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M.A.D Mecanismos de Agressão e Defesa Avaliação 1 - Prova 08/04/2016 índice : Capítulo 1 - Imunologia Capítulo 2 - Microbiologia Capítulo 3 - Epidemiologia Capítulo 4 - Patologia Capítulo 1 Imunologia 1.0 Introdução ao sistema imunológico - Sistema imunológico: R e s p o n s á v e l p e l a d e f e s a c o n t r a microorganismos e substâncias estranhas não infecciosas, mas que podem desencadear resposta imunológica. - A imunologia é uma ciência experimental. 1.1 Relações clínicas da imunologia: - Doenças autoimune - AIDS - Transplantes - Hipersensibilidades - Câncer 1.2 Divisão da imunologia - 1.2.1 imunidade Inata - Barreiras (físicos químicas) - Pele, mucosa, acidez estomacal, lágrimas suor. - Inflamação - Células do sistema imune inato responsáve is por desencadear inflamação, recrutamento de células imune e por fazer fagocitose. - Neutrófilos, Macrófagos, Células dendriticas. - ** Diapedese saída de células dos vasos sangüíneos para o local de inflamação.É facilitada pela dilatação dos vasos sangüíneos induzida pela inflamação. - ** Fagocitose algumas células do sistema imune tem capacidade de englobar e interiorizar patógenos e corpos estranhos.Os patogenos são interiorizados em vacuolos “fagossomos” nos quais após a união com lisossomos ocorre a degradação das células parasitarias. Ex.: Macrofagos e células dendriticas. - Reconhecimento da imunidade inata - Células responsáveis pela resposta inata tem em sua membrana receptores para reconhecimento de padrões associados as células e patógenos - PAMPs (padrões moleculares associados a patógenos), como: - LPS ( l ipopol issacar ideos) : molécula encontrada em bactérias GRAM negativas. - Resíduos de manose: carboidrato encontrado na parede bacteriana. - Ácidos nucléicos RNA (fita dupla): Pois permite o reconhecimento de vírus (RNA fita dupla). - Flagelina (proteína encontra no flagelo) - **Em geral, estruturas que são essenciais e conservadas para o patogeno - ** Exemplo do vídeo: Reconhecimento do LPS pela imunidade inata por receptores tipo-Toll (TLRs) em células dendríticas: - O LPS se liga a proteína ligadora de LPS (LBP)—> Liga-se ao receptor CD14 na célula —> CD14 + LPS ativam o receptor TLR —> ativação da célula dendrítica - *O reconhecimento acontece de maneira diferente pelos TLRs dependendo do tipo de PAMP 1.2.2 Imunidade Adaptativa - É especifica e especializada - Capaz de responder a uma grande diversidade de patogenia - Ocorre expansão clonal (proliferação de linfócitos específicos contra o organismo invasor.) - Tem memória de respostas imunes passadas contra um mesmo organismo. - Ao final da resposta imune induz contração e homeostasia. - Não responde ao próprio.Salvo em casos de doenças autoimunes, não reage contra moléculas do nosso próprio organismo. 1.2.2.a Apoptose e Necrose - A. Apoptose: Morte celular programada. Ocorre por respostas intracelulares que induzem a auto destruição das células por Página � de �1 12 fragmentação das células em corpos apoptóticos. - Eventos: Célula normal -> condensação - > fragmentação -> corpos apoptóticos e fagociticos. - B. Necrose: Morte das células por diversos motivos incluindo inflamação. - Eventos: Célula normal -> inchaço reversível -> inchaço irreversível -> desintegração. 1.2.2.b Memória - A resposta a presença de um antígeno torna-se maior a partir da segunda vez q o corpo entra em contato com ele. É produzido um título (medida para quantificar anticorpos) maior de anticorpos. - ** Em geral, a segunda resposta a um mesmo antígeno é mais rápida e maiores; - ** A memória ocorre pois a primeira resposta gera células (linfócitos) de memória para aquele antígeno. - Antes do contato com o antígeno ao qual responde, os linfócitos são nomeados naive (inocentes) —> depois do contato “células de memória”; - As células de memória respondem mais rápido e se tornam em maior quantidade do que antes; - Linfócitos B de memória —> produzem anticorpos que se ligam com mais afinidade aos antígenos 1.3 Leucóci tos (cé lu las do tec ido sanguíneo/sistema imune). - Granulócitos - Neutrófilos: células fagociticas - Eosinófilos: células de defesa contra vírus, expressam muito RNAses e secretam citocinas. - B a s ó fi l o s - E v o l u e m p a r a mastócitos.Responsáveis por produção e liberação de histamina. - Agranulócitos - Linfócitos: responsáveis pela defesa especifica. - Monócitos: Evoluem para macrófagos. Responsáveis por fagocitose 1.3.1 Neutrófilos (polimorfonuclear) - Granulócito - É encontrado circulação periferica - Tem capacidade de fagocitose - Leucócito mais abundante +/- 60% - Possui lisossomos (responsáveis pela degradação dos patógenos) - Tempo de circulação no sangue por 6 horas. - Formas imatura. 1.3.2 Eosinófilo - Granulócito - Encontrado na circulação periferica - Tipicamente com nucleo Bilobulares - Possui em seus grânulos enzimas capazes de degradar patógenos entre outras coisas. - Respondem contra parece celular de parasitos. - Envolvidos nas respostas alérgicas.(liberam citocinas envolvidas na resposta alérgica). - A resposta contra helmintos é semelhante a resposta alérgica. - Compõe de 2 a 3% dos leucócitos - Tempo de circulação 8 a 12 dias. 1.3.3 Basófilos - Granulócito - Encontrado na circulação periferica - Núcleo bilobular em formato de rim ou S. - P o s s u i g r â n u l o s c o m h e p a r i n a (anticoagulante) e histamina (vasodilator). - Envolvido nas respostas alérgicas. Prurido estimulado pela histamina. - Compõe 1% dos leucócitos. 1.3.4 Monócitos (Macrófagos) - Agranulócitos Página � de �2 12 - Capacidade de fagocitose - Secretam citocinas que estimulam sua própria proliferação e recrutamento de outras células imunes. - Célula apresentadora de antígeno (APC) (faz apresentação de antígenos para células do sistema imune adquirido) - Macrófagos são os monócitos residentes em um determinado tecido. - Microglias: sistema nervoso central. - Células de Kupffer: fígado - Macrófagos aoveolares - Osteoc las tos ( responsáve is pe la remodelação ossea) - São envolvidas no reparo tecidual. 1.3.5 Mastócitos (evolução dos basófilos) - Granulócitos - Residentes - encontrados em determinado tecido. (todos praticamente) - P o s s u i g r â n u l o s c o m h e p a r i n a (anticoagulante) e histamina (vasodilator). - Envolvido nas respostas alérgicas. Prurido estimulado pela histamina. 1.3.6 Célula Dendrítica - Célula apresentadora de antígenos (APC) - Fazem a ligação entre a imunidade inata e adaptativa. - Ativação de células T / linfócitos T . 1.3.7 Linfócitos - Produzidos na medula ossea e timo. - Linfócitos T : - Não possuem an t i co rpos na membrana - Reconhecem proteínas. - Moléculas do complexo principal de histocompatibilidade. - Linfócito B: - São também APC’s - Produzem anticorpos 1.3.8 Células NK (Natural Killers) - 5% a 15% no sangue e baço - Expressam perforinas e granzimas que promovem a destruição de patógenos ao destruir células infectadas ou tumorais. - Resposta contra vírus e bactérias ou parasitas intracelulares. - Tumores são alvos das NK’s - Ativação dos macrófagos. Principais diferenças entre imunidade inata e adaptativas 2.0 Inflamação - Imunidade Inata é responsável por colocar as barreiras que impedem a entrada de patogenos e corpos estranhos e por promover a inflamação caso haja ruptura dessas barreiras. - Inflamação : - Mecanismo efetor da imunidade inata - É uma resposta normal e necessária - Não é especifica - Precisanecessariamente de um estimulo: - Infecção - Trauma mecânico - Agente químico - Radiação - Autoimunidade - Necrose tecidual Página � de �3 12 Características Inata Adaptativa Especificidade Para estruturas compartilhad as por grupos de micro- organismos relacionados Para antígenos específicos microbianos e não microbianos Diversidade Limitada Muito grande Memória Nenhuma Presente Não reativo ao próprio Sim Sim Componentes Barreiras Pele, epitélios das mucosa s, moléculas antimicrobian as Linfócitos nos epitélios, anticorpos secretados nas superfícies epiteliais Proteínas do sangue Complemento , outras Anticorpos Células Fagócitos, células NK Linfócitos 2.1 Etapas da inflamação (exemplo) Dano —> Reconhecimento —> Vaso dilatação —> migração de células 1) Exemplo: Pode começar com um dano e ruptura das barreiras iniciais da imunidade inata; 2) Reconhecimento das PAMPs principalmente, por macrófagos e células dendriíticas do local; 3) Fagocitose por macrófagos e células dendríticas do local; 4) Liberação de citocinas pro-inflamatórias: principalmente IL-1, IL-6 e TNF, são liberados por macrófagos e células dendríticas, mas também por células epiteliais e outras do tecido; 5) Citocinas pró-inflamatórias estimulam liberação de histamina pelos e prostaglandinas; recrutamento de macrófagos e células dendríticas; 6) Histamina —> vaso dilatação que permite a chegada de mais sangue e células ao local; 7) Vaso dilatação —> inchaço e rubor; 8) Citocinas, prostaglandinas e etc —> aumentam sensibilidade de neurônios sensitivos —> dor 2.2 Sinais cardinais da inflamação - Calor - Rubor - Edema - Dor - Perda de função - ** São características do processo inflamatório. 2.3 Inflamação aguda - Desenvolve-se em minutos e dura por alguns dias - Envolve: - Fenômenos vasculares: vasodilatação (edema), vasoconstrição reflexa. - Fenômenos celulares: saída de proteínas e células (diapedese) dos vasos para os tecidos; migração de leucócitos. 2.3.1 Eventos da Resposta Celular na inflamação - Migração Leucócitoria - Eventos que permitem o recrutamento de leucócitos circulantes para o local da inflamação - **Resumo dos eventos: - Rolamento—> ativação de integrinas por quimiocinas—> adesão estável—> diapedese (migração através do endotélio); - Esse mecanismo é usado por neutrófilos, monócitos e linfócitos praticamente da mesma maneira - **Eventos celulares e moleculares: - Liberação de citocinas pró- inflamatórias (IL-1; IL-6; TNF) por macrófagos —> estimula expressão de seletinas, ligantes para integrinas e quimiocinas nas células endoteliais; - Seletinas: promovem adesão fraca dos leucócitos ao endotélio (início do rolamento); - Quimiocinas: encontram-se ligadas a moléculas na superfície de células do endotélio e são reconhecidas por receptores de quimiocinas nos leucócitos; - Quando as quimiocinas no endotélio ligam-se a receptores nos leucócitos — > as integrinas dos leucócitos mudam sua conformação para uma de alta afinidade; - Ligação das integrinas dos leucócitos aos receptores no endotélio —> adesão estável do leucócito ao endotélio; - Ocorre a migração através do endotélio para o local da inflamação - Células dos vasos: - Neutrófilos - Monócitos - Células teciduais: - Macrofagos (recebem nomes diferentes em cada tecido “1.3.4” item acima) - Células dendriticas - Mastócitos - Limpeza do tecido lesado -> Feita pelos macrofagos para que o tecido possa ser reparado. Página � de �4 12 2.3.2 Macrófagos - Sua ativação e atividade depende das citocinas e outras moléculas que estão presentes no entorno do macrófago. - IFN-gama : estimula a ativação clássica dos macrófagos (macrófago M1).Inibe a ativação de macrofogos ativados alternativamente - IL-13 e IL-4 (interleucina) estimulo a ativação alternativa de macrofagos e inibição da ativação M1 - Macrófago classicamente ativa (M1): - Estimulo por radicais livre, oxido nítrico, enzimas lisossomicas -> ação microbicida: fagocitose e destruição de bactérias e fungos - Estimulo por IL-1, IL-12, IL-23 e quimiocinas-> estimula inflamação - Macrófagos ativados alternativamente: - Estimulo por fatores de crescimento e TGF-ß -> Reparo tecidual e fibrose - Estimulo por IL-10 e TGF-ß -> Efeito antiinflamatório. 2.4 Mediadores inflamatorios - Substâncias com capacidade de recrutar mais células para o local da inflamação: - vasodilatadoras produzem a dilatação dos vasos -> permitem que mais células cheguem ao local da inflamação. - Quimiotáticas (atraem células para o local da inflamação) - Derivados do plasma: - Bradicinina - Derivados do sistema do complemento - Derivados de células - Histamina - ERO (especies reativas de oxigenio) - Oxido nitrico - Prostaglandinas - Citocinas - Quimiocinas ** Resultados da inflamação: - Regeneração - Cicatrização - Inflamação cronica 2.5 Inflamação crônica - Inflamação persistente que pode durar por semanas, meses ou anos. - Ocorre recrutamento de macrofagos - Linfocito T e B são ativos pelas APC —> ativação da resposta adaptativa - Liberação de citocinas - Necrose tecidual -> Gera danos ao tecido - A própria resposta inflamatória leva a liberação de citocinas e mediadores que mantém a inflamação ocorrendo (looping) - Tentativa de reparo pela resposta imune - Reparo pode ser inadequado - Nem sempre acontece após uma inflamação aguda. - **Maior participação da resposta adaptativa 2.5.1 Doenças que levam a inflamação crônica ou que estejam relacionadas - Tuberculose - Hanseníase - Intoxicação por sílica - Sífilis (não tratada) - Asma - Artrite Reumatóide - Tireodismo de Hashimoto - Hepatite - Fumo **Formação de fibrose: Uma vez que se entra no processo de destruição tissular é dificil parar o processo. Capítulo 2 Microbiologia 1.0 Conceito - Ramo da b io log ia que es tuda os microrganismos. - Inclui eucariontes unicelulares como fungos. - Inclui procariontes como bactérias - Inclui também os vírus - Microorganismos são formas de vida que, originalmente podiam ser vistas apenas com o microscópio ótico e, atualmente também com microscópio eletrônico. - Vírus, viróides e prions não podem ser observados sob microscopia ótica. - Principais grupos de microorganismo: - Bactérias - Algas Unicelulares - Protozoários - Fungos e leveduras - Vírus, príons e viróides Página � de �5 12 1.1 Postulados de Koch I) Associação constante do patógeno- hospedeiro: o patógeno deve ser encontrado associado em todas as plantas doentes examinadas. II) O isolamento: o patógeno (parasita não obrigatório) deve ser isolado e crescido em meio de cu l tu ra nu t r i t i vo e suas características descritas. Os parasitas obrigatórios devem ser crescidos em um planta susceptível e sua aparência e sintomas registrados. III) Inoculação do patógeno e reprodução dos sintomas: Ao se inocular o patógeno em organismos sadios devem aparecer os mesmos sintomas de um organismo infectado pelo mesmo patógeno. IV) Reisolamento do patógeno: deve ser possível isolar novamente o patógeno e suas características devem ser as m e s m a s q u e a s o b s e r v a d a s anteriormente. 1.2 Culturas Microbianas - São necessárias para se conhecer propriedades fisiológicas e bioquímicas de um microorganismo. - as características morfológicas apenas não são capazes de identificar um patógeno. - Cultura: crescimento de populações m ic rob ianas em me io de cu l tu ras laboratoriais. - C u l t u r a p u r a : t e m a p e n a s u m microorganismo. - Cultura mista: consisteem mais de um microorganismo. 1.2.1 Meios de Cultura - Substrato nutritivo capaz de permitir a n u t r i ç ã o e o c r e s c i m e n t o d o s microorganismos fora do seu ambiente biológico natural. 1.3 Fontes de energia - As atividades metabólicas das células necessitam de disponibilidade de energia. - Os microorganismos podem ser divididos de acordo com sua fonte de energia: - Fototróficos: usam a energia radiante c o m o ú n i c a f o n t e d e e n e r g i a . Fotossintese. - Quimiotróficos: fazem oxidação de compos tos qu ím i cos . Mo lécu las orgânicas (ex: glicose); ou moléculas inorgânicas (ex:H2S). 1.4 Fontes de Carbono - O carbono é um elemento essencial para síntese de moléculas importantes para o crescimento e metabolismo de todas as células. - Autotróficos: Usam o dióxido de carbono CO2 como única ou principal fonte de carbono. - Heterotróficos: Usam compostos orgânicos como fonte de carbono. Para serem cultivados é necessário suplementar com esses compostos orgânicos. (Principalmente Glicose). 1.5 Relação com o Oxigênio 1.5.1 Aeróbios estritos. - Necessitam do O2 para crescer. - Dependem da respiração aeróbia. (O2 como aceitador final de elétrons) - Ex: Mycobacterium, Legionella, fungos filamentosos). 1.5.2 Microaerófilos - Necessitam do O2 como os aeróbios, mas só crescem em concentrações de O2 menores que na atmosfera (21%). - Crescem melhor entre 1% e 15% de O2. - Ex: Helicobacter pylori, Campylobacter jejuni) 1.5.3 Anaeróbios estritos - Oxigênio tem efeito tóxico sobre eles. - Não crescem na atmosfera e não usam o oxigênio. - Fazem processos que não envolvem o x i g ê n i o p a r a p r o d u z i r e n e r g i a . (Fermentação ou respiração anaeróbia) - A presença de oxigênio leva neles a formação de metabólicos tóxicos (peroxido de hidrogênio e superóxidos e esses não possuem enzimas capazes de degrada-los). - Ex.: Clostridium botulinum. 1.5.4 Aeróbios facultativos - Crescem na presença ou ausência de O2. Página � de �6 12 - Usam o O2 para respiração aeróbia mas num meio pobre em O2 faz a respiração anaeróbia. - Podem fazer fermentação láctica ou alcoólica ou ainda usar nitratos ou sulfato como aceptores de elétrons. - Ex.: Escherichia coli, Saccharomyces cerevisae). 2.0 Bactérias - É um domín io de mic roorgan ismo unicelulares, procrariontes. - Procariontes (não possuem envoltório nuclear e organelas membranosas) - São encontradas em todos os ecossistemas da terra. - De grande importância para saúde, ambiente e economia. - ** Importância na biotecnologia: produção de proteínas e enzimas recombinantes. ex:. insulina para o tratamento de diabetes e hormônio do crescimento. 2.1 Estrutura das Bactérias - Unicelulares, procariotos. - Podem viver isoladamente ou em colônias - Est ru tu ra fundamenta l : membrana plasmática; Citoplasma (hialoplasma); ribossomos; cromatina (no caso das bactérias uma única molécula de DNA circular -> cromossomo bacteriano). - Nucleóide: região onde fica o cromossomo bacteriano. Localiza-se no mesossomo. - Externamente a membrana plasmática pode haver a parede celular. - Também conhecida como membrana esquelética. - composto por substâncias conhecidas, dentre elas a mureína. (substância exclusiva das bactérias) - Bactérias possuem elementos de DNA não cromossomial (DNA que não faz parte do cromossomo), como plasmídeos. Esses elementos carregam material genético e podem conter genes para resistência a antibióticos -> esses elementos podem ser trocados entre as bactérias. - ** Mater ia l genét ico bacter iano no cromossomial é encontrado frequentemente livre na natureza. - Cápsula: envoltório mucilaginoso externo a parede celular. Responsável por aumento da virulência de algumas bactérias. Como exemplo os Pneumococos. 2.1.1 Parede Celular - Composição: - Peptidioglicanos - Rígida, resistente, mas permeável. - Determina forma da bactéria - Protege contra choques mecânicos e osmóticos. - Representa 20-40% da bactéria. - Alvo de alguns antibióticos (ex: penicilina). - Dependendo da composição da parede as bactérias são classificadas como: - GRAM (+) - Parede mais espessa e externa. Fica roxa - GRAM (-) - Parede celular menos espessa. A parede celular esta entre duas camadas de membrana plasmática.Não é a estrutura mais externa da célula. Fica Rosa. **Técnica da Coloração de Gram - **Não pode ser usada para todas as bactérias - Baseada na retenção de cristais de violeta pelos peptidioglicanos da parede celular; - As bactérias gram + tem a parede mais espessa —> retém a coloração; - Bactérias gram - tem a parede menos espessa e coberta por membrana —> não retém a coloração —> são coradas de rosa pela “contra coloração” que é adicionada após; - Passos: - 1) Colocar uma “alçada” ou fazer esfregaço das bactérias na lâmina; - 2) Fixar as bactérias na lâminas passando na chama algumas vezes rapidamente; - 3) Adicionar sobre toda a lâmina a primeira coloração: cristal violeta —> responsável pela coloração roxa. Deixar por 1 minuto (nesse passo, inundar a lâmina com a coloração) - 4) Lavar a co loração com agua abundante (pode ser na torneira, apenas tomando cuidado para não deslocar as bacterias); - 5) Inundar a lâmina com solução de iodeto (lugol). Deixar por 1 minuto; - Nesse passo a coloração é “fixada” na parede celular - 6) Lavar com água abundante; - 7) Lavar a lâmina rapidamente com álcool ou cetona —> passo de lavagem da coloração que não foi absorvida pela parede celular Página � de �7 12 - Nesse passo a coloração não é retirada das paredes das gram +, mas as gram - perdem a membrana externa a parede (sai com o solvente) e junto vai a coloração, que está em pequena quantidade nelas; - 8) Inundar lâmina com coloração de safranina ou fucsina (na uf usamos mais fucsina). Deixar por 30 segundos; - 9) Lavar com água abundante; - 10) Visualizar no microscópio, de preferencia com a objetiva de 40x ou 100x (que é de imersão em oleo) - *objetiva de 40x - aumento de 400 vezes; objetiva de 100x - aumento de 1000 vezes - *Focar primeiro na objetiva menor (5x ou 10x) e aumentar para a de 40x e 100x - *Usar a de 100x apenas se tiver oleo para pingar na lâmina e imergir a objetiva - Passos resumidos: Transferir bactérias para a lâmina —> fixar com calor —> corar com cristal violeta —> lavar —> Aplicar iodeto (lugol) —> lavar —> lavar com álcool rapidamente —> corar com safranina ou fucsina —> lavar —> olhar no microscópio 2.2 Esporulação - Formação de esporos por algumas espécies bacterianas. - Esporo é a forma de resistencia bacteriana. - A célula bacteriana se desidrata e forma uma parede grossa. - Ocor re d im inu i ção da a t i v i dade metabolica - Podem Permanecer em um estado de dormência por dezenas de anos. - São resistentes ao calor. - Para eliminação das bacterias é necessária autoclavagem. Calor úmido a 120ºc sob pressão de 1atm por 1 hora. - **Clostridium botulinum : Bactéria que forma esporos e é de grande importância na saúde e alimentação. 2.3 Reprodução das Bactérias. - M a i s c o m u m p o r b i p a r t i ç ã o o u cissiparidade. -> Reprodução assexuada - Duplicação do DNA bacteriano. - Divisão em duas células. - Reprodução acontece de maneira rápida em condições favoráveis. - A separação das cromátides irmãs formadas após a duplicação ocorre com participação do mesossomo. 2.4 Curva de Crescimento Bacteriano - Crescimento bacteriano: aumento do número de células bacterianas por divisão. - 2.4.1 FASE LAG - Latente - Período de adaptação - Atividade metabólica intensa. - Ausênciade divisão - Pode inexistir. - 2.4.2 FASE LOG - Logarítmica ou Exponencial. - Divisão ocorrendo na velocidade máxima. - Progressão “geométrica” (?!) de razão 2. - Fatores determinantes do crescimento. - Condições para o cresc imento bacteriano: Nutrientes, temperatura e quantidade de oxigênio. - 2.4.3 FASE ESTACIONÁRIA - Escassez de nutrientes e/ou acumulo de metabólicos. -> Bactérias passam a competir entre si pelo o meio. - Bactérias crescem lentamente - Equilibrio entre o número de células replicando e dividindo. - 2.4.4 FASE DE DECLÍNIO OU MORTE - Morte das bactérias - Falta de nutrientes - Pode ser lento ou exponencial - O número de células morrendo é maior que o número de novas células Capítulo 3 Epidemiologia 1.0 Processo Saúde X Doença - É o conjunto de relações e variáveis que produzem e condicionam o estado de saúde e doença de uma população. - O Processo saúde e doença representa o conjunto de relações e variáveis que produzem e condicionam o estado de saúde/doença de uma determinada Página � de �8 12 população, sendo modificado em diversos momentos. 1.1 Saúde : deve ser entendida no sentido mais amplo, como qualidade de vida. Sendo um bem comum e um direito social onde todos possam ter assegurados o exercício e a prática do direito a saúde. A saúde é um componente da cidadania. - Ser/Estar Doente ou Saudável são conceitos relativos. - Segundo a OMS é um estado de bem estar fisico, mental e social, não é mera ausência de moléstia ou enfermidade. 1.2 Doença: É o desequilíbrio de qualquer um dos fatores que determinam a saúde (socio econômicos culturais) - Determinantes : - Genética, Biológicos, Socio-culturais e ambientais. 1.2 Histórico: a) Teoria Mística - Doença como fenomeno sobrenatural - na an t i gu idade j u lgavam como fenomeno atém da compreensão. b) Teoria Ambiental; - Doença em decorrência das alterações do meio físico em que o homem vivia. - ** Teoria dos Miasmas e do contagio. (gases, ar contaminado, condições climáticas). Usavam mascaras para mascarar o cheiro crendo que evitaria o contagio. c) Teoria da Unicausalidade - Pasteur determinou microorganismo como sendo causa de doenças (agente etiologico). - Acreditava-se que as doenças eram causadas unicamente pela presença do patogeno. - Devido a incapacidade de explicação da ocorrência de uma serie de agravos, complementa-se essa teoria com conhecimentos produzidos pela epidemiologia -> multicausalidade como determinante de uma doença e não apenas a presença exclusiva de um agente. d) Teoria de Multicausalidade - Incapacidade e insuficiencia da unicausalidade. - várias causas atuam como determinantes da doença e) Teoria da Determinação Social - Relaciona a organização da sociedade com as manifestações de saúde ou doença. - Comportamento; estilo de vida; alimentação. 1.3 Modelos para explicação e compreensão do processo saúde doença. I) Modelo Epidemiológico - Relação entre agente, hospedeiro e meio. -> Fatores causais. II) Modelo do Campo de Saúde - Envolve - Ambiente - Estilo de vida - Biologia Humana - Serviço de saúde - Os fatores estão em permanente interdependência e interrelação. *** Saúde e doença são estados de um mesmo processo, composto por fatores biológicos, econômicos e sociais. *** Não são isolados e não tem causa aleatória. 1.4 Sistema epidemiológico social Fatores essenciais no processo saúde- doença: - Fatores Sociais: socio-economicos, socio-politicos, sócio-culturais e psico- sociais. - Fatores Ambientais: ambiente, conjunto de todos os fatores que mantém relações interativas com o agente etiológico e hospedeiro. - Fatores Genéticos: determinam maior ou menor susceptibilidade a doenças. 2.0 Prevenção - Faz-se com base no conhecimento da história natural da doença. Página � de �9 12 2.1 História Natural da Doença. - Conjunto de processos interativos compreendendo as inter-relações do agente, do individuo susceptível do meio ambiente que afetam o processo global e seu desenvolvimento. - Leva em consideração desde as primeiras forças que criam o estimulo patológico no meio ou em qualquer lugar - Considera também a resposta do homem ao estimulo até as alterações que levam a um defeito, invalidez, recuperação ou morte. 2.1.1 Período de Pré Patogenese - Fase que antecede a doença. - Período de interação entre o agente potencial e o meio ambiente. - Considera-se: - Agente patologico: qualquer elemento cuja ausência ou presença pode desencadear ou perpetuar um processo patológico. - Hospedeiro humano individuo no qual se desenvolverá ou não a doença. - Meio ambien te : con jun to das condições e influencias externas ao homem que interferem na sua saúde física e mental. - Fatores que podem desencadear doenças: I ) Fatores sociais: - conjunto de todos os fatores que não s ã o c o m p o n e n t e s g e n é t i c o s , agressores, físicos, químicos ou biológicos. II) Fatores socio economicos: - Grupos sociais economicamente privilegiados estão menos sujeitos a ação dos fatores ambientais que estimulam a ocorrência de certos tipos de doença. Ex.: desnutrição parasitoses intestinais, nanismo, incapacidade de se prover. III) Fatores socio politicos - Atuam de maneira identica aos fatores econômicos - Devem ser considerados ao se analisar as condições pré patogenese: - Decisão politica - Visão politica - Participação consentida e valorização da cidadania. - P a r t i c i p a ç ã o c o m u n i t á r i a efetivamente exercida - Transparência das ações e acesso à informação IV) Fatores psicossociais - Marginalidade - Ausência de relações parentais estáveis - Desconexão em relação à cultura de origem - Falta de apoio no contexto ema ue se vive - Condições de trabalho extenuantes ou estressantes - Promiscuidade - Transtornos econômicos, sociais ou pessoais - Falta de cuidados maternos na infância - Carência afetiva de ordem geral - Competição desenfreada - Agressividade vigente nos grandes centros urbanos e desemprego V) Fatores ambientais - Agressores ambientais: podem por-se em contato direto com o indivíduo susceptível (sem intermediações, imediata); - Agentes presentes no ambientes; - **Pouco comuns - Agentes que são desencadeados em situações anormais (Ex.: enchentes, queimadas); - Ambiente físico: envolve o homem moderno e condiciona o aparecimento de doenças cuja incidência tornou-se crescente a partir da urbanização e industrialização - Exemplo de doenças associadas a fatores do ambiente físico: - Doenças cardiovasculares; - Alterações mentais; - Câncer pulmonar - Exemplo: Pesticidas para proteção de cultivo —> agressor ambiental para o homem, presente no ambiente físico VI) Fatores Genéticos - Provavelmente determinam a maior ou menor suscetibilidade das pessoas quanto a aquisição de doenças Página � de �10 12 2.1.1a Multifatorialidade - É a e s t r u t u r a ç ã o d o s f a t o r e s condicionantes da doença —> não é apenas uma justaposição (união) dos fatores; - Associação dos fatores pode ser sinérgica -> fatores juntos aumentam o risco ainda mais do que o risco trazido por eles somado; - Estado final provocador da doença é, portanto, resultado da sinergização de uma multiplicidade de fatores (políticos, econômicos , soc ia i s , cu l t u ra i s , psicológicos, genéticos, biológicos, físicos e químicos). 2.1.2 Período de Patogênese - Histór ia natural da doença tem seguimento com sua implantação e evolução; - Pré-patogênese—> implantação —> evolução; - Inicia-se com as primeiras ações exercidas pelo agente patogênico sobre o afetado. - Níveis de evolução da doença: - A) Interação estímulo-susceptível; - Doença a inda não tomou desenvoltura, mas todos os fatores necessários para isso está presentes; - A l g u n s f a t o r e s a g e m predispondo o organismo à ação (como a desnutr ição, que aumenta a predisposição à pa togen i c i dade do bac i l o tuberculose; ou aumento do colesterol predispondo para doença coronariana) - B ) A l t e r a ç õ e s b i o q u í m i c a s , fisiológicas e histológicas; - Doença já imp lan tada no organismo afetado; - Ainda não há manifestações clínicas, mas já há alterações histológicas, subclínicas; - Doença pode ser percebida através de exames clínicos ou laboratoriais orientados; - **Horizonte cl ínico: l inha imaginaria que separa o estágio das alterações bioquímicas, fisiológicas e histológicas do estágio de sinais e sintomas - *Algumas doenças não passam dessa fase —> podem regredir desse estágio ao de salde inicial - C) Sinais e sintomas; - Acima do horizonte clínico os sinais (ainda confusos) tornam- se mais nítidos e transformam- se em sintomas - A evolução encaminha-se para o desenlace —> pode passar par aa cura, evoluir para cronicidade ou progredir para invalidez ou morte - D ) D e f e i t o s p e r m a n e n t e s , cronicidade: - A evolução clínica da doença pode progredir até o estado de cronicidade ou conduzir o doente a um dado nível de incapacidade física por tempo variável 2.2 Prevenção - Os métodos e processos usados pela saúde pública para prevenir doença são estabelecidos ou indicados pela epidemiologia; - Para atingir o coletivo —> as ações preventivas devem começar ao nível das estruturas socioeconômicas e políticas; - Antes que haja uma prevenção primária, deve haver prevenção de caráter estrutural; - Prevenção deve anteceder a ação dos especialistas em saúde —> deve começar ao níve l de est ru turas po l í t icas e econômicas; - Prevenção em saúde pública é a ação antecipada —> deve interceptar ou anular a evolução de uma doença; 2.2.1 Prevenção Primária - Inclui: - Promoção da saúde: feita através de medidas de ordem geral, como: - Moradia adequada; - Escolas; - Áreas de lazer; - Alimentação adequada; - Educação em todos os níveis - Proteção especifica: - Imunização; - Saúde ocupacional; - Higiene pessoal e do lar; - Proteção contra acidentes; Página � de �11 12 - Aconselhamento genetico; - Controle de vetores - Diagnóstico precoce: - Inquéritos para descoberta de casos na comunidade; - Exames periódicos, individuais para detecção precoce dos casos; - Isolamento para evitar a propagação de doenças; - Tratamento para evitar a progressão da doença 2.2.2 Prevenção Secundária - Tem o objetivo de limitar a incapacidade: - Deve evitar futuras complicados; - Evitar sequelas 2.2.3 Prevenção Terciária - Reabilitação (impedir a incapacidade total); - Fisioterapia; - Terapia ocupacional; - Emprego para o reabilitado ** O modelo de história natural da doença é uma proposta que busca estabelecer ou reconhecer um conjunto de processos interativos dos diferentes fatores que explicam a ocorrência das doenças Página � de �12 12
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