Buscar

Aula 04 GE

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

AULA 04: LINHAS DE CRÉDITO AOS EXPORTADORES
AULA 04: LINHAS DE CRÉDITO AOS EXPORTADORES
FINANCIAMENTO ÀS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE BENS E SERVIÇOS E SEGURO DE CRÉDITO À EXPORTAÇÃO
Para falar dos financiamentos às exportações brasileiras, não poderia deixar de comentar sobre as modalidades e a importância desses financiamentos no desenvolvimento do nosso país. Para que tenhamos uma balança comercial superavitária, devemos embarreirar criteriosamente as importações e incentivar indiscriminadamente as exportações.
Com esse objetivo, o incremento às exportações passa pelo financiamento da atividade, e para o exportador ficar ainda mais competitivo, terá a seu favor algumas linhas de crédito, como veremos a seguir, sem desconsiderar os aspectos burocráticos que os exportadores terão que vencer para conseguirem o seu intento.
No artigo 192, § 3º, da CF/88 é determinado que: Taxas de juros reais, nelas incluídas comissões e quaisquer outras remunerações direta ou indiretamente referidas à concessão de crédito, não poderão ser superiores a doze por cento ao ano; a cobrança acima deste limite será conceituada como crime de usura, punido em todas as suas modalidades, nos termos que a lei determinar. O que endossa a necessidade de limite à concessão de crédito. Porém, a Lei da Usura (Decreto 22.626/33), não se aplica ao mercado financeiro, o que torna um contrassenso e obriga o empresário brasileiro a captar recursos a altos índices internacionais de custo.
Há um contraste entre os patamares praticados e a necessidade das empresas que desejam e necessitam se internacionalizar, dado o alto nível de competitividade do mercado internacional (LOPEZ; GAMA, 2007, p. 34). Com isso, faz-se necessário uma ampla rede de captação de recursos para que o exportador brasileiro aumente a minguada fatia da participação brasileira no comércio internacional.
A informalidade do negócio é também um grande empecilho à captação de recursos financeiros. Quando os bancos pedem garantias para liberarem linhas de crédito, o exportador com pouco patrimônio registrado encontra dificuldade para garantir o empréstimo. “O crédito é feito na base da segurança”, afirma Ventura (2008, p. 66).
O empresário brasileiro, culturalmente, não se prepara para o investimento, não se autofinancia, não poupa, necessita da capitação de recursos para seus investimentos, o que leva os bancos a aumentarem o seu spread (LOPEZ; GAMA, 2007, p. 282-283).
Com isso, havendo interesse direto em incentivar as exportações, o governo brasileiro oferece uma série de ferramentas a esses operadores do comércio exterior, como veremos a seguir.
Modalidade de Linhas de Crédito Oferecidas aos Exportadores Brasileiros: Adiantamento Sobre Contrato de Câmbio - ACC
O exportador financia antes do embarque da mercadoria, trata-se de uma linha de crédito pré-embarque previsto na Circular Bacen 2.231/92. 
- Antecipação do valor pelo banco: O banco no Brasil entrega ao exportador brasileiro um montante em reais correspondente a antecipação do valor que ele receberá por uma futura exportação em moeda estrangeira, sendo compensado o deságio objeto da operação financeira promovida pelo banco.
*deságio: O deságio a ser cobrado pelo banco brasileiro é calculado sobre a moeda estrangeira na base "Libor + Spread", cujo percentual varia com a análise de risco da operação.
- Taxas de juros da ACC: As taxas de juros ou deságio das operações de ACC são livremente pactuadas entre a instituição financeira e o exportador, sendo cobradas através de débito em conta-corrente no início (deságio antecipado) ou ao final da operação (deságio postecipado). Segundo Hartung (2002, p. 14), é a modalidade de financiamento às exportações mais utilizadas no Brasil juntamente com o ACE que veremos a seguir.
*ACC: A garantia do financiamento não é patrimonial ou hipotecária, é a expectativa de uma receita futura oriunda de uma exportação. O ACC pode ser total ou parcial em relação à exportação, devendo, o exportador, no prazo previsto para a exportação, entregar ao banco os documentos originais do embarque ao exterior, passando para o banco o direito de receber as cambiais correspondentes. Qualquer venda, direta ou indireta, ao exterior, poderá ser beneficiada com essa linha de crédito.
- Operações de ACC: É uma operação relativamente simples e muito segura por se basear em garantias documentais preexistentes assumidas com o compromisso do exportador em exportar, sob pena de sofrer sanções do Bacen e pagamento de IOF. O cálculo dos encargos a serem sofridos pelo exportador está previsto no Regulamento do Mercado de Câmbio e Capitais Internacionais – RMCCI, Título I, Capítulo III, Seção 7 e caso o exportador atrase o embarque, o contrato de câmbio é prorrogado e o deságio repactuado, agora com um fator maior de risco, o que pode aumentar o spread.
- Documentação para embarque: A instituição financeira, ao receber os documentos referentes ao embarque da mercadoria, envia-os ao banco estrangeiro e, em contrapartida, recebe as divisas correspondentes para que possa, então, liquidar a operação cambial.
- Rentabilidade da ACC: O ACC normalmente é rentável para o exportador, porque o deságio é inferior às taxas de juros praticadas no mercado interno, uma vez que os recursos destinados a esse tipo de operação são captados, pelos bancos, no exterior (ORTOLANI, 2000, p. 191). Como os recursos são tomados antes do embarque, o exportador poderá utilizar essa linha de crédito para financiar a sua produção.
- ACC como forma de proteção: O ACC pode ser utilizado também como uma proteção ante a uma futura queda na taxa de câmbio, uma vez que a taxa fixada é anterior ao pagamento do principal feito a partir da remessa cambial futura do importador estrangeiro, sendo usado, nesse caso, como um hedge cambial.
MODALIDADE DE LINHAS DE CRÉDITO OFERECIDAS AOS EXPORTADORES BRASILEIROS: ADIANTAMENTO DE CAMBIAIS ENTREGUES – ACE
O ACE é muito semelhante ao ACC, só que exportador levanta o recurso após o embarque da mercadoria e não antes do embarque, como no ACC, o que diminui o risco da operação, uma vez que o exportador já cumpriu o seu dever de exportar, restando, apenas, receber as divisas que lhe cabem no prazo oferecido ao importador, funcionando como o desconto de uma duplicata a prazo no mercado interno.
*recurso: Para a capitação deste recurso, o exportador deve procurar uma instituição financeira, preferencialmente o banco que ele negociou os documentos do embarque (RE/DDE/CE/Conhecimento de Embarque e Fatura Comercial), para, então, contratar o ACE, a antecipação, total ou parcial em Reais, correspondentes às divisas que receberá futuramente do importador dentro do prazo para a liquidação até o último dia útil do 12º. mês subsequente ao embarque das mercadorias, ou seja, pode chegar até a 395 dias, dependendo da data de embarque das mercadorias. O deságio do ACE é pactuado entre o exportador e o banco, depende do prazo de vencimento e das condições de pagamento, seguindo critérios de cálculo de spread + Libor, como no ACC. O ACC e o ACE são tão parecidos que podem ser combinados numa mesma operação de crédito. O exportador financia a sua produção com o ACC e suas despesas pós-embarque com o ACE a partir da comprovação do respectivo embarque. O prazo máximo para a liquidação do contrato, no caso de operações conjugadas de ACC/ACE, é de 750 dias.
O ACC é pré-embarque e o ACE é o pós-embarque, não servindo para financiar a produção do exportador, mas as suas despesas comerciais.
ATENÇÃO!! Para diminuir o spread cobrado pelo banco, o exportador poderá oferecer uma boa ficha cadastral, assinar uma promissória com aval dos sócios, ou até mesmo oferecer um imóvel ou quaisquer garantias patrimoniais. Uma forma muito comum de diminuir o risco do não pagamento do importador é a negociação da forma de pagamento da exportação por carta de crédito, até mesmo confirmada por banco de primeira linha. O prazo de pagamento também influenciará o risco da operação, sendo de menor risco operações com menor prazode pagamento, obviamente. No caso de inadimplência do importador, o exportador não será penalizado pelo Bacen como no ACC porque ele cumpriu a sua obrigação de exportar, porém não poderá fugir do IOF relativo à operação financeira contratada.
Modalidade de Linhas de Crédito Oferecidas aos Exportadores Brasileiros: Programa de Financiamento às Exportações de Bens e Serviços - Proex
- PROEX: O Proex é administrado pelo Banco do Brasil e os exportadores beneficiados por este programa precisam preencher o RC - Registro de Operação de Crédito via Siscomex antes do Registro Ada exportação – RE e, consequentemente, antes do embarque do produto para se habilitarem ao programa.
- PROGRAMA: Este programa conta com recursos da União que são levantados anualmente conforme o Orçamento Geral da União. As diretrizes do Programa são definidas pelo Comitê de Financiamento e Garantia das Exportações - Cofig, comitê da Camex para esta finalidade. O Proex financia não só o exportador, mas poderá financiar também o importador (Buyers Credit).
- FINANCIAMENTO AO EXPORTADOR: Para o financiamento ao exportador (supplyers credit), caberá a ele emitir saques (títulos em que o exportador se compromete a pagar (o principal e os juros contratados) e descontá-los no banco financiador.
- FINANCIAMENTO AO IMPORTADOR: Para o financiamento ao importador, caberá a ele, como beneficiário do financiamento, autorizar a remessa financeira para liquidar a sua obrigação com o exportador e, em contrapartida, o importador receberá os documentos para o desembaraço aduaneiro da sua importação mediante a emissão do saque.
- PRAZOS DE PAGAMENTOS: Os bens sujeitos ao Proex estão relacionados na Portaria MDIC 232/07 pelas respectivas NCMs com os seus respectivos prazos de pagamento. Esses prazos de pagamento podem variar de 60 dias a 10 anos. É importante notar que os prazos dos financiamentos vão aumentando de acordo com a elaboração do produto, com isso, os produtos enquadrados nos últimos capítulos da NCM (bens mais elaborados), possuem prazos maiores de financiamento. O exportador poderá agrupar mercadorias relacionadas entre (“pacotes”), para conseguir um único prazo de financiamento para uma exportação com NCMs diferentes e, consequentemente, prazos também diferentes. Entende-se como "pacote" de exportação à venda, numa única transação de produtos diversificados de natureza conexa. Esse prazo único será calculado pela média ponderada dos diferentes prazos apresentados na operação ou será determinado o prazo máximo de um dos produtos que represente, ao menos, 60% do valor total da operação.
- MODALIDADES DE CRÉDITO: O Proex opera em duas modalidades de crédito: O Proex/Equalização e o Proex/Financiamento e, para ambos, é indispensável a comprovação de idoneidade do exportador, do importador e do garantidor do financiamento junto à União e suas controladas de direito público ou privado.
*Proex/Equalização: Nesta modalidade, o financiamento é oferecido pelo Banco do Brasil e o valor máximo geralmente é de 85% do valor da exportação, porém, para exportações com prazo de pagamento não superior a dois anos, pode chegar a 100% . Caso o produto a ser exportado seja composto por índice de nacionalização inferior a 60%, esse percentual poderá ser diminuído seguindo regras específicas. As garantias a serem apresentadas nessa modalidade são as seguintes: Carta de crédito confirmada, aval ou fiança emitidas por bancos que possuam limite de crédito junto ao Banco do Brasil. Poderão ser aceitas, também, como garantia, cartas de crédito cursadas no CCR e seguro de crédito à exportação sendo analisado caso a caso pelo Cofig que poderá, inclusive, autorizar outras garantias. O custo desse financiamento terá taxa pactuada junto ao Banco do Brasil não podendo ser inferior a Libor, vigente na data do embarque. Sendo os juros calculados sobre o saldo devedor, fixos ou variáveis.
*Proex/Financiamento: Nesta modalidade, o programa banca parte dos juros contratados junto à rede bancária na operação de crédito da exportação contratada pós-embarque objetivando tornar a linha de crédito mais competitiva, com custos mantidos em níveis internacionais. Daí o nome “equalização”. A União assume parte do custo financeiro da operação para deixá-la equalizada com os custos financeiros aplicados no mercado internacional. Os parâmetros de prazo e enquadramento de bens seguem os estabelecidos para a modalidade “Financiamento”, porém há uma inversão do beneficiário direto da operação que passa a ser a instituição financeira provedora dos recursos e não o exportador ou o importador.
MODALIDADE DE LINHAS DE CRÉDITO OFERECIDAS AOS EXPORTADORES BRASILEIROS: PROGER EXPORTAÇÃO
O Programa de Geração de Emprego e Renda – PROGER, é uma linha de crédito que utiliza recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador – FAT disponibilizada para exportador em Reais por intermédio do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal e destina-se ao financiamento do exportador brasileiro antes do embarque da mercadoria, na fase da promoção comercial da exportação e da produção. O exportador encontrará no Proger Exportação linha de crédito para financiar gastos com aluguel, montagem de stands, transporte e hospedagem, para a sua participação nesses eventos, por exemplo. Para isso, o exportador deverá comprovar que essas despesas são inequivocadamente, referentes à sua participação, devendo a referida comprovação das despesas serem apresentadas no prazo máximo de 90 dias após a liberação do crédito.
A participação em feiras internacionais é uma forma eficaz de a empresa exportadora testar a receptividade ao seu produto no exterior, constituindo uma interessante estratégia para a inserção da marca nos mercados externos (HARTUNG, 2002, p. 21-22). E o Proger Exportaçâo financiará o exportador que quiser participar de feiras internacionais com o objetivo de promover o produto brasileiro no exterior.
ATENÇÃO!! O custo desse financiamento é composto pela TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo) + spread a ser definido pelo Banco financiador e esta linha de crédito é destinada, exclusivamente, a micro e pequenas empresas. O valor máximo por operação é de R$ 250 mil, o prazo máximo para pagamento é de 12 meses com carência de até seis meses (Ministério do Trabalho e Emprego - MTE, 2003) e o pagamento é feito pelo beneficiário mensalmente amortizando o principal e os juros. Não poderá ter acesso aos recursos do Proger Exportação a empresa que estiver inscrita no Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do Setor Público Federal – CADIN, ou que estiver inadimplente junto a órgão da administração pública federal, sobretudo ao INSS, FGTS e PIS-Pasep.
MODALIDADE DE LINHAS DE CRÉDITO OFERECIDAS AOS EXPORTADORES BRASILEIROS: PROGRAMA BNDES-EXIM
O Programa compreende as modalidades Pré e Pós-embarque, sendo a modalidade Pré-embarque subdividida em: Pré-embarque, Pré-embarque Ágil, Pré-embarque Empresa-Âncora, Pré-embarque Especial e Pré-embarque Automóveis.
Modalidade Pré-embarque: O BNDES-Exim Pré-embarque é destinado à produção do produto já negociado a ser exportado, está vinculado a embarques específicos. O BNDES poderá financiar até 100% do valor FOB da mercadoria a ser exportada, sem contemplar comissões de agente nem eventuais valores pagos antecipadamente pelo importador. Essa é uma linha de crédito para produtores, estando de fora comerciais exportadoras ou trading companies. O prazo do financiamento não passará dos 36 meses a contar do dia 15 subsequente à data do contrato de financiamento. A amortização poderá ser feita com pagamento em única parcela ou em até 24 prestações mensais, contanto que a última parcela seja paga na data limite prevista para o embarque. Com isso, a data máxima para o embarque coincidirá com o vencimento do financiamento com carência máxima de 12 meses para as operações com amortizações mensais. O custo da operação seguirá a seguinte composição: Custo Financeiro + Remuneração Básica do BNDES + Remuneração da Instituição Financeira Credenciada.O Custo Financeiro variará de acordo com o porte da empresa e com o bem a ser exportado. O Custo Financeiro para micro e pequenas empresas é TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo) ou LIBOR. A Remuneração Básica do BNDES varia de 1,8% a.a. a 2,3% a.a., em função do enquadramento do bem, sendo concedida condição especial para micro e pequenas empresas, para as quais a referida remuneração está fixada em 0,9% a.a. Já a Remuneração da Instituição Financeira Credenciada é resultado de negociação entre esta e o exportador.
Pré-embarque Ágil: o Pré-embarque Ágil é definido como uma linha de crédito que “oferece financiamento ao exportador, na fase pré-embarque, da produção destinada à exportação de bens indicados na relação de produtos financiáveis (exceto automóveis de passeio – NCM 87.03), associada a um compromisso de exportação.” (BNDES, 2010). A principal diferença em relação ao Pré-embarque é que o Pré-embarque Ágil não é feito com base em uma exportação já negociada, mas sobre um compromisso futuro de exportar. Por isso, o crédito oferecido nesta modalidade é de apenas 30% (trinta por cento) do valor FOB da futura exportação e o compromisso futuro da exportação não poderá ser superior a 36 (trinta e seis) meses e nem anterior a 6 meses contados da data da aprovação da financiamento, o restante segue, basicamente, os mesmos critérios do Pré-embarque.
Pré-embarque Empresa-Âncora: destina-se a financiar “a exportação indireta de bens produzidos por micro, pequenas e médias empresas (MPMEs), efetuada por intermédio de empresa-âncora” (BNDES, 2010), assim classificadas as comerciais exportadoras, trading companies e outras que exportem produção adquirida de MPMEs no mercado interno. A participação do BNDES pode chegar a 100% (cem por cento) do valor FOB a ser exportado. A taxa de juros da modalidade Pré-embarque Empresa-Âncora é composta por: Custo Financeiro (LIBOR ou TJLP) + 0,9% a.a. a título de remuneração básica do BNDES + Remuneração da Instituição Financeira Credenciada, negociada entre esta e o beneficiário. Os prazos são os mesmos definidos para a modalidade Pré-embarque.
Pré-embarque Especial: destinada às empresas exportadoras/produtoras brasileiras para o financiamento da produção dos bens a serem exportados, mediante o compromisso de incremento das exportações da tomadora em um período futuro, em relação a um período anterior. O BNDES pode financiar até 100% do valor do incremento previsto pelo exportador, a ser realizado em um período de 12 meses, comparativamente aos 12 meses imediatamente anteriores ou à média anual dos valores das exportações da empresa nos 24 ou 36 meses anteriores, em Dólares dos Estados Unidos/ FOB. Para as grandes empresas, o prazo de financiamento pode chegar a 15 meses, para as demais empresas, 18 meses, podendo ser prorrogado para até 30 meses caso o exportador tenha êxito em cumprir, pelo menos parcialmente, a meta de incremento de exportação, durante o período de 12 meses. As taxas de juros, para a parcela cumprida da meta de incremento, são as mesmas aplicáveis à modalidade Pré-embarque. Para a parcela não cumprida, o valor referente à Remuneração do BNDES é majorado conforme tabela do BNDES. Fonte: BNDES.
Pré-embarque Automóveis: esta linha é destinada ao financiamento da produção de automóveis de passeio, com o compromisso de exportação por parte do tomador. Estão habilitadas ao crédito as empresas brasileiras produtoras dos bens a serem exportados. O valor máximo financiável corresponde a 55% do compromisso de exportação assumido pelo tomador para um período de 12 meses, devendo ser liquidado em até 15 meses. A taxa de juros da operação é composta por Custo financeiro + Remuneração básica do BNDES + Spread da Instituição Financeira.
A lista de produtos contemplados pelo programa prioriza mercadorias classificadas a partir do capítulo 73 da NCM, mercadorias mais elaboradas e de maior valor. Essas mercadorias deverão ter índices de nacionalização igual ou superior a 60%. O exportador que pretender se beneficiar com essa linha de crédito terá que comprovar a sua idoneidade fiscal e tributária junto à União, INSS (CND) e FGTS (CRF) e o acesso ao financiamento poderá variar de acordo com o porte do exportador e as garantias exigidas dos proponentes ao crédito variarão de acordo com a instituição financeira garantidora do crédito, uma vez que o risco da operação recairá sobre elas.
Na modalidade Pós-embarque, o BNDES oferece apoio financeiro à comercialização dos bens brasileiros no exterior, através de refinanciamento de crédito concedido pelo exportador ao importador (suppliers credit) ou financiando diretamente o importador (buyers credit). São admitidos, no âmbito desta modalidade, financiamentos de serviços prestados no exterior, associados a mercadorias exportadas, até o limite de 30% do valor da exportação.
TAXA DE DESCONTO: Libor correspondente ao prazo da operação, mais remuneração do BNDES de, no mínimo, 1% ao ano, mais Taxa de Risco de Crédito, definida de acordo com as características da operação.
COMISSÃO DE ADMINISTRAÇÃO: Até 1% sobre o valor liberado. Corresponde à remuneração da instituição financeira repassadora do crédito, por serviços operacionais e administrativos.
SPREAD DA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA: Remunera a instituição repassadora do crédito pelo risco assumido na operação e é negociado entre esta e o exportador, sem a interferência do BNDES.
OUTROS ENCARGOS: O BNDES pode cobrar outros encargos, se julgar pertinente, tais como comissões de estudos e estruturações.
A critério do BNDES, a operação pode cobrir até 100% do valor da exportação, no INCOTERM em que esta for registrada no Siscomex. O prazo do financiamento concedido pelo exportador ao importador não pode ultrapassar 12 anos, a contar da data de embarque ou outra definida pelo BNDES na análise da operação. São admitidos, como garantia, títulos de crédito (Notas Promissórias ou Letras de Câmbio) e Cartas de Crédito.
*garantia: O BNDES pode definir outra garantia de acordo com a análise da operação. Os títulos de crédito devem ser garantidos por instituições financeiras, inclusive as sediadas no exterior ou seguradoras de crédito à exportação. O garantidor deve possuir limite de crédito junto ao BNDES. As cartas de crédito devem ser emitidas e/ou confirmadas por instituições financeiras sediadas no exterior credenciadas ao BNDES no Brasil.
SEGURO DE CRÉDITO À EXPORTAÇÃO E LEGISLAÇÃO VIGENTE
O que é o seguro de crédito à exportação?
É o seguro contratado pelo exportador brasileiro contra o risco de não pagamento por seus compradores no exterior, por motivo de falência ou de simples mora.
Cobertura: Por força do dispositivo legal, o percentual de cobertura é de 85 % do valor da fatura. Embora participe com aproximadamente 1/7 do valor total, a inclusão do segurado na divisão do risco é essencial se considerarmos o princípio de parceria que norteia o seguro de crédito à exportação. Graças a esse conceito, o segurado será mais seletivo na composição de uma carteira de clientes e, no caso de um eventual sinistro, ele está comprometido com o esforço da Seguradora em recuperar o crédito.
Globalidade: O conceito de “globalidade” é, antes de tudo, um princípio e não uma regra imutável. Significa que a cobertura pela Seguradora da totalidade dos compradores do segurado permite uma maior pulverização de risco e, consequentemente, a possibilidade de se conseguir um custo de apólice muito mais baixo e competitivo.
Limite de Crédito: A efetiva garantia do segurado não está na assinatura da apólice, já que não existe uma “importância segurada”, mais na concessão pela Seguradora de limites de crédito individuais para cada importador do segurado.
Vejamos como funciona na prática: O segurado elabora uma lista de seus compradores no exterior, efetivos ou potenciais, e encaminha-a através de formulário próprio para o Departamento de Análise e Riscos da Seguradora. Para cada comprador ele indica o crédito que irá precisar. Esse crédito é rotativo e não deve ser confundidocom o volume de vendas. Ele deve ser calculado para cobrir a exposição máxima do segurado em relação a um determinado comprador, ou seja, no caso de um eventual não pagamento, o valor do prejuízo máximo que o segurado teria. O limite de crédito solicitado dependerá do valor e da frequência dos embarques, assim como do prazo de faturamento.
Exemplo: Vemos que neste exemplo simples a exposição máxima não ultrapassa US$ 200,000.00, sendo esse o limite de crédito necessário (ou US$ 200.000,00 + US$ 100.000,00 = US$ 300.000,00 com uma margem de segurança). A seguradora fará uma análise cuidadosa de cada importador e em poucos dias fixará o limite de crédito, unicamente em função da situação financeira do comprador.
Prazos e Indenizações
Quando ocorre um sinistro, o segurado tem 2 opções:
1- Notificar imediatamente o não pagamento e acionar ao mesmo tempo a seguradora para recuperação do crédito;
2- Prorrogar o vencimento para dar chance ao comprador de pagar sem o desgaste comercial de uma cobrança pela Seguradora.
Qualquer que seja a opção, do momento que é acionada, a Seguradora há um prazo de 5 meses para realizar a cobrança junto ao comprador, após o qual, se não tiver sucesso, é efetuada a indenização.
Todas as despesas de contencioso, incluindo os trâmites jurídicos e os serviços especializados de advogados internacionais correm por conta do seguro. A prorrogação do vencimento pode ser feita pelo segurado, sem notificar a Seguradora, de até 80 dias da data de embarque. Em 30 dias após o vencimento inicial ou prorrogado, o comprador que não pagou sua dívida é considerado inadimplente, devendo o segurado interromper as exportações para esse cliente. O prazo mínimo para notificar um não pagamento é de 60 dias após o vencimento inicial ou prorrogado. A seguradora iniciará a sua ação de cobrança somente após ser acionada pelo segurado.
Três Produtos em Um
O Seguro de Crédito à Exportação é muito mais que um simples seguro. Antes de tudo é um instrumento de prevenção. A análise e o monitoramento constante da situação financeira dos importadores é em si um instrumento comercial muito eficaz na seleção da clientela, no direcionamento e na concentração dos esforços de vendas para o desenvolvimento de novos mercados.
Segundo, o Seguro de Crédito à Exportação é uma ferramenta de cobrança. Cada país tem uma legislação distinta e específica exigindo os serviços de advogados especializados e rede de agências de cobrança espalhadas por todos os continentes. Finalmente, o seguro de crédito não deixa de ser um seguro e, como tal, tem função de indenizar o segurado cujo crédito não foi recuperado durante o período de cobrança.
Obrigações do segurado
Uma das características do Seguro de Crédito à Exportação é a sua simplicidade. A única obrigação do segurado é declarar trimestralmente, em formulário próprio, as exportações e os relativos compradores. No término de vigência da apólice, a soma dos valores declarados dará o volume de exportação efetivamente realizada.
Custos: basicamente os custos se resumem ao prêmio e às taxas de análise de cliente e de monitoramento.
Premio
É o custo propriamente dito do seguro e é apresentado sob a forma de um percentual que se aplica sobre o valor das exportações realizadas durante a vigência da apólice, que é de um ano. Na prática, como não se sabe de antemão o volume que será exportado, a Seguradora, nas estimativas do segurado, fixa um valor, chamado de Prêmio Mínimo, correspondente ao pagamento mínimo que será efetuado pelo segurado.
+SAIBA MAIS: O Prêmio Mínimo é dividido em quatro parcelas iguais, que serão pagas trimestralmente, sendo que a primeira é na contratação do seguro. No final do último trimestre é feito o cálculo de Prêmio, aplicando-se a Taxa do Prêmio sobre o volume efetivamente realizado. A Quinta e última parcela de pagamento, no final da vigência da apólice, será o saldo entre o Prêmio e o Prêmio Mínimo já pago. É importante que as projeções do segurado referentes ao volume de exportação sejam realistas. Se o valor estimado for muito alto, a Taxa de Prêmio será proporcionalmente menor, mas o Prêmio Mínimo, em contrapartida, vai aumentar. E vice-versa no caso de uma projeção muito conservadora.
Taxa de análise cadastral: para cada novo comprador para o qual o segurado solicita um limite de crédito, a seguradora realiza um estudo sobre a situação financeira do importador antes de conceder o crédito. O custo da análise é repassado ao segurado pela cobrança da taxa anterior referida. Não há custos envolvidos para o segurado no caso de uma solicitação para aumento de limite de crédito durante a vigência da apólice (no caso de incremento de vendas, por exemplo).
Taxa de monitoramento: aqueles importadores com os quais o segurado efetivamente trabalha serão acompanhados continuamente pela seguradora, no intuito de detectar qualquer mudança na situação financeira deles para que medidas de prevenção sejam tomadas a tempo. A taxa de monitoramento é cobrada por importador e é proporcional ao tempo indicado pelo próprio segurado. A cobrança de taxas é feita trimestralmente.
-------------------------------------------------------------------------------------------
EXERCÍCIOS (respondidos)
1- É uma modalidade de crédito oferecida aos exportadores:
R= ACC.
2- O Seguro de Crédito à Exportação é:
R= Instrumento de prevenção.
3- Qual é a única obrigação do segurado?
R= Declarar trimestralmente, em formulário próprio, as exportações e os relativos compradores.

Outros materiais