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Aula Ética em Habermas

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ÉTICA EM JÜRGEN HABERMAS (1929 – em vida)[1: Livro referência: A teoria do agir comunicativo;Consciência moral; Aclarações sobre a ética do discurso;]
É possível retomar uma ética universal?
A rigor podemos pensar uma ética contemporânea a partir do século XIX, pós kantianos em que se inclui Nietzsche. Doutrinas morais como as do pragmatismo e utilitarismo já estão nas bases da ética contemporânea pois são a rigor laicas, ou seja, são éticas que não advém de estruturas metafísicas. A partir do século XIX existem éticas do sujeito, mais voltadas para a norma.
Diferem nas éticas antigas, que se justificavam a partir de conceitos ontológicos. Os modernos querem uma ética do sujeito, mas ainda orientada pelo dever ser, metafísica. As éticas contemporâneas estão em outras perspectivas: se orientam a partir do utilitarismo, pragmatismo – o prazer como princípio moral; éticas personalistas; são normativas ou prescritivas; são éticas que tratam valores pluralistas – sociedades pluralistas, isto é, diversidades de culturas, e valores morais – uma ética pulverizada referentes e delimitados a grupos de acordo com suas demandas.
Cinco princípios fundamentais: 
(1). As mudanças foram provocadas pelas mudanças da ciência e do impacto dela na humanidade: as ciências tornaram possíveis a destruição da humanidade. 
(2). O pensamento ético pôs em debate o racionalismo absoluto, contestando-o – autores pragmáticos, existencialistas, etc. 
(3). Pluralismo cultural – numa mesma sociedade há condutas e morais diferentes, constituídas a partir das perspectivas do sujeito, portanto, relativistas, subjetivistas, pragmáticas, utilitaristas, etc. 
(4). Essas diversas correntes, apesar de serem diferentes, assumem as críticas e analises dos diferentes hábitos e costumes existentes a fim de alcançar um ponto comum a serem aceitas. 
(5). Há um fato novo, o comportamento dos homens nem sempre é guiado pelos seus juízos sobre o valor dos atos: apresenta-se na atualidade um conceito deturpado de felicidade podendo fazer com que as pessoas se distanciem das virtudes éticas ou das teorias éticas aristotélicas. Predomina uma ética da manipulação favoráveis a realizações imediatas de prazer. 
Para o Manfredo Oliveira, entre os desafios da ética contemporânea constam duas questões fundamentais: 
A civilização técnico científica e a alteração do panorama das chamadas éticas tradicionais; em que existe uma influência ético-científica. A partir do século XVIII ocorre uma ruptura (cf. Heidegger), havia na técnica uma ontologia – era uma manifestação externa da realização de ser (como no sentido grego de arte). O mundo foi convertido em tecnologia, por causa disso cresce o sentimento de vazio a partir da modernidade, pois o homem deixou de perguntar sobre a verdade universal que é sobre o ser do homem- a verdade sobre si mesmo. A humanidade não se pensa, ignora a si mesmo deixando aberto o vazio sobre si mesmo.[2: *A ciência e a técnica deram a atividade humana um alcance de dimensão planetária; um novo horizonte de possibilidade. Assim as éticas particulares se veem confrontadas por questões globais. * A técnica tem poder destrutivo; a intervenção tecnológica infere alterando a própria natureza do agir humano que não é apenas no aspecto do agir humano que é de sua responsabilidade. *O modelo de conhecimento moderno reduziu a natureza a meras quantidades. Essa é a raiz da sociedade tecno - científica, que perdeu a ligação ontológica entre o ser humano e a natureza, o homem e o mundo.][3: HEIDEGGER, A questão da técnica (1954). O perigo da técnica: a perda da realidade. Os homens se direcionam ao vazio. A constituição do homem moderno trouxe consigo a compreensão de que ele passa a ser reconhecido pela técnica. Tanto a ciência quanto a técnica e o homem foram reduzidos a esfera da instrumentalização, pois se as ciências e a técnica criaram formas de destruir a humanidade, o homem perdeu a dimensão espiritual/ontológica. Para ele a técnica se sobrepôs a ontologia; e ao se sobrepor, a técnica se converteu numa compreensão do homem como ser dominante, não espiritual, tornado recurso. A técnica tem instrumentos que podem ser utilizados para destruição da humanidade e a humanidade armazenou elementos para sua autodestruição. O sujeito moderno enxergará a própria natureza como instrumento técnico: “Na era moderna o homem passa a ser visto como matéria para qualquer cálculo e operação” - cálculo tornou-se resposta para problemas que não podemos solucionar. O mundo foi transformado em imagem da tecnologia (domínio de instrumento). Para Heidegger, a técnica revela o ser – dominante instrumentalizado. Se ela revela quem o sujeito é, torna-se necessário repensar a ontologia e a ética do sujeito. O homem transforma a natureza, todavia, ela é transformada pelo homem modificado ontologicamente.]
É preciso entender que não é dominar a técnica, mas entender que sua essência remete a nossa própria essência. Por fim, não é possível viver sem a técnica, ou suprimi-la, mas é temível o imperialismo dela: uma época tecnocêntrica, sem que se tenha o domínio ético da própria ética. Foram reduzidos os controles públicos que corrigem os excessos da técnica e da ciência.
As relações lógicas internacionais: nelas encontra-se a mudança nos aspectos sociais, mudanças da vida produtiva em curso para a escala mundial – isso significa a defesa do mercado como único horizonte possível de existência humana. É a partir dessa lógica de mercado que a ética deve ser estudada. O mercado apresenta-se como um ente metafísico em que os indivíduos deve se basear. A ética está subjugada a subjetividade dependente da ordem capitalista – oriunda e estabelecida no horizonte mercadológico; é uma ética justificada pela exigência do mercado, portanto utilitarista. Em face dessas circunstancias é que se pensa Habermas.[4: Essa relação lógica internacional representa: (1) piora na vida financeira das pessoas (1 bilhão de pessoas vivem com menos de um dólar por dia); (2) Privatização da liberdade sem respaldo (ou compromisso) ético ou responsabilidade coletiva. (3) decisões políticas feitas irresponsavelmente e aparatos tecnocientífico como força propulsora desse modelo econômico. (4) acelerado o desenvolvimento tecnológico com aumento de riquezas e aumento da pobreza que leva ao processo de desagregação da sociedade. (5) Substituição da política pela lógica imperativa do mercado. ][5: Aqui compreende a presença da ética pragmática de Hume e utilitarista de Bentham, em que a moral está direcionada a condicionar os indivíduos (e a sociedade como um todo) ao interesse capitalista burguesa.]
Jonas entende que existe um tipo de saber que se entende enquanto possibilidade de dominação sobre a natureza. Aquilo que fazemos aqui passa a ter responsabilidades futuras - é preciso pensar uma ética do futuro, visto que o que fazemos agora refletirá nas gerações futuras. Levinas dirá que os acontecimentos do século XX causou a perda da razão humana. O homem está sem rumo. A ética atual é insuficiente para contem um jogo de guerra. 
Habermas interpreta as sociedades marcadas por cosmovisões plurais o que levou o desmoronamento das religiões e do consequente etos que nelas se legitimavam. Com isso a perda da fundamentação ontológica radicada numa concepção objetiva da razão numa razão instrumental, das regras moras e da falta de consenso nos valores e da melhor forma de vida.
O texto chamado "O Futuro da Natureza", Habermas pergunta em face dessas realidades apontadas: "O que devo fazer com o tempo da minha vida? Como posso pensar a existência de uma vida correta?" Se pensarmos em uma ética teleológica é possível, todavia quando pensado na lógica instrumental como é possível pensar a felicidade? Como tornar a vida possível? O que significa uma vida possível?
Em "A Teoria do Agir Comunicativo" diz respeito, segundo Gustavo Gutierrez, a englobar dois momentos conceituais: parte do pensamento clássico das ciências sociais - de Weber: em Agir Racional. Em um segundo momentofala dos excluídos e subsistemas, ou seja, se excluir a economia e a política sobrará apenas subsistemas: sociabilidade de culturas. Portanto, o consenso que define o que é certo ou errado se dá por meio da fala. [6: Weber elabora uma sociologia denominada comparativa, em que propõe entender os tipos ideais, por meio dos quais pretende entender o agir social. Weber entende, que as ações individuais predominam sobre as ações coletivas. Para Weber as somas das decisões individuais que o indivíduo faz é que as relações sociais de determinam: aqui também se encontra o utilitarismo benthamiano. É desse Tipo Ideal de Weber, em que está o conceito de agir social, que o Habermas compartilhará suas ideias, todavia, em um a ação individual tende a apenas a fins subjetivos, individuais, para o outro a ação individual traz consigo, como horizonte de ação um comportamento ultimo coletivo, fins coletivos, portanto o agir de Habermas tem como base o comportamento coletivo; pressupõe-se que os indivíduos se encontrem na mesma condição discursivas.][7: Enquanto Marx via na economia a fonte da organização social, Habermas vê na sociabilidade de cultura uma condição anterior inclusive à política.][8: Pode-se compreender neste termo a presença da comunicação, linguagem, pois, elas são anteriores a economia e a política. A fala, discurso, é a base (em Habermas) para que se constitua as relações humanas. ]
A ética de Habermas é discursiva, pois entende que é por meio do discurso que os se pode encontrar um consenso entre os indivíduos. Para Habermas, a construção de consenso se dá pela igualdade. “A teoria da ação comunicativa não é uma metateoria, se não o princípio de uma teoria da sociedade que se esforça para dar razão aos cânones (normas) críticos que se faz... [9: Habermas compreende uma hipótese de igualdade, ou propõe sua teoria sobre o discurso que gera o consenso. Portanto, em prática sua teoria não pode ser efetiva, pois o capitalismo, por exemplo, gera desigualdades sociais – pobres e ricos. ]
A teoria de Habermas faz uso das tradições filosóficas anteriores para pensar a sociedade atual e entender o que se passa com ela e/ou para onde ela se encaminha. Seu projeto filosófico propõe uma tentativa de manter a filosofia no nível das ciências. Diferente de Kant, põe as ciências no trilho elaborando uma nova teoria da sociedade. 
A teoria do agir comunicativo submete o próprio método kantiano a uma espécie de guinada copernicana, pois, em vez de abordar o conhecimento segundo uma razão centrada em um sujeito singular ou consciência transcendental, devemos pensar o sujeito ao tentar pensar algo gira em torno de outros sujeitos. A linguagem entre os indivíduos que dá um consenso da sociedade.[10: O sujeito gravita entorno do objeto. Em Kant, o objeto gira entorno do sujeito. Em Habermas, os sujeitos interagem entre si, por meio da linguagem, a linguagem aqui se torna o objeto determinante da organização social.]
O princípio do conhecimento de Habermas na capacidade da fala e da ação, a competência comunicativa. Mas, as formas de vida social transparecem uma clara racionalidade comunicativa que se abre a um leque diferenciado de pretensões de validade – as comunidades discursivas.[11: Por exemplo, indivíduos favoráveis e contras ao aborto se reúnem para encontrar por meio do discurso uma validação para seus argumentos e a partir disso uma definição conceitual que todos deverão acatar.]
Habermas apresenta que a teoria do agir comunicativo cujo objetivo é a compreensão da sociedade por meio de métodos explicativos. Ela se fundamenta no conceito de ação. Por ação o autor compreende ser a capacidade que os indivíduos têm de interagir entre os grupos, perseguindo objetivos que podem ser conhecidos pela chamada observação do próprio agente – pretende, portanto, entender a ideia de cooperação ou como se interagem entre si. A teoria implica que as normas do agir estejam em consonância com os sujeitos que interagem. Para Habermas o sujeito livre é aquele que tem a capacidade de discursar.
Habermas prioriza as ações de natureza comunicativa e nessa natureza define um conjunto de categorias das quais destaca-se: O mundo da vida e ação comunicativa. A ética do discurso prático oferece vantagem sobre as éticas anteriores, particularmente a kantiana; para ele nas argumentações os participantes devem partir do princípio de que todos os afetados participam como iguais e livres na busca cooperativa da verdade. Essa busca cooperativa não pode aceitar coerção externa mas aceitar os melhores argumentos. A verdade acatada é aquela que tem a melhor justificativa racional possível.[12: É o espaço onde a interação entre os indivíduos acontece. Nela se dá a busca de consensos da vida comunicativa. O mundo da vida é o espaço onde os consensos das interações comunicativas acontecem. Não é um mundo físico. É onde os espaços de entendimento se constitui. É também o espaço cultural de referências simbólicas – no sentido que neste mundo se voltam as discussões filosóficas que afirmam argumentos para o consenso.][13: Ocorre no mundo da vida e tem a linguagem como um meio de comunicação. A linguagem comum possui uma estrutura dupla: é intersubjetiva – os sujeitos falam entre si; e dos objetos em estados – sobre coisas sob as quais eles discursam. ]

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