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ANPEC AULA 14 O MERCADO COMPETITIVO I - Equilibrio Parcial

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1
 
AULA 14 : O MERCADO COMPETITIVO I 
 Equilíbrio Parcial 
 
 
 
1. A Demanda do Mercado; 
2. A Oferta do Mercado; 
3. Equilíbrio Do Mercado no Curto Prazo; 
 4. Oferta e Equilíbrio no Longo Prazo; 
 5. Bibliografia e Exercícios sugeridos. 
 
 
 
 
1. A Demanda do Mercado 
 
 
Em um mercado perfeitamente competitivo, existe um 
único preço para cada bem 
ip ni ,...1= . 
 
O vetor de preços dos bens será notado: . n ),...,( 1 nppp =
 
Vamos supor que existam Jj ,...,1= consumidores do 
bem sendo a demanda Marshalliana do 
consumidor j, o qual tem renda 
i ),( jji Rpx
jR . 
 
 
A demanda do mercado pelo bem i , notada , é 
definida como a soma horizontal das demandas 
individuais deste bem: 
iX
 
 
 ; ∑ =≡ Jj jjiJi RpxRRpX 11 );(),...,,( ni ,...,1= 
 
 
 
Assim, dados o vetor de preços e a renda dos 
consumidores, unidades do bem i são demandadas 
pelo mercado. 
iX
 
 2
A Figura 1 abaixo ilustra a agregaçao das demandas 
individuais. 
 
 
Fig.1 : Demanda do Mercado: Agregação das 
 Demandas Individuais 
 
xi1 xi2 xi
3
pi
………………………………………………..
……
xiJ xi1+xi2+xi3+…+xiJ = Xi
pi
pi
Demanda do Mercado
pi
 
 
 
 
Exemplo 1: A demanda do consumidor j pelo bem 
é linear, do tipo: 
i
jjjj
i Rpx i γβα +−= ; 
Jjb jj ,...,1;0,, =>γα . 
 
Entao, a demanda do mercado será: 
 
 
 )()()();( 1111
jJ
ji
J
j
jJ
j
jJ
j
j
ii RpRpX ∑∑∑∑ ==== +−= γβα
 
Ou : 
 
 a
iii RpRpX γβα +−=);( 
 
Como vemos, a demanda do mercado também será 
linear no preço do bem e na renda agregada, onde: 
 
 3
∑ =≡ Jj j1 )( αα é o intercepto 
 
)( 1∑ =≡ Jj jββ é o coeficiente angular; 
 
)( 1
jJ
j
a RR ∑ =≡ é a renda agregada. 
 
 
No exemplo acima, a demanda pelo bem i não 
depende diretamente do preço dos outros bens, mas 
isto não significa que este bem não tenha substitutos 
(ou complementos) no mercado. 
 
Como vimos na Aula 3, é possível que o bem i seja 
um bem inferior, e que o efeito renda seja igual ao 
negativo do efeito substituiçao cruzado de Slutsky. 
 
 
Demanda Agregada e Preferências Homotéticas 
 
 
 Na Aula 2 vimos que quando as preferências do 
consumidor são homotéticas, sua demanda 
Marshalliana por um dado bem i pode ser escrita 
como uma funçao linear na renda R da seguinte 
maneira: 
 
 RpxRpx ii )1:();( = 
 
onde é a quantidade demanda do bem quando o 
consumidor tem renda igual à uma unidade 
monetária. 
)1:( pxi
 
 
 Assim, se os J consumidores tiverem preferências 
homotéticas idênticas, a demanda do mercado pelo 
bem i será funçao linear da renda agregada: 
 
 
 ∑∑ == == Jj jijJj iJi RpxRpxRRpX 111 )1;()1;(),...,,(
 
 4
Assim, podemos escrever a demanda agregada pelo 
bem i no mesmo formato multiplicativo das demandas 
individuais: 
 
 
 
Ai
a
i RpxRpX )1;(),( = 
 
 
onde: ∑≡ Jj jA RR )(
 
 
 
 
 
Deslocamentos da Demanda do Mercado 
 
 
Os fatores que provocam deslocamentos na demanda 
do mercado são os mesmos que deslocam as 
demandas individuais, a saber: 
 
a) Mudanças significativas nas preferências dos 
consumidores (parâmetros γβα ,, no exemplo 
acima); 
 
 b) Variações exógenas na renda dos consumidores; 
 
 
 c) Variações no preço dos outros produtos. 
 
 
 
Demanda Inversa 
 
 A demanda direta expressa as quantidades 
demandadas em funçao do preço do produto, como 
apresentado acima. 
 
 A demanda inversa expressa o preço do produto 
em funçao das quantidades demandadas. 
 
 A demanda inversa pode ser obtido à partir da 
demanda direta (e vice versa) mediante uma 
reparametrizaçao. 
 5
 
No exemplo 1 a demanda inversa será: 
 
 
 cRbXaRXp iii +−=);( 
 
 onde: βγββα /;/1;/ ≡≡≡ cba 
 
 
Elasticidades-preço e renda da demanda 
 
A elasticidade-preço da demanda do mercado é a 
média ponderada das elasticidades das demandas 
individuas, com pesos iguais à parcela da demanda 
individual sobre a demanda do mercado: 
 
Com efeito: 
 
 
j
i
J
j
j
i
j
i
i
i
j
iJ
j
i
J
i
i
j
i
j
i
i
i
i
i
i
i
iD
i
s
x
p
p
x
X
x
X
x
x
p
p
X
X
p
p
X
ε
ε
∑
∑
=
=
=
∂
∂=∂
∂=∂
∂≡
1
1 
 
onde 
 
i
j
i
j
i Xxs /≡ é o peso do consumidor j ; 
j
i
i
i
j
ij
i x
p
p
x
∂
∂≡ε é a elasticidade-preço da demanda de j . 
 
Por exemplo, se o mercado possui dois consumidores, 
no qual a demanda do primeiro representa 60% da 
demanda do mercado e as elasticidades-preço 
individuais valem e 8.0− 2.1− , respectivamente, entao 
a elasticidade-preço da demanda do mercado será: 
 
 96.0)2.1)(4.0()8.0)(6.0( −=−+−=Dε 
 
 
A demanda do mercado por um determinado produto i 
é dita preço-elástica se 1−<Diε . 
 
 6
Ela é dita preço-inelástica se 01 <≤− Diε 
 
 
 
 
2. Oferta do Mercado 
 
 
 Da mesma forma que a demanda do mercado, a 
oferta do mercado também é dada pela soma 
horizontal das ofertas das firmas Kk ,...,1= firmas 
individuais. 
 
 Sendo o mercado competitivo, cada uma delas 
considera o preço tanto do produto como dos fatores 
como sendo dados, de modo que a oferta da firma k 
pelo produto i será notada: . );( wpy i
k
i
 
 Deste modo, a oferta do mercado será: 
 
 
 ∑ =≡ Kk ikiii wpywpY 1 );();(
 
 
O formato da curva de oferta do mercado varia de 
acordo com o tempo econômico da produçao. 
 
1. No curtíssimo prazo, quando as firmas não 
podem alterar seu nível de produçao, de modo que a 
oferta do produto i, de cada firma firma individual é 
constante, Kkywpy kii
k
i ,...,1;);( == , a curva de oferta do 
mercado é vertical: 
 
 
 K
iiii yywpY ++= ...);( 1 
 
 
2. No curto prazo, quando as firmas podem alterar o 
nível de emprego de alguns fatores de produçao, mas 
não de todos, vimos que a curva de oferta de uma 
 7
firma individual se confunde com a parte crescente da 
sua curva de custo marginal, nos pontos acima do 
limiar de fechamento da firma . ),( kfi
kf
i py
 
A Figura 2 abaixo ilustra a oferta do mercado do 
produto i no curto prazo, a qual é obtida com a 
agregação das curvas de oferta das firmas 
individuais. 
 
Fig.2 : Curva de Oferta do Mercado no Curto Prazo 
 
yi1 yi2 yi
3
pi
………………………………………………..
……
yiK yi1+yi2+yi3+…+yK = Yi
pi
pi
Oferta do Mercadopi
 
 
 
 
Como se depreende da Figura 2, a curva de oferta no 
curto prazo pode apresentar descontinuidades quando 
o número de produtores é pequeno. 
 
Estas descontinuidades se apresentam quando os 
produtores são heterogêneos do ponto de vista dos 
custos fixos e variáveis que são incorridos na 
produçao. 
 
Em outras palavras, a descontinuidade eventual da 
curva de oferta do mercado, no curto prazo, ocorre 
quando as firmas são heterogêneas do ponto de vista 
da eficiência produtiva. 
 
 8
Um ponto importante a ser observado, o qual 
aparecerá mais claramente na próxima seção, é que 
no curto prazo, o número de firmas ativas no 
mercado é dado. 
 
Não há livre entrada ou saída de firmas, de modo 
que, contrariamente à situação de longo prazo, no 
curto prazo as firmas estabelecidas podem estar 
operando com lucro positivo. 
 
Enquanto perdurarem estes lucros positivos na 
indústria, haverá incentivo para a entrada de novas 
firmas desejosas de também auferir lucros neste 
mercado. 
 
A entrada das novas firmas aumentaráassim a 
concorrência entre as firmas já estabelecidas, 
resultando na compressão das margens de 
lucratividade de todas elas. 
 
Naturalmente, o aumento no número de ofertantes 
ocorrerá até que as margens de lucratividade 
econômica das firmas sejam exauridas. 
 
Na teoria, a condiçao na qual o lucro econômico das 
firmas é nulo é descrita como uma condiçao de longo 
prazo. 
 
 
3. No longo prazo, quando as firmas podem alterar o 
nível de emprego de todos os fatores de produçao, a 
curva de oferta de uma firma individual se confunde 
com a parte crescente da sua curva de custo marginal 
de longo prazo. 
 
Neste caso, como todos os custos das firmas são 
variáveis, o custo médio e marginal das firmas 
passam pela origem, de modo que a curva de oferta 
agregada, diferentemente daquela de curto prazo, 
será necessáriamente contínua. 
 
Todavia, conforme aludido anteriormente, a análise 
da curva de oferta do mercado no longo prazo requer 
o uso de uma hipótese central para a construção do 
 9
mercado competitivo: a livre entrada e saída das 
firmas. 
 
A compressão das margens de lucro das firmas 
estabelecidas, resultante das entrada de novas firmas 
concorrentes forçará a que as empresas atuem na 
escala eficiente , onde o custo médio é mínimo, 
isto é, onde ele é intersectado pelo custo marginal. 
ry
 
 
Mas a entrada de novos concorrentes no mercado 
pode não ser neutra relativamente aos custos 
incorridos pelas firmas estabelecidas, de modo que 3 
casos devem ser considerados: 
 
a) Custos Constantes 
 
 Os insumos e fatores de produçao podem ser 
abundantes no mercado, de modo que a demanda 
adicional de insumos e fatores manifestada pelas 
novas firmas entrantes não alterará o seu preço. 
 
Por outro lado, é possível que as firmas entrantes 
repliquem a mesma tecnologia de produçao das 
firmas estabelecidas, e que não imponham nenhum 
custo “externo” adicional para elas. 
 
Nestas condiçoes, como veremos na Seção 4, a curva 
de oferta de longo prazo da indústria será constante, 
isto é, infinitamente elástica ao preço. 
 
b) Custos Crescentes 
 
 A entrada de novas firmas pode pressionar o 
aumento no preço dos insumos e fatores empregados 
na produçao, ocasionando o aumento nos custos de 
produçao em toda a indústria. 
 
 Além disso, as novas firmas também podem impor 
custos externos às firmas existentes, na forma de 
congestionamento do transporte, poluição do ar ou da 
água, etc. 
 
 10
Neste caso, a curva de oferta de longo prazo da 
indústria será crescente com relaçao ao preço do 
produto. 
 
 
c) Custos Decrescentes 
 
 A entrada de novas firmas pode reduzir os custos 
de produçao na indústria, se as novas firmas são 
inovadores e introduzem novas técnicas de produçao 
mais eficientes que reduzem consideravelmente o 
custo unitário do produto. 
 
Também, a entrada de novas firmas pode reduzir o 
custo da contratação e treinamento da mao de obra, 
ou proporcionar sinergias produtivas e logísticas 
positivas para as firmas estabelecidas. 
 
Neste caso a curva de oferta de longo prazo da 
indústria será decrescente com relaçao ao preço do 
produto. 
 
 
O mecanismo de mercado que gera a curva de oferta 
do mercado no longo prazo será descrito na Seção 4 
adiante. 
 
Um exemplo numérico será entao também oferecido. 
 
 
Deslocamentos da Oferta do Mercado 
 
 
Os fatores que provocam deslocamentos da oferta do 
mercado são os que deslocam a oferta das firmas 
individuais, a saber: 
 
a) Mudanças significativas nas técnicas de 
produçao, representadas pelos parâmetros das 
funções de produçao das firmas; 
 
 b) Variações exógenas no preço dos fatores de 
 produçao ; w
 
 
 11
Elasticidade-preço da Oferta do mercado 
 
 
Supomos aqui que a curva de oferta de mercado seja 
contínua e diferenciável em todo o nível do preço. 
 
Assim como para a demanda, a elasticidade-preço 
da oferta do mercado é a média ponderada das 
elasticidades das ofertas das firmas individuas, com 
pesos iguais à parcela da oferta de cada uma na 
oferta agregada. 
 
Com efeito: 
 
 
k
i
K
k
k
i
k
i
i
i
k
iK
k
i
k
i
i
j
i
j
i
i
i
i
i
i
i
iS
l
s
y
p
p
y
Y
y
X
y
y
p
p
Y
Y
p
p
Y
ε
ε
∑
∑
=
=
=
∂
∂=∂
∂=∂
∂≡
1
1 
 
onde 
 
i
k
i
k
i Yys /≡ é o peso da firma k na oferta total; 
j
i
i
i
j
ij
i x
p
p
x
∂
∂≡ε é a elasticidade-preço da oferta de k . 
 
Por exemplo, se o mercado possui duas firmas, no 
qual a oferta da primeira firma representa 60% da 
oferta do mercado e as elasticidades-preço 
individuais valem e , respectivamente, entao a 
elasticidade-preço da oferta do mercado será: 
5.0 5.1
 
 9.0)5.1)(4.0()5.0)(6.0( =+=Sε 
 
 
 
 
3. Equilíbrio do Mercado no Curto Prazo 
 
 
 
O mercado encontra o seu equilíbrio quando a oferta 
iguala a demanda isto é, usando as notações das 
seções anteriores: 
 12
 
 );();( RpXwpY iii ≡ 
 
Se destacarmos o preço do bem i no vetor de preços 
 onde é o vetor do preço dos outros );( ii ppp −= ip− 1−n 
bens, diremos que o preço equilibra o mercado do 
bem , dados os preços dos outros bens, o preço 
dos fatores w e as rendas dos consumidores, se: 
*
ip
i ip−
 
 ),;();( ** RppXwpY iiiii −≡ 
 
 
Observe que o preço dos outros bens pode afetar a 
demanda do bem i , mas não a oferta deste bem, pois 
esta não depende de . 
ip−
 
A Figura 3a abaixo ilustra o equilíbrio do mercado no 
curtíssimo prazo: 
 
 
Fig.3a: Equilíbrio do mercado no Curtíssimo Prazo 
 
 
quantidades
preço
Ye
Oferta
pe
Demanda
 
 13
Se a oferta é fixa em eY no curto prazo, entao um 
aumento na renda dos consumidores provocando um 
deslocamento da curva de demanda para cima 
sòmente poderá ser resolvido no mercado com o 
aumento no preço do produto. 
 
A Figura 3b abaixo ilustra o equilíbrio do mercado no 
curto prazo. 
 
 
Fig.3: Equilíbrio do mercado no Curto Prazo 
 
 
pi*
YiXi
Demanda
Oferta
qi* quantidades
preço
 
 
 
A demanda pontilhada representa a possibilidade de 
inexistência de um preço que equilibra o mercado do 
bem, no curto prazo. 
 
 
Exemplo 2: (Numérico) 
 
A curva de demanda (inversa) do mercado é do tipo 
linear: 
 
 14
 Xp
2
14 −= 
 
onde X é a quantidade total demandada do produto. 
 
Do lado da oferta, existem duas firmas, com as 
seguintes funções de custo total e variável médio: 
 
Firma 1: 32
11 22)( yyyCFyC +−+= 21 22)( yyyMCV +−= 
 
Firma 2: 32
22 23)( yyyCFyC +−+= 32 23)( yyyMCV +−= 
 
 
Os custos variáveis médios tem seu ponto mínimo 
quando ambas as firmas produzem 1 unidade do bem, 
com custo variável médio igual a 1 para a firma 1 e 2 
para a firma 2. 
 
Vimos que a curva de oferta da firma é dada pelos 
pontos da sua curva de custo marginal que estão 
acima do limiar de fechamento, que é o ponto 
mínimo da curva de custo variável médio. 
 
 2
1 342)( yyyCmg +−= 
 
 2
2 343)( yyyCmg +−= 
 
Os limiares de fechamento são )1,1(),( 11 =ff py para a 
firma 1 e para a firma 2. )2,1(),( 22 =ff py
 
Resolvendo a inversa da equação pyCmg =)( para cada 
uma das firmas obtemos as seguintes curvas de 
oferta: 
 
 
 
⎪⎩
⎪⎨
⎧
>−+
≤
=
1;
2
1
4
3
3
2
3
2
1;0
)(1 pp
p
py para a firma 1 
 
 
 15
 
⎪⎩
⎪⎨
⎧
>−+
≤
=
2;
4
5
4
3
3
2
3
2
2;0
)(2 pp
p
py para a firma 2. 
 
 
 
A curva de oferta do mercado será ,isto é: 
)()()( 21 pypypY +=
 
 
 
⎪⎪
⎪⎪
⎩
⎪⎪
⎪⎪
⎨
⎧
>⎥⎦
⎤⎢⎣
⎡ −+−+
≤<−+
≤
=
2;
4
5
4
3
2
1
4
3
3
2
3
4
21;
2
1
4
3
3
2
1;0
)(
ppp
pp
p
pY 
 
 
Para representarmos a curva de oferta no plano (Y,p) 
usual, precisamos inverter agora a curva de oferta do 
mercado acima, o que dá: 
 
 
 
⎪⎪
⎪⎪
⎩
⎪⎪
⎪⎪
⎨
⎧
>⎟⎠
⎞⎜⎝
⎛ −+⎟⎠
⎞⎜⎝
⎛ −+
≤<⎟⎠
⎞⎜⎝
⎛ −+
≤
=
−
3
7;
3
4
108
81
3
4
108
9
108
126
3
41;
3
23
3
2
1;0
)(
22
2
YYY
YY
Y
Yp 
 
 
Esta é a curva de oferta que está representada na 
Figura 4 abaixo, junto com a demanda do mercado. 
 
 
 
 
 16
Fig.4: Equilíbrio do Mercado: Exemplo Numérico 
 
 
1.0 1.2 1.4 1.6 1.8 2.0 2.2 2.4 2.6 2.8 3.0 3.2 3.4
1
2
3
4
quantidade
preço
 
 
O equilíbrio do mercado se dá no ponto 
, na interseção da curva de oferta 
(em vermelho) com a curva de demanda (reta em 
azul). 
)64.2,72.2(),( =ee pY
 
 
 
 
Deslocamentos do Equilíbrio e Elasticidades 
 
 
Podemos avaliar o impacto potencial sobre o preço de 
equilíbrio do mercado de variaçoes nos fatores que 
deslocam as curvas de oferta e da demanda. 
 
Estes fatores já foram explicitados anteriormente: 
mudanças nas preferências, na renda dos 
consumidores ou no preço dos outros bens substitutos 
ou complementares, para a demanda; mudanças na 
tecnologia ou no preço dos fatores para a oferta. 
 
 17
Vamos aqui usar a relaçao do equilíbrio do mercado 
 para expressar uma relaçao direta 
entre a elasticidade do preço de equilíbrio relativa 
aos deslocadores da oferta e da demanda, em funçao 
das elasticidades-preço da oferta e da demanda. 
),;();( ** RppXwpY iiiii −≡
 
 
Notando genericamente por Zd para um deslocador da 
demanda e por Zo para o deslocador da oferta .e 
diferenciando totalmente a relaçao de equilíbrio 
 temos: );();( ** diioii ZpXZpY ≡
 
 
d
d
d
e
ii
i
i
d
e
ii
o
o
o
e
ii
i
i
o
e
ii dZ
Z
ZpXdp
p
ZpXdZ
Z
ZpYdp
p
ZpY
∂
∂+∂
∂=∂
∂+∂
∂ );();();();( 
 
Ou: 
 
 
o
i
d
e
ii
i
o
e
ii
d
o
e
ii
d
i
d
e
ii
i
o
e
ii
d
d
e
ii
i dZ
p
ZpX
p
ZpY
Z
ZpY
dZ
p
ZpX
p
ZpY
Z
ZpX
dp
∂
∂−∂
∂
∂
∂
−
∂
∂−∂
∂
∂
∂
=
);();(
);(
);();(
);(
 (*) 
 
 
 
Assim, colocando 0=odZ em (*) e multiplicando a 
esquerda e a direita da equação por 
d
e
i
d
dZp
Z e, usando a 
condiçao de equilíbrio 
iXiY = obtemos: 
 
 
 
pXpY
di
d
e
i
ZXeZpE
,,
),(),( εε −= 
 
 
De modo que a elasticidade do preço de equilíbrio 
com relaçao ao deslocador da demanda , se 
expressa como a razão entre a elasticidade da 
demanda com relaçao ao deslocador da demanda 
),( d
e
i ZpE
 18
),( di ZXe e a diferença entre as elasticidades-preço da 
oferta e da demanda 
pXpY ,, εε − . 
 
 
Análogamente, colocando 0=ddZ em (*) e 
multiplicando a esquerda e a direita da equação 
acima por 
o
e
i
o
dZp
Z e, usando a condiçao de equilíbrio 
 obtemos: 
ii XY =
 
 
 
pXpY
o
eZ
,
(), ε−=
oie
i
ZYpE
,
),( ε− 
 
 
De modo que a elasticidade do preço de equilíbrio 
com relaçao ao deslocador da oferta , se 
expressa como a razão entre a elasticidade da oferta 
com relaçao ao deslocador da oferta e a 
diferença entre as elasticidades-preço da oferta e da 
demanda 
),( o
e
i ZpE
),( 0ZXe i
pXpY ,, εε − . 
 
 
De acordo com a última fórmula acima, se 
 , 0.1−),( =oi ZYe 4.0, =pYε e 1.1 , teremos Xε −=p,
 
 
3
2
)1.1(4.0
0.1
−−);( =
− . −=oei ZpE
 
 
Deste modo, face à uma desoneração fiscal que reduz 
o custo de insumos e fatores em 15%, será 
necessária uma redução de 15(2/3)=10% no preço 
do produto para que o equilibrio do mercado seja 
restaurado. 
 
 
 
 
 19
 
 
4. Oferta e Equilíbrio do Mercado no 
 Longo Prazo 
 
 
 
 
Como mencionamos anteriormente, um dos pilares da 
da determinação da oferta do mercado no longo prazo 
é a livre entrada e saída de firmas. 
 
 
Equilíbrio do mercado competitivo no Longo 
Prazo 
 
 
Com a livre entrada e saída de firmas, o mercado 
perfeitamente competitivo, no longo prazo está em 
equilíbrio quando não há mais incentivo para que 
firmas, entrem ou saiam do mercado. 
 
Isto ocorre quando: 
 
(i) Cada uma das *,...,1 Jj = opera no nível de produçao 
 onde o preço de equilíbrio do percado iguala o 
custo marginal de longo prazo: 
j
pcy pcp
 
 )( jpc
j
pc yCmgp =
 
 
(ii) Cada firma opera na escala eficiente, isto é, no 
nível de produçao onde o custo marginal de longo 
prazo intersecta o (mínimo do) custo médio de longo 
prazo. 
j
pcy
 
 )()( jpc
jj
pc
j yCMyCmg = *,...,1 Jj = 
 
 
Assim, no equilíbrio de longo prazo, nenhuma firma 
realiza lucro econômico positivo. 
 
 20
 
 
Caracterização da Oferta e do Equilíbrio no 
Longo Prazo 
 
 
 
Vamos ilustrar, graficamente e numericamente, o 
mecanismo de determinação da oferta e do equilíbrio 
no longo prazo, de acordo com o caráter constante, 
crescente ou decrescente dos custos de produçao no 
mercado. 
 
 
a) Custos Constantes 
 
Suponha que o mercado se encontre no equilíbrio de 
longo prazo e que um aumento exógeno da demanda 
ocorra, em decorrencia, por exemplo, de um aumento 
na renda dos consumidores. 
 
O deslocamento para a direita da curva de demanda 
eleva, no curto prazo, o preço de venda do produto. 
 
Pelo seu lado, o aumento do preço do produto 
proporciona às firmas estabelecidas lucros positivos. 
 
O lucro positivo atrai inicialmente novas firmas no 
mercado, pressionando a demanda por insumos e 
fatores de produçao. 
 
No entanto, supomos aqui que a oferta de insumos e 
fatores é infinitamente elástica ao preço, de modo 
que a maior demanda por estes insumos e fatores não 
afetará seus preços. 
 
Em outras palavras, supõe-se que os custos das 
firmas, no curto e no longo prazo, permanecerão 
inalterados. 
 
Neste caso, como mostra a Figura 4a abaixo, a curva 
de oferta de longo prazo será infinitamente elástica 
ao preço. 
 
 
 21
 
 
Fig.4a: Curva de Oferta LP: Custos Constantes 
 
 
 
Firma Típica Mercado
quant.
preço
Demanda (X)
Oferta CP (YCP)
Oferta LP
y0 Y0 Y1
p0
p*
y*
E0 E1
CmgCP
CmgLP
CM E*
 
 
 
 
O mercado se encontra no equilíbrio inicial onde 
 do bem são ofertadas e demandadas, ao preço 
unitário . 
0E
00 XY =
0p
 
Do lado da oferta, temos firmas idënticas que 
produzem na escala eficiente unidades do bem 
, e tem lucro econömico nulo. 
0J
0y
)( 000 yJY =
 
De repente há um aumento exógeno na renda dos 
consumidores deslocando a curva de demanda para a 
direita: 
001 XXX Δ+=
 
Como a oferta no curto prazo permanece inalterada, 
de imediato o preço do bem se eleva e o novo 
equilíbrio do mercado se efetua no ponto *E . 
 22
 
A elevação do preço do bem para *p produz dois 
efeitos: 
 
Primeiro, esta elevaçao aumenta a produçao das 
firmas estabelecidas para , uma vez que agora o 
custo marginal está acima do custo médio, e as 
firmas fazem lucro positivo; 
*y
 
O segundo efeito é de estimular a entrada de novas 
firmas, atraídas pelo lucro positivo auferido pelas 
firmas incumbentes. 
 
A entrada de novas firmas prosseguirá até que o 
lucro das firmas estabelecidas seja novamente 
reduzido à zero. 
 
Como por hipótese, a entrada de novasfirmas não 
altera o custo de produçao das firmas, as novas 
entrantes caniblizarao o mercado das firmas 
estabelecidas, de modo que a produçao de cada uma 
retornará ao nível da escala eficiente inicial . 
0y
 
No mercado, a oferta se desloca para a direita 
passando pelo ponto tal que ),( 01 pY )()( 0101 pXpY = . 
 
No total ⎥⎦
⎤⎢⎣
⎡ −=Δ
0
01
0 y
YYJ novas firmas idënticas terao 
entrado no mercado. 
 
 
 
Exemplo 3a: (Numérico) 
 
 
A demanda inicial do mercado é dada por: 
 
ppX 32500)(0 −= a qual se desloca para . ppX 33500)(1 −=
 
A firma típica tem custo total: 
 
 800010020)( 23 ++−= yyyyC 
 23
O Custo médio 
y
yy 8000100202 ++− tem ponto de mínimo 
em , que é a escala eficiente das firmas. 200 =y
 
O preço de equilíbrio inicial é 
500
20
8000100)20(20)20( 20 =++−=p . 
 
Com este preço, a demanda do mercado é 
. 1000)500(32500)500(0 =−=X
 
Como a oferta do mercado iguala a demanda inicial, 
por hipótese, temos )20(1000 00 JY == , de modo que o 
número de firmas ativas no mercado é: 500 =J . 
 
No curto prazo a oferta de cada firma é dada pela 
parte crescente da curva de custo marginal: 
. 100403)( 2 +−= yyyCmg
 
Com o deslocamento da demanda, as firmas definem 
seu nível de produçao no ponto em que o custo 
marginal iguala o novo preço fixado pelo mercado. 
*y
 
Vamos entao calcular e depois determinar *y
*)(* yCmgp = . 
 
 
Pelo inverso da nova demanda temos: 
 *50
3
1
3
3500)3500(
3
1* 1 yXp −=−= . 
 
Igualando esta última expressão com 100*40*3 2 +− yy 
dá: , cuja soluçao positiva é 03200*70*9 2 =−− yy
 14.23* =y
 
Deste modo, o preço de equilíbrio do mercado, antes 
da entrada de novas firmas, é : 
 24
 0.781)14.23(50
3
1500.3
3
1* =−=p 
 
Este preço é maior que o custo médio, 
38.518
14.23
8000100)14.23(20)14.23( 2 =++− , de forma que as 
firmas estabelecidas fazem lucro positivo nesta escala 
de produçao: 
 
 95.6077)38.51804.781)(14.23(*)*(** =−=−= CMpyπ 
 
Enquanto o lucro for positivo, haverá entrada de 
novas firmas no mercado, até o ponto que, no longo 
prazo, todas elas estarão novamente operando na 
escala eficiente inicial 200 =y , o preço de mercado 
será , e todas as firmas ativas terão lucro 0, 
uma vez que os custos de produçao, por hipótese, 
não se alteram. 
5000 =p
 
Para determinar o número de firmas que terão 
entrado, calculemos as quantidades de equilíbrio que 
serao transacionadas após a expansão da demanda: 
 
 2000)500(3350011 =−== XY 
 
Assim, o novo número de firmas será 100
20
2000
1 ==J , de 
modo que terão entrado 505010001 =−=− JJ novas 
firmas. 
 
 
 
 
b) Custos Crescentes 
 
 
Como no caso anterior, o deslocamento da demanda e 
o conseqüente aumento do preço e da lucratividade 
das firmas atrairá novas firmas. 
 
 25
Mas neste caso, a entrada de novas firmas colocará 
uma demanda maior por insumos e fatores, o que 
gerará pressões inflacionárias nestes mercados. 
 
 
Supomos que a oferta de insumos e fatores é menos 
elástica ao preço, de modo que o aumento da 
demanda elevará seus preços de forma a estimular a 
oferta até o ponto em que toda demanda excedente 
seja absorvida. 
 
Com relaçao ao nível inicial, o custo das firmas, no 
longo prazo, se situará à um nível mais elevado. 
 
Como mostra a Figura 4b abaixo, a curva de oferta de 
longo prazo será crescente com relaçao ao preço de 
venda do produto. 
 
Fig.4b: Curva de Oferta LP: Custos Crescentes 
 
 
Firma Típica
Longo Prazo
Mercado
Longo Prazo
quant.
preço
Demanda (X) Oferta CP (YCP)
Oferta LP
y0 Y0 Y1
p0
p*
y*
E0 E1
CmgCP
CMCP
E*
p1
y1
CMCPCmg
CP
preço
Equilibrio Inicial Equlibrio Final
quant. quant.
 
 
 
Diferentemente do caso anterior, a entrada de novas 
firmas aumenta o custo de produçao neste caso. 
 26
 
No longo prazo, quando a entrada de firmas houver 
anulado o lucro das firmas ativas, o custo médio terá 
se deslocado para cima, o que é representado no 
diagrama central da figura 4b. 
 
O novo preço de equilíbrio do longo prazo será , 
superior ao preço de equilíbrio inicial , e a 
produçao de cada firma individual se situará no nível 
, distinto do nível inicial , onde o custo marginal 
e médio de longo prazo se igualam. 
1p
)( 01 pp >
1y 0y
 
No mercado, a oferta se desloca para a direita 
passando pelo ponto tal que ),( 11 pY )()( 1111 pXpY = . 
 
No total ⎥⎦
⎤⎢⎣
⎡ −=Δ
1
01
0 y
YYJ novas firmas idënticas terao 
entrado no mercado. 
 
 
Um ponto a observar é que, com custos crescentes na 
indústria, a curva de oferta do mercado no longo 
prazo é mais preço-elástica do que a curva de oferta 
agregada no curto prazo. 
 
 
Exemplo 3b: (Continuaçao) 
 
 
Do exemplo anterior, vimos que no equilíbrio de 
longo prazo inicial, 50 firmas operam no mercado, 
cada uma produzindo 20 unidades do bem, sendo 500 
o preço unitário de equilíbrio do mercado. 
 
Vimos também que o efeito imediato do 
deslocamento da demanda, é o aumento no mercado 
do preço unitário do produto para 781, com o 
aumento momentaneo da oferta das firmas já 
estabelecidas de 20 para 23.14 unidades cada. 
 
Supomos agora que a entrada de novas firmas 
atraídas pelo lucro positivo das incumbentes 
 27
pressione os custos na indústria de modo que haja um 
aumento do custo fixo da produçao. 
 
Assim, suponha que, no novo equilíbrio, a funçao 
custo das firmas seja: 
 
 
 1161610020)( 231 ++−= yyyyC 
 
 
Vamos obter as quantidades de cada firma no novo 
equilíbrio: 
1y
 
 
Igualando custo médio com custo marginal obtemos: 
 
0116162021004031161610020 2322 =−−⇒+−=++− yyyy
y
yy 
 
A solução desta última equação do terceiro grau, 
usando o método de Newton, dá: 
 
 221 =y 
 
Logo, no novo equilíbrio de longo prazo, antigas e 
novas firmas produzirão 22 unidades do produto, 
contra 20 anteriormente, isto é, produzirão em uma 
escala eficiente mais elevada. 
 
O novo preço de equilíbrio do mercado será dado 
por: , ou seja: )( 111 yCmgp =
 
 6721 =p 
 
Há, portanto, um aumento no preço de equilíbrio de 
500 para 672. 
 
 
Com este preço, a demanda e oferta no novo 
equilíbrio serao: 
 
 
 28
 1484)672(33500)()( 1111 =−== pXpY 
 
Vemos que o deslocamento inicial da demanda terá 
propiciado, no novo equilíbrio de longo prazo uma 
oferta adicional de 484 unidades do produto. 
 
 
O novo número de firmas ativas no mercado será 
dado por: )22(1484 11 JY == , de modo que: 681 =J 
(arredondando para cima). 
 
Deste modo, a expansao da demanda inicial abriu 
espaço para a entrada de 18 firmas adicionais no 
mercado. 
 
 
 
 
c) Custos Decrescentes 
 
 
Como no caso anterior, o deslocamento da demanda e 
o conseqüente aumento do preço e da lucratividade 
das firmas atrairá novas firmas. 
 
Mas neste caso, a entrada de novas firmas, a despeito 
de gerar uma demanda maior por insumos e fatores, 
não gerará pressões inflacionárias nestes mercados. 
 
 
Situações em que a maior demanda por insumos e 
fatores reduz seus preços podem ocorrer se há 
sinergias positivas na contratação e treinamento da 
mao-de-obra, por exemplo. 
 
Ou entao quando a entrada de uma nova firma 
proporciona alguma inovação técnica no emprego de 
fatores ou insumos que beneficia a toda a indústria, 
como a descoberta de novos recursos minerais ou 
vegetais, por exemplo. 
 
Com relaçao ao nível inicial, o custo das firmas, no 
longo prazo, se situará à um nível mais elevado. 
 
 29
Como mostra a Figura 4c abaixo, a curva de ofertade 
longo prazo será decrescente com relaçao ao preço 
de venda do produto. 
 
 
Fig.4c: Curva de Oferta LP: Custos Decrescentes 
 
 
Firma Típica
Longo Prazo
Mercado
Longo Prazo
quant.
preço
Demanda (X)
Oferta CP (YCP)
Oferta LP
y0 Y0 Y1
p0
p*
y*
E0
E1
CmgCP
CMCP
E*
p1
y1
CMCPCmg
CP
preço
Equilibrio Inicial Equilibrio Final
quant. quant. 
 
A entrada de novas firmas diminui o custo de 
produçao neste caso. 
 
No longo prazo, quando a entrada de firmas houver 
anulado o lucro das firmas ativas, o custo médio terá 
se deslocado para baixo, o que é representado no 
diagrama central da figura 4c. 
 
O novo preço de equilíbrio do longo prazo será , 
inferior ao preço de equilíbrio inicial , e a 
produçao de cada firma individual se situará no nível 
, distinto do nível inicial , onde o custo marginal 
e médio se igualam. 
1p
)( 01 pp <
1y 0y
 
 30
No mercado, a oferta se desloca para a direita 
passando pelo ponto tal que ),( 11 pY )()( 1111 pXpY = . 
 
Como anteriormente, ⎥⎦
⎤⎢⎣
⎡ −=Δ
1
01
0 y
YYJ novas firmas 
idënticas terao entrado no mercado. 
 
 
Exemplo 3c: (Continuaçao) 
 
 
No equilíbrio de longo prazo inicial, temos 50 firmas 
operam no mercado, cada uma produzindo 20 
unidades do bem, sendo 500 o preço unitário de 
equilíbrio do mercado. 
 
O efeito imediato do deslocamento da demanda, é o 
aumento no mercado do preço unitário do produto 
para 781, com o aumento momentaneo da oferta das 
firmas já estabelecidas de 20 para 23.14 unidades 
cada. 
 
A entrada de novas firmas atraídas pelo lucro 
positivo das incumbentes é acompanhada de sinergias 
produtivas positivas para a indústria como um todo, 
de modo que haverá diminuiçao do custo fixo das 
firmas. 
 
Assim, suponha que, no novo equilíbrio, a funçao 
custo das firmas seja: 
 
 650010020)( 231 ++−= yyyyC 
 
 
Vamos obter as quantidades de cada firma no novo 
equilíbrio. 
1y
 
Igualando custo médio com custo marginal obtemos: 
 
 06500202100403650010020 2322 =−−⇒+−=++− yyyy
y
yy 
 
 31
A solução desta última equação do terceiro grau, 
usando o método de Newton, dá: 
 
 191 =y 
 
Logo, no novo equilíbrio de longo prazo, antigas e 
novas firmas produzirão 19 unidades do produto, 
contra 20 anteriormente, isto é, produzirão em uma 
escala eficiente menos elevada. 
 
O novo preço de equilíbrio do mercado será dado 
por: , ou seja: )( 111 yCmgp =
 
 4231 =p 
 
Há, portanto, uma redução no preço de equilíbrio de 
500 para 423. 
 
Com este preço, a demanda e oferta no novo 
equilíbrio serao: 
 
 2231)423(33500)()( 1111 =−== pXpY 
 
Vemos que o deslocamento inicial da demanda terá 
propiciado, no novo equilíbrio de longo prazo uma 
oferta adicional de 1231 unidades. 
 
O novo número de firmas ativas no mercado será 
dado por: )19(2231 11 JY == , de modo que: 1181 =J 
(arredondando para cima). 
 
Deste modo, a expansao da demanda inicial abriu 
espaço para a entrada de 68 firmas adicionais no 
mercado. 
 
Observe que a redução no custo fixo das firmas reduz 
a escala ótima das firmas de 20 para 19 unidades, 
abrindo espaço para a entrada de um grande número 
de firmas, ao passo que o aumento do custo fixo 
aumenta a escala ótima, de 20 para 22 unidades por 
firma. 
 
 
 32
 
 
 
5. Bibliografia e Exercícios sugeridos 
 
 
Bibliografia: 
 
[SN] Cap. 12 ; 
[N] Cap. 10 ; 
[VO] Cap. 13 ; 
[PR] Cap. 9 ; 
[JR] Sec. 4.1 . 
 
 
Exercícios Sugeridos (Específicos). 
 
Anpec: 2012/ Q07,Q15;2011/Q10; 2010/Q07; 
 2007/Q06,Q12; 2006/Q05;2005/Q06; 
 2004/Q12;2003/Q05,Q15;2002/Q04,Q14; . 
 
[SN]: 12.1 - 12.4 .

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