Buscar

Aula 04 - Direito Constitucional

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 70 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 70 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 70 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES 
PROFESSOR: VÍTOR CRUZ
1
Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR
Aula 4:
Olá Pessoal, tudo certo? 
Vamos continuar o estudo sobre os Direitos e Deveres Individuais e 
Coletivos? 
Na aula de hoje eu irei terminar este assunto e deixarei os direitos 
sociais para a próxima aula, ok?! 
Vamos nessa então: 
Direito de informação em órgãos públicos: 
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos 
informações de seu interesse particular, ou de interesse 
coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob 
pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo 
seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; 
Essas informações são de relevância para a pessoa ou para a 
coletividade. Se negado este direito, poderá ser impetrado habeas 
data, no caso de ser uma informação pessoal do impetrante, ou 
mandado de segurança, no caso de uma informação, que embora 
seja de seu interesse, não seja estritamente ligada à sua pessoa. 
1. (ESAF/ATRFB/2009) Todos têm direito a receber dos órgãos 
públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse 
coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de 
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível 
à segurança da sociedade e do Estado. 
Comentários: 
É isso aí. Trata-se do direito de informação, previsto no art. 5°, 
XXXIII, da CF/88. 
Gabarito: Correto. 
Direito de petição e direito de obter certidões 
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do 
pagamento de taxas: 
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de 
direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; 
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para 
defesa de direitos e esclarecimento de situações de 
interesse pessoal; 
CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES 
PROFESSOR: VÍTOR CRUZ
2
Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR
O direito de petição é o direito que QUALQUER pessoa (física ou 
jurídica) possui de se dirigir ao Poder Público (qualquer poder) e 
"pedir" (petição) que se tome alguma atitude em defesa de seus 
direitos, ou contra alguma ilegalidade ou abuso de poder. 
Não se deve confundir o direito de petição, que é o direito de pedir 
que o Poder Público (seja o Poder Executivo, Legislativo, Judiciário ou 
ainda o Ministério Público) tome certas providências, com o direito de 
ingressar com uma ação judicial ou de postular em juízo. Muitas 
bancas tentam confundir o candidato associando erroneamente estes 
institutos. 
Embora a literalidade da Constituição pareça conceder uma 
imunidade ao pagamento de taxas, essa imunidade parece ser 
defendida com força apenas pela doutrina tributarista, boa parte da 
doutrina de direito constitucional entende que o legislador 
constituinte pretendia dar gratuidade geral de quaisquer custas 
referentes a esses institutos e não apenas dispensar o pagamento de 
taxas (que é apenas uma das espécies de tributos). Em provas de 
concursos, as bancas não têm entrado nesse mérito, limitando-se a 
cobrar os seguintes pontos sobre o direito de petição e certidão: 
1. Não precisa de lei regulamentadora; 
2. Independe do pagamento de quaisquer taxas, e não possui 
caráter restritivo, ou seja, TODOS são isentos, e não apenas os 
pobres ou com insuficiência de recursos. Até as pessoas 
jurídicas poderão fazer uso e receber a imunidade. 
3. No direito de petição, a denúncia ou o pedido poderão ser feitos 
em nome próprio ou da coletividade. 
4. É um direito fundamental perfeitamente extensível aos 
estrangeiros que estejam sob a tutela das leis brasileiras. 
5. Estes direitos, se negados, também poderão dar motivo à 
impetração de Mandado de Segurança. 
2. (FCC/AJAA - TRT 4ª/2009) O Direito de Petição previsto na 
Constituição Federal é: 
a) exercido tão somente no âmbito do Poder Judiciário. 
b) assegurado aos brasileiros natos, maiores de vinte e um anos. 
c) extensivo a todos, nacionais ou estrangeiros, mediante o 
pagamento de taxas. 
d) destinado ao cidadão em face dos Poderes Públicos e exercido 
judicialmente apenas por advogado constituído. 
e) garantido a todos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou 
abuso de poder. 
CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES 
PROFESSOR: VÍTOR CRUZ
3
Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR
Comentários: 
Letra A - Errado. Pode ser exercido perante qualquer Poder. 
Letra B - Errado. Não existe tal restrição. 
Letra C - Errado. Realmente todos podem exercê-lo, mas não precisa 
pagar taxas. 
Letra D - Errado. Qualquer um pode exercer este direito, 
independentemente de constituir advogado. 
Letra E - Agora sim... está está correta. 
Gabarito da questão: Letra E. 
3. (CESPE/Analista Administrativo - PREVIC/2011)
Independentemente do pagamento de taxas, é assegurada a todos, 
para a defesa e esclarecimento de situações de interesse pessoal e de 
terceiro, a obtenção de certidões em repartições públicas. 
Comentários: 
A Constituição não assegura o direito de certidão para esclarecer 
situações de interesse de terceiros, apenas as de interesse pessoal 
(CF, art. 5º, XXXIV, "b"). 
Gabarito: Errado. 
4. (CESGRANRIO/Advogado Jr. - Petrobrás/2010) O direito 
de petição assegurado na Constituição Federal: 
a) exige a edição de lei ordinária para ser aplicado. 
b) é garantido aos nacionais e, também, aos estrangeiros. 
c) demanda o endereçamento da petição ao órgão competente para 
tomada de providências. 
d) pode estar vinculado ao pagamento de taxas, para custear a 
atividade necessária ao seu atendimento. 
e) tem aplicação restrita aos órgãos do Poder Executivo, em todas as 
suas instâncias e esferas federativas. 
Comentários: 
O direito de petição é o direito que QUALQUER pessoa (física ou 
jurídica) possui de se dirigir ao Poder Público (qualquer poder) e 
"pedir" (petição) que se tome alguma atitude em defesa de seus 
direitos, ou contra alguma ilegalidade ou abuso de poder. 
Letra A - Errado. Ele é auto-aplicável, não precisa de uma lei 
regulamentadora para ser exercível. 
CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES 
PROFESSOR: VÍTOR CRUZ
4
Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR
Letra B - Correto. O Direito de Petição é também assegurado àqueles 
estrangeiros em território nacional, sob as leis brasileiras. 
Letra C - Errado. Endereçamento é aquela formalidade que existe nas 
peças judiciais, onde o advogado endereça a petição ao 
"Excelentíssimo Senhor Juiz blá blá blá"... O direito de petição não 
tem nenhuma formalidade rígida, é um pedido mais simples de 
tomada de providências. 
Letra D - Errado. Segundo a Constituição, art. 5º, XXXIV, o direito de 
petição é assegurado a todos, independentemente do pagamento de 
taxas. 
Letra E - Errado. A autoridade pública, destinatária da petição, não 
precisa ser do Poder Executivo. Pode ser qualquer Poder. 
Gabarito: Letra B. 
Inafastabilidade do Judiciário 
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário 
lesão ou ameaça a direito; 
O princípio da inafastabilidade do Judiciário é um princípio 
importantíssimo para o Estado democrático de direito. Pois ao 
garantir que toda lesão ou ameaça a direito estará sujeita a 
apreciação do Poder Judiciário, a Constituição impede os usos 
arbitrários de poder que ameaçam a democracia. 
Vamos tecer algumas considerações sobre o princípio: 
O princípio da inafastabilidade do Judiciário é um princípio expresso 
na Constituição? 
Sim, está no art. 5º, XXXV: "a lei não excluirá da apreciação do Poder 
Judiciário lesão ou ameaça a direito". 
O entendimento deste artigo é que, por este princípio, alguém poderá 
acessar o Poder Judiciário sem necessariamente esgotar as esferas 
administrativas e será apenas o Poder Judiciário que faráa “coisa 
julgada” em definitivo, típico do direito inglês, diferentemente do 
franCês, onde há o “Contencioso administrativo”. (no contencioso 
administrativo, a esfera administrativa é capaz de proferir decisões 
definitivas, sem que sejam apreciadas pelo Poder Judiciário). 
2- Existem exceções a este princípio?
Sim: 
A) CF, art. 217 §1º → O Poder Judiciário só admitirá ações relativas 
à disciplina e às competições desportivas após esgotarem-se as 
instâncias da justiça desportiva, regulada em lei. 
B) Em se tratando de Habeas Data, só será admitida a propositura 
deste remédio depois de negado o pedido pela autoridade 
CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES 
PROFESSOR: VÍTOR CRUZ
5
Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR
administrativa. (entendimento do STF - HD 22/DF, entre outros - e 
STJ - Súmula nº2) 
3- Por que este princípio existe?
O Brasil é um Estado Democrático de Direito. Assim, para que esta 
característica se concretize, precisa-se de um Poder Judiciário efetivo, 
que realmente tome conhecimento das demandas, e assim sirva de 
"balança" nas relações internas. Assim, o Poder Judiciário é peça 
importantíssima para efetivação do sistema de "freios e contrapesos", 
pois, impede que haja abusos e autoritarismos por parte dos Poderes 
Executivo e Legislativo. 
5. (CESGRANRIO/Advogado Jr - EPE/2007) Está INCORRETO 
afirmar, sobre o princípio constitucional do controle judiciário, 
também conhecido por princípio da inafastabilidade do controle 
jurisdicional, que: 
a) é fundamentado no princípio da separação de poderes. 
b) possibilita o ingresso em juízo para assegurar direitos 
simplesmente ameaçados. 
c) constitui princípio constitucional expresso. 
d) garante o acesso ao Judiciário contra lesões a direitos coletivos. 
e) não ampara direitos de pessoa jurídica. 
Comentários: 
Comentários sobre a questão: 
Letra A - Perfeito. O princípio da "separação dos poderes" na verdade 
reflete a independência e harmonia entre as funções do Poder 
Político. O Judiciário, ao estar constitucionalmente assegurado de 
conhecer de todas as demandas, pode agir como o "fiel da balaça" e 
assim efetivar esta harmonia. 
Letra B - Correto. A pessoa que possuir um direito que se encontra 
sob ameça, pode recorrer ao Judiciário para requerer a proteção, o 
direito não precisa estar sendo "efetivamente lesado" já que não se 
excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a 
direito. 
Letra C - Correto. Encontra-se expressamente previsto no art. 5º, 
XXXV da Constituição. 
Letra D - Correto. O principio é uma garantia fundamental que 
protege o exercício dos outros direitos, sejam estes direitos 
individuais ou coletivos. 
Letra E - Errado. O princípio da inafastabilidade do Judiciário é uma 
garantia fundamental expressa na Constituição. Estes direitos e 
garantias, sempre que possível são aplicados às pessoas jurídicas. 
CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES 
PROFESSOR: VÍTOR CRUZ
6
Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR
Gabarito: Letra E. 
Limitação a retroatividade da lei 
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato 
jurídico perfeito e a coisa julgada; 
Esses conceitos não são consensuais e frequentemente ocorrem 
brigas judiciais tentando reconhecer direitos adquiridos diversos. 
Segundo a Lei de Introdução ao Código Civil (LICC, art. 6º): a lei em 
vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, 
o direito adquirido e a coisa julgada e define os conceitos: 
• (§1º) Reputa-se ato jurídico perfeito: o já consumado 
segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. 
• (§2º) Consideram-se adquiridos: assim os direitos que o 
seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles 
cujo começo do exercício tenha termo ("data") pré-fixo, ou 
condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de 
outrem. 
• (§3º) Chama-se coisa julgada ou caso julgado: a decisão 
judicial de que já não caiba recurso. 
O caso do ato jurídico perfeito (aquela coisa que já está consumada 
no termos da lei, logo não pode ser alterada, pois "já se foi", já se 
consumou) e o caso da coisa julgada são de fácil entendimento. A 
grande discussão se dá no caso do direito adquirido. Vamos ver 
algumas discussões: 
Direito adquirido X nova constituição: 
Observe que a Constituição fala no termo "lei", assim, não se poderão 
invocar direitos adquiridos face à entrada em vigor de uma nova 
Constituição, até porque sabemos que o Poder Constituinte Originário 
é ilimitado, não há barreiras intransponíveis. 
Já em se tratando de Emendas Constitucionais, a questão é 
controversa, pois esta não é ilimitada como a Constituição originária 
e deve respeitar limitações constitucionais, como os direitos 
individuais. 
Direito adquirido X lei de ordem pública:
STF – ADI 493 → O disposto no art. 5º, XXXVI, da Constituição Fede-
ral, se aplica a toda e qualquer lei infraconstitucional, sem qualquer 
distinção entre lei de direito público e lei de direito privado, ou entre 
lei de ordem pública e lei dispositiva. 
O que se quer dizer com esse julgado é que "qualquer lei 
infraconstitucional deve respeitar o disposto no art. 5º, XXXVI da 
CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES 
PROFESSOR: VÍTOR CRUZ
7
Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR
Constituição". Assim, o direito adquirido e o ato jurídico perfeito 
aplicam-se inclusive às leis de ordem pública. 
Desta forma, conforme salientado por José Afonso da Silva, o correto 
seria dizer que não há direito adquirido individual que prevaleça 
sobre o interesse geral. Estando incorreto falar que não se pode 
invocar o direito adquirido face à lei de ordem pública ou lei de direito 
público. 
Para fins de elucidação dos termos:
A lei pode ser classificada como direito público ou direito privado: 
Lei de direito privado - são leis que regulamentam relações estritas 
entre particulares, não envolvem interesses da sociedade como um 
todo nem os interesses do Estado. 
Leis de direito público - estabelecem relações envolvendo o Estado 
e defendendo o interesse público. 
Quanto à sua obrigatoriedade, as lei podem ser: 
Leis de ordem pública (ou imperativas) - são também chamadas 
de cogentes, são aquelas leis imperativas que organizam a 
sociedade, proibindo ou autorizando condutas. Sendo de 
observância obrigatória, a autonomia particular não pode se opor a 
elas. 
Leis dispositivas - são aquelas leis não imperativas, estabelecem 
direcionamentos, mas sem negar a autonomia privada. São as 
normas que irão vigorar em caso de silêncio das partes. 
Mais uma vez ratificando: qualquer lei, independentemente do seu 
teor ou classificação deve respeitar o ato jurídico perfeito, o direito 
adquirido e a coisa julgada. 
Direito adquirido X regime jurídico: 
A recorrente frase "não existe direito adquirido a regime jurídico" 
decorre de diversos julgados onde o STF reconheceu que a mudança 
das relações institucionais entre o Estado e seus servidores não 
podem ser impugnadas sob a alegação de que os servidores teriam 
direito adquirido àquelas relações vigentes no momento em que 
entraram em serviço. 
Por exemplo, se uma lei federal viesse a substituir ou modificar a lei 
8112/90 (regime jurídico dos servidores federais) alterando alguns 
direitos previstos nesta norma, não poderiam os servidores federais 
alegar que pelo fato de terem entrado em serviço sob a vigência 
daquela norma teriam adquirido o direito a fazer jus aos benefícios 
contidos naquele diploma. 
CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES 
PROFESSOR: VÍTOR CRUZ
8
Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR
Irretroatividade da lei X ente público que editou a lei: 
STF – Súmula nº 654 → A garantia da irretroatividade da lei, prevista 
no art. 5º XXXVI, da Constituição,não é invocável pela entidade 
estatal que a tenha editado. 
Essa súmula, deriva de alguns julgados do STF, principalmente sobre 
a aposentadoria especial. Ela visa fazer com que o Estado cumpra 
compromissos criados por ele mesmo, não podendo se proteger com 
a garantia constitucional quando ele próprio editou a lei que cria o 
ônus. 
Vamos citar um exemplo: imagine o fato de que exista uma lei 
dizendo: é garantida a aposentadoria especial para as classes de 
trabalhadores X e Y, por realizarem atividades insalubres durante 25 
anos. 
Bom, posteriormente a entidade estatal edita uma lei declarando que 
a atividade dos trabalhadores da classe Z também é insalubre. 
O Estado é obrigado a reconhecer retroativamente os direitos da 
classe Z. Ele não pode dizer: "calma ae, a lei é irretroativa, antes 
disso não vou mudar nada, só vale daqui pra frente". Não pode! 
Porque para o STF a garantia da irretroatividade da lei não é 
invocável pela entidade estatal que a tenha editado. 
6. (CESPE/Advogado - Petrobrás/2007) No ordenamento 
jurídico vigente, a legislação infraconstitucional, ainda quando de 
ordem pública, não pode retroagir para alcançar ato jurídico perfeito. 
Comentários: 
Dispõe o art. 5º, XXXVI: a lei não prejudicará o direito adquirido, o 
ato jurídico perfeito e a coisa julgada. Segundo o STF no julgamento 
da ADI 493: o disposto no art. 5º, XXXVI, da Constituição Federal, se 
aplica a toda e qualquer lei infraconstitucional, sem qualquer 
distinção entre lei de direito público e lei de direito privado, ou entre 
lei de ordem pública e lei dispositiva. 
Gabarito: Correto. 
7. (CESPE/Juiz Federal Substituto – TRF 5ª/2009) Suponha 
que Maria, viúva de servidor público estadual, estivesse recebendo, 
com base em lei estadual, pensão de 100% do valor da remuneração 
do cargo efetivo do falecido marido e que lei estadual superveniente 
tenha reduzido esse percentual para 50% do valor da remuneração 
do cargo. Nessa situação hipotética, a redução legal alcança o 
benefício recebido por Maria, já que não há direito adquirido a regime 
jurídico. 
Comentários: 
CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES 
PROFESSOR: VÍTOR CRUZ
9
Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR
No caso em tela, a pensionista já está com o seu direito adquirido, 
fruindo dele, não pode ser alcançada pela retroação da lei. A redução 
da pensão iria ferir a "irredutibilidade dos vencimentos", logo, não 
seria possível, segundo o STF. 
Gabarito: Errado. 
8. (ESAF/ATRFB/2009) A garantia da irretroatividade da lei, 
prevista no texto constitucional, não é invocável pela entidade estatal 
que a tenha editado. 
Comentários: 
É a literalidade da súmula 654 do STF: “A garantia da irretroatividade 
da lei, prevista no art. 5º, XXXVI, da Constituição da República, não é 
invocável pela entidade estatal que a tenha editado". 
Gabarito: Correto. 
9. (ESAF/APO-MPOG/2010) É constitucional a redução de 
percentual de gratificação paga a servidor público, respeitada a 
irredutibilidade de vencimentos, porque não há direito adquirido a 
regime jurídico. 
Comentários: 
Percebemos que a assertiva trazida pela banca claramente se refere a 
um julgamento do STF, em 2009 (RE 563965), ocorrido pouco antes 
do concurso que caiu esta questão. Neste julgamento, o STF decidia 
sobre a constitucionalidade da redução de uma gratificação de uma 
servidora pública pela entrada em vigor de uma lei que modificava o 
regime jurídico vigente, alterando a fórmula de se calcular a 
gratificação. O STF decidiu que o direito adquirido pela servidora 
seria tão somente a irredutibilidade de vencimento, não 
havendo direito adquirido em relação à forma de calcular esse 
vencimento. O STF salientou, que no cálculo geral do vencimento, 
não se tinha ferido à irredutibilidade salarial e dessa forma, 
considerou legítima a mudança afirmando que é constitucional a 
redução de percentual da gratificação paga, desde que 
respeitada a irredutibilidade de vencimentos, porque não há 
direito adquirido a regime jurídico. 
Gabarito: Correto. 
Juiz Natural 
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; 
CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES 
PROFESSOR: VÍTOR CRUZ
10
Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR
Juiz natural nada mais é do que dizer: para se julgar alguém já existe 
um órgão determinado previamente para tal, não podendo haver 
julgamento por órgãos excepcionais, pois isso seria parcial e arbitrário. 
Ressalta-se que este conceito não abrange somente os julgamentos do 
Judiciário. Por exemplo, o Senado Federal é o juízo natural para o 
julgamento do Presidente da República nos crimes de 
responsabilidade. 
Outra face deste princípio se encontra no inciso LIII – ninguém será 
processado nem sentenciado senão pela autoridade competente; 
Tribunal de exceção → Aquele que é criado especificamente para 
julgar um crime, sem que existisse previamente. Também chamado 
de tribunal “ad hoc”, expressão latina que significa “específico”, “para 
isto” etc. 
STF – Súmula nº 704 → Não viola as garantias do juiz natural, da 
ampla defesa e do devido processo legal, a atração por continência 
ou conexão do processo do corréu ao foro por prerrogativa de função 
de um dos denunciados. 
10. (FCC/Auxiliar-TJ-PA/2010) Não haverá juízo ou tribunal de 
exceção. 
Comentários: 
Vimos que pelo art. 5º, XXXVII: Não haverá juízo ou tribunal de 
exceção. E vimos também que Tribunal de exceção é aquele que é 
criado especificamente para julgar um crime, sem que existisse 
previamente. Também é chamado de tribunal "ad hoc". 
Gabarito: Correto. 
11. (FCC/Auxiliar-TJ-PA/2010) A lei não prejudicará o direito 
adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada. 
Comentários: 
Também já vimos que pelo art. 5º, XXXVI: a lei não prejudicará o 
direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada. 
Gabarito: Correto. 
12. (FCC/Analista - TRT 15ª/2009) Admitir-se-á, nos termos da 
lei, juízo ou tribunal de exceção. 
Comentários: 
Isto contraria a garantia individual prevista na Constituição Federal 
em seu art. 5º, XXXVII: Não haverá juízo ou tribunal de exceção. 
CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES 
PROFESSOR: VÍTOR CRUZ
11
Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR
Como vimos, tribunal de exceção é aquele que é criado 
especificamente para julgar um crime, sem que existisse 
previamente. Também é chamado de tribunal "ad hoc". 
Gabarito: Errado. 
13. (CESPE/TJAA-STM/2011) A imparcialidade do Poder 
Judiciário e a segurança do povo contra o arbítrio estatal são 
garantidas pelo princípio do juiz natural, que é assegurado a todo e 
qualquer indivíduo, brasileiro e estrangeiro, abrangendo, inclusive, 
pessoas jurídicas. 
Comentários: 
Isso aí. Quando alguém está sendo acusado de algo, já deve existir 
um foro pré-determinado para seu julgamento, não se poder criar um 
órgão julgador "de exceção", apenas para julgar o referido caso, isso 
seria parcial e arbitrário. 
Esse direito abrange também pessoas jurídicas e estrangeiros, já que 
ambos são destinatários de direitos fundamentais (sempre que a eles 
não seja vedada a aplicação por decorrência lógica ou expressa). 
Gabarito: Correto. 
Promotor natural: 
É entendido como desdobramento do Juiz natural, mas é referente ao 
processo, e não à sentença. 
1. Para sentenciar ou processar alguém, só autoridade 
competente. 
2. Para dar respaldo a isso, a CF também garantiu: 
a) é privativa do Ministério Público a ação penal pública (art. 
129 da CF); 
b) os membros do MP gozarão de inamovibilidade, salvo por 
interesse público (art. 128, § 5º da CF) 
Tudo isso para garantir que não haja processo de exceção na justiça 
brasileira. Os cargos do Ministério Público são previstos em lei, fixos, 
não se admite cargos genéricos.Uadi Lammêgo Bulos ensina que o fundamento deste princípio é que 
o acusado possa ter o seu processo analisado de forma livre e 
independente, de acordo com a legalidade. 
14. (CESPE/Analista Adm.- MPU/2010) O princípio do promotor 
natural decorre da independência funcional e da garantia da 
inamovibilidade dos membros da instituição. 
CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES 
PROFESSOR: VÍTOR CRUZ
12
Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR
Comentários: 
O princípio do promotor natural é entendido como desdobramento do 
Juiz natural, mas é referente ao processo, e não à sentença. São 
todas as disposições que garantem que não haja processo de exceção 
na justiça brasileira. 
Gabarito: Correto. 
Tribunal do Júri 
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a 
organização que lhe der a lei, assegurados: 
a) a plenitude de defesa; 
b) o sigilo das votações; 
c) a soberania dos veredictos; 
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos 
contra a vida; 
É uma prerrogativa do Júri a “soberania” dos veredictos, não 
podemos falar em "irrecorribilidade das suas decisões" nem em 
"imutabilidade dos veredictos". 
A soberania dos verdictos é a prerrogativa de que o Júri deverá ter a 
sua decisão respeitada não sendo revista por outro órgão judicial. Ou 
seja, o que o corpo de jurados decidir está decidido, não podendo 
haver ingerência de "juizes togados" na decisão. 
Porém, as palavras imutabilidade (não pode ser mudado) ou 
irrecorribilidade, são muito fortes, não correspondendo à realidade. 
Um outro ponto bastante cobrado em concursos é o fato de a 
competência do tribunal do Júri não prevalecer sobre as 
“prerrogativas de foro” conferidas pela própria Constituição Federal. 
Assim, ainda que nesses crimes dolosos contra a vida, o Presidente 
da República, por exemplo, será julgado pelo STF, devido à sua 
prerrogativa e não pelo Júri. 
Porém, lembramos que apenas a Constituição Federal poderá 
estabelecer “prerrogativas de foro” que prevalecerão sobre o Júri. 
Consoante a isso, dispõe a Súmula nº 721: 
STF – Súmula nº 721 → A competência constitucional do tribunal do 
júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido 
exclusivamente pela Constituição Estadual. 
STF – Súmula nº 603 → A competência para o processo e julgamento 
de latrocínio é do juiz singular e não do júri. 
CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES 
PROFESSOR: VÍTOR CRUZ
13
Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR
15. (FCC/Técnico-TJ-PI/2009) É reconhecida a instituição do 
júri, com a organização que lhe der a lei, NÃO havendo 
a) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a 
vida. 
b) a plenitude de defesa. 
c) o sigilo das votações. 
d) a soberania dos vereditos. 
e) o juízo ou o tribunal de exceção. 
Comentários: 
Segundo o art. 5º, XXXVIII:"É reconhecida a instituição do júri, com 
a organização que lhe der a lei, assegurados: 
a) a plenitude de defesa; 
b) o sigilo das votações; 
c) a soberania dos veredictos; 
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos 
contra a vida;" 
A letra E, é a única não elencada. Refere-se ao art. 5º, XXXVII: Não 
haverá juízo ou tribunal de exceção. Tribunal de exceção é aquele 
que é criado especificamente para julgar um crime, sem que existisse 
previamente. Também é chamado de tribunal "ad hoc". 
Gabarito: Letra E. 
16. (FCC/AJAA - Contabilidade - TRE-AM/2010) é reconhecida 
a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados 
a plenitude de defesa, o sigilo das votações, a soberania dos 
veredictos e a competência para o julgamento dos crimes dolosos 
contra a vida. 
Comentários: 
Teor do art. 5º, XXXVIII:"É reconhecida a instituição do júri, com a 
organização que lhe der a lei, assegurados: 
a) a plenitude de defesa; 
b) o sigilo das votações; 
c) a soberania dos veredictos; 
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos 
contra a vida;" 
Gabarito: Correto. 
CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES 
PROFESSOR: VÍTOR CRUZ
14
Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR
17. (CESPE/AJAJ-STF/2008) O julgamento dos crimes dolosos 
contra a vida é de competência do tribunal do júri, mas a CF não 
impede que outros crimes sejam igualmente julgados por esse órgão. 
Comentários: 
A Constituição estabeleceu no art. 5º XXXVIII que o júri tem a 
competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida. Mas 
realmente não restringiu esta competência a somente estes crimes. 
Gabarito: Correto. 
18. (ESAF/ENAP/2006) A Constituição Federal reconhece a 
instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurando a 
imutabilidade dos seus veredictos. 
Comentários: 
O correto seria “soberania” dos veredictos e não imutabilidade. 
Gabarito: Errado. 
Legalidade penal e Irretroatividade da lei penal: 
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem 
pena sem prévia cominação legal; 
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; 
STF – Súmula nº 711 → A lei penal mais grave aplica-se ao crime 
continuado ou ao crime permanente, caso ela entre em vigor 
anteriormente à cessação da continuidade ou da permanência. 
19. (CESPE/OAB-SP exame nº 137/2008) É correto afirmar que 
a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu. 
Comentários: 
Trata-se do princípio da irretroatividade da lei penal, disposto no art. 
5º, XL da Constituição. 
Gabarito: Correto. 
Proteção aos direitos e liberdades fundamentais 
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos 
direitos e liberdades fundamentais; 
CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES 
PROFESSOR: VÍTOR CRUZ
15
Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR
20. (CESPE/ANAC/2009) É imprescritível a ação tendente a 
reparar violação dos direitos humanos ou dos direitos fundamentais 
da pessoa humana. 
Comentários: 
Decorrente dos princípio fundamental da dignidade da pessoa 
humana, e pelo fato da ausência de disposição constitucional, temos 
que as violações aos direitos humanos podem ser punidas a qualquer 
tempo, não podendo se falar em prescrição do direito do Estado de 
puni-las. 
Gabarito: Correto. 
Crimes inafiançáveis 
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e 
imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; 
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis 
de graça ou anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito de 
entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos 
como crimes hediondos, por eles respondendo os 
mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se 
omitirem; 
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de 
grupos armados, civis ou militares, contra a ordem 
constitucional e o Estado Democrático; 
• Anistia: o Estado renuncia ao seu direito de punir determinados 
fatos. A anistia não é pessoal, direciona-se aos fatos. 
• Graça: concedida pessoalmente, extingue diretamente a pena 
imposta em sentença judicial transitada em julgado. 
• Indulto: ocorre da mesma forma que graça, porém é coletivo e 
não individual. 
• Competência para conceder anistia: privativa da União (art. 21, 
XVII) sempre através de lei federal com deliberação no CN (art. 
48, VIII). 
• Competência para conceder indulto (e graça): é de 
discricionariedade do Presidente da República (art. 84, XII) 
podendo ainda ser delegada aos Ministros de Estado, PGR ou AGU 
(art. 84, § único). 
CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES 
PROFESSOR: VÍTOR CRUZ
16
Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR
Pulo do Gato: 
Em meu livro "Constituição Federal Anotada para Concursos", eu 
proponho um método para facilitar a memorização destes crimes pre-
vistos na CF/88. Perceba que todoseles são inafiançáveis. Agora, 
existe uma diferença nos outros tratamentos. Deste modo os crimes 
se dividiriam em 3 grupos: racismo, ação de grupos armados, e o que 
chamaria de 3TH (tortura, tráfico, terrorismo e hediondos). A 
Constituição estabeleceu para eles o seguinte tratamento: 
• ação de grupos armados contra o Estado – 
imprescritível; 
• racismo – imprescritível e sujeito a reclusão (R – 
racismo X R – reclusão); 
• 3TH – insuscetível de graça ou anistia (tente relacionar 
a fonética do “H” – “A–GA”– para lembrar de “Graça” ). 
21. (FCC/Técnico - TRT 8º/2010) Segundo a Constituição 
Federal, constitui crime imprescritível a prática de: 
a) tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins. 
b) tortura. 
c) racismo. 
d) latrocínio. 
e) terrorismo. 
Comentários: 
As letras A, B, e E formam o "3T" do 3TH - logo, são insuscetíveis de 
graça ou anistia, mas não são imprescritíveis. 
O latrocínio, na letra D, não foi expressamente elencado pela 
Constituição. 
A Letra C é a resposta, já que o racismo é crime inafiançável, 
imprescritível e que ainda sujeita o infrator à pena de reclusão. 
Gabarito: Letra C. 
22. (CESPE/Advogado OAB–SP/2008) Segundo a Constituição 
de 1988, constitui crime inafiançável e imprescritível: 
a) a prática da tortura 
b) a prática do racismo 
c) o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins 
CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES 
PROFESSOR: VÍTOR CRUZ
17
Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR
d) o definido em lei como hediondo 
Comentários: 
Inafiançável, já sabemos que todos são. Falta saber qual é 
imprescritível 
a) a prática da tortura – É um dos “T” do 3TH. 
b) a prática do racismo – Resposta CERTA e como visto ainda sujeita 
o infrator à reclusão. 
c) o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins – É um dos “T” do 
3TH. 
d) o definido em lei como hediondo – É o “H” do 3TH
Gabarito: Letra B. 
23. (CESPE/Técnico-TJ-RJ/2008) Todos os crimes estão sujeitos 
a prescrição. 
Comentários: 
A Constituição prevê que a prática do racismo constitui crime 
inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos 
da lei. Prevê ainda que constitui crime inafiançável e imprescritível 
a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem 
constitucional e o Estado Democrático (CF, art. 5º, XLII e XLIV). 
Desta forma, estes crimes poderão ser punidos a qualquer tempo, 
não podendo os infratores alegar perda do direito do Estado para 
punir. 
Gabarito: Errado. 
24. (CESPE/Analista-TJ-RJ/2008) São inafiançáveis os crimes 
de ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem 
constitucional e o Estado Democrático, de racismo, de prática da 
tortura, de tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, de 
terrorismo e os definidos como crimes hediondos. 
Comentários: 
Todos os crimes que estão expressamente citados pela Constituição 
são inafiançáveis, embora haja diferença em um segundo tratamento. 
A Constituição estabeleceu para tais crimes o seguinte: 
• Ação de grupos armados contra o Estado - 
Imprescritível; 
• Racismo - Imprescritível e sujeito a Reclusão (R - 
Racismo X R - Reclusão); 
CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES 
PROFESSOR: VÍTOR CRUZ
18
Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR
• 3TH (Tortura, Tráfico, Terrorismo e Hediondos) - 
Insuscetível de graça ou anistia (tente relacionar a fonética do 
"H" - "A-GA"- para lembrar de "Graça"). 
Gabarito: Correto. 
25. (CESPE/OAB-SP exame nº 135/2008) Segundo a 
Constituição de 1988, constitui crime inafiançável e imprescritível a 
prática da tortura. 
Comentários: 
A pratica de tortura não seria imprescritível, seria insuscetível de 
graça ou anistia. 
Gabarito: Errado. 
26. (CESPE/OAB-SP exame nº 135/2008) Segundo a 
Constituição de 1988 a prática do racismo constitui crime inafiançável 
e imprescritível, sujeitando o infrator à pena de detenção. 
Comentários: 
O racismo realmente é crime inafiançável e imprescritível, porém, 
sujeita o infrator à pena de reclusão (CF, art. 5º, XLII). 
Gabarito: Errado. 
27. (FCC/MPE–RS/2008) Constitui crime inafiançável e 
imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a 
ordem constitucional e o Estado Democrático. 
Comentários: 
Usando o método que eu propus, vemos que a questão está correta. 
Gabarito: Correto. 
Obs.: Atualmente defende-se que não existem divisões de 
"raça", só existiria uma raça: a raça humana. Desta forma, 
para definirmos a noção de racismo não há nenhum critério 
objetivo e científico que nos permita fazer uma separação entre 
diferentes raças. Assim, o conceito de racismo deve ser considerado 
amplo, não no sentido de apenas "cor de pele" ou outras 
características físicas, mas também devido a traços culturais e etnia. 
28. (CESPE/Agente - ABIN/2008) Um romancista famoso 
publicou, no Brasil, um livro no qual defende a tese de que as 
pessoas que seguem determinada religião seriam menos evoluídas do 
CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES 
PROFESSOR: VÍTOR CRUZ
19
Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR
que as que seguem outra religião. Nessa situação, tal afirmação 
poderia ser enquadrada como racismo, embora, tecnicamente, 
religião não constitua raça. 
Comentários: 
Trata-se do conceito amplo de "raça", para fins de proteção. 
Gabarito: Correto 
29. (FUNIVERSA/Delegado - PC-DF/2009 - Adaptada) O 
antissemitismo pode ser considerado como crime de racismo. 
Comentários: 
Trata-se do conceito amplo de "raça", para fins de proteção. 
Gabarito: Correto 
30. (FJG/Estágio Forense - PM - RJ/2009 - Adaptada) A 
Constituição da República qualifica a prática do racismo como crime 
inafiançável e imprescritível. O conceito de racismo deve ser amplo, 
alcançando qualquer discriminação, baseada não apenas em 
características físicas, mas também em origem étnica e traços 
culturais. 
Comentários: 
Trata-se do conceito amplo de "raça", para fins de proteção. 
Gabarito: Correto 
Sucessão da pena 
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, 
podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do 
perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos 
sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor 
do patrimônio transferido; 
Baseado neste dispositivo, vemos que a pena é intransferível, deve 
ser aplicada somente àquele que cometeu a infração, não podendo 
ser passada aos seus sucessores. A Constituição, no entanto, admite 
que haja uma “sanção patrimonial” a estes sucessores (filhos, 
herdeiros e etc.) que consiste na obrigação de reparar danos e no 
perdimento de bens limitado ao valor que foi recebido pela 
sucessão, para o caso de penas com consequências patrimoniais 
(multas, indenizações e etc.). 
CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES 
PROFESSOR: VÍTOR CRUZ
20
Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR
Individualização da pena 
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e 
adotará, entre outras, as seguintes: 
a) privação ou restrição da liberdade; 
b) perda de bens; 
c) multa; 
d) prestação social alternativa; 
e) suspensão ou interdição de direitos; 
Por exemplo, uma pessoa condenada por crime de improbidade 
administrativa terá seus direitos políticos suspensos por força do art. 
37, § 4º, e pelo art. 15 da CF. 
XLVII - não haverá penas: 
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos 
do art. 84, XIX; 
b) de caráter perpétuo; 
c) de trabalhos forçados; 
d) de banimento; 
e) cruéis; 
(CF, art. 84, XIX) → Compete privativamente ao Presidente da 
República declarar guerra e a mobilização nacional (total ou 
parcialmente), no caso de agressão estrangeira: 
• autorizado pelo CN; ou 
• referendado pelo CN, quando ocorrer no intervalo dassessões 
legislativas; 
31. (FCC/TJAA - TRE-AM/2010) No tocante aos Direitos e 
Deveres Individuais e Coletivos, é correto afirmar que: 
a) a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, 
as penas de privação ou restrição da liberdade, perda de bens, multa, 
prestação social alternativa e suspensão ou interdição de direitos. 
b) a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, 
sujeito à pena de detenção, nos termos da lei. 
c) a lei considerará crime inafiançável e suscetível de graça ou anistia 
a prática da tortura. 
d) constitui crime inafiançável e prescritível a ação de grupos 
armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado 
Democrático. 
e) nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a 
CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES 
PROFESSOR: VÍTOR CRUZ
21
Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR
obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens 
ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles 
executadas, independentemente do valor do patrimônio transferido. 
Comentários: 
Letra A - Correta. Pelo art. 5º, XLVI, temos que a lei regulará a 
individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: 
a) privação ou restrição da liberdade; 
b) perda de bens; 
c) multa; 
d) prestação social alternativa; 
e) suspensão ou interdição de direitos. 
Letra B - Errado. O "R" de racismo deve ser associado ao "R" de 
reclusão. Assim, está errado falar que sujeita o infrator à pena de 
detenção, já que o correto seria reclusão. 
Letra C - Errado. Todo o crime que começa com T ou H (3TH - 
Tortura, Tráfico, Terrorismo, ou Hediondo), é inafiançável e 
insuscetível de graça ou anistia. O erro da questão é falar que é 
"suscetível" de graça ou anistia. 
Letra D - Errado. Trata-se de crime inafiançável e imprescritível, nos 
termos do art. 5º, XLIV. 
Letra E - Errado. A execução (perdimento dos bens) ocorrerá 
somente até o limite do patrimônio transferido (CF, art. 5º, XLV). 
Gabarito: Letra A. 
32. (FCC/Técnico-TCE-GO/2009) Constituição proíbe a 
instituição de pena de: 
a) morte, sem exceção 
b) caráter perpétuo, salvo em caso de guerra declarada. 
c) trabalhos forçados. 
d) restrição de liberdade. 
e) restrição de direitos. 
Comentários: 
Letra A - Errado. Existe a exceção da guerra externa declarada. 
Letra B - Errada. A exceção da guerra é para a pena de morte e não 
para a pena perpétua. 
Letra C - Correto. 
Letra D e E - Estas podem pelo inciso XLVI. 
CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES 
PROFESSOR: VÍTOR CRUZ
22
Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR
Gabarito: Letra C. 
33. (FCC/TJAA-TRT 7ª/2009) Nos termos da Constituição 
Federal, não haverá pena de 
a) banimento. 
b) perda de bens. 
c) suspensão de direitos. 
d) prestação social alternativa. 
e) multa. 
Comentários: 
Questão direta. 
Gabarito: letra A. 
34. (CESPE/TJAA - TRT 5ª/2009) É proibida a instituição de 
pena de morte no Brasil por força de mandamento constitucional. 
Comentários: 
A questão é confusa, pois a regra é ser proibida a instituição de pena 
de morte no Brasil. Porém, a banca entendeu que a questão estaria 
incorreta, pois existe o caso de pena de morte em tempo de guerra 
externa declarada. O CESPE costuma usar esta assertiva como 
incorreta, sempre olhando para a exceção, por isso, já se pode adotar 
esta postura em relação à banca. 
Gabarito: Errado. 
35. (CESPE/Técnico-TJ-RJ/2008) A pena de trabalhos forçados 
em estabelecimentos prisionais de segurança máxima depende de 
regulamentação por meio de lei complementar para ser 
implementada no ordenamento jurídico brasileiro. 
Comentários: 
Não há possibilidade para que a lei estabeleça este tipo de pena, já 
que segundo a Constituição, art. 5º, XLVII, não haverá penas: 
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 
84, XIX; 
b) de caráter perpétuo; 
c) de trabalhos forçados; 
d) de banimento; 
e) cruéis. 
CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES 
PROFESSOR: VÍTOR CRUZ
23
Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR
Gabarito: Errado. 
Direitos dos presos 
XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos 
distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o 
sexo do apenado; 
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade 
física e moral; 
L - às presidiárias serão asseguradas condições para que 
possam permanecer com seus filhos durante o período de 
amamentação; 
Demais direitos dos presos: 
ƒ LXIII → Ser informado sobre seus direitos, entre os quais o de 
permanecer calado, e ser assistido pela família e pelo advogado; 
ƒ LXIV → Identificação dos responsáveis por sua prisão ou 
interrogatório policial; 
ƒ LXV → Ter sua prisão relaxada imediatamente se ela for ilegal; 
ƒ LXVI → Não ser levado à prisão, ou não ser mantido nela, caso a 
lei admita liberdade provisória, seja com ou sem fiança; 
ƒ LXXV → Receber indenização por erro judiciário, ou se ficar preso 
além do tempo fixado na sentença; 
Extradição 
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o 
naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da 
naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico 
ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei; 
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime 
político ou de opinião; 
Extradição: É um pedido que um país faz a outro, quando alguém que 
está no território deste foi condenado ou está sendo processado por 
alguma infração penal no país que pediu a extradição, para que, 
assim, possa ser processado ou cumpra pena em seu território. 
Geralmente ocorre nos termos de tratados internacionais bilaterais de 
extradição. Para países sem tratados com o Brasil, deverá ser 
observado o “Estatuto do Estrangeiro” (Lei nº 6.815/80). 
A extradição pode ser ativa ou passiva: 
• ativa – quando solicitada pelo Brasil a outro Estado (Brasil 
fez o pedido = ativa); 
CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES 
PROFESSOR: VÍTOR CRUZ
24
Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR
• passiva – quando requerida por outro Estado ao Brasil (o 
Brasil recebeu o pedido = passiva); 
A Constituição só previu regras para a extradição passiva, ou seja, os 
casos de um país estrangeiro pedir a extradição de alguém que se 
encontra no território nacional, essa extradição passiva será julgada 
pelo STF, nos termos da Constituição, art. 102, I, g: "Compete ao 
STF, julgar a extradição solicitada por Estado estrangeiro". 
Não compete ao STF julgar, porém, a extradição ativa, que deve ser 
pedida diretamente pelo Presidente da República sem intervenção do 
Judiciário.1 
Então, podemos organizar a extradição da seguinte forma: 
Extradição passiva de brasileiro: 
• nato → nunca; 
• naturalizado → pode, se cometer: 
ƒ crime comum antes da naturalização; 
ƒ tráfico ilícito a qualquer tempo, na forma da lei. 
• Extradição passiva de estrangeiro: pode ser extraditado, 
salvo se o motivo for crime político ou de opinião; 
Conceitos conexos 
Deportação: Ato compulsório de competência da Polícia Federal, que 
ocorre quando algum estrangeiro entrou irregular no País ou nele 
permanece sem a devida autorização (os “vistos”). É um ato para 
coibir a clandestinidade. Se um deportado futuramente conseguir o 
visto poderá ingressar no território nacional. 
Expulsão: A expulsão é um ato discricionário, mas ocorre quando um 
estrangeiro regularmente inserido no território nacional pratica um 
ato que torne sua permanência “inconveniente” ou por ter praticado 
algum delito ou infração prevista em lei que justifique tal medida. 
Segundo o “Estatuto do Estrangeiro”, compete ao chefe do Executivo 
Federal decretar a expulsãoou revogá-la segundo seus critérios de 
oportunidade e conveniência (art. 66). 
36. (FCC/AJEM - TRT 8º/2010) A espécie de extradição 
requerida por um Estado soberano estrangeiro ao Brasil é classificada 
de: 
a) bilateral. 
1 Pet 3569 / MS – Mato Grosso do Sul / 2006: “Não compete, ao STF, apreciar, nem julgar da
legalidade de extradições ativas. Estas deverão ser requeridas, diretamente, pelo Estado brasileiro, aos
Governos estrangeiros, em cujo território esteja a pessoa reclamada pelas autoridades nacionais”
CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES 
PROFESSOR: VÍTOR CRUZ
25
Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR
b) unilateral. 
c) objetiva. 
d) fundamental. 
e) passiva. 
Comentários: 
A extradição pode ser ativa ou passiva: 
• ativa – quando solicitada pelo Brasil a outro Estado (Brasil fez o 
pedido = ativa); 
• passiva – quando requerida por outro Estado ao Brasil (o Brasil 
recebeu o pedido = passiva); 
Lembrando que a Constituição só previu regras para a extradição 
passiva, ou seja, os casos de um país estrangeiro pedir a extradição 
de alguém que se encontra no território nacional, essa extradição 
passiva será julgada pelo STF, nos termos da Constituição, art. 102, 
I, g: "Compete ao STF, julgar a extradição solicitada por Estado 
estrangeiro". 
Não compete ao STF julgar, porém, a extradição ativa, que deve ser 
pedida diretamente pelo Presidente da República sem intervenção do 
Judiciário. 
Gabarito: Letra E. 
37. (FCC/Analista - TRT 15ª/2009 - Adaptada) Será, em 
qualquer hipótese, concedida a extradição de estrangeiro por crime 
político. 
Comentários: 
Justamente o contrário. É vedada a extradição por crime político ou 
de opinião (CF, art. 5º, LII). 
Gabarito: Errado. 
38. (FCC – Técnico Judiciário TRE/AC – 2003) . Considere: 
I. Modo de entregar o estrangeiro a outro Estado, a partir de 
requerimento deste, em razão de delito lá praticado. 
II. Devolução de estrangeiro ao exterior, por meio de medida 
compulsória adotada pelo Brasil, quando o estrangeiro entra ou 
permanece irregularmente no nosso território. 
Tais situações dizem respeito, respectivamente, a 
a) extradição e deportação. 
b) deportação e extradição. 
CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES 
PROFESSOR: VÍTOR CRUZ
26
Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR
c) expulsão e extradição. 
d) deportação e repatriação. 
e) repatriação e expulsão. 
Comentários: 
Deveria se assinalar, respectivamente: extradição e deportação. 
Gabarito: Letra A. 
39. (CESPE/MMA/2009) Se um brasileiro nato viajar a outro país 
estrangeiro, lá cometer algum crime, envolvendo tráfico ilícito de 
entorpecentes, e voltar ao seu país de origem, caso aquele país 
requeira a extradição desse indivíduo, o Brasil poderá extraditá-lo. 
Comentários: 
O brasileiro nato nunca poderá ser extraditado, isso já é suficiente 
para acertar a questão, mas, a título de informação lembramos que 
caso ele fosse naturalizado, isso poderia acontecer, já que a CF diz 
em seu artigo LI que nenhum brasileiro será extraditado, salvo o 
naturalizado, em caso de: 
ƒ Crime comum, praticado antes da naturalização; ou 
ƒ Comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e 
drogas afins, na forma da lei; 
Gabarito: Errado. 
40. (CESPE/FINEP/2009) Dispõe a CF que nenhum brasileiro 
pode ser extraditado, nem concedida extradição de estrangeiro por 
crime político ou de opinião. 
Comentários: 
Em regra, nenhum brasileiro pode ser extraditado, mas, de forma 
absoluta, isso só vale para o brasileiro nato, ou seja, a questão peca 
ao afirmar "nenhum brasileiro pode ser extraditado", já que poderá 
sim, desde que seja um brasileiro naturalizado. 
A segunda parte que fala "nem concedida extradição de estrangeiro 
por crime político ou de opinião" está correta, já que, embora o 
estrangeiro possa, sem grandes empecilhos, ser extraditado, isso não 
ocorrerá, por vedação constitucional, quando se tratar de crime 
político ou de opinião. 
Gabarito: Errado. 
41. (CESPE/TRT-17ª/2009) No Brasil, não há deportação nem 
expulsão de brasileiro. 
CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES 
PROFESSOR: VÍTOR CRUZ
27
Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR
Comentários: 
Deportação é a "devolução" do estrangeiro que tentou ingressar 
ilegalmente no país. Expulsão é a "retirada" do estrangeiro que 
cometeu algum ato no país que torna a sua permanência 
inconveniente. Assim, são dois institutos não aplicáveis ao brasileiro. 
Gabarito: Correto. 
42. (OAB/OAB-DF/2006) A expulsão é a entrega de uma pessoa 
por um Estado em favor de outro, no qual aquela já está condenada 
ou é acusada de ter praticado algum delito. 
Comentários: 
Esse é o conceito de extradição 
Gabarito: Errado. 
Juiz natural (e promotor natural) – outra face 
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela 
autoridade competente; 
Devido processo legal (“due process of law”) 
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens 
sem o devido processo legal; 
Mas o que seria o devido processo legal? Segundo o Ministro do STF 
Celso de Mello2, os elementos da garantia constitucional do “due 
process of law” seriam: 
ƒ direito ao processo (garantia de acesso ao Judiciário); 
ƒ direito à citação e ao conhecimento prévio do teor da 
acusação; 
ƒ direito a um julgamento público e célere, sem dilações 
indevidas; 
ƒ direito ao contraditório e a ampla defesa (direito à 
autodefesa e à defesa técnica – advogado); 
ƒ direito de não ser processado com fundamento em provas 
revestidas de ilicitude; 
ƒ direito de igualdade entre as partes; 
ƒ direito ao benefício da gratuidade; 
ƒ direito à observância do princípio do juiz natural; 
2 em decisão de 2008, no HC 94601 MC/CE.
CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES 
PROFESSOR: VÍTOR CRUZ
28
Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR
ƒ direito ao silêncio (privilégio contra a autoincriminação); 
ƒ direito à prova; 
ƒ direito de presença e de participação ativa nos atos de 
interrogatório judicial dos demais litisconsortes penais 
passivos, quando existentes. 
Em outras ocasiões, já foi demonstrado que este princípio 
constitucional também é o responsável por trazer implicitamente o 
princípio da razoabilidade e proporcionalidade, muito cobrado em 
concurso, pois é essencial para uma administração pública eficiente, 
célere e que respeita o Estado Democrático. 
Duplo grau de jurisdição: 
Duplo grau de jurisdição, à sua moda clássica, é a possibilidade de 
um reexame integral da sentença por um órgão diverso do que a 
proferiu e de hierarquia superior na ordem judiciária3. 
No Brasil, existe possibilidade de ocorrência do duplo grau de 
jurisdição. Porém, segundo o Supremo, o duplo grau de jurisdição, no 
âmbito da recorribilidade ordinária, não consubstancia garantia 
constitucional4 (questão recorrente do CESPE). Isso porque existem 
julgados que não poderão ser revistos, como, por exemplo, aqueles 
de competência originária do STF, onde não é admitida a 
recorribilidade a instância superior. Ainda nas palavras do STF, não é 
possível, sob as sucessivas Constituições da República, erigir 
(instituir) o duplo grau em princípio e garantia constitucional, tantas 
são as previsões, na própria Lei Fundamental, do julgamento de única 
instância ordinária5. 
Para sintetizar o tema, Uadi Lammêmgo Bulos traz um importante 
ensinamento: "No Brasil, somente a carta de 1824 consagrou o duplo 
grau de jurisdição de modo pleno e irrestrito (...). As demais 
Constituições não prescreveram, in verbis, o vetor deixando-o 
implícito na ordem jurídica. É o caso do Texto Magno de 1988"6. 
43. (CESPE/OAB/2009.1) O duplo grau de jurisdição, no âmbito 
da recorribilidade ordinária, não consubstanciagarantia 
constitucional. 
Comentários: 
Exato. 
3 79.785, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 29‐03‐00, Plenário, DJ de 22‐11‐02
4 AI 209.954‐AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 15‐9‐98,
5 AI 601.832‐AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 17‐3‐09,
6 Bulos, Uadi Lammêgo. Constituição Federal Anotada 8ª ed. ‐ São Paulo: Saraiva, 2008.
CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES 
PROFESSOR: VÍTOR CRUZ
29
Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR
Gabarito: Correto. 
44. (ESAF/MPOG/2002) O duplo grau de jurisdição não foi 
erigido pelo constituinte de 1988 ao nível de direito individual 
fundamental. 
Comentários: 
Isso mesmo. 
Gabarito: Correto. 
45. (TRT 14º/Juiz do Trabalho Substituto/2008) O princípio 
do duplo grau de jurisdição, no âmbito da recorribilidade ordinária, 
constitui uma garantia constitucional irrestrita. 
Comentários: 
Ele "não" constitui. 
Gabarito: Errado. 
Contraditório e a ampla defesa 
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e 
aos acusados em geral são assegurados o contraditório e 
ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; 
Súmula Vinculante nº 5 → A falta de defesa técnica por advogado no 
processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição. 
Súmula Vinculante nº 14 → É direito do defensor do representado ter 
acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em 
procedimento investigatório realizado por órgão com competência de 
polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa. 
46. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) São de observância 
obrigatória os princípios constitucionais do contraditório e da ampla 
defesa em processo administrativo disciplinar, configurando 
cerceamento de defesa a ausência de defesa técnica, por advogado, 
em tal hipótese. 
Comentários: 
O erro da questão figura no fato de que, segundo a Súmula 
Vinculante nº 5, a falta de defesa técnica por advogado no processo 
administrativo disciplinar não ofende a Constituição, não se 
configurando cerceamento de defesa. 
Gabarito: Errado. 
CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES 
PROFESSOR: VÍTOR CRUZ
30
Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR
47. (ESAF/ATRFB/2009) O defensor do indiciado não tem acesso 
aos elementos de prova já documentados em procedimento 
investigatório realizado pela polícia judiciária. 
Comentários: 
O estudo das súmulas é sempre muito importante, principalmente as 
vinculantes! O enunciado está errado, pois contraria a súmula 
vinculante 14: “É direito do defensor, no interesse do 
representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já 
documentados em procedimento investigatório realizado por órgão 
com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do 
direito de defesa”. 
Gabarito: Errado. 
Presunção de inocência 
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em 
julgado de sentença penal condenatória; 
Trânsito em julgado significa “quando não houver mais como recorrer 
da sentença”. 
O princípio da presunção de inocência também pode ser enxergado 
sob um outro prisma: “ninguém precisa provar que não fez alguma 
coisa”, o dever de provar se dá em relação à ocorrência dos fatos, 
quem acusa alguém de algo, é que deve provar que este algo 
aconteceu. 
48. (Fiscal do Trabalho/2006) Decorre da presunção de 
inocência, consagrada no art. 5º, da Constituição Federal, a 
impossibilidade de exigência de produção, por parte da defesa, de 
provas referentes a fatos negativos. 
Comentários: 
Ninguém precisa provar que não fez algo, pois, todos presumem-se 
inocentes. 
Gabarito: Correto. 
Identificação criminal 
LVIII - o civilmente identificado não será submetido a 
identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei; 
Este inciso foi regulamentado pela lei 12037/09 que dispõe que a 
identificação civil é atestada por qualquer documento público que 
permita a identificação, como: carteira de identidade, carteira de 
trabalho, passaporte e etc. 
CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES 
PROFESSOR: VÍTOR CRUZ
31
Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR
A disposição não é absoluta, pois ainda que apresentado o 
documento público, poderá se promover a identificação criminal caso 
este contenha rasuras, indícios de falsificação, for constatada de 
pluralidade de nomes, a identificação criminal for essencial às 
investigações e etc. 
49. (FUNIVERSA/APEX/2006 - Adaptada) Jamais o civilmente 
identificado será submetido à identificação criminal. 
Comentários: 
Vimos que a disposição não é absoluta, pois ainda que apresentado o 
documento público, poderá se promover a identificação criminal caso 
este contenha rasuras, indícios de falsificação, for constatada de 
pluralidade de nomes, a identificação criminal for essencial às 
investigações e etc. 
Gabarito: Errado. 
Ação penal privada subsidiária da pública 
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação 
pública, se esta não for intentada no prazo legal; 
Em regra, os crimes são de ação penal pública. A ação penal pública 
é privativa do Ministério Público (art. 129, I), mas esta deve ser 
intentada no prazo legal (regra geral: 5 dias se o indiciado estiver 
preso e 15 dias se estiver solto, a partir do recebimento do inquérito 
policial), se excedido este prazo, o particular poderá agir com a ação 
privada subsidiária da pública. 
Publicidade dos atos processuais 
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos 
processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse 
social o exigirem; 
Prisão 
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por 
ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária 
competente, salvo nos casos de transgressão militar ou 
crime propriamente militar, definidos em lei; 
CF, art. 228 → São penalmente inimputáveis os menores de 18 anos, 
sujeitos às normas da legislação especial. 
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se 
encontre serão comunicados imediatamente ao juiz 
CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES 
PROFESSOR: VÍTOR CRUZ
32
Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR
competente e à família do preso ou à pessoa por ele 
indicada; 
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os 
quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a 
assistência da família e de advogado; 
LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis 
por sua prisão ou por seu interrogatório policial; 
50. (CESPE/AJAJ-STF/2008) O preso tem direito à identificação 
dos responsáveis pelo seu interrogatório policial. 
Comentários: 
A Constituição estabelece no seu art. 5º LXIV que é direito do preso a 
Identificação dos responsáveis por sua prisão ou interrogatório 
policial. 
Gabarito: Correto. 
Prisão ilegal 
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela 
autoridade judiciária; 
Liberdade provisória 
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a 
lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança; 
Prisão civil por dívida: 
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável 
pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação 
alimentícia e a do depositário infiel; 
Então temos que a prisão civil por dívida, na literalidade do texto 
constitucional segue o seguinte: 
• regra → Não pode haver; 
• exceção → Poderá prender o responsável por 
inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação 
alimentícia e o depositário infiel. 
Nas palavras do Supremo, "a norma que se extrai do inciso LXVII do 
artigo 5º da Constituição Federal é de eficácia restringível (contida). 
Pelo que as duas exceções nela contidas podem ser aportadas por lei, 
quebrantando, assim, a força protetora da proibição, como regra 
geral, da prisão civil pordívida". 
CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES 
PROFESSOR: VÍTOR CRUZ
33
Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR
Desta forma, temos a regra: Não cabe prisão civil por dívida. Essa 
proibição pode ser relativizada caso haja alguma lei que preveja a 
prisão por inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação 
alimentícia e a do depositário infiel. Se a lei prever a prisão nestes 
casos, estará restringindo a proibição da norma. 
Muita atenção! 
Em 2008, o Supremo passou a entender não ser mais possível no 
Brasil a prisão civil por dívida do depositário infiel, o que motivou 
inclusive a edição da súmula vinculante 25: 
Súmula Vinculante nª25 → É ilícita a prisão civil de depositário infiel, 
qualquer que seja a modalidade do depósito. 
1- Mas porque o Supremo, passou a entender que, mesmo 
expresso na Constituição, tal prisão não seria válida? 
Tudo isso devido a um tratado internacional (pacto de San Jose da 
Consta Rica) assinado pelo Brasil. 
2- Mas este tratado teve força para revogar a Constituição? 
Não. Para entender o tema, primeiro, é necessário observar o §3º 
deste art. 5º. Nele, vemos que a regra é que os tratados 
internacionais após serem internalizados serão equivalentes às leis 
ordinárias, mas, eles serão equivalentes às emendas constitucionais 
(status constitucional), se "versarem sobre direitos humanos" e 
"forem internalizados com a mesma votação de uma emenda 
constitucional". 
3- E o pacto de San Jose? Ele foi votado por este procedimento 
de emendas? 
Não, pois na época não existia esta previsão constitucional do art. 5º 
§3º. O STF passou, então, a entender que os tratados internacionais 
sobre direitos humanos, caso não passem pelo rito de votação de 
uma emenda constitucional, não irá adquirir o status constitucional 
(emenda constitucional), porém, por si só já possuem um status de 
“supralegalidade” (estágio acima das leis, e abaixo da Constituição) 
podendo revogar leis anteriores e devendo ser observados pelas leis 
futuras. Esse entendimento foi a partir do final de 2008. Veja o 
julgado: 
“... Prevaleceu, no julgamento, por fim, a tese do status de 
supralegalidade da referida convenção, inicialmente 
defendida pelo Ministro Gilmar Mendes no julgamento do RE 
466343/SP, (...). Vencidos, no ponto, os Ministros Celso de 
Mello, Cezar Peluso, Ellen Gracie e Eros Grau, que a ela 
davam a qualificação constitucional, perfilhando o enten-
dimento expendido pelo primeiro no voto que proferira nesse 
CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES 
PROFESSOR: VÍTOR CRUZ
34
Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR
recurso. O Min. Marco Aurélio, relativamente a essa questão, 
se absteve de pronunciamento.”7 
Como nós vimos que a prisão do depositário infiel ou do inadimplente 
de alimentos só seria possível através de uma previsão legal, esta lei 
que porventura esteja prevendo a prisão do depositário infiel ficaria 
sem efeitos, pois estaria sendo inaplicável pelo pacto de San Jose, o 
qual tem status supralegal (acima das leis). 
Conclusão e observação: 
• Atualmente, é possível a prisão civil do depositário infiel? Não. 
• A Constituição prevê a prisão do depositário infiel? Sim, 
porém, esta prisão é inaplicável. 
51. (FCC/MPE–RS/2008 - Adaptada) Não haverá prisão civil por 
dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e 
inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel. 
Comentários: 
O gabarito desta questão foi dado como correto pela banca. Mas, hoje 
ele estaria errado! Por que isso, professor? 
Este concurso foi em Novembro de 2008. Em Dezembro de 2008, o 
Supremo passou a entender não ser mais possível no Brasil a prisão 
civil por dívida do depositário infiel, o que motivou inclusive a edição 
da súmula vinculante 25: 
Súmula Vinculante nª25 → É ilícita a prisão civil de 
depositário infiel, qualquer que seja a modalidade 
do depósito. 
Gabarito atual: Errado. 
52. (CESPE/ANAC/2009 - Adaptada) É vedada a prisão civil por 
dívida, salvo, conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal 
(STF), quando se tratar de obrigação alimentícia ou de depositário 
infiel. 
Comentários: 
"Segundo o STF" a única possibilidade é o inadimplente voluntário e 
inescusável (injustificável) de obrigação alimentícia. 
Gabarito: Errado. 
7 HC 87585/TO, Rel. Min. Marco Aurélio, 3.12.2008
CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES 
PROFESSOR: VÍTOR CRUZ
35
Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR
53. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) Consoante entendimento 
do STF, a norma constitucional segundo a qual não há prisão civil por 
dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e 
inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel, não é 
de eficácia restringível. 
Comentários: 
Ela é de eficácia restringível (contida), pois, se houver lei, poderá 
haver prisão civil por dívida, relativizando a proibição da regra geral. 
Gabarito: Errado. 
Remédios constitucionais 
Os remédios constitucionais recebem esse nome, pois são ações 
constitucionais que funcionam como verdadeiros "remédios" contra 
os abusos cometidos. Por exemplo, se alguém sofrer abuso ao seu 
direito de locomoção, esse mal será remediado com um habeas 
corpus, se o abuso for relativo ao direito de informação, será usado 
um habeas data. Os principais remédios constitucionais serão vistos 
agora: habeas corpus, habeas data, Mandado de Segurança, 
Mandado de Injunção e Ação Popular. 
Alguns autores ainda incluem neste grupo outras medidas como o 
direito de petição e direito de obter certidões, presentes no inciso 
XXXIV. 
Habeas corpus 
LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém 
sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação 
em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de 
poder; 
Organizando: 
• Motivo: violência ou coação da liberdade de locomoção; 
(Abuso contra o direito que todos possuem de ir, vir, 
permanecer, estar, passar e etc.) 
• Quem pode usar: qualquer pessoa; 
• Quem pode sofrer a ação: qualquer um que use de ilegalidade 
ou abuso de poder. 
• Modos de HC: 
ƒ Preventivo: Caso haja ameaça de sofrer a coação; 
ƒ Repressivo: Caso esteja sofrendo a coação. 
• Custas: (LXXVII) São gratuitas as ações de “habeas-corpus”; 
CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES 
PROFESSOR: VÍTOR CRUZ
36
Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR
Segundo o Código de Processo Penal (CPP), no art. 648, a coação 
será considerada ilegal: 
I – quando não houver justa causa; 
II – quando alguém estiver preso por mais tempo do que 
determina a lei; 
III – quando quem ordenar a coação não tiver competência para 
fazê-lo; 
IV – quando houver cessado o motivo que autorizou a coação; 
V – quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos 
em que a lei a autoriza; 
VI – quando o processo for manifestamente nulo; 
VII – quando extinta a punibilidade. 
CPP, art. 654 → O habeas corpus poderá ser impetrado por qualquer 
pessoa, em seu favor ou de outrem, bem como pelo Ministério 
Público. 
STF – Súmula nº 693 → Não cabe HC contra decisão condenatória a 
pena de multa, ou relativo a processo em que a pena pecuniária seja 
a única cominada. (Isso porque Habeas Corpus é para discutir a 
liberdade de alguém. Não serve para discutir multa e penas em 
dinheiro). 
STF – Súmula nº 695 → Não cabe habeas corpus quando já extinta a 
pena privativa de liberdade. (Se a pena que privava a pessoa da 
liberdade já foi extinta. Para que se quer um habeas corpus?). 
STF - Súmula nº 606 (com adaptação de outros precedentes ) → Não 
cabe impetração de "habeas corpus" para o plenário contra decisão 
colegiada de qualquer das Turmas (ou do próprio Pleno) do STF, 
ainda que resultante do julgamento de outros processosde "habeas 
corpus" ou proferida em sede de recursos em geral, inclusive aqueles 
de natureza penal. 
CF, Art. 142 § 2º → Não caberá habeas corpus em relação a 
punições disciplinares militares. 
Embora a CF expresse que não cabe HC contra punições disciplinares, 
o STF tem flexibilizado a situação quando a punição privativa de 
liberdade foi imposta de forma ilegal. Assim, decidiu o Supremo (RHC 
88543/SP - São Paulo - 03/04/2007): a legalidade da imposição de 
punição constritiva da liberdade, em procedimento administrativo 
castrense (afeto ao regime militar), pode ser discutida por meio de 
habeas corpus. 
O habeas corpus pode ser concedido de ofício por juiz ou tribunal, 
sem que isso implique ofensa ao princípio da inércia da jurisdição 
(hipótese cobrada pelo CESPE em 2007). 
CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES 
PROFESSOR: VÍTOR CRUZ
37
Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR
É cabível habeas corpus inclusive quando a liberdade de locomoção 
puder ser afetada indiretamente, por exemplo, contra a quebra de 
sigilo bancário, caso dela possa resultar processo penal que leve 
à sentença de prisão. 
54. (FCC/Técnico-TCE-GO/2009) Sempre que alguém sofrer ou 
se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de 
locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder, será concedido 
a) mandado de injunção. 
b) habeas corpus. 
c) habeas data. 
d) ação popular. 
e) mandado de segurança. 
Comentários: 
Desta forma, vemos que o correto seria assinalar a letra B! Habeas 
corpus. 
55. (CESPE/Analista - TRE-MT/2010) O habeas corpus pode ser 
impetrado tanto contra ato emanado do poder público como contra 
ato de particular, sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado 
de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção. 
Comentários: 
Diferentemente do Mandado de Segurança que só pode ser impetrado 
quando alguém estiver se valendo de sua prerrogativa de "direito 
público", o habeas corpus pode ser impetrado contra qualquer pessoa 
que estiver coagindo alguém de sua liberdade de locomoção (ir, vir, 
permanecer e etc...). 
Gabarito: Correto. 
56. (CESPE/Procurador-AGU/2010) O habeas corpus constitui, 
segundo o STF, medida idônea para impugnar decisão judicial que 
autoriza a quebra de sigilos fiscal e bancário em procedimento 
criminal. 
Comentários: 
Na jurisprudência do Supremo, o habeas corpus pode ser usado 
contra qualquer ato ilegal, ou com abuso de poder que possa levar o 
indivíduo a ter a sua liberdade de locomoção, cerceada, ainda que 
não diretamente. É o caso da questão, a quebra de sigilo, embora 
não seja medida que diretamente se oponha à liberdade de 
CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES 
PROFESSOR: VÍTOR CRUZ
38
Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR
locomoção, pode indiretamente contribuir para o constrangimento a 
tal direito. 
Gabarito: Correto. 
57. (CESPE/Oficial de Inteligência- ABIN/2010) Segundo 
entendimento do Supremo Tribunal Federal, os aspectos relativos à 
legalidade da imposição de punição constritiva da liberdade, em 
procedimento administrativo castrense, podem ser discutidos por 
meio de habeas corpus. 
Comentários: 
O procedimento "castrense" é aquele afeto ao regime militar. A 
possibilidade de habeas corpus é discutível nestes casos já que a 
Constituição Federal foi expressa ao dizer em seu art. 142 § 2º: Não 
caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares militares. 
No entanto, a jurisprudência tem se flexibilizado em relação a tal 
situação quando a punição privativa de liberdade foi imposta de 
forma ilegal. 
Gabarito: Correto. 
58. (ESAF/ATRFB/2009) É cabível habeas corpus contra decisão 
condenatória a pena de multa. 
Comentários: 
Habeas Corpus é um remédio constitucional que garante a "liberdade" 
de alguém. Se a pena não foi privativa de liberdade, não há o que se 
falar em habeas corpus. 
Gabarito: Errado. 
Mandado de segurança 
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger 
direito líquido e certo, não amparado por "habeas-corpus" 
ou "habeas-data", quando o responsável pela ilegalidade ou 
abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa 
jurídica no exercício de atribuições do Poder Público; 
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado 
por: 
a) partido político com representação no Congresso 
Nacional; 
b) organização sindical, entidade de classe ou associação 
legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos 
um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou 
associados; 
CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES 
PROFESSOR: VÍTOR CRUZ
39
Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR
Atualmente o mandado de segurança, tanto individual quanto 
coletivo, é regulamentado pela lei 12016/09. 
Embora não esteja expresso na CF, o mandado de segurança também 
pode ser preventivo ou repressivo como o habeas corpus. 
Organizando: 
• Motivo: proteger direito líquido e certo, não amparado por HC ou 
HD. 
• Quem pode usar: qualquer pessoa (PF, PJ ou até mesmo órgão 
público – independente ou autônomo) seja na forma preventiva ou 
repressiva. 
• Quem pode sofrer a ação: autoridade pública ou agente de PJ no 
exercício de atribuições do poder público que use de ilegalidade ou 
abuso de poder. Segundo a lei 12016/09, equiparam-se às 
autoridades: 
ƒ Os representantes ou órgãos de partidos políticos; 
ƒ Os administradores de entidades autárquicas; 
ƒ Os dirigentes de pessoas jurídicas ou as pessoas naturais no 
exercício de atribuições do poder público, somente no que 
disser respeito a essas atribuições. 
• Modos de MS: 
ƒ Individual: impetrado em nome de uma única pessoa; 
ƒ Coletivo: impetrado por: 
a) Partido político com representação no 
CN; 
b) Organização sindical; 
c) Entidade de classe; ou 
d) Associação, desde que esta esteja 
legalmente constituída e em 
funcionamento há pelo menos um ano. 
Observação:
Em defesa de direitos 
líquidos e certos da 
totalidade, ou de parte, dos 
seus membros ou 
associados, na forma dos 
seus estatutos e desde que 
pertinentes às suas 
finalidades, dispensada, 
para tanto, autorização 
especial (lei 12016). 
Na defesa de seus interesses 
legítimos relativos a seus 
integrantes ou à finalidade 
partidária (lei 12016). 
CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES 
PROFESSOR: VÍTOR CRUZ
40
Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR
O requisito de "legalmente constituída e em funcionamento há pelo 
menos um ano" para impetrar MS coletivo, segundo o STF, deve ser 
aplicável apenas às "associações", não sendo um requisito essencial 
para a impetração por partes dos demais legitimados relacionados. 
Cabimento: 
Segundo a lei 12016/09, não cabe mandado de segurança contra: 
ƒ Os atos de gestão comercial praticados pelos administradores de 
empresas públicas, de sociedade de economia mista e de 
concessionárias de serviço público. 
ƒ Ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, 
independentemente de caução; 
ƒ Decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo; 
ƒ Decisão judicial transitada em julgado. 
STF – Súmula nº 625 → Controvérsia sobre matéria de direito não 
impede a concessão de mandado de segurança (veja que a matéria 
de fato alegada deve ser incontroversa, líquida e certa. Porém, 
nada impede que o direito em que este fato esteja se baseando 
seja controverso, complexo, por exemplo, uma lei que esteja sendo 
objeto de impugnação). 
STF – Súmula nº 429 → A existência de recurso administrativo com 
efeito suspensivo não impede o uso do mandado de segurança 
contra omissão da autoridade (a palavra principal desta súmula é a 
"omissão", ou seja, de que adiantaria um recurso suspensivo se a 
autoridade não está agindo e sim se omitindo em agir?).

Outros materiais