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PROCESSO I. Processo e Procedimento - Processo: do latim processus, de procedere=seguir adiante. Exprime, propriamente, a ordem ou a sequência das coisas, para que cada uma delas venha a seu devido tempo, dirigindo, assim, a evolução a ser seguida no procedimento, até que se cumpra sua finalidade. - Moacyr Alves do Amaral: Processo é meio de que se vale o Estado para exercer sua função jurisdicional, isto é, para resolução das lides e, em consequência, das pretensões. - Processo é conceito que transcende ao direito processual – atividades estatais – processo administrativo, legislativo. - Procedimento é mero aspecto formal do processo. Em um processo pode haver mais de um procedimento. - Autos: são a materialidade dos documentos nos quais se corporificam os atos do procedimento. Todas as peças pertencentes ao processo judicial ou administrativo. Conjuntos de atos e termos do processo (Moacyr) Consultar os autos. II. Natureza jurídica - Processo como relação jurídica – Bülow. - ao lado da relação jurídica de direito material existe, uma relação jurídica de direito processual. - a relação jurídica processual compreende direitos, deveres, ônus, faculdades, poderes e obrigações. III. Sujeitos do processo III.I Generalidades - 3 sujeitos – clássica definição; - autor e réu, como sujeitos parciais; - juiz como sujeito imparcial; - também podem atuar no processo: a) órgãos auxiliares da Justiça; b) outro juiz – sucessão funcional do juiz; c) pluralidade de autores, de réus ou de autores e réus, além de intervenção de terceiros; d) a participação do advogado. III.II Juiz - Imparcialidade; - O juiz não pode eximir-se de atuar no processo, inafastabilidade do controle jurisdicional, art. 5º, XXXV, CF e 140, CPC. - Poderes - a) administrativos ou de polícia: em razão do processo, 360, do CPC; b) poderes jurisdicionais, que se desenvolvem no processo, atos ordinatórios e instrutórios (poderes meios) e decisórios e de execução (poderes-fins) - Deveres: respeito ao devido processo legal, motivação das decisões em geral (489, § 1º, CPC). III.III Autor e Réu - principais sujeitos parciais do processo. - autor é aquele que deduz em juízo uma pretensão. - réu é aquele em face de quem aquela pretensão é deduzida. - exequente/executado, demandante/demandado, reclamante/reclamado, requerente/requerido etc. - 3 princípios básicos: princípio da dualidade das partes; princípio da igualdade das partes; e princípio do contraditório. III.IV Litisconsórcio - pluralidade de pessoas; - CPC, arts. 113-118. - pode ser necessário e unitário. - prazo, art. 229, CPC. A) Conceito - comporta a relação jurídica pluralidade de partes, tanto no polo ativo como no passivo. - pode ser misto ou recíproco, vários autores e réus. - cumulação (subjetiva – de sujeitos) de partes num mesmo processo. - pode ele ser inicial (propositura da ação) ou ulterior (surge no curso da demanda). B) Espécies - Facultativo: é o estabelecido pelo autor. Vários coautores ou vários réus. Ex.: dívida solidária1. corolário da economia processual; artigo 113, CPC: comunhão de direitos ou obrigações (ex.: 13142, CC); direitos ou obrigações derivados de um mesmo fundamento de fato ou de direito (acidente causado por empregado da empresa); conexão; afinidade de questões. pode ser limitado, §§ 1º e 2º, 113, CPC – 10 autores. - Necessário: a lei ou a natureza da relação exige a pluralidade de partes, ex. art. 73, CPC. a falta de participação do litisconsórcio necessário acarreta a nulidade do processo. dúvida existente quanto à existência do litisconsórcio necessário ativo, em razão do princípio da disponibilidade da ação e do livre acesso ao Judiciário. A posição predominante é que não há, art. 115, parágrafo único, CPC. - Simples: o juiz pode julgar de modo diverso para cada um dos litisconsortes. Como regra, ocorre no litisconsórcio facultativo (exceção de necessário e simples: concurso de credores de devedor insolvente, dissolução de sociedade). Art. 117, CPC. - Unitário: o juiz deve julgar de maneira uniforme em relação da todos os litisconsortes. exceção: ação ajuizada contra todos os devedores solidários, litisconsórcio facultativo, entretanto, deverá haver decisão unitária. no unitário ocorre a extensão dos benefícios da prática de um ato para os demais litisconsórcios, ex.: 1005, CPC. III.V Intervenção de Terceiro - Ingresso de terceiro no processo, seja em substituição a uma das partes, em acréscimo a elas, de modo a ampliar a relação. - No processo civil temos (art. 119 e ss): assistência, denunciação da lide, chamamento ao processo, incidente de desconsideração da personalidade jurídica, intervenção amicus curiae. - Economia processual - Instituto que possibilita a um terceiro o ingresso no processo, sendo ele estranho a relação originária entre autor e réu. IV. Processo de Conhecimento e de Execução IV.I Classificação dos processos. - processo de conhecimento/declaratório em sentido amplo, de execução e processo cautelar - classificação tradicional – tripartição – três tipos de provimento jurisdicionais. - correspondem às tutelas jurisdicionais a que visam. O critério é o mesmo para classificar as ações – tipo de provimento jurisdicional a que visa à ação – CRITÉRIO FUNCIONAL. 1 CC, Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto. 2 Art. 1.314. Cada condômino pode usar da coisa conforme sua destinação, sobre ela exercer todos os direitos compatíveis com a indivisão, reivindicá-la de terceiro, defender a sua posse e alhear a respectiva parte ideal, ou gravá-la. IV.II Processo de conhecimento - O órgão jurisdicional é chamado a julgar, declarando qual das partes tem razão. - ações declaratórias, constitutivas e condenatórias. - objeto – sentença de mérito (procedência ou improcedência). - traços estruturais importantes: alegações das partes, atos probatórios e pedido. IV.III Início da eficácia da sentença - futuro (ex nunc) ou passado (ex tunc). - a regra geral é que as sentenças condenatória e declaratória produzem efeitos ex tunc; enquanto a constitutiva, efeitos ex nunc. IV.IV. Processo de execução - Cumprimento de sentença e execução forçada - providencias jurisdicionais ulteriores – implementação de uma pretensão insatisfeita, embora reconhecida já pelo direito. - atos tendentes à satisfação concreta do exequente. - Duas formas: Cumprimento de sentença, 513-538, CPC. Continuação do processo onde houve proferida uma sentença – fase procedimental – sincretismo processual, simultaneidade de atos cognitivos e executivos no mesmo processo. Título executivo judicial, art. 515, CPC. Processo autônomo de execução, arts. 771-925, CPC. Título executivo extrajudicial (art. 7845, CPC). Ação executiva. - Execução forçada. - o juiz não aprecia o mérito – somente em caso de eventual impugnação do executado, art. 525 e 914, CPC. IV.V Execução penal - CPP art. 674 e ss; e art. 155, LEP (L 7210/84 – são 204 artigos). - sentença penal condenatória – instaura-se o processo de execução penal. - PECULARIEDADES: a execução penal é sempre forçada, salvo a pena pecuniária, arts. 686 e 687, CPP e 164, LEP; - instaurada de ofício. IV.VI Cautelar ou preventivo. - o NCPC não mais consagra o processo cautelar com um processo, mas mero procedimento. - eficaz e tempestiva. - a instantaneidade do provimento jurisdicional de mérito não é possível na prática. - atividade auxiliar e subsidiária que visa a assegurar o êxito do processo de conhecimentoe de execução – atividade cautelar. - arts. 294 e ss, CPC. - o juiz possui ainda um poder geral de cautela, art. 297, CPC; - fumus boni juris e periculum in mora. - regime de urgência - pode ser requerido de forma antecedente, tutela cautelar requerida em caráter antecedente (art. 305-310, CPC), ou via incidental, no curso do processo principal, art. 295, CPC. - o CPP, também prevê medidas cautelares, arts. 282, 319 etc., CPP. V. Pressupostos processuais - para que se possa iniciar a relação processual é preciso que estejam presentes os pressupostos processuais. - são requisitos necessários à existência e validade da relação processual. - segundo o critério de Galeano de Lacerda são eles subjetivos e objetivos: os requisitos subjetivos dizem respeito aos sujeitos principais da relação processual, juiz e parte: I – referentes ao juiz: a) que se trate de órgão estatal investido de jurisdição; b) que tenha competência; c) juiz seja imparcial. II – referentes às partes: a) capacidade para ser parte (noção de personalidade – 1º, CC). São elas as pessoas naturais, jurídicas e formais (art. 75, III, IV e V, CPC); b) capacidade processual/capacidade de estar em juízo (capacidade de exercício ou de fato); c) capacidade de postular em juízo/jus postulandi, advogado – art. 133, CF, no entanto, há exceções, Juizado Especiais Cíveis, processo trabalhista, HC; os requisitos objetivos (elementos extraídos do próprio processo): I – extrínsecos e dizem respeito à inexistência de fatos impeditivos, tais como: litispendência (arts. 95, III, CPP e 337, VI, CPC); convenção de arbitragem (307, X, CPC), coisa julgada etc. II – intrínsecos e dizem respeito à subordinação do procedimento as normas legais, tais como: petição inicial, com os requisitos exigidos pela lei; a citação válida; o instrumento de mandato conferido ao advogado etc. - Em geral, ausente um pressuposto processual, haverá extinção do processo sem resolução de mérito, 485, IV, CPC e 395, II, CPP. VI. Coisa julgada - sentença não mais suscetível de reforma por meio de recursos. - coisa julgada formal – a sentença não poderá ser mais reexaminada. - coisa julgada material – imutável os efeitos produzidos pela sentença – imutabilidade da sentença. - limites objetivos: apenas o dispositivo da sentença, art. 504, CPC. - limites subjetivos: quem é atingido? Artigo 506, CPC BIBLIOGRAFIA ALVIM, José Eduardo Carreira. Teoria geral do processo. 18. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2015. Constituição e Supremo – Versão Completa – STF. CARREIRA, Marcus Orione Gonçalves. Teoria geral do processo. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2009. DIDIER JR., Fredie. Curso de direito processual civil: introdução ao direito processual civil, parte geral e processo de conhecimento. 17. Ed. Salvador: Ed. Jus Podivm, 2015. DINAMARCO, Cândido Rangel. Teoria geral do novo processo civil. São Paulo: Malheiros, 2016. GRINOVER, Ada Pellegrini. Teoria geral do processo. 28. ed. São Paulo: Malheiros, 2012.
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