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Universidade Estadual de Campinas Faculdade de Engenharia de Alimentos TA 221 – Características e Pré-Processamento de Grãos Profa. Dra. Ana Paula Badan Ribeiro Aula - I. PRÉ-TRATAMENTO DE GRÃOS OLEAGINOSOS - II. PREPARO DE MATÉRIAS-PRIMAS PARA EXTRAÇÃO - III. PROCESSO DE EXTRAÇÃO Recepção Amostragem / Análises Limpeza Secagem Estocagem Redução de tamanho Decorticação Condicionamento Laminação Extrusão Extração por solvente Drenagem Dessolventizador / Tostador Destilação Degomagem / Refino Sólidos Torta Solvente residual ÓleoMiscela R e ce p çã o e Es to ca ge m P re p ar aç ão Ex tr aç ão » Pré-tratamento ˃ Grãos oleaginosos requerem limpeza e preparação prévia à extração ˃ Material estranho reduz a produção de óleo e proteína, afeta qualidade das frações obtidas e causa danos aos equipamentos ˃ Emprego conjunto de diferentes operações ˃ Instalações industriais variam em capacidade e configuração dos equipamentos + Capacidade de processamento + Especificidades de cada fonte oleaginosa Recepção Amostragem / Análises Limpeza Secagem Estocagem Recepção e Estocagem Preparação » Recepção Determinações - Percentual de material estranho - Umidade - Teor de óleo » Recepção Pesagem a granel – Pagamento segundo análises físico-químicas prévias » Limpeza ˃ Objetivo: retirada de material estranho ˃ Exemplo: pedra, galhos, folhas, metais, solo acumulado, contaminação com outros grãos, sujidades em geral ˃ Limpeza pode ser realizada novamente antes do processamento ˃ Equipamentos de limpeza podem variar segundo o tipo de grão ˃ Em geral, são utilizados em conjunto: + Separadores magnéticos + Mesas gravitacionais ou peneiras + Aspiradores » Limpeza: separadores magnéticos » Limpeza: separadores magnéticos » Limpeza: mesa gravitacional » Limpeza: mesa gravitacional » Limpeza: mesa gravitacional » Limpeza: aspiradores » Secagem ˃ Ajuste de umidade para armazenamento e processamento ˃ Reduz degradação durante estocagem e aumenta efetividade dos processos ˃ Altos níveis de umidade: + Redução do teor de óleo e proteína + Aumento de perdas no refino ˃ Umidade inicial ~ 15-20% ; Umidade final ~ 10 - 13% ˃ Equipamentos: secadores de coluna vertical ˃ Temperatura do ar de secagem: máxima de 60-63°C + Evitar danos às sementes + Escurecimento e desnaturação da fração proteica » Secagem Ar quente (fornalha) Ar reciclado Ar de resfriamento Ar saturado » Secagem » Estocagem ˃ Obtenção de alto rendimento e qualidade do óleo e fração desengordurada ˃ Alta temperatura de estocagem: alta taxa respiratória das sementes e rápida deterioração ˃ Umidade crítica para soja: 13% ˃ Armazenamento em condições inadequadas: + Aquecimento dos grãos + Aumento de teor de ácidos graxos livres + Aceleração dos processos oxidativos » Estocagem » Estocagem » Preparo de matérias-primas para extração ˃ Área de conhecimento específica na Tecnologia de Óleos e Gorduras ˃ Tratamento das matérias-primas para a obtenção do maior rendimento e qualidade do óleo e farelo (farinha) ˃ Máxima extrabilidade do óleo da semente ˃ Velocidade máxima de extração ˃ Velocidade máxima de drenagem ˃ Retenção mínima de solvente residual ˃ Contato máximo entre material a ser extraído e o solvente » Preparo de matérias-primas para extração Fração lipídica em grãos e sementes: compartimentalização em “células” ou “bolsões” de pequenas dimensões, associadas à estruturas fibrosas e regiões ricas em proteínas: complexidade do processo de pré-tratamento e extração http://www.rothamsted.ac.uk/bioimaging/images Redução de tamanho (quebra) Decorticação (retirada de cascas) Condicionamento (cozimento) Laminação Extrusão (expander) Preparação Para Extração Do armazenamento » Redução de tamanho (quebra) ˃ Necessária à maioria das fontes oleaginosas ˃ Exceções: canola, chia, gérmen de milho (pequenas dimensões) ˃ Maior rendimento de extração ˃ Ruptura dos tecidos: rompimento dos compartimentos contendo o óleo ˃ Partículas menores facilitam a liberação de óleo: maior difusão ˃ Equipamentos: moinhos de quebra ou quebradores » Redução de tamanho (quebra) Moinho Quebrador Propicia a quebra de sementes oleaginosas em até 8 partes. Capacidades de 100 a 1200 t/24h, com dois ou quatro rolos. http://www.tecnal.ind.br/tecnal/ » Decorticação (retirada de cascas) ˃ Casca: teor de óleo inferior a 1% ˃ Presença de casca reduz capacidade e rendimento de extração: volume e absorção de óleo liberado ˃ Durante a quebra, ocorre o desprendimento das cascas, que são separadas por aspiração + Cascas são fontes de fibras + Aproveitamento em ração animal » Decorticação (retirada de cascas) » Condicionamento (cozimento) ˃ Tratamento térmico ˃ Facilita rompimento das células ˃ Diminui afinidade do óleo pelas partículas sólidas da semente ˃ Coagulação de proteínas: maior separação de óleo ˃ Diminuição da viscosidade e aumento da permeabilidade do óleo ˃ Coalescência das gotas de óleo ˃ Plasticidade da massa para processo posterior de laminação ˃ Destruição de microrganismos ˃ Redução de finos » Condicionamento (cozimento) ˃ Inativação de enzimas: + Lipase + Fosfolipase + Lipoxigenase ˃ Destruição de fatores anti-nutricionais: + Lectinas + Inibidor de tripsina + Hemaglutininas + Saponinas + Fatores anticoagulantes ˃ Em algodão: + Cozimento destrói o gossipol, composto polifenólico tóxico » Condicionamento (cozimento) ˃ Processo: cozimento + secagem ˃ Equipamentos: cozedores estáticos horizontais ou verticais ˃ Vapor direto e indireto; Temperatura: 70 – 80°C ˃ Tempo de residência: 20 a 30 minutos ˃ Umidade final: ~ 10% (soja); ~ 5% (algodão) » Condicionamento (cozimento) » Laminação ˃ Promove a distorção da estrutura celular do material oleaginoso, e reduz a distância necessária para contato do solvente na extração ˃ Formação de estruturas uniformes de espessura entre 0,3 a 0,4 mm ˃ Etapa essencial para eficácia do processo de extração ˃ Rolos compressores » Laminação » Laminação ˃ Promove a distorção da estrutura celular do material oleaginoso, e reduz a distância necessária para contato do solvente na extração ˃ Formação de estruturas uniformes de espessura entre 0,3 a 0,4 mm ˃ Etapa essencial para eficácia do processo de extração ˃ Rolos compressores » Extrusão ˃ Processo desenvolvido no Brasil ˃ Equipamento: Expander 1 - Comprime material com teor adequado de umidade a temperaturas entre 90 e 110°C , sob pressão de 80 a 100 kg/cm2; 10 a 30 segundos 2 - Permite descompressão por meio de bocais de extrusão Princípios: + Introdução forçada de água nos bolsões de óleo e capilares + Descompressão causa vaporização explosiva da água: rompimento dos bolsões e liberação de óleo + Formação de estruturas porosas com alta permeabilidade e resistência mecânica, compatíveis com a extração por solvente + Aumento no rendimento de extração + Facilidade de drenagem pós-extração » Extrusão » Extrusão » Extrusão ˃ Para oleaginosas contendo alto conteúdo de óleo (superior a 30%), o processo de extrusão requer pré-prensagem para retirada de parte de fração lipídica ˃ Liberação de grande conteúdo de óleo promove a formação de uma massa densa, que não pode ser extrudada ˃ Girassol, canola, amendoim ˃ Pré-prensagem para alcançar teor de óleo inferior a 20%, e permitir extrusão subsequente » Resfriamento ˃ Resfriamento da massaexpandida proveniente da extrusão ˃ Temperatura: 60°C ˃ Evita condensação de umidade na massa ˃ Temperatura adequada para contato com o solvente » Extração ˃ Objetivos comuns do processo de extração: + Obtenção de óleo de alta qualidade + Alta produtividade + Produzir torta ou farelo de alto valor nutritivo e econômico ˃ Escolha do tipo de processo de extração: + Teor de óleo na matéria-prima + Conteúdo de óleo que pode permanecer na torta + Tipo de matéria-prima + Fatores ambientais + Fatores econômicos + Uso do óleo extraído » Classificação de fontes oleaginosas - teor lipídico >50%, alto teor Entre 30-50%, teor médio Abaixo de 20%, teor muito baixo » Extração Matéria-prima Teor lipídico (%) Babaçu 60-65 Cacau 50-55 Coco 65-68 Milho 30 -35 Algodão 18-20 Oliva 25-30 Palma 45-50 Palmiste 45-50 Amendoim 45-50 Canola 45-50 Açafrão 30-35 Gergelim 50-55 Soja 18-20 Girassol 35-45 » Sistemas de extração ˃ Prensa hidráulica ˃ Prensa contínua – Expeller ˃ Extração por solvente ˃ Processo misto: prensa contínua + extração por solvente » Prensa hidráulica ˃ Técnica mais antiga – operação industrial a partir de 1890 ˃ Economicamente inviável para culturas de grande volume ˃ Processo em batelada ˃ Retenção de óleo na torta depende de pressão, temperatura de extração e viscosidade do óleo; em geral: 6 a 10% ˃ Pequenos volumes ˃ Produtos nobres e de alto valor agregado ˃ Útil para oleaginosas sem cascas ou fibras ˃ Aplicações principais: + Manteiga de cacau + Azeite de oliva » Prensa hidráulica » Prensa hidráulica » Prensa contínua - Expeller ˃ Processo contínuo ˃ Equipamento expeller ˃ Processo adequado para matérias-primas com alto teor de óleo ˃ Linhaça, amendoim, girassol, palma, palmiste ˃ Prensas contínuas (rosca sem fim), com capacidades variáveis ˃ Full-press: pressão para remoção do maior teor possível de óleo. Retenção de óleo na torta: 3 a 4%. ˃ Pre-press: pressão para pré-processamento (anterior à extrusão). Retenção de óleo na torta: 8 a 10%; » Prensa contínua - Expeller Requisitos e controle de matérias-primas ˃ Teor de fibra ˃ Umidade ˃ Amostras muito úmidas geram tortas com alto teor de água ˃ Amostras muito secas inviabilizam operacionalização correta da rosca sem fim » Prensa contínua - Expeller » Prensa contínua - Expeller » Sistema combinado ˃ Prepress solvent extraction ˃ Remoção de uma porção do óleo por expeller ˃ Óleo remanescente é extraído com solvente ˃ Pré-tratamento para extração de matérias-primas oleaginosas com teor de óleo superior a 30% ˃ Pre-press: anterior à extração por solvente. Retenção de óleo na torta: 8 a 10% ˃ Vantagem: menor área de planta para extração de solvente » Extração por solvente ˃ Processo amplamente utilizado industrialmente ˃ Remoção de óleo diretamente a partir da matéria-prima preparada ˃ Processamento de sementes com baixo teor de óleo (soja) ˃ Teor de óleo residual no farelo: inferior a 0,5% ˃ Vantagens: + Óleo e farelo de alta qualidade + Alto rendimento de extração ˃ Desvantagens: + Custo instalação e manutenção da planta + Risco de explosão + Alto custo operacional + Grande volume de solvente utilizado Extração por solvente Drenagem Dessolventizador / Tostador Destilação Degomagem / refino Sólidos Torta desengordurada Solvente residual Óleo Miscela Extração Preparação Solvente Solvente residual » Extração por solvente ˃ Solvente: hexano (ponto de ebulição: 69°C) ˃ Inflamabilidade ˃ Dissolve óleo com facilidade ˃ Imiscível com a água ˃ Não interage com outros componentes da matéria-prima ˃ Maior extração de lipídios minoritários em comparação com prensagem mecânica HEXANA = mistura de hidrocarbonetos 6 C saturados n-hexano » Extração por solvente » Extração por solvente ˃ Fatores que afetam a velocidade de extração: + Preparação da semente + Espessura dos flocos /aglomerados + Umidade apropriada + Tempo de extração + Quantidade de solvente (1:1) + Temperatura do solvente ˃ Princípios de extração: + Dissolução + Difusão + Dissolução: arraste de óleo livre, alta velocidade de extração + Difusão: óleo contido em células intactas, baixa velocidade de extração » Planta de extração por solvente 1 - Unidade de extração de óleo com solvente (hexano) 2 - Unidade de evaporação do solvente da miscela (óleo + solvente) 3 - Unidade de dessolventização do farelo 4 - Unidade de condensação de hexano » Extração por solvente Extratores: Contínuos por percolação Princípio: - Reutilização solvente - Contra corrente Extrator mais utilizado é o de células rotativas - Rotocell Miscela: mistura de óleo de soja e hexano que sai do extrator com cerca de 20 a 30% em massa de óleo. » Extração por solvente » Extração por solvente » Extração por solvente: parâmetros ˃ Tempo de contato + Tempo de percolação + tempo de drenagem + ~ 30 a 40 minutos percolação; 20 a 25 minutos de drenagem ˃ Dimensões das partículas + Menor dimensão, maior eficiência de extração, maior custo pré-preparação ˃ Temperatura de extração + Máxima de 60°C – aspectos de segurança ˃ Fluxo de solvente + Compatível com entrada de material expandido ˃ Número de estágios + Maior número de estágio, maior custo + Em geral: 5 a 9 estágios ˃ Retenção de solvente na torta + Tempo de drenagem » Dessolventizador - Tostador ˃ Eliminação do solvente do farelo obtido após drenagem ˃ Tratamento térmico para inativação completa de fatores anti-nutricionais e substâncias tóxicas ˃ Equipamento: dessolventizador - tostador (DT) ˃ Processo: injeção de vapor para evaporação do hexano + cocção úmida ˃ Farelo inicial contém entre 25 a 30% de solvente – entrada a 60°C ˃ Temperatura de processo: 120°C ˃ Secagem ˃ Umidade final do farelo ~ 12% » Dessolventizador - Tostador » Recuperação do solvente A recuperação do hexano é efetuada em duas etapas paralelas: - Separação do hexano da torta (dessolventização-tostagem) - Separação do hexano do óleo de soja, denominada destilação da miscela » Destilação e recuperação do solvente » Leitura complementar ˃ Anderson, D. A Primer on Oils Processing Technology. In: Bailey’s Industrial Oil and Fat Products. Ed. Fereidoon Shahidi. Wiley-Interscience, 2005. ˃ Kemper, T.G. Oil Extraction. In: Bailey’s Industrial Oil and Fat Products. Ed. Fereidoon Shahidi. Wiley-Interscience, 2005. ˃ Riaz, M.N. Extrusion Processing of Oilseed Meals for Food and Feed Production. In: Bailey’s Industrial Oil and Fat Products. Ed. Fereidoon Shahidi. Wiley- Interscience, 2005. ˃ Williams, M.A. Recovery of Oils and Fats from Oilseeds and Fatty Materials. Ed. Fereidoon Shahidi. Wiley-Interscience, 2005.
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