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Estudo Dirigido PROVA2 CLÍNICA 2

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
ESCOLA DE HUMANIDADES
CURSO DE PSICOLOGIA
DISCIPLINA: Clínica Psicanalítica II
Profa. Carolina de Barros Falcão
ROTEIRO DE ESTUDO – P2
1. Poli e Becker (2010) propõem que a adolescência deve ser entendida como uma operação de ressituar-se como sujeito na relação com o Outro. Explica. 
A adolescência é considerada uma operação psíquica, que é vivida como uma crise, onde ocorrem mudanças tanto na ordem corporal (puberdade) como na ordem psicossocial (adolescência), por isso o autor fala em mudança de lugar e em ressituar a relação com o outro. Ressituá-lo na relação com o outro quer dizer sobre se relacionar com a representação da cultura, é o elemento no qual nos relacionamos de forma discursiva, o como falamos de nós mesmos, nossa subjetividade, nossa noção de sujeito que significa o lugar que se ocupa.
2. Por que a adolescência faz trabalhar a temática da alienação X separação? 
A resposta de separação é diferente da resposta alienada. As resposta alienada é a primeira versão de nós mesmos, é um conjunto de fantasias que temos baseado no discurso materno. A resposta de separação é a possibilidade de ruptura com a alienação, que possibilita ao sujeito chegar a outro lugar. A adolescência é marcada por esses movimentos de separação.
3.Para Poli e Becker (2010) a adolescência é uma crise. Explica cada um dos aspectos que estão presentes nessa crise.
Três grandes elementos da separação caracterizam esta crise: 
1. Gozo possível fora do laço familiar: pode-se reviver o Édipo para, finalmente, deixá-lo para trás, ou seja, ama o que está longe, porque o que está perto é proibido, e tem condições de ter prazer para além dos objetos primários. 
2. Experiência de uma nova erotização do corpo: a adolescência é considerada um reencontro com o espelho. Isso nos diz sobre um movimento de poder ter prazer consigo mesmo e com o outro, nova erotização, é a possibilidade de poder pensar um dualismo sexual, reconhecer a diferença. Nesta fase a menina é efetivamente capaz de reconhecer que tem vagina e que ela gera diversas sensações (é uma apropriação do que sou). Se apropriando que quem é a menina pode usufruir da condição do feminino, fazer alteridade. Já a construção do prazer masculino está aberta desde a infância. Para Freud a sexualidade infantil é masculina, pois é erotica. Todas as mulheres se veem castradas até descobrirem seu corpo e quem são. O corpo diferente é o feminino e isso é descoberto na adolescência. Na infância o paradigm não é da diferença, mas sim o de ter ou não ter o mesmo corpo. A nova erotização do corpo envolve novos caminhos de prazer pulsionais que serão executados e construídos na adolescência. Há uma pulsão invocante, uma voz (falar e ser ouvida) e uma pulsão escópica (olhar e ser olhada). Esses são os dois polos da erotização.
3. Novas inscrições simbólicas para além da lógica das relações primárias: Na adolescência o lugar que o sujeito ocupa passa a ser outro, ele coloca novos objetos em sua vida. A ideia do espelho está muito presente na nova erotização, que tem uma dimensão econômica e narcísica (Quem sou eu? Só terei prazer com alguém quando estiver apropriado de quem eu sou). Nesse processo de reaorganização há um movimento de revisitar quem o sujeito é, para que possa construir novas ideias e se apropriar deles. Só surge um EU se houver um processo de separação, de reconhecer a diferença. A partir disso a adolescência é um processo do qual precisa sair um EU que tenha voz própria e possa falar por si. As escolhas do sujeito serão genuínas se a crise da adolescência tiver sido genuína. 
4. Como a economia pulsional é trabalhada na adolescência? Explica. 
Além das expressões freudianas do objeto da pulsão – seio, fezes, falo – Lacan chama atenção para outros dois que são de suma importância na adolescência: a voz e o olhar. A construção do campo da fantasia na adolescência é pautada por estes dois objetos, isto é, pelo exercício das pulsões escópica (olhar) e invocante (voz).
Este processo se inicia a partir de uma quebra na imagem corporal, esta conjugação entre corpo e ideias que constitui o narcisismo de cada sujeito. As mudanças na instância do Outro e no próprio corpo remetem ao adolescente a tarefa de reconstruir a imagem especular, o estágio do espelho, reinscrevendo voz e olhar.
O trabalho de alienação/separção retorna aqui na reapropriação destas pulsões que durante a infância deram sustentação ao sujeito através da voz e do olhar da mãe. Pode-se produzir, então, um isolamento: no plano espacial, quando se fecha no quarto, ou nos usos e abusos da língua, nas diferentes formas de incomunicabilidade que um adolescente produz. Na fundação desse próprio território (espacial e comunicacional), o jovem se protege do domínio do Outro e frequentemente busca na posição ativa expressar aquilo que na infância “sofreu passivo”.
5. Explica a proposição winnicottiana sobre ser a adolescência um período de imaturidade x maturidade. 
Podemos pensar a adolescência como uma passagem, essa ponte como um tempo marcado por um constante dilema entre maturidade e imaturidade. Por exemplo: O desejo do adolescente de ser visto e de ver-se em uma condição mais madura. O adolescente que quer fazer as coisas e reger-se sozinho, ocupar-se sozinho de si mesmo. 
Existe uma demanda social de busca de maturidade, (a gente não tolera que um adolescente faça as coisas que uma criança faz). Do ponto de vista social e cultural a gente passa a exigir desse sujeito outra posição, outra forma de funcionar. Da mesma forma o próprio adolescente que ocupar esse lugar de ser visto como maduro e capaz e auto-suficiente. O Winnicott vai marcar que esse desejo e essa dita auto-suficiência não é maturidade. Então não se pode confundir um desejo com uma condição efetiva. É por isso que o ambiente para ser facilitador precisa reconhecer o quanto a maturidade é almejada e precisa ser estimulada, mas que ao mesmo tempo, ainda a adolescência é marcada por uma condição de imaturidade. Logo, o adolescente precisa ser cuidado.
6. Qual seria o papel do ambiente suficientemente bom na adolescência, segundo Winnicott (1968)?
 O ambiente só será suficientemente bom se reconhecer que o adolescente ainda é imaturo e precisa de cuidado, precisa ser olhado. Pais cuidadores que possam olhar por ele e com ele.
O cuidado que o adolescente demanda não é o mesmo que uma criança demandava, mas isso não significa que não precise de cuidado “Um dos grandes dilemas das funções parentais na adolescência é a gente confundir liberdade, achar que estamos fazendo algo de liberdade, de autonomia, quando na verdade isso é falta de cuidado, falta de olhar”. Porque se o adolescente precisa ser estimulado a olhar sozinho, também precisa existir um ambiente de pais/cuidadores que possam olhar com ele e por ele, em coisas bobas e em coisas importantes. 
7. Por que, para Winnicott (1968), a adolescência contempla a metáfora da “morte do pai”? 
Para Winnicott toda a adolescência é uma fantasia de assassinato, ou seja, matar o lugar de pai e mãe para poder chegar naquele lugar, mas esse lugar tem que ser apresentado como um lugar de valor.
8. Quais são os desafios presentes na execução das funções parentais na adolescência? 
Quanto mais o adolescente cresce, mais influencia na relação dos pais, é uma fase rumo a independência. Winnicott chama de Interdependência, que significa entender que precisamos do outro, além da necessidade de aprender a capacidade de estar só. A adolescência dos filhos é crise vital para os pais, pois o adolescente se prepara para ser adulto e os pais para serem velhos. É um processo de crise que envolve a todos e serve para todos reverem os caminhos dos seus investimentos. O analista deve pensar na função ambiental, na crise que é de toda a família. Os objetos primários não esgotaram as suas funções, é ida e vinda do lugar que os pais ocupam. O adolescente pode questionar a regra e a lei, mas para isso precisa ter regras e leis.
9. Elenca e explicacada um dos aspectos examinados na relação entre funções parentais na adolescência e a contemporaneidade, segundo Macedo, Monteiro e Gomes (2010). 
10. O que é diagnóstico metapsicológico?
O diagnóstico na adolescência é uma difícil tarefa. Pensamos na adolescência como uma síndrome normal, cheia de sintomas, um sujeito perdido em si mesmo. O processo por si só é gerador de sofrimento. Exige uma complexidade psíquica que é onerosa. É o resgate do que já foi vivido e precisa ser transformado em um jeito próprio com o objetivo de se ter uma versão final do sujeito ao passar pela adolescência. E assim, esperamos que com a adolescência se tenha um aprimoramento psíquico.
O Diagnóstico Metapsicológico nos faz pensar em que recursos e impedimentos o adolescente tem, como o psiquismo se estruturou e funciona. O sintoma só será pensado a partir de um diagnóstico metapsicológico feito anteriormente. Devemos pensar em pai e mãe, pensar no conlúio edípico que ocorreu, que lugar o adolescente ocupou na família, que lugar narcísico ocupo. Tudo isso para ir pensando o desenvolvimento daquele sujeito. Tanto para o bem como para o mal. Mas a escuta do sujeito é primordial, devemos pensar em uma leitura singular do sujeito e fazer uma arquitetura psíquica parte por parte.
11. Quais são os pontos relevantes de uma construção diagnóstica na adolescência? 
Para podermos olhar o diagnóstico de um adolescente, precisamos olhar para a criança que ali esteve. A adolescência pode ser o campo de eclisão das psicopatologias, nas não o início delas. Os sintomas tem a ver com a organização psíquica do sujeito, tanto em termos de recurso, como de falhas. Cada ato e sintoma, denuncia o psiquismo do indivíduo para poder pensar o diagnóstico metapsicológico. Olhar o lugar do sujeito dentro do ambiente dele. Que lugar ele ocupou? Que recursos ficaram para o sujeito quando ele é frustrado? Isso vai nos contando os caminhos que o psiquismo encontrou para se definir. Também é importante pensar a transitoriedade de sintomas do adolescente, ou seja, pensar se o sofrimento é algo passageiro (esperado) ou se está ficado. 
12. Quais são os três eixos de avaliação (Urribarri, 2004) trabalhados por Macedo, Dockhorn e Iensen (2010) que devem ser levados em conta para diagnosticar um adolescente? 
Os três eixos são caminhos para se pensar o adoecimento:
1 eixo: Impacto das mudanças corporais no psiquismo: Como o adolescentevai se comportando em relação às mudanças que ocorrem no corpo a revelia do desejo. As mudanças corporais da adolescência fazem eclodir fronteiras de um EU fragilmente contituído na infância, as noções de fronteiras são limitadas. Precisamos pensar no lugar que o corpo tem. A adolescência é um período de eclosão de patologias, mas muitas patologias se confundem com a adolescência.
2 eixo: Campo da família, identificações e história: O adolescente faz um processo de historização de si mesmo, de analisar o seu lugar, a família, o rearranjo das funções parentais. Aqui os adoencimentos podem ocorrer quando o adolescente não consegue lidar com esses vínculos de infância e não poder reconstruir o seu EU, se submeter a idealização familiar (Falso Self), se submete às ideias que não são dele.
3 eixo: Autoridade, autonomia e subjetivação: Como o adolescente lida com a lei e a autonomia? E com o processo de subjetivação (sujeito com a cultura, com o outro) que é o resultado do processo da adolescência (dimensão relacional, influência cultural). Como o adolescente pode se constituir nessa cultura? Isso é acessar essa nova condição subjetiva (ser adulto).
13. Explica a compreensão de Cahn (1999, apud Macedo, Dockhorn & Iensen, 2010) acerca das três classificados sobre o adoecimento adolescente. 
As 3 categorias de processos psicopatológicos na adolescência:
1. Funcionamento defensivo: o sujeito adoece pela defesa que ele emprega, nas relações com o outro, com o prazer (neurótico).
2. Impasse no desenvolvimento: é algo mais grave, mas no campo das patologias do narcisismo. Prejuízo do EU, fragilidade da constituição egóica.
3. Congelamento na patologia: não consegue seguir adiante no desenvolvimento, na ordem da Psicose.
14. A partir do Caso Ester (Seewald, 1992), é possível relacionar a temática do padecimento alimentar à ideia de superfície (Rodulfo, 1990). Explica tal relação.
Sim. Nas patologias do Narcisismo, como a Anorexia, no caso da Ester , ocorreu uma falta de investimento, uma falta de reconhecimento do que o outro precisa, o não reconhecimento da alteridade, pois a mãe da Ester sempre investiu em si mesma, no seu corpo, não cumprindo sua função materna de erotizar o corpo do bebê e isso gera uma falha na borda do EU, o que vai sempre gerar uma sensação de vazio, pois só conseguimos entender uma configuração mais completa do EU se já existiu uma construção para isso. São pacientes incapazer de simbolizar, com prejuízos de tramitação de recursos de enfrentamento, por isso a tensão psíquica vai direto para o ato como descarga da energia pulsional. Ester não é capaz de cuidar-se, ela não foi cuidada, o pouco cuidado que teve do pai, talvez, foi o que a livrou da Psicose. Como não teve investimento no seu corpo, sente um vazio representacional do mesmo e encontrou na anorexia e bulimia uma via de descarga, para não enlouquecer. Ela se corta como um convite a simbolização, para saber que está viva, na neurose o indivíduo vai pensar sobre, mas na patologia do vazio ele atua. Ocorre a cisão entre intelecto e corpo, estão separados, isto é a cisão do EU. O intelecto não está a serviço do corpo, não está pensando o sofrimento, sobre si, pensa sobre outras coisas, mas não sobre si. Ou seja, não existe a possibilidade de desejo porque não existiu o desejo do outro e ela não tem a dimensão do desejar.
15. Seewald (1992) propõe compreender os padecimentos alimentares como economias da pulsão de morte. Explica a proposta do autor. 
Pode-se falar nesse assunto usando como exemplo o Caso Ester. A menina nunca foi investida libidinalmente pela mãe que, do contrário, acreditava que Ester, quando bebe, “sugava” sua beleza. Ester cresceu com um ego fragilizado, envolvendo-se em um episódio de bulimia e, posteriormente, anorexia. Nitidamente, Ester desenvolvera uma hipertrofia intelectual que, naquele momento, funcionava como uma espécie de chamamento para a morte. Dizia que precisava “morrer para viver”, ou seja, a proximidade com a morte implicava uma espécie de inclusão de vida. 
O autor irá dizer que “só se é quando se é no desejo do outro”. O sentido de existir repousa exatamente aí. E ele não depende só do indivíduo. A princípio ele não tem nenhuma condição de ser o proprietário do seu corpo, necessitando que alguém o reconheça, o estimule, o nomeie. Já que o ego não se constituiu no campo do outro como espelho, então é nessas desorganizações somáticas graves que o sujeito irá encontrar um espaço para dar sentido a percepção da existência de um espaço interior, ou seja, esse espaço é percebido quando é feito de “depósito” para conter ou não comida.
16. Quais são as três dimensões examinadas por Seewald (1992) ao referir-se ao transtorno alimentar? 
Vida, morte e renascimento. São movimentos oscilatórios e com dimensões íntimas e intercambiáveis de um tormentoso momento. O corpo é o grande palco dos acontecimentos. É nele que se insinua a vida, que se intromete a morte, que se sonha com a imortalidade.
O paradoxo mais impressionante nestes pacientes é de encontrar na quase-morte o elemento da vida. Nestes estados extremos, onde a vida parece fundir-se com a morte, se executa não uma “fantasia de renascimento”, mas um acting de quase-renascimento. E o mais significativo: um renascimento do ego.
17. Como se relacionam as temáticas do suicídio, ato e dor psíquica? 
18. Explica cada um dos critérios propostos por Laufer (1998) para avaliar o comportamento suicida na adolescência. 
1 – Regressão a formas infantis de comportamento é tão forte que existe o perigo de abandonar o desejo e o esforço em progredir até comportamentosmais maduros?
2 – O Comportamento do adolescente é tão rígido que pode ser permitido ou não pode ser permitido o relaxamento das demandas feitas a si mesmo. 
Que imagem esse sujeito tem de si? Como ele se vê? E ele pode se permitir falhar e errar? Ou ele é o seu principal crítico?
3 – As relações sociais do adolescente ajudam a manter relações infantis ou favorecem o seu desejo de evoluir até a idade adulta?
Quais são as novas qualidades de relação que o adolescente pode experimentar. Essas novas relações são escolhidas de tal forma a mantê-lo nessa condição infantil e portanto desamparada? Ou eles são escolhidas como proporcionadoras a adultez. Ele pode ter outras qualidade de relação ou ele só repete? Ou só tem relações na qual ele se vê dependente, desamparado, não tendo outro recurso que não a obedecer.
4 – Os amigos são mais importantes na vida do adolescente que os pais?
Existem figuras significativas de pares na vida desse adolescente? Ou é um adolescente sozinho, sem amigos e que sofre booling? Ou um adolescente que não consegue estabelecer relações de amizade na qual se sinta gostado? Que parece que só o pai e a mãe que aturam ele ainda. 
5 – O adolescente tem capacidade de gostar ou experimentar sentimentos apropriados ou existe discrepância notável entre um acontecimento e a forma como o adolescente reage frente a elas?
Como ele reage aos acontecimentos da vida? Se ele termina um namoro aquilo vai acabar com ele ou ele vai poder dizer ‘a fila anda’? Como ele lida com as frustrações e os impedimentos? Muitas vezes a gente sabe que o disparador de um movimento autolesivo ou comportamento suicida não é a causa do comportamento, é só o disparador. 
6 – Existe alguma interferência na capacidade do adolescente para julgar ou comparar reações do mundo externo com as criações da sua própria mente? 
Ele é capaz de olhar para o que acontece em volta dele, como eventos que podem ter outras explicações além daquela que ele atribui? Será que a mãe brigou pq a mãe não ama ou pode ter outra explicação para isso? Será que ele tem a capacidade de flexibilizar o pensamento dele? O tempo inteiro ele ta questionando flexibilidade x rigidez. De organização psíquica, de forma de escoamento da libido, de mecanismos usados, de capacidade de pensar. Todo tempo são estas as perguntas que ele faz.
7 – Qual é a atitude do adolescente frente ao futuro, considera-o algo atrativo ou atemorizante?
A gente sabe que o fator “desesperança” é um tema muito importante para o assunto “comportamento suicida”. O futuro é cheio de possibilidades, ou cheio de novas frustrações? Quando existe um post que pergunta “o que você é” e o adolescente diz “eu não sou nada”, o que ele ta falando do futuro? Ele ta contando que lá na frente a vida não vai melhorar. 
8 – Existem alguns tipos de fantasias que dificultam seriamente a capacidade de funcionamento do adolescente? O adolescente é capaz de lidar com suas diversas fantasias atemorizantes sem abandonar o desejo de converter-se em adulto?
Ele carrega aqui uma questão que a gente precisa falar que é a ocorrência de patologias psíquicas é um fator de predisposição importante ao comportamento suicida. A gente sabe que existir um diagnóstico de transtorno mental aumenta a chance de suicídio. Então a gente precisa se perguntar: é psicótico? Vive de tal forma preso ao seu mundo de fantasia que não consegue fazer movimentos para a realidade de uma forma contundente e fica cada vez mais aprisionado em seu próprio mundo? Essas fantasias travam o sujeito? São de tal forma intensas que o aprisionam sem que ele possa pensar que vai ter outras condições quando for adulto?
19. É possível pensar que a adolescência é um período propício para a ocorrência dos comportamentos suicidas? Justifica tua resposta. 
Sim. A adolescência por si só já é um período de crise. Devemos pensar a estrutura deste adolescente para dar conta desse grande sofrimento. A tentativa de suicido é quando o adolescente extrapola as condições de enfrentamento do psiquismo e, no entanto, há uma ideia de que o ato se coloca como o único recurso de descarregar um desprazer muito grande. 
20. O uso de drogas é marcado pela Heterogeneidade. Explica tal afirmativa. 
Significa dizer que embora o imaginário social considere todas as pessoas que usam drogas como “iguais” e, portanto, categorizadas no quadro dos “drogados”, o uso de drogas tem diferentes significados. Em algumas situações as drogas tornam-se o sofrimento principal, havendo quase uma impossibilidade de associação desse uso com outras questões da vida dos adolescentes. Em outras situações, o consumo de drogas coloca a possibilidade de falar para além da droga e os adolescentes fazem esse consumo conviver com outras atividades na vida.
21. O que é drogadição/toxicomania? 
Na palavra drogadição reside a questão de ser escravo, de se submeter ao outro. Na toxicomania a droga passa a ter um lugar central/substancial na vida do sujeito. Tóxico é a posição que a droga ocupa no psiquismo do sujeito, ela tem uma função psíquica para ele.
22. Do que se trata a Operação de Pharmakon? Como ela está na origem da toxicomania?
A Operação de Pharmakon nos diz sobre a droga como remédio e veneno ao mesmo tempo, ou seja, de um objeto que ocupa um lugar paradoxal na vida do sujeito, que é o lugar do tóxico. É um mecanismo de defesa, como o recalcamento, é uma operação que se lança mão para se defender de algo, de defender o psiquismo. Mas esse mecanismo não opera no simbolismo. Um psiquismo fragilizado interpreta todas as intensidades como dor, independente da intensidade ser boa ou ruim. Ou seja, tem uma intensidade, mas não se tem recurso para lidar com ela, então interpreta como dor. E para proteger o psiquismo da dor, recorre a droga por não ter capacidade de outros recursos. São pessoas incapazes de discernir o que estão sentindo.
O Farmakon é a droga como capacidade de ser remédio e veneno ao mesmo tempo. É o remédio de um sofrimento insuportável. Um remédio para a angústia que poderá ser transformado em veneno quando as drogas ocupem o lugar do pensamento. No ato de consumo de drogas o sujeito não pensa, não deixa lugar para as palavras. Aí a droga vira tóxico, continuidade entre o remédio e o veneno. Nesse ponto aparece o paradoxo na toxicomania. Ao mesmo tempo que o sujeito pretende eliminar qualquer indício de angústia, ele a faz emergir.
23. O que é Toxicomania de Suplemento? 
Nos diz sobre algo “complementar” ao que já existe, algo a acrescentar. A droga ocupa o lugar do acréscimo. Como uma alternativa de mediação, como um terceiro para lidar com as demandas da adolescência. Mediação para o elemento da castração, ou seja, a droga é um instrumento para enfrentar a angústia de castração
O uso é para tentar evitar a angústia provocada por dificuldades na significação de diversas vicissitudes na vida do sujeito. O tóxico tem a função de cativar o olhar do(s) outro(s), num processo de significação dos acontecimentos da vida. Na lógica do suplemento o sujeito mostra-se ao outro para ser lido, para ser significado. (Caso Floriana)
24. O que é Toxicomania de Suplência?
“Substitui” por outro. “Eu uso drogas para ter o que eu não tenho, uma identidade”. É um movimento dual (eu e a droga) – o que importa é o que eu experimento usando drogas. O sujeito vive para se relacionar com o objeto droga. É um corpo-máquina que precisa ser abastecido para funcionar. A situação ideal é “EU e a DROGA”. E o sujeito se subjetiva desta forma, sem afeto, pois a droga substitui todos os investimentos do sujeito. É uma relação DUAL, de cola, entre o sujeito e a droga. Quando algo se coloca como impeditivo dessa condição, há a possibilidade da entrada de uma mediação (se entra um terceiro, passa para suplemento). Essa relação oscila entre as duas condições.
Supõe um enfraquecimento simbólico em função do qual a droga transforma-se em tóxico, instaurando uma relação dual. Há uma impossibilidade de incluir uma mediação entre o sujeito e a droga. O sujeito está quase totalmenteentregue à droga. (Caso O Príncipe) 
25. Silveira et al (s/d) propõem algumas conexões entre adolescência e redes sociais. Explica-as. 
Mais do que usar as redes sociais, é preciso levar em consideração a forma e os objetivos com que estão sendo usadas, pois isso evidencia aspectos importantes da personalidade do sujeito. 
Os adolescentes não se estranham somente quando se olham no espelho ou escutam as mudanças de sua voz. Eles se enxergam constantemente nas fotos postadas por si próprios ou pelos demais, criam grupos de amigos de suas vidas on ou off nas redes e compartilham seus sentimentos para algumas centenas de amigos. Com as redes sociais muitas possibilidades são vividas ali: o isolamento, o contato com iguais, o confronto com as gerações anteriores, a demarcação da identidade. 
As RS tonam-se um mundo intermediário entre a retirada narcísica e o contato com as pessoas ao redor. O adolescente fica mais sozinho, porém mantem-se em contato com os demais. Fica em uma posição parcialmente independente das pessoas, ao mesmo tempo que parcialmente dependente dessas interações. Em parte mantém ligações, em parte se isola. 
As RS acabam trabalhando questões referentes à autoimagem e ao reconhecimento da imagem. O adolescente pode desenvolver uma constante dependência desse olhar e aprovação dos demais, assim como uma dificuldade em poder construir sua representação internamente, esperando sempre por essas opiniões e gratificações externas. 
É necessário pensar nos jovens que apresentam maiores dificuldades em seu desenvolvimento, pois as redes sociais podem reforçar ainda mais essa vivência de exclusão e isolamento. Os limites entre o que deve ou não ser compartilhado com o grupo virtual, pela intensa confusão existente entre o público e o privado nos tempos atuais, também faz com que alguns adolescentes prejudiquem a si mesmos. 
Cabe aos pais e profissionais que trabalham com adolescentes estar constantemente avaliando a relação dos filhos e pacientes com essa ferramenta: os excessos, as exposições e a influência positiva ou negativa em outras áreas da vida. Ao longo do processo adolescente, o indivíduo oscilará entre os grupos a que pertence, se fazendo mais ou menos presente dependendo do momento, mas transitará entre todos. O jovem detido somente em comunidades virtuais, já indica um sinal de alerta. 
26. O tema das comunidades sociais expressam alguns dos dilemas da contemporaneidade. Explica esta ideia trazendo luz acerca das temáticas da liberdade, do mal-estar, das fronteiras entre o público e o privado, etc. 
27. Como a Psicanálise pode se ocupar do tema da virtualidade? Justifica. 
28. Elenca desafios técnicos presente no atendimento de adolescentes, levando em conta a transferência, as estratégias de comunicação do adolescente, a participação dos pais no tratamento, o setting, etc. 
Freqüentemente num primeiro tempo o adolescente toma o analista na mesma posição de qualquer adulto, como alguém incapaz de entender sua demanda. Esta posição muitas vezes é acompanhada por um certo mutismo do adolescente, afinal, de nada adianta falar... Uma virada é possível na medida em que o analista possibilite ao adolescente a formulação de uma demanda própria, situando que o tratamento pode vir a acontecer ou não, dependendo de sua escolha; Ao se distanciar do discurso corrente dos adultos, o analista pode correr o risco de ser colocado numa posição de CÚMPLICE frente ao mundo; Nesses casos, o analista pode se identificar com a condição adolescente, o que invibiliza o tratamento. Há adolescentes que interrompem justamente por identificar que o terapeuta se comovia com seu sofrimento e acabava “brigando” com seus pais, o que inviabilizava o tratamento. Uma terceira posição para qual o analista é puxado é a do MESTRE. Sendo a adolescência um momento de desorientação, perda de referências, construção de novos ideais, Rassial (1999) coloca o quanto pode ser tentador ao analista responder de uma posição de filósofo ou, pior, de diretor de consciência. Um analista não deve ter respostas para tudo, mas abrir questões e deixá-las em aberto. Se esta é uma posição a ser ocupada em qualquer caso, na adolescência se mostra essencial, afinal é deste modo que o analista pode permitir ao adolescente suportar a suspensão de sua identidade e de seu saber, e jogar algumas destas questões para o futuro, enlaçando o adolescente ao seu porvir

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