Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Direito Administrativo I Resumo para a prova Lei 8.429/92 e Agentes Públicos Carlos Diego Apoitia Miranda ESUCRI – DIREITO ADMINISTRATIVO I Lei 8.429/92 –Lei de Improbidade Administrativa Finalidade do instituto foi tornar mais severa a punição de desvios cometidos pelos agentes públicos; Regulamentos anteriores tratavam de casos de “enriquecimento ilícito por influência ou abuso do cargo o função pública”; Dec. Lei nº. 3.240/41; Lei nº. 3.164/57 e Lei nº. 3.502/58; ESCOLA SUPERIOR DE CRICIÚMA – CURSO DE DIREITO – 6ª FASE INTRODUÇÃO Na CF 88, a previsão encontra-se no art. 37, § 4º; Traz um rol de 4 medidas: suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário; Art. 37, § 4º, CF: “Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível”. ESCOLA SUPERIOR DE CRICIÚMA – CURSO DE DIREITO – 6ª FASE INTRODUÇÃO Então, de acordo com a CF se alguém praticar um ato de improbidade administrativa, estará sujeita às seguintes sanções: suspensão dos direitos políticos; perda da função pública; indisponibilidade dos bens e ressarcimento ao erário. ESCOLA SUPERIOR DE CRICIÚMA – CURSO DE DIREITO – 6ª FASE INTRODUÇÃO Qual a natureza jurídica dos atos de Improbidade? Civil, Penal ou Administrativa? a) Não possuem natureza penal, pois a parte final do art. 37, § 4º, CF assegura as sanções penais cumulativamente; b) Não possui natureza administrativa, contudo, o agente também poderá ser punido na via administrativa; c) Assim, o ilícito de improbidade tem natureza civil, sendo então um ilícito civil com ação judicial própria e medidas próprias (STF - ADI 2860 e 2797) ESCOLA SUPERIOR DE CRICIÚMA – CURSO DE DIREITO – 6ª FASE INTRODUÇÃO Assim, os atos de improbidade possuem natureza sui generis, uma vez que são ilícitos de natureza cível, com repercussões políticas, administrativas e civis. Exemplo: uma mesma conduta praticada por um agente: - Ilícito penal – Ação Penal - Ilícito administrativo – PAD - Ilícito civil – Ação Civil de Improbidade Então, a regra geral é a independência das instâncias; ESCOLA SUPERIOR DE CRICIÚMA – CURSO DE DIREITO – 6ª FASE DISPOSIÇÕES GERAIS Sujeitos dos Atos de Improbidade Art. 1º - Sujeito Passivo É a PESSOA JURÍDICA, de direito público ou privado, que sofre os efeitos deletérios do ato de improbidade administrativa; É como se fosse a “vítima” do ato de improbidade. Entidades da Administração pública direta (Governos) ou indireta (Empresa Pública, Autarquias, Sociedades de Economia Mista) e Fundações, sejam da União, Estados, Municípios e Distrito Federal; Entidade para cuja criação ou custeio o Estado tenha contribuído em mais de 50% do patrimônio ou receita; ESCOLA SUPERIOR DE CRICIÚMA – CURSO DE DIREITO – 6ª FASE DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 1º, parágrafo único: Entidades que recebam benefícios ou incentivos creditícios ou fiscais do Estado; Entidade para cuja criação ou custeio o Estado tenha contribuído ou contribua com menos de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual (Ex. Serviços sociais autônomos, Organizações Sociais); Obs.: a sanção é limitada a repercussão do ilícito nos cofres públicos. ESCOLA SUPERIOR DE CRICIÚMA – CURSO DE DIREITO – 6ª FASE DISPOSIÇÕES GERAIS Sujeito Ativo (art. 2º) O sujeito ativo do ato de improbidade será réu na ação de improbidade; Agente Público: “Aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior.” É qualquer pessoa que gerencie, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, recursos públicos; ESCOLA SUPERIOR DE CRICIÚMA – CURSO DE DIREITO – 6ª FASE DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 3º. Terceiro É o particular que induzir, ou seja, incutir no agente público o estado mental tendente à prática do ilícito; e concorrer juntamente com o agente público para a prática do ato. Além disso, deve o terceiro se beneficiar, direta ou indiretamente do ato ilícito praticado pelo agente público ESCOLA SUPERIOR DE CRICIÚMA – CURSO DE DIREITO – 6ª FASE DISPOSIÇÕES GERAIS É possível que, em uma ação de improbidade administrativa, o terceiro figure sozinho como réu? NÃO. Para que o terceiro seja responsabilizado pelas sanções da Lei n.° 8.429/92, é indispensável que seja identificado algum agente público como autor da prática do ato de improbidade. Logo, não é possível que seja proposta ação de improbidade somente contra o terceiro, sem que figure também um agente público no polo passivo da demanda. STJ. 1ª Turma. REsp 1.171.017-PA, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 25/2/2014 (Info 535). STJ em 2015 extinguiu a ação de Improbidade proposta isoladamente contra o ator/diretor Guilherme Fontes (Resp nº. 1.405.748) ESCOLA SUPERIOR DE CRICIÚMA – CURSO DE DIREITO – 6ª FASE DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 5° Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano. Obs.: a ação de ressarcimento ao erário é imprescritível; Art. 37, § 5º, CF: A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento. Art. 6° No caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente público ou terceiro beneficiário os bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio. ESCOLA SUPERIOR DE CRICIÚMA – CURSO DE DIREITO – 6ª FASE DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA Os arts. 9º ao 11, definem um rol de condutas que caracterizam Improbidade Administrativa, de acordo com a gravidade: a) Enriquecimento ilícito b) Prejuízo ao Erário c) Lesão aos Princípios da Adm. Pública ESCOLA SUPERIOR DE CRICIÚMA – CURSO DE DIREITO – 6ª FASE DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA a) Enriquecimento Ilícito Art. 9º: Caracteriza o enriquecimento ilícito pela obtenção da vantagem patrimonial indevida em razão do vínculo entre agente e administração pública; Elementos essenciais: a) percepção de vantagem patrimonial; b) essa vantagem deve ser indevida; c) conduta DOLOSA do agente; d) nexo causal entre o exercício funcional e a vantagem indevida. ESCOLA SUPERIOR DE CRICIÚMA – CURSO DE DIREITO – 6ª FASE DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA b) Prejuízo ao Erário Público (art. 10): Qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º; Exige-se para caracterizar a prática de improbidade nesses casos a comprovação efetiva de dano ao erário (não se pode condenar ao ressarcimento por dano hipotético ou presumido); STJ: Resp 1.127.143 e 1.038.777; ESCOLA SUPERIOR DE CRICIÚMA – CURSO DE DIREITO – 6ª FASE DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA Elementos essenciais: a) conduta dolosa ou culposa do agente; b) perda patrimonial; c)nexo causal entre o exercício funcional e a perda patrimonial; d) ilegalidade da conduta funcional; ESCOLA SUPERIOR DE CRICIÚMA – CURSO DE DIREITO – 6ª FASE DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA c) Atentem contra os Princípios da Administração Pública: Qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, caracteriza ato de improbidade administrativa; Condutas de menor gravidade que atentem dolosamente contra os princípios da adm. pública; Contudo, tais ações NÃO provocam lesão financeira ao erário; Somente a título de Dolo; ESCOLA SUPERIOR DE CRICIÚMA – CURSO DE DIREITO – 6ª FASE DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA Requisitos: a) conduta ILÍCITA; b) improbidade do ato, configurada pela tipicidade do comportamento, ajustado em algum dos incisos do 11 da LIA; c) elemento volitivo, consubstanciado no DOLO de cometer a ilicitude e causar prejuízo ao Erário; d) ofensa aos princípios da Administração Pública. ESCOLA SUPERIOR DE CRICIÚMA – CURSO DE DIREITO – 6ª FASE DAS PENAS Estão enumeradas no § 4º, do art. 37, da Constituição, quais sejam: a) suspensão dos direitos políticos b) perda da função pública c) indisponibilidade jurídica dos bens d) ressarcimento ao erário. Art. 12 – Das penalidades Define as penas correspondentes àqueles que praticarem os atos delimitados nos artigos 9º, 10 e 11. ESCOLA SUPERIOR DE CRICIÚMA – CURSO DE DIREITO – 6ª FASE DAS PENAS Disciplinando o tema, o art. 12 da LIA ampliou a relação mínima de sanções prevista na CF, prevendo as seguintes: a) perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente; b) ressarcimento integral do dano; c) perda da função pública; d) suspensão dos direitos políticos; e) multa civil; e f) proibição de contratar com o poder público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios. ESCOLA SUPERIOR DE CRICIÚMA – CURSO DE DIREITO – 6ª FASE DAS PENAS As penas podem ser aplicadas isoladas ou cumulativamente; Independem de aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou Tribunal de Contas; A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da sentença condenatória. (art. 20). ESCOLA SUPERIOR DE CRICIÚMA – CURSO DE DIREITO – 6ª FASE DAS PENAS ESCOLA SUPERIOR DE CRICIÚMA – CURSO DE DIREITO – 6ª FASE Agentes Públicos 1. Quem é agente público no Brasil? Art. 2º, da Lei de Improbidade Administrativa: “Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior”. 2. Classificação dos agentes públicos a) Agentes políticos: São aqueles aos quais incumbe a execução das diretrizes traçadas pelo Poder Público; ESUCRI – DIREITO ADMINISTRATIVO I São agentes políticos: Chefes do Poder Executivo (e vice); Auxiliares imediatos do Poder Executivo; Ministros de Estado; Secretários (Estadual e Municipal); Membros do Poder Legislativo; Senadores, Deputados (Federais e Estaduais), Vereadores; Obs.: Magistrados e Membros do MP; Não são escolhidos pelo povo, mas sim via concurso público (escolha meritória); O STF, desde 2002, considera serem eles agentes políticos por fazerem parte da vontade do Estado; ESUCRI – DIREITO ADMINISTRATIVO I b) Servidor estatal Que atuam em PJ de Direito Público (Autarquias e Fundações Públicas de Direito Público) - SERVIDOR PÚBLICO - titular de CARGO - regime ESTATUTÁRIO. Dois regimes diferentes são aplicáveis aos servidores estatutários: a) cargos vitalícios: Magistrados, membros do Ministério Público e membros dos Tribunais de Contas; Somente pode perder o cargo por meio de sentença judicial transitada em julgado; b) cargos efetivos: É a condição de todos os cargos públicos, com exceção dos vitalícios; O servidor pode perder o cargo por intermédio de a) sentença judicial transitada em julgado; b) processo administrativo disciplinar; c) avaliação de desempenho; d) redução de despesas com pessoal. ESUCRI – DIREITO ADMINISTRATIVO I Que atua em PJ de Direito Privado (atuam nas Empresas Públicas, Sociedades de Economia Mista e Fundações Públicas de Direito Privado) - SERVIDOR DE ENTES GOVERNAMENTAIS DE DIREITO PRIVADO (EMPREGADO) - titular de EMPREGO - regime CELETISTA. Obs.: Equiparam-se a servidores públicos em várias circunstâncias: - concurso público - sujeitam-se à vedação de acumulação; - sujeitam-se ao teto remuneratório; - são considerados agentes públicos para os fins da Lei nº. 8.429/92 - são funcionários públicos para fins penais (CP, art. 327) - estão sujeitos aos Remédios Constitucionais; ESUCRI – DIREITO ADMINISTRATIVO I Então: Os empregados públicos ingressam por meio de concurso público para ocupar empregos públicos; Possuem vinculação contratual com o Estado regida pela Consolidação das Leis do Trabalho; O regime de emprego público é menos protetivo do que o regime estatutário de cargo público; É o sistema de contratação a ser utilizado nas pessoas jurídicas de direito privado da Administração indireta (empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações governamentais e consórcios privados); ESUCRI – DIREITO ADMINISTRATIVO I c) Particulares em colaboração Particulares que em um dado momento exercem função pública; REQUISITADOS – são convocados, sendo a sua participação é obrigatória. Ex. mesário na eleição, jurado no júri; VOLUNTÁRIOS ou PARTICULARES EM “SPONTE PROPRIA” ou AGENTES HONORÍFICOS – cooperam por livre e espontânea vontade. Ex. amigos da escola, Presidente do Conselho de Medicina; PARTICULARES EM COLABORAÇÃO – agentes de concessionárias e permissionárias que prestam serviços públicos. Ex. motorista DELEGADOS DE FUNÇÃO – a própria CF transfere a função a um particular. Ex. serviço notarial, previsto no art. 236 da CF/88; PARTICULARES QUE PRATICAM ATOS OFICIAIS – alguns particulares recebem o serviço diretamente da CF. É o caso do ensino e da saúde (a titularidade decorre direto da CF). Ex. dirigente de hospital privado, dirigente de universidade privada ESUCRI – DIREITO ADMINISTRATIVO I 3. Concurso Público Pressupostos para abertura do concurso: a) necessidade de preenchimento das vagas; b) disponibilidade financeira para remuneração desses cargos; 3.1. Acessibilidade Podem ser servidores públicos os brasileiros e os estrangeiros, estes na forma da Lei (os estrangeiros já regulamentados são os professores e pesquisadores nas Universidades Públicas). Art. 37, I, CF - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei; 3.2. Condição Art. 37, II, CF - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; ESUCRI – DIREITO ADMINISTRATIVO I A condição para ingressar no serviço público é prestar concurso público, SALVO: a) Mandato eletivo (sujeitam-se a processo eleitoral); b) Cargo em Comissão ou Função de Confiança; Cargo em Comissão: Acessíveis sem concurso público, mas providos por nomeação política; Podem ser desligados do cargo imotivadamente, sem necessidade de garantir contraditório, ampla defesa e direito ao devido processo legal; ATENÇÃO: Cargo em Comissão é diferente de FUNÇÃO DE CONFIANÇA (atribuições de direção, chefia e assessoramento - art. 37, V, da CF), mas só podem ser exercidas por servidores de carreira. ESUCRI – DIREITO ADMINISTRATIVO I c) Contrato temporário Prazo determinado; situação de anormalidade; excepcional interesse público; Ex. servidores para a realização do Censo do IBGE; Art. 37, IX CF. IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público. d) Hipóteses excepcionais que estão expressas na CF – Ministros e Conselheiros dos Tribunais de Contas, Ministros do STF, regra do Quinto Constitucional; e) Agentes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias (art. 198, §§ 4º a 6º, da CF, alterado pela EC 51/06) ESUCRI – DIREITO ADMINISTRATIVO I 3.3. Requisitos para o Concurso Público: Compatíveis com a natureza do cargo; Previstos na Lei da Carreira (não basta estarem previstos no Edital); Prazo de validade = até 2 anos (prorrogáveis por igual período, desde que a prorrogação esteja prevista no Edital); A decisão de prorrogar é discricionária e, para alguns doutrinadores, há necessidade de fundamentação; Se o Administrador decide prorrogar, é possível revogar a prorrogação? Para o STF, a revogação é possível, DESDE QUE o prazo da prorrogação NÃO TENHA COMEÇADO a fluir (se já começou, há direito adquirido à vaga); ESUCRI – DIREITO ADMINISTRATIVO I Súmulas STF e STJ: STF Súmula Vinculante 44: “Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo público”. Súmula 683. O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em face do art. 7º, XXX, da Constituição, quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido. Súmula 684. É inconstitucional o veto não motivado à participação de candidato a concurso público. Súmula 685. É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido. STJ Súmula 266. O diploma ou habilitação legal para o exercício do cargo deve ser exigido na posse e não na inscrição para o concurso público. ESUCRI – DIREITO ADMINISTRATIVO I 3.4. Direito à nomeação Como regra, mera expectativa de direito; STF passou a reconhecer o direito à nomeação: Súmula nº 15: Dentro do prazo de validade do concurso, o candidato aprovado tem o direito à nomeação, quando o cargo for preenchido sem observância da classificação. STJ: reconheceu que candidato aprovado em concurso tem direito subjetivo à nomeação, DESDE QUE (1) haja vaga e (2) o concurso ainda esteja válido (determinar o número de vagas no Edital é decisão discricionária, mas se há vagas e o concurso é válido, há direito subjetivo à nomeação); STF também começa a entender no mesmo sentido, com as mesmas condições (dentro do número de vagas, se válido o concurso; ESUCRI – DIREITO ADMINISTRATIVO I 3.5 – Prazo de Validade de Concurso Público Até 2 anos; Deve estar previsto no Edital; somente pode ser feita uma única vez, por igual período; É possível realizar um concurso quando ainda há outro concurso em validade? Sim, desde que respeitada a ordem de classificação; esgotados os aprovados do primeiro concurso, pode começar a nomear os do segundo concurso, ou se o primeiro concurso expirar o prazo de validade. ESUCRI – DIREITO ADMINISTRATIVO I 4. Estágio Probatório Inicia quando o servidor entra em exercício no cargo; Período de avaliação em que são observados os observados os fatores: Assiduidade; disciplina; capacidade de iniciativa; produtividade e; responsabilidade; Texto original da CF/88: prazo de 02 anos e o art. 20, da Lei nº. 8.112/90 previa que o estágio probatório era de 24 meses; Porém, a EC nº. 19/98 alterou o art. 41, da CF e registrou que o servidor precisaria de 3 anos de efetivo exercício; Polêmica; Hoje, o STF entende que o estágio probatório deve ser de 03 anos, entendimento que também é seguido pelo CNJ, pelo STJ e pelo TST; ESUCRI – DIREITO ADMINISTRATIVO I 5. Estabilidade Finalidade de assegurar aos ocupantes de cargos públicos uma expectativa de permanência no serviço público; Visa a evitar que sejam coagidos a agir em detrimento do interesse público; 5.1. Aquisição da Estabilidade 1º. Requisito – CONCURSO PÚBLICO 2º Requisito - 3 ANOS DE EFETIVO EXERCÍCIO; 3º Requisito – AVALIACAO ESPECIAL DE DESEMPENHO. ESUCRI – DIREITO ADMINISTRATIVO I 5.2. PERDA DA ESTABILIDADE O servidor estável só perderá o cargo em virtude de: a) sentença judicial transitada em julgado; b) processo administrativo disciplinar com garantia de ampla defesa; c) procedimento de avaliação periódica de desempenho, assegurada ampla defesa (art. 41, § 1º, III, da CF); d) redução de despesas (art. 169, § 4º, da CF). ESUCRI – DIREITO ADMINISTRATIVO I 6. Sistema remuneratório REMUNERAÇÃO (VENCIMENTOS) = pagamento feito em duas parcelas, a parcela fixa (salário base da carreira) e a parcela variável (auxílios, adicionais, gratificações e demais vantagens). Com a EC nº 19, foi criado o SUBSÍDIO, que fixou a PARCELA ÚNICA, acabando com a parcela variável; Hoje, são remunerados por subsídio: Chefes do Executivo e seus Vices, bem como seus auxiliares imediatos (Ministros de Estado, Secretários estaduais, Secretários municipais), Membros do Legislativo, Magistrados, Membros do MP, Ministros e Conselheiros dos Tribunais de Contas, AGU, Procuradores e Defensores Públicos, Membros da Carreira da Polícia ESUCRI – DIREITO ADMINISTRATIVO I E todos os demais servidores organizados em carreira (não é obrigatório, mas podem ser remunerados por subsídio; O que pode ser pago além do subsídio? Verbas de natureza indenizatória (ex. diárias pelo deslocamento, ajuda de custo em caso de remoção por interesse público) e as garantias do art. 39, § 3º, da CF (ex. hora extra, adicional noturno, terço das férias, 13º, enfim, as garantias do art. 7º que são aplicáveis aos servidores públicos). Como as verbas de natureza indenizatória e as garantias do art. 39, § 3º, da CF têm caráter transitório, não foram incluídas no subsídio. ESUCRI – DIREITO ADMINISTRATIVO I 6.1. Fixação por LEI: A remuneração dos servidores públicos tem de ser fixada por LEI, sendo a iniciativa do Projeto de Lei sempre de quem vai pagar a conta (ou seja, sempre do dono do dinheiro); Cabe a cada Poder definir a sua despesa; Exceções: O Congresso Nacional poderá fixar a remuneração do Presidente da República e do Vice, dos Ministros de Estado, dos Senadores e Deputados Federais via Decreto Legislativo (passa pelas duas Casas, mas não há sanção e veto pelo Executivo); A Câmara Municipal poderá fixar a remuneração dos Vereadores via Decreto Legislativo; As demais serão SEMPRE fixadas por Lei (Deputado Estadual, Governador, Prefeito); ESUCRI – DIREITO ADMINISTRATIVO I 6.2. Teto remuneratório No âmbito federal, ninguém recebe, independentemente do Poder, mais do que Ministro do STF (R$ 36,7 mil); No Estado, depende do Poder, pois a EC nº. 41 criou três “subtetos”; Âmbito estadual Executivo – ninguém recebe mais do que o Governador do Estado Âmbito estadual Legislativo – ninguém recebe mais do que o Deputado Estadual Âmbito estadual Judiciário – ninguém recebe mais do que o Desembargador; E o teto do Desembargador não pode ser mais do que 90,25% do Ministro do STF, sendo que esse teto também serve para os membros do MP, para os Procuradores de Estado e para os Defensores Públicos; ESUCRI – DIREITO ADMINISTRATIVO I 6.3. Acumulação De regra, na Administração Pública (direta e indireta), NÃO é possível a acumulação de cargos/empregos/funções. A CF, porém, permite a acumulação de DOIS cargos/empregos/funções – art. 37, XVI e XVII, e art. 38; Art. 37. (...) XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos,exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI. (Redação dada pela EC nº 19, de 1998) a) a de dois cargos de professor; (Incluída pela EC nº 19, de 1998) b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; (Incluída pela EC nº 19, de 1998) c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas; (Redação dada pela EC nº 34, de 2001) XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público; (Redação dada pela EC nº 19, de 1998) ESUCRI – DIREITO ADMINISTRATIVO I a) Servidor em atividade no 1º + em atividade no 2º pode acumular duas remunerações, desde que: Horário compatível; Soma da remuneração não pode ultrapassar o TETO REMUNERATÓRIO; Hipóteses : 2 de professor (professor na Universidade federal e na estadual); 1 de professor + 1 de técnico/científico (professor + Juiz); 2 na área da saúde com profissão regulamentada por lei (1 de médico e 1 de enfermeiro); b) Servidor aposentado no 1º + aposentado no 2º pode acumular duas aposentadorias (proventos), desde que aposentado nas hipóteses anteriores; ESUCRI – DIREITO ADMINISTRATIVO I c) Servidor aposentado no 1º + em atividade no 2º pode acumular a aposentadoria (provento) e a remuneração, desde que: Em atividade nas hipóteses anteriores ou; No exercício de mandato eletivo ou; No exercício de cargo em comissão (Ministro de Estado, Secretário de Estado, Secretário de Município) ou; d) Servidor em atividade no 1º + mandato eletivo - somente Vereador pode acumular; Mandato federal, estadual ou distrital - NÃO ACUMULA! Afasta-se do 1º e recebe a remuneração do mandato eletivo; Prefeito: afasta-se do 1º e pode OPTAR pela remuneração; Vereador - horário compatível, ACUMULA; horário incompatível, afasta- se e pode OPTAR; ESUCRI – DIREITO ADMINISTRATIVO I 7. Aposentadoria Dois regimes: RGPS (art. 201 e ss. da CF), ou seja, Regime Geral de Previdência Social - INSS (Direito Previdenciário) - empregados privados, empregados na Administração Direta e Indireta, ocupantes de cargo em comissão. RPPS (art. 40 da CF), ou seja, Regime Próprio de Previdência Social - cada ente político (Direito Administrativo) - servidor titular de cargo efetivo ou vitalício; HÁ RECIPROCIDADE ENTRE OS REGIMES: há possibilidade de levar o tempo e as contribuições do Regime público para o Regime Privado e vice-versa. Requisitos - 4 regras diferentes: 1ª hipótese – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ De regra, proventos proporcionais ao tempo de contribuição. Excepcionalmente, se a doença for inerente ao trabalho (doença profissional, moléstia do serviço), receberá proventos integrais; ESUCRI – DIREITO ADMINISTRATIVO I 2ª hipótese – APOSENTADORIA COMPULSÓRIA – 70 anos de idade; De regra, proventos proporcionais ao tempo de contribuição. Pode, porém, chegar a proventos integrais, se atingido o limite do tempo de contribuição. 3ª hipótese – APOSENTADORIA VOLUNTÁRIA – 10 anos no serviço público, com 5 anos no cargo; Pode se aposentar com proventos integrais, se preencher cumulativamente os requisitos de idade e tempo de contribuição: Homem: 60 anos de idade + 35 anos de contribuição; Mulher: 55 anos de idade + 30 anos de contribuição; E pode se aposentar com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, interessando apenas a idade; Homem: 65 anos de idade Mulher: 60 anos de idade ESUCRI – DIREITO ADMINISTRATIVO I 4ª hipótese – APOSENTADORIA ESPECIAL – requisitos dados pela CF; hoje só está regulamentada a aposentadoria especial do Professor; Neste caso, o Professor tem 5 anos reduzidos: Homem: 55 anos de idade + 30 anos de contribuição; Mulher: 50 anos de idade + 25 anos de contribuição; Obs.: o professor é o do ensino infantil, fundamental e médio; ESUCRI – DIREITO ADMINISTRATIVO I Lei 8.112/90 A Lei 8.112/1990 (Estatuto dos Servidores Federais) disciplina o regime jurídico dos servidores públicos da União, das autarquias e das fundações públicas federais (art. 1º); Servidor é a pessoa legalmente investida em cargo público (art. 2.º); Cargo público, nos termos da lei, é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor (art. 3.º). Os cargos públicos, acessíveis a todos os brasileiros, são criados por lei, com denominação própria e vencimento pago pelos cofres públicos, para provimento em caráter efetivo ou em comissão. É proibida a prestação de serviços gratuitos, exceto nos casos previstos em lei (art. 4.º). ESUCRI – DIREITO ADMINISTRATIVO I Para que alguém venha a ser investido num cargo público é necessário que preencha os seguintes requisitos mínimos (art. 5.º): a) a nacionalidade brasileira; b) o gozo dos direitos políticos; c) a quitação com as obrigações militares e eleitorais; d) o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo; e) a idade mínima de dezoito anos; f) aptidão física e mental. § 1º As atribuições do cargo podem justificar a exigência de outros requisitos estabelecidos em lei. ESUCRI – DIREITO ADMINISTRATIVO I § 2º Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de se inscrever em concurso público para provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são portadoras; para tais pessoas serão reservadas até 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas no concurso. § 3º As universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológica federais poderão prover seus cargos com professores, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e os procedimentos desta Lei. Art. 6º O provimento dos cargos públicos far-se-á mediante ato da autoridade competente de cada Poder. Art. 7º A investidura em cargo público ocorrerá com a posse. ESUCRI – DIREITO ADMINISTRATIVO I PROVIMENTO: É o preenchimento de cargo por servidor (art. 8º): Duas categorias de provimento: a) originário b) derivado Originário ocorre quando o servidor entra na carreira pela primeira vez; Ex: indivíduo aprovado para o cargo de Técnico da JF; A modalidade de provimento originário é a NOMEAÇÃO (art. 9º); A condição para a nomeação é a prévia aprovação em concurso público; ESUCRI – DIREITO ADMINISTRATIVO I Art. 9º A nomeação far-se-á: I - em caráter efetivo, quando se tratar de cargo isolado de provimento efetivo ou de carreira; II - em comissão, inclusive na condição de interino, para cargos de confiança vagos. Art. 10. A nomeação para cargo de carreira ou cargo isolado de provimento efetivo depende de prévia habilitação em concurso público de provas ou de provas e títulos, obedecidos a ordem de classificação e o prazo de sua validade. Realizada a nomeação é necessário que o servidor aceite o cargo, isso se dá com a POSSE (art. 13), assumindo as atribuições e responsabilidades inerentes do cargo. Com a posse se constitui/ se forma a relação jurídica por meio da INVESTIDURA do servidor (art. 7º). ESUCRI – DIREITO ADMINISTRATIVO I Servidor nomeado tem 30 dias para tomar posse (art. 13, §1º), contados da data da publicação do ato de provimento (nomeação); Caso, o servidor seja nomeado e não tome posse, diz-se que a NOMEAÇÃO FICA SEM EFEITO, ou seja, CADUCA. Exercício: Art. 15. Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do cargo público ou da função de confiança. § 1º É de quinze dias o prazo para o servidor empossado em cargo público entrar em exercício, contados da data daposse. O servidor nomeado, que toma posse, tem 15 dias para ENTRAR EM EXERCÍCIO; ESUCRI – DIREITO ADMINISTRATIVO I b) Provimento derivado: Ocorre dentro da carreira; b1) Quando o servidor se desloca dentro da carreira, mantendo o mesmo plano funcional, sem ascensão, há provimento derivado horizontal; Ex: mudar de Comarca de mesma entrância (Poder Judiciário); b2) Quando, todavia, o servidor se desloca dentro da carreira, com ascensão, há provimento derivado vertical; Ex: ascensão da 1ª entrância para a 2ª; O provimento derivado VERTICAL é aquele em que o servidor passa para um cargo de nível mais elevado dentro da própria carreira, o que se dá por meio da PROMOÇÃO. ESUCRI – DIREITO ADMINISTRATIVO I b3) Provimento derivado por reingresso: É dar um cargo a alguém que já está na carreira, que por alguma razão saiu e está retornando; Formas de provimento por reingresso: 1- reintegração; 2- recondução; 3- aproveitamento; 4- reversão. ESUCRI – DIREITO ADMINISTRATIVO I Promoção: A promoção é forma de provimento derivado VERTICAL e tem como pressuposto que o cargo seja organizado em carreira; A promoção pode se dar por antiguidade ou merecimento, conforme requisitos estabelecidos em lei; Súmula Vinculante 43 É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido ESUCRI – DIREITO ADMINISTRATIVO I Readaptação (art. 24): A readaptação é a forma de provimento derivado HORIZONTAL que consiste na investidura do servidor em cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental verificada em inspeção médica; Cargo de atribuições afins, respeitados a habilitação exigida, o nível de escolaridade e a equivalência de vencimentos; Na hipótese de inexistência de cargo vago, o servidor exercerá suas atribuições como excedente, até a ocorrência de vaga. IMPORTANTE!! Se o readaptando for julgado incapaz para o serviço público, será aposentado. ESUCRI – DIREITO ADMINISTRATIVO I Reversão (art. 25): É o retorno à atividade de servidor aposentado, que pode ocorrer em dois casos: I – de ofício: retorno do servidor aposentado por invalidez, quando comprovados, por junta médica, insubsistentes os motivos da aposentadoria; II – de forma voluntária: o retorno voluntário e concedido no interesse da Administração Pública, desde que preenchidos os seguintes requisitos: Solicitação do aposentado, de forma voluntária + Que a aposentadoria tenha sido voluntária + Estável, quando na atividade + Que a solicitação tenha ocorrido no máximo em 05 anos da aposentadoria + Haja cargo vago. Hipótese muito criticada pela doutrina, pois viola o dever de concurso público; ESUCRI – DIREITO ADMINISTRATIVO I Aproveitamento (arts. 30 a 32): Servidor estável que havia sido posto em disponibilidade em razão da extinção ou da declaração de desnecessidade do seu cargo, RETORNA à atividade; Extinto o cargo, os servidores estáveis serão colocados em disponibilidade, com proventos proporcionais, até que a Administração encontre outro cargo para aproveitá-los; Essa remuneração é proporcional ao tempo de serviço (e não integral); Será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a disponibilidade se o servidor, no prazo legal, não entrar em exercício no novo cargo, salvo doença comprovada por junta médica oficial (art. 32). ESUCRI – DIREITO ADMINISTRATIVO I Reintegração (art. 28): Decorre da anulação de demissão, na via administrativa ou judicial, de servidor estável; Ou seja, é o retorno do servidor quando comprovada a ILEGALIDADE de sua desinvestidura; O servidor é reintegrado ao cargo de origem como se nunca tivesse saído; Retorna com TODAS AS VANTAGENS do respectivo período de afastamento, que é contado, inclusive, como de efetivo serviço; Aquele que estiver ocupando o cargo no qual o servidor será reintegrado é posto em disponibilidade ou, se possível, reconduzido ao seu cargo de origem, sem direito a indenização (§2º do art. 28). ESUCRI – DIREITO ADMINISTRATIVO I Recondução (art. 29): É a volta do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado, que ocorre em duas hipóteses: a) quando o antigo ocupante do cargo for reintegrado; b) no caso de inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo. Nesse caso o servidor reconduzido pode: voltar ao cargo de origem, se ainda estiver vago; ocupar um cargo equivalente vago, se o dele estiver ocupado; ficar em disponibilidade, se não existir cargo equivalente vago; O STF e o STJ já reconheceram a figura da RECONDUÇÃO VOLUNTÁRIA (MS 24534, 22933 do STF e MS 8339 do STJ), que pode ocorrer quando o servidor não estável requer o retorno ao cargo no qual era estável. ESUCRI – DIREITO ADMINISTRATIVO I Vale dizer, aos servidores federais estáveis que assumirem novo cargo é assegurado o direito de recondução ao cargo anterior tanto se não forem aprovados no novo estágio probatório quanto se desistirem da nova função dentro do prazo do novo estágio probatório. ATENÇÃO!! SÚMULA Nº. 16 da AGU: "O servidor estável investido em cargo público federal, em virtude de habilitação em concurso público, poderá desistir do estágio probatório a que é submetido com apoio no art. 20 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, e ser RECONDUZIDO ao cargo inacumulável de que foi exonerado, a pedido”. ESUCRI – DIREITO ADMINISTRATIVO I DESINVESTIDURA Há o rompimento da relação jurídica As hipóteses mais importantes são: I – demissão: É pena/sanção; Pressupõe PAD e a prática de infração funcional grave prevista no artigo 132, da Lei º. 8.112/90; A demissão pressupõe, sempre, hoje, observância ao devido processo legal (PAD). Contraditório e ampla defesa. ESUCRI – DIREITO ADMINISTRATIVO I II – exoneração: não tem natureza de pena. Pode ocorrer: a pedido do servidor; de ofício (quando a administração faz sozinha): Falta de exercício efetivo, no prazo legal (15 dias), de servidor nomeado e empossado; exoneração, a qual ocorre em cargo em comissão; servidor já estável que não é aprovado na avaliação periódica de desempenho; servidor inabilitado em estágio probatório (avaliação especial de desempenho); artigo 169 CF – racionalização da máquina administrativa, redução de despesas; ESUCRI – DIREITO ADMINISTRATIVO I VACÂNCIA (art. 33) A vacância é gerada pelas seguintes hipóteses: 1ª) formas de desinvestidura (exoneração ou demissão); 2ª) falecimento; 3ª) aposentadoria 4ª) promoção (provimento derivado vertical, ou seja, com ascensão de cargo); 5ª) readaptação (provimento derivado horizontal, ou seja, sem ascensão). 6ª) posse em outro cargo inacumulável; ESUCRI – DIREITO ADMINISTRATIVO I Formas de deslocamento Remoção (art. 36) – é o deslocamento de servidor para o exercício de suas atividades em outra unidade, com ou sem mudança de sede, a pedido ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro; Vale lembrar que a remoção não é forma de provimento nem de vacância; Modalidades de remoção: I – remoção de ofício Obs.: remoção utilizada como forma de penalidade caracteriza desvio de poder; II – a pedido Ato discricionário da Administração (deferir ou não); ESUCRI – DIREITO ADMINISTRATIVO I III – a pedido Independentemente de interesse da Administração: a Administração tem de deferir a remoção; Hipóteses (art. 36, parágrafo único): a) para acompanhar cônjuge ou companheiro, também servidor público civil ou militar,de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que foi deslocado no interesse da Administração; b) por motivo de saúde do servidor, cônjuge, companheiro ou dependente que viva às suas expensas e conste do seu assentamento funcional, condicionada à comprovação por junta médica oficial; c) em virtude de processo seletivo promovido, na hipótese em que o número de interessados for superior ao número de vagas, de acordo com normas preestabelecidas pelo órgão ou entidade em que aqueles estejam lotados ESUCRI – DIREITO ADMINISTRATIVO I A propósito da hipótese de remoção prevista na letra “a”, o STJ vem decidindo no sentido de que essa hipótese exige que o cônjuge do servidor público tenha sido deslocado no interesse da Administração. Com efeito, não estaria configurado o interesse público apto a ensejar a remoção do servidor quando o seu cônjuge tiver mudado de domicílio em virtude da NOMEAÇÃO decorrente de concurso público (STJ, 5.ª Turma, REsp 616.831/SE, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, DJ 14.05.2007). IMPORTANTE: A Lei nº. 11.340/2006, que cria mecanismos para prevenir a violência domestica contra a mulher, previu a seguinte regra com esse objetivo (art. 9.º, § 2.º, I): “O juiz assegurará à mulher em situação de violência doméstica e familiar, para preservar sua integridade física e psicológica, acesso prioritário à remoção quando servidora pública, integrante da administração direta ou indireta”. ESUCRI – DIREITO ADMINISTRATIVO I Redistribuição (art. 37): Consiste no deslocamento de cargo de provimento efetivo, ocupado ou vago, para outro órgão ou entidade do mesmo Poder. O objetivo da redistribuição é adequar os quadros funcionais às reais necessidades de cada um de seus órgãos ou entidades; O servidor que não for redistribuído juntamente com o cargo ficará em disponibilidade ou prestará exercício provisório de suas atividades em outro órgão ou entidade, até seu adequado aproveitamento. Vale lembrar que a redistribuição, também, não é forma de provimento nem de vacância; ESUCRI – DIREITO ADMINISTRATIVO I A redistribuição ocorrerá sempre ex officio, para ajustamento de lotação e da força de trabalho, inclusive nos casos de reorganização, extinção ou criação de órgão ou entidade (art. 37, § 1.º). De acordo com o Estatuto, a redistribuição de cargos efetivos exige o atendimento cumulativo dos seguintes requisitos (art. 37, I a VI): a) interesse da administração; b) equivalência de vencimentos; c) manutenção da essência das atribuições do cargo; d) vinculação entre os graus de responsabilidade e complexidade das atividades; e) mesmo nível de escolaridade, especialidade ou habilitação profissional; f) compatibilidade entre as atribuições do cargo e as finalidades institucionais do órgão ou entidade. ESUCRI – DIREITO ADMINISTRATIVO I
Compartilhar