Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ABORDAGEM HUMANISTA Os teóricos mais representativos da abordagem humanista são: Alexander Neill (educador inglês) e Carl Rogers (psicólogo americano). “Gostaria mais de ver a escola produzir um varredor de ruas feliz do que um erudito neurótico.” (Neill) No site da Summerhill School (www.summerhillschool.co.uk) você encontra textos sobre a pedagogia de A.S. Neill e fotos atuais e antigas da escola. De acordo com Mizukami (1986), na abordagem humanista a ênfase está nas relações interpessoais, no ensino centrado no aluno, no desenvolvimento da personalidade do indivíduo, em seus processos de construção e organização pessoal da realidade, e em sua capacidade de atuar como uma pessoa integrada. Há preocupação com a vida psicológica e emocional do indivíduo, com a sua orientação interna, com o autoconceito, com o desenvolvimento de uma visão autêntica de si mesmo, orientada para a realidade individual e grupal. Nessa perspectiva o professor não transmite conteúdo, não ensina nos moldes tradicionais, apenas cria condições para que os alunos aprendam, especialmente através das próprias experiências dos alunos, sendo um facilitador da aprendizagem. O homem, nesse sentido, não é determinado por modelos prontos, não é resultado, cria-se a si próprio, tem liberdade e se apresenta como um projeto permanente e inacabado. Encontrase em processo de vir-a-ser. Formado em História e Psicologia, aplicou à Educação princípios da Psicologia Clínica, foi psicoterapeuta por mais de 30 anos. Rogers é considerado um representante da corrente humanista, não diretiva, em educação. Sua proposta é identificada como representativa da Psicologia Humanista, denominada terceira força em Psicologia. Concebe o ser humano como fundamentalmente bom e curioso, que, porém, precisa de ajuda para poder evoluir. Eis a razão da necessidade de técnicas de intervenção facilitadoras. “Por aprendizagem significativa entendo uma aprendizagem que é mais do que uma acumulação de fatos. É uma aprendizagem que provoca uma modificação, quer seja no comportamento do indivíduo, na orientação futura que escolhe ou nas suas atitudes e personalidade. É uma aprendizagem penetrante, que não se limita a um aumento de conhecimentos, mas que penetra profundamente todas as parcelas da sua existência.” (Rogers) De acordo com Rogers, o homem é arquiteto de si mesmo, consciente de sua incompletude interior e exterior, um ser em transformação e um agente transformador da realidade. A ênfase está no processo e não nos estados finais de ser, por isso não aceita um projeto de planificação social, o controle e manipulação das pessoas. O importante é a qualidade de relacionamento interpessoal que irá possibilitar aos indivíduos a auto-realização. Nessa medida, a experiência pessoal e subjetiva é a base para a construção do conhecimento, no processo de vir-aser da pessoa, e a educação tem como finalidade a criação de condições para que isso ocorra. As condições que facilitam a aprendizagem significativa do aluno devem possibilitar a auto-aprendizagem tanto intelectual como emocional. O aluno deve ser capaz de tomar iniciativa, ter responsabilidade, autodeterminação, discernimento, aplicar os conhecimentos construídos, adaptar-se às novas situações e problemas, colaborar com os outros sem deixar de ser ele mesmo. Assim, educação é tudo aquilo que envolve o crescimento pessoal, interpessoal e intergrupal, por meio da autodescoberta. Dessa forma, a educação está pautada em um ensino não diretivo do professor que irá possibilitar uma aprendizagem significativa do aluno. O professor precisa ter um self adequado, desenvolver formas fidedignas de percepção de si mesmo e dos outros e habilidade de ensinar conteúdos, quando isso for necessário. É sua função ser facilitador da aprendizagem do aluno e para isso é preciso desenvolver três qualidades especiais: Condições Facilitadoras da Aprendizagem 1. Congruência – autenticidade, honestidade com o aluno. 2. Empatia – habilidade para sentir na perspectiva do aluno. 3. Respeito – aceitação e consideração positiva incondicional do aluno. Portanto, o diretivismo no ensino, característico nas abordagens tradicional e comportamental, é substituído pelo não-diretivismo: as relações verticais e impostas, por relações eu-tu e nunca eu-isto; as avaliações de acordo com padrões prefixados, pela auto-avaliação dos alunos. (Mizukami, 1986) Mesmo que Carl Rogers não tenha sido o mais importante psicólogo do seu tempo, não há dúvida de que sua pessoa e sua obra marcaram de maneira indelével não só a psicologia como também a pedagogia de qualquer escola.
Compartilhar