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INADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES
CONCEITO: é o não pagamento/cumprimento da obrigação, no modo, tempo, e lugar devido.
INADIMPLEMENTO TOTAL E PARCIAL: TOTAL seria o inadimplemento da obrigação toda. Já a PARCIAL é o descumprimento de parte da obrigação.
INADIMPLEMENTO ABSOLUTO: 
Art. 389 – Conceito: dá-se quando a obrigação não foi cumprida nem poderá sê-lo de forma útil ao credor. Ex.: fotografo que teria que realizar o seu trabalho no casamento, mas não compareceu, quebrando o contrato. Para os noivos não seria mais útil após a data ajustada. Neste caso, o fotografo terá que se responsabilizar por perdas e danos, mais juros e atualização monetária e honorários de advogado. O objeto pode ser dar, fazer ou não fazer. 
Art. 390 – obrigações negativas (não fazer): o inadimplemento acontece quando o devedor deixa de realizar tal ato, ou seja, a partir do momento que ele não fez algo ele estará em mora.
Art. 391 – responsabilidade patrimonial: quando o pagamento de perdas e danos não sendo suficiente, cabe à execução forçada, ou seja, é o patrimônio do devedor que responde por suas obrigações.
Art. 392 – contratos benéficos e onerosos: 1º parte: contratos benéficos ou gratuitos: dispõe sobre a condição necessária para que haja imputação da responsabilidade ao causador do dano. Apenas uma pessoa se beneficia. Beneficiado – responde por simples culpa, mesmo que seja levíssima e o não beneficiado, somente impõe deveres, responde por dolo. A culpa grave e o dolo se equiparam. Ex.: João comprometeu por doação entregar uma coisa no dia 05/11/2016, na data de realizar a entrega do objeto, ele disse que não entregaria nada, não tendo motivo algum. 2º parte: contratos onerosos (bilateral): em que ambos obtêm proveito, ao qual corresponde um sacrifício, respondem os contratantes tanto por dolo como por culpa, em igualdade de condições, “salvo as exceções previstas em lei” (art. 392, segunda parte). Em caso de força maior não haverá culpa, mas como há facilidade para furtar um boi que era objeto de um contrato, o dono da coisa responde por culpa.
Art. 393 - Fato não imputável ao devedor: em regra, a parte obrigacional não responde por caso fortuito ou força maior, a não ser que isso tenha sido convencionado, por meio da cláusula de assunção convencional.
§ ún - a expressão caso fortuito é empregada para designar fato ou ato alheio à vontade das partes, ligado ao comportamento humano ou ao funcionamento de máquinas ou ao risco da atividade ou da empresa, como greve, motim, guerra, queda de viaduto ou ponte, defeito oculto em mercadoria produzida etc. E força maior para os acontecimentos externos ou fenômenos naturais, como raio, tempestade, terremoto, fato do príncipe (fait du prince) etc.
A inevitabilidade do caso fortuito ou força maior deve ser aferida mediante a verificação de dois elementos, sendo objetivo (homem médio) e outro subjetivo (raça, idade, sexo, escolaridade) para se achar a justiça, uma vez que a imprevisibilidade dever racional e específica, dentro de um caso concreto e não em abstrato.
 INADIMPLEMENTO RELATIVO (MORA): Trata-se da situação que embora não ocorra o cumprimento, ainda existe utilidade da prestação. Mora é o retardamento ou o imperfeito cumprimento da obrigação.
Art. 394 – Mora: credor e devedor ambos descumprirem apenas um dos requisitos (lugar, tempo e forma) encontram-se em mora.
Mora Debitoris ou solvendi: trata-se da forma mais comum da mora e ocorre quando culposamente o devedor não cumpre a obrigação no tempo, lugar ou forma convencionada. 
 Requisitos: 
Existência da divida líquida e certa: a obrigação deve ser certa quanto a sua existência e líquida quanto ao seu conteúdo. Se não souber o montante da divida, não se sabe como cobrar. 
 Vencimento (exigibilidade): a divida deve estar vencida para que se possa exigir o pagamento. Portanto não há em que se falar em mora antes do vencimento.
Culpa do devedor: Art. 396 – para que ocorra inadimplemento, inclusive o relativo deve exigir culpa por parte do devedor, atraso de caso fortuito e força maior são hipóteses de excludentes, ou seja, o inadimplemento, por si, faz presumir a culpa do devedor, salvo prova, por ele produzida, de caso fortuito ou força maior. Não basta, portanto, o fato do não cumprimento ou cumprimento imperfeito da obrigação. Essencial à mora é que haja culpa do devedor no atraso do cumprimento.
 Efeitos
Responsabilidade pelos prejuízos: responsabilidade do devedor. Art. 395
a.1. Responsabilidade pelo risco de destruição da coisa – perpetuatio obligationis: no período em que existir a mora do devedor, este responderá pelo risco de destruição da coisa ainda que decorrente de caso fortuito ou força maior. Durante a mora: ex.: obrigação de restituir. Não cumprida à obrigação no prazo, onde estando o devedor em mora, o bem da obrigação venha ser furtado, neste caso, não valerá a regra res perit domino, o devedor deverá arcar com os prejuízos mais o art. 395 do CC/02. Exceção art. 399 2ª parte: Culpa pela mora: responde o devedor moroso pela impossibilidade da prestação, ainda que decorrente de caso fortuito ou de força maior. Se o devedor está em mora quando sobrevém a impossibilidade casual da prestação, é seu o risco, ainda que este coubesse em princípio ao credor (este suporta (credor), em princípio, o risco proveniente de a prestação se impossibilitar por caso fortuito ou de força maior). Ex.: carro com problemas mecânicos. O devedor ainda em mora, o objeto explode. Mesmo estando no prazo, o bem poderia dar problema.
 Forma de Constituição em mora
Mora ex re: ocorre quando se tratar de obrigação positiva (dar ou fazer) líquida e certa. Por conseguinte, quando a obrigação é positiva (dar ou fazer) e líquida (de valor certo), com data fixada para o pagamento, seu descumprimento acarreta, automaticamente, sem necessidade de qualquer providência do credor, a mora do devedor.
Mora ex persona: dies interpellat pro homine (o dia do vencimento interpela pelo homem, isto é, interpela o devedor, pelo credor). Não havendo termo, ou seja, data estipulada, “a mora se constitui mediante interpelação judicial ou extrajudicial”. §ún do art. 397. Ex.: contrato de comodato. Não tem uma data.
Mora presumida / irregular: ocorre a partir do ato ilícito, sendo o devedor em mora desde quando praticou. Não se sabe o valor do débito, mas sabe que existe. Nem sempre a mora deriva de descumprimento de convenção. Pode decorrer também de infração à lei, como na prática de ato ilícito. Art. 398.
Mora creditoris ou accipiendi: quando o credor se recusa a receber o pagamento no tempo e lugar; exigindo-o por forma diferente ou pretendendo que a obrigação se cumpra de modo diverso. 
 Efeitos art. 400:
Subtrai do devedor o ônus pela guarda da coisa de forma que, somente responde pela perda em caso de dolo;
Obriga o credor a ressarcir o devedor as despesas pela guarda da coisa;
Sujeito ao credor receber a coisa pela estimação mais favorável ao devedor, se o preço sofrer oscilações de forma que o devedor terá direito ao preço mais favorável.
Purgação da mora: mesmo que quitar uma divida, deixando de ser inadimplente. 
Art. 401 do Código Civil estabelece, em dois incisos os modos pelos quais se dá a purgação da mora pelo devedor e pelo credor. I - A do devedor concretiza-se mediante a oferta da prestação atrasada “mais os prejuízos decorrentes até o dia da oferta”, como os juros moratórios, a cláusula penal e outros eventualmente ocorridos. II - Por parte do credor, purga-se a mora “oferecendo-se este a receber o pagamento e sujeitando-se aos efeitos da mora até a mesma data”, ou seja, o culpado pela mora tem de arcar com os prejuízos que causou. Há que se observar, porém, que o credor não incide em perdas e danos; daí que a remissão a ser feita é ao disposto no art. 400. A diferença se deve ao fato de o credor não estar, em princípio, obrigado a receber, pois o que o devedor tem é o direito de se liberar da obrigação, o que é diverso. Daí que pode alcançar a liberação mediante a consignação em pagamento. Issonão significa que não possa a atitude do credor gerar despesas e encargos para o devedor, que tem o direito de ser ressarcido pelas mesmas.
Pergunta: 
 - Purgação não se confunde com a cessação da mora? Por quê? A cessação da mora é diferente da purgação. Nela, o efeito não depende daquele que agiu em mora, mais sim da outra parte. Ela decorre da extinção da obrigação. A cessação produz efeitos pretéritos, pois afasta os já produzidos.
PERDAS E DANOS
CONCEITO: Os prejuízos materiais, morais e estéticos causado de uma parte a outra em razão de descumprimento da obrigação. Súm. 387 STJ (pode ocorrer a acumulação de danos estético e moral).
ESPECIES DO DANO:
Dano emergente: trata-se de prejuízos efetivos, da diminuição patrimonial sofrida pela vitima. Obs.: é de mais fácil à quantificação, pois se analisa o patrimônio antes e após o inadimplemento. Art. 402.
Lucros cessantes: traduz-se em reflexo futuro do ato danoso sobre o patrimônio da vítima, consistindo na perda de um ganho esperado, na frustração da expectativa de lucro, na potencial diminuição do seu patrimonial. Nesse caso o razoavelmente refere-se à existência do lucro e não do seu montante (lucro líquido). Art. 402.
As duas primeiras espécies são danos patrimonial ou material, monetariamente avaliáveis.
Danos morais: trata-se de lesão de direitos da personalidade, possuindo caráter extrapatrimonial. Neste caso, não há efetivo ressarcimento, pois não se faz possível quantificar algo que não tem valor monetário ou de valor inestimável. Mas sim, trata-se de uma compensação art. 186, com fundamento no art. 5º, X da CF e súmula 37 do STF. 
Na compensação: 
Não se faz possível a tarifação legal, de acordo com a súmula 281 do STJ;
Não se deve arbitrar quantia simbólica mais também não se deve arbitrar montante que cause enriquecimento sem causa;
Analisar circunstancia no caso concreto, tais como, extensão da lesão, grau de culpa ou dolo do lesante, o caráter antissocial da conduta, a repercussão social do dano e a situação econômica do lesante.
A pessoa jurídica não sente dor, não tem sentimentos, sendo assim havendo um dano, o dano será patrimonial e não moral, portanto, ela responde por dano material e não moral. Posição do professor Danilo. A Súmula 227 do STJ, diz que a pessoa jurídica pode sofrer um dano moral, mas há uma grande divergência como a 4ª Jornada de Direito Civil do Conselho da Justiça Federal, no enunciado 286 (referente ao art. 52 do CC/02), reconheceu que a pessoa jurídica não é titular de direito de personalidade, razão pela qual não sofre dano moral; não excluindo, no entanto, a possibilidade de essas pessoas sofrerem dano econômico em virtude de suposta "ofensa moral": "os direitos da personalidade são direitos inerentes e essenciais à pessoa humana, decorrentes de sua dignidade, não sendo as pessoas jurídicas titulares de tais direitos". 
Danos estéticos: significa lesão a beleza física, ou seja, a harmonia das formas externas de alguém. Deve-se levar em consideração a modificação sofrida pela pessoa ao que ela era. Grande parte da doutrina entende na verdade que, ou se trata de dano moral (dor sofrida), ou dano material (emergente – despesas médicas ou lucros cessantes) ex.: autor que perdeu trabalhos por decorrência de uma cicatriz. 
Art. 403 – Danos hipotéticos: Trata-se de aplicação da teoria dos danos diretos e imediatos, formulada a propósito da relação de causalidade, que deve existir, para que se caracterize a responsabilidade do devedor. Assim, o devedor responde tão só pelos danos que se prendem a seu ato por um vínculo de necessariedade, não pelos resultantes de causas estranhas ou remotas. Resumindo, não será indenizado, pois não há nexo de causalidade, seu efeito é direito e imediato.
Art. 404 – Obrigação de pagar quantia em dinheiro: Se o credor não chegou a ingressar em juízo, o devedor pagará, além da multa, se estipulada, os juros moratórios e eventuais custas extrajudiciais, como, por exemplo, as despesas com o protesto dos títulos ou com as notificações efetuadas pelo cartório de títulos e documentos.
§ ún – Indenização suplementar: os juros de mora são um mínimo de indenização (incidem automaticamente) se os juros não bastarem bem como a multa, o juiz irá aferir indenização suplementar. Ex.: pagamento de uma prestação que vence dia 05/10/2016 no valor de 1.000,00 com 1% de mora a.m. e 2% de multa pelo atraso. O sujeito paga a divida dia 05/11/2016 com um acréscimo de 30,00. Este acréscimo será a indenização suplementar.
Art. 405 - Estabelece o Enunciado n. 1 63, da III Jornada de Direito Civil que: "A regra d o art. 405 do CC/02 aplica-se somente à responsabilidade contratual, e não aos juros moratórios na responsabilidade extracontratual, em face do disposto no art. 398 do CC, não afastando, pois, o disposto na Súmula 54 do STJ". Por essa última Súmula, no caso de ato ilícito, "os juros moratórios fluem a partir do evento danoso em caso de responsabilidade extracontratual". Ex.: O passageiro de um ônibus sofre danos em decorrência de um acidente com o coletivo, os juros moratórios são devidos a partir da citação inicial, por se tratar de responsabilidade contratual (contrato de adesão, celebrado com a transportadora). Mas se a vítima é um pedestre, que foi atropelado pelo ônibus, os juros são contados desde a data do fato (responsabilidade extracontratual).
DOS JUROS
CONCEITO: Juros são os rendimentos do capital. São considerados frutos civis da coisa, assim como os aluguéis. Representam o pagamento pela utilização de capital alheio. Integram a classe das coisas acessórias. Os juros cobrem os riscos de inadimplemento. Juro é o preço do uso do capital. Ele há um tempo remunera o credor por ficar privado de seu capital e paga-lhe o risco em que incorre de o não receber de volta.
 CLASSIFICAÇÃO DOS JUROS
Juros compensatórios ou remuneratórios: são os devidos como compensação pela utilização de capital pertencente a outrem. Resultam de uma utilização consentida de capital alheio. Art. 591.
Juros Moratórios: são os incidentes em caso de retardamento na sua restituição ou de descumprimento de obrigação. Art. 406.
Juros convencionais: são ajustados pelas partes, de comum acordo. Resultam, pois, de convenção por elas celebrada. Ex.: financiamento.
Juros legais: são previstos ou impostos pela lei. Ex.: juros moratórios.
Juros simples: são aqueles que somente incidem sobre o capital inicial.
Juros compostos ou anatocismo: são capitalizados anualmente, calculando-se juros sobre juros, ou seja, os que forem computados passarão a integrar o capital. 
Obs.: aos juros simples e compostos – as instituições financeiras podem efetivar capitalização mensal aos juros compostos, mas para tanto deve constar tal possibilidade expressamente no contrato.
Art. 407 - Aqui se tem uma das hipóteses excepcionantes à exigência do dano. É a hipótese da mora, porque se entende que, ocorrendo esta, seja qual for o tipo de obrigação a ser cumprida, a lei presume, de maneira absoluta, que causa prejuízo para o credor. Daí a desnecessidade de alegação do prejuízo, pois a simples mora já é entendida como caracterizadora dele. A aplicação não fica restrita às dívidas de dinheiro, mas também a qualquer outro tipo de obrigação, desde que se tenha alcançado a liquidação do débito.
CLÁUSULA PENAL
CONCEITO: é obrigação acessória, pela qual se estipula pena ou multa destinada a evitar o inadimplemento da principal, ou o retardamento de seu cumprimento.
NATUREZA JURIDICA: obrigação acessória.
Art. 408 - A cláusula penal é a prefixação das perdas e danos resultantes de culpa contratual, apenas. Assim, se há outros prejuízos decorrentes de culpa extracontratual, o seu ressarcimento pode ser pleiteado, independentemente aquela.
Art. 409 - Pode ser estipulada conjuntamente com a obrigação principal, ou em ato posterior, sob a forma de complemento, reconhecendo tratar-se de duas obrigações diversas. Desse modo, a invalidade da obrigação principal importa a da cláusula penal, mas a desta não induz a daquela,como preceitua o art. 184 do CC/02. Resolvida à obrigação principal, sem culpa do devedor, resolve-se a cláusula penal. Embora geralmente seja fixada em dinheiro, algumas vezes toma outra forma, como a entrega de uma coisa, a abstenção de um fato ou a perda de algum benefício, como, por exemplo, de um desconto.
Assim, se decorrer de mora, será cláusula penal moratório, enquanto se decorrer de inadimplemento absoluto, será cláusula penal compensatória.
 ESPECIES DE CLAUSULA PENAL
Compensatória: art. 410 – beneficio ao credor: A este compete, pois, escolher entre cobrar a multa compensatória ou exigir o cumprimento da prestação. O devedor não pode preferir pagar a multa para não cumprir a prestação, se o credor optar por esta última solução. Quando estipula para a hipótese de total inadimplemento da obrigação. O dispositivo proíbe a cumulação de pedidos. A alternativa que se abre para o credor é: a) pleitear a pena compensatória, correspondente à fixação antecipada dos eventuais prejuízos; ou b) postular o ressarcimento das perdas e danos, arcando com o ônus de provar o prejuízo; ou, ainda, c) exigir o cumprimento da prestação. Não pode haver cumulação porque, em qualquer desses casos, o credor obtém integral ressarcimento, sem que ocorra o bis in idem. Caso haja precisão expressa no contrato, poderão ser acumuladas.
Moratória: art. 411 - destinada: a) a assegurar o cumprimento de outra cláusula determinada; ou b) a evitar o retardamento, a mora.
RESUMINDO:
OU
 FUNÇÃO DA CLÁUSULA PENAL
Coercitiva: intimidação, para compelir o devedor a cumprir a obrigação e, assim, não ter de pagá-la;
Indenizatória: estipula o valor devido a titulo de indenização independentemente de prova do prejuízo, pré-fixando as perdas e danos.
Art. 412 – Valor da cláusula penal: valor máximo é de 100%, tendo a possibilidade de ser uma obrigação diversa (dar, fazer, não fazer), não podendo exceder o valor principal.
Art. 413 – há duas possibilidades: a) por ordem pública: principio da função social dos contratos. À medida que o devedor vai cumprindo o contrato, consequentemente haverá uma diminuição do valor da cláusula penal; b) o juiz se utilizará da técnica da ponderação para reduzir o valor da cláusula penal manifestamente excessiva, observando a natureza e a finalidade do negócio.
ABONO DE PONTUALIDADE: Trata-se de um desconto, para o condômino, o locatário ou o aluno de universidade particular, por exemplo, que pagar, respectivamente, as despesas condominiais, o aluguel e a taxa escolar até o dia do vencimento.
O Tribunal de Justiça de São Paulo tem considerado indevida a cumulação, nos contratos, do referido abono com cláusula penal moratória, por importar previsão de dupla multa e alteração da real data de pagamento da prestação. Ex.: O contrato prevê que, se a mensalidade escolar, no importe de R$ 100,00, for paga até o dia 5 do mês, haverá um desconto de 20%; se paga até o dia 10, o desconto será de 10%; e, se paga na data do vencimento, dia 15, não haverá desconto. Entretanto, se houver atraso a multa moratória será de 10%.
Na realidade, o valor da prestação é de R$ 80,00, pois se deve descontar o abono de pontualidade de 20%, que é cláusula penal disfarçada. Então, temos no contrato duas cláusulas penais cumuladas: a primeira, que transforma o valor da prestação de R$ 80,00 em R$ 100,00; e a segunda, aplicada após o vencimento, que transforma o valor de R$ 100,00 em R$ 110,00.
Art. 414 – Pluralidade de devedores: Quando a obrigação é indivisível e há pluralidade de devedores, basta que um só a infrinja para que a cláusula penal se torne exigível. Do culpado, poderá ela ser reclamada por inteiro. Mas dos demais codevedores só poderão ser cobradas as respectivas quotas.
§ún - quem sofre a final, as consequências da infração contratual é o próprio culpado, que terá de reembolsar os codevedores inocentes.
Art. 415 – Quando a obrigação for divisível. Infringida a obrigação principal por um único devedor, ou pelo seu herdeiro, só o culpado responderá pela multa, proporcionalmente à parte que tiver na obrigação principal, pois a cláusula penal, de natureza acessória, segue a condição jurídica da principal.
Art. 416 – Basta ser descumprida que haverá um prejuízo. A fixação da cláusula pode servir de prefixação das perdas e danos, mas sua finalidade não é exclusivamente esta, de forma que não é exigido o prejuízo como condição para o pedido do cumprimento da cláusula penal. Sua previsão pode equivaler à de uma condição suspensiva, ou seja, se ocorrida à inexecução absoluta, ou a mora, dá-se a exigibilidade da cláusula penal, evitando-se qualquer discussão relativa a perdas e danos.
§ún - Vem a constituir uma exceção na sua segunda parte, visto que a regra geral está na primeira, em que se nega a possibilidade de o credor alegar a insuficiência da cláusula penal em face do prejuízo ocorrido. Há que se lembrar que ao credor é dada a opção: ou exigir as perdas e danos, com suas inconveniências, ou pedir a cláusula penal. Feita tal opção, em princípio não se permite voltar atrás, buscar a via deixada de lado. Daí a segunda parte ter de excepcionar expressamente, ressalvando às partes, no exercício da autonomia privada, a possibilidade de fixação da cláusula penal como valor mínimo da indenização, incumbindo ao credor a prova da insuficiência para cobrir as perdas e danos. Tal disposição, porém, traz, desde logo, uma dificuldade, que é a limitação prevista no art. 412, como limite da cláusula penal, aí pensada como forma de cabal satisfação das perdas e danos.
DAS ARRAS OU SINAL
 CONCEITO: Sinal ou arras é quantia ou coisa entregue por um dos contraentes ao outro, como confirmação do acordo de vontades e princípio de pagamento.
NATUREZA JURIDICA: Contratos bilaterais translativos do domínio, dos quais constitui pacto acessório.
FUNÇÕES DAS ARRAS:
Art. 417 - Além de confirmar o contrato, tornando-o obrigatório, e de servir de prefixação das perdas e danos quando convencionado o direito de arrependimento, as arras atuam, também, como começo de pagamento. O sinal constitui princípio de pagamento quando a coisa entregue é parte ou parcela do objeto do contrato, ou seja, é do mesmo gênero do restante a ser entregue. Assim, por exemplo, se o devedor de dez bicicletas entrega duas ao credor, como sinal, este constitui princípio de pagamento. Mas se a dívida é em dinheiro e o devedor entrega duas bicicletas a título de sinal, estas constituem apenas uma garantia e devem ser restituídas, quando o contrato for cumprido, isto é, quando o preço total for pago.
ESPECIES: Confirmatórias ou penitenciais. Sua principal função é confirmar o contrato, que se torna obrigatório após a sua entrega. 
Art. 418 – A primeira parte, relativa à retenção. Se o faltoso for quem deu arras — nesse caso, perdê-las-á em favor do outro. A parte que se manteve firme no contrato retém as arras recebidas como antecipação da indenização pela infidelidade da outra. Não há, aqui, que fazer prova do dano. O simples fato da inexecução culposa autoriza que ele as retenha. Já na segunda parte, relativa à inexecução de quem recebeu as arras, a previsão é mais grave, porque, além da prestação, deverá arcar, ainda, com o equivalente, atualizado monetariamente, juros e honorários advocatícios.
Art. 419 – Arras confirmatórias: tem-se que as arras são o mínimo, e que a integridade do prejuízo pode ser demandada. O requisito subjetivo é qualificado pela denominada inocência, ou seja, quem não deu causa à inexecução do que se projetava contratar e executar como contrato. A segunda parte do dispositivo deixa claro que a execução do contrato, ou seja, da obrigação principal, pode ser pedida mesmo que se haja tomado as arras como mínimo indenizatório, o que, mais uma vez, reforça que não pode ser tomada como estimativa das perdas e danos.
Art. 420 – Arras penitenciais: as partes convencionar o direito de arrependimento, porque atuam como pena convencional, como sanção à parte que se valer dessa faculdade. Acordado o arrependimento, ocontrato torna-se resolúvel, respondendo, porém, o que se arrepender, pelas perdas e danos prefixados modicamente pela lei: perda do sinal dado ou sua restituição em dobro. A duplicação é para que o inadimplente devolva o que recebeu e perca outro tanto. Não se exige prova de prejuízo real. Por outro lado, não se admite a cobrança de outra verba, a título de perdas e danos, ainda que a parte inocente tenha sofrido prejuízo superior ao valor do sinal. Súmula 412 do STF.

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