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Direito Processual Civil II Recursos Noções gerais Princípios Pressupostos de admissibilidade Efeitos Prof. Felipe Noções gerais O que é recurso? • Toda insurgência em relação a determinada decisão pode ser classificada como recurso? • Um recurso deve ser julgado, necessariamente, por um juiz diferente do que prolatou a decisão recorrida? • Uma ação rescisória pode ser considerada recurso? RECURSOS X MEIOS NÃO RECURSAIS DE IMPUGNAÇÃO DE DECISÕES RECURSOS: • Objetivam o reexame de uma decisão judicial proferida; • Dentro da mesma relação processual em que se insere a decisão atacada; • Voluntariedade: não há obrigatoriedade em se recorrer; • Visam a anulação, a reforma ou o aprimoramento da decisão. a) Objetivam o reexame de uma decisão judicial proferida • Somente alguns pronunciamentos do juiz são recorríveis: Espécies de pronunciamentos judiciais (arts. 203 – 205 do CPC): I. Sentenças; II. Decisões Interlocutórias; III. Despachos; IV. Acórdãos; V. Decisões monocráticas. I. Sentenças • Sentença (art. 203, §1º): é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução; • Pode ocorrer ao final da instrução ou no julgamento conforme o estado do processo (extinção integral do processo - art. 354 - e julgamento antecipado integral do mérito - art. 355; • Julgamento antecipado parcial do mérito (art. 356) e extinção apenas de parcela do processo (art. 354, parágrafo único) são decisões interlocutórias; • Contra sentenças cabe apelação: art. 1.009; • Sentenças podem ser terminativas (485) ou definitivas (487). II. Decisões Interlocutórias • Decisões interlocutórias (art. 203, §2º): é o ato pelo qual o juiz, no curso do processo, resolve questão incidente. • "...é todo pronunciamento judicial de natureza decisória que não se enquadre no § 1º." • São as decisões que solucionam questões incidentes no curso do processo, sem, contudo, encerrá-lo. • As decisões interlocutórias podem causar prejuízos às partes e, portanto, algumas delas são recorríveis mediante o recurso de agravo. • Ex.: deferimento de antecipação de tutela. • Ex.2: decisão na qual o juiz indefere a produção de prova pericial (não é mais recorrível por agravo). • Julgamento antecipado parcial do mérito (art. 356) e extinção apenas de parcela do processo (art. 354, parágrafo único) são decisões interlocutórias; III. Despachos • Despachos (art. 203, §3º): "...todos os demais pronunciamentos do juiz praticados no processo, de ofício ou a requerimento da parte." Todos os demais atos que não constituam decisões interlocutórias ou sentença. § 4º Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista obrigatória, independem de despacho, devendo ser praticados de ofício pelo servidor e revistos pelo juiz quando necessário. • Os despachos não decidem nada, apenas movimentam o processo. • Os despachos não podem causar danos às partes, por isso eles são irrecorríveis (art. 1.001). • Ex.: despacho que ordena a juntada de um documento; • Ex.2: despacho que abre vista para a outra parte analisar o documento. IV. Acórdãos Art. 204. Acórdão é o julgamento colegiado proferido pelos tribunais. - Julgamento dos desembargadores ou ministros por maioria ou unanimidade. V. Decisões monocráticas - São decisões proferidas pelo relator, bem como pelo Presidente ou Vice do Tribunal, em situações de estrita competência; - Visam a economia processual; - Postulação inadmissível ou mérito com jurisprudência dominante ou com precedente. Art. 932. Incumbe ao relator: IV - negar provimento a recurso que for contrário a: a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal; b) Dentro da mesma relação processual em que se insere a decisão atacada • Principal característica que difere dos demais meios (não recursais) de impugnação de decisões; • É um prolongamento da mesma relação processual: mesmos autos. • Necessidade de análise da competência funcional no momento da interposição. c) Voluntariedade • Não há obrigatoriedade em se recorrer; • Depende da vontade da parte que se sentir prejudicada; • Submissão aos prazos da legislação; • Caso não haja recurso no prazo: preclusão. d) Visam a anulação, a reforma ou o aprimoramento da decisão • Anulação: a parte pretende a invalidação da decisão para que nova seja proferida pelo juiz a quo. Geralmente ocorre em razão de vícios processuais. Ex.: Tribunal anula sentença para reabrir a instrução processual para que nova decisão seja proferida. • Reforma: a parte objetiva um novo pronunciamento sobre a questão. Ex.: Tribunal reforma sentença. • Aprimoramento: a parte busca o esclarecimento de omissão, contradição ou obscuridade. Ex.: Embargos de declaração para sanar obscuridade. Conceito de recurso […] meio de impugnação de decisões judiciais, voluntário, interno ao processo em que se forma o ato judicial atacado, apto a obter a sua reforma, anulação ou o seu aprimoramento. Novo curso de processo civil: teoria do processo civil, volume 2. Luiz Guilherme Marinoni, Sérgio Cruz Arenhart, Daniel Mitidiero. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2015, p. 502. MEIOS NÃO RECURSAIS DE IMPUGNAÇÃO DE DECISÕES: - Sucedâneos recursais; - Não ocorrem dentro da mesma relação processual. Ex.: remessa necessária: art. 496; Ex.2: ação rescisória: art. 966; Ex.3: mandado de segurança quando utilizado na inexistência de recurso. Princípios a) Duplo grau de jurisdição; b) Taxatividade; c) Unirrecorribilidade; d) Fungibilidade; e) Proibição da reformatio in pejus; f) Colegialidade 1) Toda insurgência em relação a determinada decisão pode ser classificada como recurso? 2) Um recurso deve ser julgado, necessariamente, por um juiz diferente do que prolatou a decisão recorrida? 3) É possível a interposição de mais de um recurso em relação à determinada decisão? 4) Considerando que algumas vezes é difícil identificar qual o recurso correto a ser interposto contra determinada decisão, é possível que o Tribunal aceite outro recurso no lugar do que seria cabível? 5) O réu de uma ação foi condenado ao pagamento de 10 mil reais a título de dano moral. Inconformado, interpôs apelação. O autor da ação não manejou qualquer recurso, pois considerou o valor adequado. O Tribunal, todavia, por considerar que o dano foi grave, aumentou a condenação para 50 mil reais. O novo julgamento está correto? a) Duplo grau de jurisdição • Visa assegurar ao litigante vencido, total ou parcialmente, o direito de submeter a matéria decidida a uma nova apreciação jurisdicional; • Nelson Nery Jr.: "É postulado constitucional, consectário do devido processo legal, e consiste na possibilidade de impugnar-se decisão judicial, que seria reexaminada pelo mesmo ou outro órgão de jurisdição. Não é ilimitado, podendo a lei restringir o cabimentos dos recursos e suas hipóteses de incidência." (CPC Comentado, 6ª ed., p. 816). • A doutrina diverge em considerar o duplo grau de jurisdição como um princípio de processo inserido na Constituição Federal. • Regulação legal: garantia implícita (art. 5.º, LV, 102, II e III e 105, II e III). Não está contemplada expressamente na CF. • Marinoni e Arenhart: Em conclusão, é correto afirmar que o legislador infraconstitucional não está obrigado a estabelecer, para toda e qualquer causa, uma dupla revisão em relação ao mérito, principalmente porque a própria Constituição Federal, em seu art. 5º, LXXVIII, garante a todos o direito à tutela jurisdicional tempestiva, direito este que não pode deixar de ser levadoem consideração quando se pensa em “garantir” a segurança da parte através da instituição da “dupla revisão”. MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz. Curso de Processo Civil, vol. 2. Processo de conhecimento, 12ª ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2014, p. 498. Ex.: art. 34 da Lei 6.830/80 (LEF) – sentença impugnada por embargos infringentes que será julgado pelo mesmo juiz que proferiu a decisão. Ex.2: recurso contra sentença do juizado especial – turma recursal – mesmo grau de jurisdição. Art. 41. Da sentença, excetuada a homologatória de conciliação ou laudo arbitral, caberá recurso para o próprio Juizado. § 1º O recurso será julgado por uma turma composta por três Juízes togados, em exercício no primeiro grau de jurisdição, reunidos na sede do Juizado. b) Taxatividade • Os recursos cabíveis são aqueles previstos por lei federal (art. 22, I, da CF); Art. 994. São cabíveis os seguintes recursos: I - apelação; II - agravo de instrumento; III - agravo interno; IV - embargos de declaração; V - recurso ordinário; VI - recurso especial; VII - recurso extraordinário; VIII - agravo em recurso especial ou extraordinário; IX - embargos de divergência. • Recursos previstos na legislação extravagante. Ex.: juizados especiais • Exceção: agravo regimental (para STF não é recurso AgR no AI 247.591- RS) – “O agravo regimental, não sendo recurso, mas meio de promover-se a integração da vontade do Colegiado que o relator representa, não é inconstitucional sob o fundamento de ofensa à competência da União Federal para legislar sobre processo.” c) Unirrecorribilidade (unicidade ou singularidade); • É possível a interposição de mais de um recurso em relação à determinada decisão? • Mais de um recurso pela mesma parte contra a mesma decisão; ✓ Sentença? ✓ Acórdão? • UNIRRECORRIBILIDADE: impossibilidade de interposição de mais de um recurso contra determinada decisão. • Embargos de declaração: opcional (ED ou outro recurso). • RESP e RE: simultaneamente. Não é opcional (caso haja duplo fundamento). d) Fungibilidade; • Considerando que algumas vezes é difícil identificar qual o recurso correto a ser interposto contra determinada decisão, é possível que o Tribunal aceite outro recurso no lugar do que seria cabível? REGRA GERAL: cabe somente um recurso contra cada espécie de decisão judicial. • A escolha do recurso errado acarreta o não conhecimento. • Ex.: agravo e apelação. • FUNGIBILIDADE: tem como objetivo não prejudicar a parte que, diante de dúvida objetiva, interpõe recurso errado. TRIBUTÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO ESPECIAL. RECEBIMENTO COMO AGRAVO REGIMENTAL. PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE RECURSAL. APLICAÇÃO. CONTRARIEDADE AO ART. 535 DO CPC. INEXISTÊNCIA. AGRAVO NÃO PROVIDO. 1. "Admite-se receber embargos declaratórios, opostos à decisão monocrática do relator, como agravo regimental, em atenção aos princípios da economia processual e da fungibilidade recursal" (EDcl nos EREsp 1.175.699/RS, Corte Especial, Rel. Min. HUMBERTO MARTINS, DJe 6/2/12). 2. Não há violação ao art. 535 do CPC se a prestação jurisdicional foi realizada na medida da pretensão deduzida, como se depreende da leitura do acórdão recorrido, que enfrentou os temas abordados no recurso de apelação. 3. Agravo regimental não provido. (EDcl no REsp 1334479/RS, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 06/06/2013, DJe 01/07/2013) Requisitos para admissão (doutrina e CPC/1939): 1) Presença de dúvida objetiva (séria) a respeito do recurso cabível • Dúvida objetiva (séria) e não subjetiva: não é decorrente do despreparo do profissional, mas sim do sistema recursal. • Discussão doutrinária ou jurisprudencial. 2) Inexistência de erro grosseiro na interposição do recurso • Utilização de recurso completamente incabível. ✓ Prazo adequado para o recurso correto • Considerado requisito ao tempo de vigência do CPC/73; • Deve ser utilizado o prazo do recurso “correto”; • Perdeu importância, pois o Novo CPC unificou os prazos recursais: art. 1.003, §5º. e) Proibição da reformatio in pejus. • O réu de uma ação foi condenado ao pagamento de 10 mil reais a título de dano moral. Inconformado, interpôs apelação. O autor da ação não manejou qualquer recurso, pois considerou o valor adequado. O Tribunal, todavia, por considerar que o dano foi grave, aumentou a condenação para 50 mil reais. O novo julgamento está correto? • Conceito reformatio in pejus; • Por ser voluntário, o recuso é interposto no interesse do recorrente; • Decorrente do efeito devolutivo (princípio dispositivo); • Remessa necessária: art. 496 – Súmula n.º 45 do STJ; • Matérias reconhecíveis de ofício, em qualquer tempo ou grau de jurisdição: art. 337 do CPC (efeito translativo); • Não se aplica ao fundamentos. ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO DOS ARTS. 458 E 535 DO CPC. DEVIDO ENFRENTAMENTO DAS QUESTÕES RECURSAIS. SERVIDOR PÚBLICO. REAJUSTE DE 28,86%. PROPOSITURA DE EXECUÇÕES DISTINTAS. EXTINÇÃO DA EXECUÇÃO POR FALTA DE INTERESSE DE AGIR. REFORMATIO IN PEJUS. NÃO OCORRÊNCIA. MATÉRIA DE ORDEM PÚBLICA. ART. 461 DO CPC. POSSIBILIDADE DE PETIÇÃO NOS AUTOS DO PROCESSO ORIGINÁRIO. 1. Cuida a presente demanda de embargos à execução de título judicial promovida por Auditores Fiscais da Receita Federal, com vista à satisfação do crédito relativo ao reajuste remuneratório no percentual de 28,86% referente ao período de 2001-2002. 2. O Tribunal de origem decretou a extinção da execução, sem resolução do mérito, por ausência de interesse processual, haja vista que o pedido constante da presente ação de execução (período de 2001-2002) deveria ser pleiteado na própria execução originária (período de 1993-2000), ajuizada com base no mesmo título judicial. 3. O controle pelo Tribunal de origem sobre condição da ação, matéria de ordem pública, pode ser realizado ex officio, sem que se possa falar em reformatio in pejus. Precedentes. 4. Com efeito, ambas as obrigações decorreram de mesmo título judicial, que determinou a incorporação do reajuste de 28,86% e o pagamento das diferenças pretéritas, confundindo-se, assim, as causas de pedir e dispensando-se a propositura de execuções distintas, porquanto o cumprimento da obrigação de fazer pode ser formulado por meio de simples petição nos autos do processo originário, na forma do art. 461 do CPC. Precedentes em sentido análogo: REsp 1.263.294/RR, Rel. Ministra DIVA MALERBI (DESEMBARGADORA CONVOCADA TRF 3ª REGIÃO), SEGUNDA TURMA, julgado em 13/11/2012, DJe 23/11/2012; REsp 952.126/ RS, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 18/08/2011, DJe 01/09/2011. Agravo regimental improvido. (AgRg no REsp 1397188/AL, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 19/11/2013, DJe 27/11/2013) f) Colegialidade Tanto as Cortes de Justiça (Tribunais Regionais Federais e Tribunais de Justiça) como as Cortes de Precedentes (Supremo Tribunal Federal e Superior Tribunal de Justiça) são compostas por órgãos colegiados responsáveis pelo julgamento das causas para as quais a Corte é competente, isto é, são compostas de órgãos julgadores integrados por três ou mais desembargadores ou ministros. Novo curso de processo civil: teoria do processo civil, volume 2. Luiz Guilherme Marinoni, Sérgio Cruz Arenhart, Daniel Mitidiero. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2015, p. 514 e 515. - Recursos, como regra, são julgados por órgãos colegiados; - Exceções: decisões monocráticas. Pressupostos recursais de admissibilidade - O ato recursal submete-se a pressupostos para que seja possível o exame do mérito; - Juízo de admissibilidade: conhecimento (não conhecimento) ou admissão (inadmissão); - Mérito: provimento(não provimento). a) Intrínsecos: atinentes à existência do direito de recorrer. I – Cabimento II – Interesse recursal III – Legitimidade recursal IV – Inexistência de fato extintivo ou impeditivo do direito de recorrer ou do seguimento do recurso. b) Extrínsecos: atinentes ao modo de exercer o direito de recorrer I – Regularidade formal; II – Tempestividade; III – Preparo; a) Intrínsecos: atinentes à existência do direito de recorrer I – Cabimento • A decisão é recorrível? Se sim, qual recurso cabível? • Decorre da taxatividade (art.994); • O CPC prevê os recursos cabíveis para cada decisão; • Ex.: contra sentença, apelação (art. 1.009) • Ex.: contra determinadas decisões interlocutórias cabe agravo de instrumento (art. 1.015). II – Interesse recursal • É necessário que a parte interessada tenha legítimo interesse na obtenção de decisão mais favorável: UTILIDADE + NECESSIDADE do recurso • Ex.1: réu que recorre de ação julgada procedente possui interesse • Ex.2: autor recorre de sentença de procedência para que o Tribunal mantenha a procedência, mas por fundamento diverso. • Réu e sentença terminativa: Ex.: sentença julga processo sem julgamento do mérito (art. 485). Réu pode apelar para requerer a improcedência da demanda (mérito)? - Não há interesse recursal; - Há interesse recursal (art. 488 e REsp 710.287-SP). Art. 488. Desde que possível, o juiz resolverá o mérito sempre que a decisão for favorável à parte a quem aproveitaria eventual pronunciamento nos termos do art. 485. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. ACÓRDÃO DE MÉRITO DE IMPROCEDÊNCIA. RECURSO INTERPOSTO PELO RÉU. ALEGAÇÃO DE ILEGITIMIDADE PASSIVA. AUSÊNCIA DE INTERESSE RECURSAL. RECURSO NÃO CONHECIDO. 1. Não possui interesse recursal o réu que pretende o reconhecimento de ilegitimidade passiva, quando já obteve, no caso concreto, em seu benefício, julgamento de total improcedência. 2. O interesse processual é examinado para o caso concreto e não por simples receio da fixação de uma jurisprudência eventualmente contrária aos interesses econômicos da recorrente, para outros milhares de processos de que é parte. 3. Ademais, mostra-se tecnicamente impossível, a um só tempo, o acolhimento da ilegitimidade passiva - o que conduziria a uma extinção do processo sem exame de mérito (art. 267, inciso VI, do CPC) - e a rejeição do pedido autoral - o que levaria a uma extinção do feito com exame de mérito (art. 269, inciso I, do CPC). 4. Embargos de declaração não conhecidos. (EDcl no REsp 753.159/MT, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 17/05/2011, DJe 20/05/2011) III – Legitimidade recursal • O direito de recorrer pertence somente a determinadas pessoas; Art. 996. O recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro prejudicado e pelo Ministério Público, como parte ou como fiscal da ordem jurídica. • Terceiro prejudicado: assistentes, sucessores. • MP: como parte ou fiscal da ordem jurídica. IV – Inexistência de fato extintivo ou impeditivo do direito de recorrer ou do seguimento do recurso. • O interessado pode ter o direito de recorrer, mas estar inibido por alguma causa externa. • DESISTÊNCIA E RENÚNCIA a) Renúncia – fato extintivo do poder de recorrer. Dá-se quando a parte vencida abre mão previamente do direito do seu direito de recorrer. • Pode ser expressa ou tácita: Art. 1.000. A parte que aceitar expressa ou tacitamente a decisão não poderá recorrer. Parágrafo único. Considera-se aceitação tácita a prática, sem nenhuma reserva, de ato incompatível com a vontade de recorrer. • Não depende da anuência do recorrido: Art. 999. A renúncia ao direito de recorrer independe da aceitação da outra parte. b) Desistência: fato impeditivo do poder de recorrer. Semelhante à renúncia, todavia ocorre após a interposição do recurso. Não depende da anuência do recorrido ou dos litisconsortes. Art. 998. O recorrente poderá, a qualquer tempo, sem a anuência do recorrido ou dos litisconsortes, desistir do recurso. - Exceção: litisconsórcio unitário: decisão uniforme. c) Não pagamento de multas previstas no CPC: recursos protelatórios • Agravo interno (1.021, §5.º) e ED (1.026, §3.º) § 2o Quando manifestamente protelatórios os embargos de declaração, o juiz ou o tribunal, em decisão fundamentada, condenará o embargante a pagar ao embargado multa não excedente a dois por cento sobre o valor atualizado da causa. § 3o Na reiteração de embargos de declaração manifestamente protelatórios, a multa será elevada a até dez por cento sobre o valor atualizado da causa, e a interposição de qualquer recurso ficará condicionada ao depósito prévio do valor da multa, à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade da justiça, que a recolherão ao final. b) Extrínsecos: atinentes ao modo de exercer o direito de recorrer I – Regularidade formal; • Os recursos possuem requisitos formais; • Ex.: agravo de instrumento: cópia dos documentos (art. 1.017) • O recurso não é admitido por falta dos requisitos formais. DECISÃO: Trata-se de agravo de instrumento, com pedido de efeito suspensivo, interposto em face de decisão que rejeitou embargos de declaração. A respeito dos documentos obrigatórios, que devem ser acostados aos autos no momento da interposição do agravo de instrumento, assim dispõe o art. 525, I, do Código de Processo Civil: "Art. 525. A petição de agravo será instruída: I - obrigatoriamente, com cópias da decisão agravada, da certidão da respectiva intimação e das procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado." A providência de juntar com a inicial as peças essenciais ao conhecimento do pedido constitui ônus do agravante. Compulsando os autos, verifica-se que está ausente cópia da procuração outorgada ao advogado do agravado, impossibilitando, assim, a admissibilidade do recurso. Do exposto, nego seguimento ao agravo de instrumento, fulcro no art. 527, I, c/c art. 557, caput, do CPC. Intimem- se. Publique-se. (TRF4, AG 0003533-61.2013.404.0000, Quinta Turma, Relator Ricardo Teixeira do Valle Pereira, D.E. 06/06/2013) II – Tempestividade • Os recursos devem ser interpostos nos prazos previstos sob pena de preclusão temporal. • Prazos recursais são próprios. • Parte da doutrina entende não haver mais razão para a distinção entre prazos dilatórios e peremptórios. • O NCPC permitiu a modificação dos prazos peremptórios: Art. 222. Na comarca, seção ou subseção judiciária onde for difícil o transporte, o juiz poderá prorrogar os prazos por até 2 (dois) meses. § 1º Ao juiz é vedado reduzir prazos peremptórios sem anuência das partes. • Pode haver também modificação em razão do calendário processual: art. 191; • Os prazos também podem ser ampliados independentemente Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe: VI - dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova, adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela do direito; 1. Prazos próprios • São os prazos cuja inobservância acarreta a perda da possibilidade de praticar determinado ato processual; • Preclusão: perda da possibilidade de praticar um ato processual; Art. 223. Decorrido o prazo, extingue-se o direito de praticar ou de emendar o ato processual, independentemente de declaração judicial, ficando assegurado, porém, à parte provar que não o realizou por justa causa. Ex.: prazo para contestar, prazo para recorrer, prazo para contrarrazões. • Parte da doutrina fala em prazos próprios ou peremptórios (Câmara); • Marinoni/Arenhart/Mitidiero sobre o art. 222, §1º: "embora o novo Código aluda a prazos peremptórios, o correto seria aludir a prazos próprios..."2. Prazos impróprios • São os prazos cujo decurso não acarreta a perda da possibilidade de praticar determinado ato processual; Ex.: prazos do juiz (art. 226 e 227); Ex.2: prazos dos auxiliares da justiça (art. 228); • SUSPENSÃO: devolve somente o que faltava; • INTERRUPÇÃO: prazo recomeça por inteiro. Novo CPC Ministério Público, Advocacia Pública e Defensoria Pública: prazo em dobro para todas as manifestações. Arts. 180, 183 e 186. Art. 229. Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de advocacia distintos, terão prazos contados em dobro para todas as suas manifestações, em qualquer juízo ou tribunal, independentemente de requerimento. § 2º Não se aplica o disposto no caput aos processos em autos eletrônicos. • Não cumulatividade com arts. 180, 183 e 186 do CPC • Novo CPC: contagem de prazo em dias úteis; • Unificação dos prazos processuais, exceto ED. • PRECLUSÃO CONSUMATIVA: se já interposto recurso, não é possível, ainda que não transcorrido o prazo, a interposição de outro. III – Preparo; • Custas necessárias à interposição de alguns recursos. • Ex.: apelação, agravo de instrumento (1.017, §1º) e recurso especial; • Ex.2: embargos de declaração (1.023). • Não sendo recolhido o preparo = DESERÇÃO Art. 1.007. No ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará, quando exigido pela legislação pertinente, o respectivo preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, sob pena de deserção. • CPC/73: a deserção relevada: somente na apelação. Art. 519. Provando o apelante justo impedimento, o juiz relevará a pena de deserção, fixando-lhe prazo para efetuar o preparo. • NOVO CPC: parte deve ser intimada para o recolhimento em dobro. § 4º O recorrente que não comprovar, no ato de interposição do recurso, o recolhimento do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, será intimado, na pessoa de seu advogado, para realizar o recolhimento em dobro, sob pena de deserção. • Preparo insuficiente (valor inferior)? § 2º A insuficiência no valor do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, implicará deserção se o recorrente, intimado na pessoa de seu advogado, não vier a supri-lo no prazo de 5 (cinco) dias. • Dispensados de preparo § 1º São dispensados de preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, os recursos interpostos pelo Ministério Público, pela União, pelo Distrito Federal, pelos Estados, pelos Municípios, e respectivas autarquias, e pelos que gozam de isenção legal. a) João pleiteia de Pedro indenização por ato ilícito; a sentença acolhe parcialmente o pedido, condenando o réu a pagar danos emergentes, mas rejeita os lucros cessantes. O réu se conforma com o ato. O autor, porém, apela para obter a verba que lhe fora negada pela sentença. É possível ao Tribunal não só negá-la, mas também absolver o réu dos danos emergentes, porque inexistente o ilícito imputado ao réu? b) Quais espécies de atos do magistrado são recorríveis? c) A parte sucumbente interpôs recurso de apelação contra sentença. Ciente de que a demora no julgamento do processo lhe traria prejuízo ainda maior, elaborou petição requerendo a desistência do recurso. O magistrado intimou a parte contrária, que se manifestou contrária à pretensão da recorrente. Como o juiz deve decidir? d) Diante de uma decisão interlocutória que antecipou os efeitos da tutela, o réu interpôs agravo de instrumento. Olvidou-se, todavia, de juntar cópia da decisão recorrida (art. 1.017 do CPC). O Tribunal poderá julgar o mérito do recurso? e) A União interpôs apelação contra decisão no 16.º dia útil, contados da intimação. A parte recorrida, em contrarrazões, alegou que o recurso é intempestivo. Como a tempestividade é um dos requisitos de admissibilidade, o Tribunal negará seguimento ao recurso? EFEITOS DOS RECURSOS RECURSO ADESIVO (RECURSO SUBORDINADO) EFEITOS DOS RECURSOS • Alguns efeitos são típicos de todos os recursos, outros somente de alguns. a) Efeito obstativo • Impede a formação da coisa julgada ou preclusão. b) Efeito devolutivo • O que é? • Princípio dispositivo • Efeito devolutivo: atribui ao juízo recursal o exame da matéria impugnada no recurso. • Tantum devolutum quantum appellatum • Pedido de reforma: causa de pedir e pedido – reforma por fundamento diverso c) Efeito suspensivo • O que é? • Impede que a decisão recorrida produza efeitos • Não permite que a decisão produza efeitos entre a publicação e o fim do prazo recursal ou do julgamento do recurso. • Ex.: apelação tem efeito suspensivo (art. 1.012). • Como regra, não há efeito suspensivo para os recursos: Art. 995. Os recursos não impedem a eficácia da decisão, salvo disposição legal ou decisão judicial em sentido diverso. d) Efeito translativo • O que é? • João pleiteia de Pedro indenização por ato ilícito; a sentença acolhe parcialmente o pedido, condenando o réu a pagar danos emergentes, mas rejeita os lucros cessantes. O réu se conforma com o ato. O autor, porém, apela para obter a verba que lhe fora negada pela sentença. O Tribunal ao apreciar o recurso verifica que a pretensão do autor está fulminada pela prescrição. Assim, reconhece a prescrição. • Matérias de ordem pública. • Reconhecíveis de ofício: art. 337 e art. 485, §3º. • Exceção ao princípio da proibição da reformatio in pejus. • É a possibilidade do Tribunal apreciar matérias que não tenham sido objeto do recurso (efeito devolutivo) em razão de se tratarem de matéria de ordem pública. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL. PRESCRIÇÃO AFASTADA PELO TRIBUNAL A QUO COM BASE EM PROCESSO ADMINISTRATIVO JUNTADO EM GRAU DE APELAÇÃO. MATÉRIA DE ORDEM PÚBLICA E EFEITO TRANSLATIVO DO RECURSO. INEXISTÊNCIA DE OFENSA AO ART. 517 DO CPC. AGRAVO REGIMENTAL DO CONTRIBUINTE AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. 1. O art. 517 do CPC dispõe que as questões de fato, não propostas no Juízo inferior, poderão ser suscitadas na apelação, se a parte provar que deixou de fazê-lo por motivo de força maior. 2. A regra proibitiva do art. 517 do CPC, no entanto, não atinge situações que envolvam matéria de ordem pública, já transferidas ao exame do Tribunal pelo efeito translativo do recurso, bem como aquelas sobre as quais há autorização legal expressa no sentido de que possam ser arguidas a qualquer tempo e grau de jurisdição (NELSON NERY JÚNIOR e ROSA MARIA DE ANDRADE NERY, Código de Processo Civil Comentado e Legislação Extravagante, São Paulo, Revista dos Tribunais, 2010, p. 898). 3. Agravo Regimental do contribuinte desprovido. (AgRg no REsp 1276818/RS, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 19/02/2013, DJe 28/02/2013) e) Efeito substitutivo • O que é? • A decisão de mérito do recurso substitui a decisão impugnada, assim, o acórdão, mesmo que mantendo a sentença, “é o que vale”. Art. 1.008. O julgamento proferido pelo tribunal substituirá a decisão impugnada no que tiver sido objeto de recurso. • Se a decisão não for de mérito, não haverá o efeito substitutivo. • Qual a relevância? • Competência para ação rescisória: art. 966. f) Efeito expansivo • O que é? • Como regra, a apreciação do recurso fica limitada à matéria impugnada (efeito devolutivo). • O efeito expansivo é ligado à produção de efeitos em relação a outras pessoas que não o recorrente e a outros atos processuais que não o recorrido. • Consequências oriundas do julgamento do recurso. Ex.: Art. 1.005. O recurso interposto por um dos litisconsortes a todos aproveita, salvo se distintos ou opostos os seus interesses. RECURSO ADESIVO (RECURSO SUBORDINADO) • Pedro ajuíza ação de cobrança para obter o pagamentode R$ 50.000. A ação é julgada parcialmente procedente, condenando o réu ao pagamento de R$ 40.000. Pedro não está totalmente satisfeito com a sentença, mas também não gostaria de esperar todos os recursos até o trânsito em julgado. Sabe, todavia, que se o réu recorrer e ele não o Tribunal não poderia majorar sua condenação em razão da proibição da reformatio in pejus. O que lhe resta fazer? • Classificação dos recursos quanto à autonomia: autônomo e subordinado (adesivo); • Tem cabimento somente no caso de sucumbência recíproca: art. 997, § 1º; • Somente admissível no caso de apelação, RESP e RE: 997, §2º, II; • Deve ser interposto no prazo das contrarrazões: art. 997, §2º, I; • Desistência ou inadmissibilidade do recurso principal: adesivo não será conhecido. Art. 997, §2º, III; • Não é possível adesivo de adesivo: preclusão consumativa. Art. 997. Cada parte interporá o recurso independentemente, no prazo e com observância das exigências legais. § 1º Sendo vencidos autor e réu, ao recurso interposto por qualquer deles poderá aderir o outro. § 2º O recurso adesivo fica subordinado ao recurso independente, sendo- lhe aplicáveis as mesmas regras deste quanto aos requisitos de admissibilidade e julgamento no tribunal, salvo disposição legal diversa, observado, ainda, o seguinte: I - será dirigido ao órgão perante o qual o recurso independente fora interposto, no prazo de que a parte dispõe para responder; II - será admissível na apelação, no recurso extraordinário e no recurso especial; III - não será conhecido, se houver desistência do recurso principal ou se for ele considerado inadmissível. QUESTÕES DISCURSIVAS 1) Em uma ação de despejo por falta de pagamento, cumulada com pagamento de aluguéis, recorre a parte autora apenas em relação ao não acolhimento da pretensão de cobrança. O pedido de despejo não foi acolhido pela sentença. O acórdão proferido, além de dar provimento à apelação para condenar o réu ao pagamento dos aluguéis, defere também o despejo. Está correta a decisão? 2) Uma sentença julgou procedente uma demanda que questionava a cobrança de um tributo em razão de sua inconstitucionalidade. O fundamento utilizado para a improcedência foi o reconhecimento da inconstitucionalidade. O réu, inconformado, apelou sustentando que o tributo não era inconstitucional. O tribunal entendeu que o tributo, de fato, não era inconstitucional, todavia, não era devido porque já havia sido revogado por outra lei. Assim, negaram provimento à apelação. Considerando o efeito devolutivo dos recursos, está correta a decisão? 3) Um segurado da Previdência Social ajuíza ação pleiteando o benefício de auxílio-doença. Tem deferido seu pedido de antecipação de tutela pelo magistrado de 1.º grau. O INSS interpõe agravo de instrumento, no qual é deferido efeito suspensivo. O segurado poderá desde já receber os valores a título de tutela antecipada? 4) Maria ajuizou ação de danos morais contra Joana. A ação foi julgada procedente. Joana recorreu pleiteando a redução do valor da condenação. Ao apreciar o recurso, o Tribunal verificou que já havia ação anterior julgada improcedente. Em razão disso, reconheceu de ofício a coisa julgada. Está correta a decisão do Tribunal? 5) Pedro teve sua ação previdenciária proposta contra o INSS julgada parcialmente procedente pela 1ª Vara Cível de Porto Alegre. Na sentença, a aposentadoria por invalidez pleiteada foi concedia, todavia não foi deferido o pagamento dos valores atrasados. Inconformado, interpõe apelação requerendo a total procedência da demanda. O Tribunal reconheceu a incompetência da justiça estadual e determinou a remessa dos autos a Justiça Federal de 1º grau. Pedro, inconformado, interpõe embargos de declaração alegando omissão, uma vez que violado o princípio da proibição da reformativo in pejus. Qual das teses é correta? 6) Pedro ajuíza ação de cobrança para obter o pagamento de R$ 50.000. A ação é julgada parcialmente procedente, condenando o réu ao pagamento de R$ 40.000. Pedro não está totalmente satisfeito com a sentença, mas também não gostaria de esperar todos os recursos até o trânsito em julgado. Decide, então, esperar a interposição de apelação pelo réu, o que se confirma. Pedro interpõe recurso adesivo no prazo das contrarrazões. O Tribunal não conhece a apelação do réu em razão da intempestividade e dá provimento ao recurso de Pedro, aumentando a condenação para R$ 50.000. A decisão está correta? 7) Uma decisão indeferiu a antecipação de tutela pleiteada pelo autor e determinou a realização de perícia médica. Intimadas as partes, o autor interpôs agravo de instrumento requerendo a concessão de tutela para o Tribunal. O réu silenciou. Após, este foi intimado para apresentar resposta (contrarrazões) ao agravo interposto. Inconformado, apresenta, também, recurso adesivo alegando que a perícia média não poderia ter sido designada. O Tribunal não conhece o recurso interposto pelo réu. Está correta a decisão? 8) João pleiteia de Pedro indenização por ato ilícito; a sentença acolhe parcialmente o pedido, condenando o réu a pagar danos emergentes, mas rejeita os lucros cessantes. O réu se conforma com o ato. O autor, porém, apela para obter a verba que lhe fora negada pela sentença. É possível ao Tribunal não só negá-la, mas também absolver o réu dos danos emergentes, porque inexistente o ilícito imputado ao réu? 9) Quais espécies de atos do magistrado são recorríveis? 10) A parte sucumbente interpôs recurso de apelação contra sentença. Ciente de que a demora no julgamento do processo lhe traria prejuízo ainda maior, elaborou petição requerendo a desistência do recurso. O magistrado intimou a parte contrária, que se manifestou contrária à pretensão da recorrente. Como o juiz deve decidir? 11) Diante de uma decisão interlocutória que antecipou os efeitos da tutela, o réu interpôs agravo de instrumento. Olvidou-se, todavia, de juntar cópia da decisão recorrida (art. 1.017 do CPC). O Tribunal poderá julgar o mérito do recurso? 12) A União interpôs apelação contra decisão no 16.º dia útil, contados da intimação. A parte recorrida, em contrarrazões, alegou que o recurso é intempestivo. Como a tempestividade é um dos requisitos de admissibilidade, o Tribunal negará seguimento ao recurso? QUESTÕES OBJETIVAS 1) Vencidos autor e réu, ao recurso interposto por qualquer deles poderá aderir a outra parte. O recurso adesivo fica subordinado ao recurso principal e se rege pelas disposições seguintes: I. Será interposto perante a autoridade competente para admitir o recurso principal, no prazo de que a parte dispõe para responder. II. Será admissível na apelação, no recurso extraordinário e no recurso especial. III. Não será conhecido, se houver desistência do recurso principal, ou se for ele declarado inadmissível ou deserto. Examinando o enunciado acima, está correto o que consta em a) II e III, apenas. b) II, apenas. c) I e II, apenas. d) I e III, apenas. e) I, II e III. 2) No que se refere aos recursos: a) O recurso adesivo não está sujeito a preparo, servindo, para tanto, o realizado pela parte no apelo principal. b) A renúncia ao direito de recorrer depende da aceitação da outra parte. c) Dos despachos cabe apenas o recurso de agravo de instrumento. d) Ao recorrer, cabe sempre à parte impugnar inteiramente a sentença recorrida. e) O recorrente poderá, a qualquer tempo, sem a anuência do recorrido ou dos litisconsortes, desistir de recurso interposto. 3) Sobre os recursos, de acordo com o Código de Processo Civil, é correto afirmar: a) O Recurso Adesivo não será admissível no recurso extraordinário. b) O recorrente não poderá, a qualquer tempo, sem a anuência dos litisconsortes, desistir do recurso. c) A renúncia ao direito de recorrer dependeda aceitação da outra parte. d) A parte que aceitar tacitamente a sentença ou a decisão não poderá recorrer. 4) Em relação aos efeitos dos recursos, pode-se afirmar: I. O efeito translativo possibilita ao Tribunal, acolhendo matéria de ordem pública, reformar sentença ainda que não haja recurso da parte prejudicada. II. O efeito translativo pode ser considerado uma exceção ao princípio da proibição da reformatio in pejus. III. A coisa julgada pode ser acolhida pelo Tribunal em razão do efeito translativo. Estão corretas: a) II e III, apenas. b) II, apenas. c) I, II e III. d) I e II, apenas. e) I e III, apenas. 5. Em relação aos efeitos dos recursos, pode-se afirmar: I. O efeito suspensivo, como regra, impede que a decisão recorrida produza efeitos. II. O efeito devolutivo, como regra, possibilita o Tribunal julgar toda a matéria objeto do processo. III. O efeito obstativo impede a preclusão. Estão corretas: a) II e III, apenas. b) II, apenas. c) I e II, apenas. d) I, II e III. e) I e III, . 6. Assinale a alternativa correta: a) De acordo com o efeito substitutivo, o julgamento do Tribunal substituirá a decisão recorrida. Tal efeito é presente em todos os recursos e não possui qualquer relevância na prática. b) O efeito translativo impede que o Tribunal aprecie matérias que não tenham sido objeto do recurso (efeito devolutivo). c) O efeito devolutivo (tantum devolutum quantum appellatum) permite que o Tribunal aprecie as questões que foram objeto de impugnação pelas partes. d) O efeito suspensivo é inerente aos recursos, bastando a sua interposição. 7. Em relação aos pressupostos de admissibilidade dos recursos, é INCORRETO afirmar: a) O recorrente pode desistir de seu recurso sem a anuência do recorrido. b) Para recorrer, é necessário ter interesse e legitimidade recursal. c) A apelação sempre será intempestiva se não for interposta no prazo de 15 dias úteis. d) É necessária a interposição do recurso cabível contra a decisão recorrida, de acordo com a taxatividade. e) Se houver a interrupção de um prazo processual, o mesmo recomeça a correr por inteiro. 8. Sobre o preparo, podemos afirmar: I. Somente alguns recursos tem como requisito de admissibilidade o preparo. II. Provando o recorrente justo impedimento, o relator relevará a pena de deserção, por decisão irrecorrível, fixando-lhe prazo de 5 (cinco) dias para efetuar o preparo. III. O agravante poderá ser intimado para complementar o preparo recolhido em valor insuficiente. IV. A parte que litiga com o benefício da justiça gratuita está dispensada de preparo. a) Todas estão corretas. b) Todas estão erradas. c) Somente I, II e III estão corretas. d) Somente I, III e IV estão corretas. e) Somente II, III e IV estão corretas
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