016. Nesta data, o consumidor ainda terá mais 60 dias, pois ficou suspenso.
Se a resposta for negativa, se o fabricante não resolver o problema, contar-se-á novamente a partir da resposta.
Lembrando que sempre o consumidor é quem tem que comprovar os prazos de 30 e 90 da primeira reclamação.
b) Instauração de Inquérito Civil: a instauração de IC pelo Ministério Público, obsta a decadência até o seu encerramento.
O art. 18 diz que quando o produto tem um problema e vai para assistência. Durante o tempo quem que ficou lá, o prazo fica suspenso.
Pode acontecer que a empresa lhe forneça um laudo negativo, ou seja, não resolveu o problema.
5.5. Excludentes de responsabilidade: é exceção a regra, pois para o profissional liberal a responsabilidade é SUBJETIVA.
O CDC trouxe esse tipo de excludente pela natureza da relação jurídica, geralmente quase pessoal.
OBS.: obrigação de resultado (fornece o resultado, como no caso de entrega de telefone celular) e de meio (sobre os meios utilizados para chegar ao objetivo, sendo no caso obrigação direcionada aos profissionais liberais).
Ademais, a responsabilidade passa a ser SUBJETIVA. Salvo no caso de cirurgias plásticas e estéticas integrais (pela jurisprudência), pois o resultado deve ser satisfatório (conforme o pretendido) e a responsabilidade será OBJETIVA. 
CUIDADO: estética/plástica com patologia anterior? Continua sendo caso de não inversão. Exemplo: sequela após cirurgia corretiva.
5.5.1. Fornecedor não responde por (quando comprova): a jurisprudência ampliou o rol, como no caso de culpa concorrente (diminuição de indenização, conforme o caso concreto) e força maior/caso fortuito (principalmente eventos naturais, como atraso de voo por tempestade). 
a) Não colocou o produto no mercado ou não prestou o serviço:
b) Inexistência do vício ou do defeito: comprovar que não existe vício e nem defeito, como no caso de uso incorreto por parte do consumidor.
c) Culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro: geralmente usado mais em defeitos (acidentes).
6. PROTEÇÃO CONTRATUAL DO CONSUMIDOR:[22: 	 14ª Aula (12 de agosto de 2016). Material Milena.]
6.1. Princípios básicos:
6.1.1. Princípio da conservação (artigo 6º, inciso V, e artigo 51, § 2º, ambos do CDC): prega sempre a modificação e revisão do contrato, para fins de proteção ao consumidor.
É permitido ao consumidor a conservação do contrato, mesmo diante de cláusulas abusivas, que seja nula de pleno direito. 
Quando a empresa recebe uma ação judicial contestando ou alegando uma cláusula abusiva, a primeira coisa que a empresa gostaria de fazer, é rescindir o contrato, pois continuar com um consumir assim dá muito trabalho – é o chato, é o pegajoso, etc.
Aquele cliente que entra com ação judicial alegando juros abusivos, a primeira intenção do banco é dispensar tal cliente. Se sempre isso fosse possível, seria fácil para as empresas. Pelo princípio da conservação acabar com a relação contratual pelo fato de ter dado alguma coisa errada, as empresas não podem simplesmente rescindir o contrato.
Exemplo: a vivo recebe uma reclamação, a empresa rescinde o contrato e o consumidor fica sem telefone.
OBS.: modificar e revisar? Quando o contrato nasce abusivo – já foi confeccionado de forma errada. Quando se fala em revisão de contrato, houve um evento, um fato que tornou aquele contrato excessivamente oneroso, não nasceu assim.
Hoje, todos os contratos são feitos com moeda nacional, (proibido, por exemplo em dólar e mesmo que compras feitas no exterior, deverão ser convertidos). Porém, há índices que são aplicados que acabam por onerar o contrato, tornando-o o contrato excessivamente oneroso.
Se a empresa não concordar e quiser rescindir o contrato, não poderá. A empresa poderá até deixar de atender o consumidor, sob a alegação de que ele não cumpre com o contrato e dá muito trabalho, desde que o serviço não seja de essencial.
6.1.2. Dever da transferência (artigos 6º, inciso III, 4º, “caput”, 31 e 46):
O princípio da transparência trata do direito de informação ao consumidor, que deve ser clara ostensiva e precisa. A aplicação deste princípio no CDC, além de ter clara, precisa e ostensiva, o contrato precisa ter caracteres, informações que facilite a compreensão ao consumidor.
Uma coisa é dizer que precisa ser clara, ostensiva e precisa e outra é dizer que isso deve ser de fácil entendimento. Para aquele que tem conhecimento técnico isso não é problema, mas para um idoso sem qualquer conhecimento técnico é outra.
 
Para o princípio da transparência deve ser claro, e se o consumidor não tiver o conhecimento prévio, este não fica vinculado ao contrato que firmou. No contrato assinado, expresso é mais difícil provar, mas os contratos firmados por telefone, onde não são lidos os termos contratuais, não se vincula.
Toda vez que tiver uma informação que gera um tipo de interpretação, sempre será em favor do consumidor.
A entrega da cópia do contrato deriva do princípio da transparência – uma pelo princípio e outra porque é parte.
6.1.3. Boa-fé objetiva (artigos 4º, “caput” e51, inciso VI):
Desde a fase preliminar até a conclusão do contrato, que não é a assinatura, mas sim quando este se conclui (termina, encerra, desiste, etc), haverá boa-fé objetiva (não será levado em consideração o que a pessoa entende como certo). Sempre agindo com lealdade, confiabilidade, etc.
A resposta é o que se espera de um padrão de conduta, pelas partes contratuais, normalmente usadas.
Surrectio = todos os elementos que derivam da boa-fé objetiva – continuidade das partes, que de tanto as partes agirem daquela forma, que “surge” o direito de continuar fazendo como se estivesse escrito.
Exemplo: um contrato com vencimento todo dia 10. O consumidor paga no 1º mês no dia 15 e não a empresa não cobra juros, no segundo a mesma coisa, no sexto mês ela resolve cobrar. Neste caso surgiu um direito do consumidor de pagar no dia 15 sem juros. A conduta lógica é ela aceitar 
Supressio = retira, suprime = esse caso, a empresa perde o direito de cobrar (no mesmo exemplo) juros após o dia 10 e até dia 15.
 
Tu Quoque = quando não pode exigir da outra parte o que você não cumpre. Exemplo: em briga de condomínio.
6.1.4. Equivalência (artigos 4º, inciso III e 51, IV): traz para dentro do processo – Pode ser cobrado juros, mas deve que ter equivalência. Há juros no Brasil que são cobrados em torno de 1%, um absurdo.
A título de curiosidade as tratativas preliminares se submetem ao CDC.
6.2. Formas de contratação (contrato de adesão = artigo 54): o contrato de adesão deve ser preestabelecido, unilateral, uniforme, abstrato e rígido.[23: 	 15ª Aula (19 de agosto de 2016). Contribuições: Matéria Milena.]
a) Preestabelecido: o contrato já deve ter sido confeccionado/preexistente, independentemente do tipo do consumidor.
b) Unilateral: o consumidor não pode participar da elaboração dos contratos, ou seja, se ele participa deixa de ser contrato de adesão.
c) Uniforme: o contrato deve ser o mesmo para todo e qualquer contribuinte, salvo o estabelecimento de padrões para determinada classe de clientes. Exemplo: empréstimos para uma determinada empresa (é diferente em relação as demais, só que os funcionários estão em pé de igualdade sempre).
Assim, o padrão se faz em relação a toda e qualquer pessoa, ou em pessoas de uma mesma classe de clientes/consumidores.
d) Abstrato: apesar de se encontrar de forma preestabelecida, o contrato necessita da anuência do consumidor (assinatura).
e) Rígido: não se aplica a regra do CC, ou seja, o contrato pode ser modificado, em regra, quando é inserida uma nova cláusula para condições específicas, desde que o objeto do contrato não perca sua finalidade.
CC? A rigidez é absoluta, ou seja, não comporta alteração.
Novas Cláusulas: podem ser incluídas, sem que o contrato perca a natureza de adesão (não alterando o núcleo e o padrão de rigidez).
6.3. Resilição (Direito Exclusivo do Consumidor): salvo a existência de cláusula expressa.
Resilição (é a possibilidade de extinguir o contrato sem causa/motivo/culpa; pode ocorrer por prazo certo ou a qualquer momento quando o contrato é por prazo indeterminado) e Resolução (uma das partes dá motivo e causa a extinção do contrato)? Resolução é quando uma das partes causa a extinção contratual – uma das partes descumprem o contrato (motivo para extinguir). A parte inocente escolhe se rescinde ou penaliza a parte culpada.
Extinção do contrato = resilição, resolução e rescisão do contrato (a doutrina diverge, uns entende que ocorre em caso de resilição e resolução, enquanto que outros dizem que ocorre em face de caso fortuito/força maior).
Resilição = só é direito do fornecedor diante da existência de cláusulas expressas. 
6.4. Direito de Arrependimento (artigo 49, do CDC): é fundamentado pelo legislador no prazo razoável de reflexão, reservado às compras realizadas fora do estabelecimento comercial (fatores que visam a compra impulsiva e pela ausência do contato com o produto). 
a) Prazo: 7 dias (não se aplicam a todos os tipos de contratação).
Assim, somente posso me utilizar deste recurso somente quando não vir o produto pessoalmente.
Os 07 dias de arrependimento não existem por lei. Há lojas que por cortesia trocam produtos dentro do prazo de 07 dias caso o produto dê problema. Estes sete dias não são para o arrependimento, mas sim em casos de vícios e defeitos.
Este prazo de reflexão, do direito de arrependimento, há fatores que levam a compra compulsiva. O código traz um rol taxativo: por televisão, pela internet, etc.
Exemplo: uma pessoa que compra um produto de madrugada, com insônia, sozinha, etc. acaba de forma impulsiva comprando o que não tem necessidade. Isso o Código vem reconhecendo essas situações e dando a oportunidade do consumidor de se arrepender. Outro ponto é que o consumidor que comprou por revista, por internet, televisão, etc. não teve acesso ao produto, e as vezes, não é aquilo que de fato queria comprar. Portanto, estes produtos comprados fora dos estabelecimentos comerciais tem o direito ao arrependimento.
Arrependimento tácito: Dali para frente o contrato passa a ter efeitos jurídicos que não sejam nulos (não retroagem).
O direito de arrependimento tem efeito ex tunc – todos os efeitos jurídicos produzidos devem retroagir, o fornecedor deve devolver todo e qualquer valor pago tudo o que foi pago com correção monetária e após a citação com juros. O valor do produto mais o frete, pois o risco do produto deve ficar a cargo da empresa, responsabilidade é objetivo. 
Se a empresa vai gastar com a entrega, com o transporte o risco é dele.
Venda em catálogo mas em lógica física – aplica-se o direito de arrependimento? Apesar de ser feito na loja física, a compra foi feita pela internet, ou seja, não teve acesso ao produto, e assim, enseja o direito ao arrependimento.
Mas se o contrato também é físico? Tem amostra na loja, mas a cama escolhida é do catálogo. Como fica? Ou ainda, faz contrato para construir móveis planejados por catálogo, mas você viu na loja montado? 
A tendência da jurisprudência – TJSP – apesar da regra que é ser feita fora do estabelecimento, o fato do consumidor não ter contato com o produto deve ser sim aplicado por analogia o direito ao arrependimento.
VALE LEMBRA, que estes 07 dias são corridos e não úteis. E se o sétimo dia cair no dia que não há a possibilidade do direito de exercer o arrependimento? 
Em regra as empresas de internet atendem todos os dias da semana, inclusive nos fins de semana. Mas se for venda feita por catálogo em casa, e no domingo não encontre o vendedor?
Ainda não há decisão sobre isso. Não há jurisprudência. Há quem entenda que este prazo já foi suficiente um prazo menor, o consumidor saber se foi uma compra precipitada ou não. Já um doutrinador “Busatto” diz que será no próximo dia útil. 
b) Contagem do prazo: é dia corrido, salvo previsão em contrário (como em dia útil). 
E se o término ocorrer em dia não útil e o estabelecimento estiver fechado? A doutrina/jurisprudência diverge, uns entendem que prorroga para o próximo dia útil subsequente e outros entendem que não se prorroga.
Vale lembrar, que a contagem se inicia conforme o tipo da venda = aquisição de produtos (da data do recebimento do produto)
OBS.: troca imediata em sete dias é diferente do Direito de Arrependimento!
CUIDADO: o direito de arrependimento tem efeitos ex tunc, ou seja, todos os direitos reproduzidos devem retroagir. Assim, deve o fornecedor devolver todo e qualquer valor desembolsado pelo contribuinte (risco do fornecedor).
Interessante: venda por catálogo em loja física? Tem sim direito de arrependimento, já que o contrato foi realizado pela internet (como no caso da Americanas). Entretanto, a jurisprudência não se pacificou na hipótese em que o consumidor adquire em loja física, por catálogo e em contrato físico (TJSP reconheceu recentemente o direito de arrependimento por uma cozinha planejada, já que o contribuinte não teve acesso ao produto).
7. CLÁUSULAS ABUSIVAS:[24:16ª Aula (26 de agosto de 2016). Contribuições Material Milena.]
7.1. Artigo 51, do CDC: o rol é meramente exemplificativo, ou seja, o rol não é taxativo, cabendo interpretação ao caso concreto.
CUIDADO: todas as cláusulas abusivas são nulas de prelo direito, ou seja, comporta nulidade. Entretanto, conforme a jurisprudência, o juiz pode ou não reconhecê-las de ofício (a doutrina entende que o juiz deve analisar, sob pena de nulidade). 
OBS.: a jurisprudência está pacificada no sentido de que quando as cláusulas abusivas forem de contrato bancário, o juiz não deve decidir de ofício (revisão de contrato bancário).
Por fim, a cláusula reconhecida como abusiva, retroage até a data de sua instituição.
a) Inciso I: responsabilidade geral do CDC (artigos 12, 14 e 18) = é nula de cara, tendo em vista a exoneração de responsabilidade do fornecedor por vícios de qualquer natureza dos poderes e serviços.
OBS.: relação entre fornecedor e consumidor PJ? A responsabilidade pode ser limitada, em situações justificáveis. O que sai do padrão é comprar em grande quantidade sem revender, com uma negociação diferenciada.
CUIDADO: situações justificáveis = não pode retirar a responsabilidade das partes, ou seja, a mesma só pode ser limitada (restringida conforme a situação hipotética = situações que saem do uso padrão comum do comércio varejista).
b) Inciso II: reembolso não pode ser excluído.
Importante: artigo 18, § 1º (reembolso quando o problema não é resolvido no prazo de trinta dias). Qualquer caso que tenha efeito ex tunc, inclusive ao arrependimento, terá o direito ao reembolso com correção monetária.
c) Inciso III: transferir responsabilidade a terceiros (a exclusão da responsabilidade é nula).
Entretanto, não há impedimento para o fornecedor contratar seguro para se garantir contra prejuízos pela necessidade de pagamento de indenização por acidente de consumo.
Exemplos: contrato de seguro – a seguradora coloca no contrato que a deverá levar até a funilaria “x” e que a partir dali se acontecer algum problema, a responsabilidade será exclusiva da funilaria “x” e não mais da corretora de seguros. Essa cláusula não é válida; compra um tênis, aparece um vício, leva para o reparo e após um prazo liga para o consumidor ir buscá-lo. O consumidor descobre que foi o sapateiro da esquina que consertou. Isso pode? Pode! O código não determina que deverá voltar para a fábrica, diz somente que deverá sanar o problema e ponto.
d) Inciso IV: desvantagem exagerada ao consumidor, respeitando a boa-fé ou a equidade (o desproporcional leva à nulidade da respectiva cláusula).
Jurisprudência: capitalização de juros é considerada iníquas (STJ); os juros de mercado não podem ultrapassar a média de mercado.
Deve estar fora da média do mercado, além disso, quando impõe, obrigações que de outro lado não tem, também é pacífico – exemplo: multa para somente uma das partes. Capitalização de juros também é considerada iníqua = juros sobre os juros que não poderá ser aplicada – lei da usura de 12% ao ano, etc.
§ 1º presume-se exagerada, entre outros casos, a vantagem que:
Esta presunção não é absoluta (é aberta podendo ser sempre discutida).
II – se a empresa demonstrar que não ameaçou o contrato não responderá
III – “circunstâncias peculiares ao caso” aqui entra a possibilidade de tentar argumentar uma doença superveniente, mas a jurisprudência não tem aceito.
e) Inciso VI: proibição da inversão do ônus da prova (nulidade de pleno direito).
f) Inciso VII: determinem a utilização compulsória de arbitragem (não pode obrigar o consumidor). Hoje as câmaras particulares não podem compulsoriamente, pois a maioria dos consumidores ainda não conhecem.
g) Inciso VIII: imponham representante para concluir ou realizar outro negócio jurídico pelo consumidor.
CUIDADO: súmula 60, do STJ. Os bancos colocam uma cláusula mandato que se precisar colocar um contrato de antecipação de crédito, nomeia o gerente do banco para fazê-lo por você. – absurdo.
h) Inciso IX: opção de conclusão do negócio é do consumidor (pouco importa a escolha do fornecedor).[25: 	 17ª Aula (02 de setembro de 2016). Contribuições Material Milena.]
O consumidor tem a opção de modificar ou revisar as cláusulas excessivas ou onerosas, decidindo se continua ou não. 
Obsolência – fora do padrão que a sociedade entende que seja moderno – exemplo: Apple – coloca no mercado um aparelho já ultrapassado, com propaganda no mercado de um novo produto que será lançado em pouco tempo muito superior.
i) Inciso X: permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente, variação do preço de maneira unilateral.
Essa variação do preço é relacionada com o índice de correção, desde que esteja previsto no contrato, com índices previstos pelo banco central – que são aceitos pela jurisprudência – exemplo: Taxa Selic que é muito alto e muito próximo à inflação. 
Se estiver previsto no contrato, o fornecedor poderá, sem autorização no consumidor, reajustar o contrato com a taxa contratada, mesmo que esta seja muito alta.
j) Inciso XI: autorizem o fornecedor a cancelar o contrato unilateralmente, sem que igual direito seja conferido ao consumidor;
Essa autorização de cancelamento tem uma certa relatividade, pois quando for um serviço essencial, o fornecedor nunca poderá cancelar sem uma justa causa.
k) Inciso XII: honorários não podem ser cobrados sem a presença de um advogado. 
OBS.: cabem honorários advocatícios em caso de cobrança extrajudicial?
CUIDADO: multa compensatória? É utilizada para compensar o tempo
l) Inciso XIII: não pode o fornecedor alterar o contrato unilateralmente.
m) Inciso XIV: violação de normas ambientais. Hoje busca-se o uso consciente e sustentável.
n) Inciso XV: desacordo com o sistema nacional de proteção ao consumidor.
o) Inciso XVI: renúncia à indenização por benfeitorias necessárias. Exemplo: contrato de leasing, em que a instituição coloca uma cláusula de que o consumidor não terá direito a indenizações por benfeitorias necessárias. 
7.2. Artigo 53: no de cancelamento do serviço/bem prestado, é nula de pleno direito as cláusulas que estabeleçam a perda total das prestações pagas em benefício do credor.
CUIDADO: pacotes de turismo e viagem aérea deve-se analisar o caso concreto, pois geralmente não há devolução de valores no caso de inadimplemento “em cima da hora” (nem sempre será caso de cláusula abusiva).
8. MULTA MORATÓRIA E PAGAMENTO ANTECIPADO:
8.1. Multa moratória (artigo 52, § 1º): as multas de mora decorrentes do inadimplemento de obrigação no seu turno não poderão ser superiores a 2% do valor da prestação.
CUIDADO: pode ainda o fornecedor exigir juros e correção monetária, respeitando que a multa moratória não incide mês a mês.
OBS.: está pacificado o entendimento de que em todas as relações de consumo podem ser exigidas essa multa.
Cláusula penal: em decorrência do descumprimento do contrato ou compensatória.
Basicamente: a multa moratória é utilizada em face do inadimplemento da relação de consumo, ou seja, não houve necessariamente o descumprimento/rescisão do contrato.
8.2. Pagamento antecipado da outorga de crédito (artigo 52, § 2º): gera necessariamente a redução proporcional dos juros e demais acréscimos.
Exemplo: compra em dez vezes com juros e correção monetária, sendo que o consumidor pretende quitar a obrigação na quinta, fará jus à redução proporcional nos encargos.
CUIDADO: pagamento ao contrário? Não faz jus ao desconto nos acréscimos. Exemplo: financiamento de veículo, quando paga-se duas parcelas ao mês, um do início e outra do final.
9. DOS BANCOS DE DADOS E CADASTROS DE CONSUMIDOR (ARTIGO 43):
9.1. Introdução: o consumidor sempre terá direito ao acesso às informações existentes em bancos de dados e cadastros de consumidores. Exemplo: lojas
Os cadastros devem ser: objetivos, claros, verdadeiros e em linguagem de fácil compreensão.
9.2. Período máximo: de cinco em cinco anos a empresa pode renovaros dados dos consumidores (súmula 323, do STJ).
9.3. Abertura do cadastro: comunicação por ESCRITO de abertura de cadastro, quando não solicitada pelo consumidor, o registro nos órgãos de proteção ao crédito também devem ser comunicados por escrito e com antecedência.
Aviso de Recebimento (AR)? A jurisprudência diverge. O Estado de São Paulo editou uma lei obrigando o envio da correspondência por AR, inclusive que deverá ser recebida pelo próprio consumidor.
CUIDADO: há uma lei Estadual de São Paulo, dizendo que além de ser escrita deve ter a assinatura do devedor, ou seja, se der endereço errado, nunca será negativado.
10. DA COBRANÇA DE DÍVIDAS (ARTIGO 42):[26: 	 18ª Aula (09 de setembro de 2016).]
O consumidor inadimplente: ridículo, constrangimento ou ameaça.
O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à devolução em dobro, acrescido de correção monetária e juros legais, SALVO HIPÓTESE DE ENGANO JUSTIFICÁVEL (a jurisprudência entende que é necessário comprovar a má-fé da empresa = reclamação, protocolo, carta, Procon, entre outros, e a cobrança ainda é cobrada, bem como é necessária o prévio pagamento). Doutrina = deve devolver quando a cobrança é feito, não o seu pagamento.
Documentos de cobrança de débitos, deverão constar o nome, o endereço, CPF ou CNPJ do fornecedor do produto ou serviço correspondente (identificação plena é necessária sempre!).
Basicamente: o CDC permite a cobrança, porém não pode o fornecedor constranger (a doutrina diz que é aquilo que ataca a moral, os usos e costumes, a paz e o sossego do consumidor = muito subjetivo; para a jurisprudência só será constrangimento em caso totalmente aparente) o consumidor. 
Exemplo: ligar e deixar recado com colega de trabalho (posso ligar, sem falar em dívidas); carta de cobrança em local de trabalho (salvo no caso de lacrada e prevista cláusula específica).
Assim, a carta quando vir lacrada/fechada, pode ser enviada no endereço comercial, se o consumidor autorizar. Mas se não há autorização e enviar a carta no trabalho, ainda que esteja lacrada, é considerado constrangimento. 
11. OFERTAS E PUBLICIDADE:
11.1. Princípios: além dos princípios gerais, a oferta e publicidade possuem dois princípios específicos.
a) Vinculação (artigo 37, § 1º): estabelece que toda oferta e publicidade vincula o consumidor/fornecedor ao seu cumprimento.
É quase um contrato preliminar, pois vincula uma das partes e cabe a outra a prestação da obrigação (independentemente da assinatura do referido contrato).
b) Identificação da mensagem (artigo 37, § 2º): obriga necessariamente o fornecedor a deixar a publicidade e a oferta menos enganosa possível, ou seja, deve oferecer condições de entendimento (mensagem comercial deve estar identificada). 
Publicidade e propaganda? Merchandising (não é agressivo) = contexto fantasioso e cinematográfico sobre determinada marca (no Brasil não é considerada como propaganda abusiva, pois não deixa claro que o anúncio é uma propaganda); Mensagem Subliminar = a maioria da doutrina entende que é prática abusiva, pois parte do contexto fica preso no subconsciente do consumidor (apelativo).
11.2. Publicidade x Propaganda: o CDC não trata sobre propaganda (ambos são diferentes).
Publicidade? Possuiu intuito comercial, ou seja, de lucro! Exemplos: comerciais de tratamento de beleza.
Propaganda? Vem do verbo propagar (propagare), ou seja, se propagar no tempo. A propaganda não tem intuito comercial (lucro), ou seja, o intuito é político, científico, cultural e de filosofia. Exemplo: Jesus Cristo (existiu e construiu uma ideia que se propagou) e Hitler (segundo maior propagandista da história, pois conseguiu convencer grande parte da Europa sobre seus propósitos); propaganda eleitoral.
11.3. Publicidade enganosa: o fornecedor pode agir de forma comissiva (ação) ou omissiva.
Ação = o fornecedor traz informações erradas acerca de determinado produto/serviço. Exemplo: preço falso/informações inexistentes para atrair clientela.
Omissão? Ocorre quando o fornecedor deixa de informar algo essencial ao consumidor para realizar aquela determinada compra. Exemplo: publicidade que deixa de colocar a taxa de juros aplicada na venda a prazo.
11.4. Publicidade abusiva: é aquela que apela para alguns sentimentos, religiosidade, sexualidade, violência, misticismo ou ainda dirigidas para criança e para o “idoso” (jurisprudência).
É aquela publicidade apelativa! Exemplo: publicidade de carro blindado em arrastão. 
11.5. Ônus da prova (artigo 38): na publicidade o ônus não é invertido, ou seja, já é automático, não sendo necessário o requerimento ao juiz.
O fornecedor deve provar a não abusividade ou enganosidade de sua publicidade. Exemplo: “até quando durarem os estoques” (fornecedor deve manter notas fiscais acerca da venda).
11.6. Recusa do fornecedor (artigo 35): pode o consumidor exigir em decorrência da recusa do fornecedor.
a) Exigir o cumprimento (obrigação de fazer);
b) Aceitar outro produto ou serviço de iguais qualidades, características e valores;
c) Rescindir o contrato (vinculação desde a oferta, mesmo que o contrato ainda não seja assinado) com restituição + perdas e danos (se presentes).
Ressalva: não se exige o cumprimento no caso de LICENÇA PUBLICITÁRIA (são aqueles exageros, que ultrapassam o zelo do homem médio, ou seja, que são óbvios dentro da publicidade e que não são considerados publicidade enganosa/abusiva; exemplo: carro que vira robô) e ERRO PERCEPTÍVEL (erro manifestamente presente, claro, público e notório; exemplo: Pernambucanas que anunciou uma televisão absurdamente cara por mil reais, com estante de madeira). 
OBS.: contrapropaganda = informa e não tem o intuito de lucro.
12. FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS DO DIREITO AMBIENTAL:[27: 	 19ª Aula (21 de outubro de 2016). 4º BIMESTRE. Contribuições Material Milena.]
12.1. Introdução: a Constituição Federal é para o direito ambiental a legislação mais importante, pois o código florestal, enfrenta, hoje, 11 ações de inconstitucionalidade, e todas as demais sofrem preconceitos e não são levadas a sério.
Quando foi para votação do código florestal, foi bem questionada porque a lei anterior era muito mais protetiva. Havia um retrocesso como, por exemplo, anistia de crimes ambientais (direito fundamental do ser humano, diretamente ligado ao direito à vida). Com a sua aprovação foram anistiados 90% dos crimes cometidos contra o desmatamento da Amazônia, e etc. Foram propostas 16 ações de inconstitucionalidade, hoje, em ainda em andamento 11. E o STF, está voltado mais para as operações da “Lava Jato” e as questões atuais!!!!
O estudo de impacto ambientar do artigo 9º deve estar presentes, para a empresa estar com a documentação em ordem (RIMA – Relatório de Impacto ambiental) geralmente está a disposição, que deve ser claro, ostensivo e numa linguagem clara. E geralmente quem confecciona este documento é um documento (não fica responsável pelo impacto ambiental, estes são de responsabilidade dos geólogos, etc, mas é a questão de juntar documentos exigidos por lei e deixá-las organizadas e documentadas). Ex. todas as empresas que liberam gases químicos, devem ter estes estudos de impactos ambientais.
E esta lei retroage em prol da coletividade, exceto nos casos que são impossíveis de se readequar – ex. automóvel que usavam carburador e a lei determinou que deveria ser usado injeção eletrônica, mas e os que já haviam sido vendidos?
12.2. Artigo 225, da CF: a lei de impacto ambiental que é de 1981, pode ter inspirado a criação do artigo 225, da Constituição que é de 1988.
Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
Quem são todos?
Hoje, quando falamos em todos, a ideia é do art. 5º
A) Todos – art. 5º, CF: os brasileiros e estrangeiros residentes no

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