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1 AULA 4: BEM ESTAR DO CONSUMIDOR 1. Excedente do Consumidor; 2. Variação Equivalente e Variação Compensada; 3. Índices Desejáveis de Preços; 4. Indices Usuais de Preços e Quantidades; 5. Exemplos; 6. Bibliografia e Exercícios sugeridos. 1. O Excedente do Consumidor O excedente do consumidor é uma medida monetária do ganho obtido pelo consumidor ao adquirir uma ou mais unidades de um determinado bem. A medida deste ganho leva em conta a diferença entre o valor que o consumidor atribui ao objeto adquirido e o preço que ele efetivamente paga por ele. Considere a Figura 1 abaixo. Suponha que seja a valoração que o consumidor dá à posse da primeira unidade do objeto e que seja o preço que efetivamente ele pagará por esta unidade. 0p 1p O valor é também chamado preço de reserva do consumidor. 0p Uma medida do excedente que ele auferirá ao adquirir esta unidade é dada pelo triângulo . 10app O consumidor tem utilidade marginal decrescente no consumo deste bem, de modo que o valor que ele 2 atribuirá à posse de uma segunda unidade do bem será menor, digamos, 01 pp < . Fig.1: Formação do Excedente do Consumidor p0 p1 p2 pe 1 2 xe a bc d e f 0 Excedente do Consumidor D quantidades $ Suponha que ao adquirir duas unidades do objeto, ele pague por ambas o preço . 2p Deste modo, ele auferirá um ganho igual à área do trapézio para a primeira unidade, mais o ganho igual à área do triangulo correspondente à segunda unidade. 20acpp abc Assim, o excedente total do consumidor que adquire duas unidades será dada pela área do triangulo . 20bpp Podemos generalizar este resultado, concluindo que se o consumidor adquirir unidades do bem, ao ex 3 preço por unidade, seu excedente total será dado pelo triangulo hachurado . ep ep ), Ri efpp0 p− ∫ 0 (pp ie x Isto ocorre porque o ofertante não discrimina as unidades vendidas diferenciando o preço de cada unidade, mas vende todas as unidades ao mesmo preço cada uma. ex De um modo geral, medimos o excedente do consumidor pela área acima do preço pago e abaixo da curva de demanda, até o número de unidades adquiridas. Excedente Marshalliano Em ordem com a maneira descrita acima para mensurar o execedente do consumidor, suponha que seja a demanda Marshalliana do consumidor pelo bem i e o vetor de preços dos outros bens (excluído ). ,( ppx ii − i ip Se o bem i é vendido ao preço e o preço de reserva da primeira unidade é , o excedente do consumidor será: ep 0p −≡ ),,);( 0 iei dpRppppCS Variação do preço e bem estar do consumidor Suponha que o preço do bem suba de para . ep epp >1 Podemos calcular a perda de bem estar do consumidor, usando a diferença entre o seu excedente depois e antes deste aumento: 4 ),;(),;();( 11 RppCSRppCSppCS ieiiiei −− −≡Δ Usando então a definiçao acima do excedente, vem: ∫ ∫∫ −−− =−≡Δ 0 1 0 1 ),;(),;(),,();( 1 p p p p iiii p p iiei e e dpRppxdpRppxdpRppxppCS Óbviamente, esta variação será aqui negativa, pois o aumento do preço reduz o excedente do consumidor. Ela será positiva no caso de uma redução no preço isto é, se . epp <1 Exemplo: No caso Cobb-Douglas com 2 bens e 1=+ βα , vimos na Aula 2 que a demanda Marshalliana do bem 1 é: 1/ pRα . Deste modo, se o preço do bem passa de à a variação no bem estar do consumidor será: 0 1p 1 1p )ln(ln)/();( 11 0 1 0 1 1 11 0 1 1 1 ppRdppRppCS p p −=≡Δ ∫ αα Ou: )/ln();( 11 0 1 0 1 1 11 ppRppCS α=Δ Vemos então que o bem estar do consumidor aumenta se o preço do bem diminuiu ( 0 1 1 1 pp < ), diminui se o preço do bem aumentou ( ) e permanece inalterado se não houve variação no preço ( ). 0 1 1 1 pp > 0 1 1 1 pp = A Figura 2 abaixo ilustra a perda de bem-estar no consumo do bem 1, decorrente da elevação no preço do bem 1, perda esta que se amplia com o aumento da diferença entre o novo preço e o preço inicial. 5 Fig.2: Variação do Excedente do Consumidor p10 p11 x1 $ ΔCS Perda de bem estar com aumento do preço x1(p1 ;p-1,R) Deslocamentos da demanda e Excedente O consumidor pode sofrer ganhos ou perdas indiretas no seu excedente em razão de deslocamentos na sua curva de demanda. Estes deslocamentos podem ser ocasionados por variações na sua renda R ou por variações nos preços de um outro bem. O exemplo abaixo descreve esta última situação no caso de dois bens complementares perfeitos, no qual uma queda no preço do bem 2 afeta positivamente a demanda do bem 1, deslocando-a para a direita. 6 Exemplo: Vimos na Aula 2 que se a utilidade é a demanda Marshalliana pelo bem 1 é },min{ 21 xax 21 ap R + ax =1 p a qual cresce com a diminuição de , pois os bens sempre são demandados em proporções fixas: . 2p x2 / Suponha agora que o preço do bem 2 diminua de 0 2p para , com . 1 2p 1 2 0 2 pp > Qual será o ganho de bem estar do consumidor no consumo do bem 1, quando o seu preço vigente é e o seu preço de reserva ? 1 1p rp1 ),;,(),;,( 021 1 11 1 21 1 111 RpppCSRpppCSCS rr −≡Δ ou dpRppxdpRppxCS rr p p p p ),;(),;( 021 1 211 1 1 1 1 1 1 ∫∫ −=Δ (1) Substituindo em (1) a função de demanda acima: dp app Rdp app RCS rr p p p p ∫∫ +−+=Δ 1 1 1 1 1 1 0 2 1 2 1 )ln()ln( 0 2 1 1 0 21 1 2 1 1 1 21 app appR app appR rr + +−+ += O ganho em bem estar expresso em (1) é representado na Figura 3 abaixo: 7 Fig.3: Excedente do Consumidor e Deslocamento da Demanda p11 p1r x1 $ ΔCS Ganho de bem estar no consumo do bem 1 com a reduçao no preço do bem 2 x1(p ;p20,R) x1(p ; p21,R) 0 2. Variação Equivalente e Variação Compensada Duas outras medidas monetárias da mudança no bem estar obtido no consumo de um bem, que se origina na variação do preço deste bem, foram introduzidas na literatura microeconômica por J.Hicks(1939, 1956): a Variação Equivalente (VE) e a Variação Compensada (VC). 8 Ambas envolvem a demanda Hicksiana. ariação da renda e mudança no bem estar V Considere a situação em que o consumidor tem uma renda fixa R e alca a o nível nç de utilidade quando Isto é: 0u o vetor de preços é 0p . ),( 00 Rpvu = (2a) nde o v é a utilidade indireta. esma renda, a ance o nível de utilidade . Com o vetor de preços 1p , suponha que o consumidor, com a m lc 1u Isto é: (2b) ),( 11 Rpvu = Então, se o vetor de preços for p , qual é o acréscimo de renda que o con umidor necessitará para p ssas a r do ível de utilidade ? sta renda adicional será dada por: n 0u para o nível de utilidade 1u E ),(),()( 01 upeupepW −=Δ (3) O nde ),( upe é a renda necessár a pai ra obter a utilidade quando o vetor de preços é u p . ima e da dualidade 1. da Aula 3, temos: Observe que pelas duas identidades (2a,b) ac pelarelação Rupeupe == ),(),( 0011 (4) 9 a) Variação Equivalente ção da renda (3) e chame isto ariação equivalente: Coloque 0pp = na varia v ),(),()();( 0 0 1 0001 upeupepWppVE −=Δ≡ ou, usando a segunda identidade de (4): RupeppVE −= ),();( 1001 (5a) u ainda, usando a primeira identidade de (4): o ),(),();( 1 1 1 001 upeupeppVE −= (5b) star que ele alcançaria após a mudança nos preços. a economia, onsideramos os dois exemplos abaixo: ste aumento de salário é uma Variaçao quivalente. Vemos assim que a Variação Equivalente é a renda adicional necessária para que o consumidor obtenha hoje, quando os preços são 0p , o mesmo nível de bem e Como forma de aplicar o conceito da Variação Equivalente a situações concretas d c 1. Custo de oportunidade do emprego: João conseguiu concluir sua tese de Mestrado em Economia exercendo a posição de analista de risco em um banco de investimentos. Agora, com o diploma de Mestre, novas e melhores oportunidades de emprego se abrem no mercado de trabalho. Qual deverá ser o aumento salarial que o banco oferecerá a João para que ele continue no <mesmo emprego ? E E 2. Custos da proteção ambiental: Uma firma explora uma mina de calcário que ela utiliza como insumo para a 10 fabricação de corretivos e fertilizantes agrícolas. A firma planeja construir uma ferrovia entre a jazida e a fábrica, a qual encurtará a distancia hoje percorrida, e lhe permitirá reduzir substancialmente seu custo de produção. Ela já provisionou os recursos para realizar esta obra. Entretanto, a ferrovia deverá passar por uma área florestal que o Governo deseja preservar. Qual o valor monetário que a firma deveria receber do Governo para ficar indiferente entre realizar e não realizar o projeto ? ste valor é uma Variação Equivalente. rmulas teis para se calcular a variação equivalente: or (5a) temos: E As expressões (5a) e (5b) ensejam duas fó ú P ),( 1 0 upeVER =+ ou, ou ainda, usando a relação da ualidade 2. da Aula 3: v )),(,(),( 1 000 upepvVERp =+ d 1 0 ),( uVERpv =+ (5c) a de demanda Hicksiana de nível ara qualquer bem Usando o lema de Shephard da Aula 3, podemos expressar também a Variação Equivalente pel integral sob a curva 1u p :,...,1 ni = i p p i dp p upeppVE ∫ ∂ ∂= 01 ),();( 101 u, usando Shephard: o i p p h i dpupxppVE ∫= 01 ),();( 101 ni ,...,1= (5d) 11 A Figura 4, obtida no caso de 2 bens substitutos imperfeitos, ilustra gráficamente as relações (5c), no gráfico superior, e (5d), no gráfico inferior. Supõe-se uma queda no preço do bem 1 , e que o preço do bem 2 fica constante igual à 1: . 0 1 1 1 pp < 1 2 = pp 102 = Fig.4: Variação Equivalente: Redução do preço. x1 x1 p1u1 u0 x2 $ p10 p11 p0 x1(p,R) x1h(p,u1) x10 x11x1s VE R R+VE VARIAÇAO EQUIVALENTE: 1 bem normal VE x0 x1 No gráfico superior da figura acima, o consumidor gasta toda sua renda R na compra da cesta sendo o vetor de preços ),( 02 0 1 0 xxx = ).,( 02 0 1 0 ppp = 12 Com o consumo desta cesta 0x , ele alcança o nível de bem estar . 0u Com a queda no preço do bem 1, o novo vetor de preços é , o conjunto de consumo factível do consumidor se expande e ele gasta agora toda a sua renda ),( 02 1 1 1 ppp = R na compra da cesta ),( 12 1 1 1 xxx = . Com o consumo desta cesta, ele alcança um nível de bem estar mais elevado, . 01 uu > A renda adicional que o consumidor precisa para alcançar este nível de bem estar mais elevado , antes que o preço do bem 1 diminua, é a Variação Equivalente (VE). 1u No gráfico superior, VE é medida pela distancia entre a reta paralela à reta inicial, mas tangente à curva de indiferença de nível , e a reta orçamentária inicial. 1u No eixo das ordenadas do gráfico superior, temos , que é a equação (5a) ou, sua equivalente, (5c). RupeVE −= ),( 10 No gráfico inferior, representamos as curvas de demanda Marshalliana e Hicksiana pelo bem 1. Como o bem 1 é um bem normal, no ponto a segunda curva intersecta a primeira “por cima”. ),( 11 1 1 px De acordo com a fórmula (5d), a Variação Equivalente é representada pela área abaixo da demanda Hicksiana pelo bem 1, entre os preços e . 1 1p 0 1p Observe que, sendo 1 um bem normal, VE é um valor nunca menor que a variação do excedente do consumidor, definido anteriormente: VECS ≤Δ 1 . 13 Obs.: Se 1 fosse um bem inferior, a Variação Equivalente seria menor que a Variação do Excedente Marshalliano. Por que ? b) Variação Compensada Coloque na variação da renda (3) e chame isto variação compensada: 1pp = ),(),()();( 0 1 1 1101 upeupepWppVC −=Δ≡ ou, usando a primeira identidade de (4): (6a) ),();( 0 101 upeRppVC −= ou ainda, usando a segunda identidade de (4): ),(),();( 0 1 0 001 upeupeppVC −= (6b) Vemos assim que a Variação Compensada é a renda adicional necessária para que, após a mudança nos preços, o consumidor mantenha o mesmo nível de bem estar inicial. Como forma de aplicar o conceito da Variação Compensada a situações concretas da economia, consideramos as seguintes situações: 1. Mudança nas condiçoes de trabalho: João é gerente de um banco comercial no Rio de Janeiro. Agora, o banco abriu uma primeira agencia no Amapá e precisa dos serviços de João para gerenciar a nova filial. Qual deverá ser o salário adicional que o banco oferecerá a 14 João para que ele seja compensado pelos transtornos que lhe causarão esta mudança ? O aumento de salário é uma Variaçao Compensada. 2. Compensação por danos ambientais: Os vazamentos de óleo provenientes de um navio petroleiro poluem as águas de uma enseada, com elevados danos à atividade pesqueira na área. Qual o valor monetário que a companhia de navegação deverá pagar aos pescadores de modo a ressarci-los do prejuízo causado à sua atividade ? Este valor é uma Variação Compensada. As expressões (6a) e (6b) ensejam duas fórmulas úteis para se calcular a variação equivalente: Por (6a) temos: ),( 0 1 upeVCR =− ou, )),(,(),( 0 111 upepvVCRpv =− ou ainda, usando a relação da dualidade 2. da Aula 3: 0 1 ),( uVCRpv =− (6c) Usando o lema de Shephard da Aula 3, podemos expressar também a Variação Compensada pela integral sob a curva de demanda Hicksiana de nível para qualquer bem 0u :,...,1 ni = i p p i dp p upeppVC ∫ ∂ ∂= 01 ),();( 001 ou, usando o lema de Shephard: i p p h i dpupxppVE ∫= 01 ),();( 001 ni ,...,1= (6d) 15 A Figura 5, obtida no caso de 2 bens substitutos imperfeitos, ilustra gráficamente as relações (6c), no gráfico superior, e (6d), no gráfico inferior. Como anteriormente, supõe-se uma queda no preço do bem 1 , e que o preço do bem 2 fica constante igual à 1: 0 1 1 1 pp < 102 1 2 == pp . Fig.5: Variação Compensada: Redução do preço. x1 x1 p1u1 u0 x2 $ p10 p11 p0 x1(p,R)x1h(p,u1) x10 x11x1s VC R VC x0 x1 VARIAÇAO COMPENSADA: 1 bem normal R-VC X1h(p,u0) No gráfico superior, o consumidor gasta toda sua renda R na compra da cesta ),( 02 0 1 0 xxx = sendo o vetor de preços ).,( 02 0 1 0 pp=p 16 Como anteriormente, com o consumo desta cesta 0x , ele alcança o nível de bem estar . 0u Com a queda no preço do bem 1, o novo vetor de preços é , o conjunto de consumo factível do consumidor se expande e ele gasta agora toda a sua renda ),( 02 1 1 1 ppp = R na compra da cesta ),( 12 1 1 1 xxx = . Com o consumo desta cesta, ele alcança um nível de bem estar mais elevado, . 01 uu > A renda adicional que o consumidor precisa para, com os novos preços, manter o mesmo nível de bem estar anterior , é a Variação Compensada (VC). 0u No gráfico superior, VC é medida pela distancia entre a reta paralela à nova reta orçamentária, mas tangente à mesma curva de indiferença de nível , e a nova reta orçamentária. 0u No eixo das ordenadas do gráfico superior, temos , que é a equação (6a) ou, sua equivalente, (6c). ),( 0 1 upeRVC −= No gráfico inferior, representamos as curvas de demanda Marshalliana e Hicksiana pelo bem 1. Como o bem 1 é um bem normal, no ponto a segunda curva intersecta a primeira “por cima”. ),( 11 1 1 px De acordo com a fórmula (6d), a Variação Compensada é representada pela área abaixo da demanda Hicksiana pelo bem 1, entre e . 1 1p 0 1p Observe que, sendo 1 um bem normal, VE é um valor nunca maior que a variação do excedente do consumidor, definido anteriormente: 1CSVC Δ≤ . Assim, para bens normais, temos as desigualdades: VECSVC ≤Δ≤ 1 . 17 Se 1 é um bem inferior, a Variação Compensada é maior que a variação equivalente. Neste caso, as demandas Hicksianas se deslocam para baixo com aumentos nos níveis de utilidade. Além disso, elas cruzam a demanda Marshalliana por baixo, de modo que teremos as desigualdades: VCCSVE ≤Δ≤ 1 A Figura 6 abaixo ilustra esta situação: Fig.6: Variações Compensada e Equivalente: Caso de um bem inferior x1 x1 p1 u1 u0 x2 $ p10 p11 p0 x1(p,R) x1h(p,u1) x10 x11 x1c VC R x0 x1 VARIAÇAO COMPENSADA e VARIAÇAO EQUIVALENTE: 1 bem inferior R-VC X1h(p,u0) xe 18 Obervaçoes: (a) Como vimos acima, as variações Equivalente e Compensada são ambas positivas no caso de uma queda no preço. Obviamente, elas são ambas negativas no caso de um aumento no preço deste bem. (b) Uma questão relevante é a de saber qual das medidas utilizar para se obter uma medida monetária da mudança no bem estar do consumidor em sequencia à variações no preço dos bens. Como vimos, no caso de um bem normal, a VE tende a “superestimar” e a VC tende a “subestimar” o ganho de bem estar decorrente de uma queda no seu preço. O inverso ocorre no caso de um bem inferior isto é, VE tenderá a “subestimar” e VC tenderá a “superestimar” este ganho. A menos que hajam razoes específicas para o uso de VE ou VC, a utilização da variação do excedente Marshalliano CSΔ se impõe na medida em que ela representa um compromisso entre as duas medidas Hicksianas. Exemplos: 1. Cobb-Douglas com 2 bens βα 21 xAxu = e 1=+ βα , vimos na Aula 2 que a utilidade indireta é: βα βαβα 21 ),( pp RARpv = . Supondo que o preço do bem passa de à , calculamos a Variação Equivalente usando a identidade (5c): 0 1p 1 1p 10 2 0 1 )()( u pp VERA =+ βαβαβα . Usando agora (2b) para o lado direito desta equação: 19 ααβα βα βα βα βαβα )()()()()()( 11 0 1 0 2 1 1 0 2 0 1 p R p VER pp RA pp VERA =+⇒=+ De onde obtemos: ( ) }1/{ 1101 −= αppRVE Obviamente, poderíamos ter obtido o mesmo resultado, de acordo com a fórmula (5d). Esta envolve a integraçao em , de a da demanda Hicksiana pelo bem 1: 1p x 1 1p 0 1p p β uph ββα )1/1()(1 /02= . Depois da integração, avalia-se u em ),11 Ru ( pv= . Análogamente, calculamos a Variação Compensada usando (6c) e (2ª): ααβα βα βα βα βαβα )()()()()()( 01 1 1 0 2 0 1 0 2 1 1 p R p VCR pp RA pp VCRA =−⇒=− De onde obtemos: ( ) }/1{ 0111 αppRVC −= Também aqui, poderíamos ter obtido o mesmo resultado por integração, usando a equação (6d). Numéricamente, se o preço do bem 1 baixar 10%, de para 9, e se 10 1000,3/2 == Rα , obtemos: 7.72=VE : é o acréscimo de renda necessário para que o consumidor fique hoje indiferente entre obter ou não obter a reduçao de 10% no preço do bem. 20 8.67=VC que é o valor mínimo que compensará o consumidor pela perda do desconto de 10% no preço do bem. 2.70)9/10ln()1000)(3/2(1 ==ΔCS é o ganho do consumidor com a redução de 10% no preço. Observe que a Cobb-Douglas representa preferências do consumidor sobre bens normais, de modo que temos bem as desigualdades: VECSVC <Δ< 1 . 2. Utilidade Quase linear com dois bens e , onde 2 é um bem numerário, por exemplo moeda com preço 12 12 ln xaxu += 0>a =p . Supondo que a renda do consumidor é aR > , a demanda Marshalliana pelo bem 1 é: 1 11 p ),( aRpx = , a qual não depende diretamente da renda. A demanda de moeda será: aRx −=2 . Suponha que o preço do bem diminui de à . excedente do consumidor será: quivalente será idêntica à Variação Compensada. é idêntica à emanda Marshalliana, de modo que 0 1p 1 1p O )/ln()/();( 11 0 1 0 1 1 11 0 1 1 1 ppadppappCS p p =≡Δ ∫ A demanda Hicksiana pelo bem 1 não depende do nível de utilidade u , de modo que a Variação E Além disso, a demanda Hicksiana d VCCSVE =Δ= 1 . 21 3. Indices Desejáveis de Preços ações sofridas por este onjunto ao longo do tempo. rata-se pois, de um número sintético. erísticas da dinâmica deste onjunto de preços. ou ruim, dependendo o tipo de índice construído. o tempo, notamos a data base e Um índice de preços é um número representativo de um conjunto ou agregado de preços, construído com o objetivo de capturar as vari c T Deseja-se que este índice reflita, da melhor maneira possível, as caract c A representação pode ser boa d Como o índice deve sintetizar a evolução dos preç s em um período de 0 t a ata referência. d Sejam ),...,( 1 nppp = e ),...,( 1 nqqq = os vetores dos preços unitários e das quantidades do conjunto dos n bens ransacionados, cuja evolução queremos analisar. tidades nas atas base e referencia, respectivamente. L ste bem, no valor total ransacionado no mercado. ue o alor é o produto do preço vezes a quantidade. efinição: e data eferencia t Notaremos 00 , qp e tt qp , os preços e quan d ogicamente, o peso da variação do preço de um bem i depende da sua importância relativa, isto é, do dispêndio efetuado com e t Assim sendo, os índices usais de preços também dependem do vetor das quantidades, uma vez q v D Um índice de preços, com data base 0 r t , notado , é uma aplicaçã),0( tIP o: 22 ),;,(),;,(: 0000 tttt qqppIqqppRI → :),0( 4nP Rt →+ onde verifica as seguintes propriedades: ),;,( 00 tt qqppI 1. Monotonicidade: I é crescente em e decrescente em . entãoo o índice deverá apresentar uma 2.Homogeneidade linear em tp 0p Se o preço de nenhum bem diminui e, pelo menos o e um deles aumenta no período de 0 à t,d índice de preços deve refletir este aumento. Por outro lado, mantido o vetor de preços na data referencia, se partimos de um patamar de preços mais elevado na data base, variação mais baixa. tp =),;,( 00 tt qqppI λ 0;),;,( 00 >∀λλ tt qqppI ice de preços deverá variar 3. Homogeneidade 0 em e Se na data referencia todos os preços variarem na esma proporção, o índm nesta mesma proporção. tp 0p =),;,( 00 tt qqppI λλ 0;),;,( 00 >∀λtt qqppI O índice deve ser invariante a mudanças no patamar dos preços. Se todos os preços, nas datas base e eferencia, sofrerem a mesma vr í ariação, o valor do erado. mensurabilidade ndice permanecerá inalt 4. Co =ΛΛΛΛ −− ),;,( 1010 tt qqppI 0;),;,( 00 >Λtt qqppI Aqui, Λ é uma matriz diagonal de números positivos. Esta propriedade nos diz que se após efetuarmos uma transformação linear de todos os preços, 23 efetuarmos a transformação linear inversa em todas o índice permanecerá inalterado. 5. Identidade que, se não houver variação nos preços ntre as datas base e referencia, o seu valor será A variação do índice de preços com data base 0, as quantidades, 1),;,( 000 =tqqppI Por convenção, o índice de preços é construído de tal maneira e igual à 1. entre as datas t e t′ é: −′ ),;,( 00 tt qqppI ),;,( 00 tt qqppI . Deste modo, a variação dos preços entre as datas 0 e t será: 1),;,( 00 −tt qqppI Os índices usuais de preços atendem normalmente à s apresentados à seguir, s quais atenderão também outras duas propriedades à frente. uclidiano dos vet todas as 5 propriedades listadas acima. Tal é o caso dos dois índice o especificadas mais Lembrando que n é o produto interno ∑ =≡ i ii yxyx 1. ores x e y , E temos: pesa Índice da Des 00. .),0( qp qptD tt ≡ Este índice, também chamado índice da Razão ente como a razão entre a espesa efetuada na data referencia e a despesa efetuada na data base. Orçamentária, é de natureza empírica. Ele se define simplesm d 24 Não é difícil verificar que ),0( tD atende todas as 5 ropriedades listadas acima. ndice Verdadeiro do Custo de Vida p Í ),( ),(),0( 0 0 0 upe upetV t P = 939, em artigo publicado na revista Econometrica. e drão de vida na data ase, quan os eços são . e m ado nível de utilidade , como vimos na Aula 3. m s preferencias, ele não é diretamente observável. eiras ropriedades desejáveis para índices de preços. çao espesa. tilidad direta é efinida sob as cestas de bens: Este índice foi proposto em 1924 pelo economista russo A.A.Konüs, e introduzido na literatura em 1 O índice confronta o custo incorrido para manter o padrão de vida 0u , na data de referencia, quando os preços são tp , e o custo dest pa b do pr 0p Note que este índice é de natureza teórica, pois ele envolve a escolha da c sta de menor custo para u d 0u Além deste nível de utilidade possuir valor apenas ordinal, para o rankeamento das cestas de acordo co a É fácil verificar que ),0( tVP atende às 4 prim p Em particular, a homogeneidade linear em tp é conseqüência imediata da homogeneidade da fun d Quanto à última propriedade, note que o índice verdadeiro depende também, indiretamente, das quantidades q , uma vez que a u e u . d re )( 00 quu = 25 Além disso, na definição ),(.),( upqpupe h= , o segundo termo ),( upqh é o vetor das demandas Hicksianas, de modo que a comensurabilidade atendida, uma vez ue a da Hicksiana é no vetor de reços: é homogênea 0 .),(. 1 qpupqp h q deman ,( upep ),(),(),(.) 1 upeupupqp hh ==ΛΛ=ΛΛΛ= −Λ − . estes índices retendem medir não a variação do valor das ois p ntos do tempo, mas a ção no volume destas transações. e quantidades, de um odo geral, o índice quantum é obtido permutando- dos preços com o das quantidades no ços definido acima é índice de preços, Indices de Quantidades Também chamados índices quantum, p transações efetuadas em d o varia Notaremos estes índices: ),0( tIQ . Uma vez que o valor das transações é obtido somando-se o produto de preços m se o papel índice de pre Assim, se (IP o ),;,(),0 00 qqppIt tt≡ definimos: ),;,(),0( 00 ppqqItI ttQ ≡ para o índice das variações em volume com data referencia t e data base .0 As 5 propriedades desejáveis para índices de preços também se aplicam aos índices quantum. Na próxima sessão, apresentaremos alguns índices s 5 propriedades apresentadas acima, duas utras propriedades são usualmente requeridas, para quantum definidos à partir dos índices de preços mais usuais. Além da o fins práticos: a circularidade e a reversão dos fatores. 26 Estas propriedades valem indistintamente, tanto para para indices quantum. utras Propriedades e m índice indices de preço como O a) Circularidad é dito circular se, para quaisquer U ),0( tI datas ts,,0 temos: ),().,0(),0( tsIsItI = . A vantagem de se possuir um índice circular é a ção acima, podemos com efeito passar de para um outro com data facilidade com a qual se pode efetuar mudanças na data base do índice. Pela rela um índice com data base 0 ase b : . s ),0(/),0(),( sItItsI = Reversibilidade no tempo Observe que um índice circular é reversível no tempo, no seguinte sentido: ).0,(/1),0( sIsI = Com efeito, colocando 0=t na definição acima e considerando que 1)0,0( =I , obtemos o resultado. Se calcularmos a variação dos preços ou quantidades ntre as datas 0 e s e depois a multiplicarmos pela ariação entre as datas s e 0 a variação total deverá e v ser nula. Observe que o índice de despesa ,0( )tD é um índice circular. índice verdadeiro O também é um índice ),0( tVP circular, no caso dos consumidores terem preferências homotéticas. 27 Com efeito, no final da seção 3 da Aula 3 vimos que se as screv preferências são homotéticas, entao podemos er a função despesa como: e , )1,().(),( peuupe φ= onde φ é uma funçao crescente do níveis de bem star. Neste caso, temos a circularidade, pois: e ),().,0( )1,()( . )1,()()1,( . )( ),0( 0 0 0 0 tsVsV peupeupeu tV PPs s P === φ )1,()()1,()()1,()( 00 peupeupeu t s st φ φ φ φ φ Infelizmente, os índices empíricos mais usuais ais à frente não são riedade, também chamada “teste da razão vras, o índice apresentados na seção 4 m irculares. c b) Reversão dos Fatores sta propE orçamentária”, requer que o produto do índice de preços pela índice de quantidades iguale o índice de despesa. Em outras pala I atende ao teste da reversão dos fatores se: ),0(),0().,0( tDtItI QP = A vanta suir gem de se pos um índice com fatores eversíveis é a de se poder obter o índice de quantum r à partir do inverso do índice de preços, ou vice- versa: ),0(/),0(),0( tItDtI PQ = ou ),0(/),0(),0( tItDtI QP = . Ao checar esta propriedade para o Índice Verdadeiro, precisamos definir um índice de quantum correspondente. Sendo tq o vetor demandado otimamente quando o é , vetor de preços na data tp t , o nível de utilidade será: u . )( tt qu= 28 Analogamente,)( 00 quu = é o nível de utilidade na data base. Definimos en o o índice quantum erdadeiro como a despesa adicional necessária par tilidade , quando a cesta de bens demanda tã v a passar do nível de é , , quando a cesta é , mantendo-se os preços constantes, da data base: u 0u 0q para o nível tu tq ))(,( ))(,(),0( 00 0 qupe qupetV t Q ≡ om o índice quantum verdadeiro C assim definido, ecar que, no caso de preferências o índice verdadeiro atende à ropriedade da reversão dos fatores. Com efeito: podemos ch omotéticas,h p === )1,()( )1,()(. ),( )1,()( ),( ),(. ),( ),(),0().,0( 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 peu peu upe peu upe upe upe upetVtV t t t t QP φ φ φ ),0( . . ),( ),( 00 0 0 tD qp qp upe upe ttt t === Indices Verdadeiros: Variação Equivalente e Variação Compensada odemos estabelecer uma relação diP reta entre os a renda mínima necessária para o o s preç índices verdadeiros de quantidades e preços com os conceitos de Variação Equivalente e Variação Compensada apresentados na Seção 2. Notemos ),( 0 0 0 upeR = os são 0p . consumidor alcançar o nível de bem estar 0u quand o 29 Para a Variação Equivalente temos, por definição: [ ]1),0(),(),( 0000,0 −=−= tVRupeupeVE Qtt Aos preços da data base, vemos que a renda adicional ecessária para o consumidor passarn do nível de bem a nicial correspondente à variação do índice erdadeiro quantum, neste período. ara a Variação Compensada temos, por definição: estar 0u para o nível 1u é igual à parcela da rend i v P ),(),( 0,0 upeupeVC t t t t −= Para obtermos uma relação direta da Variação o índice verdad tese adicional: a ausência de variações na consumidor entre as duas datas. Compensada com eiro, precisamos de uma hipó nda do re Assim, usando a na expressão acima Rupeupe t t ≡= ),(),( 00 teremos: [ ]1),0(,0 −−= tVRVC Pt Na ausência de variações na renda do consumidor, aos preços da data referencia, a renda adicional que compensa o consumidor pela passagem da utilidade no índice de preços , pois será 0u para a utilidade tu é igual à parcela da renda inicial correspondente à variação do índice Verdadeiro do Custo de Vida entre as duas datas. Este acréscimo de renda é negativo em caso de umentoa 1),0( >tVP necessária uma compensação de renda positiva para que o consumidor recupere seu nível de bem estar inicial. 30 O acréscimo de renda é positivo em caso de redução no índice de preços 1),0( <tVP , pois será necessário etirar renda do consumidor para que ele retorne a r seu nível de bem estar inicial. N o o primeiro caso, há perda de bem estar do nsumidor entre os dois períodos. e o de eríodos, o s, o custo da ada um destes índices gerou toda uma classe istinta de índices, de acordo com a forma de se cadear, ao longo do tempo, o papel dos tidades nos índices originais. ) Laspeyres O índice de preços de Laspeyres define-se como: c No segundo caso, há ganho de bem estar. 4. Índice Usuais de Preços e Quantidades Dentre os índices empíricos mais usuais temos o e E.Laspeyres (1871), o de H.Paasche (1874)d I.Fisher (1922). O primeiro deles confronta, nos dois p custo da cesta de bens adquirida na data base. segundo, confronta, nos dois períodoO cesta de bens adquirida na data referencia. O índice de Fisher define-se como a média geométrica dos dois índices anteriores. C d ponderar ou en reços ou quanp a 00 0 . .),0( qp qptL t P ≡ 31 Note que ∑ == j ii iiiti qpppqp 000 )/(. . efinindo por ∑ = =j ii itit qp 00 D 00 00 0 .qp qps iil = a parcela do gasto com o bem i no gasto total, tudo na data base, vemos que o índice de Laspeyres é uma média aritmética dos elativos de preço , ponderados por estas r 0/ i t i pp parcelas: ∑ == ni i t i iP p pst L 1 0 0),0( Note que a variação do preço do bem entre a data com ∑ = =ni is1 0 1 base e a data de referencia é i 1 00 0 ,0 −=−≡ i t i i i t it i p p p ppπ , de odo que a variação do índicm e, entre estas duas édia ponderad das taxas de inflação ada um dos bens: ele ode ser calculado para cada data de referencia datas, é uma m a dos preços de c ∑=− n t01),0( π =i iiP stL 1 O índice de Laspeyres tem grande aplicabilidade prática, pois uma vez conhecidos os pesos 0 , is p t unicamente mediante a observação dos preços tp . Isto é, sem necessidade de se conhecer em cada data t , o valor total ou as quantidades transacionadas de cada bem. Esta praticidade faz com que a maioria dos índices de reços ordp inariamente utilizados sejam do tipo Laspeyres, com base fixa, isto é, com pesos fixos na data base. 32 Em contraponto à sua praticidade, o uso de pesos fixos para a média das variações de preços tem o nconveniente de inflar o índice, com relação ao asto com este em sobre o gasto total, uma vez que o consumidor maiores a produtos que tiveram umentos de preço, e pesos menores a produtos cujo egada menor daquela apresentada pelo ndice de Laspeyres. or este viés, , tenderá a superestimar o índice priedades ntretanto, não é um índice circular. le também não atende o critério da reversão dos O índice de preços de Paasche define-se como: i valor que se poderia esperar dele, quando bens substitutos estão presentes na cesta de bens considerada. Neste caso, o aumento no preço de um bem deveria levar à uma redução na parcela do g b tenderá a substituir o consumo deste bem por um outro bem substituto, cujo preço não se tenha alterado, ou tenha aumentado menos. A atribuição de pesos a preço diminuiu ou não aumentou, levaria assim à uma variação agr í Tal é o viés de substituiçao apresentado pelo índice Laspeyres. P ),0( tLP verdadeiro do custo de vida ),0( tVP , como veremos mais à frente. É fácil verificar que ),0( tLP atende às 5 pro desejáveis apresentadas anteriormente. E ),0( tLP E fatores. b) Paasche 33 t tt P qp qptP . .),0( 0 ≡ Definindo por Note que . ∑∑ == == j ii tititiij ii tiit qpppqpqp )/(. 000 tt t i t it l qp qps . = a parcela do gasto com o bem i no gasto total, tudo na data referencia, vemos que o ndice de Paasche é uma média harmônica dos preço , ponderados por estas parcelas: í relativos de 0/ i t i pp ∑ = = n i ii com ∑ = =ni tis1 1 O índice Paasche tem pouca aplicabilidad prática, pois ele utiliza pesos t is da data de referencia, de t t i P pp s t 1 0/ 1 1),0( e P modo que, para ser calculado, o índice requer que se possa observar, além dos preços unitários t ip , também o valor das transações em cada bem e em cada data . t Como se vê, o índice Paasche, tem base móvel, isto é, o peso atribuído aos relativos de preço variam em cada data. Apesar de levar plenamente em conta os ajustes feitos pelos consumidores na alocação orçamentária entre s difero entes bens, à cada mudança em seus preços relativos, ),0( tPP onsidere-se aindaque o índice Paasche é uma média maio smo sistema de pesos. tende a subestimar o índice verdadeiro de custo de vida, como veremos mais à frente. C harmônica dos relativos de preço, cujo valor, nunca é r que o da média geométrica ou aritmética destes relativos, quando se usa o me 34 Assim como para o Laspeyres, é fácil verificar que ),0( tPP rieda das anteriormente. atende às 5 prop des desejáveis apresenta Analogamente, verifica-se que ),0( tPP reversão dos icialmente a família de índices verdadeiros de preço à la Konüs da sequinte maneira: não é um índice circular. Ele também não atende o critério da atores. f Comparações do Laspeyres e Paasche Definimos in ))(,( ))(,(),0( 0 qupe qupetV t q P ≡ Trata-se de uma família de índices teóricos, um índice para cada vetor de quantidades q . Inicialmente, mostraremos que o índice empírico de o ín , orrespondente, . om efeito, colocando Laspeyres superestima dice teórico à la Konüs c ),0( 0 tV qP C 0qq = no índice acima temos: ostraremos agora que o índice empírico de t s, orrespondente, ),0( tV tq P . M Paasche subestima o índice eórico à la Konü c Com efeito, colocando tqq = n ao índice acim temos: ma vez que, por definição, tt qpqupe .))(,( 00 u . ≤ 35 Ora, como ),0( tV tq ≤ ),0(0 tV q P P P ),0(),0( tLtP , deveremos ter: ≤ P Isto é, o índice de Laspeyres deve apresentar valores normalmente maiores que o índice de Paasche. Em uma comparação “estatística” direta entre estes dois índices, é possível mostrar que se o relativo de reços 0/t pp apresentar correlação empírica negativa hipótese é empiricamente razoável e lausível, uma vez que, para bens normais, a emanda de um bem é decrescente com relação ao ioridade umérica do Laspeyres sobre o Paasche na maioria os casos. s, Paasche e o Índice da Despesa odavia, se combinarmos o índice de Preço de quantum ou lternativamente, o índice de Preço de Paasche com o s quantum verificaremos qu o produto deles guala o índice de despesa. e: ),0(),0(), tLtPt QP p ii com o relativo das quantidades 0/ i t i qq , então o índice de Laspeyres apresentará valores mais elevados que o índice de Paasche. Como esta p d seu preço, deveremos encontrar a super n d Laspeyre Mencionamos acima que os índices Laspeyres e Paasche não atendem o critério da reversão dos fatores. T Laspeyres com o Paasche a Laspeyre e i Isto é, verifica-se fácilmente qu 0(),0(),0( DtPtL QP == sando ),0( tLPP U então a desigualdade ),0( tP ≤ , na dupla igualdade acima vem: 36 ),0(),0(),0(),0(),0( tLtLtDtPtP QPQP ≤≤ Isto é, Paasche subestima o índice de despesa, enquanto que o Laspeyres o superestima. Em outras palavras, o índice de Paasche não atende o ritério da reversão do fatores por insuficiência, o índice de Laspeyres não o atende por de Fisher é construído como a média simples dos dois ndices anteriores: c enquanto que xcesso. e c) Fisher Este índice foi proposto com o intuito de corrigir o viés dos índices de Laspeyres e Paasche com relação ao índice da despesa. O índice geométrica í ),0().,0(),0( tLtPtF PPP ≡ O índic ),0( tF se define édia, o índice de isher situa-se entre os asche e Laspeyres ),0( tLP e Fisher quantum Q análogamente como a média geométrica dos índices Paasche e Laspeyres quantum. Sendo uma m F índices de Pa : ),0(),0( tFtP PP ≤≤ Fisher atende o critério a reversão ) Mais importante, o índice de dos fatores: d ,0(),0().,0( tDtFtF QP = No seu livro king of Índex Numbers (1922) The Ma I.Fisher chamou o seu índice F “índice ideal”. 37 5. Exemplos: Indices Verdadeiros Calculamos baixo, a título de ilustração, os índices d a e preço e quantum teóricos implicados por lgumas funções de utilidade mais comuns para dois ns, no Modelo Linear de Despesa MLD). s, a utilidade CES (Constant Elasticity of ubstitution) é definida por: 10;)(),( /12121 a bens e, para 2≥n be ( a) Utilidade CES Para 2 ben S ρ= + ≠ <ρρρ xxxxu Na Aula 3 obtivemos a utilidade indireta: 21 [ ] RppRpv θθθ /1),( −− += onde )1/(01 θθρρρθ ≡ +=⇔>− , [e a função despesa: ]pupe θθθ /1`),( −−−= Obtemos assim: up21 + θ/ θθ θθ 1 0 2 0 2 )()( )()(),0( − −− −− ⎥⎤⎢⎣ ⎡ + += pp ppt i tt i P para o índice do custo de vida; V ⎦ 00 ou, usando a utilidade indireta: 0 0 ),( ),(),0( u u upe upetV itQ == 0 0 2 0 2 )) ( Rpp p t i i θθ θ ⎥⎦⎣ + + −− para o índice quantum. /1 (( ))(),0( RptV tt Q θθ ⎤⎢⎡= −− Note que 0/ RRt não é outra coisa que o índice de despesa ).,0( tD 38 Observe t m que a CES representa preferências omotéticas, de modo que o índice verdadeiro uantum a ),0(/),0(),0( tVtDtV P ambé erific h q v =Q , como foi provado 0,), 2121 > na seção anterior. b)Utilidade linear ( += axaxxx R) a função despesa: u Vimos na Aula 3 que a utilidade indireta é: pv ,( ppaR /1,/max() 21= e )/1,/max( 21 ppa ),( uupe = btemos assim: O )/1,/max( )/1,/max(),0( 21 0 2 0 1 ttP ppa ppatV = para o índice de custo de vida; 0210 )/1,/max( Rppau tt para o índice quantum. 0,},min{),( 2121 >= axaxxxu que a utilidade indireta é: 00 21 )/1,/max( ),0( Rppau tV ttQ == c) Utilidade Leontieff Vimos na Aula 3 21 app aR += . spesa: upapupe )/(),( ),( Rpv E a função de = 21 + 0 2 0 1 2 / pap pa t + + para o índice do custo de vida; 1 /),0( ptV t P = 39 02 00 0 )/( Rpapu + ntum. Despesa (MLD) ão homotéticas: i 1 21 )/( ),0( Rpapu tV t tt t Q +== para o índice qua d) Modelo Linear de Neste modelo, as preferências dos consumidores não s ∑ ∑= = >=>−= ni ni iiiiii xxxu 1 1 0;1;;)ln()( ββγγβ . Trata-se da transformação logarítmica de uma função do tipo Cobb-Douglas, onde o parâmetro iγ é a quantidade mínima demanda do bem ni ,...,1 . = Na seqüencia, notaremos ),...,( 1 nppp = e ),...,( 1 nγγγ = para o vetor de respectivamente preços e para a nima, . ização da uti ei rição ia cesta mí A maxim orçamentár lidade suj to à rest p x R=. fornece as funções de demanda arshallianas: iiii ppRpq /).(,( M ; ni ,...,1R) γβγ −+= = . e Pela relação acima observe qu )( γ )γ.(β − −= qp iii i , de modo ue o coeficiente i qp q β é o peso do gasto bem i sobre o gasto upranumerário total. eta é: supranumerário no s A utilidade indir [ ]. iiii pRp βnpRv βγ )ln), 1= /().(( Π−= 40 Pela relação da dualidade uupepv =)),(,( obtemos a unção despesa: ii n i u pepupe f iββγ )/(.),( 1=+ Π= ara o índ custo de vida temos: P ice verdadeiro do i ii n i uP pep p tV ββγ )/(. . ),0( 0 1 0 0 =Π+ = ind reta para iii u pR i i t i n i ut pe ββγ )/(10 =Π+ou, usan ido a utilidade in p ββγ )/(). 0Π obtemos: e ( 1000 =−= 0R bserve q nima 0= 0 1 0 0 )/().(.),0( pppRptV i i t i n i t P βγγ =Π−+= O ue, na ausência da cesta mí γ , a itn pptV β)/(),0( 0= utilidade é homotética, e o índice do custo de vida se simplifica em: iiiP 1= Π que faz do índice verdadeiro uma média geométrica onderada dos r entre a data base e referen n o p elativos de preço cia, com pesos a data de β β,...,1 . ara o índice verdadeiro quantum temos: P i it ii n i u ii n i Q pe pep upe upetV β β β u t p γ γ β )/( )/(. ,( ),(),0( 0 1 0 1 0 0 = = Π.) 00 + + Π00 == evando L agora em conta que: 41 u pRe iii n i p ββγ )/(). 01=Π e it tiinittu ppRe β( 000 −= βγ )/()( 1=.= − Π óApós substituiçao na f rmula acima obtemos: 0R 0 1 0 )/().(.),0( pppRptV it ii n i t t Q βγγ =Π−+= Na ausência da cesta mínima, , o índice 0=γ verdadeiro quantum se simplifica em: it ii n i t Q ppR RtV β)/(),0( 01 0 =Π= efe ncias tornam-se om efeito, temos bem: fatores é atendido, pois as pr rê Neste último caso, vemos que o teste da reversão dos homotéticas. C ),0(),0().,0( 0 tD R RtVtV tQP == , dentidade esta que não vale se i 0≠γ . 42 e Exercícios sugeridos 6. Bibliografia Bibliografia: [SN] Cap. 4 ; Cap.5 [N] Cap. 4; Cap.5 obre a axiomática dos Números Indices: onal Equations in conomics, Addison Wesley, 1978. [VO] Cap. 6, Cap.7; Cap.8 [PR] Cap.4; [JR] Sec.1.4; Sec.1.5. S W. Eichorn, Funci E Exercícios Sugeridos. Anpec: 2012/ Q02,Q03,Q11; 2011/ Q01, Q02, Q06 ; 2010/ Q02; Q03 02 [SN]: 5.1/ 5.2/5.7; 5.12/ 5.13. (Analytical) 2009/ Q01; Q 2008/ Q01, Q02.
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