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Resumo Responsabilidade Civil

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Prévia do material em texto

Igor Demétrio 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO CIVIL 
RESPONSABILIDADE CIVIL 
IGOR DEMÉTRIO 
 
 
 
 
 
 
Igor Demétrio 
Direito Civil II 
Responsabilidade: exprime a ideia de restauração de equilíbrio, de contraprestação, de 
reparação de dano. 
Responsabilidade Jurídica: se revela quando ocorre infração da norma jurídica que 
acarrete dano ao indivíduo ou à coletividade. 
Responsabilidade moral: atuam no campo da consciência individual. 
Obrigação: é o vínculo jurídico que confere ao credor (sujeito ativo) o direito de exigir 
do devedor (sujeito passivo) o cumprimento de determinada prestação. 
Obrigação é sempre um dever jurídico originário; responsabilidade é um dever 
jurídico sucessivo, consequente à violação do primeiro. 
Fonte das obrigações: vontade humana e a vontade do Estado. 
A responsabilidade Civil tem, pois, como um de seus prepostos, a violação do dever 
jurídico e o dano. Há um dever jurídico originário, cuja violação gera um dever jurídico 
sucessivo ou secundário, que é o de indenizar o prejuízo. 
“A culpa ainda que levíssima, obriga a indenizar”. 
Na teoria do risco se subsume a ideia do exercício de atividade perigosa como 
fundamento da responsabilidade civil. 
A responsabilidade objetiva funda-se num princípio de equidade existente desde o 
direito romano: aquele que lucra com uma situação deve responder pelo risco ou pelas 
desvantagens dela resultantes. 
Responsabilidade objetiva: Teoria do risco e Teoria do dano objetivo. 
Teoria do dano objetivo: Desde que exista um dano, deve ser ressarcido, 
independentemente da ideia de culpa. 
Culpa 
É consenso geral de que não se pode prescindir para a correta conceituação de culpa, 
dos elementos de previsibilidade e comportamento do homo medius. 
Igor Demétrio 
Só se pode, com efeito, cogitar culpa quando o evento é previsível. Se, ao contrário, é 
imprevisível, não há cogitar de culpa. 
Art. 186 CC. 
Negligência: é a falta de atenção, a ausência de reflexão necessária, uma espécie de 
preguiça psíquica, em virtude do qual deixa o agente de prever o resultado que podia e devia 
ser previsto. 
Imperícia: culpa profissional, inaptidão técnica. 
A culpa não se presume (há exceções) e dever ser apurada no exame de cada caso 
concreto. 
Responsabilidade dos amentais 
Responsabilidade mitigada e subsidiária, fundamentada nos princípios de garantia e 
assistência social. 
Art. 928 CC. 
Se a vítima não consegue receber a indenização da pessoa encarregada de sua guarda, 
poderá o juiz, mas somente se o incapaz for abastado, condená-lo ao pagamento de uma 
indenização equitativa. 
Responsabilidade dos menores 
Se os pais emancipam o filho, voluntariamente, o emancipado produz todos os efeitos 
naturais do ato, menos o de isentar os primeiros da responsabilidade pelos atos ilícitos 
praticados pelo segundo, consoante proclama a jurisprudência. Tal não acontece quando a 
emancipação decorre do casamento ou das outras causas previstas no art. 5º, parágrafo único, 
do Código Civil. 
Espécies de responsabilidade 
Responsabilidade Civil e Penal 
Responsabilidade penal: o agente infringe uma norma de direito público. O interesse 
lesado é o da sociedade. É pessoal e intransferível. 
Igor Demétrio 
Responsabilidade Civil: o interesse diretamente lesado é o privado. O prejudicado 
poderá pleitear ou não a reparação. A responsabilidade é patrimonial: é o patrimônio do 
devedor que responde por suas obrigações. 
Responsabilidade Contratual e extracontratual 
Na responsabilidade extracontratual ( Art. 186 CC) o agente infringe um dever legal e 
na contratual ( Art. 389 CC) descumpre o avençado tornando-se inadimplente. 
Na responsabilidade contratual o credor só está obrigado a demonstrar que a prestação 
foi descumprida, o devedor só não será condenado a reparar o dano se provar a ocorrência de 
alguma das excludentes admitidas na lei: culpa exclusiva da vítima, força maior, caso fortuito. 
Responsabilidade extracontratual o autor da ação é que fica com o ônus de provar que 
o fato se deu por culpa do agente. 
Responsabilidade Subjetiva e Objetiva 
Na teoria clássica, a culpa era fundamento da responsabilidade. 
Responsabilidade subjetiva: a responsabilidade quando se esteia na ideia de culpa. A 
prova da culpa do agente passa a ser pressuposto necessário do dano indenizável. 
Responsabilidade legal ou objetiva: porque prescinde da ideia de culpa e se satisfaz 
apenas com o dano e o nexo de causalidade (teoria do risco). 
Para a teoria do risco toda pessoa que exerce alguma atividade cria um risco de dano 
para terceiros. E deve ser obrigado a repará-lo ainda que sua conduta seja isenta de culpa. 
O Código Civil adotou como regra a responsabilidade subjetiva. 
Pressupostos da responsabilidade civil 
Art. 186 CC. 
1 – ação ou omissão: a responsabilidade pode derivar de ato próprio, de ato de terceiro 
que esteja sob a guarda do agente e ainda de danos causados por coisas ou animais que lhe 
pertençam. 
2 – Culpa ou dolo do agente: O dolo consiste na vontade de cometer uma violação de 
direito, e a culpa, na falta de diligência. 
Igor Demétrio 
Culpa grave: é a falta imprópria ao comum dos homens. 
Culpa leve: é a falta evitável com atenção ordinária. 
Culpa levíssima: é a falta só evitável com atenção extraordinária, com especial 
habilidade ou conhecimento singular. 
Culpa in eligendo: má escolha do representante. 
Culpa in vigilando: ausência de fiscalização. 
Culpa in committendo: um ato positivo. 
Culpa in ommittendo: decorre de uma omissão, quando havia o dever de não se abster. 
Culpa in custodiendo: falta de cuidados na guarda de um animal ou de objetos. 
 3 – Relação de causalidade: é a relação de causa e efeito entre a ação ou omissão do 
agente e o dano verificado. 
4 – Dano: sem a prova do dano, ninguém pode ser responsabilizado civilmente. 
Elementos essenciais da responsabilidade civil 
1 – ação ou omissão: infração a um dever. 
O elemento objetivo da culpa é o dever violado. 
A imputabilidade do agente é o elemento subjetivo da culpa. 
Essencial é que a ação ou omissão seja, em abstrato, controlável ou dominável pela 
vontade do home. Fato voluntário equivale a fato controlável ou dominável pela vontade do 
homem. 
2 – ato praticado contra a honra da mulher: O dote no Código Civil de 1916 era nada 
mais do que uma indenização capaz de compensar o prejuízo moral ou material 
experimentado pela mulher, ou ambos, conforme entendimento assentado na doutrina. 
3 – Calúnia, difamação e injúria 
 Art. 953 CC. 
Calúnia: se imputa falsamente a alguém fato definido como crime. 
Igor Demétrio 
Difamação: consiste na imputação a alguém de fato ofensivo à sua reputação. 
 Injúria: se ofende a dignidade e o decoro de alguém. 
A indenização deve ser prudentemente arbitrada pelo juiz, nos termos do parágrafo 
único do Art. 953 CC. 
Súmula nº 221 STJ. 
São civilmente responsáveis pelo ressarcimento de dano, decorrente de publicação 
pela imprensa tanto o autor do escrito quanto o proprietário do veículo de divulgação. 
Art. 5º V e X da CF. 
Súmula nº 281 STJ. 
A indenização por dano moral não está sujeito à tarifação prevista na lei da imprensa. 
4 – Demanda de pagamento de dívida não vencida ou já paga. 
Art. 939 CC. 
Dívida já paga: Art. 940 CC. 
Dívida já paga devolve ao devedor o dobro que houver cobrado. 
Haver pedido mais do que lhe era devido: o equivalente do que exigir, salvo se houver 
prescrição. 
Súmula nº 159 do STF. 
A cobrança excessiva, mas de boa-fé, não dá lugar ás sanções do artigo 940 CC. 
5 – Responsabilidade decorrente do abuso de direito.A doutrina do abuso do direito não exige, para que o agente seja obrigado a indenizar 
o dano causado, que venha infringir culposamente um dever preexistente. Mesmo agindo 
dentro do seu direito, pode, não obstante, em alguns casos, ser responsabilizado. 
O entendimento é que o abuso de direito dispensa a ideia de culpa. 
Igor Demétrio 
O critério usualmente adotado é o de que a ilicitude do ato abusivo se caracteriza 
sempre que o titular do direito se desvia da finalidade social para o qual o direito subjetivo foi 
concedido. 
Art. 187 CC. 
6 – Responsabilidade decorrente do rompimento de noivado. 
São três requisitos para a responsabilidade: 
1 – que a promessa de casamento tenha emanado do próprio arrependido e não de seus 
genitores. 
2 – que o mesmo não ofereça motivo justo para retratar-se considerando-se como tal, 
exemplificamente, a infidelidade, a mudança de religião ou de nacionalidade, a ruína 
econômica, a moléstia grave, a condenação criminal e o descobrimento de defeito físico 
oculto durante o noivado. 
3 – o dano. 
Tem a jurisprudência enfatizado o cabimento de indenização por dano material e 
moral, cumulativamente, em caso de ruptura de noivado às vésperas do casamento sem 
motivo justificado. 
7 – responsabilidade decorrente da ruptura de concubinato e de união estável. 
Concubinato: a união entre o homem e a mulher, sem casamento. 
Uma jurisprudência que foi adotada pelo STF no sentido que a ruptura de uma ligação 
more uxória duradoura gerava consequências de ordem patrimonial. 
A ideia que norteou a orientação firmada na jurisprudência foi, indubitavelmente, a de 
evitar um enriquecimento injusto e sem causa de um dos concubinos, em detrimento do outro. 
Súmula nº 380 STF. 
Concubinato adulterino: o homem vive com sua esposa e concomitamente mantinha 
concubina. 
Art. 226 §3º CF: União estável reconhecida. 
Igor Demétrio 
Art. 1723 CC. 
Art. 1725 CC. 
Art. 1727 CC. 
Distingue o companheirismo de concubinato. 
Concubinato: é o que a doutrina chamava de concubinato impuro. 
Concubinato impuro: pessoa casada em ligação amorosa com terceiro, ou aos que 
mantêm mais de uma união de fato. 
8 – Responsabilidade civil entre cônjuges. 
No tocante à indenização em caso de separação judicial com infração dos deveres 
conjugais, nada existe em nosso direito, tratado apenas no direito alienígena. Não estabelece a 
nossa lei nenhuma sanção pecuniária contra o causador da separação, por danos materiais ou 
morais sofridos pelo cônjuge inocente. 
Por ser o casamento um contrato, embora especial e de Direito de Família, a 
responsabilidade civil nas relações conjugais é contratual, de forma que a culpa do infrator 
emerge do descumprimento do dever assumido, bastando ao ofendido demonstrar a infração 
e os danos oriundos para que se estabeleça o efeito, que é responsabilidade do faltoso. 
STJ: O sistema jurídico brasileiro admite, na separação e no divórcio a indenização 
por dano moral. 
9 – Responsabilidade civil por dano ecológico ou ambiental. 
Direito ambiental tem por objetivo o estudo dos princípios e regras tendentes a 
impedir a destruição ou a degradação dos elementos da natureza. 
A responsabilidade jurídica por dano ecológico pode ser penal e civil. 
A lei nº 9.605 de 12 de fevereiro de 1998 trata de crimes ambientais. 
Essa responsabilidade civil independe de culpa, pois, se funda na ideia de que a pessoa 
que cria o risco deve reparar os danos advindos de seu empreendimento. Basta, portanto, a 
prova da ação ou omissão do réu, do dano e da relação de causalidade. 
Igor Demétrio 
Na ação civil pública ambiental não se discute, necessariamente, a legalidade do ato. É 
a potencialidade do dano que o ato possa trazer aos bens e valores naturais e culturais que 
servirá de fundamento da sentença. 
No dano ambiental, tem sido considerada decorrência lógica da adoção do sistema de 
responsabilidade objetiva pela legislação brasileira. Em regra, quem tem o dever de indenizar 
é o causador do dano ambiental. Havendo mais de um causador, todos são solidariamente 
responsáveis pela indenização, conforme preceitua o art. 942 CC. 
Art. 225 § 3º CF. 
A responsabilidade objetiva, baseia-se na teoria do risco. Nela se subsume a ideia do 
exercício de atividade perigosa como fundamento da responsabilidade civil. 
É irrelevante a demonstração do caso fortuito ou de força maior como causas 
excludentes da responsabilidade civil por dano ecológico. 
Art. 225 CF. 
A reparação do dano ambiental, como já afirmado, pode consistir na indenização dos 
prejuízos, reais ou legalmente presumidos, ou na restauração do que foi poluído, destruído ou 
degradado. A responsabilidade do réu pode ser repressiva da lesão consumada ou preventiva 
de sua consumação iminente. 
O dano deve ser certo e atual. 
A responsabilidade do Estado por danos ambientais encontra fundamento no art. 225 
§3º CF. 
É impensável a presunção da presunção da pretensão reparatória do dano ambiental. 
10 – violação do direito à própria imagem. 
O direito à própria imagem integra o rol dos direitos da personalidade. 
 A Constituição Federal de 1988 no art. 5º, V e X erigiu expressamente o direito à 
própria imagem à condição de direito individual, conexo ao da vida, integrando o conjunto 
dos “direitos à privacidade”, juntamente com o direito à intimidade, à vida privada e à honra. 
Arts. 11 a 21 CC. 
Igor Demétrio 
Nos termos do art. 20 CC, a reprodução de imagem para fins comerciais, sem 
autorização do lesado, enseja o direito a indenização, ainda que não lhe tenha atingido a honra 
ou a respeitabilidade. 
11 – A AIDS e a responsabilidade civil. 
Já se proclamou que pratica crime de homicídio o aidético que, consciente e 
dolosamente, transmite a doença à outra pessoa, sabedor que para esse mal inexiste cura. 
Assim a responsabilidade individual, em princípio, exige a prova do dolo (animus 
laendendi) ou da culpa stricto sensu (negligência, imprudência ou imperícia) sem o que não 
caberia a indenização. 
12 – responsabilidade civil na internet. 
O comércio eletrônico 
Art. 9º §2º LINDB. 
Se um brasileiro faz a aquisição de algum produto oferecido pela internet por empresa 
estrangeira, o contrato então celebrado rege-se pelas leis do país do contratante que fez a 
oferta ou proposta. 
Art. 51, I, CDC. 
Meio eletrônico 
A responsabilidade extracontratual pode derivar de inúmeros atos ilícitos, sendo de 
destacar os que dizem respeito à concorrência desleal, à violação da propriedade intelectual, 
ao envio de mensagens não desejadas e ofensivas da honra, à divulgação de boatos 
infamantes, à invasão de caixa postal, ao envio de vírus etc. 
Identificando o autor, responde ele civilmente pelos prejuízos causados a terceiros. 
Súmula 221 STJ: são civilmente responsáveis pelo ressarcimento de dano, decorrente 
de publicação pela imprensa, tanto o autor do escrito quanto o proprietário do veículo de 
divulgação. 
13 – Responsabilidade civil por dano atômico. 
Igor Demétrio 
Devido às consequências danosas e aos grandes perigos das atividades nucleares, as 
convenções internacionais e as legislações optaram pela responsabilidade objetiva, fundada na 
teoria do risco. 
Lei nº 6.453/77 art. 4º. 
A atual Constituição Federal atribui à União os serviços e instalações nucleares de 
qualquer natureza, e estabelece que os danos nucleares estão subordinados ao princípio da 
responsabilidade objetiva (Art. 21 XXIII CF). 
14 – Da presunção de culpa à responsabilidade independente de culpa. 
Art. 932 CC. 
Art. 933 CC. 
Súmula 341 STF: É presumida a culpa do patrão ou comitente pelo ato culposo de 
empregado ou preposto. 
O CódigoCivil de 2002 adotou a responsabilidade independente de culpa, no casos 
dos pais, tutores, curadores, empregadores, danos de hotéis, hospedarias, casas ou 
estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação. 
O CDC já havia adotado a responsabilidade objetiva, independente de culpa, em 
relação aos prestadores de serviço em geral. 
15 – A responsabilidade solidária das pessoas designadas no Art. 932 do Código Civil. 
A responsabilidade civil é, em princípio, individual consoante se vê no art. 942 CC. 
Ocorre a solidariedade não só no caso de concorrer uma pluralidade de agentes, como 
também entre as pessoas designadas no art. 932 CC. Em consequência, a vítima pode mover a 
ação contra qualquer um ou contra todos devedores solidários. 
16 – Responsabilidade dos pais. 
Art. 932, I, CC. 
A responsabilidade paterna independe de culpa (Art. 933 CC). Está sujeito à 
reparação, por exemplo, o pai que permite ao filho menor de 18 anos sair de automóvel. 
Igor Demétrio 
Segundo o critério adotado pelo Código Civil de 2002, a responsabilidade do incapaz é 
subsidiária e mitigada, pois só responde pelos prejuízos que causar a terceiros se as pessoas 
por ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios 
suficientes. 
A única hipótese em que poderá haver responsabilidade solidária do menor de 18 anos 
com seus pais é se tiver sido emancipado aos 16 anos de idade. 
Se o pai emancipa o filho, voluntariamente, a emancipação produz todos os efeitos 
naturais do ato, menos o de isentar o primeiro da responsabilidade solidária pelos atos ilícitos 
praticados pelo segundo, consoante proclama a jurisprudência. 
Quando o menor é empregado ou preposto de outrem a responsabilidade será do 
patrão. 
17 – Responsabilidade dos tutores e curadores. 
O tutor depois de nomeado passa a ser o representante legal do incapaz menor. Por sua 
vez, o curador representa o incapaz maior. 
O art. 933 CC criou assim uma responsabilidade objetiva independente da ideia de 
culpa. 
18 – Responsabilidade dos empregadores ou comitentes pelos atos dos empregados, 
serviçais e prepostos. 
Art. 932 III CC. 
Doméstica, empregado ou serviçal é a pessoa que executa um serviço, trabalho ou 
função, sob as ordens de uma outra pessoa, de sua família, ou ainda relativa aos cuidados 
interiores do lar. 
Preposto: é aquele que está sob a vinculação de um contrato de preposição, isto é, um 
contrato em virtude do qual certas pessoas exercem, sob a autoridade de outrem, certas 
funções subordinadas, no seu interesse e sob suas ordens e instruções, e que têm o dever de 
fiscalizá-lo e vigiá-lo, para que proceda com a devida segurança, de modo a não causar dano a 
terceiros. 
Igor Demétrio 
A súmula 341 do STF tem a seguinte redação: “É presumida a culpa do patrão ou 
comitente pelo ato culposo do empregado ou preposto”. 
A crítica que se faz à redação da Súmula 341 STF, pois o que dever ser presumida é a 
responsabilidade e não a culpa do patrão ou comitente. 
O Código Civil de 2002 consagrou a responsabilidade objetiva, independente da ideia 
de culpa, dos empregadores e comitentes pelos atos de seus empregados, serviçais e prepostos 
(Art. 933 CC). 
Para que haja responsabilidade do empregado por ato do preposto, é necessário que 
concorram três requisitos, cuja prova incumbe ao lesado: 
1 – qualidade de empregado, serviçal ou preposto, do causador do dano; 
2 – conduta culposa; 
3 – que o ato lesivo tenha sido praticado no exercício da função que lhe competia, ou 
em razão dela. 
Se o ato ilícito foi praticado fora do exercício das funções e em horário incompatível 
com o trabalho, não acarreta a responsabilidade do empregador. 
O empregador não é responsável pelo dano se a vítima sabia que o preposto procedia 
fora de suas funções. Da mesma forma, se o lesado age de forma precipitada sem observar as 
cautelas normais no seu relacionamento com o preposto. 
Responde o empregador pela imprudência ou imperícia do seu empregado que, em dia 
de folga, dirigindo mal um caminhão de sua propriedade, ocasiona danos a terceiros. 
19 – Responsabilidade dos educadores. 
Nas escolas públicas de ensino gratuito o Estado responde pelos danos sofridos pelo 
aluno em consequência de ato ilícito de outro. 
A responsabilidade dos educadores é vinculada a um dever de vigilância pura e 
suplementar, enquanto aos pais incumbe não só a vigilância como a educação. 
Os educadores são prestadores de serviço Art. 593 CC. 
Igor Demétrio 
O Código Civil adotou a solução mais severa, não o isentando da responsabilidade 
ainda que não haja culpa de sua parte. 
A responsabilidade, quanto às escolas públicas, cabe ao Estado, vigorando as regras da 
responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito público. 
Exclui-se a responsabilidade dos estabelecimentos de ensino superior em que há 
missão de instruir e não de vigiar, e o aluno não se encontra, normalmente, sob a vigilância do 
professor ou do educandário. 
20 – Responsabilidade dos hoteleiros e estalajadeiros. 
Art. 932 IV CC. 
Sendo o hoteleiro um prestador de serviços, encontra na mesma situação dos 
educadores, tendo responsabilidade objetiva, independente de culpa. 
Art. 649 CC. 
Trata-se de responsabilidade contratual. Equipara-se ao depósito necessário. Só cessa 
provando que o dano não podia ser evitado, caso fortuito ou força maior, ou que a culpa foi do 
hóspede, que deixou a janela aberta. 
Art. 650 CC. 
Art. 642 CC. 
O hóspede lesado, para receber a indenização a que se faz jus, só terá de comprovar o 
contrato de hospedagem e o dano dele resultante. 
O roubo à mão armada costuma ser considerado caso de força maior, excludente da 
responsabilidade dos depositários em geral. 
21 – Responsabilidade dos que participam no produto do crime. 
Art. 932 V CC. 
Se alguém participou gratuitamente nos produtos de um crime, está obrigado, a 
devolver o produto dessa participação até a concorrente quantia. 
22 – A ação regressiva daquele que paga a indenização, contra o causador do dano. 
Igor Demétrio 
Art. 934 CC. 
Nos casos de responsabilidade por fato de outrem, aquele que paga a indenização tem 
um direito regressivo contra o causador do dano. 
Exceção à regra 
O citado art. 934 CC Abre exceção para o caso de ser o causador do dano descendente 
de quem pagou, não importa se absolutamente ou relativamente apenas. A razão jurídica dessa 
exceção reside em considerações de ordem moral e da organização econômica da família. 
23 – Responsabilidade civil dos empresários individuais e das empresas pelos 
produtos postos em circulação. 
Art. 931 CC. 
Tem a finalidade específica de proteger o consumidor. 
Na realidade o dispositivo em questão terá sua aplicação restrita aos poucos casos em 
que a atividade empresarial não configurar relação de consumo, trata-se de uma cláusula geral 
de responsabilidade objetiva. 
25 – Responsabilidade das pessoas jurídicas de direito público. 
 A responsabilidade civil do Estado é considerada, hoje, matéria de direito 
constitucional e direito administrativo. 
Art. 37 §6º CF. 
A responsabilidade civil das pessoas de Direito Público não depende de prova de 
culpa, exigindo apenas a realidade do prejuízo injusto. 
Art. 43 CC. 
A Constituição Federal adotou o termo da responsabilidade objetiva do Poder Público, 
mas sob a modalidade de risco administrativo. Desse modo, pode ser atenuada a 
responsabilidade do Estado, provada a culpa parcial e concorrente da vítima e até mesmo 
excluída, provada culpa exclusiva da vítima. 
26 – Responsabilidade civil da administração pública na Constituição Federal de 1988. 
Igor Demétrio 
A responsabilidadecivil foi estendida, às pessoas jurídicas de direito público e as de 
direito privado, prestadoras de serviços públicos. E substituiu-se a expressão “funcionário” 
por outra mais ampla “agente”. 
Art. 37 § 6º CF. 
O Poder Público responde objetivamente pelos danos causados pelas empresas 
concessionárias. 
27 – Responsabilidade civil dos estados pelos atos omissos de seus agentes. 
A omissão configura a culpa in ommittendo e a culpa in vigilando. 
Quando o comportamento lesivo é omisso, os danos são causados pelo Estado, mas 
por evento alheio a ele. A omissão é condição do dano, porque propicia sua ocorrência. 
Condição é o evento cuja ausência enseja o surgimento do dano. 
Para alguns autores o ato omissivo do Poder Público, a responsabilidade passa a ser 
subjetiva, exigindo dolo ou culpa, numa de suas três vertentes, negligência, imperícia ou 
imprudência, não sendo, entretanto, necessária individualiza-la. 
A teoria do risco administrativo, consagrada em sucessivos documentos 
Constitucionais brasileiros, confere fundamento doutrinário à responsabilidade civil objetiva 
do Poder Público pelos danos a que os agentes públicos, por ação ou omissão, houverem dado 
ao caso. 
28 – Sujeitos passivos da ação: Estado e funcionário. 
Pode fazer o particular, se fundada a ação em culpa ou dolo do agente público, 
propondo a ação contra ambos, agente público e Estado, como responsáveis solidários, ou 
mesmo só contra o agente público. 
O Preceito Constitucional (Art. 37 §6º ) ao distinguir a responsabilidade do Estado 
como objetiva e a do funcionário como subjetiva, dando àquele ação regressiva contra este, 
visou apenas facilitar a composição do dano à vítima, que pode acionar o Estado independente 
de culpa do funcionário, não tendo, portanto, em suma impedir ação direta contra este, se se 
preferiu arcar com os ônus da demonstração de culpa do servidor, para afastar os percalços da 
execução contra o Estado. 
Igor Demétrio 
Art. 206 § 3º CC. 
Prescreve: em três anos: a pretensão de reparação civil. 
30 – Responsabilidade civil do Estado em acidentes de veículos. 
Art. 927 CC e 37 §6º CF. 
Significa que a vítima, nesses casos, está dispensada da prova de culpa do motorista da 
viatura oficial, pois o Estado responde pela indenização, independente de prova de culpa de 
seu agente. 
Se o Estado provar que o fato ocorreu em virtude de culpa exclusiva ou concorrente da 
vítima, poderá livrar-se por inteiro, ou parcialmente, da obrigação de indenizar. 
Na via regressiva a responsabilidade do agente público é subjetiva. 
31 – Culpa do funcionário, culpa anônima, deficiência ou falha do serviço público. 
O maior número de casos julgados pelos tribunais diz respeito à responsabilidade civil 
da administração quando o dano sofrido pelo particular (dano injusto) tem a sua causa 
exclusiva na culpa individuada do funcionário (ação ou omissão), na culpa anônima e na 
deficiência ou falha do serviço público (embora ocorrendo o dano por ocasião de 
acontecimentos naturais). 
32 – Dano resultante de força maior. 
 Há casos em que o dano resulta de força maior, de fatos inevitáveis da natureza, e não 
de qualquer atividade ou omissão do Poder Público, não se configurando a responsabilidade 
objetiva do Estado. 
A força maior é um elemento estranho à atividade exercida, e da qual decorre a 
obrigação que determina o dano, no caso fortuito é uma causa interna, inerente ao próprio 
serviço, à própria atividade, que ocasionou o dano. 
33 – culpa da vítima. 
A CF não adotou a teoria da responsabilidade objetiva sob a modalidade de risco 
integral, que obrigaria o Estado sempre a indenizar, sem qualquer excludente. A teoria do 
Igor Demétrio 
risco administrativo, embora dispense a prova da culpa da administração, permite-lhe 
demonstrar a culpa da vítima, para excluir ou atenuar a indenização. 
34 – atividade regular do Estado, mas causadora de dano. 
Há casos em que a atividade da administração é regular, mas, por causar dano, 
legitima a ação de ressarcimento contra o Estado. 
Requisitos: 
1 – dano; 
2 – da ação administrativa; 
3 – haja nexo causal entre o dano e a ação administrativa. 
35 – Responsabilidade do Estado por atos judiciais. 
Os atos derivados da função jurisdicional não empenham a responsabilidade do 
Estado, salvo as exceções expressamente estabelecidas em lei. 
Art. 37 § 6º CF. 
Art. 630 CPP. 
Verifica-se que as mais modernas tendências apontam no sentido da admissão da 
responsabilidade civil do Estado pelos danos experimentados por particulares, decorrentes do 
exercício da atividade judiciária. 
A responsabilidade do Estado em decorrência de erro judiciário é expressamente 
reconhecida no art. 5º LXXV da CF nestes termos: “O Estado indenizará o condenado por 
erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença”. 
Súmula 37 STJ. 
Art. 954 CC. 
Reconhecida a responsabilidade civil do Estado pelo erro judiciário, a indenização há 
de ser a mais completa possível. 
36 – Responsabilidade do Estado por atos legislativos. 
Igor Demétrio 
O Estado responde civilmente por danos causados aos particulares pelo desempenho 
inconstitucional da função de legislar. 
A Imunidade parlamentar prevista no art. 53 da CF alcança a responsabilidade civil 
decorrente dos atos praticados por parlamentares no exercício de suas funções. É necessário 
entretanto, analisar-se caso a caso as circunstâncias dos atos questionados para verificar a 
relação de pertinência com a atividade parlamentar. 
Responsabilidade pelo fato da coisa 
A teoria da responsabilidade na guarda da coisa consagra internamente o princípio da 
responsabilidade objetiva. 
Presume-se a responsabilidade do guarda ou dono da coisa pelos danos que ela venha 
a causar a terceiros. 
Não há, no Código Civil brasileiro, nenhum dispositivo que estabeleça, de forma 
genérica, a responsabilidade dos donos de objetos ou coisas que provoquem dano. Apenas os 
artigos 936, 937, 938 CC. 
38 – Privação da guarda e responsabilidade. 
Guardião da coisa é, ordinariamente, o seu proprietário. Ficando privado da guarda por 
furto e perdendo, pois, o seu controle, desaparece a sua responsabilidade, salvo se foi sua 
culpa essa privação. 
39 – Responsabilidade pela ruína do edifício. 
Art. 937 CC. 
Há uma presunção de responsabilidade do dono do edifício ou construção, quando a 
casa cai sobre as propriedades vizinhas ou sobre os transeuntes. Ressalva-se apenas a ação 
regressiva contra o construtor. 
Facilita-se a ação de reparação para a vítima, que só precisa provar o dano e a relação 
de causalidade. 
Deve-se assimilar ao edifício ou construção tudo que no edifício está incorporado em 
caráter permanente, como, por exemplo, os elevadores, escada rolante, a lei se refere tanto aos 
imóveis pela natureza como aos que são por destinação. 
Igor Demétrio 
40 – Responsabilidade resultante de coisas líquidas e sólidas que caírem em lugar 
indevido. 
Art. 938 CC. 
A responsabilidade, nesse caso, é puramente objetiva. Não se cogita da culpa. 
O art. 938 CC pode ser considerado como exemplo mais flagrante da prescrição de 
responsabilidade do guarda da coisa inanimada, em modo direto. 
Já se decidiu que a responsabilidade o que se refere o art. 938 CC é objetiva, recaindo 
sobre o habitante da casa e não sobre o proprietário que a aluga e reside em outro local. 
41 – Responsabilidade decorrente do exercício de atividade perigosa. 
A responsabilidade objetiva funda-se, efetivamente no princípio de equidade, existente 
desde o direito romano: aquele que lucrava com uma situação deve responder pelo risco ou 
pelas desvantagens dela resultantes. Quem aufere os cômodos(lucros) deve suportar os 
incômodos (riscos). 
Art. 927 CC. 
O Código Civil brasileiro acolheu a teoria do exercício da atividade perigosa e o 
princípio da responsabilidade independente de culpa nos casos em lei, a par da 
responsabilidade subjetiva que é a regra geral. 
Tem-se, o risco como fundamento de responsabilidade. 
Esse artigo (927 CC) afasta a possibilidade de o agente, mediante a inversão do ônus 
da prova, exonerar-se da responsabilidade de provar que adotou todas as medidas aptas a 
evitar o dano. 
Se a culpa for exclusiva da vítima ou de terceiro e a força maior, por romperem o nexo 
causal, afastam a responsabilidade do agente. 
42 – Responsabilidade em caso de arrendamento e de parceria rural. 
É de considerar solidariamente responsáveis, pelos danos causados às propriedades 
vizinhas, resultantes de queimadas, o arrendador e o arrendatário do imóvel em que o fogo 
Igor Demétrio 
teve início, ou o parceiro e o proprietário. Provando a negligência do arrendatário, contra ele 
terá o proprietário direito de regresso. 
43 – Responsabilidade das empresas locadoras de veículos. 
Súmula 492 STF. 
A empresa locadora de veículos responde, civil e solidariamente com o locatário, pelos 
danos por este causados a terceiro, no uso do carro locado. 
44 – Responsabilidade em caso de arrendamento mercantil (leasing). 
Leasing: é um contrato pelo qual uma empresa, desejando utilizar determinado 
equipamento ou um certo imóvel, consegue que uma instituição financeira adquira o referido 
bem, alugando-o ao interessado por prazo certo, admitindo-se que terminando o prazo 
locatício, o locatário passa optar entre a devolução do bem, a renovação da locação ou a 
compra pelo preço residual fixado no momento inicial do contrato. 
Não há solidariedade passiva entre arrendador e arrendatário e o STF proclamou que 
não se aplica a súmula 492 STF aos casos de leasing. 
STJ= A arrendadora não é responsável pelos danos provocados pelo arrendatário. 
45 – Responsabilidade em caso de alienação fiduciária. 
Alienação fiduciária: é o negócio jurídico pelo qual uma das partes adquire, em 
confiança, a propriedade de um bem, obrigando-se a devolvê-lo quando se verifique o 
acontecimento a que se tenha subordinado tal obrigação, ou lhe seja pedido a restituição. 
Há a inaplicabilidade da Súmula 492 do STF pois, a propriedade vai se transferindo ao 
fiduciante à medida que se efetiva a satisfação das prestações. 
O fiduciário não responde solidariamente com o fiduciante pelos danos causados por 
este. 
Responsabilidade pelo fato ou guarda de animais 
Art. 936 CC. 
A responsabilidade do dono do animal é presumida. Trata-se de presunção vencível, 
suscetível de prova em contrário (culpa da vítima ou força maior). 
Igor Demétrio 
Responde o dono do animal, objetivamente, pelos danos que este causar a terceiros, 
inclusive nas rodovias, também de forma objetiva, a concessionária ou permissionária 
encarregada da administração e fiscalização da rodovia, nos termos do art. 14 do CDC e do 
art. 37§6º CF, salvo se provar culpa exclusiva da vítima ou força maior. 
Art. 942 CC. 
A concessionária se condenada, terá ação regressiva contra o dono do animal, para 
cobrar deste sua quota-parte. 
Art. 936 CC. 
Aos donos ou detentores dos animais causadores de acidentes incumbe provar, se 
pretenderem exonerar-se de tal responsabilidade, que o acidente ocorreu por imprudência da 
vítima ou força maior. 
Responsabilidade Contratual 
A responsabilidade decorrente dos transportes 
A Constituição prevê a responsabilidade objetiva dos permissionários de serviço 
público por danos que causarem a terceiros, entendendo-se por esta expressão as que não têm 
com elas relação jurídica contratual, a sua aplicação está restrita aos casos de responsabilidade 
extracontratual, só podendo ser afastado e o transportador provar força maior ou culpa 
exclusiva da vítima, bem como fato exclusivo de terceiros. 
Art. 21 CDC. 
Art. 731 CC. 
Art. 732 CC. 
Art. 593 CC. 
Não há incompatibilidade entre o Código Civil e o CDC, visto que ambas adotam a 
responsabilidade objetiva do transportador, só elidível mediante a prova de culpa exclusiva da 
vítima, da força maior e do fato exclusivo de terceiro. 
Contrato de transporte 
Art. 730 CC. 
Igor Demétrio 
Trata-se de típico contrato de adesão, em que as partes não discutem amplamente as 
suas cláusulas, como no modelo tradicional. Quem toma um ônibus, ou qualquer outro meio 
de transporte, tacitamente celebra um contrato de adesão com a empresa transportadora. 
Art. 389 CC: inadimplemento contratual. 
Art. 733 CC. 
Transporte de pessoas 
A responsabilidade do transportador é objetiva. 
Decreto nº 2.681 07/12/1912. 
Art. 738 CC. 
Art. 945 CC. 
Verifica-se que a culpa concorrente da vítima constitui causa de redução do montante 
da indenização pleiteada, em proporção ao grau de culpa comprovado nos autos. 
Art. 734 CC. 
Embora não mencionados expressamente, devem ser admitidas também as excludentes 
da culpa exclusiva da vítima e do fato exclusivo de terceiro por extinguirem o nexo de 
causalidade. 
Tem-se decidido que o estouro dos pneus, a quebra da barra de direção e outros 
defeitos mecânicos em veículos não afastam a responsabilidade da conduta, porque 
previsíveis e ligados à máquina. 
Transporte terrestre 
Súmulas 187 e 161 do STF. 
Pode-se considerar, que o transportador assume uma obrigação de resultado; 
transportar o passageiro são e salvo e a mercadoria sem avarias ao seu destino. 
Incumbe-lhe o ônus de demonstrar que o evento danoso se verificou por força maior, 
culpa exclusiva da vítima ou ainda por fato exclusivo de terceiro. 
Denomina-se cláusula de incolumidade. 
Igor Demétrio 
Art. 735 CC. 
O citado dispositivo tem a mesma redação da súmula 187 do STF. 
O transporte aéreo 
O que se tem observado é que os tribunais, interpretando os mencionados dispositivos, 
têm atribuído responsabilidade objetiva ao transportador, não elidível nem pela força maior. 
Código Brasileiro de Aeronáutica (Lei nº 7.565/86 ). 
Segundo se tem entendido, o referido diploma legal “abraçou a teoria objetiva, visto 
que impôs responsabilidade ao transportador como decorrência do risco da sua atividade, 
somente podendo este exonerar-se nas hipóteses fechadas previstas na lei”. 
A presunção de responsabilidade só pode ser elidida se a morte ou lesão resultar, 
exclusivamente, do estado de saúde do passageiro, ou se o acidente decorrer de sua culpa 
exclusiva (Art. 256 §1º “a” CBC). 
É objetiva a responsabilidade do proprietário das aeronaves por danos causados a 
pessoas em terra por coisas que delas caírem, ou lançadas por necessidade de aliviar o peso. 
Mesmo em caos de força maior o proprietário é responsável e o cálculo da indenização está 
sujeito ao direito comum. 
Art. 737 CC. O transportador responde por atraso no transporte aéreo. 
Art. 739 CC. 
Art. 740 CC. 
Art. 741 CC. 
Art. 742 CC. 
O transporte de bagagem 
Art. 734 CC. 
O transporte de bagagem é acessório do contrato de transporte de pessoa. 
O valor declarado determinará o montante a ser pago. 
Igor Demétrio 
O Código de Defesa do Consumidor e sua repercussão na responsabilidade civil do 
transportador 
Partindo da premissa básica de que o consumidor é a parte vulnerável das relações de 
consumo, o Código pretende estabelecer o equilíbrio entre os protagonistas de tais relações. 
Art. 14 §3º CDC. 
O fato de o art. 14 §3º CDC não se referir ao caso fortuito e à força maior, ao arrolar 
as causas de isenção de responsabilidade do fornecedor de serviços não significa que o 
sistema por ele instituído não possam ser invocados.Transporte aéreo e indenização tarifada 
No sistema brasileiro do CDC sobre a responsabilidade do fornecedor, não existe 
limitação para a indenização, também denominada indenização tarifada. 
Não se pode mais cogitar de qualquer modalidade de indenização tarifada, nem 
mesmo em caso de acidente aéreo. 
Como não há limite para a responsabilidade civil do Estado (Art. 37 §6º CF), 
igualmente não há para os das concessionárias e permissionárias de serviço público, que 
emana da mesma fonte. 
O transporte de coisas 
Arts. 743 a 756 CC. 
O transporte gratuito 
Art. 392 CC. 
Art. 736 CC. 
O transporte gratuito, benéfico, aduz, não traz vantagens ao transportador. É a ele que 
o contrato não favorece. Portanto, só deve ser responsabilizado, em caso de acidente, por dolo 
ou culpa gravíssima, ficando exonerado de qualquer responsabilidade em caso de culpa leve 
ou levíssima. 
(A culpa grave ao dolo se equipara). 
Igor Demétrio 
Súmula 145 STJ. 
A tese da responsabilidade aquiliana é, portanto, a que melhor se ajusta ao chamado 
transporte benévolo ou de cortesia. 
Art. 736 CC. 
Percebe-se com a leitura do aludido dispositivo a adoção da responsabilidade 
extracontratual ou aquiliana no transporte puramente gratuito. 
A responsabilidade civil dos estabelecimentos bancários 
A responsabilidade pode ser contratual (na relação entre o banco e seus clientes) e 
aquiliana ( danos a terceiros não-clientes). 
Não havendo culpa de ninguém (caso do falsificador que obtém cheque avulso e o 
preenche na hora, com assinatura idêntica à do correntista), o banco deve responder 
civilmente e ressarcir o cliente, pois o dinheiro utilizado foi seu. 
Súmula nº 28 STF. 
1 – Quando o correntista não concorreu para o evento danoso, os prejuízos decorrentes 
do pagamento de cheques fraudados devem ser suportados pelo banco. 
2 – provado pelo banco a culpa do correntista na guarda do talonário, fica aquele 
isento de culpa. 
3 – em caso de culpa concorrente os prejuízos se repartem. 
4 – não provada a culpa do correntista, nem do banco, sobre este é que deve recair o 
prejuízo. 
No tocante aos cartões de créditos, os riscos do negócio ocorrem por conta do 
empreendedor e regulam-se pelo art. 14 §3º do CDC. Assim o furto, o roubo ou o seu extravio 
constituem riscos de responsabilidade do emissor, que só exonerará provando a culpa 
exclusiva do titular e usuário do cartão de crédito. 
Responsabilidade dos bancos pela subtração de bens depositados em seus cofres 
Não resta nenhuma dúvida que o banqueiro responde contratualmente perante os 
clientes pelas suas deficiências, inclusive em casos de subtração ilícita de objetos e valores 
Igor Demétrio 
depositados pelos clientes nos cofres que lhes são postos à disposição, tenha ou não havido 
violência. 
Identificado como obrigação de resultado, a instituição bancária somente pode ser 
excluída a responsabilidade por força maior. 
A responsabilidade dos bancos em face do Código de Defesa do Consumidor 
Em face do CDC, a responsabilidade dos bancos como prestadores de serviços é 
objetiva. 
Art. 14 CDC e art. 3º §2º CDC. 
Os bancos como prestadores de serviços especialmente contemplados no mencionado 
dispositivo estão submetidos às disposições do CDC. 
Súmula 297 do STJ. 
A responsabilidade dos médicos, cirurgiões plásticos e cirurgiões-dentistas 
É de natureza contratual a responsabilidade médica. 
A obrigação do médico é de meio e não de resultado. 
Art.. 951 CC. 
Sendo o médico, no entanto, prestador de serviços, a sua responsabilidade, embora 
subjetiva, está sujeita à disciplina do CDC que permite ao juiz inverter o ônus da prova em 
favor do consumidor Art. 6º VIII CDC. 
Responsabilidade pela perda de uma chance: consiste na interrupção, por um 
determinado fato antijurídico, de um processo que propiciaria a uma pessoa a possibilidade de 
vir a obter, no futuro, algo benéfico, e que, por isso, a oportunidade ficou irremediavelmente 
destruída. Frustra-se a chance de obter uma vantagem futura. 
Art. 15 CC. 
Permissão caso o paciente não puder exprimir sua vontade: Art. 4º da Lei nº 9.434/97. 
Igor Demétrio 
Se não houver tempo hábil para ouvir o paciente ou outra pessoa autorizada, terá o 
profissional a obrigação de realizar o tratamento, independente de autorização, eximindo-se 
de qualquer responsabilidade por não tê-la obtido. 
A responsabilidade dos cirurgiões plásticos 
A obrigação dos cirurgiões plásticos é de resultado. 
Da cirurgia malsucedida surge a obrigação indenizatória pelo resultado não alcançado. 
A indenização abrange, geralmente, todas as despesas efetuadas, danos morais em razão do 
prejuízo estético, bem como verba para tratamento e novas cirurgias. 
Exceção: no atendimento de pessoas deformadas ou queimadas em acidentes, ou no 
tratamento de varizes e de lesões congênitas ou adquiridas a obrigação é de meio. 
A indenização deve abranger tanto os danos materiais acarretados ao paciente como os 
danos morais decorrentes da frustação provocada e, muitas vezes, do agravamento da 
situação. 
A responsabilidade do anestesista 
A escolha do médico anestesista pelo Cirurgião-Chefe atribui a este a responsabilidade 
solidária pela culpa in eligendo, quando comprovado o erro médico pela imperícia daquele, 
pois, ao médico-chefe é a quem se presume a responsabilidade, em princípio, pelos danos 
ocorridos em cirurgia, eis que no comando dos trabalhos e sob suas ordens é que executam-se 
os atos necessários ao bom desempenho da intervenção. 
A responsabilidade dos hospitais e dos laboratórios 
Se o médico tem vínculo empregatício com o hospital, integrando a sua equipe 
médica, responde objetivamente a casa de saúde como prestadora de serviços (Art. 14 CDC), 
provada a culpa daquele. No entanto, se o profissional apenas utiliza o hospital para internar 
os seus pacientes particulares, responde exclusivamente pelos seus erros, afastada a 
responsabilidade do estabelecimento. 
Planos de saúde 
A empresa locadora direta de serviços médico-hospitalares, credenciando médicos e 
nosocômios para suprir as deficiências de seus próprios serviços, compartilha da 
Igor Demétrio 
responsabilidade civil dos profissionais e hospitais que seleciona. Na hipótese reconheceu-se 
a responsabilidade solidária da operadora de plano de saúde e do hospital credenciado. 
Súmula 302 STJ. 
A responsabilidade dos cirurgiões-dentistas 
No que tange aos cirurgiões-dentistas, embora em alguns caos se possas dizer que a 
sua obrigação é de meio, na maioria das vezes apresentam-se como obrigação de resultado. 
Responsabilidade civil dos advogados 
O mandato judicial impõe responsabilidade de natureza contratual do advogado 
perante seus clientes. 
A responsabilidade do advogado se assemelha à do médico, pois não assume ele a 
obrigação de sair vitorioso na causa. São obrigações de meio as decorrentes do exercício da 
advocacia e não de resultado. 
O advogado responde pelos erros de fato e de direito cometidos no desempenho do 
mandato. 
Se o advogado se associa a um colega de profissão, torna-se responsável perante o 
cliente pelos atos prejudiciais do colega. 
Não será, entretanto, qualquer erro que irá dar causa à responsabilidade civil do 
profissional, proporcionado a respectiva ação de ressarcimento. E só quando ele for 
inescusável, potente, demonstrado apenas de ignorância profunda é que terá justificativa a 
pedido de perdas e danos. 
Responsabilidade pela parda de uma chance 
Simboliza aqui a perda, pela parte, da oportunidade de obter, no judiciário, o 
reconhecimento e a satisfação íntegra ou completa de seus direitos por causa do retardamento 
na propositura de uma ação judicial.Conforme a melhor doutrina, a indenização da chance perdida será sempre inferior ao 
valor do resultado útil esperado. 
Igor Demétrio 
Mera possibilidade não é passível de indenização, pois a chance deve ser séria e real 
para ingressar no domínio do dano ressarcível. 
Art. 946 CC. 
Responsabilidade civil do fornecedor no Código de Defesa do Consumidor 
Os dois principais protagonistas do CDC são o consumidor e o fornecedor. 
Fornecedor: Art. 3º CDC. 
O conceito de fornecedor está, intimamente ligado à ideia de atividade empresarial. 
O CDC atento a esses novos rumos da responsabilidade civil, também consagrou a 
responsabilidade objetiva do fornecedor. 
No sistema brasileiro não existe limitação para a indenização, também denominada 
“indenização tarifada”. De modo que, havendo danos causados aos consumidores, o 
fornecedor deve indenizá-los em sua integralidade. Essa indenização derivada do fato do 
produto ou serviço não pode ser excluída contratualmente. 
Art. 51 CDC. 
Súmula 37 do STJ: “São cumuláveis as indenizações por dano material e dano moral 
oriundos do mesmo fato”. 
Duas são as espécies de responsabilidade civil reguladas pelo CDC: 1 – a 
responsabilidade pelo fato do produto e do serviço; 2 – a responsabilidade do vício do produto 
ou do serviço. 
As duas são de natureza objetiva a exceção feita aos profissionais liberais em que a 
responsabilidade é subjetiva (Art. 14 §4º CDC). 
1 – É derivada de danos do produto ou serviço, também chamados de acidente de 
consumo (extrínseco). 
2 – relativo ao vício do produto ou serviço (intrínseco). 
A responsabilidade principal é exclusiva do fabricante, produtor, construtor ou 
importador do produto, sendo que o comerciante somente responde, subsidiariamente quando 
os responsáveis principais não puderem ser identificados (Art. 13 CDC), 
Igor Demétrio 
Art. 26 CDC. 
Decadência para reclamação. 
As excludentes de responsabilidade civil 
O CDC prevê de forma taxativa as hipóteses de exclusão de responsabilidade do 
fabricante, produtor, consultor ou importador (Art. 12 §3º CDC). 
1 – que não colocou o produto no mercado. 
2 – que, embora haja colocado o produto no mercado, o defeito inexiste. 
3 – a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. 
A responsabilidade das empreiteiras e construtores 
Ao celebrar o contrato, o construtor assume uma obrigação de resultado, que só se 
exaure com a entrega da obra pronta e acabada a contento de quem a encomendou. 
Contrato de construção se divide em empreitada e a administração. 
Contrato de empreitada 
A obrigação que o empreiteiro de construções assume é uma obrigação de resultado. A 
lei considera duas espécies de empreitada: a de mão-de-obra em que o empreiteiro contribui 
apenas com o seu trabalho, e a de material, em que fornece também os materiais necessários à 
execução da obra. 
Art. 610 CC. 
Construção por administração 
Na construção por administração o construtor se responsabiliza unicamente pela 
execução técnica do projeto e é o proprietário quem custeia a obra, somente conhecendo o seu 
preço final. 
A responsabilidade do construtor 
Pode ser contratual ou extracontratual. 
Art. 389 e 402 CC. 
Igor Demétrio 
O construtor inadimplente somente se exonerará da responsabilidade contratual se 
provar que a inexecução total ou parcial da obra resultou de caso fortuito ou de força maior 
(Art. 393 CC). 
Responsabilidade pela perfeição da obra 
No que concerne à perfeição da obra, o Código Civil utiliza-se da teoria tradicional 
dos vícios redibitórios, possibilitando ao dono, no caso de defeito, enjeitar a coisa, redibindo 
o contrato com perdas e danos, ou recebê-lo, com abatimento do preço (Arts. 615 e 616 CC). 
Responsabilidade pela solidez e segurança da obra 
Art.. 618 CC. 
Responsabilidade de 5 anos do empreiteiro. 
A ação deve ser intentada no máximo 180 dias após o surgimento do defeito. 
Responsabilidade pelos vícios redibitórios 
Se os defeitos da construção são visíveis, cessa a responsabilidade do construtor com o 
recebimento da obra, sem reclamação (Art. 615 CC), se são ocultos, persiste a 
responsabilidade do construtor por um ano após a entre da obra (Art. 445 CC). 
Responsabilidade por danos a vizinhos e a terceiros 
A jurisprudência pátria tem reconhecido a responsabilidade solidária do construtor e 
do proprietário, admitindo, porém, a redução da indenização quando a obra prejudicada 
concorreu efetivamente para o dano, por insegurança ou ancianidade. 
O proprietário, porém, tem ação regressiva contra o construtor, se os danos decorreram 
de negligência, imprudência ou imperícia de sua parte. 
A responsabilidade solidária decorre da simples nocividade da obra, independente de 
culpa de qualquer deles. 
O contrato de construção como relação de consumo (CDC) 
A responsabilidade dos construtores em geral continua sendo objetiva, pelos danos 
causados ao consumidor, tanto pelo fato do produto ou do serviço como pelo vício do produto 
ou do serviço nos termos dos art. 12, 14, 18 e 20 CDC. 
Igor Demétrio 
A responsabilidade dos depositários e encarregados da guarda e vigilância dos 
veículos (estacionamentos, supermercados, restaurantes, shopping centers e etc.) 
O dono do estacionamento que explora a guarda de veículos mediante paga dos 
usuários responde como depositário. 
Art. 650 CC. 
O fato inevitável exclui a responsabilidade do depositário. 
Quanto aos postos de gasolina, são eles responsáveis pelos danos que os veículos 
sofrerem enquanto estiverem sob sua guarda, para fins de lavagem, lubrificação e outros 
serviços. 
A responsabilidade das empresas em geral por furto. 
Súmula 130 STJ. 
A empresa que explora hotel é responsável pela indenização de furto de automóvel, 
verificado em estacionamento que mantém, ainda que não cobre por este serviço destinado a 
atrair clientela, por fato ao seu dever de vigilância. 
A responsabilidade das escolas e universidades 
Nesses casos não se caracteriza depósito porque as chaves do veículo permanecem em 
poder do proprietário e não se dá a emissão de ticket comprovando a entrega do veículo à 
guarda do estabelecimento. 
Acidente do trabalho e responsabilidade civil 
No seguro contra acidentes do trabalho a responsabilidade é objetiva, sendo suficiente 
apenas a ocorrência do acidente para exsurgir ao acidentado o direito de socorrer-se da 
legislação acidentária, cabendo ao órgão securitário a obrigação de indenizar a incapacidade 
para o trabalho. 
Art. 7º XXVIII CF. 
A responsabilidade é subjetiva que condiciona o pagamento da indenização à prova de 
culpa ou dolo do empregador, enquanto a indenização acidentária e securitária é objetiva. 
A responsabilidade dos tabeliães 
Igor Demétrio 
Os notários, tabeliães e escreventes de notas assumem obrigação de resultado perante 
as pessoas que contratam o exato exercício de suas funções, tendo responsabilidade civil 
contratual se não as cumprir. 
Art. 263 CF. 
Responsabilidade objetiva do Estado e subjetiva do tabelião 
O Estado responde pelos atos praticados pelos seus prepostos ainda que erigidos 
através da função delegada, que na realidade é uma longa manus do poder estatal, tendo 
direito de regresso no caso de culpa ou dolo dos lesionados do direito, conforme, aliás, prevê 
o art. 37 §6º CF. 
O tabelião é civilmente responsável por ato de seu escrevente e tem direito de regresso 
contra seu preposto ou auxiliar. 
Da culpa 
Art. 186 CC. 
Agir com culpa significa atuar o agente em temos de, pessoalmente, merecer a censura 
ou reprovação do direito. 
E o agente só pode ser pessoalmente censurado, ou reprovado na sua conduta, quando, 
em face das circunstânciasconcretas da situação, caiba a afirmação que ele podia e deveria ter 
agido de outro modo. 
Para obter a reparação do dano, a vítima geralmente tem de provar dolo ou culpa 
stricto sensu do agente, segundo a teoria subjetiva adotada em nosso diploma civil. 
Alguns casos objetiva (Art. 927 CC). 
O Dolo consiste na vontade de cometer uma violação de direito e a culpa na falta de 
diligência. 
Tanto no dolo e na culpa há conduta voluntária. 
Só se pode cogitar de culpa quando o evento é previsível. Se, ao contrário, é 
imprevisível, não há cogitar de culpa. 
A culpa stricto sensu ou aquiliana abrange a imprudência, a negligência e a imperícia. 
Igor Demétrio 
Imprudência: é a precipitação ou o ato de proceder sem cautela. 
Negligência: é a inobservância de normas que nos ordenam agir com atenção, 
capacidade, solicitude e discernimento. 
Imperícia: é a falta de habilidade ou inaptidão para praticar certo ato. 
Espécies 
Culpa grave: consiste em não prever o que todos preveem, omitir os cuidados mais 
elementares ou descuidar da diligência mais evidente (Equipara-se ao dolo). 
Culpa leve: quando a falta puder ser evitada com atenção ordinária. 
Culpa levíssima: É a falta só evitável com atenção extraordinária, com extremada 
cautela. 
Art. 944 CC. 
O Código Civil não faz nenhuma distinção entre dolo e culpa, nem entre os graus de 
culpa, para fins de reparação de dano. 
Culpa contratual: se o dever violado se fundar em uma relação jurídica obrigacional 
(Art. 389 CC). 
Culpa extracontratual: Se o dever violado for genérico (Art. 186 CC). 
Culpa in eligendo: decorre da má escolha do representante ou preposto. 
Culpa in vigilando: é a que resulta da ausência de fiscalização sobre pessoa que se 
encontra sob a responsabilidade ou guarda do agente. 
Culpa in custodiendo: É a que decorre da falta de cuidados na guarda de algum animal 
ou objeto. 
Culpa in committendo: resulta de uma ação, de um ato positivo. 
Culpa in ommittendo: decorre de uma omissão. 
Culpa presumida: Exemplos: Art. 936 e 937 CC. 
Culpa exclusiva e culpa concorrente 
Igor Demétrio 
Quando o evento danoso acontece por culpa exclusiva da vítima, desaparece a 
responsabilidade do agente. 
Quando a culpa da vítima é apenas parcial ou concorrente com a do agente causador 
do dano, ambos contribuem, ao mesmo tempo, para a produção de um mesmo fato danoso. 
Art. 945 CC. 
A culpa no cível e no criminal 
A jurisdição, como função soberana atribuída ao judiciário, é uma só. 
Art. 935 CC. 
Independência relativa da responsabilidade civil e da criminal. 
Art. 91 I CP e Art. 63 CPP. 
Se a infração penal houver acarretado dano, a sentença condenatória terá também o 
efeito de tonar certa a obrigação de indenizar. 
Relação de causalidade 
Um dos pressupostos da responsabilidade civil é a existência de um nexo causal entre 
o fato ilícito e o dano produzido. 
Art. 186 CC. 
Pesquisa do nexo causal 
Teoria da equivalência das condições: toda e qualquer circunstância que haja 
concorrido para produzir o dano é considerada como causa. A sua equivalência resulta de que, 
suprimida uma delas, o dano não se verificaria. 
Teoria da causalidade adequada: somente considera como causadora do dano a 
condição por si só apta a produzi-lo. 
Teoria dos chamados danos diretos e imediatos: É o meio-termo das duas anteriores. É 
indenizável todo dano que se filia a uma causa desde que esta seja necessária, por não existir 
outra que explique o mesmo dano. Cada agente responde somente pelos danos que resultavam 
direta e imediatamente de sua conduta. O Código Civil adotou essa teoria. 
Igor Demétrio 
Art. 403 CC. 
A negação do liame da causalidade: as excludentes da responsabilidade. 
Excludentes: estado de necessidade, legítima defesa, a culpa da vítima, o fato de 
terceiro, o caso fortuito ou força maior e a cláusula de não indenizar. 
Do Dano 
Dano: é a lesão do patrimônio. O patrimônio é o conjunto das relações jurídicas de 
uma pessoa, apreciáveis em dinheiro. 
Indenizar significa reparar o dano causado à vítima, integralmente. 
Nenhuma indenização será devida se o dano não for “atual” e “certo”. 
Atual: é o dano que já existe. 
Certo: fundado sobre um fato previsto e não sobre hipótese. 
Espécies de dano 
Danos patrimoniais (materiais): é o dano que afeta somente o patrimônio do ofendido. 
Danos extrapatrimoniais (morais) é o que só ofende o devedor como ser humano, não 
lhe atingindo o patrimônio. 
Dano direto. 
Dano Indireto (ou reflexo): dano em ricochete e se configura quando uma pessoa sofre 
o reflexo de um dano causado a outrem. 
Dano material 
Compete à vítima da lesão pessoal ou patrimonial o direito de pleitear a indenização. 
Art. 943 CC. 
Art. 948 CC. 
Benefícios da pensão são apenas aqueles que viriam sob dependência econômica da 
vítima. Em relação ao cônjuge e aos filhos menores, tem-se decidido que a dependência 
econômica é presumida. 
Igor Demétrio 
Tem sido admitido, atualmente, o direito da companheira de receber indenização ( Art. 
226 §3º CF e Art. 1723 CC). 
A companheira tem o seu direito à pensão condicionado a não-constituição de nova 
união familiar, legítima ou estável (de fato). 
Perdas e danos: o dano emergente e o lucro cessante 
Art. 402 CC. 
Dano emergente: É o efetivo prejuízo. 
Lucro cessante: é a frustação da expectativa de lucro. 
Pode haver a cumulação da pensão indenizatória com a de natureza previdenciária, 
porém deve haver a dedução do seguro obrigatório. 
Súmula 246 STJ. 
Art. 389 CC. 
Art. 398 CC. 
Art. 395 CC. 
É fora de dúvida que, nas indenizações por ato ilícito, as verbas devem ser corrigidas 
monetariamente. Deve ser tomado por base, para a estimativa do prejuízo, o dia em que ele se 
deu. Em seguida proceder-se à correção monetária. 
Súmula 43 STJ. 
Súmula 490 STF. 
Prisão civil do devedor 
Natureza da obrigação alimentar 
Não se pode decretar a prisão civil do devedor que frustrara o pagamento das pensões 
mensais decorrentes de ação de responsabilidade “ex delicto”. 
Incidência de juros 
Igor Demétrio 
Para que a reparação do dano seja completa, a indenização, além de sujeito à correção 
monetária, deve ser acrescida dos juros. 
Juros simples: calculados sobre o capital inicial. 
Juros compostos: são capitalizados ano a ano, isto é, constituem juros sobre juros. 
Súmula 54 STJ: Responsabilidade extracontratual. 
Art. 405 CC: Responsabilidade contratual. 
Dano moral 
É a lesão de bem que integra os direitos da personalidade, como a honra, a dignidade, 
a intimidade, a imagem. 
Dano moral direto: consiste na lesão a um interesse que visa a satisfação ou gozo de 
um bem jurídico extrapatrimonial contido nos direitos da personalidade ou nos atributos da 
pessoa. 
Dano moral indireto: consiste na lesão a um interesse tendente à satisfação ou gozo de 
bens jurídicos patrimoniais que produz um menoscabo a um bem extrapatrimonial. 
Somente o dano moral razoavelmente grave deve ser indenizado. 
Pode-se afirmar que, além do próprio ofendido, poderão reclamar a reparação do dano 
moral, dentre outros, seus herdeiros, seu cônjuge ou companheira e os membros de sua 
família ele ligados afetivamente. 
O reconhecimento do dano moral por lesão ou ofensiva às pessoas incapazes deve ser 
feito caso a caso, seguindo as circunstâncias e as condições da pessoa objeto da ofensa, não 
havendo como estabelecer, previamente, critérios padronizados ou fixar posição única. 
O Direito de ação por dano moral é de natureza patrimonial e, como tal, transmite-se 
aos sucessores da vítima. 
Pessoa Jurídica 
Súmula 227 STJ. 
Igor Demétrio 
Só pode sofrer danomoral objetivo e não subjetivo, pois, não possui capacidade 
afetiva. 
Características dos direitos da personalidade 
Malgrado os direitos da personalidade, em si, sejam personalíssimos e, portanto 
intransmissíveis a pretensão ou direito de exigir a sua separação pecuniária, em caso de 
ofensa, transmite-se aos sucessores (Art. 943 CC). E embora sejam imprescritíveis, a 
pretensão à sua reparação está sujeito aos prazos prescricionais estabelecidos em lei. 
A prova do dano moral 
O dano moral, salvo em caos especiais como o de inadimplemento contratual, por 
exemplo, em que se faz mister a prova da perturbação da esfera anímica do lesado, dispensa 
prova em concreto, pois se passa no interior da personalidade e existe in re ipsa. 
A indenização por dano moral representa uma compensação, ainda que pequena, pela 
tristeza infligida injustamente a outrem. 
Súmula 491 STF. 
Se o menor não trabalhava nem havia tido empregos anteriormente, em princípio os 
seus pais não fazem jus ao pensionamento decorrente de danos materiais, mas tão-somente 
aos morais. 
Súmula 37 STJ: “São cumuláveis as indenizações por dano material e dano moral 
oriundos do mesmo fato”. 
Natureza jurídica da reparação 
Tem prevalecido o entendimento de que a reparação pecuniária do dano moral tem 
duplo caráter: compensatório para a vítima e punitivo para o ofensor. 
O ressarcimento do dano material ou patrimonial tem, igualmente, natureza 
sancionatória indireta, servido para desestimular o ofensor à repetição do ato, sabendo que 
terá de responder pelos prejuízos que causar a terceiros. 
A quantificação do dano moral 
Dano material é quantificado pelos danos emergentes e lucros cessantes. 
Igor Demétrio 
Dano moral é apenas compensatórios. 
Não tem aplicação, em nosso, país o critério da tarifação, pelo qual o quantum das 
indenizações é prefixado. 
Art. 946 CC. 
O quanto indenizatório não pode ir além da extensão do dano. Esse critério aplica-se 
também ao arbitramento do dano moral. Se este é moderado, a indenização não pode ser 
elevada apenas para punir o lesante. 
Na quantificação do dano moral, o arbitramento deverá, portanto, ser feito com bom 
senso e moderação, proporcionalmente ao grau de culpa, à gravidade da ofensa, ao nível 
socioeconômico do lesante, à realidade da vida e às particularidades do caso sub examine. 
Fixação do “quantum” do dano moral vinculada ao salário mínimo 
Súmula 490 STF. 
Se a indenização for fixada, realmente em uma quantidade de salários mínimos, deve o 
magistrado dizer a quantos reais corresponde o referido montante, na data da sentença, para 
que, sobre o valor convertido em reais, recaia a correção monetária legal. 
Dano moral e culpa contratual 
O inadimplemento do contrato, por si só, pode acarretar danos materiais e indenização 
por perdas e danos, mas, em regra, não dá margem ao dano moral, que pressupõe ofensa 
anormal à personalidade. Embora a inobservância das cláusulas por uma das partes possa 
trazer desconformidade ao outro contratante, trata-se, em princípio, do desconforto a que 
todos podem estar sujeitos, pela própria vida em sociedade. 
Dano moral no direito do trabalho 
O empregador responder pela indenização do dano moral causado ao empregado, 
porquanto a honra e a imagem de qualquer pessoa são invioláveis (Art. 5º X CF). 
Art. 114, VI, CF. 
Competência da Justiça do Trabalho. 
Da liquidação do dano 
Igor Demétrio 
O grau de culpa e sua influência na fixação da indenização 
A indenização, visando, tanto quanto possível, recobrar a vítima na situação anterior, 
deve abranger todo o prejuízo sofrido efetivamente e também os lucros cessantes. Não terá 
nenhuma influência na apuração do montante dos prejuízos o grau de culpa do agente. Ainda 
que sua culpa seja levíssima, deverá arcar com o prejuízo causado á vítima em toda a sua 
extensão. 
Art. 944 CC. 
Decisão por equidade, em caso de culpa leve ou levíssima 
Fora dos casos expressamente previstos, o juiz não pode julgar por equidade. 
Art. 944, parágrafo único CC. 
Poderá o juiz fixar a indenização que julgar adequada ao caso concreto, levando em 
conta, se necessário, a situação econômica do ofensor, o grau de culpa, a existência ou não de 
seguro e outras circunstâncias. 
Culpa exclusiva da vítima 
Se o evento danoso acontece por culpa exclusiva da vítima, desaparece a 
responsabilidade do agente. 
Culpa concorrente 
Art. 945 CC. 
Fala-se em culpa concorrente quando, paralelamente à conduta do agente causador do 
dano, há também conduta culposa da vítima de modo que o evento danoso decorre do 
comportamento culposo de ambos. 
Liquidação por arbitramento 
Na liquidação apura-se o quantum da indenização. 
Na reparação do dano, procura-se saber exatamente qual foi a sua extensão e sua 
proporção. Na liquidação, busca-se fixar concretamente o montante dos elementos apurados 
naquela primeira fase. A primeira é o objeto da ação, a segunda, da execução, de modo que 
esta permanece submetida à primeira pelo princípio da res judicata. 
Igor Demétrio 
Art. 946 CC. 
A liquidação por arbitramento é realizada em regra, por um perito, nomeado pelo juiz. 
Liquidação por artigos 
A liquidação processar-se-á por artigos quando houver necessidade a alegar e provar 
fato novo, para apurar o valor da condenação. 
Modos de reparação do dano 
1 – a reparação específica: ocorre a entrega da própria coisa ou de objeto da mesma 
espécie em substituição aquele que se deteriorou ou pereceu, de modo a restaurar a situação 
alterada pelo dano. 
2 – a reparação por equivalente em dinheiro: como na maioria dos caos se torna 
impossível devolver a vítima ao estado em que se encontrava anteriormente, busca-se uma 
compensação em forma de pagamento de uma indenização monetária (Art. 947 CC). 
A liquidação do dano em face do direito positivo, da doutrina e da jurisprudência 
1 – indenização em caso de homicídio: 
Art. 948 CC. 
Súmula nº 490 e 491 (morte do filho menor) STF. 
 Qualquer outro prejuízo não expressamente mencionado, mas que tenha sido 
demonstrado, será indenizado. 
A expressão alimentos, a que se refere o artigo 948 CC, é indicação subsidiária, 
porque a indenização, em caso de morte, não se concede, somente como pensão alimentar. 
Morte do filho menor 
A indenização por dano material, paga sob a forma de pensão, em caso de falecimento 
de filho, deve ser integral até os 25 anos de idade da vítima, e reduzida à metade até os 65 
anos. A redução da pensão, paga aos pais das vítimas, pela metade, deve-se ao fato de as 
pessoas normalmente mudarem de estado civil por volta dos 25 anos e assumem, assim, novos 
encargos. 
Igor Demétrio 
Morte de chefe de família 
Art. 948 II CC. 
Quando morre o chefe de família, o autor do homicídio deve pagar, às pessoas que 
eram sustentadas pelo defunto, uma pensão, até a idade em que o falecido provavelmente 
viveria. 
Se a ação é proposta pelos filhos, a filiação tem de estar provada. Se o filho já é 
emancipado pelo casamento, não pode pedir indenização. A pensão devida à viúva será por 
enquanto ela estiver no estado de viuvez. 
E aos filhos menores, até atingir 25 anos de idade. (Cessando antes, se se casarem, e 
sendo reduzida pela metade após essa data). 
Cálculo da indenização 
A indenização sob a forma de pensão é calculada com base na renda auferida pela 
vítima, descartando-se sempre 1/3, porque se ela estivesse viva estaria despendendo pelo 
menos 1/3 de seus ganhos em sua própria manutenção. 
Súmula 490 STF. 
O limite provável de vida do brasileiro admitido na jurisprudência é o de 65 anos 
idade. Entretanto, se a vítima tinha idade superior, aceita-se como razoável umsobrevida de 
cinco anos. 
Indenização em caso de lesão corporal 
1 – Lesão corporal de natureza leve: 
Art. 949 CC. 
Na hipótese de terem sido causados lesões corporais transitórias, que não deixam 
marcas, serão pagas pelo agente causador do dano as despesas do tratamento. Incluem-se 
nestas as despesas hospitalares, médicas etc. 
2 – Lesão corporal de natureza grave: 
Art. 949 CC. 
Igor Demétrio 
3 – Dano estético: 
Para que se caracterize a deformidade, é preciso que haja o dano estético. 
O que se indeniza, nesse caso é a tristeza, o vexame, a humilhação, ou seja o dano 
moral decorrente da deformidade física. Não se trata pois de uma terceira espécie de dano, ao 
lado do material e do moral, mas apenas de um aspecto deste. 
Inabilitação para o trabalho 
A indenização devida 
Art. 950 CC. 
A inabilitação refere-se à profissão exercida pela vítima e não a qualquer atividade 
remunerada. 
O grau de incapacidade é apurada mediante perícia médica. 
A situação dos aposentados e idosos que não exercem atividade laborativa. 
Art. 940 CC. 
Se a vítima antes do sinistro não exercia atividade laborativa por problemas de saúde 
ou ancianidade não há de se falar em pensão, se a vítima se encontrava aposentada, mas 
exercia outras atividades, seja no lar, seja em serviços suplementares, que possam a ser 
executados por terceiros, o prejuízo neste caso é evidente e, portanto, indenizável. 
Art. 950 CC. 
Segundo STF a pensão é mensal e vitalícia, não devendo ser limitado ao tempo 
provável da vida da vítima. 
Homicídio e lesão corporal provocados no exercício de atividade profissional 
Art. 951 CC. 
O dispositivo aplica-se especialmente aos farmacêuticos e profissionais da medicina 
em geral que, no exercício de atividade profissional, venha a causar, culposamente, a morte 
do paciente ou lesão corporal de natureza grave. 
A responsabilidade subjetiva dos profissionais liberais 
Igor Demétrio 
Como prestador de serviços, o farmacêutico tem, por ato próprio, responsabilidade 
subjetiva fundada no art. 14§4º CDC, desde que atue na qualidade de profissional liberal. 
Se fornecedor responsabilidade objetiva Art. 12 CDC. 
Indenização em caso de usurpação ou esbulho de coisa alheia: O valor de aferição 
Art. 952 CC. 
Dá-se o esbulho possessório quando alguém é desgarrado de alguma coisa, móvel ou 
imóvel por meios violentos ou clandestinos. 
O parágrafo único do mencionado art. 9582 CC estabelece um caso de indenização por 
dano moral. Então além do preço equivalente ao da coisa desapropriada, o dono receberá 
também o de aferição, que não poderá ser superior ao preço real. 
Indenização por ofensa à liberdade pessoal 
Art. 954 CC. 
A enumeração feita no art. 954 CC é meramente exemplificativa, e não taxativa, 
aplicando-se, portanto, a outros caos de ofensa a liberdade pessoal. 
Há dupla reparação: do dano material e moral. 
Art. 630 CPP. 
Art. 5º LXXV CF. 
A indenização deve ser a mais completa possível, abrangendo os danos materiais e 
morais. 
Os meios de defesa ou as excludentes da ilicitude 
1 – Estado de necessidade. 
Art. 188 II, 929 e 930 CC. 
Embora a lei declare que o ato praticado em estado de necessidade não é ato ilícito, 
nem por isso libera quem o pratica de reparar o prejuízo que causou. 
Igor Demétrio 
2 – A legítima defesa, o exercício regular de um direito e o estrito cumprimento de um 
dever legal. 
Art. 188 I CC. 
Embora quem pratique o ato danoso em estado de necessidade seja obrigado a reparar 
o dano causado, o mesmo não acontece com aquele que o pratica em legítima defesa, no 
exercício regular de um direito e no estrito cumprimento do dever legal (há exceções). 
Entretanto, se por engano ou erro de pontaria, terceira pessoa foi atingida (ou alguma 
coisa de valor) neste caso deve o agente reparar o dano Art. 930 CC. 
A legítima defesa, que exclui a responsabilidade civil do agente, é a real ( a putativa 
não) e desde que o lesado seja o próprio injusto agressor. Se terceiro é prejudicado, por erro 
de pontaria, subsiste a obrigação de indenizar. 
3 – Culpa exclusiva da vítima. 
Quando o evento danoso acontece por culpa exclusiva da vítima, desaparece a 
responsabilidade do agente. 
Art. 945 CC. 
Impõe-se a condenação do causador do acidente, atendendo-se à gravidade de sua 
falta, e, havendo culpa recíproca, deve a condenação ser proporcional, usando-se as frações na 
fixação da indenização. 
O fato de terceiro 
Art. 929 e 930 CC. 
O autor do dano responde pelos prejuízos que causou, mas tem ação regressiva contra 
terceiro. 
O fato de terceiro e a responsabilidade contratual do transportador 
Súmula 187 STF. 
Art. 735 CC. 
Igor Demétrio 
O transportador deve indenizar o passageiro e depois mover ação regressiva contra 
terceiro. 
Há casos que o fato de terceiro se equipara a caso fortuito e exime a responsabilidade 
do transportador. 
O fato de terceiro em casos de responsabilidade aquiliana 
O causador do dano só eximirá da obrigação de indenizar se sua ação for equiparável 
ao fortuito. Quando essa situação está bem caracterizada, a ação deve ser proposta unicamente 
contra o terceiro, o verdadeiro e único causador do evento. 
5 – Caso fortuito e força maior 
Art. 393 CC. 
Caso fortuito: geralmente decorre de fato ou ato alheio à vontade das partes. 
Força maior: É a derivada de acontecimentos naturais. 
Fortuito interno: ligado à pessoa. 
Fortuito externo: ligado à natureza. 
Somente o fortuito externo, isto é, a causa ligada à natureza, exclui a responsabilidade, 
por ser imprevisível, o fortuito interno não. 
Cláusula de responsabilidade ou de não indenizar 
Cláusula de não indenizar é o acordo de vontades que objetiva afastar as 
consequências da inexecução ou da execução inadequada do contrato. 
Nosso Direito não simpatiza com a cláusula de não indenizar. 
Súmula 161 STF. 
Art. 734 CC. 
O CDC também não admite cláusula de não indenizar. 
A validade da cláusula de não indenizar deverá seguir algum requisitos (em 
determinados contratos): 
Igor Demétrio 
1 – Bilateralidade de consentimento; 
2 – não-colisão com preceito de ordem pública; 
3 – igualdade de posição das partes: tal requisito impede a sua inserção nos contratos 
de adesão; 
4 – Inexistência do escopo de eximir o dolo ou a culpa grave do estipulante; 
5 – Ausência da intenção de afastar obrigação inexistente a função. 
Prescrição 
Art. 206, §3º V CC. 
Prescreve: em três anos a pretensão de reparação civil. 
Art. 27 CDC. 
A pretensão à reparação pelos danos causados por fato do produto ou do serviço 
prescreve em 5 anos, iniciando-se a contagem do prazo a partir do conhecimento do dano e de 
sua autoria. 
Responsabilidade civil automobilística 
Da culpa ao risco. 
Sempre que as peculiaridades do fato, por sua normalidade, probabilidade e 
verossimilhança, façam presumir a culpa do réu, a este compete provar sua inocência. 
Pela teoria do risco não há falar-se em culpa, basta a prova da relação de causalidade 
entre a conduta e o dano. 
 Na teoria do risco se subsume a ideia do exercício de atividade perigosa como 
fundamento da responsabilidade civil. 
Art. 927 CC. 
O fato de um carro estar irregularmente estacionado em local proibido não isenta de 
culpa o motorista do veículo que com ele colidiu. 
Igor Demétrio 
O CDC se aplica aos fornecedores de serviços de transporte em geral e estabelece 
responsabilidade objetiva. 
Ação de reparação de danos 
O fundamento, o pressuposto básico da responsabilidade civil, em acidentes de 
veículos, é a culpa. 
Foro competente 
Art. 53 V CPC. 
Foro do domicílio do autor ou do local do fato.

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