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A axiologia, o princípio de igualdade e a previsão constitucional de igualdade entre homens e mulheres

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A axiologia, o princípio de igualdade e a previsão constitucional de igualdade entre homens e mulheres
A igualdade formal e a igualdade material segundo o Estado legal e os costumes. O direito constitucional brasileiro no seu rol de garantias fundamentais ou princípios, trás o princípio da isonomia com duas vertentes: a igualdade formal e a igualdade material.
A igualdade formal é a "igualdade perante a lei, sem distinção de qualquer natureza" (CF/88, art. 5º); consideração de que a lei geral e abstrata não pode discriminar. É uma norma de proibição. O legislador constituinte fez ainda questão de destacar: "homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações" (Idem, inc. I).
Isto é, a igualdade formal é mecanismo insuficiente para se objetivar uma igualdade no plano concreto, isto porque, a ausência de condições, acaba por aumentar a desigualdade social, sendo sanável somente através da garantia do Estado no fornecimento de uma igualdade material.
(...) encontra-se diretamente ancorado na dignidade da pessoa humana, não sendo por outro motivo que a Declaração Universal da ONU consagrou que todos os seres humanos são iguais em dignidade e direitos. Assim, constitui pressuposto essencial para o respeito da dignidade da pessoa humana a garantia da isonomia de todos os seres humanos, que, portanto, não pode ser submetidos a tratamento discriminatório e arbitrário, razão pela qual não pode ser toleradas a escravidão, a discriminação racial, perseguições por motivo de religião, sexo, enfim, toa e qualquer ofensa ao princípio isonômico na sua dupla dimensão formal e material. 
A igualdade material cuja finalidade seria a equiparação dos cidadãos em todos os contextos sociais e jurídicos, ou seja, o de tratamento equânime e uniformizado a todas as pessoas, bem mais, a sua equiparação em possibilidades e oportunidades.
A formalização ainda que humanitária idealista, e desejável da igualdade, na verdade não se “materializou” em nenhuma sociedade humana. No Brasil, se verificarmos a realidade dos fatos, concluiremos a exacerbada concretude da desigualdade material.
Desta forma, não só os iguais se identificam igualmente, os desiguais se tornam efetivamente iguais na medida de suas desigualdades, princípio que assegura aos menos favorecidos, equidade nas diferenças sociais. Como destaque para o principio de igualdade para os desiguais, temos a garantia às mulheres de um tempo menor de aposentadoria comparado aos homens, de cinco anos menos (CF/88, art. 40, inc. III, "a" e "b"); por exemplo.
Muito embora o art. 5º da nossa CF/88 diga que: "Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à igualdade, a segurança e a propriedade, (...)".
O princípio da igualdade é um dos temas de maior complexidade da humanidade, além-um dos que mais de discute, tanto sob os aspectos político, filosófico, econômico, social e jurídico.
Em toda sociedade, a igualdade é objeto de reflexão, perquirições e debate. O foco é sempre de uma busca da isonomia ou redução das desigualdades sociais.
A revolução Francesa dentre outras, se buscava a igualdade e naquele momento a tomada da Bastilha significou esse momento, pois a Bastilha significava a opressão do Absolutismo, nascendo ali importante normatização da liberdade em forma escrita e ou jurídica, e assistimos a uma evolução perceptível e dogmática do princípio da igualdade, o qual se desenvolveu sob três concepções distintas, já discutidas anteriormente em linhas acima, a saber, sobre o princípio da igualdade perante a lei, este com significado meramente formal, o princípio da igualdade perante a lei, sob uma concepção material, e, princípio da igualdade enquanto projeto real visando à obtenção da igualdade de oportunidades como concretização da ideia de justiça social.
Este princípio não pode ser objeto apenas de uma análise científica, ou ser discutido como assunto acadêmico fora do campo Sociológico, por ser um dos de mais difícil tratamento jurídico. “Isto em razão do entrelaçamento existente nos ingredientes de direito e elementos metajurídicos”. (BASTOS, 1995, p.164).
Inicialmente tratado no campo do Direito natural, veio posteriormente a ser inserido no âmbito das normas do Direito positivo, agora como instrumento de regulação da sociedade e das relações entre seus membros.
Assim, para compreendê-lo quanto à amplitude de sua importância e de sua eterna atualidade, faz-se necessário proceder a análise de seus elementos conceituais antes sob o ângulo filosófico.
Uma analise possível, e plausível para sintetizar a questão filosófica, sob a vida de Cristo e a de Aristóteles, a saber. 
A igualdade e a fraternidade que o cristianismo proclamou, asseguravam a todos os homens os mesmos direitos.
Aristóteles na sua concepção de Estado exigia que, em nome da justiça, todos fossem tratados com igualdade e, que os indivíduos não se lesassem mutuamente em seus direitos. Para ele, todavia, “se as pessoas não são iguais não receberão coisas iguais”.
Para Rousseau, por natureza, existiam desigualdades, mas pela convenção do contrato social todos se tornavam perfeitamente iguais.
No Japão antigo época em que o Xogum era a Lei suprema, o costume era o principio de honra o “giri”, que era fielmente observado e seguido, no Brasil é lembradp pelo negócio feito pelo “fio do bigode”, semelhantes conceitos, mas com complexidades peculiares de entendimento.
A primeira Declaração dos Direitos do Homem – passo decisivo na história da humanidade recebeu a influência de Pufendorf e Locke, sendo este último conhecido como pai espiritual da Declaração de Virgínia.
Quanto à ideia de igualdade sob a ótica jurídica destacam-se os movimentos constitucionalistas do século XVIII e revolucionário do século XIX, marcos importante no surgimento das Declarações de Direitos.
A primeira delas, a Declaração de Direitos de Virgínia, de 12 de junho de 1776, foi à precursora das modernas Declarações de Direitos. Ressalte-se, inclusive, que muitas frases dessa Declaração parecem reprodução das ideias de Locke.
Esta Declaração não obteve a repercussão alcançada pela Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão da França de 1789, ainda que já tivesse em seu art.1º consignado que “todos os seres humanos são, pela sua natureza, igualmente livres e independentes, e possuem certos direitos inatos,...”, e em outros de seus artigos tratasse também de matéria correlata a igualdade tais como, sobre a abolição de privilégios ou, ainda, sobre matéria de ordem política.
Ainda que a própria Declaração de Independência dos Estados Unidos, de 7 de julho de 1776, tivesse reconhecido como verdades que “todos os homens são criaturas iguais, dotadas pelo seu Criador de certos direitos inalienáveis, entre os quais a vida, a liberdade e a busca da felicidade”, sem dúvida é a Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão, de 26 de agosto de 1789, produto da Revolução francesa, que modernamente estabeleceu a concepção do princípio da igualdade.
Contudo ao analisarmos a historia da humanidade de Aristóteles até os dias contemporâneos, não chegaremos a uma definição justa de igualdade e por que não fraternidade humana, o próprio Aristóteles ao falar de igualdade se referia aos seus iguais, não se aplicava ao estrangeiro, escravo ou qualquer pessoa não Romana ou Helênica.
Nas Revoluções principalmente na tomada da Bastilha na França inicio o processo de uma positivação de legislação a fim de garantir a igualdade, mas mais tarde a excessiva conquista obteve um revés que ocasionou a queda do liberalismo.
“O tratamento prudente dos destinatários da norma legal é de tamanha importância, que o sistema jurídico elevou o mesmo à categoria de princípio, sendo assim designado como princípio de igualdade.”
Importa entender que princípio é um conglomerado de sugestões que alicerçam ou se apoiam em um sistema e lhe garantem validade.  Para professor José Cretella Júnior, princípio é uma proposiçãoque se põe na base das ciências. 
“A palavra princípio é termo análogo, isto é, suscetível de inúmeros sentidos, todos, porém, ligados pelo menos por um ponto de contato comum. Princípios são proposições básicas, fundamentais, típicas, que condicionam todas as estruturas subsequentes. Nesse sentido, princípios são os alicerces, as bases, os fundamentos da ciência.” 
“O princípio da igualdade encontra fundamento no sentido de que todos os homens que vivem em sociedade possuem a mesma natureza e dignidade humana. A partir dessa premissa fica afastada qualquer forma de discriminação que ofenda o princípio da igualdade, como, por exemplo, a negação de igualdade entre o Senhor e o Escravo.”
“O art. 5º da CF/88 consagra o princípio da isonomia ao estabelecer: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”.”. 
“A igualdade no direito moderno, além de ser um princípio informador de todo o sistema jurídico, reveste-se também da condição de autêntico direito subjetivo. Assim, o cidadão possui o direito indisponível de não ser diferenciado por outros particulares nas mesmas situações em que a lei também não poderia diferençar.”
“A importância do princípio da igualdade é uma realidade solar; tal assertiva é confirmada pela CF/98, que abre o capítulo dos direitos individuais com o referido princípio. Reforça o mesmo com muitas outras normas constitucionais e infraconstitucionais, e ainda busca a isonomia dos desiguais pela outorga de direitos sociais.“

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