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Cacoal - RO 2016 JEFFERSON SILVA SANTOS LEANDRO MARTINS DE SOUZA SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO CIENCIAS CONTABEIS ESTÁGIO SUPERVISIONADO MARTINS PNEUS COMERCIO E SERVIÇOS LTDA Cacoal - RO 2016 ESTÁGIO SUPERVISONADO MARTINS PNEUS COMERCIO E SERVIÇOS LTDA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis. Orientador: Prof. Alyne Matuda. JEFFERSON SILVA SANTOS LEANDRO MARTINS DE SOUZA Dedico este trabalho aos nossos mestres que repartiram conosco os seus conhecimentos, colocando em nossas mãos as ferramentas com as quais abriremos novos horizontes, rumo a satisfação plena de nossos ideais. AGRADECIMENTOS Agradecemos primeiramente a Deus pelo dom da vida, por todos os benefícios que nos tem feito, pelos momentos difíceis que passamos e por nos ajudar, fortalecendo-nos para seguir em frente e chegar até aqui vitoriosos. A Profª. Alyne Matuda, e o tutor eletrônico meus orientadores, que contribuíram no desenvolvimento do presente trabalho. A todos os meus colegas de faculdade que estiveram ao nosso lado ao longo desses quatros anos. A minha esposa Jane Guimarães e filha Letícia Guimarães, que me apoiou em todos os momentos de dificuldade, e a todos os meus familiares, que sem eles seria impossível chegar a mais um degrau. Enfim, agradecemos a todos que contribuíram diretamente e indiretamente para a realização deste trabalho, o qual com certeza fazem parte de uma longa caminhada que nos leva á alcance do conhecimento. “Não é o desafio com que nos deparamos que determina quem somos e o que estamos nos tornando, mas a maneira com que respondemos ao desafio”. (Henfil) Jefferson, Silva, Souza, Leandro Martins. Estágio Supervisionado: 2016. 174 folhas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Ciências Contábeis) – Centro de Ciências Empresariais e Sociais Aplicadas, Universidade Norte do Paraná, Cacoal - RO, 2016. RESUMO Para se criar uma empresa há necessidade de um estudo profundo de suas particularidades. Deve ser analisado vários fatores, principalmente a carga tributária, que é um dos fatores mais importantes, uma boa escolha tributária pode trazer uma série de resultados positivos para empresa. Também deve verificar o macro e micro ambiente, verificando se o negócio vai ser rentável. No entanto o trabalho apresentado será de uma loja que comercializa pneus, na qual vende pneus novos e presta serviço de troca de pneus alinhamento e balanceamento entre outros serviços A empresa entrou com um capital definido e um empréstimo financeiro em um Banco, para ser possível a continuidade das atividades. O local de trabalho será amplo, arejado com ambientes próprios para os funcionários e máquinas próprias para as atividades. Os colaboradores foram selecionados de acordo com os testes submetidos e os salários conforme convenção coletiva do sindicato próprio. Tivemos dentro das atividades para montagem da empresa as Memórias de cálculos; Folhas de pagamentos, Demonstrações Contábeis com suas análises e relatórios explicativos. Balancete de verificação, DRE e Relatórios de Execução Orçamentária e de Gestão Fiscal. No entanto, uma empresa para manter no mercado precisa ser qualificada e possuir uma boa estrutura, para passar aos seus clientes confiança e sempre uma boa imagem. Palavras-chave: Formas de Tributação. Criação de Empresa. Escrituração. Memórias de cálculo. LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Descriminação Investimento Estimado ................................................... 36 Tabela 1 – Descriminação Produtos Oferecidos ...................................................... 36 Tabela 1 – Descriminação Serviços Oferecidos ....................................................... 36 Tabela 1 – Descriminação Capital Social ................................................................. 38 Tabela 1 – Descriminação Empréstimo .................................................................... 38 Tabela 1 – Relação da Estrutura Física ................................................................... 38 Tabela 1 – Relação de Colaboradores ..................................................................... 39 Tabela 1 – Relação de Alíquotas ............................................................................. 39 Tabela 1 – Projeção de vendas ................................................................................ 41 Tabela 1 – Projeção de vendas ................................................................................ 43 Tabela 1 – Fluxo de Caixa........................................................................................ 45 LISTA DE QUADROS Quadro 1 – FATOS CONTÁBEIS MÊS DE OUTUBRO .......................................... 46 Quadro 2 – FATOS CONTÁBEIS MÊS DE NOVEMBRO ....................................... 47 Quadro 3 – FATOS CONTÁBEIS MÊS DE DEZEMBRO ........................................ 48 Quadro 4 – MOVIMENTO CAIXA E BANCO MÊS DE OUTUBRO .......................... 63 Quadro 5 – MOVIMENTO CAIXA E BANCO MÊS NOVMBRO ............................... 64 Quadro 6 – MOVIMENTO CAIXA E BANCO MÊS DEZEMBRO .............................. 65 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas UNOPAR Universidade Norte do Paraná FGTS Fundo Garantia Tempo Serviço DFC Demonstração dos Fluxos de Caixa- DMPL Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido ISS- Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza: Imposto COFINS Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social CSLL Contribuição Social sobre o lucro líquido LALUR Livro de Apuração do Lucro Real SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 13 2 METODOLOGIA ................................................................................................ 14 3 JUSTIFICATIVA ................................................................................................. 15 3.1 ESTUDO DAS PARTICULARIDADES ECONÔMICAS DA EMPRESA FICTÍCIA “MARTINS PNEUS COMERCIO E SERVIÇOS LTDA” ............................. 15 3.1.1 HISTÓRICO DO RAMO DE ATIVIDADE .................................................... 16 3.1.2 TRIBUTAÇÃO ............................................................................................. 17 3.1.3 REGIME TRIBUTÁRIO LUCRO REAL ....................................................... 19 3.1.4 IMPOSTOS FEDERAIS INCIDENTES SOBRE O LUCRO REAL............... 19 3.1.5 IMPOSTOS ESTADUAIS SOBRE O LUCRO REAL ................................... 20 3.1.6 IMPOSTOS MUNICIPAIS ...........................................................................21 3.1.7 CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS ....................................................................... 21 3.1.8 OS BENEFÍCIOS DO LUCRO REAL .......................................................... 22 3.1.9 LIVRO DE APURAÇÃO DO LUCRO REAL – LALUR ................................. 23 3.1.10 LIVROS FISCAIS ........................................................................................ 24 3.1.11 ENCARGOS TRABALHISTAS .................................................................... 24 3.1.12 LIVROS CONTÁBEIS ................................................................................. 26 3.1.13 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ............................................................. 28 4 CRIAÇÃO DE UMA NOVA EMPRESA .............................................................. 36 4.1 ESTRUTURA DE CAPITAL ............................................................................ 38 4.2 ESTRUTURA FÍSICA ..................................................................................... 38 4.3 ESTRUTURA DE PESSOAL .......................................................................... 39 4.4 PROJEÇÃO DE COMPRAS ........................................................................... 41 4.5 PROJEÇÃO DE VENDAS .............................................................................. 43 4.6 PROJEÇÃO DO FLUXO DE CAIXA ............................................................... 45 4.7 FATOS CONTÁBEIS ...................................................................................... 47 4.8 REGISTRO DE INVENTÁRIO ........................................................................ 63 4.9 MOVIMENTO CAIXA E BANCO ..................................................................... 64 5 CONCLUSÃO .................................................................................................... 75 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 76 ANEXOS ................................................................................................................... 79 ANEXO A – CONTRATO SOCIAL DA EMPRESA FICTÍCIA “MARTINS PNEUS COMERCIO E SERVIÇOS LTDA” ............................................................................ 79 MARTINS PNEUS COMERCIO E SERVIÇOS LTDA ............................................... 79 ANEXO B – CONTABILIZAÇÃO DA EMPRESA FICTÍCIA “MARTINS PNEUS COMERCIO E SERVIÇOS LTDA” ............................................................................ 82 13 1 INTRODUÇÃO O atual cenário da economia não está em sua melhor fase, mais mesmo com tantas incertezas nem todos os números são ruins para os novos empresários. De acordo com dados do Serasa Experian, 800 mil empresas foram abertas no país entre janeiro e maio deste ano. O número é 69% maior ao verificado em 2010, ano de maior crescimento econômico do país. Administrar um empreendimento é um trabalho que requer planejamento, afinal não basta apenas abrir uma empresa é necessário que o empreendedor possua orientações e ferramentas que auxiliem em suas obrigações. Muitas empresas no Brasil fecham, devido não ter planejado corretamente suas obrigações. Existem diversas obrigações tributárias, sociais e contábeis no Brasil. A lei 6.404/76 é a que estabelece as características das Sociedades por Ações, e esta lei também abrange os outros tipos de empresas, nos aspectos das demonstrações contábeis, entre outros. Na constituição de uma empresa a contabilidade se torna uma ferramenta muito importante para a tomada de decisão. As demonstrações contábeis de uma empresa podem avaliar o futuro do patrimônio, a curto e longo prazo e assim tomar decisões concretas para garantir além de sua constituição um plano de negócios eficiente, que certamente vai trazer estabilidade econômica. Diante do exposto estre trabalho tem como o objetivo geral promover uma pesquisa sobre a constituição de uma empresa identificando os benefícios oferecidos pela tributação baseada no Lucro Real. Os objetivos específicos se configuram em conceituar os livros contábeis. Demonstrar os benefícios do enquadramento pelo Lucro Real. Este trabalho encontra-se estruturado em duas partes e anexo, além desta introdução na primeira parte, abordaremos estudo das particularidades econômicas da empresa fictícia MARTINS PNEUS COMERCIO E SERVIÇOS LTDA.E na segunda parte, apresentaremos o projeto de constituição da mesma e em anexo encontra-se os fatos ocorridos na contabilidade da empresa. E por fim, são realizadas as considerações finais 14 2 METODOLOGIA A metodologia empregada para realização do trabalho foi qualitativa onde realizamos diversas pesquisas bibliográficas sobre os seguintes temas: contabilidade empresarial e trabalhista, contabilidade comercial e gerencial, contabilidade tributária, contabilidade de custos e administração de empresas, novos negócios, planejamento estratégico, e plano de negócios, utilizando dos principais autores da atualidade em suas recíprocas áreas até chegarmos à conclusão pelo ramo de atividade especificada neste. 15 3 JUSTIFICATIVA Tal escolha de ramo de atividade está relacionada ao mercado de comercialização de pneus no qual o interesse da pesquisa parte de um pressuposto apenas de conhecer a abrangência deste setor, uma vez que esse material é uma das partes importantes dos veículos e por oferecer segurança aos condutores. A escolha do CNAE 4530705 de comercialização de pneus, foi feita levando em consideração o aumento nos últimos anos da frota de veículos no município de Cacoal – RO tornando a atividade um nicho de mercado. Devido esses fatores resolvemos fazer a pesquisa sobre essa atividade, no qual achamos de grande interesse o mix de atividades de comércio e serviço nessa área de venda e troca de pneus. Praticamente todas as matérias da graduação nos despertaram interesse, uma vez que todas são suma importância para exercermos nossas atividades, e todas estão baseadas a título de pesquisa que nos ajudaram a resolver a atividade presente. Em relação aos autores estudados, justificamos a utilização como contribuição para o desenvolvimento da atividade, lembrando da importância e do papel de cada um. 3.1 ESTUDO DAS PARTICULARIDADES ECONÔMICAS DA EMPRESA FICTÍCIA “MARTINS PNEUS COMERCIO E SERVIÇOS LTDA” Após a análise do cenário econômico do município de Cacoal - RO os sócios Leandro Martins de Souza e Jefferson Silva Santos optaram pela atividade econômica de vendas de pneus novos com serviço de troca, alinhamento e balanceamento entre outros. MARTINS PNEUS COMERCIO E SERVIÇOS LTDA., CNPJ nº 59.834.126/0001-04, situada na Avenida Tiradentes 820 – Novo Cacoal 16 onde funcionará no ramo de comércio/serviço, tendo como clientes pessoas físicas e jurídicas, sendo classificada com o CNAE 4530705. A MARTINS PNEUS COMERCIO E SERVIÇOS LTDA. será uma empresa de natureza jurídica de sociedade por cotas de responsabilidade limitada administrada, pelos proprietários. Uma das particularidades deste ramo de atividade é o crescimento nos últimos anos de compra de automóveis novos e usados no município e localidades próximas e com isso surge a necessidade de compra e manutenção dos pneus. Para a concretização do negócio os sócios realizaram diversas pesquisas sobre o mercado de pneus onde poderão desenvolver um planejamento estratégico com estudo, dos clientes, dos fornecedores, dos planos financeiros vendas, planejamento tributário, do tempo de retorno do investimento, dos custos de implantação, entre outros, pois assima empresa terá um diferencial em relação as demais, obtendo sucesso em suas futuras operações. 3.1.1 Histórico do Ramo de Atividade O surgimento do pneu ocorreu de forma acidental nas experiências do norte americano Charles Goodyear, que juntou uma mistura de vermelhão e chumbo para dar um aspecto de couro a borracha adicionando enxofre em várias bolsas. Depois de alguns dias, a maioria das bolsas, estavam numa condição imprestável, porem uma delas deixada perto de um forno quente queimou de uma forma que chamou a atenção de Goodyear. Ele concluiu que a carbonização poderia parar naquele ponto e manter a estabilidade do material. Experimentos com enxofre mantinham suas condições de elasticidade no frio ou no calor, assim foi descoberto o processo de vulcanização nome que dá referência ao Deus Romano do fogo e da metalurgia Vulcano. Com essa inovação e a descoberta dos pneus de borracha, em virtude da resistência, durabilidade e conforto para transporte de cargas e pessoas, 17 a comercialização de pneus no mundo foi crescendo vertiginosamente devido à evolução na composição, o que trouxe benefícios como elasticidade e durabilidade entre outros (RAMOS, 2005, p.38). Em 1845, os irmãos Michelin foram os primeiros a patentear o pneu. As etapas iniciais deste desenvolvimento ainda passaram pelo feito do inglês Robert William Thompson que, dois anos mais tarde, colocou uma câmara cheia de ar dentro do pneu para deixá-lo mais resistente, resultando também em maior conforto. Aqui no Brasil, a produção de pneus iniciou-se na década de 30 após a implantação do plano rodoviário ser concretizado em 1936 com a instalação, no Rio de Janeiro, da Companhia Brasileira de Artefatos de Borracha, mais conhecida como Pneus Brasil, que em seu primeiro ano, produziu mais de 29 mil pneus, segundo dados divulgados pela Anip – Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos. Nos dias atuais o setor de fabricação de pneumáticos e câmaras de ar responde por cerca de0,7% do PIB industrial brasileiro, gera 29,5 mil empregos diretos e160 mil indiretos, e atende a todos os segmentos fabricantes de veículos, além da cadeia de revenda para reposição, constituída por uma rede com mais de 4.500 pontos de venda no Brasil e cerca de 40 mil empregados. A alta qualidade dos pneus brasileiros é reconhecida em todo o mundo, o que vem, há muitos anos, permitindo fornecer a compradores de outros países em diversos continentes, contribuindo para a balança comercial brasileira do setor se manter com saldo positivo até 2015. As fábricas de pneu que existem atualmente no Brasil são Goodyear, Continental, Pirelli, Bridgestone, Firestone, Yokohama, Michelin, Dunlop, Maggion, Bética. As únicas fábricas que são 100% nacional são Maggion e Bética. 3.1.2 Tributação Nos últimos quatros anos o comércio varejista de pneus novos vem passando por uma série de mudanças com a implantação da nota fiscal eletrônica 18 no varejo, que passou a ser obrigatória desde 2012, e com ampliação do projeto SPED (Serviço Público de Escrituração Digital) que permiti a troca de informações fiscais nas esferas municipais, estaduais e federal As mudanças têm obrigado as lojas a investir em equipamentos e softwares adequados e contratar a consultoria de um contabilista de confiança. A Lei das Sociedades Anônimas, também conhecida como a Lei n 6.404/76 (BRASIL,1976), prevê a obrigatoriedade do planejamento tributário, pelos administradores da empresa independentemente do ramo da atividade por ela desenvolvido pela interpretação do artigo153: “O administrador da companhia deve empregar, no exercício de suas funções, o cuidado e a diligência que todo homem ativo e probo costuma empregar na administração dos seus próprios negócios”. Dessa forma o planejamento fiscal é obrigatório para todo bom administrador. O planejamento tributário representa os procedimentos que objetivam eliminar custos ou reduzir a incidência de tributos, por tanto trata-se da atividade empresarial preventiva, que tem como fator a análise dos tributos e que visa com isso identificar e projetar atos e fatos tributáveis. Para um bom administrador planejar seus tributos é um direito tão importante quanto planejar o fluxo de rentabilidade da empresa, o fluxo de caixa, a estocagem. No âmbito federal a empresa MARTINS PNEUS COMÉRCIO E SERVIÇOS LTDA., irá adotar a o enquadramento tributário pelo Lucro Real como forma jurídica. No âmbito estadual, como forma jurídica, adotará o regime de Empresa de Pequeno Porte (EPP) e no âmbito municipal a forma jurídica a ser adotada será o ISSQN (imposto sobre serviços de qualquer natureza. Após um a realização de um planejamento tributário, onde o contador que fez simulações de faturamento, lucros, despesas, compra de materiais e investimentos de acordo com o porte da empresa ele orientou os sócios a o optarem pelo regime tributário lucro real. Uma das vantagens da opção por esse regime é que lucro real permite a dedução das chamadas despesas operacionais, como contas de água, luz, telefone, depreciação de bens e pagamentos de serviços terceirizados, ente outros. 19 3.1.3 Regime Tributário Lucro Real O lucro real é o regime tributário em que a tributação é calculada sobre o lucro líquido do período de apuração, considerando todas as receitas, custos e despesas e os valores a adicionar ou descontar conforme as compensações como consta no art. 6º do Decreto-Lei nº 1.598. Assim, a empresa terá que saber exatamente qual foi o seu lucro auferido para realizar a base de cálculo do IRPJ e da CSLL. Dessa forma, os encargos irão diminuir ou aumentar de acordo com a apuração, sendo que, se forem computados prejuízos durante o ano, a empresa fica dispensada do pagamento. Quem escolhe esta forma de tributação precisa manter em ordem o livro contábeis, as declarações do balanço patrimonial, a demonstração de resultados do exercício, de lucros e de prejuízos acumulados. A apuração pode ser feita de duas formas: Lucro Real Trimestral ou Lucro Real Anual. Na modalidade de tributação pelo Lucro Real Trimestral, o balanço é levantado no final de cada trimestre, ou seja, 31 de Março, 30 de Junho, 30 de Setembro e 31 de Dezembro. Mesmo com a opção de periodicidade os empresários podem recolher os tributos, pagar todo mês, em cima da receita bruta mensal ou com base nos balanços mensais. Na periodicidade mensal, existe a possibilidade de ajuste, anual, das quantias pagas (devolução ou acréscimo). Os impostos Federais incidentes nas empresas optantes pelo Lucro Real são o PIS, a COFINS, o IRPJ e a CSLL, sendo os dois primeiros apurados mensalmente sobre o faturamento e os dois últimos anualmente ou trimestralmente, tendo como base o Lucro Líquido contábil, ajustado pelas adições, exclusões e compensações permitidas ou autorizadas pelo Regulamento do Imposto de Renda. 3.1.4 Impostos Federais Incidentes Sobre o Lucro Real 20 PIS/PASEP: é um imposto federal que é incidente na tributação pelo lucro real com a vigência da Lei 10.637/2002 a partir de 01/12/2002 com exceções específicas, foi instituído o regime não cumulativo do PIS para as empresas optantes pelo Lucro Real. A alíquota geral do PIS não cumulativo é de 1,65%. A base de cálculo da contribuição para o PIS/PASEP e COFINS, com a incidência não cumulativa, é o valor do faturamento mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil. IRPJ: Imposto de Renda das Pessoas Jurídicasa apuração do IRPJ pelo lucro real é mais comumente feita por médios e grandes contribuintes, dado sua relativa onerosidade, pois os controles contábeis exigidos são mais amplos que os demais sistemas de tributação (lucro presumido, arbitrado ou Simples). 3.1.5 Impostos Estaduais Sobre o Lucro Real O ICMS um imposto estadual que é incidente na tributação pelo lucro real é o imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual, intermunicipal e de comunicação, sendo instituído pela Lei n° 7.547, de 27 de janeiro de 1989. De acordo com o art. 12, inciso I, da LC 87/96, considera-se ocorrido o fato gerador do ICMS no momento da saída da mercadoria do estabelecimento do contribuinte. Segundo Oliveira et al. (2004, p. 81), de modo geral a base de cálculo do ICMS “é o valor da operação com mercadorias, incluindo importâncias acessórias, tais como, seguros e fretes pagos pelo comprador, excluindo os descontos incondicionais”. No que se refere às alíquotas, o art. 19º da Lei n° 10.297, de 26 de dezembro de 1996 descreve que podem ser de, 17%, 18% 25%, 12% ou7% dependendo o caso. 21 3.1.6 Impostos Municipais ISS- Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza: Imposto que tem como fato gerador a prestação de serviço (por empresa ou profissional autônomo) de serviços descritos na lista de serviços da Lei Complementar no 116, de 31 de julho de 2003. Os contribuintes do imposto são as empresas ou profissionais autônomos que prestam o serviço tributável. Porém, em alguns casos, os municípios podem atribuir às empresas ou aos indivíduos que tomam os serviços a responsabilidade pelo recolhimento do imposto (PORTAL DO TRIBUTÁRIO, 2016, p.1). 3.1.7 Contribuições Sociais COFINS: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social: É uma contribuição federal, de natureza tributária, incidente sobre a receita bruta da empresa. Sua alíquota é de 7,6% para empresas tributadas pelo Lucro Real. A incidência do COFINS é direta e não cumulativa, com apuração mensal, podemos ainda implicar na COFINS dois sujeitos: o sujeito ativo e o sujeito passivo. CSLL: Contribuição Social sobre o lucro líquido (Lucro Real Trimestral): Calculado sobre o saldo remanescente sobre o lucro positivo, com alíquota de 9% onde é aplicada sobre o LAIR (Lucro antes do Imposto de Renda). A expressão lucro real significa o próprio lucro tributável, para fins a legislação do imposto de renda, distinto do Lucro líquido apurado contabilmente (PORTAL DO TRIBUTÁRIO, 2016, p.1). 22 3.1.8 Os Benefícios do Lucro Real Como mencionado anteriormente, o Lucro Real é uma forma de tributação que toma como base o lucro líquido contábil de uma empresa. Ele é de suma importância para as empresas, principalmente para as indústrias, que para a fabricação de seus produtos utilizam vários custos operacionais diretos e matérias- primas, que dão direito a créditos, minimizando assim a carga tributária da empresa. O regime não cumulativo do PIS e do COFINS consiste em deduzir, dos débitos apurados de cada contribuição, os respectivos créditos admitidos na legislação. Com o Lucro Real, além da minimização dos valores dos impostos, o e dá direito ao crédito do PIS e COFINS embutido no preço de matérias-primas e alguns outros insumos, como energia e aluguel pago a pessoas jurídicas e exige do profissional responsável uma maior dedicação em relação à empresa, uma vez que os balancetes e a DRE devem ser apurados mensalmente, portanto, toda a documentação deve estar em dia, para que o lucro seja apurado, evitando assim, problemas futuros com a falta de documentação ou até mesmo livros, exigidos pela fiscalização. Um exemplo disso é a diferença que existe entre a escrituração entre o Lucro Presumido e o Lucro Real. Enquanto no primeiro são exigidos apenas os livros contábeis e fiscais, encerrados ao final de cada ano, no Lucro Real exige-se uma escrituração muito mais detalhada e completa. As empresas optantes por esse regime deverão manter de acordo com o Manual do IRPJ e da CSLL: - Escrituração com observância das leis comerciais e fiscais; - A escrituração deverá abranger todas as operações do contribuinte, os resultados apurados em suas atividades no território nacional, bem como os lucros, rendimentos e ganhos de capitais auferidos no exterior; - A pessoa jurídica é obrigada a seguir ordem uniforme da escrituração, mecanizada ou não, utilizando os livros e papéis adequados, cujo número e espécie ficam a seu critério; - A pessoa jurídica estará obrigada a manter a escrituração comercial devendo para isto, escriturar o Livro Diário, Livro Razão, Livro Registro de Inventário e o Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR). A empresa poderá também reduzir ou suspender o pagamento do 23 Imposto de Renda e da Contribuição Social de cada mês, desde que demonstre, através de balanços ou balancetes mensais, que o valor acumulado já pago excede o valor do imposto, inclusive adicional (art. 2º da Lei 9430/96). 3.1.9 Livro de Apuração do Lucro Real – LALUR Segundo RODRIGUES (2007, p.25) “É um livro de preenchimento obrigatório para as pessoas jurídicas que apurarem o IRPJ e a CSLL com base no lucro real trimestral, anual e sempre que suspender ou reduzir o valor devido do imposto”. Diferentemente do diário, não precisa ser autenticado, nem registrado, mas terá Termo de Abertura e Encerramento. Cada ciclo de escrituração de cada exercício é finalizado com a assinatura do diretor, gerente ou titular e do contador legalmente habilitado, após a demonstração do lucro real. As normas e procedimentos a serem seguidos estão regulamentados na IN SRF n° 28/1978, tanto para a escrituração manual quanto para a eletrônica. Compete à pessoa jurídica: - Lançar os ajustes do lucro líquido do período de apuração; - Transcrever a demonstração do lucro real; - Manter o registro do controle de prejuízos fiscais a compensar em períodos de apuração subsequentes, do lucro inflacionário a realizar, da depreciação acelerada incentivada, da exaustão mineral com base na receita bruta, bem como dos demais valores que venham a influenciar a determinação do lucro real de períodos de apuração futuros e não constem da escrituração comercial. O LALUR também poderá ser utilizado a critério da pessoa jurídica para demonstrar a base de cálculo da CSLL, sendo escriturado em folha separada e a base de cálculo negativa será escriturada na parte “B” em folha separada do prejuízo fiscal. Deve-se manter também os registros de controle dos valores excedentes a serem utilizados no cálculo das deduções nos períodos de apuração subsequentes, dos dispêndios com Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) e outros benefícios previstos no RIR/99. 24 3.1.10 Livros Fiscais O Livros Ficais a serem utilizados nas atividades da empresa são: I. Registro de Entradas - São registradas todas as Entradas (compras). II. Registro de Saídas - São registradas todas as Saídas (Vendas). III. Registro de Apuração ICMS - Demonstra a apuração do ICMS – (débitos, créditos, saldo a pagar). IV. Registro de Inventário - Lançamento do estoque da empresa no final do exercício - preço de custo V. Livro Diário - São registrados os fatos contábeis, à medida que eles ocorrem, diariamente. VI. Livro Razão - Registra os fatos de cada conta, individualmente, extraídos do Livro Diário. VII. Livro de ISSQN - Escrituração das notas fiscais de serviços e apuração doimposto devido. A empresa deverá manter e escriturar os livros fiscais e contábeis exigidos pelos órgãos fiscalizadores. Estes deverão, quando efetuados eletronicamente, ser impressos em folhas devidamente numeradas, costurados e encadernados, assinados pelo representante legal da empresa e por um profissional contábil. Para que produzam os efeitos legais e de direito os mesmos, na sua maioria, deverão ser registrados nos órgãos competentes. 3.1.11 Encargos Trabalhistas As empresas optantes pelo lucro real que possuem empregados registrados, deverão pagar os encargos sociais e demais provisões que incidem 25 sobre a folha de pagamentos. • INSS - empregados; o empregador é obrigado a descontar do empregado sua contribuição previdenciária sobre o salário recebido”. A alíquota desta contribuição será de 8%, 9% ou 11% e varia de acordo com o valor dos salários. Os sócios (contribuinte individual) contribuem com 11% sobre o valor auferido no mês deverá ser respeitado o valor mínimo (piso) de um salário mínimo vigente. • INSS - empresa; INSS, Instituto Nacional do Seguro Social, A Seguridade Social é financiada por toda a sociedade, em especial, pelas empresas que devem recolher sua Contribuição Social - INSS sobre a remuneração total paga aos seus trabalhadores, de forma habitual, em virtude do contrato de trabalho. Para se realizar o cálculo da Contribuição Social – INSS aplica-se 20% (vinte por cento) sobre o total da folha de pagamento, ou seja, sobre o total da remuneração paga mensalmente pela empresa a seus funcionários, acrescido dos percentuais a título de outras exigências previdenciárias (como o RAT e Incra) (SOARES, 2013, p.1). Apurar-se-á a soma de todos os valores da contribuição previdenciária patronal e do empregado para recolhimento guia GPS até o dia 20 do mês seguinte de competência, devendo o recolhimento ser antecipado caso caia em dia não útil. • Contribuição Sindical Patronal; as entidades sindicais são obrigadas a promover a publicação de editais concernentes ao recolhimento da contribuição sindical, durante três dias, nos jornais de maior circulação local e até dez dias da data fixada para depósito bancário." A Contribuição Sindical deve ser recolhida no mês de janeiro de cada ano (de uma só vez), aos respectivos sindicatos de classe. Para as empresas que venham a estabelecer-se após o mês de janeiro, recolhem a contribuição sindical no mês em que requeiram às repartições o registro ou a licença para o exercício da respectiva atividade, O valor da contribuição sindical, para os empregadores, será em importância proporcional ao capital social, da firma ou empresa, registrado nas respectivas Juntas Comerciais ou órgãos equivalentes, mediante a aplicação de alíquotas, conforme a seguinte tabela (art. 580, inciso III, da CLT (GUIA TRABALHISTA, 2016, p.1). 26 • Contribuição Sindical Empregados; A Contribuição Sindical dos empregados será recolhida de uma só vez e corresponderá à remuneração de um dia de trabalho, qualquer que seja a forma de pagamento. O desconto da contribuição sindical corresponde a um dia normal de trabalho, ou seja, vai ser composta da remuneração que corresponda à jornada diária normal do empregado. Os empregadores são obrigados a descontar da folha de pagamento de seus empregados, relativa ao mês de março de cada ano, a Contribuição Sindical por estes devida aos respectivos sindicatos (GUIA TRABALHISTA, 2016, p.1). • FGTS; é a sigla de Fundo de Garantia por Tempo de Serviço. É um depósito mensal, referente a um percentual de 8% do salário do empregado, que o empregador fica obrigado a depositar em uma conta bancária no nome do empregado que deve ser aberta na Caixa Econômica Federal. O FGTS tem o objetivo de auxiliar o trabalhador, caso esse seja demitido, em qualquer hipótese de encerramento da relação de emprego, seja ela por motivo de doenças graves e até catástrofes naturais. O FGTS não é descontado do salário do empregado e sim uma obrigação do e quem tem direito ao FGTS são trabalhadores urbanos e rurais, através do regime da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), trabalhadores avulsos, empregados domésticos. Não têm direito ao FGTS os trabalhadores individuais, ou autônomos, ou seja, pessoas que não possuem vínculo empregatício empregador. 3.1.12 Livros Contábeis Conforme Medeiros (2016) os livros contábeis são livros obrigatórios em conformidade com a legislação vigente. Livro Diário: O Livro Diário registra todos os fatos que afetam o patrimônio, em ordem cronológica de dia, mês e ano, podendo contar com livros auxiliares para registrar operações específicas ou a movimentação de determinadas contas. Pode ser escriturado de forma manuscrita, mecanizada ou informatizada. A 27 escrituração do Livro Diário deve obedecer ao Código Comercial e às Normas Brasileiras de Contabilidade quanto à sua forma, devendo: ser escriturado em idioma e moeda corrente nacionais: portanto não deve conter rasuras; obedecer à ordem cronológica dos fatos, podendo, nesse caso, ser escriturado de forma RESUMIDA ou SINTÉTICA, diária ou mensal, respaldado em basear-se em documentos que deem suporte e que comprovem as operações registradas. O Livro Diário Manuscrito deve, antes do início da utilização, ter lavrado Termo de Abertura e Termo de Encerramento, que serão assinados por profissional habilitado e pelo dirigente da empresa, devendo ser registrado na Junta Comercial ou no Cartório em que estiverem arquivados os atos constitutivos. O livro escriturado por processo mecanizado ou informatizado, após sua utilização, deve conter, na primeira e última folhas, os respectivos Termos de Abertura e de Encerramento, devidamente assinados por profissional habilitado e pelo dirigente de empresa, devendo ser encadernado e registrado na Junta Comercial ou no Cartório em que estiverem arquivados os atos constitutivos. Livro Razão: o Livro Razão registra, também, todos os fatos, só que dando ênfase às contas que compõem o patrimônio. É esse livro que permite conhecer a movimentação de débito e crédito de cada elemento que compõe o patrimônio da empresa. Pode ser escriturado por processo manuscrito, mecânico ou informatizado e não deve conter rasuras, entrelinhas ou qualquer indício que ponha em dúvida os registros. Após a escrituração, deve ser encadernado, sendo dispensado de autenticação e registro na Junta Comercial ou no Cartório. Este livro agrega as contas Patrimoniais (contas do BP e da DRE), compostas por ativo, passivo e patrimônio líquido e por receitas, despesas e custos. Livros Auxiliares: Embora obrigatórios perante o fisco, os livros citados a seguir podem ser utilizados na escrituração contábil como auxiliares, reduzindo bastante o volume de registros contábeis no Livro Diário. Livro Caixa: tem a finalidade de registrar as entradas e saídas de numerário. Os registros devem ser efetuados em ordem cronológica e, por isso, pode ser utilizado como auxiliar do Livro Diário, devendo, nesse caso, atender a todas as formalidades exigidas. Ressalte-se que as empresas optantes pelo SIMPLES estão obrigadas, perante o fisco, à escrituração do Livro Caixa, observando as exigências contidas na Lei no 9.317/96 e as demais formalidades, inclusive quanto aos termos 28 de abertura e encerramento. Livro de Inventário: tem a finalidade de registrar os bens de consumo, as mercadorias, as matérias-primas e outros materiais que se achem estocados nas datas em que forem levantados os balanços. As empresas optantes pelo SIMPLES também estão obrigadas a escriturareste Livro. Livro de Entrada de Mercadorias: O Livro de Entrada de Mercadorias destina-se ao registo, em ordem cronológica, das mercadorias adquiridas e recebidas pelas empresas. Nele também são registradas as entradas de bens de qualquer espécie, inclusive os que se destinam a uso ou consumo. Livro de Saída de Mercadorias: registram-se, em ordem cronológica, as vendas de mercadorias ou de produtos, bem como toda e qualquer saída, inclusive de bens móveis da empresa. Livro de Registro de Prestação de Serviços: Esse livro é obrigatório perante o fisco municipal, podendo ser utilizado como auxiliar do Diário, pois nele registram-se todas as operações de serviços, individualizando as respectivas Notas Fiscais em ordem cronológica. Os Livros Fiscais, além de atenderem às formalidades inerentes a cada um dos Estados da Federação e Municípios, para serem considerados como auxiliares da Escrituração Contábil, devem ser levados ao registro público no órgão competente (MEDEIROS, 2016, p.1). 3.1.13 Demonstrações Contábeis O conjunto completo de demonstrações contábeis que a entidade deve apresentar ao final de cada exercício inclui: a) balanço patrimonial (BP) ao final do período; b) demonstração do resultado do exercício (DRE); c) demonstração do resultado abrangente do período (DRA); d) demonstração das mutações do patrimônio líquido (DMPL); e) demonstração dos fluxos de caixa do período (DFC); 29 f) notas explicativas (NE), compreendendo um resumo das políticas contábeis significativas e outras informações explanatórias, e; g) demonstração do valor adicionado do período (DVA), conforme NBC TG 09 – Demonstração do Valor Adicionado, se exigido legalmente ou por algum órgão regulador ou mesmo se apresentada voluntariamente (aplicável obrigatoriamente às Sociedade Anônimas de capital aberto); Conforme Lei 6.404/76 (artigos 176 a 182 e artigo 187) e NBC T.3, o Balanço Patrimonial é constituído pelo Ativo, pelo Passivo e pelo Patrimônio Líquido. O Ativo compreende os bens, os direitos e as demais aplicações de recursos controlados pela entidade, capazes de gerar benefícios econômicos futuros, originados de eventos ocorridos. O Passivo compreende as origens de recursos representados pelas obrigações para com terceiros, resultantes de eventos ocorridos que exigirão ativos para a sua liquidação. O Patrimônio Líquido compreende os recursos próprios da Entidade, e seu valor é a diferença positiva entre o valor do Ativo e o valor do Passivo. Quando o valor do Passivo for maior que o valor do Ativo, o resultado é denominado Passivo a Descoberto. Portanto, a expressão Patrimônio Líquido deve ser substituída por Passivo a Descoberto. 8.1 Demonstração do Resultado do Exercício - DRE O artigo 187 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976 (Lei das Sociedades por Ações) instituiu a Demonstração do Resultado do Exercício. A Demonstração do Resultado do Exercício tem como objetivo principal apresentar de forma vertical resumida o resultado apurado em relação ao conjunto de operações realizadas num determinado período, normalmente, de doze meses. De acordo com a legislação mencionada, as empresas deverão na Demonstração do Resultado do Exercício discriminar: A receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os impostos; A receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços vendidos e o lucro bruto; As despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais; 30 O lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas; O resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para o imposto; As participações de debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados, que não se caracterizem como despesa; O lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital social. 8.2 Demonstração do Resultado Abrangente - DRA De acordo com a Resolução CFC nº 1.185/09 e o CPC 26 a demonstração do resultado abrangente é obrigatória, mesmo não sendo prevista na Lei nº 6.404/76. O normativo internacional define o resultado abrangente como “uma alteração no patrimônio líquido de uma sociedade durante um período, decorrente de transações e outros eventos e circunstâncias não originadas dos sócios. Isso inclui todas as mudanças no patrimônio durante o período, exceto aquelas resultantes de investimentos dos sócios e distribuições aos sócios”. A demonstração de resultados abrangentes é uma importante ferramenta de análise gerencial, pois, respeitando o princípio de competência de exercícios, atualiza o capital próprio dos sócios, através do registro no patrimônio líquido (e não no resultado) das receitas e despesas incorridas, porém de realização financeira “incerta”, uma vez que decorrem de investimentos de longo prazo, sem data prevista de resgate ou outra forma de alienação. Na prática o resultado abrangente visa apresentar os ajustes efetuados no Patrimônio Líquido como se fosse um lucro da empresa, por exemplo, a conta ajuste da avaliação patrimonial, registra as modificações de ativos e passivos a valor justo, que pelo princípio da competência não entram na DRE, no entanto, no lucro abrangente estas variações serão computadas, a fim de apresentar o lucro o mais próximo da realidade econômica da empresa. O CPC 26, aprovado pelo Conselho Federal de Contabilidade estabelece que o lucro abrangente seja calculado a partir do lucro líquido apurado na DRE, assim a demonstração do resultado abrangente deve, no mínimo, incluir as 31 seguintes rubricas: 1. Resultado líquido do período; 2. Cada item dos outros resultados abrangentes classificados conforme sua natureza; 3. Parcela dos outros resultados abrangentes de empresas investidas reconhecida por meio do método de equivalência patrimonial; e 4. Resultado abrangente do período. Segundo o pronunciamento do CPC a apresentação do resultado abrangente deve ser feita separada da DRE, no entanto, considerando que no Brasil, a demonstração das mutações do patrimônio líquido é obrigatória para as companhias abertas, existe ainda, a possibilidade da apresentação da demonstração do resultado abrangente aparecer como parte da DMPL. A própria regulamentação emitida pelo CPC, autoriza tal publicação quando diz: "A demonstração do resultado abrangente pode ser apresentada em quadro demonstrativo próprio ou dentro das mutações do patrimônio líquido" Entretanto, a entidade deve divulgar o montante do efeito tributário relativo a cada componente dos outros resultados abrangentes, incluindo os ajustes de reclassificação na demonstração do resultado abrangente ou nas notas explicativas. Assim, os componentes dos outros resultados abrangentes podem ser apresentados: Líquidos dos seus respectivos efeitos tributários; ou Antes dos seus respectivos efeitos tributários, sendo apresentado em montante único o efeito tributário total relativo a esses componentes. A entidade deve divulgar em notas explicativas os ajustes de reclassificação relativos a componentes dos outros resultados abrangentes (LUNELLI, 2016, p.1). Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) A elaboração da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) é facultativa e, de acordo com o artigo 186, parágrafo 2º, da Lei das S/A, a Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA)poderá ser incluída nesta demonstração. 32 A DMPL uma demonstração mais completa e abrangente, já que evidencia a movimentação de todas as contas do patrimônio líquido durante o exercício social, inclusive a formação e utilização das reservas não derivadas do lucro. As contas que formam o Patrimônio Líquido podem sofrer variações por inúmeros motivos, tais como: 1 - Itens que afetam o patrimônio total: a) acréscimo pelo lucro ou redução pelo prejuízo líquido do exercício; b) redução por dividendos; c) acréscimo por reavaliação de ativos (quando o resultado for credor); d) acréscimo por doações e subvenções para investimentos recebidos; e) acréscimo por subscrição e integralização de capital; f) acréscimo pelo recebimento de valor que exceda o valor nominal das ações integralizadas ou o preço de emissão das ações sem valor nominal; g) acréscimo pelo valor da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição; h) acréscimo por prêmio recebido na emissão de debêntures; i) redução por ações próprias adquiridas ou acréscimo por sua venda; j) acréscimo ou redução por ajuste de exercícios anteriores. 2 - Itens que não afetam o total do patrimônio: a) aumento de capital com utilização de lucros e reservas; b) apropriações do lucro líquido do exercício reduzindo a conta Lucros Acumulados para formação de reservas, como Reserva Legal, Reserva de Lucros a Realizar, Reserva para Contingência e outras; c) reversões de reservas patrimoniais para a conta de Lucros ou Prejuízos acumulados; d) compensação de Prejuízos com Reservas. A elaboração da Demonstração das Mutações do Patrimônio 33 Líquido é relativamente simples, pois basta representar, de forma sumária e coordenada, a movimentação ocorrida durante o exercício nas diversas contas do Patrimônio Líquido, isto é, Capital, Reservas de Capital, Reservas de Lucros, Reservas de Reavaliação, Ações em Tesouraria e Lucros ou Prejuízos Acumulados. Utiliza-se uma coluna para cada uma das contas do patrimônio da empresa, incluindo uma conta total, que representa a soma dos saldos ou transações de todas as contas individuais. Essa movimentação deve ser extraída das fichas de razão dessas contas. Demonstração dos Fluxos de Caixa-DFC A Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC) indica quais foram as saídas e entradas de dinheiro no caixa durante o período e o resultado desse fluxo. Assim como a Demonstração de Resultados de Exercícios, a DFC é uma demonstração dinâmica e deve ser incluída no balanço patrimonial. A DFC passou a ser de apresentação obrigatória para todas as sociedades de capital aberto ou com patrimônio líquido superior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais). Esta obrigatoriedade vigora desde 01.01.2008, por força da Lei 11.638/2007, e desta forma torna-se mais um importante relatório para a tomada de decisões gerenciais. A Deliberação CVM 547/2008 aprovou o Pronunciamento Técnico CPC 03, que trata da Demonstração do Fluxo de Caixa. Para as Pequenas e Médias Empresas (PMEs), a DFC também é de elaboração obrigatória, conforme item 3.17 (e) da NBC TG 1000. Portanto, independentemente do tipo societário adotado, as entidades devem apresentar o referido demonstrativo, pelo menos anualmente, por ocasião da elaboração das demonstrações financeiras (“balanço”). Seguindo as tendências internacionais, o fluxo de caixa pode ser incorporado às demonstrações contábeis tradicionalmente publicadas pelas empresas. Basicamente, o relatório de fluxo de caixa deve ser segmentado em três grandes áreas: I - Atividades Operacionais; II - Atividades de Investimento; III - Atividades de Financiamento. As Atividades Operacionais são explicadas pelas receitas e gastos 34 decorrentes da industrialização, comercialização ou prestação de serviços da empresa. Estas atividades têm ligação com o capital circulante líquido da empresa. As Atividades de Investimento são os gastos efetuados no Realizável a Longo Prazo, em Investimentos, no Imobilizado ou no Intangível, bem como as entradas por venda dos ativos registrados nos referidos subgrupos de contas. As Atividades de Financiamento são os recursos obtidos do Passivo Não Circulante e do Patrimônio Líquido. Devem ser incluídos aqui os empréstimos e financiamentos de curto prazo. As saídas correspondem à amortização destas dívidas e os valores pagos aos acionistas a título de dividendos, distribuição de lucro (PORTAL DA CONTABILIDADE, 2016.p.1). Notas Explicativas – NF Forma de evidenciação que tem o objetivo de destacar informação que não pode ser apresentada no corpo dos demonstrativos contábeis e/ou, se o fizéssemos, diminuiríamos sua clareza. A Lei das Sociedades por Ações, ao tratar de notas explicativas, estabelece que as empresas deverão indicar pelo menos: (a) os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais, especialmente estoques, dos cálculos de depreciação, amortização e exaustão, de constituição de provisões para encargos ou riscos e dos ajustes para atender às perdas prováveis na realização de elementos ativos; (b) os investimentos em outras sociedades, quando estes forem relevantes; (c) o aumento de valor de elementos do ativo resultantes de novas avaliações; (d) os ônus reais constituídos sobre elementos do ativo, as garantias prestadas a terceiros e outras responsabilidades eventuais ou contingentes; (e) a taxa de juros, as datas de vencimento e as garantias das obrigações; (f). As opções de compras de ações outorgadas e exercidas no exercício; (g) o número, as espécies e as classes das ações de capital social; (h) os ajustes de exercícios anteriores; (i) eventos subsequentes à data de encerramento do exercício que 35 tenham, ou possam vir a ter, efeito relevante sobre a situação financeira e sobre os resultados futuros da empresa (PORTAL CONTÁBIL, 2016, p.1). 36 4 CRIAÇÃO DE UMA NOVA EMPRESA A proposta do presente estudo consiste na criação de uma empresa fictícia que se denominará MARTINS PNEUS COMERCIO E SERVIÇOS LTDA a atividade em foco será venda de pneus novos e prestação de serviço de borracharia, alinhamento e geometria para veículos utilitários e de passeios. O pneu é um item representativo na operação de transporte. Trata-se de um componente que merece cuidados e manutenção para maximizar performance e reduzir custos operacionais. MARTINS PNEUS COMERCIO E SERVIÇOS LTDA entra no mercado para atender uma demanda não atendida de forma satisfatória pelas empresas que atuam no mercado do município de Cacoal, onde destacam-se três pontos que podem ser considerados como oportunidades. Primeiro verificou-se que existem clientes não satisfeitos com a qualidade dos serviços disponibilizados pelas empresas do segmento. Segundo, clientes não satisfeitos com os horários de atendimento disponibilizados pelas empresas. E terceiro, a falta de uma estrutura que ofereça serviços rápidos como troca de pneus, alinhamento e balanceamento. A ideia da criação da empresa surgiu pela própria experiência dos amigos que sempre buscaram, por produtos de qualidade, uma excelência no atendimento neste segmento. Diante dessa carência, as mesmas decidiram oferecer ao mercado, uma loja com essas características, proporcionando toda estrutura e conforto aos clientes. A empresa será instalada na Avenida Tiradentes 824, em Cacoal/RO. O imóvel será alugado por 5 anos a um custo mensal de R$ 4.000,00. Este imóvel sofrerá adaptações na sua estrutura para se adequar ao projeto, está adaptação terá um custo de R$ 4.000,00. MARTINS PNEUS COMERCIOE SERVIÇOS LTDA. iniciara suas atividades em 01/10/2015 e o seu quadro funcional será composto por cinco funcionários além dos sócios. 37 Investimento Estimado Abertura Empresa R$ 2.000,00 Estoque inicial R$ 86.400,00 Moveis R$ 8.200,00 Ferramentas e equipamentos R$ 12.000,00 Computadores e softwares R$ 7.500,00 Uniformes R$ 500,00 Materiais de escritório R$ 192,00 TOTAL R$ 108.592,00 Tabela 1: Descriminação Investimento estimado Fonte: Próprio Autor Produtos Oferecidos Pneus Novos 165/70R13 175/70R13 175/65R14 175/70R14 185/60R14 185/65R15 235/75R15 Tabela 2: Descriminação Produtos oferecidos Fonte: Próprio Autor Serviços Oferecidos Alinhamento de eixos Balanceamento de rodas Montagem e desmontagem de pneus Reparos em pneus Geometria Tabela 3: Descriminação serviços oferecidos Fonte: Próprio Autor 38 4.1 ESTRUTURA DE CAPITAL Na estrutura de capital teremos a definição do capital social de R$ 150.000,00 (Cento e Cinquenta Mil Reais). Para compor o capital o sócio entrou com 70 % R$. 105.000,00 o sócio Jefferson Silva Santos integralizou 30% R$. 45.000,00. A empresa MARTINS PNEUS COMERCIO E SERVIÇOS LTDA., será composta pelos sócios: Leandro Martins de Souza, e Jefferson Silva Santos. Formando uma sociedade LTDA que é uma sociedade formada por duas ou mais pessoas, e a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social. Planilha de Capital Social Nº de Quotas (%) Leandro Martins de Souza R$ 105.000,00 70% Jefferson Silva Santos R$ 45.000,00 30% Total Integralizado pelos Sócios R$ 150.000,00 100% Tabela 4: Descriminação Capital Social Fonte: Próprio Autor A empresa conseguiu um financiamento para a Estrutura Física da no valor de R$ 90.000,00, o qual foi financiado pelo Banco Brasil S.A sem cobranças de juros e sendo dividido em 12 parcelas. Nome da Instituição - Empréstimo ou Financiamento Valor Financiado Nº de Parcelas Valor da Parcela Banco do Brasil S/A R$ 90.000,00 12 R$ 7.500,000 Tabela 5: Descriminação Empréstimo Fonte: Próprio Autor 4.2 ESTRUTURA FÍSICA Para dar início as atividades, a empresa irá se instalar em um imóvel 39 comercial alugado, na qual o mesmo possuirá toda estrutura física para executarem as vendas e os serviços Para instalação da loja e oficina - borracharia foi necessário a aquisição de bens para montar a estrutura física. Segue abaixo as tabelas com as compras de Imobilizado Tabela 6: Relação da Estrutura física Fonte: Próprio Autor 4.3 ESTRUTURA DE PESSOAL CLASSIFICAÇÃO DESCRIÇÃO QUANTIDADE Valor Unitario Valor Total IMOVEIS Predio/Comercial(alugado) 1 6.000,00 6.000,00 SUBTOTAL 6.000,00 INSTALAÇÕES E REFORMAS Reformas 1 4.000,00 4.000,00 SUBTOTAL 4.000,00 MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS Computadores 6 900,00 5.400,00 Software 1 1.200,00 1.200,00 Impressora 3 2.250,00 6.750,00 Ar Condicionado 1 1.500,00 1.500,00 Deslocador de Pneus 2 460,00 920,00 Elevador Automotivos 2 2.500,00 5.000,00 Jogo de Ferramentas 2 865,00 1.730,00 Macaco Hidraulico 1 770,00 770,00 Caixa Registradora 1 350,00 350,00 Balcão de atendimento 2 900,00 1.800,00 SUBTOTAL 18.820,00 MOVEIS E UTENSILIOS Mesas 1 500,00 500,00 Cadeiras 3 370,00 1.110,00 Acessorios para escritorios 1 192,00 192,00 Arquivo de Aço 1 450,00 450,00 Escada 1 500,00 500,00 Estante de Aço 1 250,00 250,00 Prateleiras 8 270,00 2.160,00 Ventilador 4 100,00 400,00 Bebedouro 1 550,00 550,00 Frigobar 1 850,00 850,00 Aparelho Cecular 5 450,00 450,00 SUBTOTAL 7.412,00 TOTAL 36.232,00 ESTRUTURA FÍSICA 40 A empresa terá os seguintes cargos e funções a serem ocupados por colaboradores que contrataremos de imediato. Teremos funcionários designados para cada setor específicos de acordo com a necessidade da empresa, mas todos de acordo com a convenção coletiva de cada trabalho e sua categoria profissional. NOME EST. CIVIL FUNÇÃO SETOR SALÁRIO Leandro Martins de Souza Casado Diretor Geral R$ 3.000,00 Jefferson Silva Santos Casado Gerente Comercial Geral R$ 2.000,00 Daniel Ramon Dias Solteiro Mecânico Borracheiro Mecânica R$ 1.000,00 Lucas Marinho Ayres Solteiro Mecânico Borracheiro Mecânica R$ 1.000,00 Luís Lima Cardoso Solteiro Vendedor Loja R$ 1.000,00 Márcio André Botino Silva Solteiro Vendedor Loja R$ 1.000,00 Talita Ribeiro Mendes Solteira Caixa de Loja Loja R$ 1.000,00 TOTAL BRUTO R$ 8.000,00 Tabela 7: Relação de Colaboradores Fonte: Próprio Autor NOME INSS Filhos Vale Transp. INSS Empresa IR Adicionais Leandro Martins de Souza 11% N N 28,8% S N Jefferson Silva Santos 11% N N 28,8% S N Daniel Ramon Dias 8% N N 28,8% N Lucas Marinho Ayres 8% N N 28,8% N Luís Lima Cardoso 8% N N 28,8% N Márcio André Botino Silva 8% N N 28,8% N Talita Ribeiro Mendes 8% S N 28,8% N Total de INSS Empresa Total de INSS Empregado Total de Salário Tabela 8: Relação de Alíquotas Fonte: Próprio Autor 41 4.4 PROJEÇÃO DE COMPRAS Os sócios da empresa MARTINS PNEUS COMERCIO E SERVIÇOS LTDA. foram orientada pelo contador a fazer a projeção de compra dos 3 primeiros meses de funcionamento da empresa pois essa projeção vai dar a elas uma visão real e completa do futuro da empresa. A projeção de compras fornece uma demonstração do que a empresa planeja comprar para o seu estoque e em quanto ela deseja aumentar o mesmo ou manter ao longo de um determinado período de tempo. A projeção elaborada pelos sócios foram, de 60% das compras à vista e 40% a prazo. 42 Tabela 9: Projeção de vendas Fonte: Próprio Autor COMPRA PROJEÇÃO Out Nov Dez Total Ano COMPRA PREVISTA ANUAL 86.400,00R$ 23.300,00R$ 26.600,00R$ #REF! % de compra mês/ano #REF! 48,0% #REF! PNEU 165/70R13 7.000,00R$ 1.500,00R$ 2.000,00R$ 10.500,00R$ Unidades Compradas 70 15 20 105 Preço Unitário R$ 100,00 R$ 100,00 R$ 100,00 R$ 100,00 PNEU 175/65R14 26.000,00R$ 7.000,00R$ 7.000,00R$ 40.000,00R$ Unidades Compradas 130 35 35 200 Preço UnitárioR$ 200,00 R$ 200,00 R$ 200,00 R$ 200,00 PNEU 185/65R15 14.000,00R$ 7.000,00R$ 7.000,00R$ 28.000,00R$ Unidades Compradas 40 20 20 80 Preço Unitário R$ 350,00 R$ 350,00 R$ 350,00 R$ 350,00 PNEU 185/65R16 8.400,00R$ 6.300,00R$ 6.300,00R$ 21.000,00R$ Unidades Compradas 20 15 15 50 Preço Unitário R$ 420,00 R$ 420,00 R$ 420,00 R$ 420,00 PNEU 185/65R19 27.000,00R$ 6.750,00R$ 4.500,00R$ 38.250,00R$ Unidades compradas 60 15 10 85 Preço Unitário R$ 450,00 R$ 450,00 R$ 450,00 R$ 450,00 PNEU MOTO 4.000,00R$ 1.600,00R$ 800,00R$ 6.400,00R$ Unidades Compradas 50 20 10 80 Preço Unitário R$ 80,00 R$ 80,00 R$ 80,00 R$ 80,00 PROJEÇÃO DAS COMPRAS MARTINS PNEUS COMERCIO E SERVIÇOS LTDA. 43 4.5 PROJEÇÃO DE VENDAS A projeção de vendas, também conhecida como orçamento de vendas se refere ao planejamento de vendas de uma empresa e à consequente previsão de receitas e de faturamento. E, portanto, uma ferramenta muito importante para que a empresa planeje seus passos futuros, pois irá indicar o montante de receitas que se espera captar dentro de um intervalo de tempo determinado. Indiretamente, a projeção de vendas é responsável por todas as demais projeções dos negócios e principalmente para empresas recém-criada, pois pode garantir o sucesso do empreendimento já que a nova empresa ainda está buscando se consolidar no mercado. A falta do planejamento de vendas pode ocasionar um erro grave ou fazer com que a empresa não cresça e ou acabe fechando as portas, como já vi acontecer muitas vezes com novos. 44 Tabela 10: Projeção de vendas Fonte: Próprio Autor RECEITA DA PROJEÇÃO Out Nov Dez Total Ano RECEITA PREVISTA ANUAL 36.245,00R$ 27.190,00R$ 48.220,00R$ 111.655,00R$ % de faturamento mês/ano 32,5% 24,4% 43,2% PNEU 165/70R13 3.900,00R$ 4.680,00R$ 5.200,00R$ 13.780,00R$ Unidades Vendidas 30 36 40 106 Preço Unitário R$ 130,00 R$ 130,00 R$ 130,00 R$ 130,00 PNEU 175/65R14 7.280,00R$ 8.320,00R$ 9.360,00R$ 24.960,00R$ Unidades Vendidas 28 32 36 96 Preço Unitário R$ 260,00 R$ 260,00 R$ 260,00 R$ 260,00 PNEU 185/65R15 12.740,00R$ 14.560,00R$ 16.380,00R$ 43.680,00R$ Unidades Vendidas 28 32 36 96 Preço Unitário R$ 455,00 R$ 455,00 R$ 455,00 R$ 455,00 PNEU 185/65R16 7.700,00R$ 9.900,00R$ 12.100,00R$ 29.700,00R$ Unidades Vendidas 14 18 22 54 Preço Unitário R$ 550,00 R$ 550,00 R$ 550,00 R$ 550,00 PNEU 185/65R19 8.260,00R$ 10.620,00R$ 12.980,00R$ 31.860,00R$ Unidades Vendidas 14 18 22 54 Preço Unitário R$ 590,00 R$ 590,00 R$ 590,00 R$ 590,00 PNEU MOTO 3.300,00R$ 3.960,00R$ 4.400,00R$ 11.660,00R$ Unidades Vendidas 30 36 40 106 Preço Unitário R$ 110,00 R$ 110,00 R$ 110,00 R$ 110,00 Projeção de Vendas 45 4.6 PROJEÇÃO DO FLUXO DE CAIXA O Fluxo de Caixa é construído com base nas informações realizadas, ou seja, das entradas e saídas de dinheiro que já aconteceram na empresa. Já a Projeção de Fluxo de Caixa, tem a mesma estruturação, porém é a feito com base na estimativa de entradas e saídas de dinheiro que afetarão o caixa da empresa. Estas estimativas podem ser feitas de diversas formas, mas em geral consiste na análise de dados passados e projeções de cenários futuros. Considerando que não se podem desembolsar recursos financeiros sem que tenha saldo, na projeção de Fluxo de Caixa os alunos deverão considerar a necessidade de capital social inicial e as entradas e saídas de caixa, decorrentes das compras iniciais de bens e das atividades da empresa. 46 Tabela 10: Fluxo de Caixa Fonte: Próprio Autor PrevisãoPrevisão Realizado Previsão Realizado Previsão Realizado 10 10 11 11 12 12 ENTRADAS Saldo inicial 188.625,00 Previsão de recebimento vendas 35.000,00 36.245,00 37.000,00 27.190,00 40.000,00 48.220,00 Empréstimos bancários 90.000,00 90.000,00 Contas a receber-vendas realizadas Capital Intrgralizado 150.000,00 150.000,00 TOTAL DAS ENTRADAS 275.000,00 276.245,00 37.000,00 27.190,00 40.000,00 48.220,00 SAÍDAS Fornecedores 45.000,00 42.633,45 36.000,00 35.962,35 55.000,00 56.706,15 Folha de pagamento 5.000,00 5.000,00 5.000,00 5.000,00 5.000,00 5.000,00 INSS a recolher 400,00 400,00 400,00 400,00 400,00 400,00 FGTS 400,00 400,00 400,00 400,00 400,00 400,00 Retiradas sócios 4.392,55 4.392,55 4.392,55 4.392,55 4.392,55 4.392,55 Impostos s/ vendas 24.300,00 23.544,00 7.000,00 6.676,25 7.600,00 7.521,00 Aluguéis 4.000,00 4.000,00 4.000,00 4.000,00 4.000,00 4.000,00 Energia elétrica 850,00 850,00 850,00 850,00 850,00 850,00 Telefone 400,00 400,00 400,00 400,00 400,00 400,00 Serviços contabilidade 2.000,00 2.000,00 1.500,00 2.000,00 1.500,00 2.000,00 Combustíveis Manut. de predio comercial 4.000,00 4.000,00 Manutenção loja Despesas diversas Férias 13º salário 624,97 624,97 624,97 624,97 Verbas para rescisão Empréstimos bancários Financiamentos equip. Despesas financeiras 7.500,00 7.500,00 7.500,00 7.500,00 Pagamento novos empréstimos Outros pagamentos TOTAL DAS SAÍDAS 90.742,55 87.620,00 68.067,52 68.206,12 87.667,52 89.794,67 1 (ENTRADAS - SAÍDAS) 184.257,45 188.625,00 -31.067,52 -41.016,12 -47.667,52 -41.574,67 2 SALDO ANTERIOR 0,00 0,00 184.257,45 188.625,00 153.189,93 147.608,88 3 SALDO ACUMULADO (1 + 2 ) 184.257,45 188.625,00 153.189,93 147.608,88 105.522,41 106.034,21 4 NECESSIDADE EMPRÉSTIMOS 5 SALDO FINAL (3 + 4) 184.257,45 188.625,00 153.189,93 147.608,88 105.522,41 106.034,21 PLANILHA DE FLUXO DE CAIXA 47 4.7 FATOS CONTÁBEIS Os fatos contábeis ocorridos na empresa nos meses de outubro a dezembro foram os seguintes: RELAÇÃO DOS FATOS CONTÁBEIS MARTINS PNEUS COMÉRCIO E SERVIÇO LTDA 0002 AVENIDA TIRADENTES, 820 - NOVO CACOAL CEP: - 76962150 CACOAL / RO CNPJ / CEI: 59.834.126/0001-04 Inscrição Estadual: 59881588292621 FOLHA: 1 Data Débito Histórico V A L O R Nº. Lancto. Crédito Complemento 01/10/2015 2.03.01.01.0002 Capital Integtralizado 047 - Capital Social Integralizado 150.000,00D 0000000001 2.03.01.01.0001 Capital Social 150.000,00C 02/10/2015 1.01.01.02.0004 Banco do Brasil 047 - Capital Social Integralizado 150.000,00D 0000000002 2.03.01.01.0002 Capital Integtralizado 150.000,00C 02/10/2015 1.01.01.02.0004 Banco do Brasil 210 - EMPRESTIMO BANCARIO 90.000,00D 0000000003 2.01.04.01.0001 Financiamentos EMPRESTIMO NO VALOR DE 90 MIL PARC EM12X 90.000,00C02/10/2015 1.01.01.01.0001 Caixa Matriz 211 - SAQUE 15.000,00D 0000000004 1.01.01.02.0004 Banco do Brasil 15.000,00C 02/10/2015 1.01.03.01.0001 Compras de Mercadorias 129 - Pago compra de Mercadorias conforme: 4.000,00D 0000000386 1.01.01.02.0004 Banco do Brasil NF, , 301 4.000,00C 03/10/2015 4.01.01.04.0022 Manutencao Predial 214 - REFORMA DO PREDIO 4.000,00D 0000000209 1.01.01.02.0004 Banco do Brasil REFORMA DO PREDIO 4.000,00C 03/10/2015 1.01.03.01.0001 Compras de Mercadorias 129 - Pago compra de Mercadorias conforme: 3.000,00D 0000000387 1.01.01.01.0001 Caixa Matriz NF, , 315 3.000,00C 03/10/2015 1.02.03.01.0004 Maquinas e Equipamentos 208 - MAQUINAS E EQUIPAMENTOS 4.000,00D 0000000388 1.01.01.01.0001 Caixa Matriz 4.000,00C 03/10/2015 1.01.03.01.0001 Compras de Mercadorias 129 - Pago compra de Mercadorias conforme: 9.000,00D 0000000389 1.01.01.02.0004 Banco do Brasil NF, , 2101 9.000,00C 03/10/2015 1.01.01.01.0001 Caixa Matriz 001 - Vendas de Mercadorias Conforme NF N° 110,00D 0000000401 3.01.01.01.0001 Vendas de Mercadorias NF, , 6 110,00C 05/10/2015 4.01.01.02.0001 Alugueis 212 - PAGAMENTO DE ALUGUEL 4.000,00D 0000000010 1.01.01.02.0004 Banco do Brasil MÊS DE OUTUBRO CONFORME RECIBO 4.000,00C 05/10/2015 4.01.01.02.0006 Honorarios Contabeis 213 - Pagamento de Honorarios ref. 2.000,00D 0000000011 1.01.01.02.0004 Banco do Brasil Constituição Empresa 2.000,00C 05/10/2015 4.01.01.02.0003 Energia Eletrica 153 - Despesas conforme comprovantes 850,00D 0000000379 1.01.01.02.0004 Banco do Brasil DESPESA DE ENERGIA 850,00C 05/10/2015 1.02.03.01.0004 Maquinas e Equipamentos 208 - MAQUINAS E EQUIPAMENTOS 8.620,00D 0000000390 1.01.01.02.0004 Banco do Brasil 8.620,00C 05/10/2015 1.01.03.01.0001 Compras de Mercadorias 129 - Pago compra de Mercadorias conforme: 10.000,00D 0000000391 1.01.01.02.0004 Banco do Brasil NF, , 15201 10.000,00C 05/10/2015 1.01.03.01.0001 Compras de Mercadorias 129 - Pago compra de Mercadorias conforme: 14.000,00D 0000000392 1.01.01.02.0004 Banco do Brasil NF, , 15210 14.000,00C 05/10/2015 4.01.01.04.0007 Material de Escritorio 209 - MATERIAL DE EXPEDIENTE 192,00D 0000000393 1.01.01.02.0004 Banco do Brasil 192,00C 05/10/2015 1.01.01.01.0001 Caixa Matriz 001 - Vendas de Mercadorias Conforme NF N° 1.040,00D 0000000402 3.01.01.01.0001 Vendas de Mercadorias NF, , 3 1.040,00C 06/10/2015 4.01.01.02.0010 Agua e Esgoto 153 - Despesas conforme comprovantes 250,00D 0000000380 1.01.01.01.0001 Caixa Matriz DESPESA COM AGUA 250,00C 48 06/10/2015 1.02.03.01.0004 Maquinas e Equipamentos 208 - MAQUINAS E EQUIPAMENTOS 9.420,00D 0000000394 1.01.01.02.0004 Banco do Brasil 9.420,00C 06/10/2015 1.01.03.01.0001 Compras de Mercadorias 046 - Compra de Mercadorias a Prazo conf. 8.400,00D 0000000395 2.01.01.01.0001 Fornecedores Gerais NF, , 21210 8.400,00C 06/10/2015 1.01.03.01.0001 Compras de Mercadorias 129 - Pago compra de Mercadorias conforme: 9.000,00D 0000000396 1.01.01.02.0004 Banco do Brasil NF, , 21295 9.000,00C 06/10/2015 1.01.03.01.0001 Compras de Mercadorias 046 - Compra de Mercadorias a Prazo conf. 9.000,00D 0000000397 2.01.01.01.0001 Fornecedores Gerais NF, , 21295 9.000,00C 06/10/2015 1.01.01.01.0001 Caixa Matriz 001 - Vendas de Mercadorias Conforme NF N° 2.360,00D 0000000403 3.01.01.01.0001 Vendas de Mercadorias NF, , 4 2.360,00C 06/10/2015 1.02.03.01.0004 Maquinas e Equipamentos 208 - MAQUINAS E EQUIPAMENTOS 2.900,00D 0000000463 2.01.01.01.0001 Fornecedores Gerais NF. 1001 2.900,00C 06/10/2015 1.02.03.01.0004 Maquinas e Equipamentos 208 - MAQUINAS E EQUIPAMENTOS 4.000,00D 0000000464 1.01.01.02.0004 Banco do Brasil PARTE DA NF. 2119 4.000,00C 07/10/2015 1.01.03.01.0001 Compras de Mercadorias 046 - Compra de Mercadorias a Prazo conf. 4.000,00D 0000000398 2.01.01.01.0001 Fornecedores Gerais NF, , 325 4.000,00C 07/10/2015 1.01.01.01.0001 Caixa Matriz 001 - Vendas de Mercadorias Conforme NF N° 220,00D 0000000404 3.01.01.01.0001 Vendas de Mercadorias NF, , 5 220,00C 08/10/2015 4.01.01.02.0002 Telefone 153 - Despesas conforme comprovantes 450,00D 0000000382 1.01.01.01.0001 Caixa Matriz DESPESA DE TELEFONE FIXO 450,00C RELAÇÃO DOS FATOS CONTÁBEIS MARTINS PNEUS COMÉRCIO E SERVIÇO LTDA 0002 AVENIDA TIRADENTES, 820 - NOVO CACOAL CEP: - 76962150 CACOAL / RO CNPJ / CEI: 59.834.126/0001-04 Inscrição Estadual: 59881588292621 FOLHA: 2 Data Débito Histórico V A L O R Nº. Lancto. Crédito Complemento 08/10/2015 1.01.01.01.0001 Caixa Matriz 001 - Vendas de Mercadorias Conforme NF N° 5.005,00D 0000000405 3.01.01.01.0001 Vendas de Mercadorias NF, , 2 5.005,00C 09/10/2015 4.01.01.04.0001 Limpeza e Conservacao 153 - Despesas conforme comprovantes 180,00D 0000000381 1.01.01.01.0001 Caixa Matriz SERVIÇO DE LIMPEZA 180,00C 09/10/2015 1.01.01.01.0001 Caixa Matriz 001 - Vendas de Mercadorias Conforme NF N° 2.200,00D 0000000406 3.01.01.01.0001 Vendas de Mercadorias NF, , 1 2.200,00C 09/10/2015 1.01.01.01.0001 Caixa Matriz 001 - Vendas de Mercadorias Conforme NF N° 2.360,00D 0000000407 3.01.01.01.0001 Vendas de Mercadorias NF, , 7 2.360,00C 09/10/2015 1.01.01.01.0001 Caixa Matriz 001 - Vendas de Mercadorias Conforme NF N° 260,00D 0000000408 3.01.01.01.0001 Vendas de Mercadorias NF, , 10 260,00C 10/10/2015 1.01.01.01.0001 Caixa Matriz
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