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A Caracterização do Cerrado

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A Caracterização do Cerrado 
Os cerrados ocupam aproximadamente um quarto do território brasileiro, pouco mais de 200 milhões de hectares abrigando um rico patrimônio de recursos naturais renováveis adaptados às duras condições climáticas, edáficas e hídricas. Desse total, 155 milhões estão no planalto Central e os outros 45 ficam distribuídos entre os estados do Maranhão, Piauí, Rondônia, Roraima, Amapá, Pará e São Paulo 
A região exibe enorme heterogeneidade espacial, estendendo-se por mais de 20 graus de latitude, com altitudes variando de quase 0 a 1.800 m e exibindo uma grande diversidade de solos e climas que se refletem numa biota diversificada. Os solos são antigos, profundos e bem drenados predominantemente latossolo vermelho e amarelo. São ácidos e de baixa fertilidade, com níveis elevados de ferro e alumínio, porém a pesquisa científica proporcionou as regiões de latossolo (90 milhões de hectares) serem as mais privilegiadas para a expansão da agricultura especializada em grãos.
O cerrado é o segundo maior bioma brasileiro (depois da Amazônia) e concentra nada menos que um terço da biodiversidade nacional e 5% da flora e da fauna mundiais. A flora do cerrado é considerada a mais rica savana do mundo, e estima-se que entre 4 a 7.000 espécies habitam essa região. A fauna de vertebrados é rica, apesar do baixo endemismo de espécies. São conhecidas mais de 400 espécies de aves, 67 gêneros de mamíferos não voadores e 30 espécies de morcegos, somente no Distrito Federal. 
 O clima dominante da região é tropical-quente-subúmido, caracterizado por forte estacionalidade das chuvas e ausência de estacionalidade da temperatura média diária. Entretanto, as serras e planaltos altos de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso do Sul experimentam sensíveis quedas de temperatura, inclusive geadas, caracterizando áreas de clima tropical de altitude. 
A precipitação anual no cerrado do Centro-Oeste varia de 800 a 2.000mm, num clima sazonal caracterizado por chuvas e um período seco que se estende por quatro a sete meses, dependendo da região. A água acumulada nos lençóis freáticos do cerrado do Centro-Oeste abastece nascentes que dão origem a seis das oito maiores bacias hidrográficas brasileiras, com exceção apenas para as bacias do rio Uruguai e do Atlântico sudeste.
CLIMA 
O clima predominante no Domínio do Cerrado é o Tropical sazonal, de inverno seco. A temperatura média anual fica em torno de 22-23ºC, sendo que as médias mensais apresentam pequena estacionalidade. As máximas absolutas mensais não variam muito ao longo dos meses do ano, podendo chegar a mais de 40ºC. Já as mínimas absolutas mensais variam bastante, atingindo valores próximos ou até abaixo de zero, nos meses de maio, junho e julho. A ocorrência de geadas no Domínio do Cerrado não é fato incomum, ao menos em sua porção austral.
Em geral, a precipitação média anual fica entre 1200 e 1800 mm apresentando grande estacionalidade na precipitação média mensal, concentrando-se nos meses de primavera e verão (outubro a março), que é a estação chuvosa. Curtos períodos de seca, chamados de veranicos, podem ocorrer em meio a esta estação, criando sérios problemas para a agricultura. No período de maio a setembro os índices pluviométricos mensais reduzem-se bastante, podendo chegar a zero. 
	No período de seca (3 a 5 meses) a umidade relativa do ar pode baixar para 15%, principalmente nos meses de julho e agosto.
A termoperiodicidade diária e estacional parece ser um fator de certa importância para a vegetação do cerrado, particularmente para o estrato herbáceo-subarbustivo. Geadas, todavia, prejudicam bastante as plantas matando suas folhas, que logo secam e caem, aumentando em muito a serapilheira e o risco de incêndios.
Ventos fortes e constantes não são uma característica geral do Domínio do Cerrado. Normalmente a atmosfera é calma e o ar fica muitas vezes quase parado. 
A radiação solar no Domínio do Cerrado é geralmente bastante intensa, podendo reduzir-se devido à alta nebulosidade, nos meses excessivamente chuvosos do verão. 
Por estas características de clima, o Domínio do Cerrado faz parte do Zonobioma II, na classificação de Heinrich Walter.
RELEVO
O relevo do Domínio do Cerrado é em geral bastante plano ou suavemente ondulado, estendendo-se por imensos planaltos ou chapadões. Cerca de 50% de sua área situa-se em altitudes que ficam entre 300 e 600 m acima do nível do mar; apenas 5,5% vão além de 900m. As maiores elevações são o Pico do Itacolomi (1797 m) na Serra do Espinhaço, o Pico do Sol (2070 m) na Serra do Caraça e a Chapada dos Veadeiros, que pode atingir 1676 m. O bioma do Cerrado não ultrapassa, em geral, os 1100 m. Acima disto, principalmente em terrenos quartzíticos, encontram-se os Campos Rupestres.
SOLO
Originando-se de espessas camadas de sedimentos que datam do Terciário, os solos do Bioma do Cerrado são geralmente profundos, azonados, de cor vermelha ou vermelha amarelada, porosos, permeáveis, bem drenados e, por isto, intensamente lixiviados.
Em sua textura predomina, em geral, a fração areia, vindo em seguida a argila e por último o silte. Eles são, portanto, predominantemente arenosos, areno-argilosos, argilo-arenosos ou, eventualmente, argilosos. Sua capacidade de retenção de água é relativamente baixa.
O teor de matéria orgânica destes solos é pequeno, ficando geralmente entre 3 e 5%. Como o clima é sazonal, com um longo período de seca, a decomposição do húmus é lenta. Sua microflora e micro/mesofauna são ainda muito pouco conhecidas. 
Quanto às suas características químicas, eles são bastante ácidos, com pH que pode variar de menos de 4 a pouco mais de 5. Esta forte acidez é devida em boa parte aos altos níveis de Al3+, o que os torna aluminotóxicos para a maioria das plantas agrícolas em suas condições naturais.
Em parte dos Cerrados, o solo pode apresentar concreções ferruginosas - canga - formando couraças, carapaças ou bancadas lateríticas, que dificultam a penetração da água de chuva ou das raízes, podendo às vezes impedir ou dificultar o desenvolvimento de uma vegetação mais exuberante e a própria agricultura. 
Quando pastagens nativas de cerrado são sobrepastejadas, o solo fica muito exposto e é facilmente erodido. Devido às suas características texturais e estruturais ele é também frequentemente sujeito à formação de enormes voçorocas.
Estas características dos solos do Bioma do Cerrado permitem-nos considerá-lo como um Pedobioma, do Zonobioma II de Heinrich Walter. 
Se bem que ainda incompletamente conhecida, a flora do Cerrado é riquíssima.Tomando uma atitude conservadora, poderíamos estimar a flora do bioma do cerrado como sendo constituída por cerca de 3.000 espécies, sendo 1.000 delas do estrato arbóreo-arbustivo e 2.000 do herbáceo-subarbustivo. Como famílias de maior expressão destacamos as Leguminosas (Mimosaceae, Fabaceae e Caesalpiniaceae), entre as lenhosas, e as Gramíneas (Poaceae) e Compostas (Asteraceae), entre as herbáceas. 
FLORA
Em termos de riqueza de espécies, esta flora deve ser superada apenas pelas florestas amazônicas e pelas florestas atlânticas. Outra característica sua é a heterogeneidade de sua distribuição, havendo espécies mais típicas dos Cerrados da região norte, outras da região centro-oeste, outras da região sudeste etc. Por esta razão, unidades de conservação, com áreas significativas, deveriam ser criadas e mantidas nas mais diversas regiões do Domínio do Cerrado, a fim de garantir a preservação do maior número de espécies da flora deste Bioma, bem como da fauna a ela associada.
FAUNA
A fauna do Bioma do Cerrado é pouco conhecida, particularmente a dos Invertebrados. Seguramente ela é muito rica, destacando-se naturalmente o grupo dos Insetos. Quanto aos Vertebrados, o que se conhece são, em geral, listas das espécies mais freqüentemente encontradas em áreas de Cerrado, pouco se sabendo da História Natural desses animais, do tamanho de suas populações, de sua dinâmica etc. Só muito recentementeestão surgindo alguns trabalhos científicos, dissertações e teses sobre estes assuntos.
Entre os Vertebrados de maior porte encontrados em áreas de Cerrado, citamos a jibóia, a cascavel, várias espécies de jararaca, o lagarto teiú, a ema, a seriema, a curicaca, o urubu comum, o urubu caçador, o urubu-rei, araras, tucanos, papagaios, gaviões, o tatu-peba, o tatu-galinha, o tatu-canastra, o tatu-de-rabo-mole, o tamanduá-bandeira e o tamanduá-mirim, o veado campeiro, o cateto, a anta, o cachorro-do-mato, o cachorro-vinagre, o lobo-guará, a jaritataca, o gato mourisco, e muito raramente a onça-parda e a onça-pintada.
Excetuando-se a maioria das aves, segundo alguns autores a fauna do Cerrado caracteriza-se, em geral, pelos seus hábitos noturnos e fossoriais ou subterrâneos, tidos como formas de escapar aos rigores do tempo reinantes durante as horas do dia. Segundo diversos zoólogos, parece não haver uma fauna de Vertebrados endêmica, restrita ao Bioma do Cerrado. De um modo geral estas espécies ocorrem também em outros tipos de Biomas. Todavia, entre pequenos roedores e pássaros existem diversos endemismos, ao nível de espécies pelo menos.
Entre os Invertebrados, pesquisas futuras mostrarão seguramente muitas espécies endêmicas. Neste grupo da fauna merece especial destaque o Phylum Arthropoda e entre estes a Classe Insecta. Os cupins, insetos da Ordem Isoptera, Família Termitidae, são de grande importância seja pela sua riqueza em gêneros e espécies, seja pelo seu papel no fluxo de energia do ecossistema, como herbívoros vorazes que são e servindo de alimento para grande número de predadores (tamanduá, tatu, cobra-de-duas-cabeças, lagartos, etc.). Ordem de grande importância é a dos Hymenoptera, onde se destacam as Famílias Formicidae (formigas), como as saúvas (Gênero Atta) por exemplo, e Apidae (abelhas), esta última pelo seu importante papel na polinização das flores. Os gafanhotos (Ordem Orthoptera, Família Acrididae) também apresentam grande riqueza de espécies e significativa importância como herbívoros.
VEGETAÇÃO
Devido à sua extensão e diversidade de solo e clima, o cerrado não possui uma fisionomia única. Muito ao contrário, ela é bastante diversificada, apresentando desde formas campestres bem abertas, como os campos limpos de cerrado, até formas relativamente densas, florestais, como os cerradões. Entre estes dois extremos fisionômicos, vamos encontrar toda uma gama de formas intermediárias, com fisionomia de savana, às vezes de carrasco, como os campos sujos, os campos cerrados, os cerrados "sensu stricto" (s.s.), (sentido restrito). Quando percorremos áreas de cerrado, em poucos km podemos encontrar todas estas diferentes fisionomias. Este mosaico é determinado pelo mosaico de manchas de solo pouco mais pobres ou pouco menos pobres, pela irregularidade dos regimes e características das queimadas de cada local (freqüência, época, intensidade) e pela ação humana. Assim, embora o Bioma do Cerrado distribua-se predominantemente em áreas de clima tropical sazonal, os fatores que aí limitam a vegetação são outros: a fertilidade do solo e o fogo. O clímax climático do Domínio do Cerrado não é o Cerrado, por estranho que possa parecer, mas sim a Mata Mesófila de Interflúvio, sempre verde, que hoje só existe em pequenos relictos, sobre solos férteis tipo terra roxa legítima. As diferentes formas de Cerrado são, portanto, pedoclímaces ou piroclímaces, dependendo de ser o solo ou o fogo o seu fator limitante. 
De um modo geral, podemos distingüir dois estratos na vegetação dos Cerrados: o estrato lenhoso, constituído por árvores e arbustos, e o estrato herbáceo, formado por ervas e subarbustos. Ambos são curiosamente heliófilos. Ao contrário do caso de uma floresta, o estrato herbáceo do Cerrado não é formado por espécies de sombra, umbrófilas, dependentes do estrato lenhoso. O sombreamento lhe faz mal, prejudica seu crescimento e desenvolvimento. O adensamento da vegetação lenhosa acaba por eliminar em grande parte o estrato herbáceo. Por assim dizer, estes dois estratos se antagonizam. Por esta razão entendemos que as formas intermediárias de Cerrado - campo sujo, campo cerrado e cerrado s.s. - representem verdadeiros ecótonos, onde a vegetação herbácea/subarbustiva e a vegetação arbórea/arbustiva estão em intensa competição, procurando, cada qual, ocupar aquele espaço de forma independente, individual. Esses dois estratos não comporiam comunidades harmoniosas e integradas, como nas florestas, mas representam duas comunidades antagônicas, concorrentes. Tudo aquilo que beneficiar a uma delas, prejudicará, indiretamente, à outra e vice-versa. Elas diferem entre si não só pelo seu espectro biológico, mas também pelas suas floras, pela profundidade de suas raízes e forma de exploração do solo, pelo seu comportamento em relação à seca, ao fogo, etc., enfim, por toda a sua ecologia. Toda a gama de formas fisionômicas intermediárias parece-nos expressar exatamente o balanço atual da concorrência entre esses dois estratos.
Troncos e ramos tortuosos, súber espesso, macrofilia e esclerofilia são características da vegetação arbórea e arbustiva. O sistema subterrâneo, dotado de longas raízes pivotantes, permite a estas plantas atingir 10, 15 ou mais metros de profundidade, abastecendo-se de água em camadas permanentemente úmidas do solo, até mesmo na época seca.
Já a vegetação herbácea e subarbustiva, formada também por espécies predominantemente perenes, possui órgãos subterrâneos de resistência, como bulbos, xilopódios, sóboles, etc., que lhes garantem sobreviver à seca e ao fogo. Suas raízes são geralmente superficiais, indo até pouco mais de 30 cm. Os ramos aéreos são anuais, secando e morrendo durante a estação seca. Formam-se, então 4, 5, 6 ou mais toneladas de palha por ha/ano, um combustível que facilmente se inflama, favorecendo assim a ocorrência e a propagação das queimadas nos Cerrados. Neste estrato as folhas são geralmente micrófilas e seu escleromorfismo é menos acentuado.
Sintetizando a vegetação do cerrado teremos as formações Florestais, savânicas e campestres.
1) Formações Florestais 
Tipos de vegetação com predominância de espécies arbóreas e formação de dossel. Englobam 3 tipos principais:
1.1)Mata Seca 
- Não possui associação com cursos de água.
- Ocorre em solos drenados e mais ricos em nutrientes.
- Árvores atingem altura média de 15 a 25 m (cobertura arbórea de 70 a 95% na época de chuvas).
- Algumas espécies de vegetais: Cerejeira, Cedro, Angico, Caroba, Aroeira, Cega-machado. 
1.2) Cerradão 
- Ocorre em solos bem drenados.
- Formação florestal xeromórfica, formada por espécies típicas do Cerrado sentido restrito e também por espécies de mata. Do ponto de vista fisionômico é uma floresta, mas floristicamente é mais similar a uma Cerrado.
- Altura média do estrato arbóreo: 8 a 15 m (cobertura arbórea de 50 a 90%).
- Pequi, Copaiba, Carvalho, Sucupira, Pimenta-de-macaco, Jacarandá-do-cerrado, Faveiro, Pau-santo, Pau-terra, etc.
1.3) Mata Ciliar e Mata de Galeria 
- Associadas à cursos d'água, em terrenos bem ou mal drenados.
- Árvores altas: 20 a 30 m (cobertura arbórea em torno de 90 % na época de chuvas). 
- Vegetação com grande diversidade de espécies; Angicos, Ingás, Aroeiras, Perobas, Orquídeas. Além de grande variedade de pteridófitas, musgos, fungos e algas.
Protegidas por Lei Federal e Estadual as Matas Ciliares e de Galeria desempenham importantes papeis na natureza como:
- Atuar como barreira física: regulando os processos de troca entre os sistemas terrestre e aquático.
- Diminuir a contaminação das águas (agrotóxicos, resíduos de adubos, lixos em geral), pois há uma maior retenção dos resíduos.
- Aumentar a infiltração de água no solo, diminuindo as enchentes.
- Proteger a margem dos rios, evitando desbarrancamentos e consequente assoreamento do leito.
- Proporcionar proteção à fauna terrestre e aquática. Muitos animais do cerrado procuram as matas ciliares para seproteger de predadores, pois trata-se de uma vegetação mais fechada
- É um ambiente com altíssima biodiversidade.
2) Formações Savânicas 
Árvores baixas e arbustos espalhados sobre um estrato graminoso. Englobam 4 tipos principais:
2.1)Parque do Cerrado 
- Vegetação associada à pequenas elevações no terreno (murundus). 
- Árvores de 3 a 6 m, cobertura arbórea de 5 a 20 %.
2.2)Palmeiral 
- Formação savânica caracterizada pela presença marcante de 1 espécie de palmeira arbórea (Macaúba, Babaçu, etc).
2.3)Vereda 
- Predomínio da espécie de palmeira Mauritia flexuosa (Buriti), em meio a agrupamentos de espécies arbustivo-herbáceas.
2.4)Cerrado sentido restrito (“senso stricto”)
- Árvores baixas (2 a 10 m), inclinadas, tortuosas; troncos de casca grossa e sulcada; folhas rígidas e coriáceas.
- Pode ser dividido em Cerrado Denso (cobertura árborea de 50 a 70%),Típico (20 a 50 %), Ralo (5 a 20 %) e Rupestre..
- Muitas espécies apresentam xilopódio (orgão subterrâneo que permite a rebrota após queima ou corte).
- Algumas espécies: Amarelinho, Pequi, Lixeira, Jacarandá, Murici, Araticum.
3) Formações Campestres 
Predomínio de arbustos e subarbustos entremeados no estrato herbário. Englobam 3 tipos principais:
3.1)Campo Sujo
- Exclusivamente herbáceo-arbustivo
- Arbustos e subarbustos esparsos cujas plantas indivíduos menos desenvolvidos de espécies arbóreas do cerrado sentido restrito.
- Algumas espécies:. Capim-flexinha, Capim-branco, Sempre-viva, Mimosa, Assa-peixe.
3.2)Campo Limpo (foto à direita)
- Predominantemente herbácea, com raros arbustos e ausência completa de árvores. 
- Encontrada com mais freqüência em encostas, chapadões, olhos d’água, bordas de matas de galeria.
- Muitas espécies de gramíneas, ciperáceas, orquidáceas, entre outras.
3.3)Campo Rupestre (foto à direita - abaixo)
- É o tipo de vegetação encontrada no alto (chapadões) da Serra da Gurita e Serra da Canastra.
- Predomínio de espécies herbáceo-arbustivas, com a presença eventual de arvoretas pouco desenvolvidas.
- Ocupa afloramentos rochosos, geralmente em altitudes superiores à 900 m.
- Uma de suas principais características é a presença de endemismos e plantas raras. 
- Muitas espécies de cactáceas, bromeliáceas, orquídeas terrestres, Arnica, Canela-de-ema, Candeias, etc. 
Considerações
Os solos do cerrado foram considerados, até o final dos anos sessenta, impróprios à agricultura. Mas graças à pesquisa científica, os latossolos que no Centro-Oeste ocupam 90 milhões de hectares, se tornou a área mais propícia para as culturas de grãos: os solos são profundos, bem drenados, com inclinações normalmente menores que 3%. Os latossolos são áreas privilegiadas de expansão da agricultura especializada em grãos, pela facilidade que oferecem à mecanização. Devido a essas características o Cerrado se transformou nas últimas duas décadas na nova fronteira agrícola do País, a ponto ser hoje uma das maiores regiões produtoras de grãos do Brasil e ser reconhecido como a última grande fronteira agrícola do mundo. 
Além da vocação agrícola, o Cerrado é, potencialmente, um grande assimilador e acumulador de carbono (Klink 1999; Miranda & Miranda 2000) e tanto as entradas de carbono via raízes quanto os reservatórios de carbono no solo podem ser substancialmente alterados devido a grande abrangência geográfica das modificações que se processam neste bioma.
Infelizmente a ocupação econômica dos Cerrados tem ocorrido sem um adequado planejamento: os Cerrados são vistos pelos planejadores, financiadores e agricultores apenas como chão a ser ocupado, isto é, só se aproveita o Cerrado enquanto substrato para as atividades agrícolas, como se não houvesse mais nada aproveitável na região (Dias, 1992).
Além da expansão da fronteira agropecuária, outros fatores ameaçam a integridade dos ecossistemas e recursos naturais renováveis dos Cerrados: construção de grandes barragens e estradas, mineração, agrotóxicos e a expansão urbana. Esses são alguns dos motivos pelos quais, 1,5% dos Cerrados está preservado por lei através de unidades de conservação. 
Segundo Dias (1992) citado por Carlos et al. 2003, para que sejam garantidos o uso racional e sustentável e a preservação dos recursos naturais renováveis dos Cerrados precisamos consolidar e divulgar os conhecimentos sobre a estrutura e funcionamento dos ecossistemas de Cerrado e seu comportamento em face de fatores impactantes. O Cerrado precisa ser manejado não apenas como substrato, tanto para preservar seu rico patrimônio genético quanto para viabilizar uma exploração sustentada de seus recursos. A fim de preservarmos o patrimônio genético dos Cerrados, precisamos considerar a biota, os ecossistemas em diferentes regiões, e os efeitos da fragmentação das áreas.
Especialistas consideram possível a sustentabilidade da agricultura no cerrado, desde que sejam adotadas técnicas elementares de manejo e de rotação de culturas visando o combate à erosão. O plantio direto – cuja adoção vem aumentando significativamente no cerrado do Centro-Oeste, tem aí um papel decisivo. A rotação de culturas é um dos principais meios para aumentar a oferta de grãos sem a abertura e a degradação de novas áreas.

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