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1 DROGAS E SISTEMA NERVOSO Autoras: Junia Freguglia Marina Fonseca (www.cicloceap.com.br acesso em 26/03/09) Tópico n.º 8 do CBC de Ciências Habilidades Básicas recomendadas no CBC: • Compreender a estrutura do sistema nervoso; • Explicar a transmissão de impulsos nervosos; • Relacionar o efeito das drogas com a alteração do funcionamento do sistema nervoso; • Identificar drogas que alteram o sistema nervoso; • Avaliar as conseqüências do uso das drogas no convívio social. Organização do texto: • Informação • História • Atividades • Projetos --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 2 I. Introdução O que são drogas? Por que as drogas mudam o comportamento das pessoas? Que mudanças elas provocam no organismo? Por que elas viciam? Há drogas que são permitidas? Quais são os perigos relacionados ao uso de drogas? Qual a relação entre drogas e sistema nervoso? É preciso saber. Usando drogas: multiplicando os riscos Procurar informações sobre o que são as drogas e os seus efeitos não significa querer consumi-las. As perguntas sobre o assunto são freqüentes entre os jovens. O que é maconha? Crack e cocaína são a mesma coisa? Existem drogas leves e drogas pesadas? O que é dependência? O álcool faz mal, mesmo consumido moderadamente? Onde procurar tratamento? Com quem falar sobre o assunto? Essas e outras dúvidas são comuns entre os jovens e, infelizmente, as respostas muitas vezes são repletas de desinformação, fantasias, mitos e até preconceitos. As dúvidas chegam a ser mais freqüentes que o próprio uso de determinadas substâncias. São poucas as pessoas que têm condições de respondê-las com conhecimento real, seguro e isento. Além disso, em algumas ocasiões, o jovem tem medo de perguntar a seus pais pelo receio de eles pensarem que está usando drogas. A informação nunca deve ser negada. Saber o conceito e os tipos de drogas é o primeiro passo. Trecho do texto extraído de http://www.drashirleydecampos.com.br/noticias/4412 acesso em 13/03/09 O conhecimento é fundamental em todas as ocasiões da nossa vida. Saber sobre como as coisas são e como funcionam ajuda bastante no nosso dia-a-dia, especialmente quando precisamos tomar decisões. Não seria diferente quando se trata de decidir se queremos uma vida saudável ou não, e isso inclui o uso ou não de drogas. As drogas agem especialmente sobre o sistema nervoso alterando o seu funcionamento. Como veremos, o sistema nervoso é responsável pela coordenação de todas as funções do corpo. Suas células são permanentes, ou seja, não são substituídas ao longo da vida como acontece com outros órgãos do corpo humano. Significa, portanto, que o uso de drogas afeta o organismo de forma agressiva provocando danos às vezes irreversíveis. 3 Então, vamos conhecer o sistema nervoso e como os diversos tipos de drogas afetam o seu funcionamento. Também vamos discutir outros problemas como as mudanças de comportamento que afetam o convívio social do usuário de drogas. Projeto 1 – O que você quer saber? Um estudo realizado por uma pesquisadora da Tanzânia no ano de 2001 revelou o que jovens e adolescentes com idade entre 11 e 20 anos, de regiões diferentes daquele país, alunos de escolas primárias e secundárias, gostariam de saber sobre drogas e seu uso. A partir desse levantamento foi produzido um folheto informativo com 37 perguntas e respostas. O folheto está disponível no site indicado na bibliografia desse módulo. A) Consulte o folheto e identifique as perguntas que você também faria. Identifique aquelas que são específicas dos estudantes daquela região. B) Discuta com seus colegas e professor(a): O contato com as drogas pode variar de um país para outro? De uma região para outra? Por quê? C) Assim como a pesquisadora, a classe poderá produzir um folheto informativo. Cada estudante deverá fazer uma pergunta. Todas as perguntas devem ser colocadas em uma caixa. Depois, essas perguntas deverão ser redistribuídas aleatoriamente de modo que cada estudante responda uma pergunta depois de pesquisar sobre ela. De posse de todas as perguntas e respostas, o(a) professor(a) ou um(a) estudante ficará responsável por produzir o folheto. Ao(à) professor(a) caberá a revisão das respostas. 4 I. Sistema nervoso: como é, como funciona Observe as figuras: As figuras acima provocaram alguma sensação em você? Provavelmente, sim. Se você sentiu medo, tristeza, alegria ou fome vendo as imagens, então você recebeu estímulos que provocaram pensamentos, sensações e respostas (lágrimas, salivação, por exemplo). Tudo isso é coordenado pelo Sistema Nervoso, integrado a diversos órgãos do seu corpo. Vamos conhecer como é e como funciona esse sistema. Embora exista apenas um sistema nervoso, para entendermos melhor, ele pode ser separado em várias partes, baseando-se em características funcionais e de localização. Assim, para efeito de estudo, o sistema nervoso pode ser dividido em duas partes: O sistema nervoso central (composto pelo encéfalo e medula espinhal) e o sistema nervoso periférico (composto pelo tecido nervoso, localizado fora do sistema nervoso central). ENCÉFALO MEDULA ESPINHAL Figura 1. Representação do sistema nervoso. www.oidealista.com acesso em 13/03/09 www.ji.inf.br acesso em 23/03/09 www.orapois.com.br acesso em 23/03/09 souddd.files.wordpress acesso em 23/03/09 5 Sistema Nervoso Central (SNC) = Encéfalo + Medula Espinhal É no sistema nervoso central que ocorrem nossos pensamentos e emoções, e onde ficam nossas memórias e ocorre todo tipo de estímulo sensitivo. Todo o sistema nervoso central está protegido por ossos e membranas. O encéfalo está protegido pela caixa craniana e a medula espinhal pela coluna vertebral. Ambos estão envolvidos por membranas designadas meninges e por um líquido cefalorraquidiano. A figura 3 mostra um corte do crânio e da membrana que envolve o encéfalo. O encéfalo é formado por partes que desempenham funções diferentes como mostra a figura 4. Ainda há outras divisões do encéfalo em regiões responsáveis pelo controle da temperatura corporal, da sede, da fome; pelo comportamento emocional, memória e aprendizado. Ainda, pela visão, audição, movimento dos olhos e movimento do corpo. Figura 2. Sistema nervoso central. 3.bp.blogspot.com acesso em 13/03/09 Figura 3. Corte de crânio e de meninge. sistemanervosonow.blogspot.com acesso em 3/03/09 • Pensamento • Movimento voluntário • Linguagem • Julgamento • Percepção • Movimento • Equilíbrio • Postura PONTE, MEDULA E BULBO (TRONCO DO ENCÉFALO): • Respiração • Ritmo dos batimentos cardíacos • Pressão Arterial Figura 4. Funções do encéfalo. CD ROM Revista Clipart. Ed Ondas. 2005. (modificado) 6 Sistema Nervoso Periférico (SNP) O sistema nervoso periférico (SNP) está formado por nervos e gânglios localizados fora do sistema nervoso central. Os nervos conectam as partes do corpo com o sistema nervoso central e os gânglios (grupos de corpos de células nervosas) são associados aos nervos. O sistema nervoso periférico inclui 12 pares de nervos cranianos, que se originam do cérebro e do tronco do encéfalo e 31 pares de nervos espinhais, que se originam da medula espinhal. O Sistema Nervoso Periférico ainda se subdivide em: • Sistema Nervoso Somático: Suafunção é reagir a estímulos provenientes do ambiente externo. É constituído por fibras motoras que conduzem impulsos do sistema nervoso central aos músculos esqueléticos. E também pode ser chamado de Voluntário, pois podemos controlá-lo segundo a nossa vontade. • Sistema Nervoso Autônomo: funciona independentemente de nossa vontade e tem função de regular o ambiente interno do corpo, controlando a atividade dos sistemas digestório, cardiovascular, excretor e endócrino. Contém fibras nervosas que conduzem impulsos do sistema nervoso central aos músculos lisos das vísceras e à musculatura do coração. É subdividido em sistema nervoso simpático e sistema nervoso parassimpático: Esses dois sistemas têm funções contrárias. Se o sistema simpático acelera o trabalho do estômago e dos intestinos, o parassimpático entra em ação para diminuir as contrações desses órgãos, por exemplo. Figura 5. Representação do sistema nervoso periférico. www.afh.bio.br acesso em 17/03/09 7 De forma geral, podemos entender que o sistema nervoso desempenha inúmeras tarefas, e, que, através dos impulsos elétricos que ocorrem entre seus bilhões de neurônios, ele é capaz de se conectar com todas as partes de nosso corpo. Mas como essa conexão é feita? Isso é o que veremos a seguir. Atividade 2 – Compreendendo as funções do sistema nervoso Em um acidente automobilístico, uma pessoa teve uma lesão no sistema nervoso, no local indicado pela seta. Responda SIM ou NÃO para as funções que ela poderá realizar após o acidente. Explique suas respostas. A) Lembrar-se de um compromisso. B) Ouvir o canto de um pássaro. C) Resolver, mentalmente, um problema matemático. D) Retirar a mão de um objeto quente. E) Realizar um trabalho manual. II. Transmissão de impulsos nervosos – o que é como se dá? Quem é você? Para responder a essa pergunta, talvez você conte a história da sua vida, suas preferências, emoções, crenças, enfim, tudo aquilo que lhe faz ver o mundo de uma maneira particular. É uma espécie de filme autobiográfico. São flashes do último final de semana, do sabor da sobremesa favorita, lembranças da infância mescladas com sensações de alegria, cansaço, fome. E o mais importante: no fundo, você sabe que essas imagens e sensações são exclusivas. Ninguém, além de você, pode entrar na sua mente e assistir ao mesmo filme. Mas como essa superprodução é escrita, produzida e dirigida no seu cérebro?. Ou melhor: como um órgão com a consistência de um pudim é capaz de criar pensamentos, memória, medo, prazer e toda a complexidade que distingue o homem de outras espécies? 8 Como não se conhecia o interior dessa caixa, durante séculos seu estudo ficou restrito às especulações de teólogos e filósofos. Mas isso está mudando. A moderna neurologia tem revelado uma visão surpreendente do órgão mais complexo do corpo e promete deixar o século XXI conhecido como o século em que entendemos o cérebro. "Começamos a decifrar esse mistério", diz o neurologista português António Damásio, pesquisador da Universidade de Iowa, Estados Unidos, "Comparada com a era da corrida espacial, estamos a meio caminho de explorar esse universo chamado cérebro." A analogia com a astronomia não é gratuita. Há no cérebro uma constelação gigante com mais de 100 bilhões de células nervosas, os conhecidos neurônios. A conexão entre os neurônios - sinapses - controla desde as batidas do seu coração até a lembrança de um amor antigo. O número dessas conexões supera o de estrelas nas galáxias e se você resolvesse contar uma delas por segundo, apenas na região do córtex (camada externa do cérebro), precisaria de 32 milhões de anos. Enquanto nossos 100 bilhões de neurônios equivalem ao número de árvores na floresta amazônica, as sinapses seriam cada folhinha de todas essas árvores. Mesmo que a medicina possa um dia transplantar qualquer órgão do corpo, não faria sentido receber o cérebro de outra pessoa. Ainda que isso fosse possível, seria mais correto afirmar que foi o cérebro transplantado que recebeu um novo corpo. Confuso? É que para os neurologistas, o cérebro guarda o que você é. Incluindo aí a sua personalidade. A primeira grande prova, na medicina, de que até a personalidade pode mudar após uma mudança física no cérebro surgiu com um bizarro acidente ocorrido em 1848, no Estado de Vermont, EUA. Phineas Gage, um capataz de 25 anos que trabalhava na construção de ferrovias, foi vítima de um acidente. Após uma explosão, uma barra de ferro em forma de lança entrou pelo lado esquerdo da sua face, atravessou a base do crânio e saiu como um projétil pelo topo da cabeça. Gage caiu no chão, sofreu convulsões e, logo depois, ocorreu o inesperado: recobrou a consciência e voltou a falar normalmente. Alguns meses após o acidente, os médicos e os amigos de Gage notaram que ele não era o mesmo. Segundo o relato da época, ele sofrera uma mudança abrupta no caráter. Conhecido até então como uma pessoa amigável e trabalhadora, Gage se transformara numa pessoa insuportável, arrogante e indiferente aos outros - para alguns, ele tinha se transformado num cafajeste. Hoje os pesquisadores sabem o suficiente para afirmar que a área afetada no cérebro de Gage, o córtex pré-frontal (camada externa do cérebro logo abaixo da testa), tem um papel importante em nossa capacidade de sentir emoções. As imagens computadorizadas do crânio de Gage e a análise de pacientes que sofreram danos na mesma região mostraram que, quando essa área é afetada, os pacientes parecem incapazes de sentir emoções como antes. Com a perda dessa capacidade, tornam-se geralmente indiferentes e passam a ter dificuldades para tomar decisões em suas vidas. Apesar dos novos modelos da mente, os cientistas reconhecem que ainda falta muito para o entendimento de como essas conexões se articulam para produzir nossa capacidade de refletir sobre a própria existência. Resta saber se, um dia, essa exploração poderá responder à pergunta 9 que aflige os homens desde que o cérebro se tornou capaz de desvendar o cérebro: existe alguma forma de consciência após a nossa morte? Até mesmo René Descartes, o filósofo francês que, no século XVI, provou que existimos pela consciência "penso, logo existo", o cérebro era uma máquina pilotada pela alma. Descartes chegou a propor que a alma estava alojada na glândula pineal, que hoje os cientistas atribuem ao sono. "Gostaria de acreditar numa vida eterna, mas não tenho nenhuma evidência de que a consciência existe fora do corpo", diz o neurologista António Damásio. Cavalcante, Rodrigo. “Cabeça Aberta”. Superinteressante, dezembro de 2001. (Texto adaptado) Atividade 3 – Retomando a leitura Releia o texto “Quem é você?” e responda: A) Pesquise sobre a atividade dos teólogos e filósofos e discuta com seus colegas: Por que durante séculos o estudo do cérebro ficou restrito às especulações dessas pessoas? B) O que são neurônios? Qual a sua importância? C) Uma lesão no cérebro ou na medula espinhal pode comprometer a capacidade de locomoção, da fala, entre outras funções. Como isso se explica? Neurônios e sinapses - A transmissão de impulsos Todas as sensações descritas no texto “Cabeça Aberta” são coordenadas pelo sistema nervoso. O sistema nervoso funciona como uma grande rede de comunicações, em que as mensagens têm a forma de sinais químicos e elétricos. O tecido que forma o sistema nervoso é constituído especialmente por neurônios. O neurônio é uma célula de forma estrelada, capaz de receber, conduzir e interpretar os sinais elétricos e químicos. Simplificadamente,a condução do impulso nervoso ocorre da seguinte maneira (acompanhe a figura 7): os dendritos ou o corpo celular recebem um estímulo que é transmitido ao axônio. Ao final da transmissão do Figura 6. Ilustração de neurônios. www.lncc.br acesso em 17/03/09 10 estímulo, o axônio libera uma substância que estimula os dendritos do neurônio seguinte. O estímulo é passado desse modo pelos neurônios ao longo da fibra nervosa até chegar ao órgão determinado, provocando uma resposta. O estímulo pode ser o frio, o calor, a pressão de um objeto, por exemplo. A resposta poderá ser o movimento dos músculos para aproximar ou afastar o corpo dessas sensações. O sistema nervoso também é estimulado por sensações de medo, prazer, alegria, fome, raiva, enfim, por necessidades do corpo ou pelo contato do corpo com o ambiente. O lugar onde os axônios de um neurônio e os dendritos do outro se comunicam é denominado sinapse (figura 8). Na sinapse são liberadas as substâncias que fazem a comunicação entre os neurônios. Essas substâncias são denominadas neurotransmissores. Os neurotransmissores são liberados por um neurônio e captados pelo neurônio seguinte, passando assim a informação necessária. A adrenalina é um exemplo de neurotransmissor. Figura 7. Esquema das partes de um neurônio. www.filosofiaadistancia.com.br acesso em 17/03/09 Figura 8. Diagrama de um nervo mostrando a sinapse, as membranas pré e pós sinápticas e a ação dos neurotransmissores. http://clarindasousa.no.sapo.pt/images/sinapse.jpg acesso em 16/03/09. 11 Atividade 4 – Efeitos da adrenalina e outros neurotransmissores Por que corremos riscos Levadas pelos amigos, pela vontade de fugir do tédio e pelo puro prazer, as pessoas voam, saltam e mergulham em busca do frio na barriga Bel Moherdaui A boca seca, as pupilas dilatam-se, a pele empalidece, o coração dispara, os pêlos se eriçam, o estômago vira. Em seguida vêm o alívio, a satisfação, o intenso prazer. A seqüência de emoções é típica das situações de alto risco que encantam e atraem um número cada vez maior de adeptos no Brasil e no resto do mundo. Alguns mergulham no meio de tubarões. Outros preferem andar em montanha-russa, vencer corredeiras em um bote inflável ou subir e descer paredões de montanhas. Por que tanta gente corre atrás de aventuras? Por que colocar a vida em risco? "Nada se compara ao prazer de ver as janelas passando, a queda livre acelerando você e o chão crescendo na sua frente. É a adrenalina, a emoção, o vento, tudo isso misturado", tenta explicar o paulista Luiz Henrique Tapajós, o Sabiá, 30 anos, que já fez cerca de 700 saltos de base jump, um dos esportes com mais risco de morte do mundo. Quem experimenta um esporte arriscado em geral adora, mas depois volta para casa e para o emprego de sempre, contentando-se com um ou outro bis de vez em quando. Uns poucos são fisgados pela adrenalina e mergulham no perigo. Luiz Henrique Tapajós, o Sabiá, 30, praticante de base jump, um dos esportes mais arriscados "Para viver do jeito que eu quero, preciso correr riscos. Não é que eu corra atrás do perigo. Ele é uma conseqüência da emoção, do prazer, da aventura." A descarga de emoção que Sabiá e seus colegas radicais perseguem é, fisicamente falando, uma reação bioquímica que envolve a liberação no cérebro de três substâncias: 12 a conhecida adrenalina, a endorfina e a dopamina. Quando a pessoa começa a se aprontar para a aventura, ela recebe uma descarga de adrenalina, o mediador químico que, desde que o mundo é mundo, prepara o corpo para duas reações primordiais à vida: a fuga e a luta. É dessa descarga que vêm a boca seca, o aumento da freqüência cardíaca, a dilatação das pupilas e a redistribuição do fluxo sanguíneo. Durante a prática da atividade, entra em ação a endorfina, outro mediador químico, que tem a capacidade de amortecer a dor e o desconforto provocados por eventuais lesões – daí que muita gente só venha a perceber que quebrou o pé ou cortou o braço depois que a atividade acaba e o corpo "esfria". Por fim, entra em cena a dopamina, que atua no centro de prazer do sistema nervoso e é responsável pela sensação de satisfação ao final da prova. "Algumas pessoas têm uma regulagem diferenciada de dopamina. Quanto maior a quantidade liberada, mais o indivíduo precisa dela. Se ficar sem sua dose de dopamina, ele pode até entrar em depressão ou se tornar agressivo", alerta o professor do departamento de psicobiologia da Universidade Federal de São Paulo Marco Tulio de Mello. Segundo ele, ainda não se sabe por que algumas pessoas precisam estimular mais as áreas do prazer do que outras, mas é fato comprovado que algumas desenvolvem um quadro parecido com o da dependência de drogas quando se privam dessas emoções. "Se fico muito tempo sem surfar, eu me sinto mal, deprimido, estressado", concorda o surfista Carlos Burle, de 33 anos, do Recife, especialista em ondas gigantes. Burle enfrenta "monstros" marinhos de até 15 metros de altura há muitos anos, mas confessa que dorme mal na véspera e se sente intranqüilo. "Antes de entrar, o coração dispara e a boca fica seca, é aquele nervosismo. Nem gosto de ficar olhando muito o mar", descreve. "Na hora em que estou na onda, fico tão compenetrado que nem sinto tanto prazer. Bom mesmo é quando acaba", diz. Christian Gaul Kai Konragan Carlos Burle, 33, surfista de ondas gigantes "Pegar uma onda gigante é uma sensação muito boa, dá um prazer muito grande. É muito arriscado, mas se fizer com consciência e preparo físico você não vai morrer." Nem é preciso onda gigante – por muito menos, o trio adrenalina-endorfina-dopamina se faz presente. Descer na montanha-russa dá um frio na barriga? Culpa da adrenalina, que tira o sangue de áreas prescindíveis, como estômago, e o redireciona para os 13 músculos, preparando o corpo para, mais uma vez, fugir ou lutar. "É justamente por causa da diminuição do fluxo sanguíneo no sistema digestivo que as pessoas têm enjôos em situações de risco", explica o fisiologista Turíbio Leite de Barros. A viagem de férias ideal da funcionária pública Cibele Tolentino, 39 anos, de São José do Rio Preto, interior de São Paulo, é exemplo típico do que é visto como pura maluquice. Fã de mergulho, ela aproveitou uma temporada na ilha de Nassau, nas Bahamas, para confraternizar com tubarões. "De cima do barco se vê um monte deles. Daí, todo mundo pula na água. Lá embaixo, tem de ficar com os braços junto ao corpo, fazendo o mínimo possível de movimento. O instrutor leva uma caixa de isca e vai alimentando os tubarões com um arpão. Eles ficam passando em volta da gente. Às vezes esbarram, mas não fazem nada", ensina ela, que morreu de medo, adorou e repetiu a experiência. O medo, nessa hora, funciona como um alarme do corpo para dizer que o limite está sendo atingido, e tem de ser controlado, para atuar como uma forma de equilíbrio. Trecho de reportagem da Revista Veja Edição 1 725 - 7 de novembro de 2001 Gostou da reportagem? Então vamos conversar sobre o que acabamos de ler. Após a leitura, responda as questões: A) Você já passou por alguma situação em que você experimentou as sensações descritas na reportagem? Provavelmente, sim. Comente com os colegas. B) A partir dos comentários dos colegas, faça uma relação das emoções e sensações envolvidas em cada situação descrita (medo, euforia, liberdade, etc) C) A reportagem cita 3 mediadores químicos também denominados neurotransmissores. Transcreva os nomes desses neurotransmissores, descrevendoas reações que cada um deles provoca no organismo. D) Qual é a função dos mediadores químicos citados no item anterior? E) O professor do departamento de psicobiologia da Universidade Federal de São Paulo Marco Tulio de Mello diz, na reportagem, que “algumas pessoas desenvolvem um quadro parecido com o da dependência de drogas quando se privam dessas emoções”. Qual seria a explicação para a comparação com o efeito das drogas? Por que somente algumas pessoas apresentam essa reação? F) Pesquise: Por que as pessoas que buscam atividades que provocam emoções como os esportes radicais são, na maioria, jovens? 14 Arco-reflexo – sem a participação do cérebro A transmissão de impulsos também pode se dar em resposta a um estímulo de dor, calor, ou outro que requeira uma resposta rápida. Nesse caso, a resposta não depende de uma ordem do cérebro, sendo necessários apenas neurônios sensitivos (que recebem o estímulo) e neurônios motores (que promovem a ação). Quando isso acontece chamamos de arco-reflexo o processo de receber e dar a resposta. Veja a ilustração da figura 9 (a): É o reflexo patelar. 1. Uma batida no joelho estimula neurônios sensitivos, gerando um sinal nervoso. 2. O sinal percorre ao longo de uma via de nervos até a medula espinhal. 3. Na medula espinhal, o sinal é transmitido do nervo sensorial ao nervo motor. 4. O nervo motor envia o sinal de volta a um músculo da coxa. 5. O músculo contrai, fazendo com que a perna se desloque para frente. Todo reflexo ocorre sem envolvimento do cérebro. O mesmo ocorre quando recebemos estímulo de dor ou calor como ocorre na figura 9 (b). Atividade 5 – Testando o arco-reflexo A figura à esquerda representa uma situação cotidiana. Ao receber um estímulo externo, o corpo reage. A) Qual é o estímulo que está sendo recebido pela pessoa representada na figura? B) Após receber o estímulo, qual deverá ser a reação da pessoa? Figura 9. Representação de arco- reflexo. www.msd-brazil.com / www.ms- gateway.com.pt acesso em 20/03/09 (a) (b) 15 C) Explique o que ocorre desde o estímulo até a resposta (reação). D) Como é denominado esse processo? E) Identifique as estruturas representadas pelos números 1, 2 e 3. F) Agora, teste seu arco-reflexo executando o passo n.º 1 da descrição da figura 9(a) III. Efeitos das drogas sobre o sistema nervoso Como descrito no quadro ao lado, “droga é qualquer substância que, não sendo produzida pelo organismo, tem a propriedade de atuar sobre um ou mais de seus sistemas, produzindo alterações em seu funcionamento.” Mas, há uma definição para as drogas que atuam diretamente sobre o Sistema Nervoso Central (SNC), chamadas psicotrópicas. De forma resumida, as drogas psicotrópicas podem ser classificadas em três grupos, de acordo com a atividade que exercem junto ao nosso cérebro: drogas depressoras, estimulantes e perturbadoras ou alucinógenas. No quadro 1 estão os efeitos e exemplos de drogas de cada um desses grupos. Por que as drogas provocam esses efeitos? Nós estudamos que as nossas sensações são coordenadas pelo sistema nervoso central. Nele, há neurônios que se comunicam através de neurotransmissores liberados nas sinapses. As drogas psicotrópicas são substâncias não produzidas pelo corpo, mas capazes de agir exatamente nos mesmos locais dos neurotransmissores, ou seja, nas sinapses. Droga: O que é isso? Ao longo dos séculos, o termo para descrever a palavra droga sofreu grandes variações. Na Grécia Antiga a droga era denominada “pharmakon” e possuía dupla significação: remédio e veneno. Já o termo “droga” teve origem na palavra “droog” (holandês antigo) que significa folha seca, isto porque antigamente, quase todos os medicamentos eram sintetizados à base de vegetais. Segundo a definição da Organização Mundial de Saúde – OMS, de 1981, que é utilizada até os dias atuais, droga é qualquer substância que, não sendo produzida pelo organismo, tem a propriedade de atuar sobre um ou mais de seus sistemas, produzindo alterações em seu funcionamento. Atualmente, outra definição bastante utilizada nos meios acadêmicos, refere-se a drogas psicotrópicas ou psicoativas, que se define como qualquer substancia capaz de afetar os processos mentais (pensamento, memória e percepção). O termo psicotrópico significa atração pelo psiquismo, e drogas psicotrópicas, são aquelas que atuam sobre nosso cérebro, alterando de alguma maneira nosso psiquismo. Fonte: http://www.obid.senad.gov.br/portais/mundojo vem (texto adaptado) Acesso em 18/03/09 16 Quadro 1. Grupos de drogas. Classificação de acordo com o efeito sobre a atividade do Sistema Nervoso Central. O exemplo da cocaína, um estimulante Quando estimulados, os neurônios eliminam dopamina. Como você leu na reportagem da atividade 4, a dopamina é um neurotransmissor que produz prazer em resposta a acontecimentos positivos na vida do indivíduo. Quando a dopamina é eliminada na sinapse por um neurônio, o neurônio seguinte é capaz de reconhecê-la através de receptores especiais. Após o reconhecimento, a dopamina é recapturada pelo neurônio que a eliminou. Depressoras da atividade do SNC Estimulantes da atividade do SNC Perturbadoras da atividade do SNC Diminuem a atividade do nosso cérebro. A pessoa que faz uso desse tipo de droga fica "desligada", "devagar", desinteressada pelas coisas. Aumentam a atividade do nosso cérebro. A pessoa que se utiliza dessas drogas fica "ligada", "elétrica", sem sono. Modificam qualitativamente a atividade do nosso cérebro; não aumentam nem diminuem a atividade cerebral. Aqui a mudança é de qualidade. O cérebro passa a funcionar fora do seu normal, e a pessoa fica com a mente perturbada. Álcool, soníferos (barbitúricos), ansiolíticos, opiáceos ou narcóticos (morfina, heroína), inalantes ou solventes Anorexígenos (anfetaminas), cocaína Origem vegetal: Mescalina, THC (maconha), psilocibina (cogumelos), lírio Sintéticos: LSD, ecstasy, anticolinérgicos NEURÔNIO ELIMINANDO DOPAMINA NEURÔNIO RECEBENDO DOPAMINA DOPAMINA COCAÍNA Figura 10. Ação da cocaína na sinapse. www.cerebromente.org.br acesso em 18/03/09 17 A cocaína entra nesse sistema impedindo que a dopamina retorne ao neurônio que a eliminou. Esse neurotransmissor, portanto, permanece na sinapse “passando a informação” de prazer e euforia, sem cessar. O uso prolongado da cocaína pode fazer com que o cérebro se adapte a ela, de forma que ele começa a depender desta substância para funcionar normalmente diminuindo os níveis de dopamina no neurônio. Se o indivíduo parar de usar cocaína, já não existe dopamina suficiente nas sinapses e então ele experimenta o oposto do prazer - fadiga, depressão e humor alterado. As drogas depressoras e perturbadoras do SNC também atuam ao nível das sinapses, de diversas formas. Conforme a droga utilizada, haverá diminuição, aumento ou impedimento da ação dos neurotransmissores. O quadro a seguir descreve a ação das drogas sobre o organismo através dos efeitos que elas podem provocar nos usuários. QUADRO 2. CARACTERIZAÇÃO DAS DROGAS SEGUNDO OS EFEITOS IMEDIATOS (POSITIVOS E NEGATIVOS) E EFEITOS TARDIOS DO CONSUMO CONTÍNUO EFEITOS IMEDIATOS DROGA POSITIVOS são os que o toxicodependente procura NEGATIVOS mais frequentes na sobredosagem e em fases tardias do consumo continuado EFEITOS TARDIOS DO CONSUMOCONTÍNUO O P IÁ C E O S (e x. : h er o ín a) Elimina a ansiedade e depressão, promove a confiança, euforia e extremo bem-estar Cólicas abdominais, confusão mental, convulsões, paragem respiratória por inibição dos Centros Respiratórios e, se não houver assistência terapêutica rápida, a morte Anorexia, emagrecimento e desnutrição, impotência ou frigidez sexual, esterilidade, demência, confusão e infecções várias (hepatites, Sida, endocardites quando a administração é endovenosa) 18 B E N Z O D IA Z E P IN A S Elimina a ansiedade e a tensão muscular. Promove a desinibição psicológica e o sono "para dormir e esquecer" Diminuição da coordenação motora, do equilíbrio, hipotensão, bradicárdia, paragem respiratória e morte Emagrecimento, ansiedade, irritabilidade e agressividade, grande labilidade emocional, depressão com risco de suicídio Á L C O O L Igual às benzodiazepinas Igual às benzodiazepinas Polineurite, impotência ou frigidez sexual, amnésia, diplopia (visão dupla), cirrose hepática, labilidade emocional, agressividade extrema e demência irreversível (devido à destruição irreversível de células cerebrais) IN A L A N T E S (t in ta s, c o la s, so lv en te s, e tc .) Igual às benzodiazepinas Embriaguez, alucinações, diplopia (visão dupla), paragem respiratória, coma e morte Doenças graves do fígado, rim e sangue (leucemias), e demência irreversível A N F E T A M IN A S E cs ta s y C o c aí n a Estado de grande auto- confiança, euforia e energia. Aumento efêmero da capacidade de concentração, memorização, rapidez de associação de ideias, maior força muscular e diminuição da fadiga, sono, fome, sede ou frio Secura da boca, suores, febre, hipertensão e arritmias cardíacas, irritabilidade, agressividade, tremores e convulsões, delírios paranóides A exaustão contínua pode provocar desidratação, problemas cardíacos, renais e morte A cocaína está frequentemente associada à perfuração do septo nasal Emagrecimento, irritabilidade, delírios paranóides (sensação de ser perseguido por organizações secretas, etc.) A perfuração do septo nasal é uma complicação típica do consumo inalado de cocaína O ecstasy está raramente associado a crises de flashback 19 C A N A B IN O ID E S (M A C O N H A ) Elimina a ansiedade e promove sensação de bem-estar, desinibição, maior capacidade de imaginação, visualização da realidade com mais intensidade (cores e sons mais distintos) Secura da boca, reações de ansiedade e pânico (paradoxalmente mais comuns em fumadores experientes), agressividade e, excepcionalmente, alucinações Pode desencadear uma doença mental (psicose) nos raros indivíduos predispostos Síndrome "amotivacional" (provavelmente apenas em grandes consumidores predispostos) A L U C IN Ó G E N O S (e x. : L S D ) Forte exaltação das percepções sensoriais (cores e sons mais intensos), sinestesias (transferências das impressões de um sentido para outro: ouvem-se cores e vêem-se sons). Sensação de levitação, despersonalização mística em que o indivíduo se sente unido ao Universo deixando de ser uma unidade individualizada Má viagem ou "bad trip" em que o consumidor tem sensação intensa de pânico e delírios paranóides que podem durar até cerca de 2 dias Estas reações descontroladas provocam ocasionalmente acidentes mortais Crises psicóticas com delírios e alucinações Flash-backs ou períodos efêmeros nos quais o ex- consumidor volta a sentir os efeitos do consumo até um ano depois de deixar de consumir T A B A C O Relaxamento psicológico, facilitador da concentração Aumento do ritmo cardíaco e hipertensão, tosse e problemas cardíacos e vasculares graves em indivíduos predispostos Doenças pulmonares e cancros Doenças vasculares (enfarte do miocárdio, acidentes vasculares cerebrais, gangrena dos membros e impotência sexual) Fonte:http://www.saudepublica.web.pt/05-PromocaoSaude/055-Toxicodependencia/Dependencias/Efeitosdroga.htm Acessp em 17/03/09 Atividade 6 – Neurotransmissores e drogas A) Releia o quadro 2 e identifique: a) Os efeitos das drogas semelhantes àqueles descritos na reportagem da atividade 4; b) Em que coluna do quadro 2 está o maior número dos efeitos que você identificou? O que isso pode significar? 20 IV. Drogas e o convívio social Quadro 3. Usos das drogas e as conseqüências sociais. Breve histórico das drogas perturbadoras Grande parte das drogas alucinógenas são provenientes de plantas. Estas plantas foram descobertas, em sua maioria, por culturas primitivas, no passado, que ao sentirem os efeitos mentais das mesmas, passaram a considerá-las como "plantas divinas", isto é, que faziam com que, quem as ingerisse, recebesse mensagens divinas, dos deuses, pois elevavam o homem a uma dimensão não material, provocando alucinações. Dessa maneira, esses povos e culturas, em seus rituais, acreditavam estar em contato com forças da natureza e suas divindades. Assim, até hoje, em culturas indígenas de vários países, o uso de plantas alucinógenas tem este significado religioso. Seu uso é basicamente ritual ou de cura. No entanto, também são utilizadas para fins ritualísticos, fora do contexto cultural de origem, com a finalidade apenas de provocar alucinações. No Brasil, drogas alucinógenas são até hoje muito usadas nos rituais de tribos indígenas. A serviço da comunidade, o xamã, ao consumir alucinógenos, entra em contato com os espíritos que o ajudarão a curar doenças, proteger a comunidade contra ataques mágicos e propiciar bem-estar, boas caçadas etc. A droga é propriedade coletiva e não individual, e seu uso deve propiciar harmonia ao invés de desavença, paz ao invés de contestação. As drogas perturbadoras tiveram seu uso popularizado na década de 60, com o movimento hippie. Este fenomeno sócio- cultural tratava-se de uma revolta contra os valores exclusivamente, competitivos e materialistas, incorporados ao modo de vida das sociedades industriais que colocavam, em segundo plano, os sentimentos mais íntimos e as necessidades místico-religiosas. Nesta época, cresceu o número de pessoas que passaram a fazer uso de drogas alucinógenas como manifestação simbólica dos seus ideais. Hoje, os adolescentes são o maior alvo dos programas de prevenção e combate ao uso de drogas. Entre os fatores que desencadeiam o uso de drogas pelos adolescentes, os mais importantes são as emoções e os sentimentos associados a intenso sofrimento psíquico, como depressão, culpa, ansiedade exagerada e baixa auto-estima. O uso de drogas está intimamente relacionado à delinqüência. Os dados de pesquisas mostram que o uso de drogas aumentou muito nos últimos anos e que a primeira experiência está cada vez mais precoce. Texto adaptado de: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-44462000000600009 http://www.imesc.sp.gov.br/infodrogas/brevehist.htm Manchetes de jornais brasileiros: Ação contra cartéis de droga marca agenda de Hillary no México (Estadão, 25/03/2009)Polícia promete 'quebrar a firma' do tráfico de drogas na Rocinha (g1.globo.com., 25/03/2009) Robinho põe fim a polêmica com Pelé sobre acusação de usar drogas (O globo, 25/03/2009) Usuário de drogas é fuzilado no Sítio Cercado (parana-online.com.br, 31/03/2009) EUA: filha de vice teria usado drogas (jbonline.terra.com.br, 30/03/2009) Três são presos por tráfico de drogas após acidente em Rondônia (g1.globo.com, 30/03/2009) 21 Atividade 7 – Debatendo sobre as conseqüências do uso de drogas Releia o quadro 3. Nele, você encontrou histórias, notícias e informações relacionadas ao uso de drogas por pessoas de diferentes formas de sociedade e de países diferentes também. Questões polêmicas envolvem o cultivo, a fabricação e o uso de drogas. As informações do quadro devem auxiliar você a debater com seus colegas sobre as seguintes questões: A) Analise a coluna das “Manchetes de jornais brasileiros”. Por que os casos relatados tornaram-se manchetes de jornal? B) As drogas têm o mesmo uso e significado em todas as sociedades? C) O uso de drogas é um crime? D) Quais os problemas sociais relacionados ao uso de drogas? Além dos efeitos sobre a saúde física e mental, o uso de drogas afeta o convívio familiar e social. Vejamos porque isso acontece. Geralmente, as pessoas que usam drogas modificam seu comportamento. Por afetar o sistema nervoso, provocando sensações como aquelas que já vimos descritas anteriormente (euforia, ansiedade, grande auto-confiança, despersonalização, relaxamento, alucinações, entre outras), o usuário comporta-se de maneira inadequada, às vezes inconveniente ou até de modo perigoso. Dessa forma, as pessoas que se encontram sob efeito de drogas são discriminadas por aqueles que não participam das suas “viagens”. Por isso, os usuários de drogas tendem a agrupar-se e a ignorar a importância da convivência com familiares e outros grupos sociais. Seus valores passam a ser outros e eles podem ser levados a atitudes erradas, tanto pela sensação de “coragem” que a droga lhe oferece quanto pela necessidade de consumi-la. É comum o usuário de droga perder a motivação e a capacidade para o estudo, para o trabalho e outras atividades cotidianas, até mesmo para o lazer, o que o afasta ainda mais da convivência em sociedade. 22 O afastamento do convívio social das pessoas envolvidas com drogas ainda tem como causa o fato da comercialização e do consumo de drogas serem ilegais. Porém, é preciso lembrar que existem drogas lícitas como o álcool e o tabaco que de modo semelhante a alguns tipos de drogas ilícitas levam os usuários a experimentarem as mesmas conseqüências. Há drogas cujo uso é permitido? As drogas podem ser agrupadas conforme suas características, quanto à capacidade de causar dependência, quanto ao grau de periculosidade e os efeitos que provocam no organismo. Há também dois grandes grupos de drogas, segundo as convenções e exigências sociais. São eles o grupo das drogas lícitas e o grupo das drogas ilícitas. As drogas lícitas são aquelas permitidas por lei; são substâncias que podem ser produzidas, comercializadas e consumidas. Apesar de trazerem prejuízos aos usuários são liberadas legalmente e aceitas pela sociedade. É considerada droga lícita qualquer substância que contenha álcool, nicotina, cafeína, medicamentos, anorexígenos, anabolizantes e outros. As drogas ilícitas são aquelas proibidas de serem produzidas, comercializadas e consumida como maconha, cocaína, crack, ecstasy, LSD, inalantes, heroína, anfetaminas, clorofórmio, ópio e outras. Por serem proibidas, as drogas ilícitas entram no país de forma ilegal através do tráfico que promove a comercialização feita sem a autorização das autoridades. Dentre as conseqüências que as drogas ilícitas trazem pode-se dar ênfase à violência gerada por elas em todas as fases de produção até o consumidor final. Atividade 8 – E agora? Finalizando nosso estudo elabore uma carta endereçada a um(a) jovem. Nessa carta você deverá expor a sua opinião sobre “O uso e o usuário de drogas”. As cartas poderão ser trocadas entre os colegas de modo que as opiniões ainda sejam debatidas em torno das questões estudadas. 23 Bibliografia: BARROS, Carlos; PAULINO, Wilson Roberto. O Corpo Humano. 7ª série. São Paulo. Ed. Ática. 2002. Corpo Humano e Saúde. 7ª série. Ediouro. São Paulo. 2002. Sites consultados: http://www.saudepublica.web.pt/05-PromocaoSaude/055- Toxicodependencia/Dependencias/Efeitosdroga.htm http://www.obid.senad.gov.br/portais/mundojovem/conteudo/index.php?id_conteudo= 11221&rastro=O+que+%C3%A9+a+Droga http://www.unifesp.br/dpsicobio/cebrid/folhetos/tranquilizantes_.htm http://www.senad.gov.br http://www.drashirleydecampos.com.br/noticias/4412 http://www.simbiotica.org/nervoso.htm http://www.todabiologia.com/anatomia/sistema_nervoso.htm http://br.geocities.com/neurokidsbr/Divisoes_do_SN.html http://www.brasilescola.com/drogas/drogas-licitas.htm http://www.infoescola.com/drogas/drogas-licitas-e-ilicitas/ http://www.cerebromente.org.br http://www.imesc.sp.gov.br/infodrog.htm#1 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-44462000000600009 Sites indicados http://www.colegiosaofrancisco.com.br/alfa/corpo-humano-sistema- nervoso/imagens/circuito-de-recompensa-cerebral.swf (animação sobre o sistema nervoso) www.sistemanervoso.com http://www.virtual.epm.br/material/depquim/animacoes.htm# (animações sobre o efeito de diversas drogas sobre o sistema nervoso) O que os jovens querem saber 24 http://74.125.47.132/search?q=cache:LReqtP9s92UJ:www.hiv-prg.org/en/document- download/doc_download/205- Volume%25207doc+perguntas+adolescentes+sobre+drogas&hl=pt- BR&ct=clnk&cd=6&gl=br www.hiv-prg.org/en/document-download/doc_download/205-Volume%207doc - http://www.antidrogas.com.br/mostraartigo.php?c=293
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