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Drogas e sistema nervoso

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1 
 
 
DROGAS E SISTEMA NERVOSO 
Autoras: 
Junia Freguglia 
Marina Fonseca 
 
 
(www.cicloceap.com.br acesso em 26/03/09) 
Tópico n.º 8 do CBC de Ciências 
Habilidades Básicas recomendadas no CBC: 
• Compreender a estrutura do sistema nervoso; 
• Explicar a transmissão de impulsos nervosos; 
• Relacionar o efeito das drogas com a alteração do funcionamento do sistema 
nervoso; 
• Identificar drogas que alteram o sistema nervoso; 
• Avaliar as conseqüências do uso das drogas no convívio social. 
 
Organização do texto: 
• Informação 
• História 
• Atividades 
• Projetos 
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
 
 
 
 
 
2 
 
 
I. Introdução 
O que são drogas? Por que as drogas mudam o comportamento das pessoas? Que 
mudanças elas provocam no organismo? Por que elas viciam? Há drogas que são 
permitidas? Quais são os perigos relacionados ao uso de drogas? Qual a relação 
entre drogas e sistema nervoso? 
É preciso saber. 
Usando drogas: multiplicando os riscos 
Procurar informações sobre o que são as drogas e os seus efeitos não significa querer consumi-las. 
As perguntas sobre o assunto são freqüentes entre os jovens. O que é maconha? Crack e cocaína 
são a mesma coisa? Existem drogas leves e drogas pesadas? O que é dependência? O álcool faz 
mal, mesmo consumido moderadamente? Onde procurar tratamento? Com quem falar sobre o 
assunto? 
Essas e outras dúvidas são comuns entre os jovens e, infelizmente, as respostas muitas vezes são 
repletas de desinformação, fantasias, mitos e até preconceitos. As dúvidas chegam a ser mais 
freqüentes que o próprio uso de determinadas substâncias. São poucas as pessoas que têm 
condições de respondê-las com conhecimento real, seguro e isento. Além disso, em algumas 
ocasiões, o jovem tem medo de perguntar a seus pais pelo receio de eles pensarem que está 
usando drogas. 
A informação nunca deve ser negada. Saber o conceito e os tipos de drogas é o primeiro passo. 
Trecho do texto extraído de http://www.drashirleydecampos.com.br/noticias/4412 acesso em 13/03/09 
 
O conhecimento é fundamental em todas as ocasiões da nossa vida. Saber sobre 
como as coisas são e como funcionam ajuda bastante no nosso dia-a-dia, 
especialmente quando precisamos tomar decisões. Não seria diferente quando se 
trata de decidir se queremos uma vida saudável ou não, e isso inclui o uso ou não 
de drogas. 
As drogas agem especialmente sobre o sistema nervoso alterando o seu 
funcionamento. Como veremos, o sistema nervoso é responsável pela coordenação 
de todas as funções do corpo. Suas células são permanentes, ou seja, não são 
substituídas ao longo da vida como acontece com outros órgãos do corpo humano. 
Significa, portanto, que o uso de drogas afeta o organismo de forma agressiva 
provocando danos às vezes irreversíveis. 
 
3 
 
 
Então, vamos conhecer o sistema nervoso e como os diversos tipos de drogas 
afetam o seu funcionamento. Também vamos discutir outros problemas como as 
mudanças de comportamento que afetam o convívio social do usuário de drogas. 
 
Projeto 1 – O que você quer saber? 
 
Um estudo realizado por uma pesquisadora da Tanzânia no ano de 2001 revelou o 
que jovens e adolescentes com idade entre 11 e 20 anos, de regiões diferentes 
daquele país, alunos de escolas primárias e secundárias, gostariam de saber sobre 
drogas e seu uso. A partir desse levantamento foi produzido um folheto informativo 
com 37 perguntas e respostas. O folheto está disponível no site indicado na 
bibliografia desse módulo. 
 
A) Consulte o folheto e identifique as perguntas que você também faria. Identifique 
aquelas que são específicas dos estudantes daquela região. 
 
B) Discuta com seus colegas e professor(a): O contato com as drogas pode variar 
de um país para outro? De uma região para outra? Por quê? 
 
C) Assim como a pesquisadora, a classe poderá produzir um folheto informativo. 
Cada estudante deverá fazer uma pergunta. Todas as perguntas devem ser 
colocadas em uma caixa. Depois, essas perguntas deverão ser redistribuídas 
aleatoriamente de modo que cada estudante responda uma pergunta depois de 
pesquisar sobre ela. De posse de todas as perguntas e respostas, o(a) professor(a) 
ou um(a) estudante ficará responsável por produzir o folheto. Ao(à) professor(a) 
caberá a revisão das respostas. 
 
 
 
 
 
4 
 
 
I. Sistema nervoso: como é, como funciona 
Observe as figuras: 
 
As figuras acima provocaram alguma sensação em você? Provavelmente, sim. Se 
você sentiu medo, tristeza, alegria ou fome vendo as imagens, então você recebeu 
estímulos que provocaram pensamentos, sensações e respostas (lágrimas, 
salivação, por exemplo). Tudo isso é coordenado pelo Sistema Nervoso, integrado a 
diversos órgãos do seu corpo. Vamos conhecer como é e como funciona esse 
sistema. 
Embora exista apenas um sistema 
nervoso, para entendermos 
melhor, ele pode ser separado em 
várias partes, baseando-se em 
características funcionais e de 
localização. Assim, para efeito de 
estudo, o sistema nervoso pode 
ser dividido em duas partes: O 
sistema nervoso central (composto 
pelo encéfalo e medula espinhal) e 
o sistema nervoso periférico 
(composto pelo tecido nervoso, 
localizado fora do sistema nervoso 
central). 
ENCÉFALO 
MEDULA ESPINHAL 
Figura 1. Representação do sistema nervoso. 
www.oidealista.com acesso em 13/03/09 
www.ji.inf.br acesso em 
23/03/09 
www.orapois.com.br acesso em 
23/03/09 
souddd.files.wordpress acesso em 
23/03/09 
 
5 
 
 
Sistema Nervoso Central (SNC) = Encéfalo + Medula 
Espinhal 
 
É no sistema nervoso central que ocorrem nossos 
pensamentos e emoções, e onde ficam nossas memórias 
e ocorre todo tipo de estímulo sensitivo. 
Todo o sistema nervoso central está protegido por ossos e 
membranas. O encéfalo está protegido pela caixa 
craniana e a medula espinhal pela coluna vertebral. 
Ambos estão envolvidos por membranas designadas 
meninges e por um líquido cefalorraquidiano. 
A figura 3 mostra um corte do crânio e da 
membrana que envolve o encéfalo. 
O encéfalo é formado por partes que 
desempenham funções diferentes como mostra a 
figura 4. 
Ainda há outras divisões do encéfalo em regiões 
responsáveis pelo controle da temperatura corporal, 
da sede, da fome; pelo comportamento emocional, 
memória e aprendizado. Ainda, pela visão, audição, 
movimento dos olhos e movimento do corpo. 
Figura 2. Sistema nervoso central. 
3.bp.blogspot.com acesso em 13/03/09 
Figura 3. Corte de crânio e de meninge. 
sistemanervosonow.blogspot.com acesso em 3/03/09 
• Pensamento 
• Movimento voluntário 
• Linguagem 
• Julgamento 
• Percepção 
• Movimento 
• Equilíbrio 
• Postura 
PONTE, MEDULA E BULBO 
(TRONCO DO ENCÉFALO): 
• Respiração 
• Ritmo dos 
batimentos cardíacos 
• Pressão Arterial 
Figura 4. Funções do encéfalo. CD ROM Revista Clipart. Ed Ondas. 2005. (modificado) 
 
6 
 
 
Sistema Nervoso Periférico (SNP) 
O sistema nervoso periférico (SNP) está formado por nervos e gânglios localizados 
fora do sistema nervoso central. Os nervos conectam as partes do corpo com o 
sistema nervoso central e os gânglios (grupos de corpos de células nervosas) são 
associados aos nervos. 
O sistema nervoso periférico inclui 12 pares de nervos cranianos, que se originam 
do cérebro e do tronco do encéfalo e 31 pares de nervos espinhais, que se originam 
da medula espinhal. 
O Sistema Nervoso Periférico ainda se subdivide em: 
• Sistema Nervoso Somático: Suafunção é reagir a estímulos provenientes do 
ambiente externo. É constituído por fibras motoras que conduzem impulsos do 
sistema nervoso central aos músculos esqueléticos. E também pode ser chamado 
de Voluntário, pois podemos controlá-lo segundo a nossa vontade. 
• Sistema Nervoso Autônomo: funciona independentemente de nossa vontade e 
tem função de regular o ambiente interno do corpo, controlando a atividade dos 
sistemas digestório, cardiovascular, excretor e endócrino. Contém fibras nervosas 
que conduzem impulsos do sistema nervoso central aos músculos lisos das 
vísceras e à musculatura do coração. É subdividido em sistema nervoso simpático 
e sistema nervoso parassimpático: 
Esses dois sistemas 
têm funções 
contrárias. Se o 
sistema simpático 
acelera o trabalho 
do estômago e dos 
intestinos, o 
parassimpático entra 
em ação para 
diminuir as 
contrações desses 
órgãos, por 
exemplo. Figura 5. Representação do sistema nervoso periférico. www.afh.bio.br acesso em 17/03/09 
 
7 
 
 
De forma geral, podemos entender que o sistema nervoso desempenha inúmeras 
tarefas, e, que, através dos impulsos elétricos que ocorrem entre seus bilhões de 
neurônios, ele é capaz de se conectar com todas as partes de nosso corpo. Mas 
como essa conexão é feita? Isso é o que veremos a seguir. 
 
Atividade 2 – Compreendendo as funções do sistema nervoso 
Em um acidente automobilístico, uma pessoa teve 
uma lesão no sistema nervoso, no local indicado 
pela seta. Responda SIM ou NÃO para as funções 
que ela poderá realizar após o acidente. Explique 
suas respostas. 
 
A) Lembrar-se de um compromisso. 
B) Ouvir o canto de um pássaro. 
C) Resolver, mentalmente, um problema matemático. 
D) Retirar a mão de um objeto quente. 
E) Realizar um trabalho manual. 
 
II. Transmissão de impulsos nervosos – o que é como se dá? 
 
Quem é você? 
Para responder a essa pergunta, talvez você conte a história da sua vida, suas preferências, 
emoções, crenças, enfim, tudo aquilo que lhe faz ver o mundo de uma maneira particular. É uma 
espécie de filme autobiográfico. São flashes do último final de semana, do sabor da sobremesa 
favorita, lembranças da infância mescladas com sensações de alegria, cansaço, fome. E o mais 
importante: no fundo, você sabe que essas imagens e sensações são exclusivas. Ninguém, além de 
você, pode entrar na sua mente e assistir ao mesmo filme. Mas como essa superprodução é escrita, 
produzida e dirigida no seu cérebro?. 
Ou melhor: como um órgão com a consistência de um pudim é capaz de criar pensamentos, 
memória, medo, prazer e toda a complexidade que distingue o homem de outras espécies? 
 
8 
 
 
Como não se conhecia o interior dessa caixa, durante séculos seu estudo ficou restrito às 
especulações de teólogos e filósofos. Mas isso está mudando. A moderna neurologia tem revelado 
uma visão surpreendente do órgão mais complexo do corpo e promete deixar o século XXI 
conhecido como o século em que entendemos o cérebro. "Começamos a decifrar esse mistério", diz 
o neurologista português António Damásio, pesquisador da Universidade de Iowa, Estados Unidos, 
"Comparada com a era da corrida espacial, estamos a meio caminho de explorar esse universo 
chamado cérebro." 
A analogia com a astronomia não é gratuita. Há no cérebro uma constelação gigante com mais de 
100 bilhões de células nervosas, os conhecidos neurônios. A conexão entre os neurônios - sinapses 
- controla desde as batidas do seu coração até a lembrança de um amor antigo. O número dessas 
conexões supera o de estrelas nas galáxias e se você resolvesse contar uma delas por segundo, 
apenas na região do córtex (camada externa do cérebro), precisaria de 32 milhões de anos. 
Enquanto nossos 100 bilhões de neurônios equivalem ao número de árvores na floresta amazônica, 
as sinapses seriam cada folhinha de todas essas árvores. 
Mesmo que a medicina possa um dia transplantar qualquer órgão do corpo, não faria sentido receber 
o cérebro de outra pessoa. Ainda que isso fosse possível, seria mais correto afirmar que foi o 
cérebro transplantado que recebeu um novo corpo. Confuso? É que para os neurologistas, o cérebro 
guarda o que você é. Incluindo aí a sua personalidade. 
A primeira grande prova, na medicina, de que até a personalidade pode mudar após uma mudança 
física no cérebro surgiu com um bizarro acidente ocorrido em 1848, no Estado de Vermont, EUA. 
Phineas Gage, um capataz de 25 anos que trabalhava na construção de ferrovias, foi vítima de um 
acidente. Após uma explosão, uma barra de ferro em forma de lança entrou pelo lado esquerdo da 
sua face, atravessou a base do crânio e saiu como um projétil pelo topo da cabeça. Gage caiu no 
chão, sofreu convulsões e, logo depois, ocorreu o inesperado: recobrou a consciência e voltou a 
falar normalmente. Alguns meses após o acidente, os médicos e os amigos de Gage notaram que 
ele não era o mesmo. Segundo o relato da época, ele sofrera uma mudança abrupta no caráter. 
Conhecido até então como uma pessoa amigável e trabalhadora, Gage se transformara numa 
pessoa insuportável, arrogante e indiferente aos outros - para alguns, ele tinha se transformado num 
cafajeste. 
Hoje os pesquisadores sabem o suficiente para afirmar que a área afetada no cérebro de Gage, o 
córtex pré-frontal (camada externa do cérebro logo abaixo da testa), tem um papel importante em 
nossa capacidade de sentir emoções. As imagens computadorizadas do crânio de Gage e a análise 
de pacientes que sofreram danos na mesma região mostraram que, quando essa área é afetada, os 
pacientes parecem incapazes de sentir emoções como antes. Com a perda dessa capacidade, 
tornam-se geralmente indiferentes e passam a ter dificuldades para tomar decisões em suas vidas. 
Apesar dos novos modelos da mente, os cientistas reconhecem que ainda falta muito para o 
entendimento de como essas conexões se articulam para produzir nossa capacidade de refletir 
sobre a própria existência. Resta saber se, um dia, essa exploração poderá responder à pergunta 
 
9 
 
 
que aflige os homens desde que o cérebro se tornou capaz de desvendar o cérebro: existe alguma 
forma de consciência após a nossa morte? 
Até mesmo René Descartes, o filósofo francês que, no século XVI, provou que existimos pela 
consciência "penso, logo existo", o cérebro era uma máquina pilotada pela alma. Descartes chegou a 
propor que a alma estava alojada na glândula pineal, que hoje os cientistas atribuem ao sono. 
"Gostaria de acreditar numa vida eterna, mas não tenho nenhuma evidência de que a consciência 
existe fora do corpo", diz o neurologista António Damásio. 
Cavalcante, Rodrigo. “Cabeça Aberta”. Superinteressante, dezembro de 2001. (Texto adaptado) 
 
Atividade 3 – Retomando a leitura 
Releia o texto “Quem é você?” e responda: 
A) Pesquise sobre a atividade dos teólogos e filósofos e discuta com seus colegas: 
Por que durante séculos o estudo do cérebro ficou restrito às especulações dessas 
pessoas? 
B) O que são neurônios? Qual a sua importância? 
C) Uma lesão no cérebro ou na medula espinhal pode comprometer a capacidade 
de locomoção, da fala, entre outras funções. Como isso se explica? 
 
Neurônios e sinapses - A transmissão de impulsos 
Todas as sensações descritas no texto “Cabeça Aberta” são coordenadas pelo 
sistema nervoso. 
O sistema nervoso funciona como uma grande rede de comunicações, em que as 
mensagens têm a forma de sinais químicos e 
elétricos. 
O tecido que forma o sistema nervoso é constituído 
especialmente por neurônios. O neurônio é uma 
célula de forma estrelada, capaz de receber, 
conduzir e interpretar os sinais elétricos e químicos. 
Simplificadamente,a condução do impulso nervoso 
ocorre da seguinte maneira (acompanhe a figura 7): os dendritos ou o corpo celular 
recebem um estímulo que é transmitido ao axônio. Ao final da transmissão do 
Figura 6. Ilustração de neurônios. 
www.lncc.br acesso em 17/03/09 
 
10 
 
 
estímulo, o axônio libera uma 
substância que estimula os dendritos 
do neurônio seguinte. O estímulo é 
passado desse modo pelos neurônios 
ao longo da fibra nervosa até chegar 
ao órgão determinado, provocando 
uma resposta. 
O estímulo pode ser o frio, o calor, a 
pressão de um objeto, por exemplo. A resposta poderá ser o movimento dos 
músculos para aproximar ou afastar o corpo dessas sensações. O sistema nervoso 
também é estimulado por sensações de medo, prazer, alegria, fome, raiva, enfim, 
por necessidades do corpo ou pelo contato do corpo com o ambiente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O lugar onde os axônios de um neurônio e os dendritos do outro se comunicam é 
denominado sinapse (figura 8). Na sinapse são liberadas as substâncias que fazem 
a comunicação entre os neurônios. Essas substâncias são denominadas 
neurotransmissores. Os neurotransmissores são liberados por um neurônio e 
captados pelo neurônio seguinte, passando assim a informação necessária. A 
adrenalina é um exemplo de neurotransmissor. 
Figura 7. Esquema das partes de um neurônio. 
www.filosofiaadistancia.com.br acesso em 17/03/09 
Figura 8. Diagrama de um nervo mostrando a sinapse, as membranas pré e pós sinápticas e a ação dos 
neurotransmissores. http://clarindasousa.no.sapo.pt/images/sinapse.jpg acesso em 16/03/09. 
 
11 
 
 
Atividade 4 – Efeitos da adrenalina e outros neurotransmissores 
Por que corremos riscos 
Levadas pelos amigos, pela vontade 
de fugir do tédio e pelo puro prazer, 
as pessoas voam, saltam e mergulham 
em busca do frio na barriga 
 
Bel Moherdaui 
A boca seca, as pupilas dilatam-se, a pele empalidece, o coração dispara, os pêlos se 
eriçam, o estômago vira. Em seguida vêm o alívio, a satisfação, o intenso prazer. A 
seqüência de emoções é típica das situações de alto risco que encantam e atraem um 
número cada vez maior de adeptos no Brasil e no resto do mundo. Alguns mergulham 
no meio de tubarões. Outros preferem andar em montanha-russa, vencer corredeiras 
em um bote inflável ou subir e descer paredões de montanhas. Por que tanta gente 
corre atrás de aventuras? Por que colocar a vida em risco? 
"Nada se compara ao prazer de ver as janelas passando, a queda livre acelerando você 
e o chão crescendo na sua frente. É a adrenalina, a emoção, o vento, tudo isso 
misturado", tenta explicar o paulista Luiz Henrique Tapajós, o Sabiá, 30 anos, que já fez 
cerca de 700 saltos de base jump, um dos esportes com mais risco de morte do mundo. 
Quem experimenta um esporte arriscado em geral adora, mas depois volta para casa e 
para o emprego de sempre, contentando-se com um ou outro bis de vez em quando. 
Uns poucos são fisgados pela adrenalina e mergulham no perigo. 
 
 
Luiz Henrique Tapajós, o Sabiá, 30, praticante de 
base jump, um dos esportes mais arriscados 
"Para viver do jeito que eu quero, preciso correr 
riscos. Não é que eu corra atrás do perigo. Ele é uma 
conseqüência da emoção, do prazer, da aventura." 
A descarga de emoção que Sabiá e seus colegas radicais perseguem é, fisicamente 
falando, uma reação bioquímica que envolve a liberação no cérebro de três substâncias: 
 
12 
 
 
a conhecida adrenalina, a endorfina e a dopamina. Quando a pessoa começa a se 
aprontar para a aventura, ela recebe uma descarga de adrenalina, o mediador químico 
que, desde que o mundo é mundo, prepara o corpo para duas reações primordiais à 
vida: a fuga e a luta. É dessa descarga que vêm a boca seca, o aumento da freqüência 
cardíaca, a dilatação das pupilas e a redistribuição do fluxo sanguíneo. Durante a prática 
da atividade, entra em ação a endorfina, outro mediador químico, que tem a capacidade 
de amortecer a dor e o desconforto provocados por eventuais lesões – daí que muita 
gente só venha a perceber que quebrou o pé ou cortou o braço depois que a atividade 
acaba e o corpo "esfria". Por fim, entra em cena a dopamina, que atua no centro de 
prazer do sistema nervoso e é responsável pela sensação de satisfação ao final da 
prova. "Algumas pessoas têm uma regulagem diferenciada de dopamina. Quanto maior 
a quantidade liberada, mais o indivíduo precisa dela. Se ficar sem sua dose de 
dopamina, ele pode até entrar em depressão ou se tornar agressivo", alerta o professor 
do departamento de psicobiologia da Universidade Federal de São Paulo Marco Tulio de 
Mello. Segundo ele, ainda não se sabe por que algumas pessoas precisam estimular 
mais as áreas do prazer do que outras, mas é fato comprovado que algumas 
desenvolvem um quadro parecido com o da dependência de drogas quando se privam 
dessas emoções. "Se fico muito tempo sem surfar, eu me sinto mal, deprimido, 
estressado", concorda o surfista Carlos Burle, de 33 anos, do Recife, especialista em 
ondas gigantes. Burle enfrenta "monstros" marinhos de até 15 metros de altura há 
muitos anos, mas confessa que dorme mal na véspera e se sente intranqüilo. "Antes de 
entrar, o coração dispara e a boca fica seca, é aquele nervosismo. Nem gosto de ficar 
olhando muito o mar", descreve. "Na hora em que estou na onda, fico tão compenetrado 
que nem sinto tanto prazer. Bom mesmo é quando acaba", diz. 
Christian Gaul 
 
Kai Konragan 
 
Carlos Burle, 33, surfista de ondas 
gigantes 
"Pegar uma onda gigante é uma 
sensação muito boa, dá um prazer 
muito grande. É muito arriscado, mas 
se fizer com consciência e preparo 
físico você não vai morrer." 
Nem é preciso onda gigante – por muito menos, o trio adrenalina-endorfina-dopamina 
se faz presente. Descer na montanha-russa dá um frio na barriga? Culpa da adrenalina, 
que tira o sangue de áreas prescindíveis, como estômago, e o redireciona para os 
 
13 
 
 
músculos, preparando o corpo para, mais uma vez, fugir ou lutar. "É justamente por 
causa da diminuição do fluxo sanguíneo no sistema digestivo que as pessoas têm enjôos 
em situações de risco", explica o fisiologista Turíbio Leite de Barros. 
A viagem de férias ideal da funcionária pública Cibele Tolentino, 39 anos, de São José do 
Rio Preto, interior de São Paulo, é exemplo típico do que é visto como pura maluquice. 
Fã de mergulho, ela aproveitou uma temporada na ilha de Nassau, nas Bahamas, para 
confraternizar com tubarões. "De cima do barco se vê um monte deles. Daí, todo mundo 
pula na água. Lá embaixo, tem de ficar com os braços junto ao corpo, fazendo o mínimo 
possível de movimento. O instrutor leva uma caixa de isca e vai alimentando os 
tubarões com um arpão. Eles ficam passando em volta da gente. Às vezes esbarram, 
mas não fazem nada", ensina ela, que morreu de medo, adorou e repetiu a experiência. 
O medo, nessa hora, funciona como um alarme do corpo para dizer que o limite está 
sendo atingido, e tem de ser controlado, para atuar como uma forma de equilíbrio. 
Trecho de reportagem da Revista Veja Edição 1 725 - 7 de novembro de 2001 
 
Gostou da reportagem? Então vamos conversar sobre o que acabamos de ler. 
Após a leitura, responda as questões: 
A) Você já passou por alguma situação em que você experimentou as sensações 
descritas na reportagem? Provavelmente, sim. Comente com os colegas. 
B) A partir dos comentários dos colegas, faça uma relação das emoções e 
sensações envolvidas em cada situação descrita (medo, euforia, liberdade, etc) 
C) A reportagem cita 3 mediadores químicos também denominados 
neurotransmissores. Transcreva os nomes desses neurotransmissores, descrevendoas reações que cada um deles provoca no organismo. 
D) Qual é a função dos mediadores químicos citados no item anterior? 
E) O professor do departamento de psicobiologia da Universidade Federal de São 
Paulo Marco Tulio de Mello diz, na reportagem, que “algumas pessoas desenvolvem 
um quadro parecido com o da dependência de drogas quando se privam dessas 
emoções”. Qual seria a explicação para a comparação com o efeito das drogas? Por 
que somente algumas pessoas apresentam essa reação? 
F) Pesquise: Por que as pessoas que buscam atividades que provocam emoções 
como os esportes radicais são, na maioria, jovens? 
 
14 
 
 
Arco-reflexo – sem a participação do cérebro 
A transmissão de impulsos também pode se dar em 
resposta a um estímulo de dor, calor, ou outro que 
requeira uma resposta rápida. Nesse caso, a 
resposta não depende de uma ordem do cérebro, 
sendo necessários apenas neurônios sensitivos (que 
recebem o estímulo) e neurônios motores (que 
promovem a ação). Quando isso acontece 
chamamos de arco-reflexo o processo de receber e 
dar a resposta. 
Veja a ilustração da figura 9 (a): É o reflexo patelar. 
1. Uma batida no joelho estimula neurônios 
sensitivos, gerando um sinal nervoso. 
2. O sinal percorre ao longo de uma via de nervos 
até a medula espinhal. 
3. Na medula espinhal, o sinal é transmitido do nervo 
sensorial ao nervo motor. 
4. O nervo motor envia o sinal de volta a um músculo da coxa. 
5. O músculo contrai, fazendo com que a perna se desloque para frente. Todo 
reflexo ocorre sem envolvimento do cérebro. O mesmo ocorre quando recebemos 
estímulo de dor ou calor como ocorre na figura 9 (b). 
 
Atividade 5 – Testando o arco-reflexo 
A figura à esquerda representa uma situação 
cotidiana. Ao receber um estímulo externo, o 
corpo reage. 
A) Qual é o estímulo que está sendo recebido 
pela pessoa representada na figura? 
B) Após receber o estímulo, qual deverá ser a 
reação da pessoa? 
Figura 9. Representação de arco-
reflexo. 
www.msd-brazil.com / www.ms-
gateway.com.pt acesso em 20/03/09 
(a) 
(b) 
 
15 
 
 
C) Explique o que ocorre desde o estímulo até a resposta (reação). 
D) Como é denominado esse processo? 
E) Identifique as estruturas representadas pelos números 1, 2 e 3. 
F) Agora, teste seu arco-reflexo executando o passo n.º 1 da descrição da figura 9(a) 
 
III. Efeitos das drogas sobre o sistema nervoso 
Como descrito no quadro ao lado, “droga é qualquer 
substância que, não sendo produzida pelo 
organismo, tem a propriedade de atuar sobre um ou 
mais de seus sistemas, produzindo alterações em 
seu funcionamento.” Mas, há uma definição para as 
drogas que atuam diretamente sobre o Sistema 
Nervoso Central (SNC), chamadas psicotrópicas. 
De forma resumida, as drogas psicotrópicas podem 
ser classificadas em três grupos, de acordo com a 
atividade que exercem junto ao nosso cérebro: 
drogas depressoras, estimulantes e perturbadoras ou 
alucinógenas. No quadro 1 estão os efeitos e 
exemplos de drogas de cada um desses grupos. 
Por que as drogas provocam esses efeitos? 
Nós estudamos que as nossas sensações são 
coordenadas pelo sistema nervoso central. Nele, há 
neurônios que se comunicam através de 
neurotransmissores liberados nas sinapses. 
As drogas psicotrópicas são substâncias não 
produzidas pelo corpo, mas capazes de agir 
exatamente nos mesmos locais dos 
neurotransmissores, ou seja, nas sinapses. 
 
Droga: O que é isso? 
Ao longo dos séculos, o termo para 
descrever a palavra droga sofreu 
grandes variações. Na Grécia 
Antiga a droga era denominada 
“pharmakon” e possuía dupla 
significação: remédio e veneno. Já 
o termo “droga” teve origem na 
palavra “droog” (holandês antigo) 
que significa folha seca, isto 
porque antigamente, quase todos 
os medicamentos eram 
sintetizados à base de vegetais. 
 Segundo a definição da 
Organização Mundial de Saúde – 
OMS, de 1981, que é utilizada até 
os dias atuais, droga é qualquer 
substância que, não sendo 
produzida pelo organismo, tem a 
propriedade de atuar sobre um ou 
mais de seus sistemas, produzindo 
alterações em seu funcionamento. 
 Atualmente, outra definição 
bastante utilizada nos meios 
acadêmicos, refere-se a drogas 
psicotrópicas ou psicoativas, que 
se define como qualquer 
substancia capaz de afetar os 
processos mentais (pensamento, 
memória e percepção). 
 O termo psicotrópico significa 
atração pelo psiquismo, e drogas 
psicotrópicas, são aquelas que 
atuam sobre nosso cérebro, 
alterando de alguma maneira 
nosso psiquismo. 
Fonte: 
http://www.obid.senad.gov.br/portais/mundojo
vem (texto adaptado) Acesso em 18/03/09 
 
16 
 
 
Quadro 1. Grupos de drogas. Classificação de acordo com o efeito sobre a atividade do Sistema Nervoso 
Central. 
 
O exemplo da cocaína, um 
estimulante 
Quando estimulados, os 
neurônios eliminam 
dopamina. Como você leu na 
reportagem da atividade 4, a 
dopamina é um 
neurotransmissor que produz 
prazer em resposta a 
acontecimentos positivos na 
vida do indivíduo. 
Quando a dopamina é 
eliminada na sinapse por um 
neurônio, o neurônio 
seguinte é capaz de 
reconhecê-la através de 
receptores especiais. Após o 
reconhecimento, a dopamina 
é recapturada pelo neurônio 
que a eliminou. 
Depressoras da atividade do 
SNC 
Estimulantes da atividade do 
SNC 
Perturbadoras da atividade do 
SNC 
Diminuem a atividade do nosso 
cérebro. A pessoa que faz uso 
desse tipo de droga fica 
"desligada", "devagar", 
desinteressada pelas coisas. 
Aumentam a atividade do nosso 
cérebro. A pessoa que se utiliza 
dessas drogas fica "ligada", 
"elétrica", sem sono. 
Modificam qualitativamente a 
atividade do nosso cérebro; não 
aumentam nem diminuem a 
atividade cerebral. Aqui a 
mudança é de qualidade. O 
cérebro passa a funcionar fora 
do seu normal, e a pessoa fica 
com a mente perturbada. 
Álcool, soníferos (barbitúricos), 
ansiolíticos, opiáceos ou 
narcóticos (morfina, heroína), 
inalantes ou solventes 
Anorexígenos (anfetaminas), 
cocaína 
Origem vegetal: Mescalina, 
THC (maconha), psilocibina 
(cogumelos), lírio 
Sintéticos: LSD, ecstasy, 
anticolinérgicos 
NEURÔNIO ELIMINANDO DOPAMINA 
NEURÔNIO RECEBENDO DOPAMINA 
DOPAMINA 
COCAÍNA 
Figura 10. Ação da cocaína na sinapse. 
www.cerebromente.org.br acesso em 18/03/09 
 
17 
 
 
A cocaína entra nesse sistema impedindo que a dopamina retorne ao neurônio que 
a eliminou. Esse neurotransmissor, portanto, permanece na sinapse “passando a 
informação” de prazer e euforia, sem cessar. 
O uso prolongado da cocaína pode fazer com que o cérebro se adapte a ela, de 
forma que ele começa a depender desta substância para funcionar normalmente 
diminuindo os níveis de dopamina no neurônio. Se o indivíduo parar de usar 
cocaína, já não existe dopamina suficiente nas sinapses e então ele experimenta o 
oposto do prazer - fadiga, depressão e humor alterado. 
As drogas depressoras e perturbadoras do SNC também atuam ao nível das 
sinapses, de diversas formas. Conforme a droga utilizada, haverá diminuição, 
aumento ou impedimento da ação dos neurotransmissores. 
O quadro a seguir descreve a ação das drogas sobre o organismo através dos 
efeitos que elas podem provocar nos usuários. 
QUADRO 2. CARACTERIZAÇÃO DAS DROGAS SEGUNDO OS EFEITOS IMEDIATOS (POSITIVOS E NEGATIVOS) E 
EFEITOS TARDIOS DO CONSUMO CONTÍNUO 
EFEITOS IMEDIATOS 
DROGA 
POSITIVOS 
são os que o 
toxicodependente procura 
NEGATIVOS 
mais frequentes na 
sobredosagem e em 
fases tardias do 
consumo continuado 
 
EFEITOS TARDIOS DO 
CONSUMOCONTÍNUO 
O
P
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C
E
O
S
 
(e
x.
: 
h
er
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ín
a)
 
Elimina a ansiedade e 
depressão, promove a confiança, 
euforia e extremo bem-estar 
Cólicas abdominais, 
confusão mental, 
convulsões, paragem 
respiratória por 
inibição dos Centros 
Respiratórios e, se 
não houver 
assistência terapêutica 
rápida, a morte 
Anorexia, emagrecimento e 
desnutrição, impotência ou 
frigidez sexual, esterilidade, 
demência, confusão e 
infecções várias (hepatites, 
Sida, endocardites quando a 
administração é endovenosa) 
 
18 
 
 
B
E
N
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O
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IN
A
S
 
Elimina a ansiedade e a tensão 
muscular. Promove a desinibição 
psicológica e o sono "para dormir 
e esquecer" 
 
Diminuição da 
coordenação motora, 
do equilíbrio, 
hipotensão, 
bradicárdia, paragem 
respiratória e morte 
Emagrecimento, ansiedade, 
irritabilidade e agressividade, 
grande labilidade emocional, 
depressão com risco de 
suicídio 
Á
L
C
O
O
L
 
Igual às benzodiazepinas 
Igual às 
benzodiazepinas 
Polineurite, impotência ou 
frigidez sexual, amnésia, 
diplopia (visão dupla), cirrose 
hepática, labilidade 
emocional, agressividade 
extrema e demência 
irreversível (devido à 
destruição irreversível de 
células cerebrais) 
IN
A
L
A
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(t
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s,
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s,
 
so
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en
te
s,
 e
tc
.)
 
Igual às benzodiazepinas 
Embriaguez, 
alucinações, diplopia 
(visão dupla), 
paragem respiratória, 
coma e morte 
Doenças graves do fígado, rim 
e sangue (leucemias), e 
demência irreversível 
A
N
F
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T
A
M
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A
S
 
E
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ta
s
y 
C
o
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aí
n
a 
Estado de grande auto-
confiança, euforia e energia. 
Aumento efêmero da capacidade 
de concentração, memorização, 
rapidez de associação de ideias, 
maior força muscular e 
diminuição da fadiga, sono, 
fome, sede ou frio 
Secura da boca, 
suores, febre, 
hipertensão e arritmias 
cardíacas, 
irritabilidade, 
agressividade, 
tremores e 
convulsões, delírios 
paranóides 
A exaustão contínua 
pode provocar 
desidratação, 
problemas cardíacos, 
renais e morte 
A cocaína está 
frequentemente 
associada à 
perfuração do septo 
nasal 
Emagrecimento, irritabilidade, 
delírios paranóides (sensação 
de ser perseguido por 
organizações secretas, etc.) 
A perfuração do septo nasal é 
uma complicação típica do 
consumo inalado de cocaína 
O ecstasy está raramente 
associado a crises de 
flashback 
 
19 
 
 
C
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(M
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) 
Elimina a ansiedade e promove 
sensação de bem-estar, 
desinibição, maior capacidade de 
imaginação, visualização da 
realidade com mais intensidade 
(cores e sons mais distintos) 
Secura da boca, 
reações de ansiedade 
e pânico 
(paradoxalmente mais 
comuns em fumadores 
experientes), 
agressividade e, 
excepcionalmente, 
alucinações 
Pode desencadear uma 
doença mental (psicose) nos 
raros indivíduos predispostos 
Síndrome "amotivacional" 
(provavelmente apenas em 
grandes consumidores 
predispostos) 
A
L
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(e
x.
: 
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) 
Forte exaltação das percepções 
sensoriais (cores e sons mais 
intensos), sinestesias 
(transferências das impressões 
de um sentido para outro: 
ouvem-se cores e vêem-se 
sons). Sensação de levitação, 
despersonalização mística em 
que o indivíduo se sente unido 
ao Universo deixando de ser 
uma unidade individualizada 
Má viagem ou "bad 
trip" em que o 
consumidor tem 
sensação intensa de 
pânico e delírios 
paranóides que 
podem durar até cerca 
de 2 dias 
Estas reações 
descontroladas 
provocam 
ocasionalmente 
acidentes mortais 
Crises psicóticas com delírios 
e alucinações 
Flash-backs ou períodos 
efêmeros nos quais o ex-
consumidor volta a sentir os 
efeitos do consumo até um 
ano depois de deixar de 
consumir 
T
A
B
A
C
O
 
Relaxamento psicológico, 
facilitador da concentração 
Aumento do ritmo 
cardíaco e 
hipertensão, tosse e 
problemas cardíacos e 
vasculares graves em 
indivíduos 
predispostos 
Doenças pulmonares e 
cancros 
Doenças vasculares (enfarte 
do miocárdio, acidentes 
vasculares cerebrais, 
gangrena dos membros e 
impotência sexual) 
Fonte:http://www.saudepublica.web.pt/05-PromocaoSaude/055-Toxicodependencia/Dependencias/Efeitosdroga.htm Acessp em 17/03/09 
 
Atividade 6 – Neurotransmissores e drogas 
A) Releia o quadro 2 e identifique: 
a) Os efeitos das drogas semelhantes àqueles descritos na reportagem da atividade 
4; 
b) Em que coluna do quadro 2 está o maior número dos efeitos que você identificou? 
O que isso pode significar? 
 
20 
 
 
IV. Drogas e o convívio social 
Quadro 3. Usos das drogas e as conseqüências sociais. 
Breve histórico das drogas perturbadoras 
Grande parte das drogas alucinógenas são provenientes de 
plantas. Estas plantas foram descobertas, em sua maioria, por 
culturas primitivas, no passado, que ao sentirem os efeitos 
mentais das mesmas, passaram a considerá-las como "plantas 
divinas", isto é, que faziam com que, quem as ingerisse, 
recebesse mensagens divinas, dos deuses, pois elevavam o 
homem a uma dimensão não material, provocando alucinações. 
Dessa maneira, esses povos e culturas, em seus rituais, 
acreditavam estar em contato com forças da natureza e suas 
divindades. 
Assim, até hoje, em culturas indígenas de vários países, o uso de 
plantas alucinógenas tem este significado religioso. Seu uso é 
basicamente ritual ou de cura. No entanto, também são utilizadas 
para fins ritualísticos, fora do contexto cultural de origem, com a 
finalidade apenas de provocar alucinações. 
No Brasil, drogas alucinógenas são até hoje muito usadas nos 
rituais de tribos indígenas. A serviço da comunidade, o xamã, ao 
consumir alucinógenos, entra em contato com os espíritos que o 
ajudarão a curar doenças, proteger a comunidade contra ataques 
mágicos e propiciar bem-estar, boas caçadas etc. A droga é 
propriedade coletiva e não individual, e seu uso deve propiciar 
harmonia ao invés de desavença, paz ao invés de contestação. 
As drogas perturbadoras tiveram seu uso popularizado na 
década de 60, com o movimento hippie. Este fenomeno sócio-
cultural tratava-se de uma revolta contra os valores 
exclusivamente, competitivos e materialistas, incorporados ao 
modo de vida das sociedades industriais que colocavam, em 
segundo plano, os sentimentos mais íntimos e as necessidades 
místico-religiosas. Nesta época, cresceu o número de pessoas 
que passaram a fazer uso de drogas alucinógenas como 
manifestação simbólica dos seus ideais. 
Hoje, os adolescentes são o maior alvo dos programas de 
prevenção e combate ao uso de drogas. Entre os fatores que 
desencadeiam o uso de drogas pelos adolescentes, os mais 
importantes são as emoções e os sentimentos associados a 
intenso sofrimento psíquico, como depressão, culpa, ansiedade 
exagerada e baixa auto-estima. O uso de drogas está 
intimamente relacionado à delinqüência. Os dados de pesquisas 
mostram que o uso de drogas aumentou muito nos últimos anos 
e que a primeira experiência está cada vez mais precoce. 
Texto adaptado de: 
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-44462000000600009 
http://www.imesc.sp.gov.br/infodrogas/brevehist.htm 
Manchetes de jornais 
brasileiros: 
 
Ação contra cartéis de 
droga marca agenda de 
Hillary no México 
(Estadão, 25/03/2009)Polícia promete 'quebrar a 
firma' do tráfico de drogas 
na Rocinha 
(g1.globo.com., 25/03/2009) 
 
Robinho põe fim a 
polêmica com Pelé sobre 
acusação de usar drogas 
(O globo, 25/03/2009) 
 
Usuário de drogas é 
fuzilado no Sítio Cercado 
(parana-online.com.br, 
31/03/2009) 
 
EUA: filha de vice teria 
usado drogas 
(jbonline.terra.com.br, 
30/03/2009) 
 
Três são presos por 
tráfico de drogas após 
acidente em Rondônia 
(g1.globo.com, 30/03/2009) 
 
 
21 
 
 
Atividade 7 – Debatendo sobre as conseqüências do uso de drogas 
Releia o quadro 3. Nele, você encontrou histórias, notícias e informações 
relacionadas ao uso de drogas por pessoas de diferentes formas de sociedade e de 
países diferentes também. 
Questões polêmicas envolvem o cultivo, a fabricação e o uso de drogas. As 
informações do quadro devem auxiliar você a debater com seus colegas sobre as 
seguintes questões: 
A) Analise a coluna das “Manchetes de jornais brasileiros”. Por que os casos 
relatados tornaram-se manchetes de jornal? 
B) As drogas têm o mesmo uso e significado em todas as sociedades? 
C) O uso de drogas é um crime? 
D) Quais os problemas sociais relacionados ao uso de drogas? 
 
Além dos efeitos sobre a saúde física e mental, o uso de drogas afeta o convívio 
familiar e social. Vejamos porque isso acontece. 
Geralmente, as pessoas que usam drogas modificam seu comportamento. Por afetar 
o sistema nervoso, provocando sensações como aquelas que já vimos descritas 
anteriormente (euforia, ansiedade, grande auto-confiança, despersonalização, 
relaxamento, alucinações, entre outras), o usuário comporta-se de maneira 
inadequada, às vezes inconveniente ou até de modo perigoso. Dessa forma, as 
pessoas que se encontram sob efeito de drogas são discriminadas por aqueles que 
não participam das suas “viagens”. 
Por isso, os usuários de drogas tendem a agrupar-se e a ignorar a importância da 
convivência com familiares e outros grupos sociais. Seus valores passam a ser 
outros e eles podem ser levados a atitudes erradas, tanto pela sensação de 
“coragem” que a droga lhe oferece quanto pela necessidade de consumi-la. 
É comum o usuário de droga perder a motivação e a capacidade para o estudo, para 
o trabalho e outras atividades cotidianas, até mesmo para o lazer, o que o afasta 
ainda mais da convivência em sociedade. 
 
22 
 
 
O afastamento do convívio social das pessoas envolvidas com drogas ainda tem 
como causa o fato da comercialização e do consumo de drogas serem ilegais. 
Porém, é preciso lembrar que existem drogas lícitas como o álcool e o tabaco que 
de modo semelhante a alguns tipos de drogas ilícitas levam os usuários a 
experimentarem as mesmas conseqüências. 
 
Há drogas cujo uso é permitido? 
As drogas podem ser agrupadas conforme suas características, quanto à 
capacidade de causar dependência, quanto ao grau de periculosidade e os efeitos 
que provocam no organismo. 
Há também dois grandes grupos de drogas, segundo as convenções e exigências 
sociais. São eles o grupo das drogas lícitas e o grupo das drogas ilícitas. 
As drogas lícitas são aquelas permitidas por lei; são substâncias que podem ser 
produzidas, comercializadas e consumidas. Apesar de trazerem prejuízos aos 
usuários são liberadas legalmente e aceitas pela sociedade. É considerada droga 
lícita qualquer substância que contenha álcool, nicotina, cafeína, medicamentos, 
anorexígenos, anabolizantes e outros. 
As drogas ilícitas são aquelas proibidas de serem produzidas, comercializadas e 
consumida como maconha, cocaína, crack, ecstasy, LSD, inalantes, heroína, 
anfetaminas, clorofórmio, ópio e outras. Por serem proibidas, as drogas ilícitas 
entram no país de forma ilegal através do tráfico que promove a comercialização 
feita sem a autorização das autoridades. Dentre as conseqüências que as drogas 
ilícitas trazem pode-se dar ênfase à violência gerada por elas em todas as fases de 
produção até o consumidor final. 
 
Atividade 8 – E agora? 
Finalizando nosso estudo elabore uma carta endereçada a um(a) jovem. Nessa 
carta você deverá expor a sua opinião sobre “O uso e o usuário de drogas”. 
As cartas poderão ser trocadas entre os colegas de modo que as opiniões ainda 
sejam debatidas em torno das questões estudadas. 
 
23 
 
 
Bibliografia: 
BARROS, Carlos; PAULINO, Wilson Roberto. O Corpo Humano. 7ª série. São Paulo. 
Ed. Ática. 2002. Corpo Humano e Saúde. 7ª série. Ediouro. São Paulo. 2002. 
 
Sites consultados: 
http://www.saudepublica.web.pt/05-PromocaoSaude/055-
Toxicodependencia/Dependencias/Efeitosdroga.htm 
http://www.obid.senad.gov.br/portais/mundojovem/conteudo/index.php?id_conteudo=
11221&rastro=O+que+%C3%A9+a+Droga 
http://www.unifesp.br/dpsicobio/cebrid/folhetos/tranquilizantes_.htm 
http://www.senad.gov.br 
http://www.drashirleydecampos.com.br/noticias/4412 
http://www.simbiotica.org/nervoso.htm 
http://www.todabiologia.com/anatomia/sistema_nervoso.htm 
http://br.geocities.com/neurokidsbr/Divisoes_do_SN.html 
http://www.brasilescola.com/drogas/drogas-licitas.htm 
http://www.infoescola.com/drogas/drogas-licitas-e-ilicitas/ 
http://www.cerebromente.org.br 
http://www.imesc.sp.gov.br/infodrog.htm#1 
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-44462000000600009 
Sites indicados 
http://www.colegiosaofrancisco.com.br/alfa/corpo-humano-sistema-
nervoso/imagens/circuito-de-recompensa-cerebral.swf (animação sobre o sistema 
nervoso) 
www.sistemanervoso.com 
http://www.virtual.epm.br/material/depquim/animacoes.htm# (animações sobre o 
efeito de diversas drogas sobre o sistema nervoso) 
O que os jovens querem saber 
 
24 
 
 
http://74.125.47.132/search?q=cache:LReqtP9s92UJ:www.hiv-prg.org/en/document-
download/doc_download/205-
Volume%25207doc+perguntas+adolescentes+sobre+drogas&hl=pt-
BR&ct=clnk&cd=6&gl=br 
www.hiv-prg.org/en/document-download/doc_download/205-Volume%207doc - 
http://www.antidrogas.com.br/mostraartigo.php?c=293

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