Buscar

Cópia de 157230020316 CARRJURIDICA PROCPENAL AULA3

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

www.cers.com.br 
 
CARREIRA JURÍDICA 
Processo Penal – Aula 03 
Renato Brasileiro 
1 
INVESTIGAÇÃO 
PRELIMINAR III 
 
10. Indiciamento. 
 
10.1. Conceito. 
Consiste em atribuir a alguém a autoria de determi-
nada infração penal. 
 
10.2. Momento. 
 
STJ: “(...) Esta Corte Superior de Justiça, reiterada-
mente, vem decidindo que o indiciamento formal dos 
acusados, após o recebimento da denúncia, submete 
os pacientes a constrangimento ilegal e desnecessá-
rio, uma vez que tal procedimento, que é próprio da 
fase inquisitorial, não mais se justifica quando a ação 
penal já se encontra em curso. Habeas corpus con-
cedido para cassar a decisão que determinou o indi-
ciamento formal dos pacientes, excluindo-se todos os 
registros e anotações, relativos ao processo de que 
aqui se cuida, sem prejuízo do regular andamento da 
ação penal. (STJ, 6ª Turma, HC 182.455/SP, Rel. 
Min. Haroldo Rodrigues, j. 05/05/2011). 
 
10.3. Espécies. 
 
10.4. Pressupostos. 
 
STF: “(...) Indiciamento. Ato penalmente relevante. 
Lesividade teórica. Indeferimento. Inexistência de fa-
tos capazes de justificar o registro. Constrangimento 
ilegal caracterizado. Liminar confirmada. Concessão 
parcial de habeas corpus para esse fim. Preceden-
tes. Não havendo elementos que o justifiquem, cons-
titui constrangimento ilegal o ato de indiciamento em 
inquérito policial”. (STF, 2ª Turma, HC 85.541, Rel. 
Min. Cezar Peluso, DJe 157 21/08/2008). 
 
10.5. Atribuição. 
 
STF: “(...) Sendo o ato de indiciamento de atribuição 
exclusiva da autoridade policial, não existe funda-
mento jurídico que autorize o magistrado, após rece-
ber a denúncia, requisitar ao Delegado de Polícia o 
indiciamento de determinada pessoa. A rigor, requi-
sição dessa natureza é incompatível com o sistema 
acusatório, que impõe a separação orgânica das fun-
ções concernentes à persecução penal, de modo a 
impedir que o juiz adote qualquer postura inerente à 
função investigatória. Doutrina. Lei 12.830/2013. Or-
dem concedida. (STF, 2ª Turma, HC 115.015/SP, 
Rel. Min. Teori Zavascki, j. 27/08/2013). 
 
 
 
Lei n. 12.830/13 
 Art. 2, § 6o O indiciamento, privativo do delegado de 
polícia, dar-se-á por ato fundamentado, mediante 
análise técnico-jurídica do fato, que deverá indicar a 
autoria, materialidade e suas circunstâncias. 
 
10.6. Desindiciamento. 
 
10.7. Sujeito passivo. 
 
STF: “(...) Se a Constituição estabelece que os agen-
tes políticos respondem, por crime comum, perante o 
STF (CF, art. 102, I, b), não há razão constitucional 
plausível para que as atividades diretamente relacio-
nadas à supervisão judicial (abertura de procedi-
mento investigatório) sejam retiradas do controle ju-
dicial do STF. A iniciativa do procedimento investiga-
tório deve ser confiada ao MPF contando com a su-
pervisão do Ministro-Relator do STF. A Polícia Fede-
ral não está autorizada a abrir de ofício inquérito po-
licial para apurar a conduta de parlamentares fede-
rais ou do próprio Presidente da República (no caso 
do STF). No exercício de competência penal originá-
ria do STF (CF, art. 102, I, "b" c/c Lei nº 8.038/1990, 
art. 2º e RI/STF, arts. 230 a 234), a atividade de su-
pervisão judicial deve ser constitucionalmente de-
sempenhada durante toda a tramitação das investi-
gações desde a abertura dos procedimentos investi-
gatórios até o eventual oferecimento, ou não, de de-
núncia pelo dominus litis. Questão de ordem resol-
vida no sentido de anular o ato formal de indicia-
mento promovido pela autoridade policial em face do 
parlamentar investigado”. (STF, Pleno, Inq. 2.411 
QO/MT, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe 74 
24/04/2008). 
 
STF: “(...) Inquérito policial em tramitação perante a 
Justiça Federal de primeira instância, para apurar 
possível prática de crime de sonegação fiscal e lava-
gem de dinheiro por pessoas que não gozam de foro 
por prerrogativa de função. A simples menção de 
nome de parlamentar, em depoimentos prestados 
pelos investigados, não tem o condão de firmar a 
competência do Supremo Tribunal para o processa-
mento de inquérito. H.C. indeferido”. (STF, 2ª Turma, 
HC 82.647/PR, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ 
25/04/2003). 
 
Obs. 1: portanto, se a investigação contra titular de 
foro por prerrogativa de função for levada adiante 
sem a supervisão do Tribunal competente, os ele-
mentos de informação obtidos pela autoridade poli-
cial devem ser considerados ilícitos. Nesse contexto: 
STF, Pleno, Inq. 2.842/DF, Rel. Min. Ricardo Lewan-
dowski, DJe 41 26/02/2014). 
 
 
 
 
www.cers.com.br 
 
CARREIRA JURÍDICA 
Processo Penal – Aula 03 
Renato Brasileiro 
2 
Obs. 2: para fins de instauração de um inquérito poli-
cial, não há necessidade de prévia autorização judi-
cial, independentemente da natureza do delito. Não 
por outro motivo, o Plenário do Supremo Tribunal Fe-
deral se viu obrigado a deferir, em parte, pedido de 
medida cautelar em ação direta de inconstitucionali-
dade (STF, Pleno, ADI 5.104 MC/DF, Rel. Min. Ro-
berto Barroso, j. 21/05/2014), para suspender, até jul-
gamento final da ação, a eficácia do art. 8º da Reso-
lução 23.396/2013, do Tribunal Superior Eleitoral - 
TSE (“O inquérito policial eleitoral somente será ins-
taurado mediante determinação da Justiça Eleitoral, 
salvo a hipótese de prisão em flagrante”). Ora, uma 
resolução do TSE não pode contrariar a lei, nem tam-
pouco a Constituição Federal, seja exigindo, em ma-
téria eleitoral, o que a lei não exigira ou proibira, seja 
distinguindo onde o próprio legislador não distinguira. 
 
Obs. 3: Surgindo indícios da prática de crime por 
parte de magistrado, o prosseguimento dessa inves-
tigação criminal não depende de deliberação do ór-
gão especial do tribunal competente, cabendo ao re-
lator a quem o inquérito foi distribuído determinar as 
diligências que entender cabíveis. O parágrafo único 
do art. 33 da LOMAN não autoriza concluir ser neces-
sária a submissão do procedimento investigatório ao 
órgão especial tão logo chegue ao tribunal compe-
tente, para que seja autorizado o prosseguimento do 
inquérito. Trata-se, em verdade, de regra de compe-
tência. No tribunal, o inquérito é distribuído ao relator, 
a quem cabe determinar as diligências que entender 
cabíveis para realizar a apuração, podendo chegar, 
inclusive, ao arquivamento. Cabe ao órgão especial 
receber ou rejeitar a denúncia, conforme o caso, 
sendo desnecessária a sua autorização para a ins-
tauração do inquérito judicial. Nesse contexto: STJ, 
6ª Turma, HC 208.657/MG, Rel. Min. Maria Thereza 
de Assis Moura, j. 22/4/2014, DJe 13/05/2014. 
 
10.8 Afastamento do servidor público do exercí-
cio de suas funções como efeito automático do 
indiciamento em crimes de lavagem de capitais. 
 
Lei n. 9.613/98 
Art. 17-D, com redação dada pela Lei n. 12.683/12: 
“Em caso de indiciamento de servidor público, este 
será afastado, sem prejuízo da remuneração e de-
mais direitos previstos em lei, até que o juiz compe-
tente autorize, em decisão fundamentada, o seu re-
torno”. 
 
11. Conclusão do inquérito policial. 
11.1. Prazo para a conclusão do IP. 
 
 
 
CPP 
Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 
dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou 
estiver preso preventivamente, contado o prazo, 
nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a 
ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando es-
tiver solto, mediante fiança ou sem ela. 
 
- Atenção para alguns prazos previstos na legislação 
especial: 
 
Lei 5.010/66 (Justiça Federal) 
Art. 66. O prazo para conclusão do inquérito policial 
será de quinze dias, quando o indiciado estiver preso, 
podendo ser prorrogado por mais quinze dias, a pe-
dido, devidamente fundamentado, da autoridade po-
licial e deferido pelo Juiz a que competir o conheci-
mento do processo. 
Parágrafo único. Ao requerer a prorrogação doprazo 
para conclusão do inquérito, a autoridade policial de-
verá apresentar o preso ao Juiz. 
 
Lei 11.343/06 (Drogas) 
Art. 51. O inquérito policial será concluído no prazo 
de 30 (trinta) dias, se o indiciado estiver preso, e de 
90 (noventa) dias, quando solto. 
Parágrafo único. Os prazos a que se refere este ar-
tigo podem ser duplicados pelo juiz, ouvido o Minis-
tério Público, mediante pedido justificado da autori-
dade de polícia judiciária. 
 
CPPM 
Art. 20. O inquérito deverá terminar dentro em vinte 
dias, se o indiciado estiver preso, contado esse prazo 
a partir do dia em que se executar a ordem de prisão; 
ou no prazo de quarenta dias, quando o indiciado es-
tiver solto, contados a partir da data em que se ins-
taurar o inquérito. 
1º Este último prazo poderá ser prorrogado por mais 
vinte dias pela autoridade militar superior, desde que 
não estejam concluídos exames ou perícias já inicia-
dos, ou haja necessidade de diligência, indispensá-
veis à elucidação do fato. 
 
Lei n. 1.521/51 (crimes contra a economia popu-
lar) 
Art. 10. (...) 
§1º Os atos policiais (inquérito ou processo iniciado 
por portaria) deverão terminar no prazo de 10 (dez) 
dias. 
 
Lei 8.072/90 (Crimes Hediondos) 
Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o 
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o ter-
rorismo são insuscetíveis de: (…) 
 
 
 
www.cers.com.br 
 
CARREIRA JURÍDICA 
Processo Penal – Aula 03 
Renato Brasileiro 
3 
§ 4º A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei 
no 7.960, de 21 de dezembro de 1989, nos crimes 
previstos neste artigo, terá o prazo de 30 (trinta) dias, 
prorrogável por igual período em caso de extrema e 
comprovada necessidade. (Incluído pela Lei nº 
11.464, de 2007) 
 
 
 
STJ: “(...) A prisão ilegal, que há de ser relaxada pela 
autoridade judiciária, em cumprimento de dever-po-
der insculpido no artigo 5º, inciso LXV, da Constitui-
ção da República, compreende, por certo, aquela 
que, afora perdurar por prazo superior ao prescrito 
em lei, ofende de forma manifesta o princípio da ra-
zoabilidade. É induvidosa a caracterização de cons-
trangimento ilegal, quando perdura a constrição cau-
telar por mais de seis meses, sem oferecimento da 
denúncia, fazendo-se invocável a razoabilidade. Or-
dem concedida”. (STJ, 6ª Turma, HC 44.604/RN, Rel. 
Min. Hamilton Carvalhido, j. 09/12/2005, DJ 
06/02/2006, p. 356). 
 
Natureza do prazo quanto ao investigado preso: 
 
- Consequências decorrentes da inobservância 
desse prazo: 
 
11.2. Relatório da autoridade policial: peça de ca-
ráter descritivo, em que o Delegado de Polícia 
descreve as principais diligências realizadas na 
fase investigatória. 
 
CPP, Art. 10. (…) 
§ 1º A autoridade fará minucioso relatório do que ti-
ver sido apurado e enviará autos ao juiz competente. 
§ 2º No relatório poderá a autoridade indicar teste-
munhas que não tiverem sido inquiridas, mencio-
nando o lugar onde possam ser encontradas. 
§ 3º Quando o fato for de difícil elucidação, e o indi-
ciado estiver solto, a autoridade poderá requerer ao 
juiz a devolução dos autos, para ulteriores diligên-
cias, que serão realizadas no prazo marcado pelo 
juiz. 
Lei 11.343/06 
Art. 52. Findos os prazos a que se refere o art. 51 
desta Lei, a autoridade de polícia judiciária, reme-
tendo os autos do inquérito ao juízo: 
I - relatará sumariamente as circunstâncias do fato, 
justificando as razões que a levaram à classificação 
do delito, indicando a quantidade e natureza da subs-
tância ou do produto apreendido, o local e as condi-
ções em que se desenvolveu a ação criminosa, as 
circunstâncias da prisão, a conduta, a qualificação e 
os antecedentes do agente (...) 
 
11.3. Destinatário dos autos do inquérito policial. 
 
CPP 
Art. 10(...) 
§ 1º A autoridade fará minucioso relatório do que ti-
ver sido apurado e enviará autos ao juiz competente. 
 
- Resolução n. 63/2009 do Conselho da Justiça Fe-
deral. 
 
Obs. 1: no julgamento da ADI 2.886/RJ, o Plenário do 
Supremo julgou procedente, em parte, pedido formu-
lado em ação direta para declarar a inconstitucionali-
dade formal do inciso IV art. 35 da Lei Complementar 
106/2003, do Estado do Rio de Janeiro (“Art. 35. No 
exercício de suas funções, cabe ao Ministério Pú-
blico: ... IV - receber diretamente da Polícia Judiciária 
o inquérito policial, tratando-se de infração de ação 
penal pública”). O Tribunal reconheceu o caráter pro-
cedimental do inquérito e afastou a apontada ofensa 
à competência privativa da União para legislar sobre 
direito processual (CF, art. 22, I). Entretanto, enten-
deu violado o § 1º do art. 24 da CF, porquanto o ato 
atacado dispõe de forma diversa do que estabelecido 
pela norma geral editada pela União sobre a matéria, 
qual seja, o § 1º do art. 10 do CPP. (STF, Pleno, ADI 
2.886/RJ, Rel. Min. Joaquim Barbosa, j. 03/04/2014). 
 
Obs. 2: na dicção do TRF da 4ª Região, embora seja 
juridicamente possível que o magistrado, no livre 
exercício da atividade jurisdicional, sopesando prin-
cípios como economia processual, instrumentali-
dade, eficiência e celeridade, determine a tramitação 
direta de inquéritos sob sua jurisdição entre a polícia 
e o parquet, tal não pode ser imposto por resoluções 
administrativas, atos infralegais, como, por exemplo, 
a Resolução n. 63 do Conselho da Justiça Federal. 
Inexistindo na lei determinação de que o Juiz estabe-
leça a tramitação direta de inquérito policial entre Au-
toridade Policial e o Ministério Público Federal, e 
sendo certo que resoluções administrativas não têm 
o condão de arredar o disposto no art. 10, §3º, do 
CPP, interferindo no livre exercício da jurisdição, 
eventual indeferimento dessa tramitação direta não 
 
 
 
www.cers.com.br 
 
CARREIRA JURÍDICA 
Processo Penal – Aula 03 
Renato Brasileiro 
4 
caracteriza inversão tumultuária dos atos para fins de 
interposição de correição parcial. Nessa linha: TRF4, 
COR 2009.04.00.044743-5, Oitava Turma, Relator 
Guilherme Beltrami, D.E. 03/02/2010. 
 
11.4. Providências a serem adotadas pelo MP ao 
ter vista dos autos do inquérito policial: 
 
a) Crimes de ação penal privada: 
CPP 
Art. 19. Nos crimes em que não couber ação pública, 
os autos do inquérito serão remetidos ao juízo com-
petente, onde aguardarão a iniciativa do ofendido ou 
de seu representante legal, ou serão entregues ao 
requerente, se o pedir, mediante traslado. 
b) Crimes de ação penal pública; 
b.1. Oferecimento de denúncia; 
b.2. promoção de arquivamento; 
b.3. requisição de diligências; 
 
CPP 
Art. 16. O Ministério Público não poderá requerer a 
devolução do inquérito à autoridade policial, senão 
para novas diligências, imprescindíveis ao ofereci-
mento da denúncia. 
 
CF/88 
Art. 129. São funções institucionais do Ministério Pú-
blico: 
(…) 
VIII - requisitar diligências investigatórias e a instau-
ração de inquérito policial, indicados os fundamentos 
jurídicos de suas manifestações processuais; 
 
b.4. declinação da competência; 
b.5. suscitar conflito de competência; 
b.6. conflito de atribuições; 
 
- Conflito de competência. 
Trata-se de instrumento que visa dirimir eventual 
controvérsia entre duas ou mais autoridades judiciá-
rias acerca da (in)competência para o processo e jul-
gamento de determinada demanda. 
Previsão legal: CPP, arts. 113 a 117. 
 
- Espécies de conflitos de competência: 
a) positivo: 
b) Negativo: 
 
Atenção para o limite temporal previsto na súmula 
59 do STJ: não há conflito de competência se já 
existe sentença com trânsito em julgado, proferida 
por um dos juízos conflitantes. 
 
Súmula 73 do STJ: a utilização de papel moeda 
grosseiramente falsificado configura, em tese, o 
crime de estelionato, da competência da Justiça Es-
tadual. 
 
Tribunal competente para decidir o conflito de 
competência:- Juiz da comarca de Cabo Frio/RJ X TJ/ RJ: 
- Juiz Federal do MS X Juiz Federal SP: 
- Juiz de Direito do JECRIM/BH x Juiz de Direito da 
Vara Criminal/BH: 
- Juiz de Direito da Vara Criminal/RS X Juiz de Direito 
do Juízo Militar/RS: 
 
Súmula 348 do STJ: compete ao Superior Tribunal 
de Justiça decidir os conflitos de competência entre 
juizado especial federal e juízo federal, ainda que da 
mesma seção judiciária. 
 
Súmula 428 do STJ: compete ao Tribunal Regional 
Federal decidir os conflitos de competência entre jui-
zado especial federal e juízo federal da mesma seção 
judiciária. 
 
- Distinção entre conflito de competência e conflito de 
atribuições. 
Conflito de atribuições é o que se estabelece entre 
dois ou mais órgãos do Ministério Público acerca da 
responsabilidade ativa para a persecução penal. 
 
1) MP/RR X MP/RR: 
2) MPF/BA X MPF/PE: 
3) MPM x MPF: 
4) MPF/RS x MP/SC: 
5) MP/ MG X MP/BA: 
 
CF/88 
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, pre-
cipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: 
I - processar e julgar, originariamente: 
(...) 
f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, 
a União e o Distrito Federal, ou entre uns e outros, 
inclusive as respectivas entidades da administração 
indireta; 
 
12. Arquivamento do Inquérito Policial. 
Conceito: o arquivamento do inquérito policial é uma 
decisão judicial, muito embora ainda não haja um 
processo judicial em curso. Ele depende de pedido 
de promoção de arquivamento feito pelo MP, que 
será apreciado pelo juiz. 
 
STF: “(...) O inquérito policial é procedimento de in-
vestigação que se destina a apetrechar o Ministério 
Público (que é o titular da ação penal) de elementos 
que lhe permitam exercer de modo eficiente o poder 
 
 
 
www.cers.com.br 
 
CARREIRA JURÍDICA 
Processo Penal – Aula 03 
Renato Brasileiro 
5 
de formalizar denúncia. Sendo que ele, MP, pode até 
mesmo prescindir da prévia abertura de inquérito po-
licial para a propositura da ação penal, se já dispuser 
de informações suficientes para esse mister de defla-
grar o processo-crime. É por esse motivo que in-
cumbe exclusivamente ao Parquet avaliar se os ele-
mentos de informação de que dispõe são ou não su-
ficientes para a apresentação da denúncia, entendida 
esta como ato-condição de uma bem caracterizada 
ação penal. Pelo que nenhum inquérito é de ser ar-
quivado sem o expresso requerimento ministerial pú-
blico”. (STF, 1ª Turma, HC 88.589/GO, Rel. Min. Car-
los Britto, j. 28/11/2006, DJ 23/03/2008). 
 
STF: “(...) Deveras, mesmo nos inquéritos relativos a 
autoridades com foro por prerrogativa de função, é 
do Ministério Público o mister de conduzir o procedi-
mento preliminar, de modo a formar adequadamente 
o seu convencimento a respeito da autoria e materi-
alidade do delito, atuando o Judiciário apenas 
quando provocado e limitando-se a coibir ilegalida-
des manifestas. In casu: (i) inquérito destinado a apu-
rar a conduta de parlamentar, supostamente delitu-
osa, foi arquivado de ofício pelo i. Relator, sem prévia 
audiência do Ministério Público; (ii) não se afigura atí-
pica, em tese, a conduta de Deputado Federal que 
nomeia funcionário para cargo em comissão de natu-
reza absolutamente distinta das funções efetiva-
mente exercidas, havendo juízo de possibilidade da 
configuração do crime de peculato-desvio (art. 312, 
caput, do Código Penal)”. (STF, Pleno, Inq. 2.913 
AgR/MT, Rel. Min. Luiz Fux, j. 1º/03/2012, DJe 121 
20/06/2012).

Outros materiais