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14/10/2016 1 Transtornos de Linguagem Pensamento e Linguagem Transtornos de linguagem • Os transtornos de linguagem são problemas relacionados às habilidades linguísticas (fala, leitura, escrita, escuta), especialmente na fase de formação escolar. • Os distúrbios de linguagem, assim como os distúrbios de aprendizagem, não são considerados doença. • Tratam-se de dificuldades que podem ser contornadas com acompanhamento adequado, direcionado para cada caso. 2 Transtornos de linguagem Causas • Disfunções neurofisiológicas; • Distúrbios emocionais; • Déficits sensoriais (surdez, prematuridade e baixo peso, asfixia perinatal severa, meningite) • Distúrbios orofaciais como lábio leporino, fenda palatina, má oclusão dentária; • Distúrbios neurológicos como deficiência mental, paralisia cerebral, tumores, traumatismos e infecções. 3 Transtornos de linguagem • Os problemas na área da linguagem podem ser retardo na fala ou emissões das primeiras palavras (demora para falar ou expressar-se), deficiência na formação das frases (fala frases de forma incompleta ou mal consegue terminá-las), omissões ou acréscimos de sons na fala (pula palavras ou frases inteiras); troca de fonemas (troca palavras); gagueira (pode ser origem nervosa, psicológica ou motora), entre outras 4 Etiologia dos distúrbios da linguagem oral • As alterações da linguagem situam-se entre os mais frequentes problemas do desenvolvimento, atingindo 3 a 15% das crianças, e podem ser classificadas em atraso, dissociação e desvio. 5 Etiologia dos distúrbios da linguagem oral • A etiologia das dificuldades de linguagem e aprendizagem é diversa e pode envolver fatores orgânicos, intelectuais/cognitivos e emocionais (estrutura familiar relacional), ocorrendo, na maioria das vezes, uma inter-relação entre todos esses fatores. • Sabe-se que as dificuldades de aprendizagem também podem ocorrer em concomitância com outras condições desfavoráveis (retardo mental, distúrbio emocional, problemas sensório-motores) ou, ainda, ser acentuadas por influências externas, como, por exemplo, diferenças culturais, instrução insuficiente ou inapropriada. 6 14/10/2016 2 Disartria • Transtorno da expressão verbal causada por uma alteração do controle muscular dos mecanismos da fala. Compreende as disfunções motoras da respiração, fonação, ressonância, articulação e prosódia. • Consiste na dificuldade de articular as palavras. 7 Disartria • Resultam de uma lesão ao nível de qualquer das partes que intervêm na elaboração e na emissão dos sons, de cuja articulação resulta a palavra falada. • A perturbação é mais acentuada quando se trata de pronunciar as consoantes labiais e linguais, as quais são omitidas ao dizer as palavras, ou a pessoa titubeia ao pronunciá-las. • A alteração torna-se mais evidente quando se utilizam as frases de prova, como por exemplo, pedindo ao paciente que pronuncie "sou caricaturista, vou caricaturar-me no caricaturista", ou "artilheiro de artilharia", "ministro plenipotenciário" 8 Disartria • Pode ser encontrada nos traumatismos crânio- encefálicos, nas patologias tumorais do cérebro, cerebelo ou tronco encefálico, nas lesões vasculares encefálicas, na intoxicação alcoólica, na esclerose em placas, na paralisia pseudobulbar, nas paralisias periféricas do grande hipoglosso, pneumogástrico e facial. 9 Na Disartria há sempre uma conservação perfeita da compreensão da linguagem oral e escrita e existe sempre a possibilidade do paciente se expressar perfeitamente por escrito. Dislalia • Consiste na má pronúncia das palavras, seja omitindo ou acrescentando fonemas, trocando um fonema por outro ou ainda distorcendo- os. • A falha na emissão das palavras pode ainda ocorrer a nível de fonemas ou de sílabas. • Assim sendo, os sintomas da Dislalia consistem em omissão, substituição ou deformação os fonemas. 10 Dislalia • As Dislalia constituem um grupo numeroso de perturbações orgânicas ou funcionais da palavra. • No primeiro caso, resultam da malformações ou de alterações de inervação da língua, da abóbada palatina e de qualquer outro órgão da fonação. • Encontram-se em casos de malformações congênitas, tais como o lábio leporino ou como consequência de traumatismos dos órgãos fonadores. • Quando não se encontra nenhuma alteração orgânica a que possa ser atribuído, esta é chamada de Dislalia Funcional. Nesses casos, pensa-se em hereditariedade, imitação ou alterações emocionais e, entre essas, nas crianças é comum a Dislalia típica dos hiperativos. 11 Dislalia • Até os quatro anos, os erros na linguagem são normais, mas depois dessa fase a criança pode ter problemas se continuar falando errado. A Dislalia, troca de fonemas (sons das letras), pode afetar também a escrita. • As trocas de letras mais comuns provocadas pela dislalia são: • "P" por "B", • "F" por "V", • “T" por "D", • "R" por "L", • "F" por "S", • "J" por "Z" e • "X" por "S". 12 14/10/2016 3 Dislexia • É um distúrbio específico da linguagem caracterizado pela dificuldade em decodificar (compreender) palavras. • Segundo a definição elaborada pela Associação Brasileira de Dislexia, trata-se de uma insuficiência do processo fonoaudiológico e inclui-se frequentemente entre os problemas de leitura e aquisição da capacidade de escrever e soletrar. • Resumidamente podemos entender a Dislexia como uma alteração de leitura. 13 Dislexia Problema na linguagem receptiva e expressiva, oral ou escrita. Pode afetar leitura e escrita, soletração e ortografia, fala e compreensão e em matemática. Ausência de dificuldades visuais, auditivas, problemas emocionais, distúrbios neurológicos ou sócio-econômicos. 14 Dislexia • Apesar da criança disléxica ter dificuldade em decodificar certas letras, não o faz devido a algum problema de déficit cognitivo. • Normalmente esses pacientes apresentam um QI perfeitamente compatível com a idade. 15 Dislexia • O diagnóstico da Dislexia é muito semelhante ao do de outros distúrbios de aprendizagem. • Por isto, é preciso muito cuidado para não rotular toda e qualquer alteração de leitura como Dislexia. Esta tem sempre como causa primária a relação espacial alterada, fazendo com que a criança não consiga decifrar satisfatoriamente os códigos da escrita. • O diagnóstico da Dislexia exige quase sempre uma equipe multidisciplinar, formada por neurologista, psicólogo, psiquiatra e psicopedagogo. • Esta equipe tem a função básica de eliminar outras causas responsáveis pelas trocas de letras e outras alterações de linguagem. 16 Sinais de alerta: • Fala tardia e dificuldades para: Pronunciar alguns fonemas e vocabulário reduzido; Aprender a nomear cores, formas e escrita do nome; Seguir ordens e rotinas; Aprender o alfabeto; Para aprender a ler, escrever e soletrar; De orientação espacial; Execução da letra cursiva; Copiar do quadro; Nível de leitura abaixo de sua série; Hesita na leitura oral; Para entender enunciados; Localizar pontos de referência em mapas Produção da expressão escrita. 17 14/10/2016 4 19 Disgrafia Falha na aquisição da escrita; Implica uma inabilidade ou diminuição no desenvolvimento da escrita; Lento traçado das letras, em geral ilegíveis; Apresentação desordenada do texto; Espaço irregular entre palavras, linhas e entrelinhas. 20 Disgrafia Letra com traço forte e “feia”, desorganização espacial do espaço ocupado na folha e com escrita lenta. 21 Discalculia • É definida como uma desordem neurológica que afeta a habilidade de uma pessoa compreender e manipular números. • Pode sercausada por um déficit de percepção visual. • O termos discalculia é usado frequentemente ao consultar especificamente a inabilidade de executar operações matemáticas ou aritméticas, mas é definida por alguns profissionais educacionais como uma inabilidade mais fundamental para conceitualizar números como um conceito abstrato de quantidades comparativas. 22 Discalculia • Alguns sintomas: • Dificuldades na identificação visual e auditiva de números; • Baixa capacidade para contar e baixa compreensão ou confusão dos sinais matemáticos, por exemplo, +, -, ÷ , x; • Dificuldades com adição, subtração, multiplicação e divisão; • Dificuldade em compreender e aprender tabuadas; • Problemas ao diferenciar o esquerdo do direito (lateralidade); 23 Discalculia • Alguns sintomas: • Falta de sentido de orientação (norte, sul, leste, e oeste); • Dificuldades na utilização de compasso; • Dificuldades com calculadora na inserção da informação; • Incapacidade de dizer qual de dois números é o maior; • Dificuldade na compreensão de conjuntos. • Dificuldade na compreensão de quantidade. • Dificuldades na compreensão do conceito de medida. 24 14/10/2016 5 Afasia • Pode ser entendida como uma perturbação da linguagem caracterizada pela perda parcial ou total da faculdade de exprimir os pensamentos por sinais e de compreender esses sinais. • Alguns autores referem a Afasia como a perda da memória dos sinais pelos quais se realiza a troca ideias. • De qualquer forma, o fato dominante na Afasia é a incompreensão da palavra falada e a impossibilidade, em grau variável, de ler ou de escrever. 25 Disfemia • São perturbações intermitentes na emissão das palavras, sem que existam alterações dos órgãos da expressão. • Neste grupo de transtornos da linguagem o distúrbio mais importante é a gagueira (tartamudez). • Caracteriza-se por hesitação, silabação, precedida ou intercalada dos fonemas qui, que, ga, gue. • A gagueira revela a tendência de aumentar ou diminuir sob a influência da emoção. 26 Disfemia • A gagueira está muito além do simples ato de falar com bloqueios e/ou repetições. • Ocorrem com os gagos fenômenos que não conseguimos observar, como o conflito de falar e não falar, o medo de algumas palavras, a ansiedade em certas situações de fala, auto-defesa, entre outros. • Costuma passar pelo melhor ajustamento social e emocional, não evitar as situações onde se deve falar, não evitar de dizer determinadas palavras, acalmar-se e trabalhar o medo e a auto-confiança. • Segundo um gago famoso (Bloodstein) que estudou o assunto a fundo, a gagueira é o resultado da reação de luta interior do indivíduo que fala. 27 Disfonia Não se trata, propriamente, de alteração da linguagem, mas de defeitos da voz consequentes a perturbações orgânicas ou funcionais das cordas vocais ou, ainda, como consequência de uma respiração defeituosa. Seria então, a Disfonia, um distúrbio da voz, como rouquidão ou aspereza. A Disfonia é subdividida em: a) Disfonia Funcional: Alteração da voz resultante de abuso vocal ou mal uso. Não apresenta qualquer causa física ou estrutural. b) Disfonia Orgânica: Alteração da voz, causada ou relacionada a algum tipo de condição laringiana ou doença. 28 Disfonia 29 Logorréia • Produção verbal anormal intensa e acelerada, frequentemente associada à fuga de ideias e distraibilidade. • Há uma experiência subjetiva de impulso para falar a que o paciente pode ou não resistir; o desempenho verbal exibe normalmente várias alterações de conteúdo e forma da linguagem. • Embora a logorréia seja uma manifestação frequente de mania e hipomania, a sua ocorrência não é limitada às alterações de humor e pode ser uma característica da esquizofrenia ou de transtornos mentais orgânicos. • Sinonímia: discurso acelerado. 30 14/10/2016 6 Logorréia 31 Bradilalia • Consiste numa diminuição da velocidade de expressão, como resultado da lentidão dos processos psíquicos e do curso do pensamento. Observa-se no parkinsonismo pós-encefalítico, em casos de epilepsia pós-traumática. Verbigeração • É a repetição incessante durante dias, semanas e até meses, de palavras e frases pronunciadas em tom de voz monótono, declamatório ou patético. É observada nos estados demenciais, em psicoses confusionais e na esquizofrenia, especialmente na forma catatônica. 32 Mutismo • Mutismo é a ausência de linguagem oral. O mutismo tem origem e mecanismos os mais variados. Nas doenças mentais, é observado nos estados de estupor da confusão mental, da melancolia e da catatonia; nos estados demenciais avançados, na paralisia geral e na demência senil. • Na esquizofrenia, o mutismo adquire uma importante significação. Pode decorrer, nesse caso, de interceptação do pensamento, de perda de contato com a realidade, de alucinações imperativas. • Com muita frequência, os catatônicos não falam nem respondem ao interrogatório, dando-nos a impressão de que se encerram voluntariamente no mais completo mutismo. 33 Mussitação • É a expressão da linguagem em voz muito baixa; o enfermo movimenta os lábios de maneira automática, produzindo murmúrio ou som confuso. É um sintoma próprio da esquizofrenia 34 Ecolalia • É a repetição, como um eco, das últimas palavras que chegam ao ouvido do paciente. • Em condições patológicas, observa-se nos catatônicos. O fenômeno tem muita semelhança com a perseveração do pensamento, observada nos epilépticos. • Os enfermos repetem como um eco não só as palavras que lhes são dirigidas, como partes de uma frase que escutam ao acaso. 35 Ecolalia 36
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