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AULA 10 OBRIGAÇÕES

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DIREITO CIVIL: 
OBRIGAÇÕES 
Aula 10 – 25/06/2015 
5. DO ADIMPLEMENTO E EXTINÇÃO DAS 
OBRIGAÇÕES (TEORIA DO PAGAMENTO) 
  As obrigações cumprem seu ciclo vital em 
três momentos: a gênese da relação, as suas 
transformações ou vicissitudes, e, por fim, a sua 
extinção. 
 
 A relação obrigacional é um PROCESSO, que 
desde o nascimento, marcha em direção ao 
adimplemento. 
 
* A ideologia individualista sempre valorizou a vontade 
geradora da obrigação (causa), em detrimento de sua 
finalidade e efeitos. 
... 
 O adimplemento é um ato real de extinção do 
débito que libera o devedor e converte em realidade 
a prestação devida. 
 
 O principal efeito das obrigações é GERAR para o 
credor o direito de EXIGIR do devedor o 
CUMPRIMENTO da prestação, e para este o DEVER 
de prestar, acarretando, por fim, a sua LIBERAÇÃO. 
 
***pagamento como direito subjetivo do devedor. 
 
A partir de agora falaremos sobre os meios necessários e 
idôneos para que o credor possa obter o que lhe é devido, 
compelindo o devedor a cumprir a obrigação. 
5.1 DO PAGAMENTO 
 A extinção dá-se, em regra, pelo seu cumprimento, 
que o Código Civil denomina pagamento. 
 
  Embora a palavra pagamento seja usada, 
comumente, para INDICAR a solução em dinheiro de 
alguma dívida, o legislador a EMPREGOU no sentido 
técnico-jurídico de execução de qualquer espécie de 
obrigação. Ex.: *Assim, paga a obrigação o ESCULTOR 
que entrega a estátua que lhe havia sido encomendada. 
 
* Pagamento SIGNIFICA, pois, cumprimento ou 
adimplemento da obrigação. 
 ... 
* Num conceito mais completo, pagamento é 
o ato jurídico formal, unilateral (uma parte é 
credora e a outra devedora), e corresponde a 
execução voluntária e exata por parte do 
devedor da prestação devida ao credor, 
no tempo, modo e lugar previstos o título 
constitutivo. 
 Formal, pois deve ser feito na FORMA como foi estipulada. E a 
prova do pagamento é um recibo, é a quitação. 
 
 Unilateral, pois é de INICIATIVA do DEVEDOR que é o sujeito 
passivo. 
 
 Voluntária, isto é, NÃO SE PODE COAGIR o devedor a pagar, 
ele deve cumprir a obrigação voluntariamente. 
 
 Exata, quer dizer que deve se pagar na exatidão do que foi 
contratado. 
 
 Prestação, é o objeto da obrigação, o que foi estipulado deve 
ser cumprido, uma obrigação de dar, fazer ou não fazer. 
 
 Tempo, lugar e modo, o pagamento precisa atender essas 
regras previstas no contrato e na lei, atendendo aos 
questionamentos: o pagamento será a vista? Vai pintar a casa 
em quantos dias? O modo do pagamento será por 
transferência eletrônica? Quanto ao lugar, vou até o banco ou 
o banco vai até meu escritório? Quanto mais especificado a 
obrigação menores as dúvidas. 
 TARTUCE faz uma ressalva quanto aos elementos 
subjetivos ou pessoais do pagamento. 
 
  diz que “quem deve pagar” trata-se do 
solvens e “a quem se deve pagar” é o accipiens. 
 
  Deve-se ter muito cuidado para NÃO 
denominar as partes como o DEVEDOR e o 
CREDOR, uma vez que a lei civil não utiliza tais 
expressões. 
 
 JUSTIFICATIVA: Como se sabe, OUTRAS 
PESSOAS, que NÃO o devedor, podem pagar; ao 
mesmo tempo em que outras pessoas, que NÃO o 
credor, podem receber. 
5.2 De quem deve pagar – 
Solvens (CC, arts. 304 a 307) 
5.2.1 Pagamento realizado pelo interessado (art. 304, CC) 
 A) principal interessado: O principal interessado 
na solução da dívida, a quem compete o dever de pagá-
la, é o devedor. 
 
 B) Terceiro Interessado: Só se considera 
interessado quem tem interesse jurídico na extinção da 
dívida, isto é, quem está vinculado ao contrato, como o 
fiador, o avalista, o solidariamente obrigado, o 
herdeiro, o adquirente do imóvel hipotecado, o 
sublocatário etc., ou seja, aqueles que podem ter seu 
patrimônio afetado caso NÃO ocorra o pagamento. 
 Obs. 1: Quando, no entanto, a obrigação é contraída 
intuitu personae (personalíssima), ou seja, em razão 
das condições ou qualidades pessoais do devedor, 
somente a este incumbe a solução. O credor NÃO é 
obrigado a receber de outrem a prestação imposta 
somente ao devedor, ou só por ele exequível (CC, art. 
247). 
 
 Ex.: Contratação do cantor 'tal'. No dia antes do 
evento o cantor comunica que não poderá 
comparecer, não será possível um terceiro cumprir a 
obrigação. 
 
 Obs. 2: Havendo o pagamento por esse terceiro 
interessado, esta pessoa SUB-ROGA-SE 
automaticamente nos direitos de credor, com a 
transferência de todas as ações, exceções e 
garantias que detinha o credor primitivo. 
 
 Em hipóteses tais, ocorre a chamada sub-rogação 
legal ou automática (art. 346, III, do CC). 
5.2.2 Pagamento realizado por terceiro 
NÃO interessado 
 P.Ú do Art. 304, CC - “Não é somente o devedor, ou 
terceiro interessado, portanto, quem pode efetuar o 
pagamento”. 
 
 Podem fazê-lo, também, terceiros NÃO 
interessados, que não têm interesse jurídico na 
solução da dívida, mas OUTRA espécie de 
interesse, como o moral. 
 
 Ex.: Caso do pai que paga a dívida do filho, pela qual não 
podia ser responsabilizado. Ou decorrente de amizade ou 
de relacionamento amoroso etc. 
 Duas (2) Regras devem ser observadas: 
 
 a) Se o terceiro não interessado fizer o pagamento em 
seu próprio nome tem direito a reembolsar-se no que 
pagou, mas NÃO se sub-roga nos direitos do credor 
(art. 305 do CC). 
  Não substitui o credor em todas as suas 
prerrogativas. Ex.: se havia uma hipoteca garantindo a 
dívida primitiva, o terceiro não desfrutará da mesma 
garantia real, restando-lhe, apenas, cobrar o débito 
pelas vias ordinárias. 
 
***Se pagar a dívida antes de vencida, somente terá direito 
ao reembolso ocorrendo o seu vencimento (art. 305, 
parágrafo único, do CC). 
 
 b) Se o terceiro não interessado fizer o pagamento 
em nome e em conta do devedor, sem oposição 
deste, não terá direito a nada, pois é como se 
fizesse uma doação, um ato de liberalidade 
(interpretação do art. 304, parágrafo único, do 
CC). 
 
 Ressalta-se que o terceiro não interessado NÃO 
poderá lançar mão dos meios conducentes à 
exoneração do devedor, a exemplo da 
consignação em pagamento. 
 Obs.: CC, Art. 306. O pagamento feito por terceiro, 
com desconhecimento ou oposição do devedor, 
NÃO obriga a reembolsar aquele que pagou, se o 
devedor tinha meios para ILIDIR A AÇÃO. 
 
 Ex.: Devedor tinha a seu favor a alegação de 
prescrição da dívida. Se ele, sujeito passivo da 
obrigação, provar tal fato e havendo o pagamento 
por terceiro, NÃO haverá o mencionado direito de 
reembolso. 
5.2.3. Pagamento efetuado mediante 
transmissão da propriedade 
 Art. 307, CC enuncia que somente terá EFICÁCIA o 
pagamento que importar transmissão da propriedade 
quando feito por quem possa alienar o bem em que ele 
consentiu. Desse modo, somente se o solvens for 
TITULAR DE UM DIREITO REAL, será possível o 
pagamento. 
 
  Esse dispositivo VEDA a alienação por 
quem não seja o dono da coisa. A solução dada pela 
norma, em sua literalidade, é a INEFICÁCIA, e NÃO a 
invalidade do pagamento. 
 EXCEÇÃO: se a coisa entregue ao credor for FUNGÍVEL, e 
este a tiver recebido de BOA-FÉ e a CONSUMIDO, o 
pagamento terá EFICÁCIA, extinguindo-se a relação 
jurídica, ainda que o devedor não fosse dono. 
  Só resta ao verdadeiro proprietário voltar-se contra 
quem a entregou indevidamente. 
 
 EX.: A entrega a B cem sacas de café pertencentes a C, 
como forma de pagamento. Três são as possibilidades 
nesse caso: 
a) Se o café já foi consumido por B, de boa-fé, a ação de C é 
contra A. 
b) Se o café não foi consumido por B, a ação de C é contra B. 
c) Se o café foi consumido por B, de má-fé, a ação é contra 
B. Havendo má-fée perdas e danos, quanto às últimas 
respondem todos os culpados solidariamente. 
 
5.5 A quem se deve pagar – Accipiens 
(arts. 308 a 312) 
5.5.1. Pagamento efetuado diretamente ao credor 
  Art. 308, CC enuncia que a prestação deve ser feita 
ao credor ou a quem o represente. 
  Todavia, o credor pode ser também: o 
herdeiro (na proporção de sua quota hereditária); o 
cessionário; ou o sub-rogado nos direitos creditórios. 
 
 Essencial é que a prestação seja efetuada a quem for 
credor na data do cumprimento. 
  Se a dívida for solidária ou indivisível, 
qualquer dos cocredores está autorizado a recebê-la (CC, 
arts. 260 e 267). 
 
 Obs.: Se a obrigação for ao portador, quem 
apresentar o título é credor. 
5.5.2. Pagamento efetuado ao 
representante do credor 
 A lei equipara ao pagamento realizado na pessoa do 
credor o efetuado “a quem de direito o represente”, 
considerando-o também válido. 
 
 Há três espécies de representantes do credor: 
a) Legal: é o que decorre da lei, como os pais, tutores e 
curadores r espectivamente representantes legais dos 
filhos menores, dos tutelados e dos curatelados. 
 
b) Judicial: é o nomeado pelo juiz, como o inventariante, o 
síndico da falência, o administrador da empresa 
penhorada etc. 
 
c) Convencional: é o que recebe mandato outorgado pelo 
credor, com poderes especiais para receber e dar 
quitação. 
 Obs.: Art. 311, CC dispõe que deve ser considerado 
como AUTORIZADO a receber o pagamento AQUELE 
que está munido do documento representativo da 
quitação (o recibo), SALVO se as circunstâncias 
afastarem a presunção relativa desse mandato tácito. 
  A ressalva do dispositivo trata da 
hipótese de ter sido extraviado ou furtado o recibo ou 
haver outra circunstância relevante. 
 
 Assim, NÃO deve o devedor efetuar desde logo o 
pagamento, pois as circunstâncias o aconselham a, 
pelo menos, verificar a autenticidade do mandato 
presumido. Se pagar sem tomar aquelas providências 
de comezinha cautela, paga mal. E quem paga mal 
paga duas vezes. 
 Ex.: aquele que toma posse das notas promissórias e 
efetua cobrança em seu proveito. 
 
5.5.3. Validade do pagamento efetuado a 
terceiro que NÃO o credor 
 O pagamento a quem não ostenta a qualidade 
de credor na data em que foi efetuado NÃO tem 
efeito liberatório, NÃO exonerando o devedor. 
 
  Porém a segunda parte do art. 308, 
considera válido o pagamento feito a terceiro se 
for ratificado pelo credor, ou seja, se este 
confirmar o recebimento por via do referido 
terceiro ou fornecer recibo, OU, ainda, se o 
pagamento reverter em seu proveito. 
5.5.4. Pagamento efetuado ao credor 
putativo 
 Art. 309, CC - Credor putativo é aquele que se 
apresenta aos olhos de todos como o verdadeiro 
credor. Recebe tal denominação, portanto, quem 
aparenta ser credor, como é o caso do herdeiro 
aparente. Assim, o pagamento feito a este de boa-fé É 
VÁLIDO. 
 
 (no direito do consumidor – 47, CDC – interpretação 
mais favorável) 
 
 Ex.: Assim, Arnaldo deve a Beltrano, que morre e deixa 
testamento para Carlos como herdeiro, quando Arnaldo 
pagar à Carlos a obrigação será extinta; só que depois o 
juiz anula o testamento. Se o testamento era válido ao 
tempo do pagamento, encerrou-se o vínculo 
obrigacional. Arnaldo NÃO vai ter que pagar novamente. 
 Ex. 2: Imagine-se o caso em que um locatário 
efetua o seu pagamento na imobiliária X, há certo 
tempo. Mas o locador rompe o contrato de 
representação com essa imobiliária e contrata a 
imobiliária Y. 
 
 O locatário NÃO é avisado e continua fazendo 
os pagamentos na imobiliária anterior, sendo 
notificado da troca seis meses após. Logicamente, 
os pagamentos desses seis meses devem ser 
reputados válidos, não se aplicando a regra pela qual 
quem paga mal, paga duas vezes. Dessa forma, cabe 
ao locador acionar a imobiliária X e não o locatário. 
5.5.5. Pagamento ao credor incapaz 
 Art. 310, CC - Em princípio, o pagamento 
efetivado a pessoa absolutamente incapaz É 
NULO. 
 
 De acordo com a doutrina  o realizado em 
mãos de relativamente incapaz PODE SER 
CONFIRMADO pelo representante legal ou pelo 
próprio credor se, relativamente incapaz, cessada a 
incapacidade (CC, art. 172). 
 Obs.: 
  Se o devedor tinha ciência da incapacidade, 
o cumprimento é inválido, tendo o devedor que 
pagar segunda vez ou provar que o pagamento 
efetuado reverteu, em parte ou no todo, em 
proveito do incapaz. 
 
 No entanto, o devedor desconhecia, sem culpa, a 
incapacidade do credor, o cumprimento será 
válido independentemente de comprovação de 
que trouxe proveito ao incapaz. 
5.5.6. Pagamento efetuado ao credor cujo 
crédito foi penhorado 
  Art. 312, CC trata da hipótese em que, mesmo 
sendo feito ao verdadeiro credor, o pagamento NÃO 
valerá. 
 Pois, quando a penhora recai sobre um crédito, o 
devedor é notificado a não pagar ao credor, mas a 
depositar em juízo o valor devido. 
 Se mesmo assim pagar ao credor, o pagamento 
NÃO valerá contra o terceiro exequente ou 
embargante, “que poderão constranger o devedor a 
pagar de novo, ficando-lhe ressalvado o regresso 
contra o credor”. 
5.6. DO OBJETO DO PAGAMENTO 
  O objeto do pagamento é exatamente A 
PRESTAÇÃO. 
 O devedor NÃO estará obrigado a dar, e o credor NÃO 
é obrigador a receber, qualquer coisa distinta da que 
constitui o conteúdo da prestação. 
 O devedor não liberar-se cumprindo uma prestação 
de conteúdo diverso. (Art. 313) Sob pena de a 
obrigação converter-se em perdas e danos. 
 
 Obs.: QUANDO o objeto da obrigação é COMPLEXO, 
abrangendo diversas prestações (principais e acessórias, 
plúrimas ou mistas de dar e de fazer, p. ex.), o devedor 
NÃO se exonera enquanto não cumpre a integralidade do 
débito, na sua inteira complexidade. (Art. 314) 
5.6.1. Pagamento em Dinheiro 
 O pagamento em dinheiro é a forma mais 
importante e na qual TODAS AS DEMAIS PODEM 
TRANSFORMAR-SE. 
  (Art. 315) Dívida em dinheiro é a que se 
representa pela moeda considerada em seu valor 
nominal (aquele expresso no título); 
 
 ***Quando o dinheiro NÃO constitui o objeto da 
prestação, MAS apenas representa seu valor, diz-se que a 
dívida é de valor. 
 
 Obs.: Toda moeda, admitida pela lei como meio de 
pagamento, que tem curso legal no País, NÃO 
pode ser recusada. 
5.6.2. A cláusula de escala móvel 
  Quanto ao valor nominal da moeda corrente, 
gerou por muito tempo problemas para o credor 
relativo à inflação, e "PARA FUGIR desses efeitos os 
credores adotaram a cláusula de escala móvel na qual a 
prestação deve variar segundo índices de custo de vida”. 
 
 CONCEITO: escala móvel é aquela que estabelece uma 
revisão, PRÉCONVENCIONADA pelas partes, dos 
pagamentos que deverão ser FEITOS de acordo com 
as variações do preço de determinadas mercadorias 
ou serviços ou do índice geral do custo de vida ou dos 
salários (Art. 316). “DÍVIDA DE VALOR” 
 
 Obs.: De acordo com a lei 10.192/2001, tornou nula 
de pleno direito qualquer estipulação de reajuste ou 
correção monetária de periodicidade inferior a um 
ano (art. 2º, §1º). 
Cláusula de Escala Móvel x Teoria da Imprevisão 
  O aumento progressivo de prestações 
sucessivas é possível baseado em algum dos índices 
da cláusula e escala móvel, que é critério de 
atualização monetária proveniente de prévia 
estipulação contratual. 
 A TEORIA DA IMPREVISÃO poderá ser aplicada 
pelo juiz quando fatos extraordinários e 
imprevisíveis tornarem excessivamente oneroso 
para um dos contratantes o cumprimento do 
contrato, e recomendarem sua revisão (Art. 317). 
5.7. DA PROVA DO PAGAMENTO 
 Realizando a prestação devida, o devedor tem o 
direito de exigir do credora quitação da dívida. Esta 
é a prova do pagamento. 
 
5.7.1. A Quitação 
 A quitação é a declaração unilateral escrita, 
emitida pelo credor, DE QUE A PRESTAÇÃO FOI 
EFETUADA e o devedor fica liberado. 
 É a declaração escrita a que vulgarmente se dá o 
nome de recibo. 
 ***A entrega da nota promissória ou letra de câmbio, também 
faz presumir o pagamento. 
 É interessante transcrever o entendimento do 
Enunciado n. 18, aprovado pela I Jornada de Direito 
Civil, aplicável à quitação regular e aos CONTRATOS 
ELETRÔNICOS, permitindo a quitação por e-mail. 
 
 É a sua redação: 
 “A ‘quitação regular’, referida no art. 319 do novo 
Código Civil, engloba a quitação dada por meios 
eletrônicos ou por quaisquer formas de ‘comunicação 
à distância’, assim entendida aquela que permite 
ajustar negócios jurídicos e praticar atos jurídicos sem 
a presença corpórea simultânea das partes ou dos 
seus representantes”. 
5.7.2. Direito de Retenção 
 Via de regra, a quitação não se presume. 
 
  Por tal razão, o devedor que efetua o 
pagamento a quem de direito, TEM direito de 
receber regular quitação. 
 
  Caso o credor, ou terceiro a quem se deve 
pagar, recusar-se a dar-lhe quitação, o devedor 
poderá reter o pagamento. 
 
“Art. 319, CC/02” 
5.7.3. Elementos da Quitação 
 Os elementos da quitação estão previstos no art. 
320 da codificação privada, a saber: 
 
a) valor expresso da obrigação; 
b) especificidade da dívida quitada; 
c) identificação do devedor ou de quem paga no seu 
lugar; 
d) tempo e lugar de pagamento; 
e) assinatura do credor ou o seu representante, 
dando quitação total ou parcial. 
OBS. 1: Os requisitos NÃO são obrigatórios como aponta o 
p.u. do art. 320, aduzindo que ainda que não estejam 
presentes tais requisitos, valerá a quitação, se de seus 
termos e circunstâncias a divida tiver sido paga. 
  Permite que o JUIZ possa, analisando as 
circunstâncias do caso concreto e a boa-fé do devedor 
ao não exigir o recibo (às vezes por inexperiência ou 
ignorância), CONCLUIR ter havido pagamento e declarar 
extinta a obrigação. 
 
OBS. 2: Prevê o art. 321 do CC/2002 que nos débitos cuja 
quitação consista na devolução do título, uma vez 
PERDIDO este, poderá o devedor exigir, retendo o 
pagamento, UMA DECLARAÇÃO DO CREDOR que 
inutilize o título desaparecido. Essa previsão tem por 
objetivo proteger futuramente o devedor para que o 
título não seja cobrado novamente. 
5.7.4. As presunções de pagamento 
  O meio probatório normal consiste na 
ENTREGA da quitação/recibo. Mas existem TRÊS 
presunções, que facilitam essa prova, dispensando a 
quitação (presunções juris tantum/relativas): 
 
a) No pagamento realizado em quotas periódicas, a 
QUITAÇÃO DA ÚLTIMA estabelece, até prova em 
contrário, a presunção de estarem solvidas as 
anteriores (art. 322 do CC). 
 Obs.: Para afastarem essa presunção, os credores 
(escolas, por exemplo) costumam inserir no título a 
advertência de que o pagamento da última 
mensalidade em atraso não quita as pretéritas. 
b) Sendo a quitação do capital sem reserva de juros 
(que são os frutos civis do capital), estes presumem-se 
pagos (art. 323 do CC). 
  Como os juros não produzem rendimento, é de 
supor que o credor imputaria neles o PAGAMENTO 
PARCIAL da dívida, e não no capital, que continuaria a 
render. 
 
c) Nas dívidas literais, a entrega do título (nota 
promissória, cheque, letra de câmbio etc.) ao devedor 
firma presunção de pagamento (art. 324 do CC). 
 
 OBS. GERAL: Todas essas presunções de 
pagamento, todavia, SÃO RELATIVAS. Vale dizer, 
firmam uma presunção vencível, cabendo o ônus de 
provar o contrário (a inexistência do pagamento) ao 
credor. 
5.8. DO LUGAR DO PAGAMENTO 
  As partes podem, ao celebrar o contrato, 
escolher livremente o local. 
 
 Todavia, se não o fizerem, nem a lei, ou se o 
contrário não dispuserem as circunstâncias, nem a 
natureza da obrigação, efetuar-se-á o pagamento 
no DOMICÍLIO DO DEVEDOR. (art. 327, CC) 
 ATENÇÃO: De acordo com o art. 327, a regra geral 
PODERÁ SER AFASTADA: 
 
 Pela própria LEI (Ex.: imagine que lei municipal 
crie determinado tributo, determinando que o 
pagamento seja feito na prefeitura, ou em 
determinado banco), 
OU... 
 pelas circunstâncias ou natureza da obrigação 
(Ex.: a prestação decorrente de um contrato de 
trabalho, por exemplo, poderá ser cumprida fora 
do domicílio do devedor) 
5.8.1. Classificação: 
 a) Obrigação quesível ou quérable – situação em 
que o pagamento deverá ocorrer no DOMICÍLIO 
DO DEVEDOR. 
 
 b) Obrigação portável ou portable – é a situação 
em que se estipula, por força do instrumento 
negocial ou pela natureza da obrigação, que o 
local do cumprimento da obrigação será o 
DOMICÍLIO DO CREDOR ou DE TERCEIRO. 
 Mais de um lugar: Se o contrato estabelecer mais de 
um lugar para o pagamento, caberá ao CREDOR, e 
não ao devedor, ESCOLHER o que mais lhe aprouver 
(p.u. do art. 327 do CC). 
 Atenção: Compete ao credor cientificar o devedor, em 
tempo hábil, sob pena de o pagamento vir a ser 
validamente efetuado pelo devedor em qualquer dos 
lugares, à sua escolha. 
 
 Tradição de imóvel: se o pagamento consistir na 
tradição de um imóvel, ou em prestações a ele 
relativas, far-se-á no lugar onde SITUADO O BEM (art. 
328 do CC). 
 Motivo grave: à luz dos princípios da razoabilidade e 
da eticidade, PODE o devedor, sem prejuízo do 
credor, havendo motivo grave, efetuar o pagamento 
em LUGAR DIVERSO do estipulado (art. 329 do CC). 
 Ex.: É o que ocorre se, no lugar do pagamento, houver 
sido decretado estado de emergência por força de 
inundação. 
 
 Pagamento reiterado em lugar diverso: Prevê o art. 
330 do CC, que o pagamento feito reiteradamente em 
outro local faz presumir a renúncia do credor ao lugar 
previsto no contrato. (supressio) 
5.9. DO TEMPO DO PAGAMENTO 
  Não basta saber ONDE a obrigação deve ser 
cumprida. Importa saber, também, o MOMENTO em 
que deve ser adimplida (tempo do seu vencimento). 
 
 Nas obrigações Puras: Pelo art. 331, salvo 
disposição legal em contrário, não tendo sido 
ajustada época para o pagamento, pode o credor 
exigi-lo imediatamente. 
  Em suma, em regra, a obrigação deve ser 
reputada instantânea. 
 Nas obrigações Condicionais (Futuro e Incerto): Estas 
são CUMPRIDAS na data do implemento ou 
ocorrência da condição, CABENDO ao credor a prova 
de que deste teve ciência o devedor (art. 332 do CC). 
 
 Nas obrigações a Termo (Futuro e Certo): em sendo o 
prazo concedido a FAVOR DO DEVEDOR, nada impede 
que este antecipe o pagamento, podendo o credor 
retê-lo. 
 Em caso contrário, se o prazo estipulado for feito 
PARA FAVORECER O CREDOR, não poderá o devedor 
pagar antecipadamente. Tudo dependerá de como se 
convencionou a obrigação. 
5.9.1. Exigência antecipada do pagamento pelo 
Credor: 
 
 Apenas em três casos previstos no art. 333: 
 
 a) no caso de falência do devedor ou de concurso 
de credores — nesse caso, o credor deverá 
acautelar-se, habilitando o crédito 
antecipadamente vencido no juízo falimentar; 
 b) se os bens, hipotecados ou empenhados (objeto 
de penhor), forem penhorados em execução de 
outro credor — aqui, a antecipação do vencimento 
propiciará que o credor possa tomar providências 
imediatas para garantir a satisfação do seu direito; 
 
 c) se cessarem, ou se tornarem insuficientes, as 
garantias do débito, fidejussórias (fiança, por ex.), ou 
reais (hipoteca, penhor, anticrese), e o devedor, 
intimado, se negar a reforçá-las — a negativa de 
renovação ou reforço das garantias INDICA que a 
situação do devedor não é boa, razão por que a lei 
autoriza a antecipação do vencimento.

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